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Digestão Humana
Digestão Humana
“COMER E EXERCITAR-SE”
Professora: Ângela Pawlowski
Professor: Nélson R. de Carvalho
- DIGESTÃO HUMANA -
A digestão na boca
A digestão tem início na boca. Na
mastigação, ou digestão mecânica, os dentes
trituram o alimento, o que irá facilitar o trabalho
das enzimas. Quando avistamos um alimento,
sentimos seu cheiro ou sabor, as glândulas
salivares são estimuladas a secretar saliva,
uma solução aquosa que contém a enzima
amilase salivar, ou ptialina, além de sais e
outras substâncias. Os sais presentes na saliva
neutralizam substâncias ácidas e mantêm o
nível de acidez na boca em torno de 6,7. Esse
valor é ideal para a ação da ptialina. A amilase
salivar digere amido e outros carboidratos,
tornando-os moléculas menores.
Diversas glândulas do epitélio que
reveste a boca secretam muco, que se mistura
Figura 1. Órgãos do sistema digestório.
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/sistema-
digestorio.htm
à saliva, tornando-a viscosa. A viscosidade da saliva protege o epitélio bucal e faringiano do atrito
com os alimentos e facilita a deglutição.
A digestão no estômago
No estômago, o bolo alimentar é misturado à secreção estomacal, denominada suco
gástrico, rica em ácido clorídrico e nas enzimas pepsina e renina. A pepsina, principal enzima
do suco gástrico, catalisa a quebra das proteínas em cadeias curtas de aminoácidos, os
oligopeptídios (do grego olígos, pouco). Ela é secretada pelas glândulas da mucosa gástrica em
uma forma inativa, chamada pepsinogênio. Este, ao entrar em contato com o ácido clorídrico,
transforma-se em pepsina, que, por sua vez, estimula a transformação de mais pepsinogênio em
pepsina.
O ácido clorídrico, secretado por certas células da parede do estômago, torna o seu
conteúdo fortemente ácido, o que contribui para a destruição de microrganismos, amolece os
alimentos e favorece a ação da pepsina, que só atua em meio ácido.
A renina é uma enzima produzida em grande quantidade no estômago de recém-nascidos
e de crianças. Sua função é coagular o leite de modo que este possa permanecer na cavidade
estomacal por mais tempo, o que facilita a digestão de suas proteínas.
A digestão no intestino
No duodeno, a massa de alimento (quimo) mistura-se ao suco entérico e ao suco
pancreático. Este último é alcalino e neutraliza a acidez do quimo, condição ideal para a
atuação das enzimas intestinais e pancreáticas.
O suco entérico é produzido por milhares de pequenas glândulas localizadas na mucosa
intestinal. Ele contém enteroquinase, cuja função é ativar a tripsina (uma enzima pancreática),
peptidases, que atuam na digestão de peptídios, e dissacarases, que quebram dissacarídeos.
O suco pancreático é produzido pelas células do pâncreas e secretado no duodeno. Suas
principais enzimas são a tripsina e a quimotripsina, que digerem proteínas, a lipase
pancreática, que digere lipídios, e a amilase pancreática, que continua a digestão dos
carboidratos iniciada na boca é interrompida no ambiente ácido do estômago.
A tripsina e a quimotripsina são secretadas em suas formas inativas, denominadas
tripsinogênio e quimotripsinogênio, respectivamente. No intestino delgado, o tripsinogênio é
transformado em tripsina por ação da enteroquinase. A própria tripsina formada, por sua vez,
transforma o quimotripsinogênio em quimotripsina.
Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida pelo fígado. Apesar de não conter
enzimas, a bile tem a importante função de emulsionar gorduras, isto é, transformá-las em
gotículas microscópicas, o que facilita a ação da lipase pancreática.
Absorção de nutrientes
Os nutrientes resultantes da digestão são absorvidos por células da mucosa intestinal e
transferidos para a corrente sanguínea, que se encarrega de distribuí-los para todo o corpo. A
superfície interna do intestino delgado apresenta inúmeras dobras chamadas vilosidades, que
aumentam a superfície de contato entre o quilo e o intestino, favorecendo a absorção.
CÁRIE
Na boca, a cárie se forma a partir das bactérias que formam grupos chamados de placas
(ou biofilme) para abocanhar a sacarose, o açúcar dos restos de comida. Uma cárie se forma
quando a bactéria libera ácido lático após absorver e metabolizar açúcar e outros alimentos e
fermentá-los. Isso dissolve o cálcio do dente e forma uma lesão. Se houver uma boa
higienização, a cárie não progride. Do contrário, ela pode crescer e atingir não só o esmalte do
dente, mas a dentina (parte interna) e o nervo.
Figura 3. Cárie.
Fonte: https://www.google.com/search?q=C%C3%81RIES&oq=C
%C3%81RIES&aqs=chrome..69i57j0l7.932j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8
REFLUXO GASTROESOFÁGICO
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é doença do ácido no lugar errado. Decorre
de consequências do refluxo (da volta) de parte do conteúdo gástrico para o esôfago. Todos nós
podemos ser acometidos pelo refluxo gastroesofágico. O que distingue é o fato dele ser um
refluxo fisiológico ou patológico.
Quando ele acontece em alguns raros episódios e tem curta duração, denominamos
refluxo fisiológico. É o que ocorre, por exemplo, com os bebês, que regurgitam após mamar. Não
causa desconforto e, neste caso, o refluxo se dá apenas por ainda não terem o sistema digestório
totalmente desenvolvido. Normalmente quando completam um ano de idade, livram-se do
problema. Porém, quando este refluxo proporciona sintomas (queixas) e/ou lesões da mucosa
que reveste a parte interna do esôfago, chamamos de refluxo patológico. O que minimiza a
inversão deste fluxo é uma barreira existente entre os dois órgãos (barreira gastroesofágica),
constituída, principalmente, por musculatura mais desenvolvida na porção terminal do esôfago
(válvula ou esfíncter esofágico inferior) e pelo diafragma. Ambas as estruturas atuam
sinergicamente. Esta barreira pode falhar devido a incontinência do esfíncter esofágico inferior
(cai o tônus ou diminui a pressão dessa região) e/ou quando ocorre hérnia de hiato.
Na DRGE, podem haver sintomas e/ou lesões. O sintoma mais frequente é azia, ou
queimação no epigástrio (boca do estômago) e/ou na região retroesternal (atrás do osso esterno,
localizado na face anterior do tórax). Também pode haver arroto, regurgitação e/ou
empachamento pós-prandial (barriga estufada após comer). A azia se manifesta principalmente,
após as refeições, especialmente com ingestão de alimentos gordurosos, condimentados ou
excessivamente doces. Certas condições também aumentam a ocorrência de refluxo, como
obesidade, gravidez, constipação, flatulência, estresse, hipotireoidismo, entre outros. Pessoas
que têm refluxo gastroesofágico apresentam maior risco de adenocarcinoma de esôfago.
Na maioria dos pacientes, a cirurgia bariátrica (além de levar a uma perda de peso grande)
traz benefícios no tratamento de todas as outras doenças relacionadas à obesidade. É possível
uma melhora importante ou mesmo remissão do seu diabetes, do controle da pressão arterial,
dos lipídeos sanguíneos, dos níveis de ácido úrico e alívio das dores articulares.
Do ponto de vista nutricional, os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica deverão ser
acompanhados pelo resto da vida, com o objetivo de receberem orientações específicas para
elaboração de uma dieta qualitativamente adequada. Quanto mais disabsortiva for a cirurgia,
maior a chance de complicações nutricionais, como anemias por deficiência de ferro, de vitamina
B12 e/ou ácido fólico, deficiência de vitamina D e cálcio e até mesmo desnutrição, nas cirurgias
mais radicais. Reposições vitamínicas são feitas após a cirurgia e mantidas por tempo
indeterminado. A diarreia pode ser uma complicação nas cirurgias mistas, principalmente na
derivação bileopancreática.
A cirurgia antiobesidade é um procedimento complexo e apresenta risco de complicações.
A intervenção impõe uma mudança fundamental nos hábitos alimentares dos indivíduos.
Portanto, é primordial que o paciente conheça muito bem o procedimento cirúrgico e quais os
riscos e benefícios da cirurgia. Desta forma, além das orientações técnicas, o acompanhamento
médico, nutricional, psicológico e o apoio da família são aconselháveis em todas as fases do
processo.
REFERÊNCIAS
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<https://www.doctoralia.com.br/perguntas-respostas/quando-se-tira-a-vesicula-quem-faz-a-
funcao-dela> Acesso em: 16 jun. 2020.
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<http://www.oncoguia.org.br/conteudo/fatores-de-risco-para-cancer-de-esofago/> Acesso em: 16
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<https://www.medicinamitoseverdades.com.br/blog/refluxo-gastroesofagico> Acesso em: 16 jun.
2020.
LISBOA, S. Cárie: tem muita coisa que você (ainda) não sabe. Disponível em:
<https://saude.abril.com.br/medicina/carie-tem-muita-coisa-que-voce-ainda-nao-sabe/> Acesso
em: 16 jun. 2020.
SENS, A. Não subestime uma cárie: ela pode causar infecções em órgãos vitais. Disponível em:
<https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-bem-estar/carie-pode-causar-infeccoes-
em-orgaos-vitais/> Acesso em: 16 jun. 2020.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA. 10 Coisas que Você
Precisa Saber sobre Cirurgia Bariátrica. Disponível em: < https://www.endocrino.org.br/10-coisas-
que-voce-precisa-saber-sobre-cirurgia-bariatrica/> Acesso em: 16 jun. 2020.
Observação: este material apresenta textos retirados de diferentes fontes e não tem o objetivo de
constituir-se como um trabalho acadêmico. Trata-se da utilização integral do texto original dos
autores ou brevemente adaptados para servir como material de apoio para leitura dos estudantes
que estão participando do projeto interdisciplinar “Comer e Exercitar-se”. Assim, as citações dos
autores ao longo do texto foram intencionalmente omitidas. As referências apresentadas tem o
objetivo de apresentar a autoria dos textos apresentados, permitindo aos estudantes consultarem
materiais adicionais, quando do interesse.