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INTRODUCAO Nos tempos atunis, as numerosas ¢ continuas descobertas enovi- dades que acontecem no campo da € da tecnologia tém senrribuido para a reflexio a respeito de como seré s nore escola, estinada a prepara as novas geragbes para vivereatuar nun mundoem constantes mutagdes, Que tipo de escola pretende-se o; ta, sem deixar de si 5K, Do de maneira técnica, que seja din&mica, eapaz de envolves seja centrada na aprendizagem e no no ensino, ssa escola ted como finaldade essencial conseguir ministaro ensino "Yazet fazendo”, pelo “aprender a aprender" pelo “ensinara pensar” Além disso, seré uma escola que promoverd a aquisigo do conhe- cimento com base naquilo que os alunos jé sabem — seus conhecimentos os; naquilo que o professor supe que eles precisam aprender, enos Processos de como devem aprender. z ‘Uma escola desse porte deverdaccitar propostas de reformulagio Tenovagdo da metodologia tradicional que usa, Deverd implantar uma 7 Digitalizada com CamScanner Tenovagio pedagégica que vise & formagio integral do aluno, ao trabalho comele e para Nada mais aconselhavel para atingir, todas essas metas do que incrementar 0 ensino por meio de “projetos de trabalio, nos quais as ‘conhecimento sto efetivadas por n desenvolvidas” (Ceap n® 24). trabalho ou de pesquisa sto propostas peda~ 26gicas, interdisciplinares, compostis de atividades a serem executadas por alunos. sob a orientagdo do professor, destinadas a criar situages de aprendi- zagem mais dindmicas ¢ efetivas, pelo questionamentoe pela reflexo. Os projetos contribuem para que os alunos participem e se envol- vam em seu proprio processo de’aprendizagem ¢ o compartilhem com outros colegas, como também exijam que 0 professor enfrente desafios de mudangas, diversificando,¢ reestruturando, de forma mais aberta flex{vel, os contetidos escolares. Essa maneira 8e trabalhar tora o ensino mais dindmico pelo desenvolvimento de novas atitudes por parte dos alunos € pelo uso de outras estratégias por parte do professor. Projeto Investigative é aquilo que alguém se propbe a realizar, na escola, pela pesquisa, de forma bem explctada e bem estruturada, em elapas, prazos, com metodologia propria, estratégias, hipdteses, coleta de dados, ‘andlise, comprovagao e dedugdes, para alcangar determinados resultados. Os projetos so formas de organizar 0 trabalho escolar, pela busca de conhecimentos por meio de atividades desenvolvidas pelos alunos, estabele~ ccendo, dessa maneira, a relagdo entre teoria e pratica da aprendizagem. 18 0, que 408 alunos conhecimentos que deveriam ser por eles memorizados e depois repetidos para o professor, para que este pudesse ver que eles haviam aprendido. Houve varias tentativas de modificé: modelos que, noentanto, se n encias da Escola Nova, da Escola Criticae muitas outras, ‘que deixaram valiosas contribuigGes & educagio brasileira, 6 a I, 0 advento eo avango tecnol6gicos, surgiu uma tendéncia que pretendia mudat a siste- Digitalizada com CamScanner ino para outra metodologia, “o ensino por redescoberta” »m dar prioridade aos métodos da construgio do sal mentes verdadeiros “conflitos vos situagdes diferentes o que aprendit porque nflo teriam acontecido rmudangas conceptuais efetivas nos seus conhecimentos. ‘Aos poucos, essa metodologia foi sendo descartada e a procura por outros métodas e outras idéias continuow, "Nas décadas de 1980 1990, comecaram a ser divulgados estudos psicopedagégicos, baseados nas idéia ‘avangadas, como, por exemplo, a de que 0 aluno, possuiria “conhecimentos prévios”, e de que seria posstvel, com ses conhecimentos, aplicar nova metodologia | que viria a renovar ensino. Era 0 movimento “construtivista” que centrava em cena. Até hoje.o construtivismo continua sendo bem-aceito, ainda que com muitas inovag6es ¢ adaptagdes. Nos ltimos anos, com ‘as novas pesquisas € experiéncias surgidas no campo da pedagogiae da ‘cologia, as idéias piagetianas foram complementadas com outras, como a de que & preciso ensinar 0 aluno a pensar e a refletir sobre as isas do mundo de maneira inteligente, pela andlise critica e criativa ¢ | como acontecia na chamada ap md A abordagem superfic o\apelo & memorizagéo de ‘contetidos, por vezes desconectados dos contextos, destinados apenas a alcangar sucesso em provas ou a ‘mas que logo so esquecidos. a, por intermé- ares passaram a levar os alunos A preocupagio era dar outra dimensZo a0 ensino ¢ & aprendiza- ‘gem, colocando 0 aluno no centro do trabalho escolar e ajudando-o a aprender a aprender, ou a investigar para aprender. , tazer vantagens muito grandes, icional centrada no professor, na qual ele transmissor ¢ repassador do méximo de contetidos, de preferéncia oralmente, e fazia imitar modelos pela memo- rizagio e pela valorizagdo dos manuais, ‘Comegou-se a pensar e a acreditar no verdadeiro sentido de “apren- der", cuja significagio & adguirir conh tos, desenvolver habilidades, Nao esta divida de que aprender relaciona-se &fungdo de ensinar, mas a verdadeira aprendizagem s6 se realiza plenamente quando é significativa, quer dizer, quando o aluno capta o que as coisas significam para ele ¢ envolve-se plenamente na aprendizagem, interagindo com professores e colegas, | Depreende-se dessa conceituagio do aprender que as atividades pedagégicas devem ter como foco 0 allo e suas capacidades, tornando- ‘agente e participante ativo de sua aprendizagem. Na nova metodologia, 0 papel do professor ser o de ajudar a aprender, de estimular e orientar a aprendizagem. Ele no s6 dard informa- a Digitalizada com CamScanner (90es, mas também organizaré est © desenvolvimento dos alunos. ‘ Se didica é entendida como “reflexdo sistematica na busca de altemativas para os problemas da prética pedagégica” (Candau 1982, p.12), entdo ela tem como objeto ou fun¢ao bisica a busca de atividades pedagé- gicas, no dia-a-diaem salade aula, que possibilitem a melhor aprendizagem. ‘CARACTERISTICAS DA ESCOLA TRADICIONAL PLANEJAMENTO Curicular CONTEUDOS Institucionals: PCNs @ Escolares a . fungio dos fungdo do | / | [awe LNBOS | f + [PROFESSOR | esa) Transmite, | 5°! tazemas litem as transformagdes © J > ) uve, I8, copia <= _Responde. | <{— informagdes Avalia o aluno. \ topote / 22 Oensino renovado ro dessa concepelo que se coloca a pedagogia investigariva— 'POr projelos na escola ~, destinada a levar 08 alunos no s6 a rmagdes, mas também a adquirir habilidades, mudar com- Portamentos, a ver as coisas de mancira diferente, a construir seu Conhecimento de forma prazerosa e transformadora, pelas constantes integragio, cooperagio ¢ criatividade, tendo em vista a construgio do cidadio competente e produtivo, A pedagogia investigativadeve: que visa dar as coisas prontas 20 aluno pat qual o caminho que deve seguir na procura do que no incentivé-lo a descobrir esse caminho com sua prépria el essencial do professor serd orientar os alunos a buscar € @ produzir 0 conh Préprio, partindo do que jé sabem, dos saberes do senso com Trata-se de uma atitude e de uma concepeo inovadora que levam © professor a escolher e organizar situagées de ensino baseadas nas descobertas espontiineas e signi eles reflitam sobre as ati para incorpord-los & sua aprendizagem e 2 construgao de novos conhe- cimentos, “A pedagogia da pergunta deve subs zas, dos suberes pré-pen: imento, dentro do seu contexto - Digitalizada com CamScanner Os alunos aprendem a fazer fazendo, pondoem pritica, de maneira bem elementar, princfpios do método cientffico vantajosos para sua aprendizagem. +| Alguém jé afirmou que “estamos vivendo a revolugio do co- nhecimento” diante das iniimeras ¢ constantes inovag6es cientfficas € tecnoldgicas. Cabe-nos, portan ficar para trés, mas nos atuali= zarmos para preparar as nov: este mundo em cont{nuas mudangas ¢ discutir 0 tipo d retende com elas, © que sejam respostas: ages que os alunos costumam formular sobre o tema; ‘© quecausemo surgim vas idéias e novos conhecimen- ~ tos sobre os fatos € jr a discussio e a reflexdo sobre as conclusées ou resultados obtidos; -— © que tragam outra visio das coisas e dos fatos, diferente da do senso comum. * pis 24 PROFESSOR] y orienta @ avalia as atividades ‘executadas a \ 77 PLANEJAMENTO_ Curricular CONTEUDOS Insttucionais: PONS e Escolares esiona os investiga sateresptéves > | ngage, | #4 vazem roves observa ‘APRENDIZAGEM 6 adguii conhecimentes CONCEITUAIS. PROCEDIMENTAIS ATITUDINAIS \_/ mo CARACTERISTICAS DA ESCOLA RENOVADA fungo dos PROJETOS| v ‘conhecimentos| utiliza 0 LIVRO ‘como instrumento auniiar Digitalizada com CamScanner As caracteristicas da renovagiio pedagégica Q que ensinar, como ensinar e o que mudar sto as caracterfsticas da renovagao pedagégica. O que ensinar 34 estd bem claro e definido nos Parimetros Curriculares Nacio- nais (PCNs) do Ministério de Educagio e Desporto que o que deve ser ensinado sio 0s conteiidos programdticos neles sintetizados € 0s. comte dios da aprendizagem baseados na classficagio feta pelo pesquis re espanhol Cesar Coll, que considerava “conteddo” tudo 0 que é passivel de ser aprendido. Coll dividiu os contetidos em: Conteidos conceituais - aqueles que se relacionam 20 saber sobre alguna coisa, isto €, sobre fos e prinefpios expessos por palavras significativas que produzem imagens mentais ¢ promovem a atividade, ‘cognitiva para a amplia;o dos significados, CConteidos procedimentais ~aqueles que se referem a0 saber fazer, ito 6, As denicas de estudo, aos métodos investigaivs, 8s estratépias € habilidades que possibilitam a execusdo de tarefas ou g6es relacionadas Roprendizagem. Conteidos atitudinais ~aqueles que se relacionam A maneira de ser, isto € a maneirade se comportar com referencia a0 aprendizado dos contes- dos conceituais ¢ dos procedimentsis, podendo referr-se, também, a sentimentos, emogies, valores, normas como: prstaratenglo, resp realizar tarefas, ser pontual, fazer silencio, cooperar, ajuda métua, Intex resse, curiosidade ete. Como ensinar A aprendizagem desses contetidos depende muito do trabalho pedagdgico e da maneira de agir do professor, de como ele assume 26 atitudes em relagio as valorizar a expressio das téenicas de ensinar, lades didéticas para motivar os alunos, ias, organizar a classe, enfim, de suas Para que o aluno possa aprender a aprender, o professor precisa conhecer e utilizar os métodos e estratégias que permitam o desenvolvi- mento do ensino e da aprendizagem pela superagao da “metodologia das superficialidades” ¢ aderir a0 método cientifico do ensino por descoberta ¢ investigagto, ou da pedagogia renovada. Experiéncias interessantissimas podem servir de testes nessa es- tratégia, como: incentivar os alunos a descobrir como nasce uma borboleta, por que as formigas cortadeiras carregam as folhas para seu ninho, por que uma garrafa tirada da geladeira fica coberta de bolhas de gua, por que a 4gua do mar parece azul ou escura etc. ‘Com essas pesquisas investigativas, 0s alunos podem pdr prova a validade da aprendizagem pelos conceitos acima explicados. Restaré, apenas, fazer a devida avaliago do que aprenderam, de como aprende- ram ¢ de que mudangas reais se efetuaram em seus conhecimentos. O que mudar ‘Muda o método tradicional de tudo dizer aos alur titufdo pelos procedimentos de trabalhar com projetos inves de pesquisa, Muda a fungo da esco! ct aluno para a vida, para atuar na soci Papel do professor, que deixa de s orientador do estudo e do trabalho ck que deixa de ser apenas um ouvinte e re passa conhecimentos, A aplicagio da pedagogia renovada como: Digitalizada com CamScanner _- wv vvewure * ccria estratégias para melhorar a aprendizagem baseada nas descobertas significativas feitas pelos préprios alunos; * diversifica as situagdes de aprendizagem, tomando-a mais di- namica, uma vez que considera 0 aluno como centro do Processo educativo ¢ agente da prépria formagiio na fungio de ensino habituais e tradicionais pela criacio rentos pedagégicos que envolvem mais a par- {r6i conhecimentos novos pela atualizagio e pela transfc \agdio dos saberes procedentes do senso comum, acres por contetidos disciplinares mais bem tratados e por informa- g5es advindas dos meios de comunicagio; * favorece a interdisciplinaridade de contesidos pela realizagio de larefas e atividades voltadas para a aprendizagem partcipativa; ‘* provoca mudangas na escola, nas atitudes dos professores, na motivagio do trabalho dos alunos, para que haja umarenovacdo mais efetiva na aprendizagem. A escola renovada ou progresssta caracteriza-se pelo comprometi- ‘mento com os propésitos modernos de preparar oaluno como cidado, nio somente para se integfar na sociedade e'a ela ser dil, como também para habilit4-lo e capacité-lo a: 2 ‘competigao no campo de trabalho. Para isso a escola re © aguela que tem ui pedagégico tragado com a partci- pagto coletiva de representantes de seus setores, beneficiando a comunidades © aquelaque consi ipanteatvo da constugio de seu saber, portanto| 28 * “aquela cue tem como propésito fundamental abandonar 0 ensi- Ro tradicional repetitivo © adotar a aprendizagem como Construgdo de conhecimentos, partindo do que o aluno jé sabe: * Aquela que troca os procedimentos metodol6gicos d ‘ouvir-repetir, pela dindmica do questionamento com reflexto-agio-reflexao, numa perspectiva interdi * aquela que considera a avaliago como processo de continuo Tenovar e repensar € no como instrumento de repetigdo, de ameaga e de cobranga; * aquela em que o professor acredita que deverd mudar, para set © condutor da aprendizagem, considerando 0 aluno 0 centro do processo; * aquela na qual o professor saiba distinguir ensino de aprendiza- ‘gem ~ensino como simples ato de instrur,regassarinformag&es, € aprendizagem como aquisigao do conhecimento cientifico, as. similagdo e aplicago do saber, iva © uso de instrumentos pedagégicos de Pesquisa pelos quais o aluno € desafiado © motivado, pelo questionamento do professor, a descobrir ea pensar; * aquela que estimula a socializagao e a solidariedade por meio ° da parceria e do compartilhamento de tarefas em grupo: ‘* aquela que reconhece a necessidade de mudar a mentalidade das pessoas, conscientizando-as para a renovagi, ede renovar 0s proprios métodos pedagégicos que usava. Serd, portanto, aquela que acredita que a aprendizagem resulta do trabalho participativo do aluno, estimulado, orientado e conduzido pelo professor. Digitalizada com CamScanner 2 UMA PROPOSTA Aprender investigando ‘Ninguém, conhecendo a real situaco do ensino no Brasil, ontestard as seguintes afirmagdes que a cada momento so ouvidas: “A escola no std ensinando bem”, “Os alunos no aprendem ouaprendem muito pouco”, “Os professores sentem-se desestimulados e desvalorizados Em face desses problemas declarados e evidentes, existe, por todo pals, uma io muito grande de educadores preocupados com busca de solugdes que nio sejam apenas paliativas, mas que despertem A atengio dos responsdveis e apontem para uma visio pedagégica nova, capaz de conduzir a novas concepgdes de um planejamento educacional eAddescoberta de uma pedagogia renovada, com atividades didéticas que possam modificar esse sombrio panorama das escolas. Por que a escola no ensina bem? Por que os alunos aprendem pouco? Por que os professores sentem-se desestimulados? Por que - depois de diversas experiéncias em todgo pafs - ainda nio se fixou um modelo de sistema educacional que satisfaga plenamente e que perdure? 3 Digitalizada com CamScanner info se pode chegar a conclustes Diante de tantas interroga satisfatérias quando se consideta'a diversidade social existente no pais € quando se entende a edui 9 umm processo dinimico ¢ pass{vel de renovago, na tentativ izarse para acompanhar as répidas mutagdes que acontecem nodema, na cigncia ¢ na tecnologia. “Enquanto 0 mun Jobretudo a economia, luta para acompanhar o ritmo das mudangas, a escola parece uma trincheira tombada, fora de espago e de' tempo” (Demo 1992). Esse pensamento Preocupante faz com que nos posicionemos diante de um futuro que est af e que exige répidas mudancas no sistema de ensino atual para que: © acescola deixe de ser apenas a tradicional repassadora ¢ cobra- dora de contetidos para se tomar centro de aprendizagem significativa desses mesmos contetidos, © professor abandone a fungo de mero informador de conhe- cimentos para se tomar o condutor do aprender a aprender, *0 jonal método livresco nfo seja to valorizido ¢ se implante a dindmica de trabalho investigativo com reflexto- descoberta-reflexio. jas novas vém surgindo acada ano, e muitasj4 vem sendo postas em prética, com o objetivo de modificar a situagdoqueainda prevalece. Uma das mais aceitas talvez tenha sido a “Pedagogia de projetos” ou “trabalhar com projetos na escola”. Na verdade, essa nfo é nova~ ela surgiu no inicio do século XX, nos Estados Unidos, Jo filésofo ¢ educador John Dewey e desenvolvida por seu disefpulo Kilpatrick, ' ‘Aos poucos, esse método foi difundido com muita aceitagto na Europa e chegou até nds com os trabalhos de Miguel Arroyo, aplicados 2 organizagio de contetidos programéticos das disciplinas, em escolas ae Minas Gerais. Consistia a referida proposta, depois de aperfeigoada ¢-alterada, em desenvolver trabalhos capazes de vincular a sala de aula 32 A realidade social na qual o aluno vive, para que ele pudesse entendé-Ia “melhor, mostrando, assim, que 0 processo de aprendizagem & um pro- cesso global, que integra o saber com o fazer, a prética com a teoria, em ‘utros termos, a pedagogia da palavra com a pedagogia da aca. Para concretizar essas idéias, propunha-se selecionar temas ou problemas darealidade social da vida dos alunos, mesmo queee niio fizessem parte das dreas das di inas curriculares Seriam motivos temdticos a serem trabé 1ados, numa visio interdisci nar que globalizasse contetidos escolares com assuntos da vida cot dos alunos, como: ‘© Aspectos da comunidade: organizagao social, cultural, econd- mica, religiosa, politica, administrativa; de saide, de lazer, de escolaridade, de seguranga etc. . Aspecios da escola: localizagio e condigdes de funcionamento; origens da popu migragées, influéncias familiares, cul mico-agricolas ete. Digitalizada com CamScanner ’na programagio escolar, nem o desprezo pelos chamados temas-eventos, to em uso em nossos cursos primfrios, como Dia das Mies, festas, Juninas, Dia da Crianga, Dia da Arvore, Dia do {ndio ete. Essas datas comemarativas so preservadas no planejamento escolar como propostas paralelas ¢ aglutinadas pela “Pedagogia de projetos”, A grande vantagens desse procedimento, quando postoem prética, € dar maior flexibilidade & organizagio dos currfculos, uma vez que trabalha com contetidos| integrados des vii ctcipies, ‘numa proposta, moderna e progressista. Atualmente sto numerosas as publicagbes sobre a “Pedagogia de projetos” e numerosas so também as escolas que j4 adotam essa forma de organizar seus curriculos, seguindo 0 exemplo do que aconteceu na Espanha e os estudos que vém sendo desenvolvidos na Universidade Se refletirmos ut * frequentemente acontece do tipo: “Ni sel fazer 6 projeto e pesquisa que me pedem”, “Nao sei nein por onde comegar a’monografia que devo apresentar — nunca me ensinaram a praticar a metodologia para elaborar realizar uma pesquisa, rio de estudo” etc, Essas declaragSes 410 magistério e induzem a perguntar: partir do ciclo bésico, algumas nogées elaborar e organizar projetos simples de pesquisa? 7 por que nio 408 alunos como refletir sobre problemas da vida deles€ como investi los pela observago, pela for- 34 ip6teses e como colher dados e informagées para * © 08 projetos de trabalho ja sio aceitos como formas de organizar os curriculos, por que nio aproveitar esse eaminho Para introduzir alguns na Programagio escolar? Sto respostas a questdes expostas neste significado verd: esse tipo que orientaram as idéias Fo. Propomos nele um caminho que representa 0 de trabalhar com pes de campos de suber que, em ge! A intengao, a0 elaborar e: rojetos orientados pelos métodos corretamente como preparagio pa merado de saberes” de virias éreas disciplinares, Basta ver programas de TY, ler artigos de revistas de grande circu- lagdo, acompanhar a divulgagdo de tematicas de eventos pr perceber como evolui em efervescer do. © aluno quer saber mais detalhes sobre 0 que vé na tele questiona os professores e pede explicagdes para aprender como praticar tudo isso na vida real, enfim, como praticar a teoria, A escola softe pressdes de todas essas manifestagdes culturais ¢ Por isso tem que se preparar e organizar seus curriculos disciplinares dentro dessa visio globalizante de saberes eda perspectiva futura da vida humana, : 35 Digitalizada com CamScanner tratar 0 conhecimento deve ser reorganizada. Os aspectos tecnol6gicos, cientificos ¢ filos6ficos t&m que ser levados em conta, pois eles j& comandam o futuro profissional dos alunos. As novas teorias pedag6gico-educacionais surgidas mostram que o conhecimento 1a ser perseguido na atualidade peta escola no é mais aquele comparti- mentado € estanque, mas o saber globalizado, que considera todos 0s aspectos da vida e possibilita acompanhar 0 avango do mundo de hoje. Se a perspectiva de Dewey ¢ Kilpatrik, nos EUA, de Freinet, na Franga, de Santomé e Heméndez, na Espanha, de Ana Maria Haufman, na Argentina, e de Miguel Arroyo ¢ Monique Deheinzelin, no Brasil, quanto aos “projetos de trabaltio na escola”, era de organizar os curricu- los escolares aproximando-os da vida real do aluno, considerando a escola como espago aberto, 0 que eles pretendiam, na verdade, era ‘ar maior integrago dela com a comunidade, Era dar ao estu- tunidade para refletir sobre os problemas que encontra busca de solugdes desses problemas, aprovei- ares aprendidos em sala de aula. diariamente conduzi- tando os contesidos disci Embora os mentores dessa pedagogia tenham deixado o desenvolvimento dos projetos a crtério dus professores, de acordo com suas necessidades ccontextuais esua criatvidade, uma resposta a essa duivida poderia ser: pela pesquisa organizada de acordo com algumas atitudes cientfficas orien- tadas pelo professor. Exetamente esse é o caminho que apresentamos & explicamos ao longo das paginas dest Contudo, aqueles que desejam las onde trabalham, essa forma de ensino ¢ convencer de que esse trabalhd nfo pode ser realizado de forr cou intuitiva, mas talvez exija um replanejamento das atividades jé programadas na escola. ‘ ( sentido pratico e com forma mais organizada envolvendo con- teddos multidisciplinares qué Fepresentam anova metodologia do “como fazer” poderd ser expres itar e incrementar, nas ¢sco- wrendizagem devem se pfrica, 36 REFLEXAO————- GAO REFLEXAO Sobre oq ‘que pesquisar? analisar seobserva or que fax eduzir na realidade ‘com quem fazer? tirar conelusses ara que fazer? ‘como fazer? logue se espera? A forma metédica do trabalho é dada num roteiro que se inicia ‘com a selegdo e a definigio de: * qué? ~O tema ou assunto a ser trabalhado. ‘© por que se quer fazer esse trabalho ou estudo? ~ Os propésitos ou finalidades a serem determinados para levar 0 aluno a cexpressar 0 que sabe sobre o tema, a formular suas hipéteses ¢ a dizer o que mais quer saber. ‘para que se fard esse trabalho? ~ O objetivo pode ser a capaci- tagdo dos alunos para a prética do que aprenderam, o dominio € 0 aprofundamento dos conhecimentos e conceitos bésicos relacionados ao tema do trabalh Possam comprovar suas tirar conclusdes de seus Essas posturas mode projetos, jé esto sendo do homem integral Mas para reverter a situagio qué ainda pred tomar essa estratégia eficaz, serd preciso que cla se 1 Digitalizada com CamScanner sor, que deixard de dar receitas prontas , 0 questionamento, Na investigagdo do saber, o professor tor: somente, 0 orientador € 0 facilitador do processo de aprendet Acrianga também € curiosa por natureza, questiona tudo e quer saber © porqué de tudo, Deve-se, assim, aproveitar essa. Educar pela pesquisa é 0 que s¢ dese; Pedro Demo (1998a); autor do livro com esse titulo, afirma no inicio que educar pela pesquisa ¢ um enfoque propedéutico, ligado ao desafio de construir a capacidade de reconstruir, na educagio bisica superior. “f um desafio voltado para considerar a pesquisacomomaneira de educar™. Diz ainda: “A base da educagio escolar é a pesquisa. (..) Onde ndo aparece o questionamento reconstrutivo, nio emerge a pro- priedade educativa escolar” (Demo 1998a, p. 27). A pesquisa busca 0 conhecimento, para poder agir na base do saber pensar. Muitos se queixam dos sistemas educacionais vigentes por nto apresentarem solugdes imediatas, sobretudo para os problemas de alfa- betizaglo e para. fracasso escolar alarmante no pafs, mas, infelizmente, poucos consideram que as solugdes podem vir mais de nés educadores, do que dos legisladores educacionais. AA intengo dessa proposta 6 fazer refletir sobre a aplicagdo da pedago; iva em sala de aula, isto é, do “aprender pela pesquisa”, concordamos plenamente com Pedro Demo que o trabalho 38 ‘com pesquisa na escola, além de dar sentido cientifico as tarefas, & altamente educativo, pois envolve 0 aluno, fazendo-o deixar de ser ‘ouvinte repetidor de contesidos e passe a agir ea refletir com consciéncia erftica diante dos fatos estudadoe. do questionamento continuo da vos apropriados & buscado saber. AA caracteristica fundamental da pirética da pesquisa na escola é 0 interrogar reconstrutivo, quer dizer, a passagem do aluno passivo, receptor apenas, parao papel de sujeito participativo e operante nodesenvolvimento de seu conhecimento — aquele aluno que aprende a superar a condigio de “massa de manobra”, para se transformar em agente da prépria aprendizagem, como critica e inovador, no dizer de Pedro Demo. “O professor no modifica ninguém, o aluno & que se modifica quando aprende”, j4 afirmou o educador Edson Franco (1989). trabalho com pesquisa, por meio de miniprojetos, deve ser desenvolvido em sala de aula para favorecer a formagio do rat da reflexdo nos alunos, conduzindo-os a ver as coisas com oul ‘ede maneira diferente, aprendendo a identificd-las e a relacion Essa modalidade pedag6gica destina-se a estabelecer 0 equi entre 0 pensamento cientifico e 0 desenvolvimento humano pela ‘glo de uma metodologia assentada no tripé: curiasidade, investigagdo e descoberia, realidade e do uso dos meios investi A curiosidade despertada e motivada pelo professor conduzira o aluno ao desejo de saber e conhecer melhor o assunto a ser investigado. Digitalizada com CamScanner ‘Submetido aessas téenicas de ensinara ver eestudarascoisas,elenunca mais esquecerd os conhecimentos adquiridos. Essa & a verdadeira aprendiza- ‘gem que se quer implantar, Esse é 0 verdadeiro objetivo da pesquisa. E bom lembrar que qualquer pesquisa, por mais simples que seja, destina-se a “produzir conhecimento”, e esse caminho seré a maneira ‘mais facil e agradavel de 0 aluno conhecer e adquirir 0 verdadeiro saber, O professor deveré interrogar os alunos para induzi-los a dar respostas, Essas respostas (hipéteses ou suposigdes) serio baseadas no senso co- mum ou nos modelos que os alunos conhecem, mas, depois de test4-las ‘ou comprovar sua veracidade, eles aos poucos iro dando respostas diferentes, talvez mais cientificas do que as primeiras, que provocarao debates ou novos questionamentos. Realizar um trabalho desse tipo é conduzir os alunos A elaboragao € A reconstrugo de seus conhecimentos, & mudanga de suas concepgées sobre os fatos do mundo, fazendo com que tenham uma visto mais critica diferente das coisas que os cercam. : A verdadeira aprendizagem se dé pela assimilagio significativa de conhecimentos — a teoria originando-se da prética e retomando a ela para ser aplicada na vida por novos caminhos. Referenciais teéricos em que se apéia a proposta 1 te6rico, a proposta aqui Entendendo que, sem um ref jvo, ndo contribuindo suficien- apresentada cairianoempirismo, temente para a melhoria do conhe de Ihe dar 0 embasamento conceitual que Ihe serviré de apoio, com a incluso de excertos de alguns autores para fundamentar e reforgar a compreensio da proposta e esclarecer 0 que nela é apresentado. Antes de qualquer coisa, esclarecemos que todas as idéias nela expostas tiveram como ponto de partida os princfpios da educagao divulgados pela Unesco: 40 © aprender a conhecer; © aprender a fazer; ‘ aprender a viver com os outros; © aprender a ser, Fizemos consultas & nova Lei de Diretrizes e Bases do MEC e descobrimos que, em seu artigo 32, incisos de I a IV, sdo dest Princfpios essenciais da educagdo que reforgam 0 direito con do aluno em relagio & sua formagao bésica, para que, como cidadio: © possa desenvolver a capacidade de aprender, ‘* possa compreender o ambiente natural e social onde vive; ‘+ possa desenvolver sua capacidade de aprendizagem: * possa fortalecer os lagos de solidariedade e de relagGes inter- pessoais. Apoiamo-nos também nos Pardimetros Curriculares Nacionais (PCNs), que propdem que as escolas construam “um curriculo based do no dom{nio de competéncia e no no actimulo de inform: lidade cultural, sexuatidade, relagoes extraclasse que os professores apontario, Na parte prética deste manual, apresentamos também alguns projetos j6 esquematizados, cujos temas esto voltados para essas rela- a Digitalizada com CamScanner ses vivencis 10s préprios alunos como: “Nossa escola", “Trabalho © comunidade”, “Cidadania”, “Meio ambiente” etc. ‘Além dessa preocupago com as Para a formagio social do ahino como Comunidade, diversos autores que aprofundaram o assunto do trabalho escolar com projetos foram consultados, como Hernéndez ¢ Monserrat (1998a, p. 61), que mostrara que projeto ndo metodologia mas apenas . organizar ¢ articular informagdes sobre um determinado tema, cabendo aos alunos desenvolvé-lo, compreendé- Os autores destacam que “o principio da aprendizagem por des- por parte dos alunos é mais positive quando emana daquilo ‘que Ihes interessa e aprendem da experiéncia daquilo que descobrem por si mesmos” (idem, p. 64). r . Herndndez detalha muito a organizagio de projetos como es- tratégias de aprendizagem, ¢ enfatiza a interdi: ridatle como io de matérias num trabalho com projetos, diferenciando-a de jera mais adequado em se tratando de globalizagao, termo que cor de projetos que podem se forma muito aberta, sem Ih comio nés propomos. Os manuais da Edit “Ensino e aprendizagem” € 4 colegio “Contetido e Metodologia”, de 1999, so de uma riqueza muito grande e nos serviram proveitosamente, uma vez que neles so mostradd pelos alunos com a orientagao do professor. (1999, p. 92): 42 (0 objetivo esxencial da Educasio, a sua intencionalidade bésica, numa Sociedade histricamente determinada, insert os educandos nowriplice ‘universo de suas medingbes: '* no universodo trabalho, da producio material das relagBes econdmicas ; imbulizago subjetva, Abita da se ‘inca pessoa, da subjvdade ds relies inencunsis- esferado sie is NOS apoiamos — e Keller (1999), Demo (1993; 1998a; 1998b) ¢ Bagno (1999), Segundo André (1989, p. 39), “o estudo do cotidiano escolar «| coloca como fundamental para compreender como aescola desempenha seu papel socializador. (...) ¢ como a escola participa do processo de socializagio di que so, a0 mesmo tempo, determinados e determinantes”. Servimo-nos desse pensamento para mostrar que traba- Ihar com projetos na escola é formar e exercitar 0 aluno na priti coletiva da cidadania, fazendo-o refletir sobre as situagbes dificeis € conflituosas que a cada passo encontra na familia e na comunidade € sobre as maneiras de intervir nelas de forma concreta. Demo (199ua, p. 2) afirma, categoricamente: ‘ pesquisa na escola € uma mancira de educar¢ uma estraiégia que failita a educagio (.)€ a consideramos uma necessidade da cidadania moderna. {.) Bducar pela pesquisa 6 um enfoque prdpedéutico, ligado a0 desafio de construir a capacidade de reconstrur, na educagio bisica e superior. ry ‘um desafio voltado para considerar a pesquisa como maneira de ed 43 Digitalizada com CamScanner Let t Enfatiza ainda Demo (idem, ibidem): (-)abaseda edvcagio sot 1a price a renovasSo da tora en 9). (.) A pesquisa supSe ambiente tiatividade... (.) alan n80 Vaid pesquisar, compreendendonse, por parceiro de wabalho, no ouvinte do escola deve parecer na vida (p cimento nove, privilegindo co sistemstico critica €criaiv.. (9.9). ) A pesquisa busea 1 renovagdo da prtica.(p. iberdade de expressto, crica e para assistir& aula, mas para ye sua tarefa crucial & ser (O que se aprende na pesquisa persegue 0 conhe- 1a método © questionamento Estamos em consondncia com o autor, pois, como ele, queremos uma escola mais aberta A comunidade, em que todos participem dessa imensa tarefa de educar, com base na reflexio sobre os problemas que estdo ai. Pedro Demo afirma categoricamente que pesquisanaescolaé uma ‘mancirade educare uma estratégia que facilita aeducagio. Ele considera pesquisa imprescindfvel na formagao do estudante. Segundo ele, “a pesquisa €a verdadeira fonte do conhecimento”. Para o autor, a pesquisa “pretende, através da reconstrugao do conhecimento, manter a inovagao como processo permanente para poder agir na base do saber pen ‘Segundo cle, “a pesquisa estrutura-se como 0 eixo catalisador, funcio- ‘nando como impulso da criatividade do aluno e micleo disciplinador da produgiio do saber”, Para Perini (1996 p. 31), “o estudante brasileiro é tipicamente diferente, submisso & autoridgde académica, convencido de que a verda- de se enconta, pron eacabada, nos livros ena cabega das autoridades”. inido revela a falta de um melhor preparo dos alunos e iagdo cientffica no ensino bdsico, como promotora de cri € de abertura de novos caminhos na busca do saber e como formadora de consciéncia critica perante os fatos. O estudante nio sabe 0 que fazer fora d: na escola ¢ aceita e submete-se a todas as informa servidas prontas, sem discussio nem comprovagio. Acaba tornando-se estudante e diz que ela € a verdadeira fonte do conhecimento. Para o autor, ‘a pesquisa “pretende, através da reconstrugo do conhecimento, manter a inovagdo como processo permanente para poder agir na base do saber pensar”, O autor afirma ainda no mesmo texto que “a educagio deverd ser, em primeiro lugar, a procura do conhecimento pelo desenvolvimento de habilidades”. E Demo (19982, p. 30) completa: "O aluno-objeto é aquele que s6 escuta aula € a reproduz na prova. O aluno-sujeito é aquele que trabalha com o professor, participa ativamente”. Serviram-nos ainda de fundamentagio Vasconcellos (1995) € Franco (1989), Esses autores, com suas obras sobre educagio, e muitos outros dio apoio e sobretudo seguranga ts idéias aqui expostas. Todos eles defendem uma urgente renovagio da escola em seus métodos de ensinar e de preparar o aluno para desempenhar seu papel na sociedade como “sujeito histérico” para que, cedo ou tarde, seja integrado plena-- ‘Mente na comunidade ¢ inserido no mercado de trabalho. As contundentes palavras de quem escreveu sobre © assunto induzem-nos a refletir mais profundamente sobre as mudangas que a educagao moderna vem exigindo, direcionadas para aexisténcia de uma relaglo direta entre 0 que é ensinado e a vida pritica do aluno. Aos diretores de escolas ¢ autoridades educacionais cabe decidir sobre a necessidade dessa renovago no ensino e da urgente capa dos professores — sobretudo daqueles qu: ensino basico — e preparar um ambiente po: de orientagiio motivadora, Mais do que o ensino, a aplicago da pesquisa na escola conduz 20 domfnio das habilidades didéticas renovadoras pela discussio, pela 43 Digitalizada com CamScanner leitura, pela observagio, pela coleta de dados para comprovagio de conjecturas sobre os fatos, pela anslise criativa de dedugBes e concluses ¢, sobretudo, pela reconstrugdo do conhecimento a partir daquilo que os ‘alunos jé sabem e da elaboragio criativa pessoal, conjugando a teoria a, uma Vez que o processo reconstrutivo comega na busca e amento pela pesquisa. E através da préxis que se educa” social” (Severino 1992, pp. 62 € 70). “a educagio ¢ uma pritica ‘Tudo na pesquisa elementar ou simples na escola priméia funcio- na em tomo de dois elementos: 0 assunto temético ¢ 0s procedimentos para aprofundar 0 conhecimento, ou, em outras palavras, so elementos bisicos 0 objeto a ser investigado e as agdes que conduzem a investigd- 0, O tema, ou objeto, € 0 proprio ceme da pesquisa e impulsionador de todas as atividades para exploré-lo, para descobrir outros aspectos de, interesse. As conclusées que 0 aluno formulard revelario seu espirito critico diante do que estudou e viu de maneira diferente da costumeira, agora com olhos de pequeno ‘© a0 mesmo tempo sentindo, de forma pritica, como é possivel -grar melhor na sociedade de que faz parte. Vé-se, assim, 0 quanto o trabalho com projetos desem habilidades técnicaS‘dos alunos; percebe-se 0 quanto, além de facilitar a construgdo do conhecimento, esse trabalho é integrador do aluno no contexto em que vive, pela investigago.e pela reflexio sobre a realidade, desenvolvendo nele uma consciéncia social e co-participativa. Com base nessas consideragdes, justificam-se as propostas aqui apresentadas que visam, sobretudo, subsidiar os professores do ensino fundamental com um instrumento pedagégico valioso e dar sugestées na preparago de material para sua aplicago em sala de aula dentro de determinados enfoques selecionados. 46 A organizagdo do currfculo escolar e os projetos ee ‘Sem um planejamento que apresente um projeto pedagégico bem as aqui apresentadas, pois € preciso planejar a s reflexio e de experimenta- go, onde todas as atividades partam sempre de questionamentos ‘conduzidos pelo professor. planejamento, segundo Turra (1975), "6 um conjunto de ages coordenadas entre si, que concorremi para a obtengio de um certo resultado desejado”. © planejamento envalve a previsio metédiea de atividades ou ages ¢ a determinagio de meios pelos quais elas serao realizadas na busca de determinado fim. Planejar €, pois, especificar para ‘onde se vai, quais os meios para chegar li e quais os resultados que se pretende conseguir. E, portar inda Je acordo com Turra (idem), ividades dos professores € dos planejamento, como instrumento pedagégico de aya poderé, com base em idéias, construir projetos simples que apresentem: «temas para estudo que se relacionem aos conteidos programados; @ resultados a esperar ¢ a avaliar de acordo com os obj ropostos. As unidades de ensino podem dos contetidos a serem mi conhecer os fatos, a procur Digitalizada com CamScanner escrever sobre eles, mas, sobretudo, a vé-los de mancit . questionadora dentro dos contextos disciplinares e nfo isolados. A pritica pedagégica aqui apresentada s6 surtird efeito se partir do projeto pedag6gico local, que determina a linha de ago que se deseja desenvolver na escola a partir das respostas as questdes: © quem o realizara? , + por que serd realizado? ‘* para que serd realizado? 10|projeto pedag6gico ¢ filoséfico ‘bésicos o tipo de homem que se lectual do aluno como ser humano, institucional, que terd quer formar € 0 vivendo em sociedade: investigagdo e a reflexto, ¢ sempre orientadas para mnstrug&o do conhecimento dos alunos e a foomagao da cidadania na pessoa deles. Dessa forma, ocuiriculd escolar terd fungi hurranizadoracompleta, facilitando a propria eotheeimento cientifico e do crescimento do ser humano, Cada escola devers construir seu projeto com a participagio de seus membros segundo sua realidade local e o contexto em que atua. O projeto maior orientaré 0 processo de ensino e aprendizagem, o qual nio serd uma coisa empfrica, mas configurada como wm conjunto de ati relacionadas e préticas, envolvendo temas sobre os quais se erio atividades pedagégicas embasadas num suporte te6rico e destinadas a alcangar o conhecimento, Cada frea de ensino pode ser transformada em uma unidade desenvolvidacomo projeto, tendo como base a realidade, as necessidades as vivéncias dos alunos por meio destes dois instrumentos: ‘macroprojeto, envolvendo a escola como um todo — cada classe/série dard sua parcela de participaco por meio do estudo contextualizado das disciplinas; ‘minjprojetos, resttos a uma sala de aula ~ todos os alunos trabalharo Dentrode cada unidade, as atividades seguirioomodelo: atual, que consta de: conceitos propostos com base em obs de Galileu e ensina a ver o mundo de manei apenas a aceité-lo como 6, sem Qualquer proposta pedags agentes; mento da aprendizagem na qual os alunos sejam os principais 9 Digitalizada com CamScanner * oferecer oportunidades para que os alunos manifestem sua iatividade em pequenas propostas de estudo interdisciplinar, tando-Ihes, assim, conhecer melhor o mundo em que ¢ jufzos sobre as coisas; tudes dé responsabilidade; agir cooperativamente; interagir com os outros. Os projetos podem ser realizados coletivamente, podendo-se ater iogrSficas, entrevistas, excursdes com relatos, estudos de ia para, por meio deles, construir novos saberes. de investigago ou de pesquisa aqui mostrado pode partir de duas atit indutiva, pela qual o estudo parte da observagao da situago-problema, tirando-se dela conclus6es; a dedutiva, que parte de formulagdes conceit sais e proposiges para comprové-las ou testé-las pela observagio dos fatos. De acordo com a orientagdio que o professor quiser dar, ambas as atitudes poderio ser adotadas concomuitantemente. Pelo processo indutivo, explica-se ao aluno que ele poder4 partir da observagiio dos fatos, formulando hipéteses, dizendo o que sabe sobre eles © suas causas, e depois procurando dados e informagdes para confirmar se suas respostas ou opinides silo veridicas ou niio, Por exemplo: saber,por que a garrafa de bebi ida da geladeira fica -coberta de gotinhas; descobrir por que essas gotinhas aparecem, de onde vém, se isso acontece com qualquer bebida etc. O aluno respondera como acha que isso acontece — serdo suas hipéteses. Depois pesquisard infor- mages para ver se suas respostas esto certas. Outros exemplos: saber por que quando sor iados contra alguma doenga, pela vacina sio injetados em nés virus deséa mesmia'doenga; ou ainda por que as frutas ou cares apodrecem, quando ficam fora da geladeira. Pelo processo dédiutivo, aluno comega a pesquisa tendo por base uma teoria ou lei que ‘onhéce como certa; ele ird investigar fatos ou fenémenos para c todos os fatos se exemplo: partindo de um prinefpio j& 50 aceito ~ como, por exemplo, “Qualquer crianga q ‘em sala de aula e portanto tem di fatos ou situagdes que comproven que isso acontece pelo fato de alimentar-se mal, ajudar os que como superaram as conhecimentos novos adquiriram sobre o assuni ificuldades que tiveram. Qualquer que seja.a ctitude assumida ou a forma usada no processo de ensino e aprendizagem, é sempre bom lembrar que os trabalhos com rojetos de pesquisa si as pedag6gicas flexiveis e independem de modelos ou protétipos preestabelecidos, podendo ser adaptados € transformados a critério de quem os usa. As vantagens, contudo, serio logo sentidas apés as primeiras experiéneias, quando o professor e mesmo as familias perceberiio: * amotivagio ¢ a vontade dos alunos na busca de informagdes € dados para conhecerem melhor aquilo que pesquisam; * a interagio ¢ o intercdmbio entre eles, com partilha de respon- sabilidades nas equipes que realizam as tarefas; as transformagdes sentidas nas salas de aula, consideradas laboratérios de experiéncias e de mostruérios; © despertar de continuas questdes sobre os fatos ou problemas a estudar, levando-os sempre a querer saber mais sobre o assunto; a vontade dos alunos de méstrar aos demais colegas da escola, por meio de seminérios, murais, debates, desenhos etc., 0s resultados alcangados. . Digitalizada com CamScanner © papel do professor no trabalho com projetos © professor & pega insubsiufvel no trabalho de pesquisa. Projeto funcionaré bem ou mal, de acordo com a atuagaio do profess a assisténcia que ele der & elaborapao da pesquisa e ao desenrolar das ages, Atualmente nifo se concebe mais o’ professor como simples formante para o aluno, Ele passou:a ser considerado o orientador, Propulsionador das atividades ¢'0 estimulador do aluno. Educar niio mais simples troca de informagdes ou de saberes: 6 conduzir 0 aluno & descoberta, & construgio de conhecimentos que o privilegiem na trans- formagio do mundo em que vive. O ensino tem que ser ativic direcionada para a auto-aprendizagem a partir daquilo que o aluno sabe, do que vai descobrir, criticar e aceitar, como também, decorrénci da interagao com o professor € os colegas. essa forma, o ensino ¢ transformado — numa busca daqujlo que no se sabe e se quer saber — em pesquisa, em investigacao. O professor Precisa se convencer de que ciéncia é pesquisa e ndio mera aprendizagem, nem imposigao de saberes. evidente a importancia dc atualizago constante én treinamentos de aperfeigoamento profissiona Os cursos de renovagao pedagégica frequentes citar a didética do “aprender a aprender” apoiada na devida teorizagao. O prefessor nao deve esquecer que no mundo atual o que prevalece, acima de tudo, € 0 conhecimento € as compet gica, € a pega-chave do processo na construgo dus con propedéuticas adequadas do saber pensar, pesquisar, teorizar a pritica, tanto pelo seu dominio dos contetidos como pela adogio de atividades inovadoras que procuraré estumular. Dessa forma, conseguiré ser aquele 32 ‘que supera os esquemas antigos de ensinar apenas transmitindo conhe- cimentos, repetindo, copiando, passando a ser aquele que acredita na capacidade criativa do aluno fundada na pesquisa, na sua elaboragio propria de saberes que o preparem para as oportunidades préticas da vida. Porém, para atingir essa condi¢io, o professor teré de colaborar adaptar-se a novas sisteméticas educacionais, deixando de se considerar 0 “tradicional mestre sabe-tudo”, o centro ea convergéncia das atengoes, para esquecer-se de si mesmo e tornar-se 0 guia, o facilitador da apren- dizagem, Deverd tornar-se um especialista na descoberta de estratégias didéticas, convencendo-se de que apenas usar 0 retroprojetor, 0 video, slides ou trabalho em grupo nio significa modemizat-se ou renovar-se pedagogicamente. Nao resta a menor diivida de que, na atual conju implantar esses procedimentos metodolégi repensar, além da capacitagdo e do papel dos da escola, que talvez ainda viva e est relacionados a0 processo de ensino c decorar, cobrar pela avaliagio. Para tanto, torna-se tenham disposigio e vontade estejam rmudar a an ‘nos alunos respostas pera as necessidades ¢ interesses da em que viverdo, Professores que procurem fazer a escola aproximar a teoria dda praxis e preocupar-se com a vida, a origem, a cultura popular, ambiente, as experiéncias vivenciadas pelos alunos, fazendo disso tudo 0 onto de partida de priticas uteis a0 aprendizado. Professores que deixem de lado as teorias e as idéias conservadoras e tradicionais ese transformem em multiplicadores e mestres capazes de reconhecer que eles ¢ 0s alunos no estiio no mesmo nfvel de conhecimento € que o ponto de partida do ensino no deve sero que eles sabem, mas 0 que os alunos sabem empiricamente, e sobre isso construir novos conhecimentos. 33 Digitalizada com CamScanner Portanto, o que se quer é um processo renovado de ensinar que "mpre O questionainento como guia da descoberta de novos 1e representem uma nova atividade docente —a metodologia espostas provis6rias, da comprovacio do que se afirma e a da experi- {_mentagdo dos fatos. /~ _ _ Partindo do pressuposto de que uma pesquisa realizada como | | fundamental que ele |. projetos:nteresse-se mu | formas novas para conse; | prontas aos alunos, matan |, Beleza da pesquisa ndo d | surgirao. 5 , “~ . Aoconhecer bem a maneira de aplicar a pesquisa como atividade escolar, é preciso que o professor: © estimule sempre a curiosidade natural dos alunos, explican- do-lhes como ‘proceder diante de fatos que se quer conhecer; # induza-os a de ‘de solugdes, ou de informagées, pela re 0s aspectos teméticos seleciona- ¢ aplique meios simples para que eles possam chegar as informa- Ges de que precisam; ssados a faixa etéria dos © nunca deixe que o: ‘solugdo do problema; que a solugo do problema é 0 préprio conhec!- ‘mento construido, Para achar a solugao de qualquer problema hi dois caminhos: 0 do senso comum ou empirico, que € assistemético, niio procura as causas, é individualizado, nao ques cientfficos, que é organizado, experimental, baseia-se em hipdteses, em comprovacées, em andllises criticas e dedugées. 55 Digitalizada com CamScanner 3 CONHECIMENTO E CIENCIA. A construgéto do conhecimento Nesta altura das explicagées sobre a proposta apresentada, con- vém acrescentar mais algumas sobre o que se entende por conhecimento eporciéncia, dois termos que a cada momento vém Atonae que merece ser abordados com detalhes. Pode-se afirmar que o conhecimento surge no homem quando ele comega a se relacionar com 0 mundo, mais precisamente quando ele nnasce ¢ entra em contato com as coisas que o cercam, assimilando-as e podendo, aos poucos, falar delas, Cada coisa se transforma, para ele, poderé softer variagdes em razio dos vi outros objetos, Assim, o estimulo “casa” terd variagées diversas. Essa casa poderd, por exemplo, localizar-se em regido isolada, ou numa rua movimentada, na praia, na montanha; poderd estar fechada, ser grande, térrea. Cada situagio resulta de sua vinculagio com outros elementos, 08 4quais Ihe acrescentam informagbes diversas, Digitalizada com CamScanner 58 Esse relacionamento do homem com o mundo, consigo mesmo, ou com o transcendental chama-se conhecimen ele que faz o homem “sal chamaram-no scier 10.6, ”, ter consciéncia das coisas. Os rae ‘A Cincia é0 conhecimento das coisas humanas generalizada sistemati- ‘zadas,principalmente em viia da pritica. A Ciéncia éo conhecimentocerto ‘cevidente pela sua causa. Tonnard 1953, p. 95) ‘Conhecer é uma relaglo que se estabelece entre o sujet ceente se apropria, de certo modo, do objeto conhecido © 1o conbecinento o homem penetra nas diversas reas da supra-sens{vel, ulirapassam a experiéncia, (Ibid.) CCiéncia, em sentido comum, & sin6nimo de conhecimento, Reserva-se, envretanto,0 nome ciéncia para 0 conhecimento verdadeiro ¢ completo.) co saber pelas causas,o saber para demonstragio. ‘A Citncia € apenas um tipo especial de conhecimento.( ‘A palavra Cigncia pode assumir duas acepgSes: em sentido amplo, simplesmente conhecimento e, em sentido restrito, tum conhecimento que nio s6 apreende ou registra os imbém os demonstra pelas suas causas determinantes ov vas. (Ruiz 1977, p. 128) (.-) © conhecimento cieniffico ou a Ciéncia 6um sistema de p de scire, que significa saber, conhecer. '¥ connecimento ¢ consti homem adquire das coisas ¢ de si esquematizado desta form: homem] —(sujsito) —» relago —+ (realidade) “Conhecer” ¢ apropriar-se do objeto de estudo, é tomar conscién- cia dele, é construir a imagem dele na mente; € ter nogo dele de maneira superficial ou profunda Conhecimento é o saber adquirido pelas mais variadas formas. “Ciéncia 6, portanto, um modo de conhecimento”, j4 afirmava “saberes" ~ os conhecimentos. _A indagagio, como car as leis que determinam a existéncia deles. 39 Digitalizada com CamScanner © homem, motivo de pesquisa, de estudo, e, consequentemente, objeto ‘ou fonte inesgotavel de novos conhecimentos. relagio ao conhecimento, o homem pode ter, portanto, duas ‘uma, como recebedor de conhecimentos; outra, como produtor imentos. A escolha de uma delas vai depender de sua capaci dade, como ser racional, de poder desempenhar certas fungées a0 longo de sua vida, pelas quais vai se revelar como recebedor ou produtor de saberes. A primeira é a funcdo perceptiva. Ela se realiza pelos sentidos, quando o homem recebe, desde os primeiros momentos de sua existéncia io sensorial, ele capta informagSes que Ihe dio o conhecimento das coisas. Por meio dela, sua capacidade cognitiva est sempre em ago. Ele vai acumulando na consciéncia as informagdes que lhe chegam e que passam a fazer parte do acervo de saberes, constituindo, asim, seu conhecimento. Nessa operagdo ele revela-se um simples recebedor de conhecimentos. 3 : A segunda €a fungdo elaborativa, criadora ou de assimilagao. Os conhecimentos nao desaparecem da consciéncia, podendo mesmo arma- Zenar-se no inconséiénte, mas nfo deixam de passar pelo processamento de elaborago mental, que consiste em outra capacidade do ser humano de trabalhar para que as informagdes recebidas sejam mais bem assimi- ladas. £ durante a elaborago que a mente se transforma num. caldeirto efervescente, quando associa, ordena, relaciona, interpreta, critica avalia todas as informagdes acumuladas, transformando-as e selecionan- ‘Nesse processo de metamorfose das informagies, sua capacidade criativa entra em agdo para concretizar © que tem na mente, em formas de expresso ou linguagens capazes de externar a informagio que'reelaborou, que recriou. Por meio dessa Fungo, ohomem manifesta seu poder criative e inventivo como produlor de novos saberes. Para coneretizar essas criages ou invengdes, ele pode usar aois it ltico, intuitivo, chamado senso comum; e out ado ou dos métodos cientificos. Tratando-se de expressar informagdes cientificas, produtos de sua capacidade eriadora, ohomem devers seguir o segundo caminho, Para tanto, precisaré utilizar ‘um instrumento indispensével,o planejamento, por meio do q) as linhas gerais condutoras da organizagio e da ago que o levarto a atingir 0 que pretende. Esse planejamento coneretiza-se pela forma elara de um projeto. A ciéncia pode ter muitas facetas. Por isso mesmo, seu objeto préprio costuma ser subdivididoem diversas éreas de pesquisa, cadauma i investigagio ¢ seu aspécto especifico de a dessas facetas ¢ uma ciéncia particular dentro de um a cultura, Dessas consideragies se deduz que hé diversas formas de conhe- cer 08 fatos, isto é, diversos meios de se apropriar de uma realidade, as Imente, outras vezes com profundidade. Os modelos epistemol6gicos ou as formas tradicionais de conhecimento so: 1, O conhecimento empiric u pépular, como € chamado, é saber espontineo, pratico, superficial, que baseia suas explicagdes na experiéncia ¢ nas coisas da vida difria, no senso comum. E 0 conheci- mento que no segue nenhuma forma sistemética ou organizacional preestabelecida, pois é obtido por acaso, pelas tentativas de acertos ¢ de ‘eros ¢ pela tradigio, sem explicar nem compreender as leis que regem 08 fenémenos. © homem comum tem consciéncia de si mesmo e do mundo as, aprende \gdes para os outras dos semelhantes e por meio dclas encontra exp! ol Digitalizada com CamScanner fatos e até prevé 0 que pode atontecer, Suas explicagdes sfio limitadas a0 concreto, a0 ndo-racior vo; ele se vale do que descobre ara pautar os comportamentos e as atitudes das pessoas que 0 aceitam. Assim, acredita que a Agua do mar é azul, sem saber por qué, que as chuvas chegam de acordo ‘com a lua, ou que os corpos caem porque: Pesam, sem explicar o porqué, 2. O conhecimento intelectual — seja cientifico ou filoséfico fatos e usa a observagao sistemética e a busca reflexiva das causas € as leis que determinam os fatos. O conhecimento cientifico fundamenta-se se firmaram, desde os tempos de Galileu - considerado 0 criador da verdadeira ciéncia -, como os mais eficientes, sendo por isso mesmo S6 se considera ciéncia 0 conhecimento organizado e sistemético {que tem como preocupagio no o conhecimento do fato em si, mas 0 estudo de suas causas pelos métodos cientificos, comprovadamente corretos, como: # a observagio, a hipotizagdo, a interpretago dos dados para explicar os fatos pesquisados; ‘* 05 processos de raciocinio I6gico indutivo e dedutivo para descobrir prinefpios que determinam a ocorréncia dos fatos- objeto da pesquisa. 62 leis que 0 determinam, Fato. causa dele lei que o rege Bacon, seguindo os ensinamentos de Arist6teles, j acreditava que conhecer verdadeiramente € conhecer pelas causas, quer dizer, o saber certo € 0 saber pela demonstragio. Quando no hé problema, no hi interesse, no se pensa, apenas se usufrui a situacio, nada se cria. em tempo de guerras que mais se inventa e mais se produz ciéncia para solucionar os problemas decorrentes delas. Somenté quem percebe 0 problema pode sol scioné-lo, logo, pode produzir ciéncia. Se o carro péra na rua, esté-se diante de um problema. Como preciso solucioné-lo, procuram-se as causas, levantam-se hipoteses. ‘Com base nessas hipéteses, serdo testadas formas de solucionar 0 pro- blema, até encontrar aquela que fara o carro funcionar. Esse €0 caminho da ciéncia, 0 método cientifico que leva a solucionar os problemas. Quando médica, diante de uma enfermidade, faz 0 diagnéstico, pede exames detalhados, ele esté seguindo 0 método cientifico, ou seja, procurando as causas para poder elimins-tas Nosensocomum, édiferente, Se uma vizinhaouvealguémse queixar que esté com dor, ela simplesmente recomenda este ou aquele ché e espera ‘o mal desaparecer. Disso se conclui que o conhecimento cientfico: * 6 saber decorrente do estudo dos fatos; * € busca das causas deles, portanto, transcende-0s; ‘# baseia-se em jufzos, conceitos, raciocfnios logi * s6 aceita 0 que for provado e comprovado; © utiliza a experimentagiio, a hipotizagzo, a andlise, asintese. 8 Digitalizada com CamScanner 3. O conhecimento filoséfico ¢ aquele que se distingue dos demais pelo método de investigacao, pela perseverante reflexto na busca da verdade, sem se deixar levar por emogdes, nem devaneios. A fi estudo que parte do questionamento das realidades perceptive Passa-as, chegando, pelo.racional, a dados de outro nfvel, os quais ‘somente poderdo ser atingidos pela razio. Filosofar ¢ interrogar o proprio homem e a realidade do contexto em que ele vive. A tarefa da filosofia é estudar os fatos na procura da verdade, aprofundé-los para explicf-los naquilo que vai além da propria cincia, para formar jufzos corretos a respeito deles, Esse conhecimento é sempre voltado para realidades nio percep- tiveis pelos sentidos; ele. visa ultrapassar as experiéncias concretas ¢ chegar a outra ordem, aracional. “O estudo filoséfico caracteriza-se pela intengo de ampliar a compreensio da realidade ¢ apreendé-la na sua inteireza na busca de abranger todas as outras", diz Delvair de Brito Alves (1999, p. 23). 4. O conhecimento teoldgico € aquele que se realiza luz da fée mediante a aceitagdo da revelagio divina. * O método cientifico Etimologicamente, método significa caminho, atalho, para se chegar a um objetivo. O método cientffico é 0 conjunto de técnicas utilizadas na atividade cientifica que possibilitam conduzir ao objet isto é, a0 conhecimento. conjunto de meios que, ite adaptados ao estudo de determinado assunto (tema), ular hipdteses sobre ele e a organizar dados para tornd-lo mais inteligtvel. torial: a observagao sis deduydo de principias ou teorias sobr dedutivo; c) 0 método experimen método comparativo ou de e daquilo que é desconhecido - como acontecem. de sua repeti¢do, a respeito das norm: to, pasar do conhecido para o desconhecido e deduzir verdades generalizadas. Deduzir significa chegar a wm valor que depende do valor anterior. © método experimental & de natureza sensorial e controlada; depende da possibilidade We reproduzir 0 fato ou fenémeno em labora- trio, nas mesmas condigdes em que ele ocorre, para que assim possa ser estudado mais profundamente. 6 Digitalizada com CamScanner O método comparativo procura confrontar e compari fatos, por analogia ou por equivaléncia, para descobrir suas diferengas ou igualda- des e poder, assim, identficar suas caracterfsticas particulares. O método estatistico apéia-se em dados ¢ nimeros, para estabele- cer probabilidades que expliquem os fendmenos ou fatos a investigar. Oprojeto Qualquer que seja o método utilizado para a pesquisa, esta dever& ser sempre precedida de um planejamento onde constem linhas de ago que levem a alcangar um determinado objetivo. O planejamento consti- tui-se de um projeto de trabalho que € definido, de forma geral, como um modelo operacional metodolégico que, por etapas e procedimentos, permitird chegar a resultado definido. ‘Como se trata de um processo investigativo, na prética o projeto parte sempre de um assunto temético ¢ se constitui numa forma diferente de conseguir melhoria da aprendizagem, por meio dos seguintes elementos: © oque serd pesquisado? # por que pesquisar? (justificativas) para que posquisar? (objetivos) * como pesquisar? (meios e estratégias) © que resultados esperar? O projeto de pesquisa, por sua vez, 6 uma proposta Idgica de trabalho, sistematizada de acordo com o modelo cientffico, que permite realizar investigagao sobre‘ determinado tema ou assunto € que Se desenvolve nas seguintes etapas: Pr Preparaglo e planejamento do trabalho - E cons- titufda pela definigio clara do assunto temético a ser estudado, A partir da explicitagdo do objeto de estudo ou tema, faz-se a escolha adequada dos procedimentos a serem tomados e das medidas a serem executadas, 05 quais, num todo, formam 0 projeto. O projeto repre ou pretensio de realizar 0 trabalho por meio de algun: ‘consagrados pela metodologi fica, ‘Segunda etapa: Execugio ou implementago do projeto ~ Essa ita e seré implementada spensiveis dentro de vin ‘cronograma, indicando etapas, datas ¢ locais. Terceira etapa: Antlise dos resultados e dedugBes conclusivas ~ ‘A confiabilidade de uma pesquisa depende da verificagio e da confirma- do das hipdteses, pois delas poderdo ser deduzidas conclusdes que q possam explicar 0 assunto temético ou os fatos de maneira mais apro- fundada. , Ess imento diditico, que é 0 projeto de trabalho, quando bem conduzido leva: '* a observar e a ver as coisas de maneira diferente, isto é, com olhos de investigagio; a selecionar as informagées que interessam e a desprezar as res podem ser e vez que so estudos ou propostas a desem ou extraclasse, que tém infcio com a busca ou pes ta pelos alunos, utilizando procedi 0s projet Digitalizada com CamScanner Cipagio dos alunos na busca de novos conhecimentos que venham a complementar os vérios campos do saber. Os projetos escolares s4o instrumentos que propiciam a aprendi- zagem pelo saber fazer ¢ pelo. eestabelecendo relagles, agdes seqilenciadas si A problemética dos projetos escolares A pedagogia modema, preocupada com os problemas educacio- nais que surgem dia a dia, direciona-se cada vez mais para a preparagio do aluno como cidadao consciente de si mesmo e til & sociedade, e para tanto procura implantar atividades diddticas voltadas para o aluno no seu meio ambiente. dessa realidade, formada por problemas sociais, familia- res, ambientais, ecolégicos, raciais, religiosos, com os qdais o aluno convive € nos.quais & envolvido, a pedagogia moderna sugere que se trace o planejamento escolar visando fazer com que o aluno conhega € melhor avalie esse universo, ¢ que o tal planejamento seja progressiva- mente ampliado por meio de agbes reflexivas capazes de aproximar 0 Ambito social dorcotidiano escolar. . Dessa forma, a escola fugird das situagées irreais, apontad: curriculos escolares que, desde longa data, sto assuntos d didéticos € de cujo conhecimento o estudante pouco aprovs poder usufruf-los plenamente, e menos ainda vivencié-los. poderdo passar a desempenhar papel transmissdo de conteiidos de relagdes dos para esse foco de interesse a ser explorado, os educado- ro seu trabalho dando condigdes ao aluno para que de mnhecer melhor o passado histérico do ficar os problemas com os quais Convive © refletit sobre eles; ¢) discuti e eriar formas para prever. Prevenir e solucionar esses problemas. dessa nova perspectiva educacional que defendemos, ia de trabalhar com projetos na escola, parodiando o que Pensava McLuhan, pode-se afirmar que “haverd um dia -talvez jsesteja sendo uma realidade ~em que as criangas aprendero muitoe muito mais apidamente, em contato com o mundo exterior, do que no recinto da escola”, como condutor do aluno na descoberta dos conhecimentos cientificos por este tiltimo adquiridos, e nfo como receptor passive de conhecimen- tos prontos ¢ encaixotados, como tradicionalmente acontecia, (Os projetos de trabalho escolar, quando bem organizados e imple- ‘mentados a partir de temas bésicas selecionados, podem atingir resultados surpreendentes, como: ensinar, de maneira prtica, a utlizagSo de métodos simples de pesquisa; conseguir a interdisciplinaridade de contesdos com ‘mais facilidade; desenvolver temas extraclase que ampliario.s contedidos ‘curriculares e a fungio educativa das tarefas pedag6gicas. Além disso, os projetos tomam-se instrumentos de natureza intera- tiva, uma vez que possibilitam a colaboragio entre seus participantes € ‘coadjuvantes, propiciando a elaborago de saberes a respeito da historia ¢ a vida dentro dos ambientes urbanos ou runs, ‘Ommais importante é que levardo 0s alunos a reconhecer que a realidade social é produzida pelos' res, assim como pelo respeito do mundo onde ” Digitalizada com CamScanner Trata-se, portanto, de uma interago comunicacional e participa- sanizada com professores e alunos, que contribuird muito para o imento e a pritica dos meios a serem usados para a melhoria da vida de futuros cidadio: conscientes. O ensino, dessa maneira, torna-se ‘mais agradével para o% alunos, dando-Ihes oportunidade para refletir sobre ocotidiano e sobre o drama da vida em sociedade de que eles fazem Parte, com todos os seus problemas e conflitos. A escola, por sua vez, atenderd satisfatoriamente aos anseios das ropostas da LDB, praticando novas abordagens temiticas curriculares, visando contextualizar 0 ensino a realidade vivenciada pelo aluno, ¢ fazendo com que, pela reflexio, esse aluno chegue & ago, As idéias aqui apresentadas podem ser concretizadas e postas em. rética, por meio da utilizacdo de temas que servirio de motivo para a montagem de projetos que a criatividade dos professores poderd cons- truir. Muitos temas e subtemas podem ser sugeridos pelos alunos e lade dos vegetais para o homem' 40 aos animais silvestres”, “As profissdes”, “As manifestagoes folcléricas da regio", “A ecologia”, “A preservagdo das arvores”, “Hortas caseiras ¢ comunitérias”, “As relagdes familiares", “Os usuais de subsistncia”, “As condigées de moradianas grandes cidades’ “A profissionalizagio”, “A integragio social”, “A busca por emprego”, mendicdncia”, “A gravidez na adolescéncia”, “A violéncia na fam{- “As conseqtiéncias do abuso do Ale priticas religiosas”, spectos culturais da comunidade” etc. Convém lembrar qué qualquer projeto escolar deve ter como finalidades: * estudar um assunto que atenda a interesses dos alunos; * fazer 0s alunos perceberem os problemas com os quais convi- vem e refletirem sobre eles; 70 ‘© promover a interagio social de alunos, professores e comuni * aplicara pratica de contetidos disciplinares & vida ou A reali * oferecer condigdes diferentes ¢ originais de aprendizagem. A pesquisa como fonte do saber Antes de comunicar aos alunos que eles irdo trabalhar com pes quisa, ou que iro pesquisar determinado assunto como tarefa escolar, 0 professor deverd conhecer tudo sobre o que se entende por pe saber definir qual delas vai ser utilizada. O termo “pesquisa” sig procura, busca, investigagio, indagagio sobre alguma coisa da qual se quer saber mais, de acordo com certos procedimentos. Franz Rudio (1981, p. 9) define pesquisa como “um conjunto de atividades voltadas para a busca de um determinado conhecimento”. A pesquisa clas: -, conforme suas finalidades, em: a) pesquisa espon- nea; b) pese ples; e c) pesquisa cientifica ou sistematizada, a) A pesquisa espontdnea € a9 ‘ou planejamento prévio, como ai que para saber se vai chover, ou ol ver qual delas agrada. by Apesi meio de um Digitalizada com CamScanner sinteses referentes ao tema pesquisado, Hé também a “testemunhal”, que visa obter informagdes por meio de depoimentos ¢ entrevistas. Poderd ser ainda “de observagio", para coletar dados em determinado lugar, tempo ou mesmo em conversa ou entrevista com pessoas. Tanto a pesquisa bibliogréfica quanto a documental captam as informagées as arquivam por meio de dois processos: transcrigdes de textos, ipsis litteris, entre aspas ¢ com os dados da obra, do autor e da data; pardfrases dos textos, anotando contedido com as préprias pala- vras, citando apenas o nome do autor. A pesquisa escolar, a que nos interessa mais neste momento, deve ser muito incentivada pelas seguintes razbes: * desenvolve nos alunos o hAbito de investigar, de comprovar 0 laa curiosidade e 0 desejo dos alunos de saber mais; ita ampliar e aprofundar os conhecimentos pela desco- ‘+ motiva o trabalho individual e grupal ou associativo, Os alunos serdo orientados @ executar 0 trabalho de pesquisa por eles ‘Mesmos e a nunca serem ajudados nem substituldos| ©) A pesquisa cientifica ou sistematizada é devidamente planejada de acordo com prin icos ¢ € apresentada na forma de projeto, é ida mediante a utilizag3o de técnicas prdprias. A pesquisa cientifica pode ser: * experimental ou de laborat6rio, para aferir ou comprovar fend- menos; tiva ou de campo ou de observagao da realidade, in loco; va ou explorat6ria, para definir ou conhecer seu objeto temético; . 2 O professor deve ter sempre em vista que a executando um projeto de pesquisa, é ensinar ao: passos da iniciagto cientffica, resultados que sto obtidos seguindo o podem ser considerados con 86 serd conseguido quand forme com o planejamei proporcionar meios para que os alu fatos ¢ dos fendémenos com que se de! podendo, desse modo, tornarem-se tt Portanto, para desenvolver um projeto pelo métoda cient 1, precedé-lo de um planejamento para especificar 0 tema a estudar ou 0 problema a resolver € 0s conceitos basicos a aprender sobre ele; 2. diagnosticar 0 que os alunos ja sabem sobre o assunto (suas iras) para depois complementar esses conhecimentos prévi 3. explicar os meios ou procedimentos a utilizar para buscar informagées, ou realizar experimentos que possam compro- var a veracidade dos saberes deles; 4. determinar 0 prazo ou o perfodo para a realizagdo da tarefa dos alunos na busca de informagdes ou explicagdes sobre o tema; B Digitalizada com CamScanner ‘5. estabelecer corelagdes entre o que sabiam e o que pesquiss- ram, ¢ tira dedugdes prticas para a vida dos alunos e seu bem-estars 6. avaliar seo aproveitamento tomou o aluno capaz de assumir atitudes cientficas-que Ihe possam ser dteis para a vida em coutras situagbes. Para ensinar a pesquisar & indispensével a orientagdo ‘Como bem coloca Bagno (1999), acontece com frequéncia de as criangas chegarem em casa depois das aulas e, ao serem indagadas pelos pis Sobre a tarefas parao dia seguinte dizerem: "A professora mandou fazer uma pesquisa Sobre isso, sobre aquilo et.” E quando perguntadas ‘como a professora quer que a pesquisa seja feta, responderem: “Ela no disse, nem explicou”. E provivel que a tal pesquisa ~ as mais comuns nesses casos versam sobre 0 indio, 0 petr6leo, o papel, a Arvore, os alimentos, a Amazénia etc limite-se, como na maioria das vezes, A c6pia de alguns dados, 20 recorte e & colagem de figuras e & apresentagio do resultado ‘com uma capa bonitinha, € pronto! Eis a pesquisa. A intengo da professora é Gtima, Pena que a didética sea falha, incompleta, ‘Acostumar a crianga a pesquisar desde 0 ensino bésico é atitude ouvavel, que deve ser incentivada como técnica didética moderna, Se 0 for bem orientado, ela ajudard a preparar a crianca para ‘0 futuro, possibilitando, desde logo, que ela se familiarize com a pesqui- sa, Nao se pode perder de vista que qualquer pesquisa escolar, por mais ‘simples que seja, ao ser adotada como proposta pedagégica, deve obe- decer a certos princfpios elementares da iniciagio cientifica. Nao é s6 dizer “fagam a pesquisa” - é concretizago da pesquisa se vi ” de cero contoddo escolar romper amonotonia mar a gala de aula um espago formagio. Oprofessor, além de ser o promotor das tarefasir ‘que se capacitar se preparar muito para ser 0 condutor de todo o trabalho do aluno, Antes de mandar os alunos r pesquisa, o professor dev. jos a fazé-la. Deve or 4 simples, a ser executado, € que 0 construam de acordo com as normas metodol6gicas, tendo comego, meio e fim. ara realizar 0 projeto, o professor explicagé como fazer ¢ orien- 1d0 e completando ), consultora da sma organizada, de Unesco para a Educagio: rimeiro momento = IniciagBo ¢ organizagio. Nele, deve-s proceder: ‘© Aescolha, 2 delimitagto e& problematizagio do tema; « aolevantamento dos saberes dos alunos por meio de perguntas; ‘¢ Mormulagio de hipétesesa partir das respostas sobre o problema #20 emunciado de objetivos que traduzam o que os alunos preci~ sam saber ou aprender a fazer. Segundo momento ~ Desenvolvimento ¢ execugio: + com escolha de estratégias e procedimentos destinados a obter dados; + com indicagdo de fontes onde pesquisar os dados e informagaes; «© com obtengao de dados ¢ informagdes que sirvam para testar se as hipdteses formuladas sio vélidas. Digitalizada com CamScanner Terceiro momento - Finalizagio ou conclusso que Se destina: ‘© a organizar e analisar os dados ¢ informagies coletados; ‘+ a comparar dados e hip6teses: ‘+ adeduzir conclusdes ¢ destacar conhecimentos novos adquiridos. Para facilitar 0 trabalho de pesquisa, 0 professor poderd inicié-lo as perguntas sobre o assunto e sobre as poss{veis causas do fato ser estudado, indicando, a seguir, os meios que os lizar para conseguir obter as respostas ou as informa Cabe ao professor encaminhar os alunos a arquivos, para que procurem pessoas e coisas, ensi © aler, a selecionar textos informativos e a fazer anotagSes; + aentrevistar alguém fazendo perguntas, gravando ou copiando; + aaprender a ver e observar detalhes das coisas da natureza; ‘a fazer experiéncias simples para testar as respostas dadas, (hipéteses). Ao realizarem as tarefas de investigagio, os alunos estardo fazen- do 0 trabalho de pesquisa propriamente dito. A pesquisa consistiré na 109 esses ou outros procedimentos es! io fazer a coleta de dados, fotos ¢ recor Essas respostas informagBes encontradas servirio para compro- var, testar e verificar a veracidade das hip6teses ou das suposigdes formuladas e saber se cada iama delas tem fundamento, ou se 0 que diz € veridico. Paraisso, os alunos deverdo comparar as informagées trazidas com as respostas que deram antes a cada pergunta feita pelo professor. ‘Ao analisarem-se os dados (“A hip6tese diz isso ¢ observamos que..."), € feita a dedugo dos resultados do estudo, destacando os 16 ‘com a pesquisa ¢as conclu- Diante dos resultados completados com mais informagdes dads pelo professor, os alunos modificardo seus conhecimentos prévios sobre o assunto ‘Pesquisado, ou os ampliarSo com outros mais légicos, ou mais cientificos. Perceberdo que aquio que sabiam era pouco @ Wncomplelo © que necessitam ainda estudar muito para verem as coisas clentiicamente © ‘de maneira mais satistatéria. Epor meio dessas orientagdes que o professor: cepreparaos alunos para quea pesquisasejarealme para eles. Este é, na verdade, o papel fundament trazer conhecimentos novos para aqueles que arealizam, Trabalhar com projetos & ensinar a aprender os adequad no pode se esquecer de que seus con! nfvel dos conhecimentos de seus alun tard os saberes a par dominam, po gem que Ihes € prop n Digitalizada com CamScanner tema. Diante de qualquer fato ou problema, a sensibilidade da crianga desperta e faz afluir idéias que se concretizario em palavras © ages, ajudando a descobrir as respostas para aquilo que desejam saber. ‘Acctianga tem paixto inata pela descoberta¢ por isso convém no Ihe dar a resposta a0 que nio sabe, nem a problemas; é fundamental alimentar-Ihe a curiosida ccobrir as saidas, orienté-la na investigagio até conseguir o que deseja. a ae ‘Se 0 aluno receber 0 conhecimento como coisa masiigada @ dada pelo professor, ou pelo livro, sem nisso colocar seu esforgo, sem discuthlo, faciimente esqueceré tudo e sentir sua capacidade criadora toca. ( trabalho com pesquisa em sala de aula é uma temética que de hhé muito é assunto de eventos intemnacionais ¢ tem grande némero de seguidores. Mesmo sendo antiga, essa idéia ultimamente vem sendo acatada com mais intensidade, por ter muita aceitago como atividade metodolégica de reconhecidos frutos. Com ela~e havendo continuidade no uso de procedimentos didéticos adequados ~;o aluno apreiiderd e seré preparado para pesquisar, de maneira eficaz, ao longo de todos os niveis escolares, com fe de chegar aos cursos universitirios capaci- tado a vencer as ‘A proposta de trabalhar com pesquisa deve comegar no planeja~ litica parte do curriculo. Dessa forma, 0 poderd explorar campos ou Areas do conhecimento que tradicionalmente esto fora da escola, € que hoje, dentro das modemas idéias pedagégicas, devem integrar-se a0 estudo de sala de aula, Essa alternativa de trabalhar com projetos elementares de no curriculo escolar poderd ser um caminho na busca 8 de respostas is questdes que oaluno levan ¢ sobre as continuas mudangas que nele a convive. Mas para que esse trabalho pedag6gico tena resultados ainda mais satisfat6rios, ser preciso que o estudo do tema-alvo seja compartilhado por vvirias disciplinas, assumindo assim caracteristcas transdisciplinares, 08 slobalizantes, deixando de lado 0 enfoque unilateral fragmentado, qie parte de uma s6 visio Dessa mané , adota-se uma metodologia moderna de ensino compartilhado, indo 0 curriculo sequencial costumeiramente adotado nas escolas; no entanto, para que essa metodologia posta em prética, € preciso que se aceitem mudancas na escola, urrfculo, nas expectativas das familias, nas atitudes dos professores € dos alunos. ‘Trata-se, portanto, de uma estratégia pedagégica que encaminha 0 ‘assunto temético sobre as situagies a serem questionadas pelo professor € Jore as quais eles refletem e dio suas :mentos informais. Asrespostas que di0 respostas baseados em seus co espontaneamente sio suas hip6teses ou suposigSes, e nfo devem ser con- testadas pelo professor, uma vez que revelam seus conecimentos prévios “= mesmo que eles sejam do senso comum ou intuitivos ~ sobre 0 assunto, ‘conhecimentos esses que auxiliaréo a reconstruir novos saberes. Para confirmar se suas respostas (hipsteses) so certas ou vAlidas, 08 ‘alunos, orientados pelo professor, deverdo realizar atividades prit aplicando procedimentos de investigago em fontes apropriadas 4) ddéemas informagées de que precisam; aos poucos, ido eriando o hSbito de ver as coisas com outros olhos e os problemas de maneira mais detalhads, it tas certas. escolar e di para que tenham aspecto cie zado por meio de questionamento, de reflexto € da busca pelo trabalho dos alunos. 0 Digitalizada com CamScanner de poten, (gue Gommecem 2 BEET om Ss memes os famcacetconflace copncies on cartes de ibbins Que OS ee Fp Ses ee a TE EAE AEE TOE cere ae male Bas saa ae eficeria sare cicero te. pete cme rear ic veces 2 Te Bas hs wes wearpesa ree eres or imi cate Bae ROR Rg eae BLP, Oe SA #5 opie merece 2 ere 0 ee em TO Digitalizada com CamScanner A importancia de trabalhar com projetos Projetos investigativos ou de pesquisa, como propostas pedagé- jexecutadas por alunos, sob wages de aprendizagem fencionalidade de fazeralgo € 0 como fazer para alcangar esse algo. E aquilo que alguém se propde a realizar e 6 maneira como o fard. E.a pesquisa elaborada de forma bem © la ¢ bem estruturada em etapas, prazos, com metodologia, a construgdo do conhecimento ~ e deverd ser sempre a jado. Pode ser uma proposta interdisciplinar da qual resultarfo nagdes na dindmica escolar, pela utilizago de temas transver- sais a serem explorados. . Qualquer projeto destina-se a aprender a estudar pela busca de informagées, a conseguir a aprendizagem por descoberta. Signi estudar de maneira diferente pela inovagao e pela mudanga na metodo- logia de ensinar que representa o espirito renovador da escola, Os projetos, oomo estratégias de aprendizagem, fazem com que 08 alunos sejam os criadores e os construtores de sua formagio, trans- formando a pesquisa em centro e base de seu estudo, pela busca das respostas aos “porqués” das coisas. 5 projetos didético-escolares objetivam: «vincular as informagdes com os procedimentos didéticos, leva- dos adiante pelos alunos; * estabelecer a relagdo significativa entre oensino e o aprendizado; © trabalhar, em sala de aula, qualquer tema para descobrir dele 0 que deve ser aprendido, o que seja ctl para a vida; 82 * Considerar sempre 0 tema como problema a ser resolvido artindo das informagdes obtidas; © enfatizar 0 carster procedimental no trabalho entre ensino € ‘aprendizagem; * destacar a importincia do trabalho em grupo, como forma de ‘compartilhar 0 que se aprende; . * estabelecer relagdes interdis os saberes pela convergénci tema ou de um problema, res destinadas a globalizar 1e conhecimentos em tornode em. “Clobalizar, do ponto de vista escolar, significa somat6rio de conjungdo de diferentes disciplinas ou ciéncias, centralizar méltiplos €ngulos de um tema para descobrir conexdes de saberes que ‘conduzam a um determinado conhecimento” (Hemander 1998) Oensino tradicional foi sempre compastimentado, quanto a trans- isso do saber. Atualmente, por forga da adequasao sociocultural, do mundo modemo ¢ da répida e crescente divulgacio de informagées, bretende-se promover o “conhecimento relacional”, pelo qual o s de globalizagtio 6 estendido educaglo, como uma questo que extrapola ‘0s muros da escola, incorporando e assimilando todas as formas de saber. Globalizar, nesse concei inas” (Hemdndez 1998, p. 47). No sentido de globaliza- ‘20, aaprendizagem, para esse e outros autores, no deve ser acumulago de conhecimentos em tomo de um tema, mas uma atividade cognitiva ‘muito mais ampla, Nela, o tema que reclama a convergéncia de saberes complementares, Ele tem fungio articuladora, para estabelecer relagdes que possi imento de um certo conhecimento, estabelecendo relagées disciplinares em torno de um tema aglutinador Digitalizada com CamScanner de contetidos ¢ de procedimentos. Ko aprender a partir de temas nucleares, Depreende-se disso que “o conhecimento destina-se a dominar a Isso implica 0 “reaprender a aprender”, na visio modema de izagem. Eo aprender a encontrar ¢ a estabelecer conexdes nas ‘mais diversas formas de informag0 que dominam no mundo atual. Heméndez (1998) diz que, pela globalizagfo, “todo ponto de ‘chegada constitui, em si, um novo ponto de partida”. Em resumo: 0 objetivo da globalizagio disciplinar é fazer com que a crianga estabe- lega, na sua aprendizagem, relagdes com diferentes aspectos de seus 40 mesmo tempo em que integra novos mais completo sentido de aprendizagem globalizada, (Os projetos sio formas de organizagao do trabalho escolar pela busca de conhecimentos, pela realizagao de atividades desenvolvidas pelos alu- nos, que estabelecem, dessa maneira, a relagdo entre teoria e pritica. Por reconhecerem que eles mesmos é que devem descobrir buscar as respostas para 0 problema ou para os fatos a estudar, os alunos sentem-se completamente satisfeitos com 0 que fazem ~ ¢ o fazem de maneira surpreendente. A praticidade ea de dessa estratégia fundamentam-se: ‘nas experiéncias jé testadas, com sucesso, em muitas escolas; na psicologia da aprendizagem por descoberta; «nos conceitos de Piaget sobre 0 desenvolvimento evolutivo 0 sentido de construgio do conhecimento partindo do que os alunos jé saben; ‘© na necessidade de vincular a teoria a prética, que leva orga- nizagto dos contetidos conceituais e procedimentais a serem censinados; ‘© na preocupagto do trabalho partilhado (em grupo), que favore~ ce a solidariedade e a aprendizagem democritica. ‘Com base nos contedidos a serem trabalhados na sala de aula com 08 alunos, escolhem-se temas de interesse deles ou vividos por eles € censina-se a fazer um simples plano de esiudo ou de pesqui nidade, por serem mais féceis ou porque os alunos convivem mais diretamente com eles. © professor teré um papel fundamental, uma vez que devera coiiduzir 0 projeto e procurar, em sua construga superar a metodologia das superficialidades, isto €, 0s conceitos do senso comum, aprofundando mais o lado cientifico da investigacio. A escolha 0: indicagio dos temas a serem investigados deve obedecer a critérios, como: * devem ser problemas, nto muito genéricos, mas com possiveis solugdes a serem encontradas; de preferéncia, essacse ser trabalhados por mentos e para diferente temas devem estar Digitalizada com CamScanner

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