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Frio, risco ambiental

Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
53 pag.

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FRIO

Professor: Edem Góes de Magalhães


Eng. Eletricista e Eng. Seg. Trabalho
edem.magalhaes@senaimt.edu.br

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RISCOS

O Anexo 9, da NR-15, diz que: as atividades ou operações


executadas no interior de câmaras frigoríficas ou em locais
que apresentem condições similares, que exponham os
trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres em decorrência de laudo de
inspeção realizada no local de trabalho.

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RISCO
De acordo com a NR-15, a caracterização da insalubridade
é feita com base em dois critérios: os quantitativos e os
qualitativos.
Para o frio, a caracterização da insalubridade é estabelecida
por meio de critérios qualitativos, ou seja, a sua
caracterização é determinada por meio de inspeção
realizada no local de trabalho, não existindo limites de
tolerância para a sua caracterização.

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RISCO

Apesar do Anexo 9 da NR-15 não apresentar limites de


tolerância, saiba que na NR-29, item 29.3.16.2, é
apresentada uma tabela com as faixas de valores de
temperatura e os ciclos de trabalho-descanso. Mas os
parâmetros da NR-29 não devem ser utilizados para fins de
caracterização de insalubridade por falta de uma
regulamentação mais específica. Os critérios da NR-29
devem ser utilizados apenas para estabelecimento de ações
que visem a proteção do trabalhador.

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RISCO

A NR-15, encontra amparo legal no Art. 253 da CLT que diz


o seguinte:
Os empregados que trabalham no interior de câmaras
frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do
ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois
de uma hora e quarenta minutos de trabalho contínuo, será
assegurado um período de vinte minutos de repouso,
computando esse intervalo como de trabalho efetivo.

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RISCO

Embora não existam parâmetros que permitam uma


avaliação quantitativa da exposição ao frio, a ACGIH
desenvolveu Limites de Tolerância com Valor Teto que
devem ser comparados com os valores medidos de
temperatura do ar e velocidade do vento. Apesar de todos
os índices de stress por frio terem suas limitações, o índice
de sensação térmica e o índice de stress térmico podem
fornecer informações bastante úteis.

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RISCO

Segundo a NR 36 - SST em Empresas de Abate e


Processamento de Carnes e Derivados:

JORNADA DE TRABALHO Tempo de tolerância para TEMPO DE PAUSA


aplicação da pausa
até 6h Até 6h20 20 MINUTOS
até 7h20 Até 7h40 45 MINUTOS
até 8h48 Até 9h10 60 MINUTOS

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AVALIAÇÃO

A exposição ao agente insalubre frio evidencia-se,


especialmente, no desenvolvimento de trabalhos ao ar livre
ou em interiores de câmaras frigoríficas em supermercados,
açougues e sorveterias industriais. A exposição a esse
agente físico pode ocasionar os seguintes efeitos nocivos à
saúde dos trabalhadores: alteração no equilíbrio
homeotérmico, com o aparecimento de tremores,
sonolência, problemas respiratórios e, até mesmo, levar ao
coma.

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AVALIAÇÃO

A gravidade da exposição ocupacional ao frio deve levar em


consideração a temperatura do ar e a velocidade do vento e
da atividade física. A velocidade do ar proporciona um
agravamento significativo na exposição a baixas
temperaturas.

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AVALIAÇÃO

Já a combinação entre a velocidade do ar e a temperatura


de bulbo seco é denominada de temperatura equivalente.
Quanto maior for a velocidade do vento e menor a
temperatura do local de trabalho, maior deverá ser o
isolamento da roupa protetora e menor o tempo no qual o
trabalhador pode ficar exposto.

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TIPOS

A exposição ocupacional ao frio é dividida em dois tipos ou


grupos. Um deles compreende as atividades exercidas ao ar
livre, como: construção civil, agricultura, pesca, exploração
de petróleo, policiamento, resgate e salvamento, vigilância,
etc. O outro se refere às atividades exercidas em ambientes
fechados, como: câmaras frias, câmaras frigoríficas,
fabricação de gelo, fabricação de sorvetes e outros. No caso
de ambientes fechados, deve-se ter um laudo de inspeção a
fim de avaliar se a atividade será considerada insalubre.

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ATIVIDADES AO AR LIVRE

A temperatura do ar é medida com um termômetro de bulbo


seco comum em graus Celsius com graduação negativa
suficiente para a temperatura utilizada (preferencialmente
-50°C).
Já a velocidade do vento deve ser medida por meio de
anemômetros, que devem medir na escala de quilômetro por
hora (km/h).

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ATIVIDADES AO AR LIVRE

MONITORAMENTO:
a) Todo local de trabalho com temperatura ambiente inferior
a 16°C deverá dispor de termômetro adequado para permitir
total cumprimento dos limites estabelecidos.
b) Sempre que a temperatura do ar no local de trabalho cair
abaixo de -1°C, a temperatura deve ser medida e registrada
a cada quatro horas.

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ATIVIDADES AO AR LIVRE

c) Sempre que a velocidade do vento exceder a 2 m/s em


ambientes fechados, deve ser medida e registrada a cada
quatro horas.
d) Em situações de trabalho a céu aberto, a velocidade do
vento deve ser medida e registrada juntamente à
temperatura do ar quando esta for inferior a -1°C.

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ATIVIDADE EM AMBIENTES FECHADOS

Segundo a NR-15, Os níveis de temperatura de


funcionamento da câmara fria de congelamento deve ser
com temperatura de 0ºC à -40ºC e os túneis de
congelamento, com temperatura de -70ºC, temperatura de
armazenamento controlado por meio de termostato.

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ATIVIDADE EM AMBIENTES FECHADOS

A legislação brasileira, por meio da Portaria Ministerial


3.214/78, NR-15, Anexo 9, considera como atividades ou
operações insalubres por frio, aquelas executadas no
interior de câmara frigorífica, ou em locais com condições
similares.

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ATIVIDADE EM AMBIENTES FECHADOS

A exposição, mesmo que esporádica ao frio intenso, pode


implicar em uma série de inconvenientes que afetarão a
saúde, o conforto e a eficiência do trabalhador,
especialmente problemas respiratórios, reumáticos e
infecciosos.

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INTERFERÊNCIAS E ERROS COMUNS

As Normas referentes à exposição do trabalhador ao frio são


bastante genéricas, sem qualquer consideração sobre o tipo
de trabalho e, tampouco, do regime e condições de frio ao
qual o trabalhador estaria exposto.
O que é considerado é apenas a temperatura do ambiente
de trabalho correlacionada com a característica climática de
cada região, definindo limites teóricos de frio conforme
Mapa de Climas, no caso da Carta Climática do IBGE.

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INTERFERÊNCIAS E ERROS COMUNS

Assim, ficou normatizado que se adotariam como limites de


tolerância, na ausência de limites previstos na NR-15, os
valores de limites de exposição ocupacional adotados pela
ACGIH – American Conference of Governmental Industrial
Hygienists. Apesar da existência desta possibilidade, isto
não é aplicado por muitos empregadores brasileiros, o que
já possibilitaria estabelecer regras mais efetivas de proteção
ao trabalhador exposto ao frio intenso.

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INTERFERÊNCIAS E ERROS COMUNS

O objetivo do TLV é impedir que a temperatura interna do


corpo caia abaixo dos 36°C (96,8°F) e prevenir lesões pelo
frio nas extremidades do corpo. Para uma exposição única e
ocasional a um ambiente frio, é permitida que a temperatura
interna do corpo chegue a um mínimo, até 35°C (95°F).

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INTERFERÊNCIAS E ERROS COMUNS

Dores nas extremidades do corpo podem ser o primeiro


sintoma ou aviso de perigo para a tensão pelo frio. Durante
a exposição ao frio, os tremores atingem intensidade
máxima quando a temperatura do corpo cai abaixo dos 35°C
(95°F). Os tremores devem ser considerados como um aviso
de perigo para os trabalhadores, e a exposição ao frio deve
ser interrompida imediatamente sempre que os
trabalhadores apresentarem o sintoma de tremor forte.

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TERMÔMETRO

Termômetro é o instrumento usado para medir temperaturas,


sejam elas positivas ou negativas. Para medição de
temperaturas negativas usam-se termômetros com bulbo de
mercúrio, com leitura em intervalos de 0,1ºC em leituras
sob bulbo seco e ainda em leitura sob o globo padronizado
com diâmetro = 0,15m, pintado em preto com emissividade ε
= 0,95, com escalas de - 50ºC a + 120ºC.

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TIPOS DE TERMÔMETROS

Termômetro infravermelho: Este tipo de termômetro


simplifica a medição de temperatura de máquinas
industriais, pois pode ser feita a distância, com segurança e
rapidez. É fácil de operar, bastando mirar o termômetro,
puxar o gatilho e ler a temperatura indicada no visor do
equipamento, capazes de indicar, com exatidão,
temperaturas de -60 a 1.000°C.

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TIPOS DE TERMÔMETROS

Termômetros digitais: os termômetros digitais têm display de


LCD de 5 dígitos, timer, com escalas de: tipo j: -200 a
+1050ºC e tipo k: -200 a +1370ºC. são utilizados em
ambientes com temperaturas negativas e positivas.

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REGISTRO E ANÁLISE DE DADOS

Os registros e análise de dados em ambientes fechados


devem ter um laudo de inspeção, a fim de avaliar se a
atividade é considerada insalubre.
Considera-se artificialmente frio um ambiente de trabalho ao
ar livre ou ambiente não climatizado, medindo-se a
temperatura e consultando a climática do mapa oficial do
Ministério do Trabalho, onde se encontra o local de trabalho.

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REGISTRO E ANÁLISE DE DADOS

Os procedimentos de monitoramentos para análise dos


dados e registros nos locais de trabalho.
a) Monitoramento em locais onde a temperatura é inferior a
16ºC deve ser efetuada uma adequada termometria.

b) Sempre que a temperatura em um local de trabalho for


inferior a –1ºC, a temperatura de bulbo seco deve ser
medida e anotada a cada quatro horas.

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REGISTRO E ANÁLISE DE DADOS

c) Em locais de trabalho ao ar livre, a velocidade do vento


deve ser anotada em todas as horas, sempre que exceder a
dois metros por segundo.

d) Em atividades ao ar livre, a velocidade do ar deve ser


medida e anotada juntamente com a temperatura do ar,
sempre que a temperatura for inferior a –1ºC.

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REGISTRO E ANÁLISE DE DADOS

e) Em todos os casos onde são requeridas medições do


movimento do ar deve-se usar a temperatura equivalente de
resfriamento, a qual devem ser anotadas com os demais
dados, sempre que for inferior a –7ºC.

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REGISTRO E ANÁLISE DE DADOS

Ressaltam que, quando são analisados e registrados os


dados e medidas de prevenção possíveis, a partir do
diagnóstico realizado, a etapa seguinte é a de seleção das
medidas a serem implantadas. Nesse ponto, é importante
que critérios de seleção sejam considerados. Assim,
recomenda-se que as medidas selecionadas sejam capazes
de:
a) eliminar ou neutralizar riscos;
b) não criar novos riscos;

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REGISTRO E ANÁLISE DE DADOS

c) ter estabilidade ao longo do tempo;


d) não aumentar as exigências para o operador;
e) ter prazo de implantação compatível com o risco
identificado;
f) não ter efeitos negativos sobre a produtividade (se isso
ocorrer, correm o risco de serem abandonadas).

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TEMPO DE EXPOSIÇÃO AO FRIO

A Norma Regulamentadora 15 não fixa temperaturas limites


para a caracterização da insalubridade, deixando esta
definição a critério do Técnico de Segurança do Trabalho ou
do Perito, no momento da realização da inspeção no local
de trabalho.

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TEMPO DE EXPOSIÇÃO AO FRIO

O critério adotado pela Fundacentro, embasado em estudos


e pesquisas bastante diversificados, tanto de âmbito
nacional como internacional, é aquele que considera
insalubre uma atividade ou operação quando esta for
executada em desacordo com a tabela a seguir. Esta tabela
relaciona as faixas de temperaturas com os tempos
máximos de exposição.

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TEMPO DE EXPOSIÇÃO AO FRIO
Faixa de temperatura de Máxima exposição permissível para pessoas adequadamente vestidas para
bulbo seco (ºC) exposição ao frio (jornada de 8 horas)
15 a -17,9ºC * Tempo total de trabalho no ambiente frio: 6 horas e 40’;
12,0 a -17,9ºC** Tempo de trabalho: 1 hora e 40’;
10 a –17,9ºC*** Tempo de recuperação térmica fora do ambiente frio: 20’.
-18 a –33,9ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio: 4 horas;
Tempo de trabalho: 30’;
Tempo de recuperação térmica fora do ambiente frio: 30’.
-34 a –56,9ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio: 1 hora;
Tempo de trabalho: dois períodos de 30’;
Tempo de recuperação térmica fora do ambiente frio: 4 horas
-57 a –73ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio: 5’;
Todo o restante da jornada fora do ambiente frio;
Abaixo de –73ºC Não é permitida exposição ao ambiente frio seja qual for a vestimenta utilizada

(*) Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo com o mapa oficial
do IBGE.
(**) Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática sub-quente, de acordo com o mapa
oficial do IBGE.
(***) Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de acordo com o mapa
oficial do IBGE.
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LIMITES DE TOLERÂNCIA

O Clima quente e subquente equivale


ao Equatorial e ao tropical.

O Clima mesotérmica equivale ao


subtropical, o qual situa-se abaixo do
Trópico de Capricórnio.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

As ocupações com maior risco de exposição ao frio são


aquelas que expõem os trabalhadores em câmaras
frigoríficas, trabalhos a céu aberto no clima frio, nos serviços
de refrigeração, entre outros. E o primeiro sinal de lesão por
frio é uma sensação aguda de pontada, adormecimento e
anestesia dos tecidos atingidos.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

A necrose por frio pode produzir desde uma lesão superficial


com mudança da cor da pele, anestesia transitória, gerando
até o congelamento de tecidos profundos com isquemia
persistente, trombose, cianose profunda e gangrena.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA
De acordo com a exposição (tempo e temperatura), pode-se
ter lesões congelantes e não-congelantes (hipotermia).
a) Hipotermia: é onde todo o corpo esfria até uma
temperatura potencialmente perigosa. A hipotermia atinge,
principalmente, pessoas muito idosas ou muito jovens
expostas ao ar frio (ventos) ou imersão em água fria. Os
sintomas são graduais e sutis, determinando movimentos
lentos e desordenados, confusão mental, alucinações, perda
da consciência e até a morte por parada cardíaca e
respiratória.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

b) A geladura: é o congelamento parcial das partes da pele


que congelam, sofrem lesões superficiais, mas não são
lesadas de modo permanente. As áreas congeladas da pele
ficam brancas e firmes e, em seguida, edemaciadas
(inchadas) e dolorosas. Posteriormente, a pele pode
descamar como ocorre nos casos de queimadura solar.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

c) Congelamento: é quando alguns tecidos do corpo são


realmente destruídos. As mãos e pés expostos são as
partes mais vulneráveis. A lesão causada pelo
congelamento é consequência da diminuição do fluxo
sanguíneo e da formação de cristais de gelo nos tecidos. No
congelamento, a pele fica hiperemiada(vermelha),
edemaciada (inchada) e dolorosa e, em seguida, preta. As
células nas áreas congeladas morrem. Dependendo da
extensão do congelamento, o tecido afetado pode
recuperar-se ou pode gangrenar.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

Para trabalhos em ambientes internos, é importante que


sejam seguidas as seguintes orientações.
a) Para trabalhos de precisão com as mãos descobertas por
períodos superiores à faixa de 10 a 20 minutos em um
ambiente com temperatura inferior a 16°C, devem ser
adotadas medidas para manter as mãos dos trabalhadores
aquecidas. Isto pode ser feito por meio de jatos de ar quente
ou placas de contato aquecidas.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

b) Em temperaturas inferiores a -1°C, as partes metálicas e


de controle manual devem ser cobertas com material
isolante térmico.

c) O uso de luvas é necessário sempre que a temperatura


cair abaixo de 16°C para atividades sedentárias; 4°C para
trabalho leve; -7°C para trabalho moderado, quando não for
necessária destreza manual.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

d) Para temperaturas inferiores a 2°C, é necessário que os


trabalhadores que entram em água ou tenham suas
vestimentas molhadas por conta da atividade, troquem as
mesmas de imediato, além de ser preciso tomar os
cuidados necessários para a não ocorrência de hipotermia.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

e) Deve-se utilizar luvas anticontato quando as mãos estão


ao alcance de superfícies frias (temperaturas inferiores a
-7°C).

f) Se a temperatura for inferior a -17,5°C, as mãos devem


ser protegidas com mitenes. O controle de máquinas e
ferramentas deve ser projetado para permitir sua
manipulação, sem necessidade de remover os mitenes.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

g) Quando o trabalho é realizado em ambientes com


temperaturas abaixo de 4°C, deve ser fornecida proteção
adicional de corpo inteiro. Os trabalhadores devem utilizar
roupa protetora adequada para o nível de frio e atividade
exercida.
h) Não deve ser permitida a exposição continuada de
qualquer parte da pele do trabalhador quando a velocidade
e a temperatura resultarem em uma temperatura
equivalente de -32°C.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA
i) Se o trabalho é realizado em temperaturas abaixo de -7°C
e o ambiente externo também apresentar baixas
temperaturas, é necessário a disponibilização de
microambientes aquecidos, como sala de repouso, cabines,
barracas ou outros para a recuperação térmica. Os
trabalhadores devem ser incentivados para a utilização
destes locais a intervalos regulares, com a frequência,
variando conforme a temperatura de exposição
ocupacional.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

j) Dotar os locais de repouso de salas especiais para


secagem das vestimentas, sempre que a atividade resultar
em encharcamento ou umedecimento das mesmas.
k) Se as roupas disponíveis não forem suficientes para a
proteção contra hipotermia ou enregelamento, o trabalho
deve ser interrompido até que as roupas sejam
providenciadas ou que o ambiente seja melhorado nas suas
temperaturas.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA

* Onde consta “para trabalhos não emergenciais”


leia-se “Parar trabalhos não emergenciais”

Edem Góes de Magalhães - Eng. Eletricista e Eng. Seg. Trabalho - edem.magalhaes@senaimt.edu.br


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MEDIDAS DE CONTROLE

Na seleção de pessoal para


execução de trabalhos em locais de
frio intenso, devem-se realizar
exames médicos pré-admissionais
para se conhecer o histórico
ocupacional do indivíduo e saber se
é portador de diabetes, epilepsia, se
é fumante, alcoólatra, se já sofreu
lesões por exposição ao frio, se
apresenta problemas no sistema
circulatório etc.

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MEDIDAS DE CONTROLE

Tais trabalhadores em hipótese alguma deverão se expor a


trabalhos sob frio intenso.

Rotineiramente deverão ser realizados exames médicos


periódicos para controle e verificação com antecedência de
problemas ou ruídos da exposição ao frio.

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Educação e treinamento

Todo trabalhador que for executar atividades sob frio


intenso deverá ser instruído sobre o risco de atividades
nessas condições, bem como treinado quanto ao uso de
proteções adequadas (vestimentas, luvas etc.) e rotinas de
trabalho (tempo/local de trabalho x tempo/local de
descanso).

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Cálculo de frio
M+C+R+E=S

Onde:
M = calor produzido pelo metabolismo
C = calor ganho/perdido por condução/convecção
R = calor ganho/perdido por radiação
E = calor perdido por evaporação
S = calor no núcleo do organismo

Um trabalhador de câmara frigorífica perde 0,4°C por


radiação, ganha 0,2°C por condução das roupas e perde
0,3°C por evaporação. Sabe-se que o calor produzido pelo
metabolismo do operador é de 37°C. Qual o calor no núcleo
do corpo deste trabalhador?

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Cálculo de frio
Um trabalhador de câmara frigorífica perde 0,4°C por
radiação, ganha 0,2°C por condução das roupas e perde
0,3°C por evaporação. Sabe-se que o calor produzido pelo
metabolismo do operador é de 37°C. Qual o calor no núcleo
do corpo deste trabalhador durante a atividade?
Solução:
S = M±C ± R ± E

S = 37 – 0,4 + 0,2 – 0,3


S = 37 + 0,2 – 0,7
S = 36,5°C ( limite aceitável 36°C a 37°C)

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OBRIGADO

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