You are on page 1of 15
7 Meios Corrosivos Neste capftulo, so apresentados os meios corrosivos mais freqienterente encontrado: atmosfera guas natrais. solo © produtos quimicos e, em menor escalu alimentos, substncias fundidas, solvents orgdnicos, maderase plésticos Deve-se destacar a importineia que representa natureza do meio corrosivo que se encontra na imediata proximidade da superficie metiien,' Assim, por exemplo, no caso de trocadores ou permutadores de calor, o meio corrosive vai apresentar uma temperatura mais elevada ma parte em contatoimediato Goma superficie metalica dos tubos. Tal fato pode acarretar uma de~ composigdo, nesta regio, dos proditos usados para tratamento da gua, como no caso do poifefatos que, por elevagie de tem peratura,sofrem reversio para fosfatos, podendo depositar nos tubos fosfato de céleio, Ca,(PO,), Ouro exemplo que evidencia a importncia do meio na imediata proximidade da superficie metlica€o casodo cresimento do pte por ago autocataliia, conforme apresentado no Cap. 5.-evidente. amb, que no caso deo material metiicoreagircom o meio cortosivoc formar uma pelicula pasivadora, essa irdinfluenciar na posterior ado eor- rosiva do meio 7.1 ATMOSFERA. A importincia da atmosfera, como meio c confirmada pelo grande ndmero de publicagse: cionadas com ensaios de corrosio utilizando diferentes materi- ais metalicos e prolongados periodos de exposicio, nos mais diferentes paises, No Brasil, Vianna’ e Dutra’ realizaram ensai os em diferentes regides, Kajimoto Zehbour, Almeida e Siquei- ra‘ realizaram ensaios de corrosio atmostérica com corpos de prova de virins materiaie, am diferentes regides do Estado de S30 Paulo. Araujo* realizou ensaios em diversas regides do Brasil, em areas rural, marinha, urbana e industrial, usando corpos de prova de ago carbono, zinco, cobre, aluminio e ago patinavel. Pannoni e Marcondes® estudaram 0 efeito da composigio quimica de liga de ago sobre 0 comportamento frente & corrasio atmos- férica, Em decorréncia do custo elevado das perdas por corrostio ‘atmosférica, estimado em cerca da metade do custo total, esti sendo desenvolvido o projeto "Mapa Thero-Americano de Cor- rosividade Atmosférica’” com o objetivo de caracterizar e clas sificar a corrosividade atmosférica de diversas estagdes de en- saio distribuidas pelos paises da comunidade ibero-americana, Os EUA implementaram programa de 10 anos de pesquisa, ‘The National Acid Precipitation Assessment Program (NAPAP)} para aumentar os conhecimentos de causas ¢ efeitos de precipi tagio dcida ou deposigao atmosférica, Estabeleceram como ete pa inicial estudos envolvendo: * poluentes — éxidos de enxofte, dxidos de nitrogénio, ozénio © particulados; ‘+ materiais — estatuas ¢ estruturas de valor cultural, metais ¢ ligas, tintas, plastics, concreto, mdi more e granite + questdes a serem consideradas: — agio da deposigdo dcida e poluentes associados na deter oragdo dos materia: — taxa de danos nos materiais especificado distribuigdo geografica dos materiais suscetiveis oragio; valor econdmico dos danos: — protecdo apropriada ¢ estratégias de redugao. deter Paises europeus estabeleceram programa de exposigio durante ito anos para quantificar os efeitos de poluentes atmostéricos em metais estruturais, marmore, revestimentos com tintas ¢ con tatos elétricos.” ‘A ago corrosiva da atmosfera depende fundamentalmente dos fatores: umidade relativa; substancias poluentes — particulados e gases: comperatura: tempo de permanéncia do filme de eletrélito na superficie metilica. Além destes fatores devem ser considerados os fatores climatit 0, como: intensidade diregio dos vento, variagdes ciclicas de tem peratura e umidade, chuvas e insolago (radiagées ultraviolet, Shreir'” classifica a corrosie atmosfériea, em funcao do pra de umidade na superficie metilica, em seca, imida e molhada A corrosao atmosfériea seca ocorre em atmosfera isenta dl lumidade, sem qualquer presenga de filme de eletrolito na super| ficie metilica. Tem-se uma lenta oxidagdo do metal com forma- fo do produto de corrosio, podendo o mecanismo ser conside- rado puramente quimico: caso do tarnishing, escurecimento de prata ou de cobre por formagao de Ag.S e CuS, respectivamen- te,devido a presenga de gas sulfidrico, H,S, na atmosfera ou meio ambiente. A corrosio atmosférica timida ocorre em atmosferas com umidade relativa menor que 100%. Tem-se um fino filme de ele- tudlto, depositado na superficie metilica, e a velocidade do pro- «ces80 corrosivo depende da umidade relativa, poluentes atmos- {iticos e higroscopicidade dos produtos de corrosao, Na corrosio atmosférica molhada, a umidade relativa esti perto de 100% e ocorre condensacao na euperficie metalica, oh- servando-se que a superficie fica molhada com o eletr6lito, como, por exemplo, chuva e névoa salina depositadas na superficie metilica 7.1.1 Umidade Relativa A influéncia da umidade na agao corrosiva da atmosfera € sventuada, pois sabe-se que o ferro em atmosfera de baixa umi- dade relativa praticamente nao sofre corrosdo: em umidade rela tiva em torno de 60% 0 processo corrosivo € lento, mas acima de 10% ele é acelerado. A umidade relativa pode ser expressa, pela relago entre 0 teor de vapor d’égua encontrado no ar € 0 ‘eor maximo que pode existir no mesmo, nas condigies conside- radas, ou entio pela relagdo entre a pressio parcial de vapor T | 3 AUMENTO DE PESO (gid? a aT) UMIDADE RELATIVA (0) \ Influéncia do dibxido de enxofre na ago corrosiva da atmosfera MEIOS CORROSIVOs 51 x0] iy AUMENTO DE PESO (meld Dias Fig 7.2 Curvas da influéncia de didxido de enxotfte &carviao na corto: sdo atmosférica "gua no ar € a pressio de vapor d’égua saturado, na mesma temperatura; ela & expressa em porcentagem. Vernon’! verificou a répida accleragao do processo corrosive ‘quando a umidade atingia um valor eritico, o que chamou de umidade critica, definida como a umidade relativa acima da qual © metal comega a corroer-se de maneira aprecidvel. Se além da umidade houver também a presenga de substincias poluentes, ‘evidentemente que a velocidade de vorrosao € acelerada. Assim a Fig. 7.1 mostra acorrosio do ferro em funcao da umidade rela. tiva da atmosfera contendo 0,01% de SO, durante 35 dias de exposicao. A Fig, 7.2" evidencia a agio corrosiva devido & presenga conjunta de carvao e didxido de enxofre: a curva (1) representa a presenga de carvao, a curva (2) representa a presenga de didxi do de enxofre e a curva (3) representa a ago conjunta de carvao € didxido de enxofre. A agao corrosiva & mais severa quando se tem carviio, sob a forma de fuligem. e didxido de enxofte, devido ao poder de ad- sorgiio por gases apresentado pela fuligem (carbono finamente dividido), O carbono adsorve éxidos de enxofre, retendo-0s, em contato com 0 material metilico, e tendo-se, entio, a formagio de Acido sulfirico e conseqiiente corrosio. A Fig. 7.3, resultante de observagics de Preston ¢ Souval,!* evidencia a influéncia da deposigio de particulas de cloreto de sédio nas superficies de ferro em diferentes valores de umidade relativa (UR): As curvas evidenciam que a corrosio, mesmo em presenga de cloreto de s6dio, s6 se torna acentuada com a elevagao do valor da umidade relativa (UR). 52 CORROSAO Curvas UR (%) ay 38 Q) 70 @) 80 rh 89 (3) 94 © 7 z Dias 7.3 Curvas relacionando umidade relativae cloreto de sé. 7.1.2 Substancias Poluentes Particulados As particulas sdlidas, sob a forma de poeiras, existem na at- mosfera e a tornam mais corrosiva, porque pode-se verificar: + deposigdo de material ndo-metilico, como silica, SiO, que, embora nio atacando diretamente o material metalico, ctiacon- digdes de aeragio diferencial, ocorrendo corrosio localizada embaixo do depésito (as partes sujeitas & pocira so as mais, atacadas em pecas estocadas sem nenhuma protegi0) + deposigio de substincias que retém umidade, isto é, sao higrosedpicas ou deliqiiescentes, acelerando 0 processo corrosi- vo, pois aumentam o tempo de permanéncia da égua na superfi- Lic iietaliva, purlendy-se cites Cony cacinplus U clureiw ue ca cioc ocloreto de magnésio, que so substancias deliqescentes, € 0 Oxido de cilcio: + deposigao de sais que sio eletrdlitos fortes, como sulfato de aménio (NH,).SO, proveniente da reagdo entre amonia, NH. © dxidos de enxofie, presentes na atmosfera 2NH, + SO; + H,O + 1/20, > (NH,),SO, e cloreto de s6dio, NaCl — a maior ago corrosiva de atmos- {eras marinhas deve-se a deposigo de névoa salina contendo sais como NaCl cloreto de magnésio, MgCl + deposigao de material metélico — se © material metdlico de- positado for de natureza quimica diferente daquele da superfi cie em que estiver depositado, poder ocorrer formagio de pilhas de eletrodos metilicos diferentes, com a conseqiiente corrosio galvanica do material mais ativo; + deposicao de particulas s6lidas que, embora inertes para 0 ‘material metalico, podem reter sobre a superficie metilica gases, corrosivos existentes na atmosfera— caso de particulas de car- vio que, devido ao seu grande poder de adsorgao, retiram ga ses de almosferas industriais, os quais, com a umidade, formam, substincias corrosivas como, por exemplo, dcidos sulfirico, nitrico e sulfidrico, Gases ‘Além dos gases constituintes da atmosfera, prineipalmente oxigénio e nitrogénio, so frequentemente encontrados mondxi- do de carbono, CO: di6xido de carbono, CO, oz8nio, Os difxir do de enxofre, SO.:iridxido de enxofre, SO,: mondxide de ni trogénio, NO; didxido de nitrogénio, NO.:e. em sreas mais lo- calizadas, gis sulfidrico. H.S: am@nia, NH ; cloreto de hidroge: nio, HCI; fuoreto de hidrogénio, H.Fs:e coro, Cle, Embora aja predominancia e maior freqincia de ocorréncia dos gases citar dos, sio encontradas referéncias de corrasio de cabre devido a pre- senga de scidos organicas, como 0 dcido acético, na atmostera. A presenga desses gases esti evidentemente associada aos diferentes tipos de industria, bem como aos combustiveis wil zados. Assim, &c enga dos que se seguem. O gas carbonico, ou didxido de carbono, juniamente como mondxido de carbon. sto normalmente originados da queima de combustiveis, como os hidrocarbonetos (gasolina, dleo) & carvo, Em temperaturas normalmente encontradas em atmos feras ambientais, eles nao costumam ser corrosivos para as ma teriais metalicos. embora o gis carbénico forme com gua o dei- do carbonico, H.CO.. que € um scido fraco, Esse dcido,reagin: do com alguns metais, como 0 zinco, forma carbonato bisico de Zinco, que € insolvel, protegendo o metal. Entretanto, gis car bonico e umidade ocasionam a earbonatagio de coneteto.res- ponsével pela deterioragdo desse material Oozdnio é prejudicial paraelastomeros, como borracha, que sob a agdo prolongada desse gs softe oxidagio, perdendo sua clastcidade e chegando a ficar quebradiga O didxido de emxofre. SO,.e 0 tridxido de enxofre, SO,, sio ‘os mais freqtlentes constituintes corrosivos de atmosferas indus- tris, em razio de as indistrias usarem éleos combustiveis con- tendo geralmente 3.4% de enxofre, Esses gases formam, coma Lumidade presente no ar. respectivamente, Scido sulfuroso e éci- do sulfrico, justificando o fato de as atmosFeras industrais se- rem bastante corrasivas: SO, HO = 180, SO, + HO HSO, SO, + 1/20, + HO H.S0, Exses gases podem ser originados também da queima de ga soli, de gases residuais de refinarias e de carvdo contendo en- xofre, podendo-se, para se ter uma idgia da intensidade do pro blema, citar Khrgian," que diz que. considerando-se uma deman- dia anual e mundial de I bilhdo de toneladas de carvéo, pode-se aadmitir que cerca de 20 milhes de toneladas de $O- sto langa das por ano na atmosfera. Pode-se citar tamhem aobservcho de Pourbaix:2 cada ano, 750 mil toneladas de dcido sulirico pro- venientes da queima de carvao caem em Londres, quantidade capaz de dissolver completamente 400 mil toneladas de ferro. As usinas térmicas que usam carvo mineral, que em geral tern en xofre sob a forma elementar ou sob a forma de sulfeto de ferro, FeS, (pirta), também so responsiiveis pela presenga de Gxidos de enxofre na atmosfera, A conhecida chuva icida, responsivel pela corrosdo em estruturas metdlicas e em conereto, deve-se 2 presenga, com maior freqiiéncia, de dxidos de enxolre, SO,, € 6xidos de nitrogénio, NO,.. Com 0 aumento do emprego de gas natural, como combustivel em indkstrias e em veculos automo. tivos, hveré diminuigdo da agressividade atmosférica, devido aos 6xidos de enxofre, pois esse gas ndo tem praticamente derivados deenxofre. (Os éxidos de nitrogénio, NO ¢ NO.. cuja principal origem é ‘a exaustio de vefculos automotivos, podem ainda resultar da ‘combinacio de nitrogénio e oxigénio almosféricos, por meio de descargas elétricas. Esses Sxidos do lugar a formagio de dcido aitrico: 4NO +30, +2H.0 — 4HNO. 4NO, + 0; + 2,0 4HNO, O gis sulfidrico, H.S, nas atmosferas proximas as efinarias de petrdleo, mangues e pintanos, 60 gas responsaivel pelo escu: recimento do cobre, ou de suas ligas, pois hi formagao de sulfe- tode cobre preto, CuS; aparecimento de coloragio amarela, em materiais com revestimento de cidmio, devido a formagao de sulfeto de cddmio, CdS: decomposigao de revestimentos com tints & base de 2arcio. Sxido de chumbo, Pb,O., que ficam pre- tas devido & formagao de sulfetos de chumbo, PbS: escureci- mento de contatos teletOnicos ou de equipamentos de telecomu- icagdes de prata devido formagao de sulfeto de prata, Ag.S. prejudicando o funcionamento dos mesmos, Por isso, em conta {os 0u equipamentos de maior importancia, sd0 usados contatos de ouro ou revestidos com rédio. ‘Aaménia, NH,, ocorre nas atmosferas vizinhas as fabricas, de fcido nitrico, HNO, e de uréia, OC(NH,)., que usam aménia como matéria-prima,e de fertilizantes, pois estas geralmente tém. inidades de fabricago de aménia. que ¢ usada para posterior {abricagdo de fetlizantes, como 0 sulfato de aménio, (NH,);SO, ‘fosfato mono ou diaménio, NH.H,PO, ou (NH,}HPO,. Deve- se vitar,nessas regides, a presenga de instalagdes de cobre ou suas ligas, pois so bastante atacadas pela agio conjunta de amd- nia, oxigénio e agua Odloreto de hidrogénio, HCI(z). esta presente nas proximi dades de fabricas de PVC (cloreto de polivinila), que o utilizam como matéria-prima, em contato com a umidade atmosférica forma dcido cloridrico, forte agente corrosivo. Ofluoreto de hidrogénio esta presente nas proximidades de {bricas de fertlizantes. Geralmente, a matéria-prima dessas fa ‘bricas, que € apatita — fosfato de calcio. Ca(PO,),—. tem como impurezas cloreto€ tiuoreto de calcio, Cath; Cay, Quando & apatita € tratada com acido sulfirico, para obtengao de superfosfato, ocorre o desprendimento de HCI(g) € HF(g). pro vetientes respectivamente do cloreto e do fluoreto de céleio. Esses gases, em presenga da umidade. Formam os respectivos fkidos cloririco efluoridrico, que sio agentes corrosivos, sendo que 0 dcido luoridrico ataca também materiais vitrosos, Ocloro, Ci, pode ser encontrado nas proximidades de fabri cas de soda céustica, NaOH. Nessas fabricas, ocorre a eletrlise éesalmoura, solucdo concentrada de cloreto de s6dio, obtendo. te sda cfustica, hidrogénio e cloro. Havendo deficiente contro- MEIOS CORROSIVOS 53. le da emissio de gases, a atmosfera pode ficar polufda com cloro que, reaginda com a umidade atmosférica, formar dcido clori- drico. O cloro poder, ainda, ser originado de estacdes de trata mento de dgua, que o usam para controle microbioligico, e de fbricas de celulose, que o usam para branqueamento, 7.1.3 Outros Fatores Quanto 20s outros fatores que podem influenciar a ago cor- rosiva da atmosfera, € preciso considerar ainda + a temperatura — se for elevada, ira diminuir a possibilidade de condensagio de vapor d°égua na superficie metilica ca ad- soredo de gases, minimizando a possibilidade de corrosio. + o tempo de permanéncia do filme de eletrdtito na superficie metilica — é evidente que, quanto menor esse tempo. menor .ag2o corrosiva da atmosfera, Os fatores climiticos podem ter ‘grande influéncia nesse caso; as chuvas podem ser benéficas. solubilizando os sais presentes na superficie metilica e reti- rando-os da mesma; mas, se houver frestas ou regives de tagnagiio, as solugdes dos sais podem ficar depositadas e au- mentam a condutividade do eletrélito, acelerando 0 processo corrosivo. Correia e colaboradores,'*estudando a agressivida- de atmosférica da cidade de Fortaleza, em 1989-1990, verifi- caram que nos meses de fevereiro a abril, de maior indice pluviométrico, a taxa de corrosio atmosférica devida a névoa salina foi menor do que nos outros meses: + os ventos — podem arrastar, para as superficies metilicas, agentes poluentes e névoa salina; dependendo da velocidade da diregdo dos ventos, esses poluentes podem atingir instal ‘gdes posicionadas até em locais bem afastados das fontes emis- + as variagdes ciclicas de temperatura e umidade — em fungao das estages do ano, pode-se ter uma ago mais intensa desses fatores climsticos; em certos pafses, aumenta muito o teor de SO, durante 0 inverno, devido & maior queima de carvo para alimentar os sistemas de aquecimento, ocasionando maiores taxas de corrosio: + insolagdo (raios ultravioleta) — causa deterioragdo (caleina- do ou empoamento) em peliculas de tintas & hase de resina ep6xic em PRFV (plistico reforgado com fibra de vidro. como poliéster reforgado com fibra de vidro) e ocasiona ataque no material pléstico. Devido a possibilidade de tal ago destruti- va de radiagdes ultravioleta, S20 usados, nas formulagdes de PREV, aditivos resistentes a essas radiagées ou revestimentos, com tintas nos equipamentos sujeitos a insolagio, No caso de revestimentos, de estruturas metdlicas ou equipamentos, ex- postos a insolacdo, recomenda-se 0 uso de tintas a base de re- sina poliuretinica, que sfo resistentes & radiagao UV. Porle.se, apis aprosentar as Fate aig influentes na agin corrosiva da atmosfera, explicar a razao pela qual Hudson" clas- sificou as diferentes atmosferas segundo a corrosao relativa de ago carbono em: Atmosfera Corrosao relativa Rural seca 1-9 Marinha 8 Industrial (marinha) 50 Industrial 65 Industrial, fortemente poluida 100 54 CORROSAO Compreende-se perfeitamente a avaliagao da atmosfera indus; trial fortemente poluida, pois a mesma pode conter eletrdlitos diversos ¢ umidade relativa elevada, além da presenga de SO; € SO) resultantes da queima de combustiveis (6leos, carvo, gases residuais) com altos teores de enxofre. 7.1.4 Corrosio Atmosférica de Ferro, Zinco, Aluminio e Cobre Dependendo do material metilico, do meio corrosivo e dos poluentes presentes, os processos corrosivos serdo mais rdpidos © 08 produtos de corrosdo apresentario caracteristicas inerentes cada tipo de atmosfera ede material metilico, Como ferro, 2in- co. aluminio e cobre sto materiais metdlicos mais utilizados em estruturas, equipamentos ¢ instalagdes externas, sio apresenta- ddas a seguir algumas consideragdes sobre a corrosao atmostéri- cca desses metais. Ferro A natureza do produto de corrostio atmosférica vai depender das substancias poluentes existentes no ar, e como os xidos de enxofire so os poluentes mais frequentes em atmosferas indus- triais c os principais responsdveis pela corrosio de ferro ou suas ligas nessas atmosferas, procura-se explicar a origem dos mes- mos bem como o mecanismo de sua ago corrosiva, O diéxido de enxofre, SO,,€ originado principalmente da quei- ma de 6leos combustiveis ou de carvao contendo enxofre e, em ‘menorescala, da queima de gasolina e gases residuais de refinarias ‘ou coquerias contendo também enxofre ou seus derivados. Os ga- ses provenientes da combust2o sto langados na atmosfera ¢ 0 SO; pode ser parvialmente oxidado a tridxido de enxofre, SO, SO, + 1/20, S0, sendo esta reagio catalisada por metais, 6xidos metélicos (como © pripria Fe,0,)” ou por acso fotoquimica, onde a luz ativa 0 SO, permitindo sua oxidagao a SO, (Os éxidos formados reagem com a umidade atmosférica, trans- formando-se em dcidos sulfuroso e sulfiirico, H,S0,e H,SO,, ‘como ja vist, Em atmosferas contendo 6xidos de enxofre e 6xidos de nitro: génio, a corrosdo do ago carbono é severa, Pode-se admitir ag30 catalitica dos éxidos de nitrogénio, acelerando a formagio de cido sulftrico, segundo as proviveis reagbes: 280, + NO + NO, + 0, + HO > 2NOHSO, 2NOHSO, + H,O + 2H,SO, + NO + NO; Pode-se explicar a agdo corrosiva destes bxidos ou cides por meio das reagGes apresentadas a seguir: 2 Fe + 2H,SO,— FeS + FeSO, + H,O Fe + HSO,— FeSO, + Hy 2 Fe + 2H.SO, + O, — 2FeSO, + 21 2 FeSO, + 1/20, + HSO,—> Fe(SO,), + HO OFeSO,, sulfato de ferro (II) ou sulfato ferroso, eo Fe(SO.), sulfato férrico ou sulfato de ferro (III), podem reagir com a dgua sofrendo hidrélise e formando novamente dcido sulfurico FeSO, + 2H.0 > Fe(OH), + H,S0, Fe(SO,), + 6H.0 + 2Fe(OH), + 3H,S0, dcido sulfirico formado torna a atacar o ferro, justificando ‘aagao corrosiva acelerada em atmosferas industriais devido aeste processa ciclico de regeneragao do H,SO, Schikorr" apresenta a seguinte possibilidade de ataque Fe + SO, + 0, + FeSO, tem que 0 sulfato ferroso softe hidrélise 2FeSO, + 1/20, + SH,O > 2Fe(OH), + 2H.SO, © 0 dcido sulfirico ataca novamente o ferro 2Fe + 2H.SO, + 0, 2 FeSO, + HO O FeSO, eo Fe(SO,), podem, nas reagdes de hidrélise, for- ‘mar sulfato basico de ferro, insoliivel, FEOHSO, 2FeSO, + H.O + 1/20, + 2FeOHSO, Fe(SO,), + 2H,0 + 2FeOHSO, + H,SO, Pode-se concluir que se 0 fon SO} nao for removido gradualmente por lixiviagio, por retirada do produto de corrosio ou por formagao do sulfato basico de ferro insoli- vel. 0 processo pode se tornar ciclico, pois o écido sulfirico, recuperado nas reagdes de hidrdlise, retorna a0 processo cor: rosivo formando uma infinita quantidade de produtos de corro silo, Evans? chama de ciclo de regeneragio dcida o mecanis- mo. jé apresentado, no qual uma molécula de didxido de enxo- fire pode produzir muitas moléculas de ferrugem, Afirma, ain- da, que a presenga conjunta de ferrugem, Fe(OH), ou FeOOH € Sulfato ferroso, FeSO,, na superficie metalica, cria condi: ges para um mecanismo diferente do apresentado, envolven do reagdes anddicas e catédicas em diferentes pontos. Ele cha- ‘ma este mecanismo de “cielo eletroquimico”, apresentando as reagdes: + reagio anédica Fo Fe" +20 + reagtio catédica Fes + 8FeQOH + 2e + 3Fe,0, + 4H.0 + reoxidagdo imediata da magnetita pelo oxigénio do ar 2Fe,0, + 1/20, + 3H,0 > 6 FeOOH Como 4 afirmado, no caso de atmosferas contendo 6xidos de enxolre e mitrogemio, a corrosdo do ago carbono é severa; entre- tanto, onde s6 ha 6xidos de nitrogénio, ela € pequena, talvez devido 2 pouca formagao de dcido nitrico ou a ago inibidora de nitrite, NO; resultante da reago 2NO, + HO 2H* + NO; + NO; No caso de atmosferas marinhas, 0 poluente encontrado em ‘maior quantidade € 0 NaCl que, por ser um eletrolito forte, ori gina um processo corrosivo acentuado, e 0 produto de corrosio| do ferro vai conter também cloreto de ferro (III), que & muito solivel em agua e muito corrosiva, pois se hidrolisa formando cide cloridrico 2FeCl; + 3H.O > Fe,0, + 6HCL podendo:se encontrar, no produto de corrosio, cloreto bisico de ferro, Fe(OH),Cl, insohivel FeCl, + 2H,O— Fe(OH),Cl + 2HCL ‘A composigdo da ferrugem vai depender. além da composi- 80 da atmostera, da composigao do material metilico. Assim. no caso de material ferroso, existem os elementos comuns como {efor silicio, arbono, enxofre e manganés. Destes, 0 manga- 1nése 0 enxofre podem participar da composigdo da ferrugem: 0 mangenés formando sais bésicos insoltiveis e dando, portanto, ‘eta protegdo, ¢ 0 enxofre sendo oxidado a sulfato, no ocasio- nando nenfiuma protegao. Ocromo, niquel e cobre também sdo benéficos, quando adi- cionados em ligas, por formarem sais bisicos insoldveis. s chamados acos patinaveis ou aclimaveis (weathering sel), conhecidos pelos nomes de COR-TEN. SAC, COS-AR- COR e classificados como ASTM-A 242 sao aqueles que dentro decertas circunstncias se recobrem de uma ferrugem protetora, itando assim a aplicagdo de tintas ou revestimentos. Esses agos sio de baixa liga, ¢ embora nio tenham resisténcia & corrosio como ado ago inoxidavel ou do ago de alta liga, apresentam uma resisténcia maior & corrosio atmosférica que 0 ag0-carbono. Essa maior resistencia se deve a0 fato de que durante o periodo inici- aldecorrosio atmosférica hi formagio de ferrugem e, a0 con- trio do ago carbono. essa ferrugem tende, aps algum tempo, 2 seestabilizar:o filme de Gxido é muito denso, e nem a figua nem oorigénio podem atravessé-lo, cessando, partanto,a corrosio do a0. Esses agos vém sendo muito usados em construgies de ed ficios, pontes, viadutos, monumentos & vagies de estradas de ferro, sem que haja necessidade de pinti-los: apés o periodo de estbilizagao da ferrugem, cerca de um a dois anos, 0 ago fi- a.com uma coloragio castanho-escura caracteristica da fer- rugem desse tipo de ago. Para desenvolver a camada proteto- rales devernficar expostos alternadamente a periodos de mi dade ¢ de secagem. Daf no apresentarem resisténcia & corro- slo quando estiverem sempre timidos ou sujeitos & imersio emsolupdes aquosas de eletrlitos.” Esses agosresistem a atmos- ferasruras, urbanase urbanas industriais, mas as atmosferas ma- rinhas sfo agressivas porque a alta umidade e os teores eleva- dos de sais ndo permitem a estabilizago dos agos, obrigando ‘esse e480 & pintura dos mesmos para uma duragdio mais prolon- ada, MEIOS CORROSIVOS 55 (Co, Cre CONCENTRADOS NESTA REGIAO) ACO PATINAVEL AGO-CARBONO Fig. 74 Estruturas de Sxidos no ago patindvel e no ago carbono, Addmite-se que a maior resisténcia desses agos & corrosio at mosférica esteja relacionada com 0s seguintes itens’ + a ferrugem formada sobre esses agos & constituida essencial- mente de uma camada externa nio-protetora, porosa (em ge- ral, y-FeOOH e Fe,O,) e de uma camada interna protetora, amorfa e densa, basicamente constituida de 0-FeOOH: (0s elementos cobre, cromo ¢ fsforo esto concentrados na camada densa, que € amorfa. As estruturas de Gxidos no ago patindvel e no ago comum sao apresentadas na Fig. 7.4::* hd formacao de sulfatos basicos de cobre insoliiveis, como CuSO,.3Cu(OH), € CuSO,.2Cu(OH),, diretamente na super- ficie do ago, vedando os poros da camada de ferrugem: possibilidade da existéncia de pelicula de cobre sobre 0 aco. em decorréncia da redeposi¢ao de fons cobre dissolvidos: © fdsforo pode formar barreira de fosfato insohivel,dificultando o transporte iénico, © comportamento dos agos patinsveis,em presenga de stmos- feras poluidas com SO:, & methor do que em almosferas isentas de SO., como as rurais. Miranda verificou que 0 SO, ativa a formagao de goetita,c-FeOOH, protetors. Os elementos Cv, P, Cre Si também favorecem esta formagak Ago patinavel contendo 0,02-0,03% de nibio, Nb, além de pequenas quantidades de cromo e cobre, vem sendo desenvlvi- ddo com boa resisténcia & corrosio atmosférica, E conhecido com nome de NIOCOR. ‘A Tabela 7.1 apresenta a composig&o tipica de alguns agos patinaveis para comparago com a do ago-carbono. Em decorréncia da agressividade atmosférica, equipamentos e estruturas de ago-carbono devem ser protegidas, sendo usual 0 emprego de revestimentos com tintas de alto desempenho como aquelas a base de resinas poliuretana, vinilica, ep6xi, acriica ou A base de silicato inorginico ou orgdnico de zinco. Os agos patinéveis ou aclimaveis quando usados imersos ou sujeitos &agao direta de névoa salina necessitam também de pro- tego com revestimento de tntas TABELA 71 ‘Composigio Ago —— ¢ Mn P Simdx) Siu o Ni Ti_Nb GRTENA 02min) 020080 GOTOIS 00S Gas075 OIs05) ODIR Osman) — =e CORTENB (LOD 480-135 Osim) O08) —O:ISI.0 12 oxo. oos010 ORTENC — 12019 90-135 HOLM) 0080 OSSD 030.070 oosoio SACS0-1i2imixy S09) "OOGOID” O03 O35 ” = isin) GosaRcor all 098 oor mu? Oa) 0s) ae oot cok 02 03670828308 = a0 AQOCARBONO 0.16 sos) 56 CORROSAO Zinco 0 zinco é muito usado em revestimento, como no ago galva- nizado, que € bastante utilizado em componentes de linhas de ‘ransmissio, em chapas para recobrimento ou tapamento lateral de instalagies industrias, em tubos usados como eletrodutos, em, ‘componentes de sistemas de telefonia e de transmissio de cor- rente elétrica e em silos para armazenamento de cereais em are- as agricolas. Quando 0 ago galvanizado & exposto a atmosferas nao-polufdas, hi a formagao de Sxido de zinco, ZnO, ou hidrd- xido de zinco, Zn(OH);, que sob agdo do g4s carbonico, CO;, existente na atmosfera, forma o carbonato bisico de zinco, inso- Nivel. 3Zn(OH)..ZnCO,. Fsses compnsias, que sia heancos, re cobrem a superficie de zinco, e tém caracteristicas protetoras, Entretanto, em atmosferas poluidas, principalmente com produ 10s deidos, como éxidos de enxofre, o zinco sofre severa corto: io de acordo com as possiveis reagdes Zn + SO, + 0, Zn80, 2Zn + 280, + 0,» ZnSO, 3Zn + SO,» ZnS + 2Zn0 ZnO + SO, > ZnSO, ZnO + SO; + 1/20, > ZnSO, Zn(OH), + SO, + 1/20, ZnSO, + H.0 Se o teor de SO, nao for elevado, poderd ocorter a formagao de sulfato biisico de zinco, xZnSO,.yZn(OH), insolivel, que di ‘minui a taxa de corrosdo. Mas, observagdes de casos reais, de estruturas galvanizadas sujeitas a apo direta de Oxidos de enxo- fre de atmosferas industriais, mostram que ocorre severa corro- sao do zinco, devido as re SO, + 120, Zn + HSO, 2n + HSO, + 1/20,» ZnSO, + H,0 com formagao de sulfato de zinco, soltivel e, portanto, niio-pro: tetor. Em atmosferas marinhas 0 galvanizado tem se mostrado mais, resistente do que em atmosferas industriais devido, provavelmen- te, d auséncia de poluentes dcidos, permanecendo a protegao dada pelo éxido de zinco ou carbonato basico de zinco. Chapas de ago galvanizado, quando armazenadas superpos- tas em ambientes de umidade elevada, sofrem a chamada corro- sio branca ou oxidagio branca, com redugdo da espessura da pelicula de zinco (ver Cap. 8). Revestimento feito com liga zinco-aluminio (Galvalume), desenvolvido mais recentemente, tem apresentado bons resulta: dos em relagio & corrosdo atmosférica.”* Em atmosferas mais agressivas ao ago galvanizado recomei dda-se aplicar um revestimento & base de tinta, usando-se um pri ‘mer, ou tinta primésia, que tena aleseuvia cau supetticies wall- vanizadas, como, por exemplo, primer & base de resina epixi- isocianato. O conjunto ago galvanizado e revestimento, embora de custo inicial mais elevado, tem apresentado, 20 longo de em= prego de estruturas galvanizadas, custo x beneficio compensador. Aluminio aluminio e suas ligas so usados, sob as formas de chapas corrugadas ou trapezoidais, para cobertura ou tapamento lateral de fabricas, de estruturas tubulares e de componentes anodizs dos, principalmente na indistria de construgao civil, visando no 86 a maior resisténcia & corrosdo do aluminio anodizado como também o bom aspecto decorativo, A pelicula de dxido de alumfnio, Al.O,, formada quando ex posto ao ar, ou quando submetido ao processo de anodizacao, é responsdvel pela resisténcia que o aluminio, ou suas ligas, apre- sentam a corroséo atmosférica. Entretanto, em atmosferas con- tendo poluentes acidos, principalmente acido cloridrico, ocorre a solubilizago do Gxido de aluminio e posterior solubilizagao do aluminio, com formagao de cloreto de aluminio, AICI, sold vel. No caso de atmosferas contendo 6xidos de enxoite, tem-se observado que o alum‘nio apresenta maior resisténeia do que 0 Zinco A agi0 do dcido sulfirico, Em atmosferas marinhas o fator mais influente & a deposigio de particulados, principalmente se forem higrosc6picos: embai xo do deposito ha processo corrosivo por aeragio diferencial, com formagao de pites. Em decorréncia desse fato procura-se manter limpa a superficie de aluminio, ou do aluminio anodizado, para se ter adequada protegao contra corrostio e, quando possivel, apés limpeza, recobrira superficie com finissima pelicula de éleo pro- tetor ou vaselina. No caso de chapas, de estruturas tubulares e de componentes, de alumfnio anodizado, usados na construgéo civil, deve-se evi lar 0 contato com argamassa de cimento timida, pois 0 cardter alcalino da mesma, pH ~ 13, € corrosivo, atacando o éxido de aluminio eo aluminio, formando aluminato, que é solivel ALO; + 60H 2Al + 60H + 3H,O — 2AKOH); + 6H,0 > 2AIOH),- + 3H, ‘© mesmo que o ataque seja superficial, © anodizado perde todoo seu aspecto decorativo, Devido a essas reagdes & que os compo- nentes anodizados vém protegidos, geralmente, com fina pelicula de pléstico, que s6 deve ser destacada apds se certficar da au séncia da possibilidade anterior. CChapas de alumfnio armazenadas superpostas, em ambicates \imidos, sofrem o pracesso de corrosio por aeragao diferencal entre as capa, on forma de xed lumina palserlent nio-aderente_e Tifo-proiétor, fcando_as chapas, apés retirada desse Oxido, com manchas de aspeto escureeda er Can, Eliminada a superposigdo, elimina-se. também, o processo cor rosivo, e as chapas podem ser usadas, porém permanecem as manchas, perdendo o aluminio seu aspecio caracteristico, Coberturas de instalagdes industriais, ou Tabricas, tém usado telhas de aluminio com revestimento de tintas para maior duragéo dessas coberturas. Na fixagio dessas telhas, estruturas ou chapas de aluminio, deve-se evitar 0 uso de materiais que Sejam cat6dicos «em relagdo ao aluminio, como cobre ou suas ligas, por exemplo, 0 ue acarretaria corrosdo galvanica no aluminio, O ideal para evitar essa cortosto seria o emprego de fixadores de aluminio mas, dev- do’ pequena resistencia mecdnica dos mesmos, eles ndo sio em pregados. Tém sido usados, com bons resultados, fixadores de ago xlvanicauo. A industria aerondutica usa rebites de ago cadmagd para fixago de chapas de ligas de alumni, Nesses dois casos, na Impossibiidade de se igualar potenciais para evitar corrosao gak vnica, procurou-se aproximar valores de potenciais para minim 7a ou mesmo evitar processo de corrosio, pois apd Oxidagdo des ses metas, zinco e edmio, deve ocorrer passivagao dos mesmos. Cobre Occobre ¢ suas ligas, como latdo amarelo (70% Cue 30% Zn) e bronzes (contém 8-10% de estanho), sujeitos & corrosdo atmos férica, estio mais relacionados com seus empregos em compo- nentes de instalagdes elétricas, monumentos ou esculturas e em coberturas de construgdes antigas como museus e teatros. Quando expostos & atmosfera externa, o cobre e suas ligas formam, inicialmente, Sxido de cobre, Cu,O, cuprita, com colo- ragio castanha, que tem caracteristicas protetoras, e com 0 tempo e 0 CuO, de cor preta. Posteriormente, com. aapresenga de umidade e gas carbdnico, CO,, aparece coloragao esverdeada devido & formaglo dos carhonatos bisicos de formu- has CuCO, » CuO); (malaquita) 2CaCO, - CuOH), (azurita) Em atmosferas poludas, como as industriais, que podem ter apresenga, por exemplo, de éxidos de enxofre, gas sulfidrico e aménia, tém-se as possiveis reagdes da ago corrosiva desses poluentes: + bxidos de enxofre — formam sulfatos bisieos, insoliveis, de cor esverdeada, CuSO, « 3Cu(OH), (brochantita) ou CuSO, 2Cu(OH), (amterta), 2Cu,0 + SO, + 3/20, + 3H,0 > CuSO, - 3CWOH), ss sulffdrico — formagio de sulfetos de cobre, pretos (u,0 + HS > Cu,S + 10 CuO + HS — Cus + HO Cu + 1720; + HS Cus HO + amdnia — formagdo de Cu(NH,).,(OH).,de colorago azulada ¢, se houver solicitagéies mecfinicas, padera ocorrer corrosio sob tensdo fraturante. Casos de fraturas de componentes de ins- s, nas proximidades de Fabricas que usam am nia, tém sido verificados em razio da associagao de cobre (ou ligas), amOnia, dgua e oxigénio, ocorrendo a reagio Cu + 4NH, + 1/20, + HO Cu(NH,),(OH). Em atmosferas marinhas, observa-se coloragao esverdeada, ‘ausada pela formagio de cloreto basico de cobre, CuCl. 3Cu (OH), atacamita, No caso de esculturas, monumentos ¢ coberturas de constru- ges antigas, feitas com cobre ou suas ligas (latdo ¢ bronze), vetifica-se que hi formagdo de uma patina aderente e protetora, caja coloracao, geralmente esverdeada, é devida aos sais basi- (08 originados pelas diferentes atmosferas onde estao localiza das essas obras de arte Observacdes Gerais Pode-se apresentar algumas observagdes de caréter geral re- lacionadas com a corrosio atmosférica: + no inicio da corrosio, a sua velocidade s6 depende da compo- sigio da atmosfera, independendo da composigo do material metélico: + quando se forma o produto de corrosio, 0 material passa a se corroer numa velocidade que depende da composigio do ma- terial e do produto de corrosio: } + em atmosferas polufdas (SO,, NaCl, umidade relativamente alta), velocidade de corrosio vai depender da composigio do MEIOS CORROSIVOS 57 ‘material metélico pois, nesse caso, o produto de corrostio no tem geralmente caracteristicas protetor: em atmosferas nao-poluidas, a ferrugem é constituida pelo Fe,0,H,O, insolivel — logo, uma vez formada, essa camada de 6xido dé uma relativa protegio contra posterior ataque; em atmosferas ndo-poluidas, pode-se usar ago ao carbono, re- servando:se o uso de agos mais caros, de baixa liga, para al- ‘mosferas polufdas, pois af a composigao do material metalic €0 fator determinante; as chuvas podem ter uma agdo benéfica em atmosferas poluf- das, pois lavam a superficie metalica exposta, impedindo a con- centragio do agente atmosférico corrosivo sobre o material: em atmosferas polufdas. € conveniente o emprego de revesti Imentos protetores, como peliculas de tintas de alto desempe- nnho, como aquelas i base de resinas poliuretana, ep6xi, Vinili- a, aerilica ou de silicatos inorganico ou orginico de zinco. 7.2 AGUAS NATURAIS Os materiais metélicos em contato com a agua tendem a so- frer corroséo. a qual vai depender de varias substincias que po- dem estar contaminando a mesma. Entre os mais frequentes con- taminantes tém-se: + gases dissolvidos — oxigénio, nitrogénio, diéxido de carbo- no, cloro, aménia, didxido de enxofte, triéxido de enxofre & gis sulfidrico; + sais dissolvides, como, por exemplo, cloretos de sédio, de ferro e de magnésio, carbonato de s6dio, bicarbonatos de calcio, de magnésio e de ferro: matéria orgdnica de origem animal ou vegetal: + bactérias, limos e algas: + s6lidos suspensos. Na apreciagao do cardter corrosive da 4gua, também devem ser considerados o pH, a temperatura, velocidade e agtio meca- Dependendo do fim a que se destinam, diversos desses con- taminantes devem ser considerados com maiores detalhes. As- sim, por exemplo, em agua + potivel, ¢ de fundamental importincia # qualidade sanitéria, procurando-se, portanto, evitar a presenca de solidos suspen- 808, de sais como os de mercuirio e de chumbo e de microrga- rnismos responsiveis por doengas transmissiveis por via hidri- cay para sistemas de resfriamento, procura-se evitar a presenga de s6lidos suspensos ou sais formadores de depésitos, e cresci- ‘mento biolégico, que poderiam, ao se depositarem, criar con- digdes para corrosio sob depésito ou por aeragao diferencial;, + para geracdo de vapor, evita-se a presenca de oxigénio e de sais, Incrustantes como bicarbonatos de calcio e de magnésio. No caso de caldeiras, 0 oxigénio oxidaria a magnetita, Fe,O,, pro- tetora, formando Fe,O, ndo-protetor, ¢ 0s sais incrustantes de- positariam, por exemplo, CaCO,, carbonato de calcio, dificul- tando a troca térmies de processo para fabricagio de produtos quimicos ou farma. céuticos, evita-se a presenga de impurezas, como sais, usan- do-se agua desmineralizada ou deionizada, e, no caso de pro: dutos farmacéuticos ou medicinais, também, esterilizada. Em decorréncia dessas consideragdes, justificam-se como tapas fundamentais nos tratamentos de: 58 CORROSAO * gua potivel — clarificagao para eliminar s6lidos suspensos, cloragio e controle de pH. + gua de resfriamento — cloragao, adigao de inibidores de cor- rosdo e dispersantes e controle de pH: + gua para caldeiras — deaeragdo para eliminar oxigénio, abran. 400 ‘Auséncia 200-400 Ligeira 100-200 Moderada < 100 Severa Entretanto, Neveux® afirma que na prtica o valor de po- tenial redox nio ¢ constante,variando coma presenga de éguas feiss ou eradas, com a circulagdo de ar, com a atividade bio- gia, com as estagdesclimaticas (temperatura), etc. Recomen- da sperfeicoamento dos processos de media, ds aparelhagem € cxidadoseinterpretagao dos resultados Romanoff afirma que a corrosividade do solo esta mais bem rlacionaa com a resistividade elrica, Esta mesma opiniao € Apresentada por Strafull.” Estudos realizados por Booth e coluboradores mostram que perameorcaracterizagio da agressividade dos solos, devem ser Gerrminados os parimetros de resistividade do solo, potencial tedox ¢ teor de Agua. O mesmo autor, em estudos com Tiller apresenta a relago: Parimetros Agressivo Nio-agressivo Resistvidade do 2.000 2,000 solo (2 em) e/ou Potencial redox <0.40 >0.40 (H=7)(V) (ou 0.43 (ou 20,43 para para solo solo argiloso) argiloso) | Teor de éeua >20% <20% (oem peso) (para casos limites) RECARO IP Neveux" apresenta a relago entre resisividade elétricae grau de agressividade do solo: Resistividade Elétrica (Qem) Grau de Ageessividade <1.000 Extremamente agrewivo 1,000-2.000 Fortemente azressivo 2.000-3.500 Moderadamente agressivo 3.500-5.000 Pouco agressive 5.000-10.000 Ligeiramente 310,000 Nio-agressivo Ele chama atengZo para a relatividade destes valores e para simplificar considera que: + hid perigo certo quando <1,000 2 em: + hi daivida entre 1,000 e 5.000 Q em: + no hd perigo algum quando >5.000 Q em, Wranglén" afirma que a corrosividade do solo é determinada principalmente por sua resistividade elétrica,¢ apresenta arelagiio. Resistividade Teor Corrosividade Taxa Méd Elétrica de Sais de Corrosio (Qem) (mg?) para ago - (um/ano) 100 37300 Muitoalta >100 100-1.000 7.500.750. Alta 100-30 1.000-10.000 750-75 Baixa 304 >10,000 <5 Muitobaixa <4 Trabanelli e colaboradores’* consideram como parmetros determinantes da corrosividade dos solos a resistividade. poten: cial redox, pH, umidade, teores de cloreto, sulfato e sulfeto. Serrae Mannheimer® utilizaram métodos cletroquimicos para estimarem a taxa de corrosio de metais em solos. destacando entre esses métodos o de resisténcia de polarizagiio, Esse método apre- sentou concordancia qualitativa com os ensaios desenvolvidos em campo. CONDICOES MICROBIOLOGIC (Os microrganismos, devido a um ou mais dos seguintes fato- res, podem concorrer para que a actio corrosiva do solo seja mais, acentuada: * influéncia direta na velocidade das reagdes ansdicas e eat6dicas: + modificagdo na resistencia de peliculas. existentes nas super- ficies metilicas, pelos produtos do metabolismo microbiano: Como exemplo de bactérias que podem influenciar na velo- cidade das reagdes anddicas e catédicas deve-se citar as Desulfovibrio desulfuricans, bactérias anaerdbicas, que se desen- volvem, portanto, na auséncia de ar e retiram a energia n Fla aos seus processos metabolicos da reagao de oxirreducao: 4Fe + 2H.0 + SOP + 2HCO, + 2H.CO, + 3Fe(OH), + Fe’ A cortosa nesses casos, & caracterizada pela presenca de tubérculos, embaixo dos quais se notam profundos pites pre- 60 corRosAo. senga de sulfeto de ferro, de cor preta, no produto de corrostio, A presenga isolada de sulfeto de ferro, FeS, nio é evidéncia con- clusiva, pois o sulfeto pode provir de outra fonte, como, por exem. plo, gas sulfidrico de terrenos pantanosos, dai a necessidade de analise bacteriolégica para confirmagio da ago corrosiva de ‘microrganismos. ‘As bactérias redutoras de sulfato se desenvolvem em * condigdes favoriveis de pH: entre “timo: + auséncia de oxigéni * presenga de sulfato; + presenga de nutrientes, incluindo matéria orefinica: + temperatura entre 25 e 44°C. €8,5, sendo 7,20 valor Como bactérias que modificam a resistencia de peliculas pro- tetoras, devem ser citadas as bactérias celuloliticas. Em alguns casos, tubulagdes enterradas so revestidas com material celulé. sico como, por exemplo, juta ou aniagem, impregnadas com as- falto ou betume. A celulose pode ser oxidada por certas bactéri- as, como Butyribacterium retigeri, produzindo fcidos acético e butirico e diéxido de carbono, tendo-se, portanto, além da dete rioragio do revestimento, a corrosdo da tubulagio devida aos ‘icidos formados. Essa corrosdo é mais freqiiente em meio anae- r6bio ou muito pouco aerado. Finalmente, como bactérias que originam meios corrosivos, devem ser citadas as oxidantes de enxofre ou seus compostos como sulfeto, sulfitoe tiossulfato. Essas bactérias, como a Thio- bacillus thioxidans, sao aerbicas e autotrsficas, sintetizando seu ‘material celular de compostos inorginicos de carbono e nitrogé- nio. A energia para essa sintese € proveniente da oxidagio do enxofre ou seus compostos, como exemplificam as reagdes de oxidagao de enxofre e de sulfeto de ferro, FeS, comumente en- contrados em regides carboniferas +2H,O + 2H,S0, = 4H,SO, + 2Fe.0, A formagio de acido sulfirico, H,SO,, ou de sulfato, SO, vai evidentemente tomnar o solo mais corrosivo, pois vai ocorrer diminuigio de pH (podendo atingir pH = 2) ¢ da resistividade elétrica do solo. s cxemplos de bactérias mais influentes na ago corrosiva do solo sto os apresentados, Entretanto, embora nao sendo fre- giiente, pode-se citar o caso das bactérias redutoras de nitrato, como Micrococcus denitrificans, que sao anaersbicas e possibi- litam a reagdo de corrosao do ferro: 4Fe + NO,” + 6H,0 > 4Fe(OH), + NH, + OF 4Fe + HNO, + 5H,O— 4Fe(OH), + NH, Tiller” veriticou que 0s casos mais signiticativos de corrostio microbiol6gica estio associados com materiais metélicos enterra- dos, principalmente quando ha predomindncia de condigies de anaetobiose, sendo essas usualmente associadas com solos argilo- 0s. Cita como mais freqtentes as actérias redutoras de sulfato, afirmando que o problema de corrosio é facilmente reconhecido pelo odor de gis sufidrico, H.S, quando o solo escavado, ou pela pre- senga de manchas escuras no solo prdximo a tubulago enterrada. Em razio dessas considerag6es, pode-se verificar que 0s micror- ganismos podem ter grande importincia nos processos corrosivos de tubulagdes enterradas, mas a dficuldade que ocorre é na carac terizagio dos mesmos, devido & dificuldade de isolé-los¢ colocé- los em meio de cultura apropriado sem que ocorraalteracio de suis condigées reais." Logo, a tomada de amostra deve ser cuidadosae ‘o meio de cultura, para andlise bacerioldgica, deve ser adequadd a0 desenvolvimento do microrganismo em estudo. CONDIGOES OPERACIONAIS Entre as condigdes operacionais que podem influir na ago corrosiva dos solos devem ser destacadas: ccondigdes climéticas; emprego de fertlizantes: despejos industriais: profundidade; aeragdo diferencial; contato bimetdlico com formagdo de pitha galvanica: eletrdlise do material metalico por ago de correnes de Fuga CONDIGOES CLIMATICAS As condigées climéticas que mais podem influir na ago cot rosiva do solo sio descritas a seguir: Chuvas. Aumentam a umidade dos solos e consequentemen- te diminuem a resistividade elétrica. Essa ago € mais acentuada quando 0s solos apresentam baixa porosidade @ no sio bem drenados. As chuvas podem solubilizar poluentes, eventualmente cexistentes na atmosfera, como didxido, $O.,e tridxido de enxo- fre, SO,, formando, respectivamente, écidos sulfuroso, H,SO.¢ sulfirico, H;S0,, constituindo a chamada chuva dcida, com mente presente em areas onde so queimados combustiveis cor tendo altos teores de enxofte. A digua dessa chuva, penetrando 1no solo, vai ocasionar solo écido, abaixamento de pH e da resis tividade, acelerando portanto o processo corrosivo de tubulagses enterradas, Pode-se, ainda, admitir que o excesso de chuva tore ‘solo menos agressivo pouco abaixo da superficie, devido a agio lixiviante da dgua. Essa dgua pode solubilizar os sais, arrastan do-os para as partes mais profundas do solo. ‘Temperatura, Em fungdo das virias estagdes do ano, tém-st diferentes temperaturas na atmosfera, Essas temperaturas, em fungaio de seus acréscimos, vo influenciar a umidade do solo, principalmente pouco abaixo da superficie, Umidade relativa da atmosfera. Se for elevada, havert ‘menor possibilidade de evaporagao da égua do solo, ‘Ventos, Possibilitam maior evaporagao da igua do solo. EMPREGO DE FERTILIZANTES ‘Oso de fertlizantes vai influenciar a ago corrosiva dos solos ‘Como eles sao geralmente sais como nitrato de aménio, fosfale mono e diaménio, cloreto de potdssio, vo influenciar diretameme na resistividade elétrica do solo, tornando-a baixa e, portanto,® solo terd tendéncias corrosivas, Essa condico é verificada em) solos de areas de avancada agricultura DESPEJOS INDUSTRIAIS A colocagio indevida de despejos industriais no solo vai alt rar as caracteristicas do solo, podendo, em fungao da natureal esses despejos, torné-lo corrosive. PROFUNDIDADE Em fungdo da profundidade em que as tubulagdes sao enter radas, a corrosdo pode ou nio se acentuar. Assim, em grande profundidades, como o teor de oxigénio é baixo, mesmo que esistividade seja baixa, a taxa de corrosto ser baixa, a ndo ser ine haja bactéras redutoras de sulfato que so anaerobicas, Pode-se dizer que em profundidade pequens (2-3 m) acoro- do €conirolada pela resistividade, e em grandes profundidades >10m)acorrosio é controlada pela difusio de oxigénio ou pelas wciérias anaerdbicas AERAGAO DIFERENCIAL Em razio da porosidade dos solos, pode-se ter diferentes teo- +8 de oxigénio nos mesmos. Assim, por exemplo, solos argilo- sas se apresentam menos aerados do que solos caledreos ou are. tosos. Essa diferenga de aeragdo cria a conhecida pilha de aera- gio diferencial ou de oxigenagio diferencial, na qual a érca zédica, ¢ portanto aquela em que ocorte corrosio, € a menos serada, Essa corrosio pode aparecer quando + Tongas extensdes de tubulagdes atravessam solos de diferen- tes teores de dgua e de oxigenio — a corrosao vai se processar com mais intensidade na drea menos aerada da tubulaga0, + tubulagdes sao instaladas parcialmente enterradas — as reas ‘menos weradas S30 aquelas abaixo, alguns centimetros, da su- perficie do solo, logo, nessas dreas, a0 longo das tubulagdes, a cortosao sera localizada: + tubulagSes com partes enterradas em solo a solo arenoso — a parte corros So, por ser menos aerada, josoe partes em iquela colocada em argilo- CONTATO BIMETALICO O contato entre materiais metélicos diferentes possibilita a fomagio de pilha galvanica. Para a total formagao dessa pilha, Binecessidade de ligagio entre materiais metiicos diferentes em esenca de eletrdlito, ocortendo, entio, a corrosio galvanica, Como exemplo de corrostio galvanica no solo pode-se citar aquela ocasionada por malhas de aterramento de cobre ligadas a inbulagdes de ago carbono enterradas. O objetivo desse aterra- nent & fornecer adequado caminho de baina resistencia para a condugio de corrente paraa terra. fim de prover seguranga para ‘serhumano bem como para os equipamentos. Entretanto, deve- seconsiderar a possibilidade de ocorréncia da corrosio galvani- «a, na qual as tubulagGes de ago-carbono sofrerdo corrosao, no ca%0 de a malha encostar ou ser ligada ra tubulagao. Osterramento com cobre possibilita a corrosao de tubulagdes deagoenterradas, pois ocorrem as condigdes essenciais para for- nagio de pilha galvanica:ligagio entre diferentes materiais me- tices, erro e cobre, funcionando o ferro como anodo, por- tuo sofrendo corrosio, 0 cobre, como catodo, sem corrosso, econo eletrlito 0 soo. Bevidente que as caracteristicas do solo como, por exemplo, resstividade elétrica e aeragiio, e a proximidade entre as tubula- géeseamalha de cobre vo influenciar 0 processo corrosivo. Dai Zastrow" alirmar que aparentemente a polarizagio e a resistivi- dade do solo reduzem as correntes galvnicas a valores que no ceasionam severa corrosio na maioria dos solos. Entretanto, i ‘esos casos de corrosio galvnica em tubulagbes enterradas tém sido associados a malhas de aterramento de cobre. Assim, po- em ser citados alguns autores e fontes, como visto a seguir. Husock”afirma que, sendo o cobre um metal nobre, ele oca- siona severa corrosio em estruturas enterradas como tubulagdes etanques Feitos de ago. quando ligados & malha de aterramento, Medley"! aponta a necessidade de 0 engenheiro elétrico | undo ds elaboragdo de projeto de ateramento, consierar& MEIOS CORROSIVOS 61 possibilidade da formagio do par galvanico ago-cobre, ecita 0 uso de ago e zinco no lugar do cobre. ‘The Institute of Electrical and Electronics Engineers* cita 0 grande uso nos EUA de malhas de aterramento de cobre devido sua alta condutividade e resisténcia a corrosdo, mas adverte que pode ocorter corrosao galvanica se esse aterramento for conec- {ado & tubulagées de ago ou condutos revestidos de chumbo. Lichtenstein" cita a corrosio galvinica se houver ligagdo da malha de aterramento com estruturas enterradas, como tubula- es, fundo de tanques de armazenamento e estacas, evidenci- ando t8s possiveis solugies: + escolha de material compativel; + isolamento elétrico entre os materiais formadores do par gal- vanieo: + protegio catédica. ‘Trirardh" apresenta caso ocorrido na Suécia, em que torre, de linha de transmissio, de ago galvanizado, cuja parte inferior foi colocada diretamente no solo juntamente com cobre para aterramento, ApGs alguns anos, a parte inferior da torre sofreu intensa corrosdo, o que teria sido evitado, diz ele, caso tivesse sido usado aterramento com ago galvanizado. Husock" cita caso de corrosio em tubulacao de ago, de grande Fe,O, + 2H,0 + H, ou 2Fe(OH); + 1/20, + H,0 —+ 2Fe(OH), (ou FeO - OH (ou FeO, H, 62 cORROSAO © Fe(OH), ou Fe,0,, predomina em dreas menos aeradas ¢ 0 Fe,0..H.0 predomina em dreas mais aeradas. Daf se observar a parte inferior do produto de corrosdo com coloragao preta, devi da. a0 Fe,O, ou Fe(OH), e a parte superior, mais aerada, com colorado castanho-alaranjada devida ao Fe.O,,H,O. E evidente que em fungao das condigdes de aeragao pode-se ter 0 produto de corrosio apresentando coloragao caracteristica de cada situa- Jo de aetagao. Em razdo da corrosdo galvanica das tubulagdes de ago que tem sido sugerido" o uso de outros materiais metdlicos de ater ratnento, como ago galvanizado, zinco, aluminio, etc. como subs- titutos do cobre. Como esses materiais 40 anddicos em relagio ao ferro. as tubulaghes naa safreriin carrasia galvinira, case. sejam tocadas pelo aterramento, Alevato & Arras! recomendam anodos de zinco para aterra- mento de redes telefnicas, com 0 objetivo de evitar a formagio de pilhas galvanicas com aterramento feito com cobre Gomes recomenda uso de anodos de zinco para aterramen tode fundo de tanques de armazenamento, tendo-se, também, pro- tego catédica, CORRENTES DE FUGA As condigdes operacionais apresentadas anteriormente envol- vem processos eletroguimicos espontineos, isto &, a diferenga de potencial se origina dos potenciais prprios dos materiais metali- cos envolvidos no processo corrosive. Existem, entretanto, corren- tes ocasionadas por potenciais externos que produzem casos seve- ros de corrosio. Tubulagtes enterradas, como oleodutos, gasodu- tose adutoras. estdo freqilentemente sujeitasa esses casos devido a correntes elétricas de interferéncia que abandonam o seu eircuito normal para fluir pelo solo ou pela digua, Essas correntes sio tam- bem chamadas correntes de fuga. estranhas, dispersas. parasitas vagabundas ou espairias. Quando elas atingem instalagoes metal 's enterradas. podem ocasionar corroslo nas reas onde abando- ham essas instalagdes para retornarem ao circuito original, através do solo ou da deua. Como as grandezas dessas correntes s0 miio- res que as originadas na propria cstrutura metdlica, acorrosio veri ficada pode ser muito répida. Esse tipo de corrasio é conhecido ‘como corrosio por eletrélise, ou corrosiio eletrolitica e, como é uma forma de corrosao localizada, em pouco tempo pode dcorrer a Perfuragao de tubulagoes. Essa agressividade pode serevidenciada pela massa de ferro. consumido anodicamente pela passagem de lum ampere durante um ano, 9,125 kg, que embora pequena, em comparagao com a massa total da tubulagio, ela se verifiea em. pequena itea, isto é, na saida de corrente, ovasionando, em pouco tempo, perfuragao da tubulagao. Casos de corrosio em tubulagdes enterradas, ocasionadas por correntes elétricas continuas, sio freqiientemente verificados. A literatura eientifica apresenta intmeros exemplos, como visto a Guzzoni e Storace" citam 0 risco da corrosio eletrolitica, ou por correntes de Tuga, em instalagoes essenciais de grandes ci- dades como tubulagdes de gua e de gas e linhas telefSnicas. (© National Bureau of Standards* cita a corrosio eletrolitica ‘ocasionada por fontes de corrente continua como sistema de tra 40 elétrica, Escalante® afirma que as correntes de fuga podem causar corrosio severa em materiais metilicos enterrados e, em parti- cular. em tubulagdes extensas. Duarte. Canziani e Burigo® constataram caso de corrosio ele- trolitica em tubulagdes enterradas da rede hidrulica de sistema de hidrantes da instalagdo antiincéndio de uma usina térmica. A fonte de corrente continua, causadora do processo corrosive, foi constituida pelos precipitadores eletrostiticos de unidades da usi- na, Estes precipitadores tinham o polo positivo ligado a rede geral de aterramento (malha de cobre), havendo liga¢do desta com tu- bbulagdes emterradas: a comrente circulou entre a malha de aterra- mento e as tubulag6es enterradas causando os furos na regio de sada de corrente, 7.3.1 Protecao de Tubulagdes Enterradas Em decorréncia do grande emprego de tubulagdes enterradas eda necessidade de protegdo para evitara aga corrosiva do solo, sv spresentadus a seguir os métodos mals usuals para protega0 externa + revestimentos — asfalto betuminoso reforgado com véu de de vidro recoberto com feltro impregnado: alcatrao de hulha- epxi (coal-tar epéxiy polietileno e fita plastica, + protegdo catédica com anodos galvanicos ou de sacrificio (ge ralmente magnésio) ¢ protego catédica por corrente impressa ou forgada. E evidente que em condigaes especificas podem ser usadas ‘outras medidas protetoras como: * substituigdo de tubos metilicos por nio metilicos como tubos de PVC (cloreto de polivinila), FRP ou PREV (plastico refor ¢gado com fibra de vidro), polietileno, cimento-amianto e con: creto protendido; colocagio da tubulagao em leito de Oxido de calcio, CaO, en. volvendo-a totalmente e tornando o meio alcalino no qual a corrosii do ferro é menor; substituigao de aterramento com malhas de cobre, por aterta mento com zinco que é anddico para ferro; + encamisamento das tubulagdes com material isolante como + colocar as tubulag reas, ao longo de canaletas ou tubovies, O sistema de protegdo mais usual, em tubulagdes de maior responsabilidade como oleodutos, gasodutos, adutoras e mine: rodutos, ¢ aquele que combina revestimento e protesao catédict por corrente impressa, Embora de custo inicial mais elevado, tem ‘a vantagem de ser mais eficiente e econdmico ao longo do tem: po. O revestimento geralmente apresenta falhas, originadas por aplicagdo deficiente ou manipulago nao cuidadosa, constituin- do-se em pequenas dreas anddicas com elevada densidade de corrente ¢ portanto sujeitas, em fungdo da agressividade do sol, 8 cortosio por pites ou alvéolos. A protecdo catédica protegeré cessus dreas e o revestimento diminuird a corrente requerida pata a protegao 7.4 PRODUTOS QUIMICOS Em equipamentos usados em processos quimicos deve-se levar em consideragao duas possibilidades: deterioragao do material metélico do equipamento e contaminagao do produ: to quimico. Os fatores que influenciam so varios e comple- xos em alguns casos. Entre eles so citados a pureza do me tal, contato de metais dissimilares, natureza da superficie meté lica, pureza do produto quimi racdo, temperatura e ae ragdo. Produtos alcalinos como hidréxido de sédio (soda céustica) podem ser embalados em recipientes de ago-carbono, entretan- to, aluminio, zinco, estanho ¢ chumbo sofrem ago corrosiva, Se ‘temperatura for elevada e com aumento da concentragao da s0- luglo de hidréxido de sédio, 0 ago-carbono também sofre corro- slo, podendo ocorrerfragilidade caustic Produtos dcidos, como dcido fluoridrico, devem ser embala- 4dosem frascos de material polimérico como polietileno, evitan- dose 0 contato com frascos de vidro que seriam atacados, Sais derivados de dcido fluoridrico, como fluoretos, s40 embalados em frascos de vidro revestidos com parafina, Acidos cloridrico, nitrico,sulfirico e acético e seus sais podem ser embalados em ffascos de vidro sem problemas de corrosio, De uma maneira geral, devido a agressividade dos produtos uimicos, eles sio embalados em recipientes de vidro, com exce- ode dcido fuoridrico e seus sais e solugdes concentradas de hiro ido de sido. Devido resistencia quimica do vidro, so usados reato- "esau tubulagies vitrificados para rsisirem ago corrosiva. No caso de produtos quimicos para fins farmacuticos ou medi ina, deve-se considerar nio s6 0 ataque do material metilico mas também a possibilidade de contaminagio do produto. Produtos & base de compostos de meretrio ndo devem ser ucondicionados em, recipients de aluminio, pois a embalagem softeria corrosio, con taminando o produto. Esses produtos sdo geralmente embalados em, frascos de vidro ou de plisticos como polietileno. 7.5 ALIMENTOS A importancia do efeito corrosive dos alimentos esté ligada a formagio de possiveis sais metdlicos téxicos, Além do cariter ‘6xico dos sais resultantes, eles podem alterar caracteristicas do ‘limento como sabor, aroma e aparéncia™ bem como oct ‘mncidez. Mesmo que a ago corrosiva seja pequena, obs ‘que minimas quantidades de: —tinco, ferro e cobre: modificam o aroma do leite; — ferro: pode reagir com tanino ocasionando escurecimento de vegetais em conserva; —estanho: ocasiona turvagdo em cerveja e vinhos brancos: — chumbo: causa saturnismo, doenga que ataca o sistema ner Para evita a deterioragao de alimentos, eles sio adicionados econservantes, geralmentedcidos organicos, como o dcido ef- tic, que podem atacar alguns recipientes metilicos, Esse Fato pode serobservado em embalagens de conservas alimenticias que ‘sam ats de folha de flandres (ago revestido com estan) etém solda de liga de chumbo-estanho: o atague na regido de solda ‘xasiona a contaminagdo com chumbo do alimento, Para evitat ‘se ataque recomenda-se orevestimento da parte interna dessas, Ina com resina epsxicfensica As indisirias de alimentos e de latiefnins. como exigem ma- tenis resistentes corrosdo e também de facil limpeza, utiliza ¢m grande escala equipamentos de agos inoxidveis, Entretanto, divers casos de coros20 por pte e de corrosio sob tensio fra- “ane, em ago inoxidaveis dos tipos AIS] 304 e 316, ¢m ocor- sido em indisuia de alinnentos.* 7.6 SUBSTANCIAS FUNDIDAS eee cee ee tise scomatralnauicosssunloaconyeesose se eased sak font pce MEIOS CORROSIVOS 63 + formagio de ligas; + formagao de compostos intermetilicos: + penetragdo do metal Irquido intergranularmente no metal sli do: + transferéncia de massa, No caso de compostos fundidos pode-se ter, também, 0 ata {que do material metdlico por agio de oxidago, como nos casos de ataque do metal (M) por hidrOxido de sédio, NaOH, ow por nitrato de sédio, NaNO,, fundidos 2NaOH + M— Na.0 + MO + H. 2NaNO, + 3M—> NaO + 3MO + 2NO Os casos de metais fundidos tém sido bastante estudados, devido ao grande emprego de s6dio fundido como refrigerante em reatores nucleares, que necessitam portanto de adequada se- lego de materiais. Deve-se considerar. no caso de temperaturas elevadas, a ago corrosiva de banhos de sais fundidos. usados industrialmente como, por exemplo, em tratamentos térmicos. € de cinzas de dteos combustiveis (ver Cap. 14), 7.7 SOLVENTES ORGANICOS Como os solventes orginicos sio compostos com ligagdes covalentes e portanto ndo so considerados eletrdlitos, os cayos de corrosdo originados por eles ficam mais relacionados com a presenga de impurezas que podem existir nos mesmas, tornan- ddo-0s corrosivos para determinados materiais metilicos, Assim. € bem conhecida a ago da égua aquecida ou do vapor d°igua sobre alguns solventes clorados, produzindo hidrélise dos mes- mos, com formagdo de dcido cloridrico e ocasionando corrosio doy materiais metilicos. Devido a este fato, so usados no desengraxamento, com vapor de solvente, de pegas metilicas solventes clorados estabilizados, isto €, contendo inibidor de corrasio. Heitz, estudando casos de corrosio em solventes orgiinicos. concluiu que a fenomenologia se assemelha aos casos verifies. dos em meio aquoso, observando: ‘+ mecanismo eletroquimico semelhante ao verificado em meio aquoso; + mecanismo quimico envolvendo reaca o solvente, o direta entre o metal e Devido aos altos custos do petrdleo importado e as grandes possibilidades de produgdo de alcool no Brasil, foi desenvolvi- do 0 uso do etanol, ou alcool etilico, como combustivel nos motores a combustdo. Este fato tornou necessério e urgente um cestudo sobre a resisténcia a corrasao dos materiais utilizados nas usinas de produgao de etanol, no transporte, armazenamento e hos motores e componentes de veiculos automotivos, Neste es- tudo foram consideradas as propriedades bem como as impure- zas que podem existir no dlcool e tornd-lo mais corrosivo, tais, como ‘gua, dicido acético, aldeidos, dlcoois superiores. ésteres, fons metilicos e no-metilicas etc O ctanol pode apresentar as seguintes propriedades + aquecido a 300-325°C, em presenga de Cu, Cu-Cr ou Cu-Ni, forma aldefdo acético e hidrogénio; + reage com oxigénio, a 400-600"C, em presenga de Cu ou podendo formar aldeido acético e écido acético: 64 — corRosio *+ semelhantemente & 4gua, pode funcionar como um écido ou base fraquissimos HOH > H* + OH (K = 2.x 10°") C.H,OH > H* + C.H,O" (K = 10") + reage com metais como K, Na, Mg, Al e Zn, dando 0s respec- tivos alcoolatos ou etéxidos nC.HOH + M—> (CH.0), M + n/2H. (M = K.Na, Mg, Al,Zn) Onwveira,”’ em tese de mestrado, apresentou as seguintes obser: vvagdes relacionadas com a corrosao pelo alcool etilico ou et nol, usado como combustivel: + aluminio e zinco sio fortemente atacados por deol combus- tivel, depois de 15 dias de imersio; + ago inoxidavel AISI 304 e ago AISI 1010 nio sofrem corro: so, apés 15 dias de imersdo em élcool combustivel: + 0 dleool combustivel usado apresentava 5% de dgua e as im- purezas em mg/100 ml: cloreto <1 Scido acético 24 acetato de etila 20,0 Oliveira, Sathler e Miranda" verificaram que a velocidade de corrosiio do ago AISI 1010 em solugdes de alcool etlico,isentas de oxigénio, aumenta aproximadamente de 5 vezes quando a gua Adicionada passa de zero para 15% D’Alkaine e colaboradores™ afirmam que o ago AISI 1020. em solugdes etanclicas, pode softer corrosio. A continuidade das pesquisas possibilitou escotha adequada de materiais metdlicos para uso em motores e componentes de automéveis que tém contato com 0 etanol, ou produtos deriva- dos de sua decomposigdo, permitindo o desenvolvimento cada ‘vez maior da aplicagao do etanol como combustivel. Corrosi0 tem carburadores de automéveis, movidos a etanol, foi elimina- da revestindo esses componentes com niquel. Alanis® e colaboradores apresentaram os resultados colhidos, tem inspegdes realizadas em 32 destilarias produtoras de alcool localizadas em Sao Paulo, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro ¢ Espirito Santo. Apresentaram somente relagio dos problemas, de corrostio encontrados nas dreas de fermentagio e destilagio, associados a materiais metdlicos como ago-carbono e ago inox davel, no qual a maior incidéncia de corrosio ocorreu em regi 6es afetadas pela temperatura de soldagem ou por deformagdes Minikow ahi eousidcrandy que para cada Ito de alcoo! des tilado resultam treze litros de vinhoto, e como pouco se conhece sobre as caracteristicas de corrosio do mesmo nos materiais que servem de dutos, tanques de armazenamento, unidades de pro- ceessamento e transporte, investigou as propriedades eletroquim- cas de diferentes agos inoxidaveis (AISI 304, 310, 316 ¢ 420) € materiais no-ferrosos (cobre,latdo e zinco) em presenca de vi- nhoto quanto &s suas caracterfsticas de corrosao e passivagio. Observou que 05 agos inoxidaveis AISI 304, 310. 316 sofrem corrosio localizada, enquanto 0 ago AISI 420, cobre lato zinco sofrem ataque uniforme. 7.8 MADEIRA E PLASTICOS (POLIMEROS) Embora néo sejam muito frequentes casos de corrosio asso ciados com madeira e plésticos, deve-se considerar a possibili dade de tais materiais sofrerem decomposigo, originando pro dutos corrosivos. Assim, a madeira pode emitir vapores corrosi- vos, geralmente constitufdos de Acido acético, provenientes da hhidrolise de substincias orgénicas, como polissacarideos acet lados, Embora haja, também, formagio de pequenas quantida- des de dcidos férmico, propisnico e butirco, o fcido acético é 0 maior responsive! pela ag20 corrosiva. Em alguns casos a madeira sofre tratamento com preservativos para evitar sua decomposigdo [or aio micrhinlogica,¢ entre esses preservativor existem alguns base de sais de cobre (arsenito, naftenato, ee.). Nesse caso, pode se ter a lixiviagdo de fons de cobre e os mesmos poclem originar corrosio galvnica em materiais metilicos como aluminio, zincoe ‘ago, quando em contato com essa madeira No caso de plisticos, pode-se tera formagao de vapores cor rosivos originados por decomposigio, geralmente térmica ou em alguns casos, mierobiolgica. Marinho e colaboradores" verifi- caram casos de corrosio, em materiais usados em equipamentos elétricos, devidos & decomposigao de plisticos. Os plisticos con- tendo compostos orgénicos halogenados so os que formam pro- ddutos mais corrosivos quando decompostos termicamente, como evidenciado nos exemplos: + cloreto de potivinila (PVC) — aquecida a 70°C-80°C desprende cloreto de hidrogénio, HCl(g), que em presenga de dgua forma ‘icido cloridrico, tornando 0 meio bastante corrosive. Pode também sofrer decomposi¢do quando irradiado com luz ultra Violeta, tomnando-se corrosivo em temperatura ambiente; + politetrfluoretileno (teflon) aquecido em temperatura cle vadas, acima de 350°C, desprende fluoreto de hidrogénio, HF(g), que em presenga de agua forma 0 écido Mluoridrico; + borracha clorada — exposta & luz ultravioleta ou aquecida a altas temperaturas desprende cloreto de hidrogénio, HCl}, {ue em presenga de égua toma 0 meio bastante corrosivo de ido forma de deido cloridico. Os pldsticos contendo substincias nitrogenadas podem origi nar aménia, NH,, em sta decomposigao, como € © caso do ni- Jon, hexametileno adipamida, tornando-se corrosivo para 0 co- bre ou suas ligas REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS |. CECCHINI.M.A.G. Meioscorrosives, Anais do Il Simpdsio Se-americans de Cortosio Metlica, Ri de Janeiro, ABRACO-IBP, 1971. pgs 317-334 VIANNA, R.O. “0 programa de corrosio stmosférca desenvolvido pelo CCENPES" Boletim Teenio da Petrobrs,24(1) 39-49. 1980, DuTICA. Acue VIANA, RO. Atesphere Comsion i trait ex AILOR, W.Hl Armospheri¢ Corrosion, Join Wiley & Sons, NY. pps. 758 774, 1982, 4. KAJIMOTO ZEHBOUR, P, ALMEIDA, NL. ¢ SIQUEIRA, FJS. “Cone sioimosfricade metas no Estado de Sio Paulo.” IPT-SP, Boleim $7, 19 ARAUJO. MM..e FRAGATA, FL. “Estudos de Coroxio Atmosfeica 5) Brasil”. 3 CongressoIhero- Americano de Corros30, Rl jun. 1987, 6, PANNONI. FD. © MARCONDES, L. "Efeito da composi quimica dy liga sobre o comportamento frente & corosio atmosfénica de agos, determi nado pelaandliseestatstca de dados publicados”. Anaisdo2°Coldguio Ne clonal sobre Corrosio Atmesférica, IPT-ABRACO. pags, 67-83, 1994, SP. |ARAUIO. MM. Partcipagio basicra ao projeto "Mapa Ibero-Armencane de Cornosvidade Atwosteica", Avis x 2 Cokiqun Nacional sobre ct resto atmosférca, IPT-ABRACO, pigs. [-24 1994, SP.

You might also like