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O poema antes da literatura: sobre alguma poesia portuguesa e brasileira para criangas wv Liane Maria o¢ Moura CHAGAS Sara REIs 0A SLVA Introdugéo Na Arte Poética IV, a extraordindtia poetisa Sophia de Mello Breyner ‘Andresen (1919-2004), reconhecida também pelos contos para infincia que compés, registra: “Encontrei a poesia antes de saber que havia literatu- ra.” (ANDRESEN, 2010, p. 844). Essa reflexio evocativa motivou 0 pre- sente estudo, mais concretamente uma abordagem da questao da poesia, do seu lugar e dos seus gestos para as criangas. Neste conciso estudo, procura-se cenunciar algumas das vantagens desse contato precoce ¢ avangar com alguns exemplos textuais concretos que poderio aswegurar a eficicia ~ a felicidade também — desse convivio. Assim, equacionam-se, entre outros, direta ou indiretamente, t6picos, como: como cultiver’o niicleo poético da crianga desde muito pequena? E como continuar alimentando esse niicleo a0 longo de seu desenvolvimento? ls Nao ignorando certamente a amplitude semantica do significa- do corrente de poesia, em concreto poesia para a infincia, varios so os estudiosos que reconhecem e argumentam a favor de uma interrelagao en tre a linguagem poética e a infantil. Autores reconhecidos (ANDRADE, 1976; 2011; PAZ, 2012) ou outros pesquisadores contemporincos (AVER- BUCK, 1993; DEBUS, 2006; DEBUS; SILVEIRA, 2017; BAZZO, 2016; CHAGAS, 2011; AZEVEDO; BALGA, 2016, BALCA; AZEVEDO, 2017; SANCHEZ-FORTUN, 2003; SILVA; RAMOS; GOMES, 2016) conside- ram que, nessas linguagens, as manifestagies se aproximam pelo desprendi ‘mento da ldgica (da linguagem) do quotidiano, pelas possibilidades liidicas da palavra que, em ambas, se tornam presentes. Essas linguagens encon- tram-se plenas de jogos fonéticos, morfoldgicos e seménticos, assumindo, tanto numa como noutra, um papel fundamental. Com efeito, a poesia, conformada pela matriz tradicional, com suas ‘mais populares formas poético-liricas, designadamente as adivinhas, os tra- va-linguas, as lengalengas/parlendas, as cantigas de roda, por exemplo, ou da autoria de autores reconhecidos, pela ludicidade & qual se faz referéncia, pelo humor, decorrente, por vezes, do nonsense, nela bastante assiduo, pela brevidade, pelo fato de, nao raras vezes, poder proporcionar “dramatizagées” ou (inter)agbes corporais e, ainda, por encerrar, na sua esséncia, o prazer da rima, do ritmo, de genuina musicalidade, responde a necessidades naturais na primeira infancia, algumas do foro fenomenolégico. Para Debus, Muitos so os poetas que [se] dedicam a brincar com as palavras apresentando a crianga a ludicidade do texto poético, com as suas rimas, 0s seus ritmos, as suas sonoridades. A palavra poética € trans- ‘gressora a0 desautomatizar as coisas cotidianas; nesse mundo do poe- tar, as coisas inanimadas ganham vida, e tudo se torna encantamento numa légica ilégica. (DEBUS, 2006, p. 55). Assim, é pela brincadeira com os sons ¢ jogos de palavras na relagio ‘com 0 outro que a crianga se apropria dos significados e sentidos da vida. ‘Como preconiza Sanchez-Fortin (2003), apoiando-se na reflexdo de Ruiz ‘Campos (2000): me Poesia (cabe) na Escola Por esta fantasia fonética es fundamental para los ciclos de Hi ‘cin Infancil:es un suporte de juegos, canciones e instrumentos pa conectar al nifio con diferentes formas de conocer e imaginat la rea lidad, de contarla, de jugar con las palabras y los ritmos, ademls de desarrollar su conciencia linguistica. (SANCHEZ-FORTUN, 2003, p. 126) Ressalta-se a importancia da palavra poética para as criangas pequenas, seja cla musicada, cantada, murmurada ou assobiada. Sao muitos os aspec- 105, como os elementos scnoros, a vor, a entoacio, 0 contato fisico-corporal, {que se consideram reconhecidamente importantes para o desenvolvimento afetivo, auditivo, linguistico, emocional, cognitivo ¢ linguistico, na medida em que “A manipulagio lidica dos sons da lingua pela crianga, fruigao do sonoro independentemente do significado, constitui parte fundamental do desenvolvimento linguistico.” (CADEMARTORI, 2010, p. 59). Efetiva- ‘mente, partilhando da perspectiva de Ligia Cademartori, “A poesia infantil cestrutura-se de modo a nio se enquédrar com as solugGes convencionais da lingua e, fundamentalmente, no entrega um sentido habitual, de onde seu cardter de descoberta, de apresentacio de novas articulag6es” podem se fazer presentes (CADEMARTORI, 2010, p. 60). ‘A poesia € algo que, na sua esséncia, encerra e expde sei pensamentos, palavras ¢ razio, O ser humano, desde sua infincia, inserido nna cultura e na relagio com outro ser humano, pode se apropriar dessa forma de linguagem pelos gestos, movimentos, desenvolvimento da ima- ginagio e dos sonhos, Parafraseando Britto (2005), quando as criangas, na fase de desenvolvimento de zero a trés anos, escutam a vor da mae, do pai, dos avés, da professora, ou, até mesmo, a vor de outra crianga mais velha, a verbalizagio em voz alta/a leitura da palavra poética, elas esto lendo com ‘0s ouvidos. Essa musicalidade, que a poesia e, naturalmente, também a nar- rativa (quer se apresente em verso, quer em prosa), chega igualmente € no raras veves “[..] através das cangBes que marcaram a infancia e a juventude da mie e do pai que a embalam no colo, selecionadas de um arquivo pessoal de favoritas aprendidas também no rédio e na TV.” (GIRARDELLO, 2007, (0 poema antes da titeratura 173 p. 39). Toda a possibilidade de acesso & poesia, por exemplo, por meio da leicura em voz alta ou do préprio canto, é fundamental para a construsio e/ ou consolidacao de sua meméria afetiva e auditiva, para o desenvolvimento de suas sensagbes, percepcdes, linguagens, entre outros aspectos. Villalba, por exemplo, considera que La cultura tierna del afecto, la poesia de contacto fisico, el ritmo binario (en relacién con el movimiento des coraz6n, sistoleldiistole), la miisica alegre, la poesia que se canta, uma poesia que es fisica y corporal... son los rasgos que definen estos primeros acercamientos a lo lteratio suponen los contactos ios son la palabra que evoca y connota y as{ aportan los primeros afectos y dejan huellas ya im- botrables.[..] Se trata de una poesia para la memoria. (VILLALBA, 2005, p. 205). ‘A vivencia intima e significante com a palavra poética desde a infin- cia favorece a celebragio de uma proficua ligacio entre o real e o imagindrio. So a linguagem e a vida mescladas, materializadas numa relacio vital para © desenvolvimento do ser humano. Visando a reconhecer o potencial presente nessa forma de linguagem estética, este texto discorre sobre a questo da poesia para a infancia em Portugal ¢ no Brasil. No primeiro caso, trata-se a poesia para as primeiras idades, fazendo-se sobressair alguns exemplares que, além de terem a sua matriz na lirica tradicional oral, apresentam-se associados & miisica e a ou- tras manifestagoes artisticas (como a ilustrasio, por exemplo), estéticas ¢ Ikidicas (como jogos com partes do corpo, por exemplo). No segundo caso, © recorte realizado € a poesia manifesta na selegéo de algumas produgdes contemporineas musicadas para as criangas de todas as idades, bem como 05 livros selecionados pela Fundagio Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLI)), para compor 0 Catélogo de Bolonha de 2017 (categoria Poemas para as Criangas). Poesia {cabe) na Fscol [3 A poesia portuguesa para a infancia: palavra e musica para as primeiras idades A poesia portugues: especialmente vocacionada para a crianga, um dos pontos mais fortes desse fértil sistema literdrio que é a literatura para a infincia, ou um dos seus dominios mais nobres (GOMES; RAMOS; SILVA, 2009; SILVA; RAMOS; GOMES 2016), tem se expandido € se diversificado, Essa ampliazdo tem vindo a substantivar-se quer do ponto de vista autoral — paralelamente a um conjunto de autores cléssicos (como Mario Castrim, Maria Alberta Menéres, Anténio Torrado, Matilde Rosa Araujo, Luisa Ducla Soares, José Jorge Letria, Manuel Anténio Pina, Al- varo Magalhies, Vergilio Alberto Vieira, entre outros) hé um grupo de no- vos poetas (como Joao Pedro Mésseder, Francisco Duarte Mangas, Teresa Guedes, Nuno Higino, Joao Manuel Ribeiro, Maria da Conceicao Vicen- te, Manuela Castro Neves, entre outros) -, quer no que diz respeito & poe- tizagao de originais linhas ideoteméticas, quer, ainda, quanto ao culto de ccertas formas, designadamente, por exemplo, as que refletem a influén do haiku ou da poesia visual, concreta ou experimental, sempre em para- Ielo, naturalmente, com ressonncias populares ¢ tradicionais revisitadas e recriadas, em particular, de formas como as lengalengas/parlendas, os inhas. trava-linguas ou as Uma das formas editoriais que mais expressio tem tido é coincidente com os volumes catalogacos como antologias poéticas com miisica, obras que, cada vex mais, ostentam uma configuragio visual/grafica sofisticada, bem como um suporte musical de reconhecida qualidade. Ao colocarem, 20 dispor da crianga, poesia, que é, de pers, jogo e arte —essa também transcrita na propria musica ¢ na composi¢ao visual dos volumes -, fazem do processo comunicativo poético uma atividade fruitiva, marcante, dispondo favora- velmente ou motivando, desde tenra idade, para esse género de formulacio estética. Vinculam-se, pois, mais facilmente a primeira infincia e a arte, associam-se as experiénciaslidicas e as experiéncias estéticas e beneficiam-se © desenvolvimento cognitivo e a criatividade da crianga. Trata-se, com efei- to, daquilo que Jean-Pierre Siméon (2015) considera como “A Vitamina P”, 0 poema antes datiteratura 175 aquela que é preciso “[...] dar a ouvir ...] como ela &.”, porque “E urgente oferecer as criangas de hoje uma vida feliz em poesia e convencé-las de que @ poesia é tio natural como a Agua de um ribeito...” (SIMEON, 2015, p. 131-132). Autores como Maria da Conceigio Vicente, em Rimar e Cantarolar (Trinea por uma Linha, 2011), Joao Manuel Ribeiro, em Patati Patard (Tro- pelias & C+, 2012) ou Manuela Castro Neves, em Tantos animais ¢ outras lengalengas de contar (Planeta Tangerina, 2013), apenas para citar trés nomes recentes cuja produgio literéria comegou a ser publicada/mais difan« na primeira década do século XXI, propdem um especial contato precoce ‘com a palavra poctica, a partir do ludismo, com frequéncia decorrente de matrizes poéticas pertencentes & tradigo oral, como as cangées de roda, os ‘rava-linguas, as lengalengas/parlendas ou as adivinhas. Fundamentalmente caracterizados pela simplicidade lexical e sintética, pela brevidade, muitas veres pela unidade estréfica, pelo recurso a esquemas repetitivos e/ou ali- terativos, pelos jogos de palavras, que tocam 0 absurdo ou o nonsense, bem ‘como por uma ritmicidade que convida, por exemplo, a gestualidade e/ou 40 movimento corporal, os poemas em questio favorecem a conformacao de ‘uma sensibilidade estético-liverdria. O mesmo pode-se afirmar no que diz respeito as coletineas pos ‘cas selecionadas, um conjunto restrito, com cardcter representativo que sio apoiadas, também, por uma atrativa componente musical. Analisar-se-é, assim, brevemente ¢ de seguida, trés volumes, ou melhor, um volume aut- ‘nome e dois outros que compéem um ditico, procurando dar conta das suas potencialidades nao apenas ao nivel da captagio da atencao da crianga, mas também do fomento do seu desenvolvimento linguistico, ampliando a sua consciéncia fonolégica, ¢ da promogdo da sua capacidade articulat6ria, além da sua “[...] percepcao das vertentes estética e hidica do fendmeno literstio.” (GOMES; RAMOS; SILVA, 2009, p. 132), quer seja de matriz tradicional oral, quer seja de autoria defini primeiro volume que merece a nossa atengao intitula-se Sementes de Misica ¢ é da auroria de Ana Maria Fertao ¢ Paulo Ferreira Rodrigues (Caminho, 2008). Distingue-se como obra gréfica c/ou visualmente muito clegante, ostentando, desde os seus espagos paratextuais (como as guardas, 176 Poesia (abe) na Esco por exemplo), expressivas ilustragées de Madalena Matoso, ilustradora jf reconhecida com 0 Prémio Nacional de Iustragio, e se apresenta, desde a propria capa, como especialmente dirigida a bebés e a eriangas. Com efeito, nesse volume, associam-se, com delicadeza, varias artes: a da misica, a dos textos poético-liricos do patriménio tradicional/oral ¢, até, a da ilustragao. E, alids, o que sutilmente deixa transparecer o pardgrafo ‘com que encerra o preficio, apelativamente intitulado “Nascimento ssemente com frutos sempre novos”: Procurmos fazer nascer um livro com misica pensada para os uni- versos da infincia. Para ser tecido com a expressividade das linhas da tradigio, da acualidade, da psicologia, da pedagogia e da emosio, tem brincadeires sedutoras — para adormecer... sonar... acordar... € procurar 0 sonho de maos abertas... (FERRAO; RODRIGUES, 2008, p. 7). Dedicado a bebés ea criangas, como se registrou, 0 repertério reu- nido no volume em pauta alia uma variedade de sonoridades, de timbres, de melodias, de ritmos e de vozes, possibilitando atividades muito diversas, no apenas do universo do cantar, mas também dos gestos (por exemplo, batimento de palmas, enunciacdo das partes do rosto etc.) e do movimento corporal (por exemplo, em “A Ciranda”). Os jogos de palavras e de sons, por exemplo, com base em repetigGes ou em sequéncias numéricas (como em “Um gatinho”), tipicas das rimas infantis e dos jogos ou cangbes tra- dicionais, si0 uma constante, Incluem-se, ainda, formas poético-liricas coincidentes com cangGes de embalar ou lengalengas/parlendas e outras de configuragao narrativa e pertencentes a0 romanceiro tradicional, como 0 co- nhecido Romance da bela infanta. A articulacao dos breves textos/letras das muisicas ¢ inclusivamente as préprias pautas musicais das diversas composi- ‘ges com uma atraente componente visual, como se sugere, muito colorida, sugestiva ¢ composta a partir da colagem de imagens diversas, partes ou recortes de tecidos, de paptis com padroes variidos, entre outros, no estilo a que a premiada ilustradora Madalena Matoso tem habituado seu ptiblico, contribuem para prender a atencao do leitor/ouvinte. © poema antes da titeratura ” ‘Com um CD que ilustra sonoramente os tex ivro guarda se pemiten audigdo em contextos tio divesiRcadoerocky eee de a ae Disa! familiar/doméstico, por exemplo, ampliando, por ae ins de vinci da palavra poctica, esse €um recurso de ill ‘aso lida qu consul um meio ir de conaoprecace com apes oma miss Educagao ou cultura litréria, promovida a partir da rida iio de formas poético-lricas da tradigio ora, literacia musical a sim, singular antologia. ea jom uma confi ET pric, deg mod ata cand, asian eel gee ini com capa dura ¢ impressio em papel de alta fae shines Juntos 1 © Cantar Juntos 2 oferecem um clevado nimero de posigées poéticas, acompanhadas de pautas musicais, que permit sua reprodugdo melédica ou a sua replicagio em nici coco criangas dos 0 aos 3 anos, seus pais e educadores, stadidhian do pil a one e ee juntos.” (APAR, 2007) e “Para aes dos 3 ae ssp lucas usutiem do per de abn . {apa 2007, como se pode ler logo nas capas do primcivo © do pe rues rapesvament or eg ae at's induem encon il " ladas, a si a rime “ tou aquil”, “Brincando juntos!”, “Olha 3 pie aig forced a gi © gue vem 12", “Como é 9 mundo?” “Tudo mexe ¢ ae “Que o a perunbe) '; no segundo caso, “Que bom ter amigos!”, “Es 7 ican ‘Era uma vez", “Adivinha o que l4 vem”, “Sons e letras!”, “Bein a Sua i “Como é 0 mundo?”. Sao em elevado. iiditeco'es well pots ques induem ness das obras qu em een iia cae cea aaa postin esquecide” das timas infancis; comely spa Co A esse vasto Conjunto; eomiposto anaes nae oral, como se frisa, juntam-se aoa sa) pee ea sae aa Rosa Aratijo e Luisa Ducla : lumes, prevalecem as formas concis times csorament mein abeia esinin sa al —— Peo assiduo a privicas hidicas, asentes, na maioria dos casos, jovimentos corporais ou apenas faciais, em jogos individuais 178 Poesia (cabe) na Escola oo coletivos, por exemplo, Acresce o faro de serem oferecidas multas pro postas ou sugestses de concretizagio de aividades decorrenses dos diversos poemas. A titulo meramente exemplificativ, releiam-se, por exemplo, as tagestées a propésito dos textos poéticos “Oh que linda ‘borboleta” ¢ “La- gato pintado”: “Escolher outras partes do corpo pars ¢ borboleta pousar: Bite, mio, peito, pé, etc.” ¢ “Esta rima pode ser dita em pequeno gripe srrpdultose ciangas num jogo de roda. Tiadicionalmente, quando ve di rcs frase, o adulto puxa levemente a orelha da crianga.” (APAR, 2007, p. 34, 39), respectivamente. ‘Nas compilagées analisadas, como se fez notar, cligem-se, praics- mente cin exclusive, formas poético-liricas de origem tradicional oral, al gqumas recriadas, is quais se juntou a possibilidade da formulagio musical, Fitmica ou melédica. Importa mencionar, também, que, paralelamente, em Portugal, existe ainda, um considerdvel niimero de volumes que retinem poemas de autor — note-se que os textos péetiens do acelvo tradicional, Trem da origem ora, sio de autoria anénima ~ aos quais se alia, igualmente, 6 suporte sonoro. Sem pretensées de exaustividade, salienta-se assim, as Seguintes coletineas que incluem CD: A Casa do siléncio, Bando dos gam- es 25 anos e Tanues mancina de ver ¢viver (Afrontamento, 2000), do Pete Joe Gambozinos, que integra poemas de aurores de mérito indiscu- pa como Manuel Ant6nio Pina, Regina Guimardes, Luisa Ducla Soares Sérgio Godinho, José Vaz, Rui Pereira, Matilde Ross Aratjo, ‘Amelia Muge, Joao Pedro Méssede, Pedro Branco e Alvaro Magalies: Com quai? pedras wna mao. O porto canuado por criancas¢jovens (Deriva, 2008). obra também ds responsabilidade do Bando dos Gambozinos, com textos de Filipa Leal, Joto Pedro Messeder, Joaquim Castro Caldas, Jorge Sousa Bragay José Ma- sence, Luis Nogueira, Luisa Ducla Soares, Matilde Rosa Araijo ¢ Rui Pereira; ¢ Canta o galo gordo. Poemas ¢ cancies para todo 0 ano (Caminho, 2008), de Inés Pupo e Gongalo Prats, com ilutragBes de Cristina Sampaio, ‘Ay coletinens equi passadas brevemente em revista, nascidas quer da revisitacio do acervo poético da tradicio oral, quer da ctiatividade/sensibili- dhade de alguns dos nomes irrecusiveis deste especial modo literé'o ae éa poesia, representam, assim, objeto liteirios com fortes potencialidades ao Pret ia conformagie do gosto precoce pela palavra posticae, naruralmente, pela arte em geral. (poem antes do literatura Poesia brasitei aaanie! brincare crea Para a inféncla: para ter, poesiar, A af aes a poesia no Brasil, sua produgéo para as criangas as idades e classes sociais constitui pensar a fo literati i produgao literds posia na sua forma ampla sem ones. Ao se desenvove ea perspec ue base do estudo aqui apresentado é, por conseguinte, a concepgio de tertura defendida por Candido (2004, p. 176) que chama de [a] literatura, de maneira mais ampla ; ampla possivel, todas as criagées de toque potico, fccional ou dramdtco,em todos os nies de a peel em ua 6s tipos de cultura, desde 0 que chamamos fol- lenda, até as formas mais complexase diffceis de prodi grandes cvlzages. (CANDIDO, 2004, p.176). Se sano Seid salina de pensameno, para alictat a formagio do hu x 10 no oe humano, torna-se necessério considerar e conhecer as mais de de toque poético, narrativo ou dramético, incluindo- esde as lendas e folclore até as formas mais complexas de linguagem, Nesse sentido, compreende-se que proporcionar uma vivéncia poét- a para as ctiangas, seja nas instiuigBes escolares,scja fora dela, divuleando 9 aces da producto extent fundamental para o deomoniaioetiche formagio humana. Quanto mais vivéncias das criangas com a literatura, arte, a palavra poética, mais Ihes seré proporcionado e ensinado sob _ sentidos da vida. E sob 0 ponto de vista do desenvolvimento da lingige _ ser-lhe-4 facultada a possibilidade de desenvolver suas maximas qualidade ste elas, imaginacSo-ealinguagena:E, asin a celanga poders meena Palavas, entoar verss e, como diz o poeta Manoel de Bartos, “fazer pera gen” com alinguagem (BARKOS, 199). ail idbe en PO obs apres alguns exemplares da produgio brasileira, alien poesia produzida para as criancas de todas as idades e classes sects na ua muliplicdade. Dexa, no presente texto ~sem preten- So deanltro maerilapresentado quanto 3 fori oss quests xr urais—, as potencialidades do acervo para o puiblico infantil, salientando-se, 180 Poesia (cabe) na Escola sobretudo, a relagdo da ctianga com a palavra poética e, consequentemente, a promocio do desenvolvimento do gosto pela poesia, pela musicalidade ¢ tmaterialidade de poemas, muitos em forma de cangdes. Assim, sobressai, por exemplo, a producio de poemas ¢ ilustragbes — com um teor brincante pote Lalau ¢ Laurabeatriz, dedicados a algumas das espécies da fauna bra- sileira que estdo em risco de extingio. Trata-se de uma coleso com quatro Yolumes intitulados Brasileirinhos (2002), Noves Brasileiinhos (2003), Mais ‘Brasilerinkos (2004), Bem Brasileirinhos (2006), Bebés Brasileirinbas (2014). Essa tltima colegao é acompanha por um CD com oito poemas mi por Paulo Bira. Posteriormente, esse cantor, baseado nessa série ¢ inspirado re musicalidade dos proprios pocmas e nas caracterfsticas revelada de cada animal, compilou 15 poemas em um CD (2010) intitulado Brasileirinbos — musica para os bichos do Brasil. ‘Nasa diversa producdo, encontra-se uma tocante amplitude da poe- sia, na qual poemna e poesia se materializam em canges. E um fluir como 0 rio —0 “[..J tio da linguagem poética.” (PAZ, 2012, p. 13) -, como encan- tamento pelo mundo, como magia, como conhecimento, experiéncia, sen- Cimento, emogéo, innuicéo, sentidos, vida na vida. Afigura-se uma espécie ide estado essencial de poesia, pulsando nos movimentos, paisagens, pessoas, lugares ¢ coisas. ‘Seguindo essa linha de pensamento, destaca-se, de igual modo, como importante produgio para infancia, o Projeto Partimpim, da cantora ¢ com- positora Adriana Caleanhoro* que produziu uma tilogia (2004-201 2), ini- penta com o album Adriana Parsimpim (2004) dedicado a todas as criangas, de diversas idades. Ela seleciona letras e melodias com ludicidade e fluidez poética. Nota-se expzessio, movimento, emogio em cada cangio ¢ poem pescado, Encontra-se no CD/DVD a “Cangio da falsa tarcaruga’ (Cid Campos! Augusto De Campos! Lewis Carroll); “Ciranda da bailarina’ (Chico Buarque ¢ Edu Lobo), “Saiba” (Arnaldo Antunes) e “Borboleta (Adriana "CE Langamento CD pela Aral Music (2010) Esse CD tem a partcipasio de outros ar {ios braleisos como Zeca Baleiro, Surana Salles, Paulo Tait, Skowa. Métio Manga, Jerry Espindola, Marisa Orch entre outros « Adeiana Partimpim € pseudénimo infanil de Adriana Calcanhoro, 0 poema antes da iterota Calcanhoto), entre outras cangdes. Em seguida, em Adriana Partimpim Dois (2009), pode observar-se um vasto repertério poético, repleto de magia € de sugest6es crométicas: “O trenzinho caipira’ (Heitor Villa Lobos/Ferreira Gullar), “Alface” (Cid Campos/Edward Lear/versio Augusto de Campos), entre muitos outros. f ‘Também, ressalta-se que 0 Projeto Partimpim reaviva ludicamente ‘com leveza uma nova criagio e outras possibilidades ritmicas, produzindo © CD Partimpim Tiés (2012), volume no qual temas inéditos ¢ misicas antigas esto harmoniosamente selecionados, como “O lindo lago do amor” (Gonzaquinha), “Tia Anastécia e acalando” (Dorival Caymim), “Passare- do” (Francis Hime ¢ Chico Buarque), “O homem deu nome a todos os animais” (Zé Ramalho) e “Taj Mahal” (Jorge Ben Jor), por exemplo, Nessa Ultima criagéo, a poesia surge expressa em produges com fortes marcas de narratividade ¢ em poemas ostensivamente melédicos, De um modo geral, a trilogia destaca 0 porencial das cangées, “originalmente ditecionadas para adultos”, mas tranportadas para o estado de poesia do ser crianga, pois & possibilitado © contato dos pequenos desde cedo com obras classicas, pro- curando-se encantar, apreciar, se espantar, indagas, brincar, dancar ou ninar. Enfim, aqui a ritmicidade & um convite & gestualidade e/ou ao movimento corporal ¢ os poemas em questo sto expressbes de sensibilidade estético- -literdria. Nesse sentido, “|...] os rios da cangio se tecem com os da poesia [...] ¢ esses com os da existéncia.” (BOSCO, 2014)’, Pode-se afirmar que, em todo 0 Prajeto Partimpim, se associam, com delicadeza, beleza, paixio € ‘maestria, virias artes: a da miisica, a da palavra e expressio poética das mais diversas formas, a dos textos poético-liricos, a do pattiménio tradicional/ oral, da performance ¢ também da ilustragao. E, nessa linha, ressalta-se também a organizagio ¢ilustragio de Adria- ‘na Caleanhoto no livro Antologia ilustrada da poesia brasileina: para eriancas de qualquer idade (2013), Salienta-se, nessa obra, muitas formas, diferentes tempos ¢ variedades de poesia desde os versos livres com linguagem prosaica poemas rimados, metrificados a haicais (em didlogo com a poesia japonesa). * Disponivel em: . Acesso em: 20 fev. 2018. 182 Poesia (cabe) na Escola “Tratase de uma ancologia da literatura brasileira (poemas do século XIX 0 XX para as criangas de todas as idades com diversidade de temas em und de, materalizado em belera e dlicadeza. Poctas como Carlos Drummond de Andrade, Cectia Meeles, Manuel Bandeir, Vinicius de Moraes, Adin Prado, Paulo Leminski, entre outros, surgem ali representados. ee também as imagens e palavras cepturadsscom sensibilidade por Calca co gsr pomas marae m fers como produgio especialmente vocacionada para as criangas. Nicene oe O bichoafbeto no qual se cligem poems de Paulo Leminsks com Cues de Ziraldo (2014). Esselivtoreune 26 poemas seecionados do lvro Toa poe sia de Leminski (2013), Portanto, O bicho alfabético convida se cee um levee humorado psscio pela narureza pla linguagem. O posta ag € nitidamente um brineudr e, com rigor eludicidade, procura imprimit um cardter inventivo & sua obra. Trata-se, ainda, de pons criangas 1 in i Se O proprio ser cI re es pcs prencents ecoor ome as cangGes de roda, os trava-linguas. as lengalengas/parlendas ¢ as adivinhas, © Grupo Cultural Roda Viva (SC)* apresenta um poutpowr se a caracterizadas pela simplicidade lexical e sintética, por jogos de val a brincam com o iméginaio popular de alguns lugares do Brasil principal ‘mente o imaginério da Ilha de Santa Catarina, Flriandpols, no a tulado Tambibrinca. Esses pocias ostentam uma matriz tradicional orl denunciando interessante pesquisa sobre o universo das cansdes populares como a cirandas, os sumbas de oda, maracas, bo cle mamdo, tre outa express que envolem a crangas nas cantgas spon a leh rendeiras embalaram ¢ um So a ie ag mae So (Camila Mafra Luiz Ferreira; "Boneca de lata” (Brinquedo Caste) “T4 caindo ful6” (Canto popular do Brasil); “O pido” (Cantiga de roda)s T Daa waber mals, ver: . Acesso em: 20 fev. 2018. + Para saber mais, ver: < biabedran.com-br>. Acesso em: 20 fev. 2018. ‘© poema antes do terature “Cirandeiro/Na beira da praia/Maracatu” (Cit 3 “Boi ‘mamao” (Folclore/SC), entre outras, “eee ua Em um breve panorama da prod i i P produgio pottica de 2016 — livros sel cionados pela Fundagao Nacional do Livro Infantil ¢ Juvenil (FNLIJ), ol compor 0 Catélogo de Bolonha de 2017 (categoria Poemas para as Crian- 4525) ~ apresenta-se um conjunto de obras que, a varios titulos merecem, na presente abordagem, uma mengio c/ou uma revisitacio. i ___ cobra Um abnaco pass a passo, de Tino Freitas ¢ Jana Glace (ilusta- 60), por exemplo, corresponde a lembrangas de crianga, aos sonhos que se pode ter ¢ a poténcia de segui-los, revelados por meio da aventura de um bebé que est aprendendo a andar. A simplicidade e os tons leves expressam- -se na poesia deste gesto tio fundamental parao ser humano. Aumentei, mas nao menti, de Anténio Juraci Siqueira, com xilogravuras, de Nena ¢ Silvio Bows tona o folclore brasileiro, especificamente os mitos da criagao por meio de aventuras poéticas em que ilustraci tim: pune Serato ‘que illustragao, versos ¢ rimas se entrela- ¥ O rio Sao Francisco, para muitos conhecido como “velho Chico”, é ania a fantas, a Ha homenageado ¢ cantado por suas histérias de ; Softimento, dores e alegrias de um povo ribeitinho. O volume inti lado Balada do velho Chico* de Raimundo Carvalho, com eraieneda De ‘mostenes Vargas, € mais uma dessas poesia para as criangas se sensbilizarem com as histérias de um rio e do seu povo. Em Bicholégico, Paula Taitelbaum apresenta as criangas as brincadei- = com as formas geométricas e animais coloridos e estilizados por meio le jogos entre formas, palavras e rimas. As ilustragdes feitas com colagens recortadas coladas manualmente sio fotografadas pela autora e, postrior- ment cas digitalmente. E, sem duivida, um livro para brincat. ma sensibilidade ¢ a originalidade de sempre, a a poeta-il - dora Angela Lago (2016) trata metaforicamente pee Bors loch ca ps a snc dm pj dr au, eciam puincom Cento de Pea Experimenta de Sistemas Mulmodaida Funda Melo Franco de Andrade, da Universidade le (UFMG), aaa Ico ame dade Feder de Minas Gris (UFMG) sob opto. Poesia cabe) na Escola complexos de serem abordados como a existéncia € a fragilidade humana, a passagem do tempo ou a transitoriedade. Sao temiticas amalgamadas em co- tes, flores ¢ palavras, reverberando poesia ¢ musicalidade. Mas obviamente nem tudo séo flores ¢ hd reservadamente os espinhos, como no movimento da propria vida. ( liyro de autoria de Eloi Bocheco Cobra Norato e outras minagens, com ilustragdes de Dane D’ Angeli, envolve o leitor nas imagens que perpas- ‘am todo 0 livro. Os poemas reapresentam as histérias de personagens da cultura oral brasileira, como o Saci-pereré, a Mula-sem-cabega, o Curupira, (0 Negrinho do pastoreio, o Boitatd, a Vitéria-régia, o Pinheiro dourado, a Mani, a Iara, 0 Pedro Malasartes, a Pisadeira, 0 Caboclo d’dgua, a dona ‘Matinta, o Uirapuru e 0 Boro. ‘No volume De bichos e ndo sé, sio notérios o ritmo, a rima, a musi- calidade, presentes na poesia de Bartolomeu Campos de Queirds e na ilus- tragio de Orlando Pedroso. E um convite para a brincadeira com a palavra e para soltar a vor.com a leitura em vor alta para as criangas pequenas experi mentarem a musicalidade em cada conjunto de palavras. Os miltiplos sen- tidus e associagSes podem ser agusadas pelo poema e pela ilustragao colorida de animais, pessoas e situagbes cotidianas. ‘Um dia, um rio belo € 0 titulo que Leo Cunha encontrou para contat poética e metaforicamente a triste histéria da vida e morte do Rio Doce, tama morte causada por uma tragédia do rompimento da barragem de re- jeitos da mineradora Samarco em Mariana (Minas Gerais). Quem poderia harrar essa tragédia sendo o proprio rio? No fluir da linguagem poética, ele vai sobrevivendo na meméria e na beleza do texto e da ilustragio de André Neves, Afigura-se um tema complexo, mas pode, sem dtivida, ser tratado com as criancas de todas as idades. Embora a tragédia tenha sido uma singu- laridade, hé um problema universal abordado aqui como temas de poluigéo dos rios e da gandncia das grandes empresas. Leo Cunha captura o estado de poesia onde parece ser mais dificil enconeré-la. Sendo assim, como a temitica aqui tratada é a producio paraa infin- cia, pretende-se finalizar, fazendo referéncia & selegao de poemas de Carlos Drummond de Andrade cujo tema central é a infincia abordada poetica- mente no livro Vou crescer assim mesmo. 0 poemo antes da tterata Eis 0 convit Ha muitos outros livros indicados no catélogo que po- deriam ser abordados no presente texto, mas 0 espaco é curto. No entanto, muito menos cingida é a possibilidade de se apresentar para os que desejam. ler para si e para 0 outto a poesia aqui sucintamente revisitada, que, com certeza, jd se constitui um vasto acervo para formar a crianga em um ser brincante, um apreciador, um leitor e, quicd, um poeta. Consideracées finais Em sintese, como se procurou problematizar ¢ atestat, os contatos inaugurais com a poesia, revestindo-se de uma relevante fungio, no que diz, respeito, antes de tudo, ao gosto por aquela forma estética de express4o, bem como quanto & promogio de uma compreensio leitora ¢ ao desenvolvimen- to de importantes competéncias literdcitas, por exemplo, como sugerido, poderio, portanto, se concretizar por via da mtsica, associada & gestualidade ‘€ a0 movimento corporal, 20s sentidos em geral, por meio de formulagoes orais, facilmente memorizaveis e transmissiveis até em contextos demarca- dos pelos afetos ou pelas ligagées familiares, A poesia que serviu de meio de exemplificasio deste estudo per mite perceber, em larga medida, que a variedade autoral, formal e se- mintica é fundamental para se ampliar a educasio estética das criancas desde muito cedo. Divulgando cada vez mais o acervo de materiais em que se pode en- contrar poemas, poesia ¢ arte, acredita-se ser possivel contribuir para con- tinuar expandindo, pelo tempo afora, a possibilidade de se efetivar expe- rincias poéticas com criangas de todas as idades, capacitando-as a viver poeticamente o conhecimento e 0 mundo. esse modo, preconiza-se que a frescura e a vitalidade suscitadas por esse contato precoce e assiduo com a poesia, nascida da tradicao e da orali dade, consolidar-se-do inevitavelmente quando, anos mais tarde, o leitor ja ‘mais competente compreender cabalmente a intensidade dessa manifestaga0 literéria, nessa altura, jé assinada por autores reconhecidos, ou seja, depois 186 Poesia cabe) na Escola sntato inicial com formulagées poéticas, na maioria dos casos, do acervo eesre de arts sonia tomas posse igo de textos poss nascidos da sensibilidade de nomes consagrados ou canénicos da literatura. Conclui-se deixando registado, e seguindo a formulagio de Jean- “Claude Pinson (2001, p. 30), que “Ao solicitar, mais do que a nossa teligencia narrativa, uma compreenséo que se poder ing ey pocma langa as suas palavras como outras tantas sondas, em ditecsa0 aos fandamentos mais recéndios da nossa presenga sensivel no mundo.” uma presenga que nos coloca o desafio dio da humanizagio na relacio com o go de um outro set ‘outro ¢ nos impele a agir consequentemente na formagio de um out jsa-se criar amantes 101 undo. Preci hhumano para transformar e para melhor o mun¢ ar amar de poesia e, para iso, € necessério acessar ao “estado de poesia’, praticar, criar ¢ recriar a vida. Referéncias VILLALBA, Manuel Abril (Coord). Lectura y literatura infanil y juvenil. Claves. Malaga: Ediciones Aljibe. 2005. ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner. Obra poética. Edi¢io de Carlos Mendes de SOUSA. Lisboa: Editorial Caminho, 2010. Ancologia ANDRADE, Carlos Drummond de. A educagio do ser poético. 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