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ROBERT LU HERMITE Hl lr relell au Ao) ell alt som] cated sD Te l0| tee =F W a =a el Acai We a 0 =| eee a cee ee “AO PE DO MURO” POR ROBERT L’HERMITE Ilustragda de : FRANCIS CASSOU Tradugio + Eng? L. A. FALCAQ BAUER Professor da Faculdade de Engenheria Civil da Universidade de Mogi das Cruzes — SP Diretor da L. A. Falco Bauer — Contrale Teenolégieo do Concreto Eng. MARIA APARECIDA AZEVEDO NORONHA Professora da Faculdade de Engenharla Civil da Universidade de Mogi dag Cruzes — SP Diretora da L. A. Falcao Bauer, M.A. Azevedo Noronha, Engenhel: ros Consultores Prof. ADOLFO SERRA Assistente do Departamento Asgional do SENAI do Distrito Federal Os trabalhos de traducdo foram desenvolvides na Gaordenacso de Pesquisa, Planejamento © AvaliacSo do Departamento Regional do SENAI do Distrito Federal, coordenados pelo Eng’ Jefferson Buono. Em sua revisdo técnica, colaboraram os engenheiros José Siquéira Filho, Jodo Bosco Ribeiro © Pedro Ivan Guimardes Rogedo. concrebras sa engenharia He concrete Esta brs @ 2 tragugie so tyro francés “hu Pied ey Mur” He Robert UHermite Pubileado pelge Fsltoras Eyroltes - Perit Obras do mesmo autor Lecons sur les essals de matériaux. 3 volumes, Hermann, 138 = 1940. L’ expérience et les théories nouvelles en résistenco des motérioux, Dunod, 1945. Résistance des matdriaux théorique et experimentale, vol. |, Dunod, 1954, Vol. Il om preparacd. Idées actuelles sur la tachonologie du béton, du Batiment et des Travaux Publics, 1955. ja Documentation technique Méthodes générales d'eseal et de contrile en Laboratoire = 2 Volumes, Eyrolles, 1966 = 1967. Tiragem em portugues desta edigao : 25.000 exemplares SAO PAULO, 18/03/77 Esta tiragem em portugués, foi patrocinada pela CONCREBRAS S.A. Engenharia de Concre- to, composta de 15.000 exemplares, numerados se- quencialmente, dos quais 2.500 foram colocados & disposigao do amigo Luiz Alfredo Falcao Bauer. Dos remanescentes 12.500, este exemplar foi identificado pelon® HA G3 e destinado a PREFACIO DA SEGUNDA EDICAO O primeiro livre "Ao Pé do Muro”, escrevi-o em consequéncia de uma aposta, ou antes de um desafio, Aiguem me dissera um dia, depois de haver lido alguns dos meus livros, que ou nfo seria capaz de eserever sobre alguma coisa de mado menos enfadonho, lsse fez-me refietir © verificar que, quase sempre, se acusam os Homens de Ciencia de usarem, em suas obras,linguagem inacassivel ao pd- ame blica e de ndo serem compreendidas pelas pessoas £355) eR entregues a atividades mals praticas. Qutras vezes, QA 3. acusam-se estas Ultimas de nao se esforcarem ref aprimorar seus conhecimentos @ permanecerem alie- ‘ nadas. A causa dessas acusagbes reciprocas talvez se encontre no fato de ambes nunca terem procurado compreender-sé. Os Homens de Ciéngia faiam uma linguagem cheia de termos e férmulas abstratas, meios de expressao idea lizados, muita comuns em seu mundo, mas desconhecides para o grande pi- blico. O5 outros ou nfo se esfor¢am por aprofundar seus conhecimentos ‘ou simplesmente sé recusam a day a esses problemas a devida impertancia. Quem esta com a razao? Os Homens de Cléneia que,na verdad, née sauberam expresser suas idéias de maneira mais simples ou aqueles que imaginam um mundo 86 para si? Fiz esses reflexdes 6m 1950 6 propus a revista “BATIR™, pracurar, através de artigos faceis e simples, um meio de expressio capaz de rom- per o gelo que separa esses dois mundos que teimam em, se ignorarem. O meio que me surgiu 4 mente foi o desenho, Pensei, entdo que um texto ilus- trado com desenhos seria suscetivel de marcar de mode indelével o espiri- to, ha medida em que 4 sua apresentagao fosse sugestiva, Ista ¢, divertida ¢ colorida Chequei até a ensaiar alguns textos e desenhos. 4 Todavia faltaram-me senso artistico © paciéncia, Con f fie ento o trabalho ao jovem e talentoso desenhista PIERRE LEFOL. Este encarregou-se logo de ilustrar uma série desses artigos, publicados na revista "Batir” e, em sequida, enfeixados todos no livro “Ao Pé do Muro”, editado em 1953 e agora esgotade. Dec me, pols, reeditélo e, tendo Pierre Lefol viajado para longe, solicitei a Francis Cassou que fizesse as llustragdes. Acredito que ele 0 tenha realizado com éxito Este novo “AG PE BO MURO" 6 um pouco diferente do primeira. Nos- sos conhecimentos aprimoraram-sé mais e complementel as matérias trata- das no primeiro. Acrescentei um capitulo inteiro sobre mecénica dos solos @ fundagdes, desvendando um pouco o véu de mistério com que certos espe- clalistas pareciam querer envolvé-lo. Greio que nao se pode constr muro, sem antes saber 0 que se encontre a sua base. Como os Ieitores paderdo observar, alonguei- me mais sobre alvenarias de pedra, de tijola, de aglo- merados @ dediquel bom numero de paginas ao isola- mento térmico e acustico, sobre o que alguns técni eos no possuem conhecimentos suficientes. Isso con- tribuiu para termos um volume cujo nimero de pagi- nas ilustradas é duas vezes maior que o da edicao anterior, 2b Para dar vida as expasigdes, criei um persona- gem fictfcio, Ponte Pequena a quem procuro, de todo Ca 9 modo, ajudar, tirando-o das dificuldades superveni- =te ‘(£1 entes (qualquer semelhanga com alguém do conhe aS mento dos leitores sera mera coinsidéncie). t ) Ndo posso encerrar este prefacio sem fazer al- guns agradecimentos. Primeiramente, ao meu amigo Francis Cassou, pela sua colaboragao na parte artisti- ca, a Pierre Chevillotte, pelo carinho empregado na apresentagaa dessa edigao. a todos 0 meus coledas ¢ \ colaboradores do Centro Experimental de Pesquisa e He Estude da Gonstrugao e Trabalhos Publicos, particular mente a Robert L'Herminier ¢ a Maurice Bouche, revi- sores da parte relativa a mecanica dos solos, a Lulz Vironnaud que revisou a parte referente ao concreto e & alvenaria, a Jean Christian Maréchal que examinou as paginas que tra- tam de termologia e a Bernard Marseille que viu os capitulo sobre acustica. Agradego também a minha secretaria. C. Glaize, que realizou, conseiente © cui- dadosamente, @ ingrata ta- refa de corrigir as pro- vas. Se forem encontrados alguns cochilas de impressdo, queiram per- doarme, Robert L'Hermite DIRETOR Gun B= FEROUIEA Pana? AS JFROUNAGOES Nafiotinis. oA coNsTAUGA F “TRapatling AUMLICGS ~ FRA NEA SUMARIO PAGINAS © SOLO 9 Sondagens 12 Influéncia da agua 7 Medidas das caracteristicas do solo om laboratério 22 Coesia do solo 37 Ensaio triaxial 39 Ensaio no terreno 42 Célculo das fundagoes 48 Bibliografia 52 CONCRETO 53 Constituintes do concreto 55 Agregados 55 Cimento 59 ‘A dosagem ¢ suas regras princi: pais 65 Mistura 70 Transporte 2 Trabalhabilidade 73 Adensamento por vibragao 16 Secayem 84 Concreto injetado a8 Conereto com ar incorporade 90 Concretagem em tempo frio- 92 Concretagem em tempo quente 97 Cura do conereta com calor 98 Deformagao e ruptura do concre- to 101 Retragao antes da pega 102 Retragdo apés a pega 104 Dilatagao térmica 109 Deformacaio sob carga 110 Elasticidade 112 PAGINAS Plasticidade — Fluéneia — Ruptura do conereto Retomadas de concretagem Estado triplo de tensdes Ataque quimico do concreto Goncretos leves Concretos pesados Concretos e resinag sintéticas Golagem do conereto Controle do concreto ne canteiro Auscultagao de obras em can- creto Bibliografia ALVENARIAS PAREDES E VEDACOGES Constituintes Execugao Resisténcia a ruptura Argamassas Revestimentos externos Revestimentos internos Isolamento contra o calor @ 0 Frio Isolamento contra o ruido 114 7 121 122 123, 127 133 134 137 138 143, 147 149, 150 154 156 160 160 161 163 166 INTRODUCAO CONFORTAVEL | ME DURAVEL — ROCGHOSO ? Ponte Pequena vai, antes de tudo, examinar o local da construgado. E preciso conhecer 0 terreno sobre 0 qual vai construir £ PANTANOSO? E ARENOSO ? condigées para a construgao de uma obra variam de acordo com o solo. As caracteristicas de um so- lo néo podem ser descober- ‘tas pelo aspecto da camada superticial. ou uma camada deslizante inclinada Uma camada de lodo sobre a areia pode encobrir a racha- Uma camada de areia > pode encabrir a argile. SONDAGEM © recanhecimento do solo pode ser feito atra- vés de sondagem. O procassa mais simples 6 0 de abertura de pocas, que permite reconhecer a na- tureza das varias camadas até encontrar um “bom solo” Devem ser retiradas amostras das vérias ¢ama- das até 0 fundo do poco, a fim de serom snsaia- das conforme se descreve a seguir, A mostragem € feita por meio de caixas cibicas de 20 & 30 cm de lado, confarme indicam as figu: ras seéguintes, 9 da amostra de uma pieareta A caixa deve ser fechada com tampa e fundo e ainda ser lacrada com ita go- mada. Deve indicar na fa- ce superior da amos- tra 9 nimero do po- go de sondagem ¢ 3 cota ou profundida- de. Quando for necessa- rio ir a maior profun. didade ou quando aparecerem dificulda- des para a execurao dé um pogo, [presenga de agua, por exemplo), © reconhecimento do subsolo pode ser feito por meio de sonda- gem, Para 9 — reconheci- mento doe solo em grande profundidade utiliza-se uma sonda. Sonda esta constitui- da de uma longa haste que @ enfiada no inte- rior de um furo feito no solo. Na extremidade da haste se localiza um amostrador constitui- do por uma caixa citin- drica, por meia da qual ‘se extrai a amostra, ‘A amostra deve ser conservada intacta, para- finada @ a0 abrige da evaporagao, para ser trans« portade para o leboraterio. 8 No laboratério, iden- tifica-se a amostra sob 9 ponto de vista geald- gico, a tim de permitir 9 tragado do perfil das camadas encontradas. Indice-se igualmente o nivel onde a aqua foi encantrada: € 0 nivel do lencol freatico. Assim, pode-se distinguir a ROCHA propriamente dita, dura e sélida, da solo proveni- ente da decomposigdo das rochas, formadas de graos minerais de varios diametros. “ Das amostras retiradas, examinam-se primeiramente os diametros dos gros do solo ¢ 85 proporgdes em que ocorrem. (andlise granulemétrica) Para os pedreguihos © as areias, emprega- sé 0 processo de pe- neiramento camo se : faz, também, para os agregados do concre- to. Para as particulas finas, a analise é feita por sedimentagao. Os graos maiores sao de- positados no fundo do recipiente, mais rapi damente do que os fi- nos Ou as poeiras. Quando se agita a amostra de solo em Agua, 03 graos maiores se depositam em primeiro lugar © os mais finos em bltimo Mede-se a velocidade de decantagao pela variacdo de densidade em um deter- minado tempo e a uma dade altura, (a densidade diminui na medida em que 0 liquide clareia). Depols de medir a varia- cao de densidade € possivel calcular as proporcdes das varias dimensdes dos graos 18 @ SOLO PODE SER COMPOSTO DE: Blocos rochosos de dimensdes superiores a 20 cm Seixos entre 20 cme 7,6 mm Pedregulhos entre 7.6 mm 6 4.8 mm Areia de 4,8 mm a 0,05 mm Silte 6 ainda mais fir indo de 0.05 mm a 0,005 mm [5 micron Argilas s40 compostas de grdos extremamente finos de dimensoes 4 inferiores a 0,005 mm. é; As argilas 300 impermedveis, pldsticas ¢ dotadas de coesaa )) INFLUENCIA ~—( _“\\\_ DA AGUA g Gee. Sab isto €, quebra-se com facilidade, e uma argila umida é plastica & deformavel. Quango se encharca um solo com agua, a resisténcia do mesmo é diminuida, podendo provacar re- calques. Essa @ uma causa, bastante fre- gente, de fissuracao das cons- trugdes. Este efeito & tanto maior quanto mais argiloso for 0 solo. A agua pode ainda provocar deslizamentos ¢ desmoronamen- tos em taludes como decorréncia da diminuigdo da resisténcia do solo. @ que uma argila seca é friavel, A agua A desempenha (um papel importante nas caracteristicas dos solos e do sua resisténcia, fo A Agua pode circular no solo de diferentes maneiras As chuvas penetram na terta pela agao da gravidade, aumentan- do as aguas dos ria- chos € rios Em habitacées nao servidas por rede de es goto a égua penetra no solo pelas fossas. Por meio delas, a agua se difunde lentamente através das camadas permedveis. A agua pode também subir por GAPILARIDA- DE. Este efeito pode ser observado através de um tubo de diametro muito pequeno, mergu- Ihade em um frasco d’égua. Observa-se que @ liquido sobe pelo tubo até o nivel superior do frasco. Por exemplo, no caso de o diémetro do tu- bo ser de 0,1 mm, a altura de subida é de 15cm. Este mesmo fendmeno faz o liquido subir em um pavio de lamparina a querosene. E ainda este mesmo fenémeno que faz a seiva subir nas vegetagdes e arvores. Os solos so constituidos de particulas sdlidas, agua e vazios ou poros. Estes poras alinhados formam inumeros canais. capila- res muito finos, que aspiram a agua como faz uma pessoa aspi- rando uma bebida através do ca- nudinno. A forga que provoca a subida capilar 6 uma forga de sucgao. Ela permite & agua de um lengol fredtico subir varios metros até a raiz dos vegetais e até as fundo- goes das obras. A dgua sobe tanto mais quanto mais finos forem os canais capila- res. O que quer dizer, quanto me- nor diametro tiverem os gréos, do solo, A subida por capilarida- de é fraca nas areias lim- pas ¢ grossas, padendo ser muito grande nas areias argilosas, ¢ é praticamente nula nos pedregulhos ¢ pe- dras britadas limpas Uma camada de arela ou pedra pede impedir a subl- da capilar 19 Um solo saturado de umide- de 6 um esqueleto sélido dentro d'égua, Uma certa parte da car- ga que 0 solo suporta ¢ absorvi- da pelo esqueleto sdlido e outra parte pelo liquide, ¢ ¢ chamada de PRESSAO NEUTRA. Lago que se permite agua escapar, 0 esqueleto sélido se comprime ¢ a presséo neutra diminui, eumentando a carga suportada pelo esqueleto. Finalmente, apés muito tem- po, até séculos, a dgua ndo su- portard mais pressdo e o solo estaré adensado. A velocidade de adensamen- to depende da facilidade com que a agua pode escapar ou es coar, Esta facilidade é tanto maior quanto mais permedvel for o terreno. E esta permeabilidade que da a velocidade de recalque das construcées, Solos diferentes ou solos iguais, quando submotidos a pressoes diferentes. nao se comportam da mesma maneira. Quando a8 car- gas que as fundagies transmitem aos solas nao sao bem equilibradas, apa recem recalques diferen: Glais que geram uma série de inconvenientes A argila se deforma len: tamente. A deformagio é tanto maior quanto maior quantidade de agua ela con- tiver @ quanto maior for a carga sobre ela aplicada. A areia se deforma de- pressa ¢ tanto mais quanto maior for a carga sobre ela aplicada: Por esta razio, a Torre de Pisa tem esse jeito incli- nade téo nosso conhecido. Para que estes inconve- nientes ndo ocorram, é ne- cessério que se fagam en- saias de laboratérios que permitam um bom conhecl- mento das propriedades dos solos de fundagao. 2 MEDIDAS DAS CARACTERISTICAS DO SOLO As diferentes caracteristicas que devem ser medidas em um solo sao: A. A GRANULOMETRIA {estudada na pagina 15) B, O TEOR DE UMIDADE G, © PESO ESPECIFICO D, OS LIMITES DE LIQUIDEZ E DE PLASTICIDADE E. A PERMEABILIDADE E A CAPILARIDADE A medida da quantidade de égua em um solo se faz simplesmente por secagem. A amosira é pesada e em sequida calocada ‘em estufa a 105° até que 0 peso da amas- tra permaneca constante. A diferenga en: tre a primeira e ultima pesagem (quando o peso jé se mantém constante) é igual a quantidade de agua contida na amostra © PESO ESPECIFICO dos graos ¢ 0 peso per unidade de volume dos graos sélidos do solo. © peso do solo seco € determina- do pela balanga. © volume é medido com © auxilio de um aparelho denominado PIG- NOMETRO, Em um frasco cheio de agua até a borda, coloca-se um sélido : a quantidade de agua derramada € igual ao volume do sdlido. € suficiente medir 2 quantidade de gua transbordada para que se conhega o volume procurado. EM LABORATORIO | QO PIGNOMETRO 6 constituido por uma garrafa de vi dro, fechada com rolha, através da qual passa um tubo dotado de um copinho, Mede-se, inicialmente, o volume do frasco, enchendo-se de agua até o nivel do copinho. Em seguida, esvazia-se o frasco, colocando nele a amos- tra de material seco, cujo peso especifico deve ser de- terminado. Q frasco deve, entao, ser novamente cheio de figua ¢ agitado, de modo que se eliminem todas as bolhas de ar, A diferenca entre 0 primeiro ¢ 0 segundo volume de dqua colocado no frasco fornece o volume do solido. A diferenga entre os pesos determinados na primeira e segunda operagées farnece o peso do sélido menos a peso da agua, que nao coube no frasco quando ele esta- va com o solo dentro. Como se vé, 0 pesa especifico obtido por um calculo muito simples © aspecto e a CONSISTENCIA dos solos, ¢ em particu- lar dos que contém argila, variam de maneira muito nitida, conforme a quantidade de agua que retém. Consideram- se em particular quatro estados : 0 liquido, o plastico, 0 semi-sdlida e 0 sdlido, Estes estados sda separadas por limites definidos por Atterberg: LIMITE DE LIQUIDEZ, LIMITE DE PLASTIGIDADE e LIMITE DE RETRAGAG, confarme esquema abaixo up Ri Umidade. Plastico Semi-sdlide ' Sélide Decrescendo Com muita gue o solo Com menos agua o solo Com menos agua ainda, se apresenta como um li- 6 plastico mas nao liquido, © solo se torna sdlida. quido ou lama sem 0 aspecto de lama, Mesmo que voce possa avaliar estes limites com os pés, 6 melhor determiné-los em labo - ratorios, através das amostras, LIMITE DE LIQUIDEZ E determinada pelo apare- Iho de Casagrande, consti- tuido por uma manivela que move uma concha metélica, fazendo-a cair sobre uma ba- se de ebonite, um certo au- mero de vezes. ANTES DA RANHURA Propara-se uma certa quan- lade de pasta com teor de umidade bem definido. Colo- cé-Se esta pasta na concha por meio de uma espatula Com 0 auxilio de um instru- q mento especial, faz-se uma | ranhura na pasta segundo o j alxo da conchae, Em seguida coloca-se esta no aparelho, | submetendo-a a quedas se. | quidas f Anote-se o numero de que ae acess tes be reas DEPOIS DAS PANCADAS, A RANHURA cm de ranhura se feche. COMECA E S limite de liquidez é definido - eS pela teor de umidade neces- Tia 5 - sério para que a ranhura se ‘ = es feche com 25 quedas. O valor sat a 6 determinade através de en- saios sucessivos. O teor de 2 umidade ¢ a relagdo entre o | ees = peso da agua e o pesa do ma- | a feet terial seco contido numa amostra de solo. = ats 0 LIMITE DE PLASTICIDADE Inicia-se como se faria com uma massa de pao para moldar uma batinha. Em seguida rolase 2 bolinha, feita com o material da amostra em uma placa de marmo- re ou de vidro, de mado a formar um pequeno bastao de 3 mm de diametro 12 a 15 cm de comprimento. © limite de plasticidade 6 defi- nido como o teor de umidade do material do bastonete, quando, com aquelas dimensdes, ele comeca a se fissurar, enquanto submeti- do ao rolamento. Mede-se esse teor de umidade por secagem, O INDICE DE PLASTICIDADE E a diferenca entre o limite de liquidez ¢ 0 limite de plasticidade. P= tL — LP O LIMITE DE RETRAGAO E 0 teor de umidade abalxo do qual o volu- me da amostra cessa de diminuir. Para se de- terminar 0 limite de retracdo procedese a secagem em estufa. Pesa-se @ mede-se o volume da amostra em um frasco sheio de merciria. RETRAGAO w & diferenca de volume igual 2 agua = evaporada RETRACAO x SEM RETRAGAO G0 diferenga de volume constante a Acima do limite de retragéo @ agua enche as poros, separando os grdos e as particulas sélidas. Abaixo deste limite os graos permanecen em contacto € o ar penetra nos poras. Neste caso podem produzir-se fissuras no solo, co mo aS que se observam nos campos, em épo cas de seca. Aa contrério, quando se umadece o sol seco, ele incha logo que o tear de umidadi ultrapassa o limite de retragao. Esse aumento de volume pode ser sufici ente para erguer uma obra, especialmente nos paises naturalmente secos, quando aci dentalmente ocorre o umedecimanto do solc ou quando as fundagdes se opuserem a eva poragdo da agua. Quando a pressio causada pela fundagac for suficlente para se opor ao inchamento, es te néo chega a ocorrer. E preferivel neste caso projetarem-se fun dagdes profundas bastante carregadas e que née se oponham 4 evaporacae, OS LIMITES DE ATTERBERG Permitem, nao apenas caracterizar o ma peamenta do sole, mas também fornecer as corre¢oes a serem procedidas Caso_o teor de umidade seja inferior ao li mite de plasticidade, o material pode ser com: siderado compactade © oferecer resisténci 9s escorregamentos. Quando o teor de umi- dade natural for superior ao limite de liqui- ez, 0 solo se escoa e pade ser considerado come um liquido viscose Vasa (odo) € um exemplo deste caso. Em seguida estado ilustrados alguns exemplos de limites para diferentes argilas © limos Limite de liquidez (LL) ia de Nauaew (Mereneost aipiia vulcanice Terra ie wie istomacase | raita ce ms a 1s | 10040 co (agua em % de matéria seca) (areceo (Persnd) (ueboulot) Cootina mo | w 2 we | a ‘Argis Poranavat | Arsila Bariole ‘Araily pare Tomemos um frasca cilindrico suficientemente gran- de e que disponha, em sua parte interior, de comunica- cao com um reservatdrin, Enchamas este frasco com o material em estudo & deixemos correr agua de maneira que seu nivel aflore na parte superior do frasca. No caso da material em absorcao ser permedvel a gua se infiltra através do mesmo. Q COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE é igual ao quo: ciente entre o produto da altura do solo h pela quan- tidade de Agua Q que atravessa o solo na unidade de tempo e 0 produto da diferenga do nivel d’agua H pela sogao S. COEFICIENTE Ooch DE = k= PERMEABILIDADE Ho E ainda possivel a determinagdo da permeabilidade de um terreno por meio de um pogo ou Sonda. Gravam- se tubos furados até que seja atingida a camada imper- meével com uma altura H.Bombeia-se em seguida a gua de um dos tubos © mede-se a quantidade de aqua bombeada, por unidade de tempo, bem como 0 rebaixa- mento do nivel de agua des demais tubos. Bombeamento Uma formula permi- te determinar o coefi. ciente de permeabili- dade K. Camada impermeavel. O movimento da agua no so- lo permedvel produz uma pres- 80 como s¢ cada grio fasse impelido no sentido da corren- te Em um tuba de ensaio, esta pressdo é pro- parcional a "perda de carga”, isto é, & altura de agua H. A presséo tende a compactar o snlo quandn ela encontra um obstaculo. No caso desta pressdo agir de baixo para a ou lateralmente sem abstaculo, pode deslo- cero solo diminuindo sua compacidade {areas soltas ¢ areias méveis). Ha uma turbuléncia no meio imergente, quando 0 gradiente hidraulico subindo af , se torna Igual ou superior a densidade do so- lo imersa (a densidade saturada menos 0 em- puxo de Archimedes igual a 1, d = D — 1). Neste momento um peso colocado na super- ficie do solo desce violentamente. Pode en- tao medir o gradiente critico igual a Quando no curso da secagem de uma esca- vacio em um terreno arenoso, 0 gradiente atingir este valor critico, a areia se torna sol- ta eo fundo da escavacdo pode ser elevado. Este fenameno pode ser impedido pelo. carre- gamento da areia por meio de materiais per- meaveis. A Agua pode, assim, arraster particulas do solo. Formam:se galerias que ao afundarem, formam crateras. Os franceses dao e este fe- nomeno a nore de ~raposa Em um pogo artesiano a pressia de agua qué emerge, superior ao pasa de terra, pode chegar a arrasté-la No sentido de indicar a ordem de grandeza da PERMEABILIDADE, apontamos a seguir a velocidade com que a agua atravessa alguns tipos de terreno, quando submetidos 2 uma diferenga de pressao de { g por cm, ou seja 100 g por metro MISTURA, AREIA DE AREIA E ARGILA ARGILA, PEDREGULHO inferior a Brent ooe fora 30m é an © solo quando carregado se deforma mais ou menos lentamente. Os vazios diminuem de volume e sao cheios de agua. E, pois, Im- portante conhecer o volume de vazios carac+ terizados pelo (NDIGE DE VAZIOS, que 6a relacao entre volume de vazios € 0 volume de siilidos. A POROSIDADE @ 4 relagdo entre volume de vazios & o velume total aparente. Para determinar o indice de vazins, determina-se o volume da amostra intacta, em seguida quebra-se @ seca-se a.amostra. Determina-se entao o volume dos finos por meio do picndmetra. A di- ferenca entre os dois volumes é igual 20 volume de vazios. wo Para verificar como um golo pode se deformar sob a aga de uma carga, de- vem ser procedidos ensaios de COM. PRESSIBILIDADE Para tanto, usa-se um aparelho com o nome de EDOMETRO. Q esquema deste aparelho é ilustrado na figura ao lado. © pistao é dotado de pequenos tubos que permitem & comunicagdo entre a agua, colocada na parte superior e a amostra A amostra a sor submetida ao ensaio € cortada 4 mao, suidadosamente, para ser colocada na camara cilindrica. Nesta camara, é colncada entre duas placas po- rosas denominadas “pedras porosas” A pedra porosa inferior fica em comu- nicacéo com um tubo pelo qual a égua pode escoar, Aplica-se, en) seguida, sobre o pistao a pressio P @ mede-se a defarmacao pragressiva cam o tempo ‘A primeira operagao é constituida pela ‘saturagdo da amostra o que & obtido através do enchimento da cdmara de sai- dae dos tubos do pistao, com agua Deste modo, 0 solo & saturado ¢ tend= a expandir-se. A oposicao a expansao ou inchamento € fcita comprimindo-se 0 pistéo. Aumenta-se em seguida a com pressao @ cada 24 horas e anotantse as deformagoes medidas pelos reldgios comparadares. Apés 0 cltime cairegament procede- se 0 descarregamento, © solo novamen- te incha lentamente seguinde uma certa velocidade que registrada pelos relé- aios comparadares Pedras porosas; Tubo de saida d’dgua a Para interpreter estes resultados traga+ mos 0 diagrama das deformagées em co- ordenadas logaritmicas da carga Para aqueles que esqueceram, eu vou relembrar a que é um logaritme. Suponha- mos que queiramos fazer um presente a nossa esposa de uma pedra preciosa. O vendedor nas mostra uma pequena pedra que vale 500 cruzeiros Uma pedra duas vezes maior. vale 5.000 oruzeiros, quer dizer, dez vezes mais, uma pedra trés vezes maior, 50.000 cruzeiros, quer dizer, dez vezes mais que a preceden- te, uma pedra 4 vezes maior, 500,000 cru- zeiros etc. Nos diremos agora que © peso varia com 9 logaritme de prego na base 10, quer dizer. que cada zero suplementar sobre 0 prego aumenta o peso de uma unidade, E possivel calcular o logaritmo de uma cifra qualquer com uma simples régua de calculo. 2 Em um diagrama, anota-se na ordenada o indice de vazios obtido durante 24 horas, e, na abcissa, o logarftmo da pressao correspondente. Pressao em ko/em* Deformagao em mm Deformagao em mm Indice de. vazios ae 1! 0,9 0.8 Carat a7 ss 06 . 1 +— Descarga | O8 = 2 } pt 0,05 — 10" io 950 7 5 10 A variagdo obtida, se compie de duas linhas retas ligadas por uma curva. Obtém-se desta curva a PRESSAO DE CONSOLIDA- 400" 47" 79 2m (000 EM MINUTOS GAO. Ela indica que o terreno, durante séeulos, foi submetido a uma certa pressao maxima igual pressio de consolidacdo por um tempo conside- ravelmente longo. Esta pressdo pode ter sido causada por uma so- brecarga desaparecida apés alguns anos, talvez pela remogae de terras ou pela erasao ou par qual- quer outro motiva. Quando se submete um solo a uma carga menor do que a de consolidagao o solo se deforma pouce. Além deste ponta ole s¢ defor: ma bastante, Para uma camada de espessura original H com- preendida entre duas camadas permedveis o tem- po de consolidarao € de He te =T— he Para uma camada que faceia acima ou abaixo de uma camada permedvel o tempo de conso- lidagao é quatro vezes maior do que 0 precedente. Por meio do edémetro pode-se medir a defor macgo ao longa do tempo sob uma determinada carga. Tenda sido o logaritma do tempo registrado na absissa ¢ as deformacées na ordenada, a varia- gGo destes, & caracterizada por duas retas das por uma curva. O coeficiente de consolida- eG € neste caso calculado pela formula; 0,197 xh? aT onde T é 0 tempo nevessério para ser obtida a metade da deformacao correspondente 20 panto A da curva, A férmula permite determinar 0 tempo necessario para que seja obtida a consoli- dagaa correspondente & defarmacio de uma ca- mada de espessura h. cy 3 Este ensaio permite ainda calcular o COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE dos solos adensados para os quais os méto- dos classicas s8o inadequados ou mes- mo invidveis. Efetivamente, a contragdo expulsa a dgua para 0 exterior da amostra @ a ve- locidade de deformagao depende da per- meabilidade. O coeficiente de permeabi- lidade ¢ assim : Cv = 40 coeficiente de consolidagao &9 = indice de vazios inicial € = indice de vazios sob a pressio P Oa peso especitico da agua (=1) (¢g —e) = variagao de altura Geralmente, 0 solo se rompe seguindo superficies de desliza. Mento, a0 longo das quais o8 gros se desiocam uns em re- lagao ans outros. Quando deslocamas um objeto pesa- do, devemos aplicar uma forga que é tan. to maior quanto mais pesado for 0 obje- ‘to, © COEFICIENTE DE ATRITO é a rela- ao entre a forca horizontal necesséria 20 deslocamento da carga sobre uma su- perficie, que pode ser a de deslizamento, @ 0 peso da carga. © solo cisalhada possui um COE- FICIENTE DE ATRITO que pode ser medido e que determina o angulo de atrito. © aparelho de cisalhamento clas- sico de “Gasagrande” 6 constituido por uma caixa retangular dividida em duas por um plano horizontal. A amostra é colocada entre duas pe- dras porosas granuladas ¢ solid rias as duas meéias caixas. A parte inferior se move horizontalmente. O solo é comprimide por uma farga P. Desloca-se a parte superior da caixa apli- sando-se a ela um movimento a uma certa velocidade (1,5 mm por minuto por exemplo) e mede-se com 0 auxilio de um dinamometro aforga # correspondente. Geralmente, esta forga passa por um mé- ximo F ¢ diminul em seguida. Relacionando- 3e a carga P ao valor do cisalhamento corres- pondente F, determina-se geralmente uma reta mais ou menos inclinada. Para as areias esta reta passa pela ponto P=0, isto quer dizer que para cerga nula nao ha resisténcia ao cisalhamento. Diz-se que as areias nao possuem coesi 880 solos pulverulentos. Seu angulo de atrito corresponde aproximadamente ao do telude natural. Os solos mais ou menos argilosos tém uma ¢oesde (ou resisténcia ao cisalhe- mento sob carga nula), Eles se mantém inde- “ formados quando sao cortados. Tém ainda Angulo de atrito uma pequena resisténcia 4 compressao. Relacionam-se a seguir alguns valores de coesdo e de Angulo de atrito de diferentes solos intactos 700 g/cm? coesio = 100 g/em? coesdo 3500) glam 22"a 28 Areia (Angulo de atrito va- Limo de Orly Marga Varde ria com o indice de vazios e) (Paris) > 15 = es g 5 e ra ) a fn > = : 8 3 3 a S is 8 7 Marga branca Argila Limo argiloso de infragipsifera Besancon As indicagées precedentes foram de- duzidas de engaios de materiais com teores de umidade naturais. Secando-se uma argila, pode-se aumentar o seu dn- gulo de atrito © sua coesao. O mesmo Ocorre em se mantendo uma certa car- ga durante um tempo relativamente grande em um solo relativamente per. meavel de modo a ser retirada parte da Agua intersticial. Pode-se ainda obter aproximadamente a caeso de um salo gragas a um ensaio de compressao sim- ples de uma amostra cortada do bloco do material em questao. Observa-se que a ruptura ocorre por deslizamento (sobre um plano inclinado que forma um angulo A com o plano da se¢ao comprimida) Quando o angulo de atrito ¢ nul o angu- lo A 6 fguala 45°. Este Angulo A aumen. ta quando 0 angulo de atrito aumenta, w COESAO DO SOLO A coesao do solo & devida ao fato de que as grdos sao ligados entre si por delaadas particulas de agua que exercem forcas elétricas, cujo efeito 0 de manter os grdos coesas, ou por camadas de dgua que exercem tensdes capilares entre os graos e que sao tento malores quanto mais proximos estiverem os gréos. E a mesma forga capilar que faz subir a agua em um tubo, tanto mais alto quanto mais fino for o tubo. ‘As forgas agem 20 longo das superficies que separam a agua do ar, onde se formam ténues membranas. Observami-se bem estas membranas, quando sé agita a agua ou quando se asso- pram bolhas de sabao (a adigao do sabao gumenta @ tensdo superficial, ou seja a re: sisténcia da membrana a tragaal. A inter- fase dgua/ar toma @ forma de uma super ficie curva que se chama menisco. Quanto mener for o raio do menisce maior é @ tragéa exercida pelo meniseo. Para que a coesao capilar possa ocorrer, & necessario que coexistam ar e agua. Quando se inunda um solo, a coesdo de- saparece e ele se desagrega a Se Coloquemos areia num gaco de borracha. Se apertarmes 0 saco com a mao, a are’ deforma, movimenta-se,sobe, desee e s: dificuldade. Retirando-se com a boca o ar do Saco (com cuidade para nao engulir areia) faz-se um vacuo parcial. Fechemos em segui- da a boca do saco com um barbante de ma. nsira que o vacuo se mantenha pela menos ‘em parte. © 'saco de borracha exerce entéo uma pres: 380 sobre a arela em todas as dircedes ¢ o volume dificiimente se deformaré sob a pres. sto das méos. A ereia que possuia uma coo. sdo nula adquiri’ uma cocsia artificial nova tanto quanto inais elevada for a pressia p, forca de cisalhamento Pressao @ incha lateralmente numa certa ture za. Consideramos no so- lo 0 mesmo volume. O solo que o rodeia se ope ao inchamento, REAGE 6 provocapres” 8068 laterais que redu- zm 2 deformagio lon- gitudinal assim como © recalque, Essas pressdes _pro- vocan o aumento da resistincia, Prato O ENSAIO TRIAXIAL Anel de aperto —»! Consiste justamante em determinar o efeito desta pressio lateral sobre a resisténcia, A amostra cilindri- 6a tirada, é introduzida dentro de um tubo de borracha muito fino. Em uma das extremidades, cla é posta em contato com um prato 6 na outra com uma pedra po- Amostra Tubo de rosa. O fechamento absoluto ¢ assegurada por dois borracha anéis de aperta nas extremidades finissimo dentro de uma camara hermeticamente fechada, cuja paréde lateral, é constitui- da por um tubo transparente e grosso. Dentro desta camara, introduzimos gua sob pressao que comprime a amos = tra do solo em todas as diregdes. Depois Camara aplicamos sobre o pistao longitudinal uma forga P até a ruptura da amostra. e Durante 0 carregamento, a medida & Pressao feita pelo movimento do pistio, que da intersticial —. deformagéo longitudinal da amostra Durante a operagio a agua é comprimida e expulsa. Esta atravessando a pedra po- rosa pade ser liberada, ¢ a operago de DRENAGEM. Pode-se também, gracas a um dispositivo, impedir a saida da agua, aplicando na mesma uma pressao, que € medida, a qual é a press4o neutra. Pode- \e ainda manter a presséia neutra.cons- 7 A amostra assim montada €¢ colocada Pressio lateral tante, retirando uma certa quantidade de Agua. Dispositivo de pressio que se opde a saida da agua Assim ¢ resumidamente o ensaio tria- xial que completa o ensalo do edometra © 0 ensgio de corte com maiores possi- bilidades. DIAGRAMAS DE MOHR RETA DE COULOMB a A pressio hidrostatica da agua q € a presséie lateral aplicada. Se P é a for- ga aplicada pela pistao e S a grandeza da segao da amostra, a pressdo longi- tudinal é = mais a presséo hidrostatica. au seja p = £ + q. Gonsideramos um ensaio onde a ruptura tem lugar sob uma presséo lateral q © uma pres- 540 longitudinal p. Marcam-se estes dois valores ao longo de uma reta ho- rizontal obtendo-se dois pontos A e B. ‘A meia distancia de A e de B, sé situa o ponto C distante da origem 0 pela grandeza 2 ~ Tomando © como centro, pode-se tragar um meio cireulo, que passa por A ¢ B. Em outras condigées de ruptura, q sendo menor, por ex., obtém-se um outro circulo de diametro A’ B' onde o centro € em C' € assim por diante. Para os solos constata-se qué existe uma reta envoltoria tangente ao mesmo tempo a todos os circulos. £ a reta AT (na pratica, a dis- parsao experimental faz com que certos circulos fiquem levemente no inte- rior da reta @ que outros podem ser um pouco cortados, mas 0 ajuste apro- ximativo pode ser feito sem dificuldade). A reta RT. chamada RETA DE COULOMB, possui propriedades interessantes. Ela faz com a horizontal um angulo que nao é outro sendo a Angulo de atrito, que ja vimos- Ela corta 2 vertical a zero por um valor igual ao da coesio. O circulo passando pela origem, tangente a reta e cujo centro se situa sobre a horizontal, possui um diémetro igual a re- sisténcia 4 compressao simples, sem pressao lateral. A resisténcia 4 campressio sob uma pressao lateral Q é iguel a (p-q). O DIAGRAMA DE MOHR é, antes de tudo, uma representagaio cémoda das condicdes de ruptura, Para uma AREIA, sem aderéncia, a Para uma ARGILA MUITO PLASTI- reta envoltéria passa pela origem 0. CA a reta limite 6 horizontal. A re- A tesisténcia a compresséo simples sist@ncia @ compressao independe € nula mas a resisténcia a compres- da pressao lateral. 830 sob pressdo lateral aumenta ra- pidamente Resta-me ainda desoulpar-me jun- to ao senhor Ponte Pequena, por es- ta exposigao um pouco abstrata. E certamente incampleta, mas que parece ser indispensdvel a compre- ensao da mecanica do solo, a ENSAIO NO TERRENO Até agora vimos o8 ensaios de laboratério, por meio de amos- tras retiradas por sondas. Existem igualmente ensaios que po- dem ser realizados diretamente sobre o terreno, sao os chama- dos ENSAIOS DE RECONHECIMENTO ou de EXPLORAGAO DO SUBSOLO. REGONHEGIMENTO SISMICO utiliza a velo- cidade de propagacao do som nos diversos materiais. Esta veloci- dade ¢ diferente para cada material. Se € de 100 a 200 m/s num solo muito solto, pode ir de 200 a 400 m/s na areia, de 400 @ 800 m/s na argila, de 500 a 1,000 m/s para as alteragdes de rochas, de 2.000 2 6.000 m/s para os caledrios e até 7.000 m/s para os granites @ rochas similares. pease: A fim de explicar melhor o principio da sondagem do solo pelo som, mostra-se coma exemplo um andarilho gue esta atravessando uma floresta espessa. ae Esse andarilho deseja ir a uma clareira situada a 2 km de seu ponto de partida e ele sabe que nesta floresta a velocidade média sera de 1 km por hora. Demoraré, portanto, 2 haras para fazer o trajeto, mas a floresta ¢ limitada por um campo de terra trabalhada a 500 m onde a velocidade de marcha poderé chegar a 3 km por hora. Ele teré interesse de chegar mais cedo, indo pelo campo ? Um célculo mastra que o percurso minimo sera feita em 1 hora e 45 minutos com a condicéo de partir com um Angulo A, de 63°. Nas melhores condigdes, 0 andarilho ganha 15 minutos. Mas se a distancia até a clareira fosse inferior a 1.4 km, 0 caminho mais curto seria a linha reta. De uma maneira geral a formula da tempo minimo é: t = i aVe—| vy Onde a #€ # comparagao entre a distancia ao campo @ a distancia 2 percorrere b a compara- do entre a velocidade V1 no campo de trabalho e a velocidade Vo, na floresta. Para aleangar uma segunda clareira situada a5 km demoraria 5 ho- ras em linha reta 2 horas e 54 minutos indo pela estrada. Paralelamente a floresta, existe uma es- trada onde se pode andar a S km por hore Pode-se ter interesse em alcangar esta estrada eo tempo de percurso é de { hora e 50 minutos, ligeiramente superior ao segundo percurso. Para aleangar a segunda clareira, pela estrada demoraria no minimo 2 horas € 10 minutos; logo ‘9 tempo, mais curto 6 seguinda pelo campo: Imaginamos que pela medi¢ia dos tempos de percurso a diferentes distancias, é possi- vel calcular as largueas das camadas do terreno © as velocidades do percurso. A mesma técnica 6 utilizada para o raconhecimento dos terrenos. Para exceutar uma sondagem sis mica sobre um terreno que tenha um fundo rochose, uma samada de argila e uma cama da de areia, trocamos 0 andarilho por uma onda sonora provocada sobre a superfi PANCADA um equipamento especial D 250 ae ns) Argila (velocidade : 600 m/s. Rocha (velocidade: 5.000 m/s Distancia Um aparelho chamado geofone capaz de captar as vibragdes 6 instalado em um ponto fixo e o emissor do som a distancia crescentes. © geofone regula o tempo percorride entre 2 emissao e a recepsao do sinal dado pelo equipamento. O primeiro sinal re- cebide da automaticamente o tempo minimo do percurso, 0 ca minha mais direto. Sobre um grafico, temos a distancia na horizontal © o tempo na vertical. Em principio, devemos, obter um conjunto de retas que se cortam em pontos determinadas e um calculo permite conhecer a espessura das camadas @ a sua natureza a partir da velocidade do som. Na reelidade, as coisas nda séo sempre to simples, as co- madas nao sao forcasamente paralelas uniformes, mas os en- genheiros qualificados sabem dar uma interpretagao bastante exata da natureza dos subsolos. E também possivel conjugar estes ensaios cam medidas de resistencia olétrica do solo entre os pontos superficiais de distancia crescente que podem fornecer dades para camadas cada vez mais profundas. Um outro processo de reconhecimento é © ensaiv com penetrador. Quando se quer colocar uma barra no solo, é mais dificil fazé-lo quando 9 solo € mais duro e tam- bém @ mais dificil quanto mais profunda- mente estamos penetrando a barra, A sondagem feita pela barra de maneira aperfeicoada ¢ realizada por aparelhos cha. mados PENETROMETROS, Para comesar, te- mos que saber que a resisténcia que se opde a penetragio se compde de uma re sisténcia do solo na ponta e de um atrito lateral Nos aparelhos de sondagem é indispen- Savel scparar as duas grandezas, onde a mais. importante 6, as vezes, a resisténcia de ponta Para este efeito os penetrometros sao formados de um tubo de sondagem no cen- tro do qual uma barra independente é colo- cada soliddria com a ponta cénica, Um meio econdmico para obter uma forca ele- yada consiste em empregar uma pancada 0 cabo esta agora munido de um cabecote sobre o qual deixamas cair um peso. Um prego penetra mais facilmente na madeira que no concreto Penetrémetro dinamico Resisténcia da ponta Made-se entio © valor da penetracdo Sab um numero de batidas determinadas Se encontre uma camada meis dura, 2 pe- netracao diminui, 45 A interpretacao des- te ensaio é dificil por- que 0 correlaciona- mento da carga dind- mica do 6nsaio com a carga estatica das fun- dagces sé pode ser feito empiricamente e baseado na experién- cia acumulada de ou- tros trabalhos neste mesmo solo. MAcAcOS TUBO DE ATRITO LATERAL (forga No penetrémetro estatico, o elxe soliddrio da ponta e 0 tubo sao carregados separada- mente pelos "macacos", de mangira que a deformagao soja a mesma, medindo-se ao mes- mo tempo 0 atrito lateral ¢ a carga em ponta, ém fungao da profundidade de penetracdo. 0 50 100 150 200 250 390 Mas este processo necessita de forcas importantes para as- segurar a reagdo. Em geral, emprega-se um caminhéo muito carregado ¢ no caso de seu peso ainda nao corresponder a re- agao, ancora-se este dispositivo lateralmente no solo, com aju- da de estacas a vista ou sistema similares O diagrama ao lado, mostra o resultada de um tal ensaio. Trata-se de um cabo de 15 om quadrados de seceao. Vé-se que a passagem da primeira camada de argila para a de pedregulho corresponde a um aumento de resisténcia da ponta, que diminui logo que penetra numa camada de argila, tornando-se mais ou menos constante. O atrito lateral torna-se mais ou menos cons- tante na camada de pedregulho e aumenta proporcionalmente apés a penetracao na camada de argila, Pode-se, desta manel- ra, conhecer bem 2 fundagdo e dos valores encontrados onter, pelo célcule a carga supertada por uma estaca ou tubulao. 6 Com todos estes meios, o que é preciso fazer quando se de- seja reconhecer um solo ? Pergunta a si mesmo Ponte Pequena. Em primeiro lugar. deve Pode-se. em seguida as- E dtl, particularmente, se fazer uma ou varias son: segurarse da constanc para 0 caso das fundacdes dagens a profundidade su- das camadas ou descobrir Sobre estacas, fazer-se um ficiente (por exemplo 30 m) acidentes, mudangas de ensaio de penetrasao. constatar a presenca de perfil através de reconhe- Agua, fazer o corte geolégi co, tirar amostras € lev: las a0 laboratorio para en- saio cimento sismico ou elétri co, De qualquer forma ¢ sempre indispensa- vel recarrer-se a especialistas no assunto, porque a improvisacio ¢ perigosa, eo sub- solo se apresenta como uma incognita, que cumpre desvenda-la. . . | A verdade esta debaixo da terra, é ne- | cessdrio fazé-la sair do pogo, . a CALCULO DAS) - FUNDACOES Neste livro, nao é possivel tratar profundamente, do calculo de fundacdes. Gostaria apenas de suge- rir algumas idéias sobre as previsoes possiveis do comportamento dos solos carregadus, pois GALCU- LAR & PREVER. Em Engenharia, ha duas cnisas importantes a conhecer : A deformagao € a ruptura — preciso que a deformaeao seja accitavel e que a ruptura nao se produza sob as cargas ¢ sobrecar- gas provaveis de servigo. Para avallar o recalque, calculam-se por formulas classicas (formulas de Boussinesq) as pressdes que o subsolo suporta nos. diferentes niveis sob a carga. As linhas de igual pressao vertical (1 kg/cm2, 3/4 kg/cm? etc.) for- mam bulbos e assim pode-se saber em cada ponto da camada qual 4 a pressao suportada, Se o solo fesse constituido de um corpo elastico, poderse-ia, obtendo o total das deformagdes de ca- da camada, sob sua prapria elasticidade, determinar © recalque imediato e definitivamente alcancado. De fato, 0 solo, ¢ canstituido por camadas lentamen- te compressiveis que se consolidam pela evacua- 40 da agua, como mostram os ensaios no edémetro (ver pig. 31) e pade-se, levando em conta esias prao- priedades e suas medidas sobre as amostras, obter uma boa estimativa da velocidade dg recalque e de seu limite. ry Antes de falar sobre ruptura das fundagdes é necessério dizer algumas palavras acerca do em- puxo ativo e empuxo passive. Considere-se uma parede vertical atras da qual se acha um monte de areia. Se 0 talude natural do monte estiver abai- xo do nivel do pé da parede, esta nao sera pres- sionada pela areia, bem entendido. Mas se nés enchermos o vazio ABC com uma quantidade de areia suplementar, a parede tende a se deslocar. A forea necessdria para manter a parede na posi- gao vertical, é 0 EMPUXO ATIVO (sobre um muro de arrimo por exemplo). Este empuxo aumenta quando o solo esta sobrecarregado. Seu calculo leva em conta o coeficiente de atrito ¢ a coesao (ver pag. 27) que diminui em geral, quando o solo esta inundado. Neste caso deve-se somar ao em puxo da terra a presséo exercida pela agua, que agira por sua prépria conta, € 0 empuxo hidrasta- tio, E por isso que nos muros de arrimo, é indis- Ppensdvel colocar-se os buracos (barbacas) para evitar a pressae da agua que pode se acumular nas terras. Se o muro cair, 8s terras escorregam e se deslocam, seguindo uma superficie AG chamada superficie de escerregamento. A parte mdvel do macigo 6 limitada pela curva AG. Se entretanto for empurrado o muro, constata-se que é necessa: rio aplicar uma forca bem mais elevada. Esta for- ca é 0 EMPUXO PASSIVO que pode iqualmente ser calculado a partir dos dados experimentais, quer dizer, do coeficiente de atrito e da coesao do solo medidos sobre amostras. 0 mavimento produzido pela superficie de deslizamen- to, devido ao empuxo passivo, mobiliza um volume de solo muito maior que o de escorregamento, isto explica_a maior grandeza da forga necesséria. O conheci- mento deste fendmeno é muito impor- tante, quando se utiliza 0 solo como apolo para forgas inclinadas ou horizon- tais como ancoragens, maci¢os de pante = em arco etc. Quanda se constréi sobre o so- la uma sapata de fundacdo, ela & mais ou menos profunda e sua execugdo mais ou menos rapida. Se a carga que ela suporta é mul- ta elevada, o solo rompe. Ele nao rompe porém como um sélido (como 9 concreto, por exemplo] mas escorrega sobre si mesmo : hd um recalque de solo nos lados, as superficies de escorregamen- to AG sdo formadas e determinam as ondas de levantamento. As forgas que agem ao lango de AQ fazem com que o solo fuja, ten- dendo deslocar-se para 0 exterior, Este 6 um fendmeno de empuxo passivo, Tudo isto se pode salcular, quando se conhe: cem as propriedades do sola € quando se consta- ta que quanto mais a sapata se aprofunda, maior € a carga de ruptura, e maior 0 volume do solo AQG posto em movimento, Quando se caminha em uma. praia, a areia com- primida polo pé sobe de cada lado ¢ © pe se afun- da, Mas & uma certa profundidade o pé para: a capacidade de carga aumentou como no caso de uma sapata colocada mais profundamente, Nos coraleeiaras aqui um solo homogéneo para sim- car as coisas. Na realidade, ele normalmente & formado por camadas de naturezes alterentes Quando a resisténcia das camadas aumenta com a profundidade, vai tudo bem, Mas quando uma ca- mada mais resistente repousa sobre uma camada menos resistente, a coisa € diferente, Pode-se for- mar sob a sapata um puncionamenta e a rolha de areia, por exemplo, penetra verticalmente na ar- gila, empurrando-a para os lados. No caso em que @ camada inferior é constituida de vasa ou argila muito mole, pode-se evitar 0 puncionamento dan: ear: do a sapata uma dimensao transversal, pelo me- cen nos igual a um quarto da espessura da camada a a superior. Se esta condi¢ao nao pode ser preenchi- ¥ Arala da é necessdrio entao atravessar esta camada mo. lee fazer a fundacao descer até uma camada mais resistente. t Falamos de superiicie de escorregemento. Vocés podem pensar que é uma invengae des matematicos. As fotografias ao lado vo |hes mostrar que elas existem realmente, Sao su- perficies de uma “certa espessura,” mas bem claras @ perfeitamente desenhadas que cor respondem a direcbes bem especiais, Nao 6 verdade que elas escorregam livremente como paredes lubrificadas. Com efeito, supor- tam em cada ponto uma pressao normal ¢ uma de cisalhamento, onde a relacao é deter- minada por uma curve de Mabr (pag. 40}, lik mite das condigdes de deslizamento. Uma estaca ¢ uma fundacdo profunda na qual a ponta & equivalente a uma sapata que resiste ao recalque e a esta resisténcia acres- centa-se atrito lateral da estaca, como vi- mos com ajuda de penetrémetro (pag. 45) Quando a ponte atinge a uma certa profundi- dade, 0 deslocamento para cima da solo ces- sa € a estaca penetra comprimindo, na sua vizinhanca, as camadas profundas. Esta com- pressao pode provocar um esmagamento dos graos. A figura mastra a deformagao que se produz. Em um solo homogéneo a resisténcia na ponta aumenta com a profundidade, depois fi- ca constante, enquanto que @ resisténcie ao atrito sobre o fuste aumenta constantemente com a profundidade. Superficies de escurrega mento no caso de funda GOes superficiais 2 do os tacas. a Procurei-o, Ponte Pequena, para expor-the o essencial da ci @nela das fundagées que recebe o nome também de MEGANI CA DOS SOLOS. Esta exposicio, podera Ihe parecer drida, por isso sinto-me aborrecido, pois a ciéncia, néo é uma lista de re- ceitas, 0 essencial é que tenha compreendido que esta ciéncia existe, € que cla se aperfeicoa tanto tedrica quanto experimen: talmente. Ela pode prestar-Ihe grandes servigos ¢ evi- tar aborrecimento. Sempre que possivel, can- sulte especialistas ¢ os laboratérias, e entao. vocé ficara tranqiiilo. Se, além disso, desejar ir mais longe no conhecimento, aqui estéo al- ros, que vocé poderd consultar, Devo lo de que voc encontrara em todos eles calculos matematicos mais avangados — Geputo, H.P. — “Mecdnica dos Solos _e suas Aplicagdes", aa Livra Técnico — 1967 eck A, — "Mecanica dos Solos na Pritica da Engenharia" — Terzaghi, — Mello, V. — “Mecanica dos Soles, Fundagies @ Obras de Terra” — J, Verdeyen — “Mecanique das Sols et des Fondations", Eyrolles — A. Peltier — “Manuel du Laboratoire Routier” Dunod, 1985 — A. Caquot et J. Kerisel — “Traite de_Mécanique des Sols” Gauthier —villars 1366 = 8. Golombeck — *Problemas de Fundagdes? $. Paula Dispondo ja dos materials necessérios A PEDRA A AREA © CIMENTO E A AGUA Ponte Pequena quer eonstruir em CONCRETO — CONSTITUINTES DO CONCRETO AGREGADOS, também chamados AGLOMERADOS. OS AGREGADOS : areia ¢ pedras nao devem conter impurezas tais como : FSoe NA AREIA A argila € 0S materiais muito finos séo tolerdveis até 2 ou 3% da peso do agregado. Determina-se a quantidade destes materiais tinos por lavagem e decantagao. Anos 9 repouso de uma hora @ camada que se deposita sobre a areia ndo deve ultrapas- sar 1/14 da camada de areia Se esta condigéo nao for preenchida a areia deverd ser cuidadosamente lavada antes do ser usada AS MATERIAS OR. GANICAS que enfra quecem a resisténcia nao devem ser admiti- das. Elas sao desco- bertas pelo ensaio de coloragao. Ensaig este, facil de ser feito no canteiro da obra. Colo- cam-se 200 g da areia que se quer examinar, 100 g de uma solucaa de soda caustica a 3% Agita-se bem Apos 24 horas, o liquide deve estar sem cor ou apresentar. no maximo, uma cor marron: clara que se compara com a cor de uma solugao testemunha 8 Um proceso de medir og materiais muito finos e argh losos, utilizado também em mecanica dos solos,é deno- minada EQUIVALENTE DE AREIA, Uma proveta cilindrica transparente contendo gradua- goes 100 mm e 380 mm da base, deve ser fechada por uma rolha de borracha, Nesta proveta intreduz-se com ajuda de um tubo (dito lavador), uma salugao lavante até a marca Inferior. Esta solugao contém 111 gramas de olo- rete de calcio, 480 gramas de glicerina 6 12 gramas de formoldeido por 40 litras de agua. E facil preparar em uma farmacia sem receita médica Introduzimos agora 120 gramas de areia a ser exami- nada, A proveta fechada é agitada 90 vezes no sentido horizontal e depois recolocada verticalmente. O tubo la- vador ¢ colacado de novo é introduz-se, por ele, a solu- ean lavante, em seguida agita-se levemente, fazendo ro- dar 0 tubo entre o5 dedos, até que a solucao atinja a mar- a superior. Retira-se o tubo (lentamente), mantendo-se © nivel da solugao Deixa-se entéo a solugio repousar durante 20 minutos exatos. Observe-se em cima da arela, um depésito. O equivalente de areia (EA) é dado pela relacao hh /hy. Para areia muito limpa encontra-se hz/hy =1 (nada de argilal. Para argila, hp/hy = O. Para os concretos fracos deve-se admitir hg/hy maior que 0,70 © para os concretos bem cuidados deve-se exigir hg/hy, maior que 0,75. Para os concertos excepcionalmente bons deve-se encontrar ha/ hy maior que 0,80. Esta operagdo que, aparentemente & de cozinha é na realidade muito precisa. Seu principio consiste em impedir que as particulas pequenas se de- positem muito rapidamente sob a influéncia da solucao € formem uma geléia (uma espécie de malho em maione- 88, que se deposita em cima da areia). AGUA CLARA FLOCULACAO AREIA Na dosagem de areia, é necessdrio nao esquecer que existe um aumento de volume (inchamento) conside- ravel, quando ela esta Umida, soba influéncia de forgas capilares 10 kg de areia fina seca ea — 6 IItros =a aa r a masma quantidade a mais 200 g de aqua 8 As AREIAS DO MAR podem ser utilizadas para concretos de obras de pouca responsabilida- de, desde que elas nao conte- nham cascas de ostra e qué 6s- tejam limpas. Eventualmente 08 sais que elas contém podem provocar eflorescéncias que nao Indica petiga. Enfim, no se deve esquecer que a agdo do sal marinho pode modificar 0 tempo de pega ¢ a velocidade do endurecimento. Os AGREGADOS GRAUDOS devem ser provenientes de ro- chas inertes, sem atividades sabre o cimento, inalteraveis ao ar, 2 dgua e ao gelo. Deve-se proibir 0 uso dos calcérios fra- cos, dos feldspatos e dos xi tos. Os agregados nfo devem ser muito porosas, 6 nda devem absorver mais de 10% de seu volume em agua, Deve-se evitar agregados com formas de placas ou pontiagudos. Nao se deve proibir o uso de calcdrios duros. Sua aderéncia ao cimento 6 melhor. Por outro lado, sua porosidade faz com que elas con- servem uma reserva de Agua que contribul para a hidratuea0 do cimento, quando a secagem do concreto for muito ripida, Cumpre lembrar que 0 canereto feito com tais agreqados tom retracéo maior. o A FORMA DOS AGREGADOS tem uma im- portangia muito grande no seu uso. Ela deve ser, em principio arredondada. As formas an- gulosas, as placas @ as particulas pontiagu: das, sf mais dificeis de misturar e de adensar. Definimos agora o coeficiente volumétrico de um gran como a relacao entre seu volume ¢ 9 da esiera circunserita com didmetro igual & sua maior dimens&o, Este coeficiente é muito pequeno para as placas @ para os agregados pontiagudes Para calcular 0 coeficiente volumétrica médio de uma amostra de agregados, pegamos um certo numero de pedras, das quais medimos o volume v por des- locamento de liquidos e a maior dimensio com um paquimetro. Galeulamos agora o volume das esteras correspondentes. © coeficiente volumét a comparagao entre o valume real de todos os gros e a soma dos volumes das esferas correspondentes. Este coeficlente deve ser superior a 0,15 para 0 pedre- gulho de 6 @ 25 mm,e superior a 0,11 para as pedras britadas. Nao se deve esquecer que os agregades deven ser lava: dos ¢ sem posiras aderante A AGUA de mistura nao deve conter matérias organicas,, matérias em suspenséo além de 2 aramas por litro, impure. zas/ ein quantidade superior 8 30 aramas por litra (na candi pao de que estas sejam compativeis com o cimenta) é nao conter residuos industriais. A aqua do mar nao é recomen: dada, mas pode servir quando nan houver outra disponivel para 0 coneretos de cimenta Portland nao armado * Cloretos 209/1 @ sulfates 1g/l, NB — 1/74 art. 6.1.3 NT se CIMENTO 0 GIMENTO deve ser de qualidade conveniente aos trabalhos a que sé destina de acorda com a sua com: posicdo quimica ¢ caracteristicas mecanicas 0 inicio de pega pode ser determinade por um aparelho chama: do de “Vicat”, Diz-se que o cimento esta com inicio de pega quando a agulha devidamente calibrada e carre- gada nao maig consegue penetrar até o fundo da pas ta colocada no recipiente deste aparelho. Até que ha ja 0 inicio da pega, 0 que acorre algumas horas apes a mistura do cimenta com a agua, o concreto pode ser transportado e utilizado na obra Q fim da ga € 0 momento em que a agulha do apa- relho de “Vicat" nao mais penetra na pasta de cimen- to. E este 6 momento em que se inicia o endurecimen- to da concreto ou da pasta, © tempo de pega varia inver- samente com a temperatura Na Franga a resisténcia do cimento 6 determinada por meio de ensaio de flexda de barras de 4xdxi6em, ensalos estes procedidas aos 7, 28 ¢ eventualmente 90 dias. Por meio deste ensaio & determinada a resis téncia 4 tragao da argamassa padrao * Este ensaio é o normalizado tot mo na Franca (AFNOR) de acorde i com a método internacional do RILEM, Apéso ensaio de flexéo os meios prismas sao Ssubmeti: dos a compresséo, sendo as forgas aplicadas através de pla. cas metalicas de 4 om de lado, No Brasil, as normas preve- emo ensaia normal de cimento em cilindros de 5 cm de diame tro por 10 cm de altura, st Tragio por flexdo” Vejamos agora, algumas indicagoes sobre os di- ferentas tipos de cimente © suas utilizagdes. Compressia: Utilizagao Designagse er ee ee Obras de arte de conereto protendida. Trabalhos especiais aaa S ds a y Préfabricacdo IMENTS. Ka/em2 | Ka/em2 | Kg/em2 | Kg/em2 Tipo 500 ay H INSo 6 febricada no Brasil) CIMENTO DE alta resis ale 315 400 55 85 eA) | Raton | Kalama | koleme | Kafeme Glasse 400 Seu endurecimento é répida GIMENTO. Portland (cP Trebalhos de alta resis concrato atmo rencla 210 320 40 55 | do onde resis “Tipe 320 Kg/em2 | Kg/em2 | Kg/em2 | Kayem2 | téncios cleva: das sho neoss- Sérlas 240 400 50 6 stip aaa | ka/om* | kg/om? | korem? | ka/om* CIMENTO ‘Trabalbos PORTLAND comuns (CP) 150 250 35 80 | de conereto comum Ko/ema | Ka/em2 | Kefem2 | Kolem2 | armado “Tipo 250 onde a taxa de trabalho nao é alta * Ver pda. 120 EB 1/73 A quantidade de escoria 6 dé 10% a 20%, Ele tem o mesmo is que o CP comum, mas deve-se tomar culdado com a secs: GIMENTO gem muito répida € protegélo contra a agao do venta ¢ do sol. PORTLAND No Brasil grande parte do cimsnto Portland camur contem cerca ‘COM de 8 5 12% de esesria de alto forno, continuando porém a cl ESCORIAS marsé Portland comum (N.T.) (CPE) CIMENTO PORTLAND COM CINZAS tcrc) GIMENTO. PORTLAND COM POZOLANA (CPP) Mesmas utilizagbes que 0 precedente Mesma sensibilidade & sceagem. Fle con: tem de 10% 420% de cinzas ou de _pozola: na, Deve ser tomado cuidado com a ever poracdo tipida da agua, CIMENTO PORTLAND DE ESCORIA E DE CINZA (GPEC) | Existam dols tipos deste eimen CIMENTO fo: o 250 & 0 320. Sel conteado PORTLAND DE de esearia varia de 25 2 65%. Sa0 ALTO=FORNO- indicedos para @ oxecugso de funda (GPF) Ges. © endurecimento destes ch mentee ¢ lente @ muito eanaivl oo EB 208/74 SIMENTO. METALORGICO Maisto (CM Portland ate 65%. CiMENTO | eseorise PORTLAND DE ALTO-FORNO (CPAF) Portland 0% de ciMENTODE | SecoAs ESCORIA.COM | Sonu, CLINKER de clinkar (CuK) de Portland (cimenty ainda nao Fabricado ng Brasil) 2 Estes cimentas tem —algumas qualidades, mas alguns defeltos Eles 539 mais resistentes do due 6 Portland a agao das Aguas agres: sivas cde liquidos organicos Sua resisténcla € comparavel 80 Portland dos tipas 250 ¢ 320 ua realizar bons. _coneretos estes cimantos, 6 necessirio gus 0s aprenados graidas ¢ xa areias aejam inuito limpas 2, par wlorments, jsentas We andl O sndurecimentn dos sgiome- rantes & base de eeedria & lento, quando a temperature se aproxi- ma do 0° G_ Nao deve ser usados em tempo frlo, Enfini, a3 escdrias, sao malg cores de dgua, isto é.Secer rapldamente Estes clmentes sio mais indica dos’ para os trabolhns _subterra fieos @ de tundagaes 80% de escoria Sao fabrieados nos tipos 250 CIMENTO | 5% de clinquer e 120, Sao sensiveis a secagom. SUPER- de Portland Sua utilizacao € indicada para SULFATADO | 15% de sulfato coneretagens em meios agres tess) | de calcio hidratado sivos. (gesso) CIMENTO mane E feito nos dois tipos 250 e pOZOLANTeG, |=) 822008, Slguer $20. Utilizavel coma CPA © dé METALURGICO) oor concreto multe resistente (CPM) aos meios agreesivos, Cozido a alta © endurecimento deste cimente € temperatura muito rapido [400 kg/cm? a 2 dias e CIMENTO_ | com bauzita e 450 a 28 dias). Sua resisténcia a cor- ALUMINOSO caleario rosdo 6 muito boa. Ela 6 pouco sen- (FUNDIBO} sivel ao frio mas no deve ser usa- do em climas quentes. Durante 4 pega ¢ endirecimento.9 con creto desprende calor © aumento de tem lure acima de 30°C durante © endure clients, pode provorar a dacempasicao de Seu principal constituinte.o alumin ato frieaicico. Esta décomposicaa pode se pro: sar lentamente dantro de concrete, O concrete de coloracao cinza eacuro nas primeiras idadas. toma a cor de cho: colate € perde todas’ as sues cardcterlsticss dé resisténcia mci nica O concreto.¢ naturalmente aquecido durante o pariodo de hidrata- G80 do cimento @ deve ser restriado por meia de irrigagsio com agua Quando « peca conerstada ¢ de grandes dimensGes eats resfrlamento se tome impossivel Resumindo, podese afirmar que pegas da grandas di mensdes nao podem ser concretadas com cimento aluminoso. Na dosagem com ci- menta aluminosa deve ser enypregado 0 miniino possivel de arela © 4. capacidede deve ser maior poasivel. Gragas Gs suas caracteriaticas pecullares é reco Vel para empregg em tempo frio © para 6 concretagem de peeas que dewem ‘econeretog reftstarios. para a construcdo de farnos, chaminés ete. Convern lombrar que sate cimento incompativel com alguns tipos de agregados, ale: como os de origem vulcanica Enfim, 0 clmento aluminoso # incoripativel com certos agregadas de ori. om sruptiva, que sto alealinos (como a soda ou potissio). Os ensilos tleverao ser feltos para essa verifieagso. De outro lado a dosegem deve S6r obtida com 6 minima dé arcia 6 a capacidade elevada, O cimento alu- minoso pode prester grandes servichs na concretagem em tempo frio, @ merci de Sua rosisténcin elevads podem-se ter pepas desformadas rapi- Wamente. Apds o ehdurecimanto, ela pode dar um excelente concrata re- fratario para os fornos © chaminés etc. Mas antes de tudo, 6 neoossdrio varificor @ subida em temperatura Inferior durant= og primeiros dias. 38 ha fabricucao desae cimonto no Brasil veyed: 53 we CIMENTO PARA ASSENTAMENTO DE ALVENARIA (CA) istura de _maté rias inertes (ma nag de 35%) e de cimentos diversos Blas existei para as classes 130 ¢ 120. Sko utilizados para exeeutar alveneria de {ijolos, pedras eto. Nao deve sat utiliza os pars 0 concrete armado Do mesmo tipo 86 oxiste o da classe 80. Mesmo uso UGANTES | cue o precedente, Que 0s precedentes, mss a resistencia PARA A proporcio de menor ALVENARIA | materia inerte pie Empreget uma dezagem elevar Obtida pela calci ts nagtio de calcario | natural argiloaa, Dé argamassas gordas = plésticas com en- CAL 0 qual juntam-se durecimento multo lento wprauuca | Produtes para me Nao utilizi-[os cam temperatura abaixo de thorar as suas quolidadas tais co- mo. clinquer, e+ corla. SG. Nao resistem aos melos agressivos PODEM-SE MISTURAR os CIMENTOS ? E uma questdo muito importante porque certos cimentos séo compativeis ¢ outros im- Z compativeis. Todos os cimentos & base de clinquer contendo escdria e cinzas sio compativeis. A mistura de cimento Portland e de cimento aluminoso, meio a meio, dé uma pega muito ré- pida (alguns minutos) resultando resisténcia fraca (menos do que 100 kg/cm2). O cimento supersulfatado néo pode ser misturado com outros, porque contém sulfato de calcio. Da mesma maneira, NAO SE DEVE JAMAIS MISTURAR GESSO COM O CIMEN- TO. O conereto endureccria rapidamente. Q gesso nao pode ser misturade a nao ser com a cal hidraulica @ a cal aérea. A DOSAGEM E SUAS REGRAS PRINCIPAIS © primeiro trabalho da tecnologista 6 conhecer a composicao granulométrica dos agre- gados de modo a poder combind-los da melhor maneira possivel para obter a mistura de- sejavel. Para determinagéo desta granulometria empregam-se peneiras ou passadores com orifi- clos de diferentes dimensdes. Através do peneiramente determina-se 2 quantidade de agregados que passa ou que é retido em cada peneira. Uma peneira 6 feita com arame e tecida placa com furos redon- com malhas quadra- dos. (E tipo utilizado das. (Este € 0 tipo uti- = na Franga). ado no Brasil). j CURVA GRANULOMETRICA TOTAL E ESPECTRO GRANULOMETRICO (em volume absaluto ou em peso} PENEIRAS: 06mm 1.2mm 24mm 48mm 9.5mm 9mm SMM Om Um passador é uma diimetro Entre 0.6 Entre 12 Entre 24 Entre 4,8 Entre 9,5 Entre 19 © 25 mm em mm eiamm e24mm e 48mm e9,5mm e 19mm e¢ 25mm No Brasil a série normal de peneiras éa seguinte : 0,15mm — 0.3mm — 0.6mm — 1.2mm — 24mm — 4.8mm — 9,5mm — 19mm e@ 38mm, a peneira 25mm, também utili- zada, € denominada intermediaria. Em geral se fazem as curvas em paso dos. graos, determinados pelo método que aqui se encontra,e que se transforma em volume | para a composi¢go granulo. métrica em canteiros co- muns. Em laboratorio, faz- Se sempre em peso. Conhecendo-se a composigao granulométrica dos diferentes agregades de que se dis- pdem, devem-se pesquisar suas proporcées, para se obter concreto mais resistente & mais facil de se moldar (mais trabalhdvel) Em 1898, Féret demonstrou que a resisténcia mecanica do concreto depende da compacidade dos agre- gados inertes. COMPAGIDADE a — 4 A compacidade ¢ a relagdo entre o volume dos agregadas inertes & 0 volume ocupada pelo concreto. Fé- ret mostrou igualmente que a resis- téncia eresce cam a dosagem e que o fator qualidade Q é para um metro ctbico de concreto, . aie Volume submetido ao efeito de parede ‘@ sr. Agua 4 clinento + vazios 7 V-A a A finalidade dos estudos granulomstricos 6 pes. quisar a maior compacidade compativel com a do sagem. E preciso que se leve em conta o eleito de parede ¢ a influéncia da quantidade ou don sidade da armadura Qs grfios do agregadas gratidos que faceiam as formas, deixam entre si vazios maiores que no interior da pe¢a.onde sio mais facilmente encai- xados. Estes vazios devom ser preenchidos com agregados menores. Assim sendo verifica-se ser necessdria aumentar a proporcao de finos quan: do a pega a ser concretada tem grande desenval- vimenta de paredes. © efeito de parede ocorre igualmente ao longo das armaduras. Seu efeito global é representado por um raia médio. © raio médio pade ser definido como a relacéo entre a drea S da seco transversal do concreto e a s0- ma do perimetro de contata com a forma e os perime- tros das barras de ago. Para o caso da viga esquemati- zada an lado teremos : s ABCD +2+€+E+€ Quando existir armaduras com varios diame- tros, 0 raio médio em um certo volume € a relagao entre este volume eo desenvolvimento $ de to- des as superticies de armaduras e de paredes. Consideramos o diametro D do maior agregado da mis- tura come a dimensao da malha da peneira suficiente- mente grande para delxar passar o agregade, Na figura esquemiatica da pagina 65 ele esta entre 50 e 100 mm e deve ser ajustado por uma peneira intermedidria. 0 maior diametro D do agregado é agora escolhide de tal modo que ele seja levemente menor do que R a fim que as pedras pessam passar entre as armaduras. Enfim o concreto deve ser trabalhavel, quer dizer : homogéneo e transportavel sem facil de ser colocada facil de_misturer segregacao na forma Estudaremos a trabalhabilidade adiante. 8 O principio da sintese granulométrice consiste em adotar uma curva de referéncia : Bolomey, Fuller, Faury, 6 6m procurar a proporgdo dos diferentes elementos analisados, inclusive cimento, no qual @ soma das granulometrias se aproxime o ais passivel desta curva. Damos aqui um exemplo. KA Ptatas o S . + ). a . + o oo De eee eae ee PEDREGULHO |- 4.040 kg/m? 48% ro 750 kg/mm? CONCRETO aie RESULTANT! 350 kg/m" 16% Peneiras: 0,075 O15 02 O68 12 24 48 95 127 19 25 38 50mm - : A escolha da granulometria de um concreto depende dos agregados dis- . poniveis no canteiro de obra. Ela pode ser CONTINUA. , & areia pedrisco pedra miuda pedra gratda ‘ou DESCONTINUA quan- do faltam um ou varios intermediarios. A granulometria descontinua € em- pregada em casos especiais quando 0 fator economia e resisténcias altas so preponderantes. Adapta-se melhor aos agregados irregulares eS e A a A granulometria continua se empre ga de preferéncia com os agregadas dos rios de forma arredondada e pe- dras britadas de boa forma. Método pratico para dosar pelo tema de minima areia é o de preparar uma argamassa conten- do a relagéo dqua-cimento que se deseja, fungao da resisténcia re- querida, ea areia suficiente para se obter a plasticidade necessa- ria, Coloca-se esta argamassa, as- sim preparada, em um recipiente e este sobre a mesa vibratérla Durante a vibragao, colocam-se pedras graudas enquanta caibam na argamassa. Medem-se entao as proporgies, Esta é a composicéo granulometrica de Vallette, geral- mente chamada descontinua. @ MISTURA, f= tm A matéria € HOMOGENEA se todas as " misturas t2m a mesma composigao. A primeira operagao para o uso da conereto na obra € a mistura dos materiais primdrios destina- dos a fazer uma matéria homegé- nea. = Se um concreto no é homogé- (i neo perde sua resisténcia. A mistura do concreto se faz por deslocamento dos constituintes em uma méquina chamada betonetra. ‘As melhores’ betoneiras| sao as’ MISTURA: DORAS DE EIXO VERTICAL. A velocidade de rotagao N deve ser pequena para eviter 0 efeito da forca centrifuga. Se D ¢ 0 dia- ‘metro da cuba em metro: DN? = 200 a 250 ou soja N = 2 1D As betoneiras de EIXO HORIZONTAL sdo também boas. A velocidade de rotagao N deve ser tal que D sendo o didmetro : DN? = 350 a 450 As betoneiras de EIXO INCLINADO sao as menos indicadas a inclinagdo nao de- ve ultrapassar os 20°. 4 velocidade de ro- tagao deve ser tal que D sendo o didmetro = DN? = 350 a 450 ou seja N 25 N.T, Sia as menos indicadas em virtude de a mistura que fazem ser pouco homogénea e demorada. nm Em uma betoneira a introdugao dos agregados deve ser feita em ordem de- terminada : — 1° uma parte dos agregados graidos euma parte de dgua, depois fazer rodar para lavé-la da mis- tura anterior. 2° © cimento, 0 res- tante de agua, a areia ¢ fazer girar a hetoneira... 3° 0s agregados graddos na ordem crescente de diame- tro. Apés a 1.' operagdo de limpeza com os agregados agregados gratdos ©. graidos e agua, 03 outros cimento constituintes devem vir arela’. a. nesta ordem, na cagamba peaiinlids eu quando a betoneira é provi- : da de carregador. agregados gratidos . - A duragdo da mistura nao deve ser muito curta nem muito longa. Para uma betonei- ra funcionando em boas condicoes ¢ Para_um cancreto plastico, 0 tempo minima apés 0 car- regamento. Quando a dimensao das cubas aumenta, o tempo de mistura ou o numero de voltas cresce com @ raiz quadrada do diametro. A duragao exagerada da mistura ¢ inconveniente 0 concreto, porque pode provocar a saida dos agregados graudos,em particular para a betoneira inclinada. Para agregados fracos pode acorrer um desgaste, produzinde muito material fino (nao € 0 caso comum no Brasil). Ja utilizamos com freqiiéncia o concreto pre- parado antes em uma usina central, ¢ depois fransportada em uma betoneira colocada sobre um caminhao. © tempo de transporte deve ser bem curto, para que o langamento seja feito an- tes do inicio da pega. As normas recumendam tempo inferior a 2 horas. 1 TRANSPORTE Depois de misturado, 0 concreto ¢ colo- cado sobre um local ou dentro de um car- rinhe transportador. Na hora do langamen- to os agregados malores tém a tendéncia de rolar para a borda. Este acidente, que destréi a homogeneidade, 6 mais comum quando a dosagem for feita com uma gra- hulometria descontinua ou um concreto po- bre em cimento, ou ainda um concreto mui- to seco e fraco. Para evitar esse Inconveniente devemos empregar coneretos onde os agregados graidos ficam mergulhados na argamassa Durante © transporte no carrinho, o concreto é sacudido ¢ sub- metide a vibragdes diversas. As pedras maiores descem enquanto a argamassa sobe. A isso chamamos SEGREGAGAO PELO TRANSPORTE. Nao cologar muita agua T? pois se transforma em ‘Sopa. Em um conereto bem estudado esta segregacdo ngo se produz, i Fazendo uma mistura Evitaremos 0 compacta ¢ bem rodea- risco de um | 2 compacta da de cimento. conereto que venha fa de cimento, a ser heterogénco da seguinte maneira o Evitando uma mistura 3? muito seca e quebradl a. Veremos na quarta parte deste capitulo, como podemos de- terminar experimentalmente, estas qualidades. nm ‘O conereto estudado para uma boa coloca- a0, deve encher perieitamente a forma e pe: netrar bem na armadura. A granulometria deve ser tal que os agre- sgados gratidos no corram o risco de ficarem bresos contra a armagéio © venham a produ: zir vazios. Vimos este fenémeno em mecanica dos solos (pag. 35), O concrete fresco é uma es- pécie de solo um pouco especial, porém suas propriedades sao analogas. As ferragens da armagfo tém que ser bem protegidas da atmosfera, porque o contato com o exterior pode provocar a corrosao do ago. & necessério ainda que o trabalho de on: chimento © colocagao seja perieito © facil, com © equipamento apropriado. Assim sendo podemos dizer que 0 concreto é trabalhavel 8 8 qualidade correspondente chame-se TRA- BALHABILIDADE. TRABALHABILIDADE A colocagdo do conereto tem lugar por des- locamento sobre si mesmo. O operdrio que enche as formas agita-o com um instrumento que faz com que 0s agregados se desloquem rolando uns sobre os outros. A dificuldade para colocéto na forma é tan- to maior quanto maior for o atrito do concre- to sobre ele mesmo. O que podemos medir pelo corte ou cisalhamento do concreto. % ngula de fe natural ou blo de atrito 4 ' lo a © Angulo de atrito ou o de talude natural, € 0 Angulo formado por um monte de conere- to fresco em equilibrio. © concreto fresco possui igualmente uma cuesie ou resisténcia interna que o mantém sobre ele mesmo. E 0 qué o permite ficar ver- tical apds a desforma (até uma certa altura). Para moldar 9 con- N creto temos que vencer 0 atrito inter: fo € a coesao : TRABALHO = COESAO + ATI Para medir a trabalhabilidade do concreto dispomos de diversos mé- todo: © primeiro, chamado de “cone de Abrams", consiste em fazer como a crianga que molda a areia em um balde, sobre uma base plana e em medir o abatimento depois da desforma. Qa2cm 3edcm Sa7om ee Batsem. 1 . MultoFirme Firme Plastics Mole uito Mol concreta vibrado obras macigas —cancreto armada Laues, Placas ulus 0 niimeto de centimetros do recalque, chamado abatimento. mede a plasticidade da mistura, Este ensaio é simples @ permite verificar a reqularidede da quanti dade de agua adicionada ao concreto, bem como a quantidade de agre- gado mitdo ou areia, adicionada, Mas nao permite controler a cons- tancia da dosagem.

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