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Argilas comuns em Portugal Continental: ocorréncia e carateristicas José Vitor Vieira Lisboa” esumo: As agile comuns s80 0 recurso mineral abastecedor da cerémica de construgio e olaria, ovrespondentes 208 produtos geralmente de cerimica vermelha, que constituem © mals antigo € lmportante setor cerdmico, em termos de wolumetra dos recursos envalvides {cerSmica de cons- trucio). Em Portugal conhecem-se desde hi muito, reas gerais de ocorréncia de recursos er rales comuns, mas 0 eu enquadramento itostatigrafico, craterizarao eregiso das éreas onde fe exploram corece de atualizagio. O estudo da informacio existente, sob a forma de relatérios, publeacdes e em sistema de informacSo geogréfica do Laborstério Nacional de Energia e Geologia [UNEG),relativo a ocorcéncias de arpa e atiidade extrativa, permity obter os seguintes results thos: definigdo das formacdes geologicas com maior potencial para ecorréncia de alas para cers mica de consteucio e olaria, das quals aquelas do Cretdcieo Inferior © Cenozoco se revelarn as Inais importantes em termos de montante de recursos (paticlarmente para a cerémica de cons truGdo); enquadramento geogréfico das ocorrénclas conhecidas de argilas ou das formacdes potenciais, caratersticas composiionais/eerdmicas de argias , identifiaclo dos principals, hicleos de produce cerdmica, A interpretardo destes resultados permite relacionar a eversidade Composicional eaptidio ceramica, identifiear navas Areas com aptio para a explaragao,além das reas de exploracie atuaise do passado recente; é possvel também tragar uma evalugdo geral em termos eeugraficos da atividade extrativa e desde 0 inicio do século passado e constatar a tendén- cia para 3 sua agregacio em nuceos de exploracao/transformaggo. Ha portanto, uma contribuigso pata 0 conheciment dos recursos em arllas comuns no pals, 0 que constitul um instrumente passvel de ser wtlizado no ordenamento territorial para uma gestBo sustentével deses recursos, fevtando a sua depauperacée, Palavras-chave: Agila comum, Nucleo de exploragdo, Potencial, Recursos, Cerdmica de construso Abstract: Common clays are the mineral resource supplier for the building ceramics and pottery industries, These usually consist of red ceramic products, which constitute the oldest and most important ceramic sector in terme of mineral resources amount used (building ceramics) and gen: eration of revenus. In Portugal broad areas of eccurrence of comman clays resources are known, Since long ago, but its lithoetratigaphie framework, characterization and registration of the ex ploiting areas needs updating. The study of existing information, in the form of reports, public tions and geographical infermation fram the Portuguese Geological Survey (National Laboratory of Energy and Geology UNEGI on the occurrences of cay and exploitation activity, yielded the follow ing results: definition af geological formations with higher potential for occurrence of clays for building ceramics and pottery, of which those of Cretaceous and Cenozoic age prove to be the mest important in reccurces amount (particulary fr hulding earamies); geographical location of Known day eecurrences or potentially clay-rich formations; campostional/ceramic features of Clays, and the identification of the rain ceramic mining camps. The interpretation of these results "Laboratdrie Nacional de Eneraia e Geologia, Estrada da Portela, Barro do Zambuial, 777, 2610-989 Amadora Portugal. mal vitor eos nee pt JAWLY. Usboo allows to relate the compositional diversity and the ceramic aptitude, and to identify new suitable areas for exploitation beyond the today or recent past areas. Its also possible to trace a general trend of the mining activity in geographical terms, from the beginning of the last century and to cebserve its tendency to nucleate in exploitation/processing camps. Thus, there isa contribution to the knowledge in common clay recources in the country, which constitutes 2 tool that can be used in land use planning for sustainable management ofthese resources, preventing its depletion. Keywords: Common cay, Mining camp, Potential, Resources, Construction ceramics 136 Argilas comuns em Portugal Continental ocorrénciae corateristicos 1. Introdugao_ Portugal tem recursos abundantes em argilas, que ocorrem mairitariamente nas orlas ‘meso-cenozoicas € nas bacias interiores mals importantes (Figura 1A); ecorréncias menores distribuem-se um pouco por todo © macico Hespérico, em depésitos de cobertura ou resul- tantes da alteracdo de granitos ou metassedimentos, As argilas comuns e o caulino, entre as designadas argilas especiais, tem uma longa importante tradicio de exploragao e de fabrico em Portugal, em diferentes subsetores cerd- micos. 0 setor da ceramica representa uma importante industria no tecido econdmico € empresarial, bem como um dos sectores mais dindmicos de toda a economia portuguesa ‘aracterizado por um forte grau de concentra¢ao regional, um elevado nivel de especialzacio ‘© uma participac30 crascente nos mercados internacianals (Campos 2010}, Em 2010 laboravam 343 empresas na industria cerémica, distribuidas pelos subsectores de construgao, ulitria © decorativa e técnica. Relativamente & localzagio de empresas, 0 tecido empresarial encontra-se distribuido por todo o pals, identiticando-se uma malar con- centragdo nas regides Norte, Lisboa e Vale do Tejo, e Centro, com forte tradiclo e destaque nos distritos de Aveiro (43% das empresas) e Leiria {26%) (INE 2010}. Entre as matérias-primas argilosas, este trabalho foca-se nas argllas comuns, classifica ‘0 que se baseia no tipo de utilizacdo industrial destasargias, em cerdmica de construcdo ¢ utiltiria de terracota, Embora seja conhecido um niimero significative de reas de ococréncla destes recursos «, por vezes, a sua relago com unidades litostratigréficas, n3o existe um levantamento atua, lzado, que relacione estas unidades com 0 seu potencial em argllas e ocorréncias nelas ‘conhecidas. Esta informacio é importante em varias vertentes: para interpretagso da infor- magio geoligica na dtica destes recursos, sua gestio e ordenamento da indistra extratva, proveniéncia de cerdicos de construcio, relacdo entre a necessidade de matérias-primas argilosas e a qualidade destas(exigida nas indistrias a jusante), perspetivas futuras de consu- mo, ete Considerando assim, a relevancia econémica e social desta matéria-prima argilosa, nes- te trabalho assinala-se a localizaco dos principals nicleas de atividade ceramica, as unidades ‘geoldgicas que se revelam com maior potencial em argilas comuns e por isso tm vindo a ser ‘alvo de exploracse e, as principaiscaracteristicas composicionas e tecnol6gicas das aris. 2. Classificagao e caracteristicas gerais das argilas comuns ‘As argilas comuns so as mais abundantes, carateritando-se por uma complexidade e variabilidade composicional superior as designadas argilas especiais, em que se incu a cauli= no, Tém portanto um valor unitério balo, sendo utllizadas no fabrico de produtos cermicos «de menor valor comercial. Contudo, estas s80 as argilas mais importantes em termat de voll- ‘mes comercialzados e também, em termos econémicos. Em Portugal continental integram \depésitos, maioritariamente do Tercirio e do Quaternaio, de arigem fluvial sobretudo, e por vezes marinha 0s dois tipos principais de argia comum compreendem: agila para olaria (pottery clay) utiizada na produgao de ceramica utiitaria de terracota e a argila para cermica de constr: a JV. Usboa! i Ge + bare a Sy: com ag tare a if Cenozoico 2 a Mesozoic % : Paleioco § St R Precomtrco Figura 1, lnventariago de ocorréncias de aria comum: A. Regist de bartevos e ocorréndas (1964 2010, Bare de dados de Recursos Mineras no Metlcos, URMG, LNEG)- By Regiso de bareies cons: tantes na base de dados CERAM em 1999, Simbologia de distros: VC- Viana do Castelo, B> Braga, VR- il Real, We-Braganga, P- Porto, A- Aveiro, V- Vise, G- Guards, C- Coimbra, L-Leiri, GB Castel Bran 2,5: Santarém, Pe Portalegre, Le Usboo, St Setubal, € fora, 8) Be, F For. Figure 1. Registry of common clay occurences: A, clay pits and clay occurrences (3964-2010, Nor ‘etal ninerol Resources Database, URMG, LNEG):B. cloy it acording to 1995 survey, CERAM 1988 ‘aatabaze. Symbols: Ve: Viana do Castel, B- Brag, UR- Vio REO, 69- Bragongo,P- Port, A Avera, Y= View, G- Guordo, C- Coimbra, Leia, (8-Costelo Banc, S- Santarém, Pt. Portolegre, Ls-Lishoo, t= Setibal &Evre, B-Bea,F- Foro. ‘Aailas comuns em Portugal Continental ocoréncia e carateristicas co (brie clay), com que se produ2 tijolo, abobadilha, telha,tiolira e mosaico (Gomes 2002) ‘Aargila para olaria (pottery clay) € uma argila pstieafaclmente moldavel no torna dos leis, podendo apresentar cores varladas: cinzento a esverdeado, castanho ou castanho avermelhado, & sua mineralogia pode incluir quartz, feldspato, mica (moscovite e biotite}, txidos e hidréxidos de ferro (hematite, goethite,pirte, carbonatos (calcite e dolomite, gral ‘mente em baitos teores), caulinite, lite, montmarilonite (pouco abundante), clorte (pouco abundante), vermiculite e interestratificados. A arila de olaria possul teores babxos em Al Os (15-25%), teores baixos e médios em Fe:0) (<10%} ¢ quando queimada proporciona corpos cerdmicos de cor variada desde 0 cinzento 20 amarelo-ocre, castanho ou vermelho, cores dependentes dos minerais presentes portadores de ferro, titdnlo e outros. Na queima desta arila verifca-se uma regido de vitrificag3o pouco ampls, entre 1000 e 100°C, e uma fusso acentuada, entre 1150 e 1330°C. ‘Agila para cerémica de construe (brick cloy) & uma arila grosseira possuindo grande quantidade de silte e areia e com cores predominantes vermelho a amarelo, castanho e cin- zento. O teor em fracio agilosa da argila para tjolo & balxo, mas suficiente para permit 0 desenvolvimento da plasticidade necessérla para a moldagem dos corpos cerdmicos, plastic dade que aumenta com a relacSo mineraisargilosos/minerais ndo argilosos. Na sua composi «80 comparticipam assim, minerals argilosos (lite, caulinite, esmectte, clorit e interestrati cados) e nfo argllosos (quartzo, mica, caeite, dolomite, gesso,pirte, éxidos hidréxidos de {erro, também sob forma néo cristalina),fragmentos iticos e matéria organica. Os teores em SiO, Fe:0s, Ca0 € Na;0#K:0 so elevados. 0 ferro e os metals alcalinos e calco-aalinos pro- mover a vtrificacio, A argila para tijolo & queimada em atmosfera oxidante, @ temperatura ‘em regra no superior 2 950° C, 0S corpos cerémicos apés queima apresentam cor verme- tha, Todavia, se a argila for caledria, a cor vermelha que naturalmente seria devida ao ferro é _atenuada fortemente por efeito do C20, resultando uma cor acastanhada, 3. Nucleos de producdo ceramica (0s produtos fabricadas com aria comum so 0s mais antigos, remontando ao Neolitico 1 cermicos de olaria. Os romanos e posteriormente os érabes exerceram grande influéncia a cermicaIbérica# tiveram uma impoetancia fundamental e no futuro desenvolvimento da claria e da azulejaria portuguesa (Feio 1988). Na Idade Média regista-se a existéncia de varios tipos regionais de cermica, dos quais alguns perduram até ao presente, mas o grande desen- vvolvimento da cerimica acontece nos séculos XVII e XVII, especialmente neste ultimo, com 0 surgimenta das primeiras fabricas importantes por todo o territério, em parte relacionadas com as politicas de desenvolvimento do Marqués de Pombal, e existéncia de ceramistas importantes (Fe'o 1998, Campos 2010), ‘A produso de tijoloe telha, artesanal desde a Antiguidade até ao século XIX, passa no seguimento da revolugio industrial, a partir da segunda metade desse século, a processar-se Industrialmente, A partir desta altura comesa também a fabricar-se tjolo furado, com vanta- gens de rendimento,leveza e possbilidade de novas formas de acabamento (Gomes 2002) Surgem sobretudo a partir de finais do século XIX, fabricas com producdo industrial, que se localiza um poco por todo o pals em fungao da ocorréncia de matéria-prima, Nas décadas de 60 e 70 do século passado assste-se a um crescimento do numero de fébricas com linhas JM Vtisboo {de produgo mals avangadas, que determinam a extingSo de unidades pré-existentes e por veres, a fuso com outras menos qualificadas. 0 choque petrolifero © as posteriores crises, recorrentes entre periodos mais ou menos longos de crescimento econémico durante ag décadas de 80 e 90, aiadas a um planeamento deficiente no sector cerémico, tém vindo a determinar a diminuigdo do nimero de unidades fabris. Prevalecem as que Se adaptam 3 rnovas condighes de mercado, aptam pela modernizagéo de linhas de producSo e si susten- téveis, nomeadamente quanto & proximidade e volume de reservas. Este € 0 caso de muitas das fabricas que a partir da década de 20 do século passado iniciaram a atividade e se encon- tram ainda em laboracdo, na proximidade das exploracées que as originaram. 2 distribuigdo de exploragBes de argila comum no tersitéro continental & data do tltimo levantamento nacional de barreiros em atividade, em 1999 (Ceram 1999), abrangia todos os, distritos & excee30 do Porto, com 323 regstos em situacdo de lavra ava, suspensa ou abando- nada (Figura 18). Os distritos de Braganca, Guarda, Portalegre, Evora e Beja contavam apenas 3 exploracdes cada. Embora ndo se disponha de registoatualizado, o numero de exploragies em atividade ¢ significativamente menor © total de pedreiras ativas em Portugal continental desde ‘final da década de 70 do século XX (Tabelal)evidencia a tendéncia de diminuigfo, com una Tabela 1. Evlugio do nimero de pedreias em atvdede nos dtrtas de Portugal continental no peride 1978-2012. No periodo 2001-2012 nose dpe de informa dlereniada por distito Origem de dados: Moreira e Moura 198 (1978-1982); Ceram 1999 1999}; Sobreca 2006 (2001-05), [DGEG 2013 2008-12, dados provisos em 2012); Costa e Henriques 20022002 pare esto de Fara) Table 1. Evolution af the number of active quarries inthe districts of moinlond Portugal in the period 1978-2012. Far the period 2001-2012 there's no information ovoliable by district. Dato source: Morera and Moura 1985 (1978-1982); Ceram 1899 (1998); Sobreiro 2006 (2001-05); ‘DGEG 2013 (2008-12, provsionol dota for 2012) Costa and Henriques 2002 (2002, Faro dst} Id peer em rae — Mo “Argilas comuns em Portugal Continental: ocorréncloe carteristcas relative estabilizagSo na primeira década deste século. Ressalta também a concentracao da atividade extrativa nos distritas de Leiria, Santarém, Coimbra e Aveiro. Embora a comparacso, entre os dados apresentados tenha valor relativo, devido a diferentes origens e métodos de classificagio, a diminuigSo de exploragGes ativas a partir da década de 80 (sé. XX) 6 notéria, Atualmente persistem exploracées e fabricas de ceramica dispersas pelo teritrio de nor- te. sul, mas veifica-e, independentemente dos periodos de crise, uma tendéncia para a con- centragio da indistria em niicleos, aqui entendidos como areas onde se concentram vérias ‘exploragées e unidades transformadoras e tamlbém, no caso dos principals nicleos,atividade industrial relacionada com 0 setor,Naturalmente, estes nicleos de exploracdo tendem a delimi- tar &reas principals de ocorréneia das matérias-primas argilosas e portanto, hé uma centraliza- (80 da atvidade no litoral centro do pals, onde os recursos assumem maior expresséo. (0 niicleos de exploracao de argilas comuns para cerdmica de construgo aqui considera- ‘dos, correspondem a areas onde existe ou existiu concentracdo de atividade extrativa recente; alguns desses ncleos, pela sua reduzida dimensio e condicionantes de natureza econémica estéo presentemente inativas, mas tém potencial em recursos. A identiicagso destes nicleos do panto de vista da atividade extrativa tem uma validade temporal limitada, pols devido as carateristicas e contingénciasinerentes & atividade esto sujeltos a alteracoes, sobretudo geo- ersficas, em especial os menos importantes. A caraterizao apresentada seguidamente & efe- tuada com base nas entidades intermunicipais definidas na Lein® 75/2013, de 12 de setembro. Na regifo Norte, os nicleos de exploragio sio em geral, de pequena dimensio e tém recursos limitados. Em Trés-os-Montes destacam-se os ncleos de Chaves e Sendim ~ Vimioso (municipio de Miranda do Douro} 0s recursos dos depésitos de Braganca e Macedo de Cava~ leiros ~ Mirandela so muito limitados. Em Alto Minho, referem-se os nucleos de S, Pedro da Torre (Vila Nova de Cerveira ~ Valenga) e na Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cévado 3 atividade centra-se em Prado (Vila Verde ~ Barcelos) e Alvardes (Viana do Castelo, cua rele \ncia principal é para o caulino. 'Na regldo Centro a atividade extrativa centra-se na Bacia Lusitaniana. Na CIM Regio de Aveiro, com uma forte tradicBo cerdmica, a ocupacao antrépica tem vindo a inviabilizar éreas tradicionalmente de exploragio de barra: Aveiro, Vagos, llhavo, Oliveira do Bairro, Aguada e ‘nadia. Atualmente podem considerar-se os seguintes nicleos de explora¢do: Bustos-Palhaca fe Avelds de Cima ~ Aguada e, com menos atividade extrativa, Anacia, Na Regldo de Colmbra regista-se © nucleo de Taveiro ~ Anobra (Coimbra/Condeixa 2 Nova}. Entre Lamarosa e Portunhos, cobrindo o carso dos Calerios de Andorinha (Bajociano? Batoniano) ocorrem argilas brancas hiperaluminosas (Gomes 1965, 1966, 1968, 1970) e ver- rmelhas, As primeiras estdo praticamente esgotadas (Barbosa et al. 1988, 2008) ¢ as verme- ‘has jd nd s8o exploradas. &leste de Coimbra, na plataforma do Mondego, geralmente pre- servades em zonas de afundimenta tecténico, tem-se os ndcleos de Mortégua © Tabua- Candosa-Céja, 0 mais importante nas bacias interiores. Nesta regio, ainda a considerar um pequeno nicleo em Miranda do Corvo; 0 antigo nucleo de Pampilhosa e o de Arganil est3o ‘extintos, assim como a norte, Barreiro de Besteiros (Tondela), na CIM Viseu Dio Lafes. ‘A Regio de Leiria consttuia drea de maior concentragdo da atividade, Embora esta seja dlispersa, dstinguem-se os seguintes nuicleos: Redinha ~ Soure (parte da érea, na Regio de Coimbra}, Albergaria dos Doze-Pombal-Colmeias, Maceira-Azoia-Batalha (Leiria/Batalha) e Jun- cal-Calvaria, o mais importante nicleo na regido Centro (Figura 2). Eiste ainda atividade em AMV tisboa ‘Agurla-Avelar (Ansido/Figueiré dos Vinhos). Na freguesia de Juncal, a zona da Cruz da Légua Constitul um dos principais polos de incstria cerdmica de construgdo do Pals, estando af ins taladas varias empresas que consomem argilas na ordem das 500.000 t/ano. Os barreios cexistentes localizam-se numa faba que se desenvolve na direcao E-W, 3 W do Juncal,infletin. {do para NE até Calvaria, Existiam em 1998, 14 unidades fabris em laboragao. E notéro, neste cleo, 0 aumento das dreas de exploragio no periodo de 2003 a 2012 (Figura 2}, Nas CIM interiores eiras © Serra da Estrela e Beira Baixa, respetivamente dress de Marofa (Figueira de Castelo Rodrigo) e Sarzedas (Castelo Branco) atvidade extrativa € atual mente reduzida ou nula Figura 2, Nicleo de exporarao de Juncal ~ Calan (1) aspeto em 2003, (2) agpeto fm 2012. Imagens obtidas do Google Earth Figure 2. tuncl ~ Colvaria Mining Comp: (2) image dated from 2003, (2) mage ‘ete from 2012. Images from Google Earth, Na regido de Lisboa e Vale do Tejo tem-se come malor nicleo de atividade, Ramathal ~ Outeiro da Cabesa (Torres Vedras / Sombarra). Os ndcleos de Atalsia ~ Asseicelra ~ S. Pedro de Tomar (Tomar) ¢ Alcanede — Amiais, no presente tém atividade cedunida, Existem outras reas onde ha alguma concentracéo de barreiros das quais se destacam, Coruche, Ulme (Chamusca), Castelo de Sesimbra e Santiago (Alcécer do Sal). No Alentejo nlo existem niicleos de explorario atualmente, no ambito da cerémica de construgao. Verifica-se em geral, auséncia de recursos elevados e de qualidade, embora local mente evista esse potencial Tiveram importancia local, os depdsitos de Grandala e de. Teo- tnio (Odemira). A extracdo de argila para olaria origina polos de exploracéo intermitentes em diversos locais, como em Nisa, Grandola (Melides), Santiago do Cacém (Abela, Viana do Alen: tejo, Redondo ou Reguengos de Monsarraz, No Algarve existem atualmente trés pequenos nicleos em Algoz (Sve), Tunes ~ Mem Moniz (Silves/Albufeira}e Tae (Loud) Frm Taira (Santa Catarina da Fonte do Blspo) aniste umn pe cerémica de construcdo (e.g, Bensafrim), mas atualmente a sua exploracio é residual. Também as facies argilosas do Grupo de Sives" (Soares et al. 1985, Rocha etal. 1987 )e a Formacio de Dagorda’ (Rocha et ol. 1996, Azerédo et al. 2003) foram exploradas para cer’- mica de construgio e olaris, como sucede na area a SW de Leiria, mas a qualidade destas agilas néo satistz geralmente, as necessidades atuais do setor ceramica de construsao. Con- tinuam contudo, a ser lacalmente exploradas para olaria, 'Na baciaalgarvia as argilas vermelhas intercaladas no Complexo Margo Carbonatado de Sives e série Vulcano sedimentar associada [Trdsico Superior-Hetangiano] (Rocha 1976, Kull. berg et al 2013) ou Complexo Pelco Carbonatado-Evaportco [Retiane-Hetangiano] (Manuppells "Também desigade por "res de ives” (Chofat 1887, Flan 1976) ou Grés de Ses Rocha 1976, Rocha In bir eto 1579, Soares ea. 1993) * args de Oagoréa (Choffat 1882, Meuterde eto. 1972, Soares el. 1993), 0 mesme que inal a3 AMV tisboo 1992) foram extraidas em pequenas exploragGes entre Santa Catarina da Fonte do Bispo e Julido, Vila do Bispo, para a producéo artesanal de cerdmica estrutral("jolo burro”, toleias e telhas). Presentemente estdo abandenadas, mas mantem-se o potencial para olaria, 4.2. Unidades do Jurassico Neste sistema as unidades potenciais so do Juréssco Superior, abrangendo 0 Jurissco IMédio apenas no Algarve, mas com baixa importincia. Compreendem depésitossliciclastcos com intercalagdes de siltitos e argilas, de cor em geral avermelhada ou purpura a cinzenta, carateristicos de ambientes margino-‘itorais, ‘A sub-bacia do Sombarral (Kullberg et al. 2013) constitui area onde a série do Jurdssi- co Superior assume maior potencial A parte superior da Formacgo de Lourinhs [Titoniano] (Hl 1988, Leinfelder e Wilson 1989, Rocha etal. 1996) e 2 Formac de Serreir [Titoniano 7 Berriasiano Inf 7] (Rey 1992, 1999, 2006) a teto, apresentam forte e antiga implantacSo da atividade extrativa, sobretuda a primeira, mais espessa, Estas Keies foram na canjunto depo- sitadas em amblentes de linhas de égua meandriformes que atravessam éreas deltaicas ou ‘luvs. Ambas as formacées integram a matéria-prima explorada no niicleo de Ramalhal Outeiro da Cabera. A série do lurassico Superior tem também potenclal noutras dreas, nomeadamente na regido de Caldas da Rainha, Rio Malor e Alcobaca (Cruz da Légua), encontrando-se descrta ‘como Jurdssico Superior indiferenciado (Franga e Zbyzsewsky 1963), Argilas © Arenitos do Bombarral (Manuppella et al. 2000} ou Grés superiores (Choffat 1882, 1801, Marques et a 11992). As ocorr8ncias de argilatém menor continuidade do que na sub-bacla da Bombarral atualmente, as expioracdes sia escassas ou encontram se abandonadas. Na drea de Albergaria dos Doze (Pomball destacam-se as argilas vermelhas ou cinzentas do Complexo de Vale de Lagares (Lusitaniano superior, Teer e Zbyszewsky 1968) que tém sido alvo de exploracSo (Matias ¢ Pacheco 2001) nos nicleos de Albergaria dos Doze -Pombal- Colmeias e Maceira-Azoia-Batalha Foram exploradas na regido a norte de Faro (Sta. Birbara de Nexe, Esti), argitas cad Flas na Formagio de Telheiro ou Calcérios margosos e margas de Telheiro (Caloviano) {Manuppella e Rocha in Oliveira etal, 1987-88, 1982], mas 0 potencial atual é balxo, 4.3. Unidades do Cretacico AAS unidades do Cretécico, em especial da série do Cretécico Inferior, correspondem quelas onde a atividade extrativa mais tem incidido, devido 20 seu elevado potencil, a par com as unidades do Cenoz6ico, Os leitos de argila ocarrem em intercalagio com arenitos, geralmente originados em ambiente fluvial meandriforme, A norte, na area de Aveiro ~ Vagos - Oliveira do Baio, a formag3o Argilas de Vagos" [Santoniano? ~ Maestrichtiano] (Barbosa 1981), constituida por camadas de argilas esverdea dase avermethadas, com intercalagdes arenosas e por vezes carbonatadas foi alva de exp cam. com Lima pseudootemicosto + Praoceiana +Fieana (Choffat 1901, Mouterde eto 1972} ou Fa: marae de Bambara (Lenfeldr 1986), "ents eglas de Avec Tela 2byszewstl 1976). us Acgilos comuns em Portugal Continental ocorénciae carateristicas ragdo em varios locas, mas atualmente apenas se destaca o nucleo de exploragdo de Bustos - Palhaca. Também foram exploradas argilas comuns para cerdmica de construcdo integradas na formacio Grés da Palhaca® [Aptiano? ~ Alblano ~ Cenomaniano} (Barbosa 1981), constitu da por arenitos de gro médio a grosseir, por vezes argilosos, com intercalacoes de argilas, fequentemente margasas; atualmente ndo se conhece atividade extrativa nesta formacéo. Entre Cantanhede e Figueira da Fox constituem unidades potenciais para explorac3o de axsitascomuns, os grés onde ocorrem leitos arglosos. Os Arenitose Argilas de Viso [Campaniano Maastrichtiana} (Chotfat 1900, Soares et al. 1982) tém potencialidade para barros verme- lhos, nas dreas de Licela e Vso (Barbosa eta 2008). Ambas as unidades t8m sido pouco apro- veitadas para fins cerdmicos, nla se conhecendo atividade extrativa significativa na area. A aigla ocorrente em zonas de enriquecimento na formacgo Arenitos Finos de Lousdes {Emscheriano] (Remariz 1960, Soares etal. 1982) tern potencialidades para cerdmica estrutu: ral; igualmente na formagio Arenitos de Carrascal [Aptiano ~ Cenomaniano} (Barbosa et al 2008) ocorrem argilas com potencialidades para 0 mesmo fim. Atualmente as exploragdes ativas sdo reduzidas, “Tem importante e reconhecido potencial em argilas vermelhas, a formacéo Conglomera: dos de Caranguejelra® [Aptiano-Albiano a Cenomaniano] (Manuppella et af, 2000] ¢ seu equiva lente lateral Arentos de Amiais®[Aptiano-Albiano a Cenomaniano] {Manuppella et a. 2006), que ‘ocotrem respetivamente no Sinclinal de A-dos-Francos e na regigo Alcanede ~Amiais de Baixo, Estas éreas integram dois importantes niicleas de explorarlo e fabrico cerémicos, respetva- mente Juncal-Calvaria e Alcanede — Amiais, erbora o segundo tenha perdido a relevincia adqui- rida no século XX. Os Conglomerados de Caranguejelra (espessura de 150 a 295m, Dinis 1999) possuem intercalages argilosas acastanhadas e avermelhadas mais frequentes numa faba de 115. 30m, situada entre 10 e 40m da base, que é explorada para cerdmica (Pereira 1998). ‘Na sub-bacia do Bombarral as argilas ocorrentes na Formagao de Vale de Lobos (Walanginiane) (Rey 1992) também foram alvo de explora¢do, mas atualmente apenas slo extraidas as arllas do Titoniano, de melhor qualidade. A sul, na dtea de Sintra, Vale de Lobos, as argllas nos arenitos do Valanginiano (Formacio de Guia, Kulberg et cl. 2013) e no equivalente lateral da Formacdo de Vale de Lobos na area do Cabo Espichel (Cotovia, Sesimbra), grés grosseiros caulinticos (Kullberg et «al, 2013) foram pontualmente exploradas, mas o potencial em argilas vermelhas ¢ bao Ambas as formagies se depositaram em ambiente estuarino e fluvial. Em condigies seme- Ihantes na regido de Loures e Montachique, a FormacSo de Serrea, equivalente a topo das formages de Lourinh e Bombatal, também foi no passado alva de exploracbes, No Algarve as facies silictdsticas com argllas, do Cretacico Inferior (Berriasiano Superior Barremiano) so exploradas nos nicleos de Algoz e Mem Moniz-Tunes, onde a unidade litos- tratigréfica com maior potencial corresponde & Formacdo de Fonte da Matosa (Rey 2006, ullberg et al. 2013). Em Mem Moniz-Tunes 0 pendor acentuado dos estratos limita 2 expan slo das areas de exploraro. No caso de Algoz, as camadas apresentam um pendor mais sua~ ve e 0 recursos so mais elevadios. *G1es Belasanes (Chotat 1900, JAM. Usbo 4.4, Unidades do Cenozoico ‘Afloram na bacia Lusitaniana e do Algarve, bacias cenozolcas do Douro, Mondego, Balxy Telo, Guadians, Alvalade, Moura e plataforma litoral alentejana, tendo inicio o enchimente das bacias, a partir do Eocénico Médio (Pais et al, 2012). ‘As formacées atribuidas aos periodos e épocas do Cenozoico, por vezes ndo estio carte. sraficamente diferenciadas em unidades itostratigraficas, pelo que séo referidas pela nomen, clatura constante na cartografia geolégica publicada, 4.4.1, Unidades do Paleogénico ‘As unidades do Paleogénico tem, em geral, potenciallimitado para a ocorréncia de cor. bos argilosos com elevada continuidade lateral/vertica. SS0 predominantemente slliilést. as grosseias, arcésicas ede origem fluvial Destacam-se na Bacia do Mondego: as argilas da Formacio de Tavelro (Soares et a 2007, Cunha et of. 2009, Pais et of 2013) na érea entre Taveira e Condeina-a-Nova (Egal, onde se localiza 0 nicleo de Taveiro ~ Anobra e, as argias da Membro da Monteira da Formacio de Céja (Eocénico Médio-Superiar] (Cunha 1998], que so exploradas a NE de Coimbra, na regido de Coja (Lisboa 2008a, 2013) no riicleo Tébua-Candosa-Céja e em pequenas depres. ses tecténicas na plataforma do Mondego entre Barreiro de Besteiros e Tondela; nesta it. ma rea, a atividade cessou. Na Formacso de Bom Sucesso (Reis 1981, 1983), equivalente distal, nfo se tem conhecimento de atividade extrativa, embora no passado se verificasse algums atvidade entre Almagreira, Lourigal e Pao. Na regio de Pombal, as agilas do "Paleogénico" e do complexo “Miocénico e Paleogé- ico indiferenciados” (Manuppelia et al, 1978) sio exploradas, respetivamente, em Souto de Carpalhoss e Lourial ‘A Formagio de Cabeso do Infante [Eocénico médlo a Oligocénico superior] (Cunha 1992, 1996, Cunha et a 2009) na regido de Nisa ~ Amieira do Tejo (Bacia do Baixo Tejo) contém ‘os nivels estratigraficamente superiores, argilas que foram exploradas para cerdimica estru- ‘ural, mas 0s recursos so limitados; presentemente apenas so exploradas para olaria, Na Bacia de Alvalade (Pais et al. 2012) a Formagio de Vale do Guizo (Antunes 1983, Goncalves @ Antunes 1992, Pimentel 1998a) tem pontualniente potercial em alias verme: thas, que no s80 exploradas, Na bacia do Sado houve explaraglo de argila nesta formacso, lem Aledcer do Sal (Batrosinha) 4s formacies do Paleogénico na Bacia do Douro (Tras-o5-Montes e Nave de Haver) tém ppotencial muito limitado, 4.4.2. Unidades do Miocénico Estes sedimentos tém o seu potencial em argila condicionado pela predomindncia de ‘cies areniticas e conglomersticas constituindo as facies predominantemente argilosas do ‘Mioeénico Superior, os principals recursos. Afloram em extensas Sreas, sobretudo nas bacias do Baixo Tejo e Mondego, frequentemente indiferenciads do Pliocénico e Quaternavio. “aeoitose Arps de Tavio [Maastrientino Eocénic] (Soares 196, Soares et a 1982, Reis 1983) 6 Argos comuns em Portugol Continental: ocorréncia ecaratersticas Na reglio de Trds-os-Montes (Bacia do Douro) os depésitos cenozoicos tém menor expressio relativa, mas assumem importancia pelos recursos em minerals ndo metalicos que constituem (Goncalves et ai 2003). © Membro de Castro da Formacio de Braganca [Miocénico terminal Zancleano?] (Pereira 1997, 1998, 1999, Pereira et al. 2000) constitui a tnidade de maior potencial em argilas comuns, Destacam-se na area de Braganga as manchas de Castro e de Atalaia ena drea de Vimioso ~ Mogadouro, a mancha de Sendim ~ Aguas Vivas = Prado Gatio (Moreira 1983), onde se localiza 0 nicleo de Sendim ~ Vimioso, no obstante 0 potencial em argilas de outras manchas (Moreira 1983, Goncalves et al 2003. Tem também Felevancia as intercalag6es de corpos argilosos em areias e conglomerados que s50 explora- {das na zona Chaves (nUcleo de Chaves), em depésitos com controlo tecténico na dependéncia a falha Verin-Penacova. Os depésitos exstentes a su, em Figueira de Castelo Rodrigo, tam- bém alvo de atividade extrativa serio contemporineos dos depdsitos anteriores, Na Bacia do Mondego, a Formacgo de Campelo [Tortoniano Superior ~ Messiniano] (Cunha 1999), constitu o equivalente estratigrético do Membro de Castro/ As fies peliticas desta formacdo, denominadas Membro da Arrosa (Cunha op. ct.) ou Argllas da Fabrica do Pisco (Soares et al 1983, Daveau etal, 1985/86), as utimas caraterizadas na drea de Miranda do Corvo, assim como a unidade sobrejacente, 2 Formaco de Telhada [Messiniano terminal Zancliana] (Cunha 1999), tem elevado potencial em argilas (Lisboa 20092, 2013), sendo utili- zadas na cerdmica de construedo e olaria da regio. A exploracdo destas argilas tem incidido na depressio tecténica de Mortégua (nicleo de Mortagua), na area de Tébua (ndcleo de ‘Tabua-Candosa-Céja, 0 mais importante nas bacias interiores)e no setor SW da bacla da Lou: + {nicleo em Miranda do Corvo) No sector NE da Bacia do Baixo Te, destacam-se: a Formacio de Sieirinha dos Figos [Mioeénico Inferior - Superior} (Cunha 1992, 1996), a SE de Idanha-a-Nova, quase exclusiva- mente constituida por arelas areéseas e luttos e, as Facies areno-lutticas da Formac3o de Torre {Tortoniano superior -Messiniano] (Cunha 1992, 1996, 2000), na regido de Sarzedas. Nestas areas, as ficies finas de amas as formacBes tém potencialidade como matérias- primas para cerdmica de construcéo, tendo sido alvo de atividade extrativa, ‘No setor intermédio da Bacia do Tejo a Formacio de Alcoentre [Miocénico Inferior a Médio] {com vitias designagdes anteriores; Dias e Pais 2008) aflora em vasta drea no Ribate jo, com potencial reconhecido nas areas de Coruche, Almeirim, Vila Nova da Barquinha (Entroncamento},Tramagal e Abrantes, inciindo a exploracio na margem esquerda do Tejo (freguesias de Bemposta, S. Miguel do Rio Torto e Tramagal), onde os nivels arilosos so mals extensos, | Formagio de Tomar’ [Mlocénico Médio a Superior. (Cunha et al 2008, Pais et a. 2013) tem potencialidades elevadas em argias vermelhas na rego de Toma. Esta rea constitul tradi cionalmente um nicleo de exploracio (Atalaia ~ Asseicera ~S. Pedro de Tomar), como se pode verifcar pela existencia de antigas cerdmicas em Santa Cita e Grou, e outras mais recentes, inati- vas. Atualmente encontra-se em labora¢do apenas uma fabrica (Cerdmica de Castelo de Bode}. Na cidade de Lisboa as areas de afloramento das Argilas dos Prazeres (Aquitaniano Burdigaliano inferior) e Argilas do Forno do Tjolo (Burdigaliano), exploradas até & primeira “hagas. de Tomar (Antunes © Mein 1978, arbos9 1955). JM Lisboa smetade do seculo XX e.g, antiga Fabrica Lusitania no Campo Pequeno), assim como das Argi- las azuls de Xabregas [Langhiano superior e Serravaliano] (Pais et a. 2006), também explora. das no concelha de Almada, encontram-se inviablzadas pela ocupacio urbana. Na Bacia de Alvalade, os depésitos da Formagio de Esbarrondadoiro [Messiniano termi- ral ~ Zancleano incial) (Teixeira 1952, Antunes e Mein 1995, Balbino 1995, Antunes et of, 11999, Antunes e Balbino 2004, 2006, Pimentel 1998b) s30 mais argilosos que os da Forma. fo de Vale do Gulzo, a muro (Pereira 1982), mas ambas as unidades so potenciais para a ‘corréncia de argilas com interesse econémico nos concelhos de Grandola e Ferreira do Alen- ‘ejo, Contudo, nao so exploradas argilas na drea. A sul, no fosso tecténico de Aljezur, ocorrem argilas no preenchimento sedimentar de ambiente casteiro de pouca profundidade e acarreios detriticos que, de acordo com Pimentel Amaro (2000) pode ser integrado na Formacio de Lagos-Portimao e Miocénico de Aljezur (Gurdigaliano- base do Tortoniano). No presente estas arilas no sio exploradas. 4.4.3. Pliocénico e Quaternario Estes depésitos slciclstics, predominantemente areniticos, sobretudo de origem cont rental, constituem importantes recursos em arglas comuns. Nas bacias Lusitaniana e do Tejo, 2 unidades geol6gicas potencials cobrem vastas areas, correspondendo os corpos argiloss a variagbes de Facies, cuja continuidade lateral e vertical determina a sua potencialidade, Deste ‘modo, nas unidades mais relevantes e com maior extensio aflorante so assinaladas Sreas res tritas onde a informacéo existente denota potencial em argilas para aatividade extativa, ‘Arnorte, na bacia do Minho, exploram-se argilas nos lutites da Formacao de Barrocas {niicleo de S. Pedro da Torre) do Plio-Plstocénico (Alves e Perera 2000, Pais et al, 2012). Tém ‘maior potencialidade na area de Moncio e Valenca ~ S. Pedro da Torre (Moreira e Moura 11985, Moreira 1997) Na bacia sedimentar de Alvardes (nucleo de Alvaries, Viana do Castelo), os sedimentos dda Formacio de AlvarSes [Pliocénico superior] (Alves 1998) consistem principalmente em argilas vermelhas na base (Membro da Chasqueira), agilas caulinticas e areias caulinticas a topo (Membro de Teodoro). Além do aproveitamento dos caulinas e aela, as argilas verme- thas t8m aplicacSo em Cerdmica Estrutural. A oeste, nos terracos do rio Cévado (Quaternério} da drea de Ucha (Barcelos) e Oleiros (Vila Verde) sio tradicionalmente exploradas argias (micleo de Prado) intercaladas em niveisarenosos, por vexes, de cascalheira, ‘A sul do rio Douro, entre Espinho e Aveiro, ha regstos de ocorréncias ou exploracées, todas abandonadas, nos concelhos de Santa Maria da Feira (freguesias de Mozelos, Files eS. Jodo de Ver), Ovar(freguesias de S. Jodo e Ovar), Olivera de Azeméis(freguesia de Olivera de ‘Azeméis e Vale do Salgueiro), Estarrja freguesia de Beduido) e Albergaria-2-Velha (freguesia de Branca). 0 potencial seré baixo. No vale do rio Cértima (reas de Agueda, Aguads, Oliveira do Bairro e Anadia as undo des Arglas de Boialvo e Argilas e Conglomerados de Anadia® [Plistocénico inferior] (Dinis 2004) constituem as formagées potenciais em arglas vermelhas com exploracSo ativa(nicleo de Avelds de Cima ~ Aguada}, embora nesta rea sela atualmente mais importante a extrasso * Parte da Formagio Gandara Grade e Moura 1980, 1980-81), “Argilas comuns em Portugal Continental: acorréncla e carateristicas de arglas especiais do Barro Negro de Aguada® (Dinis 2004). A cartografia e caraterizagio ddestes recursos do ponto de vista ceramico fo efetuada por Grade e Moura (1980, 1980 81) ¢ Olivera (2010). ‘Na regio de Pombal, © complexo Plio-Plistocénico indiferenciado (Manuppella et ol 1978), além de potencial em argilas especiais, tem também importantes recursos em argilas ‘comuns. Referem-se nesta regido os niceos de Redinha, Barracdo e Pombal. Os barreros dos dois iltimos exploram a unidade Argilas de Barracéo (Barbosa 1983) que engloba argias do tipo comum € especial (na base, do Pliocénico de facies continental, estando as argilas cobertas por areas grosseiras, com seis (Barbosa 1983, Moura e Grade 1983, Moreira 1991), ‘A Formagdo de Ulme®[Pllocénico] (Cunha etal. 2008, Pais et al. 2013) no setorintermé- dio da Bacia do Tejo (Ribatejo e Alto Alentejo) e a Formagso de Santa Marta [Pliocénico ter- minal], (Azevédo 19822, b) unidade equivalente, & qual a primelra passa gradualmente no setor distal (Lisboa e peninsula de Setubal), cupam vasta superficie na Bacia do Tejo. Apesar da ltofécies predominante ser consttuida por arelas feldspaticas médias a grosseiras,local- mente tem potencial em argilas cormuns, como & comprovado por atividade extrativa recente ‘u antiga, nomeadamente em Cruz do Campo, Cartaxo (Grés e arglas de Cruz do Campo), Moita/Montij/Rio Frio e Pegoes, Apostica (Sesimbra) e S. Sebastido (Seta). ‘Ao longo da plataforma litoralalentejana e na sua proximidade para o interior, registam se algumas ocorréncias de argilas comuns em depésitos de areias e cascalheiras do Plio ‘Quaternério, nomeadamente junto a Melides (Stha, ns arredores de Gréndola, em Sines @ este de 5. Torpes, Santiago do Cacém (freguesia de Abela} e no concelhio de Odemira (freguesia de S. Luis) No fosso tecténico de S. Teoténio (Arifias) ocorrem argilas de Facies continental resultantes de alteracdo de xistos, provavelmente do Pliocénico inferior (Feio 1951). As ocorréncias no literal alentejano foram exploradas no passado mais ou menos recente, mas atualmente o seu interesse industrial éreduzido ou nulo. 'No Algarve, em depésitos e terracos fluviais do Quaternério [Formacdo de Ludo (Moura e Boski, 1994] foram exploradas intercalagdes de argilas em niveis de areia, nas imediacdes de ‘Tor existindo também uma drea eventualmente com potencial para exploragdo, em Paderne 5, Carateristicas composicionais e ceramicas de argilas exploradas 1A caraterizago composicional e tecnolégica genérica das argilas comuns baseou-se na Informacio relativa a amostragens efetuadas em 4 locais/sreas de Portugal continental, gran- de parte desses,tradicionalmente com implantagSo da atividade extrativa (Figura 3). A andlise das amostras fol realzada maiortariamente no Laboratério do LNEG, constando os resultados fem publicacies e relatérios técnicas (Grade e Moura, 1985, Manuppella et al. 1985, Grade © ‘Moura 1987, Carvalho et al.1999a, Carvalho eto. 19996, Lisboa 2008a, 2008b, Lisboa et al. 2010, Olivera 2010, lisboa et of. 2012); excetuam-se os trabalhos laboratorais realzados no Centro ‘eenoldgico da Cerémica e de Video (Coroado 2000) e no Departamento de Geociéncias da Uni- \ersidade de Aveiro (Marques 2007), Esta informacéo consta nas tabelas 2 3 figuras 4e 5. ®avenitos de Uime (Axvido 1986, 1997, Barbosa eels 1989, Barbosa 1985, Barbosa ets 1956) us JM V tisboo 5 the wre % Figura 2, toclnago dos. pontas teens de ees Com are, s tage e contrite de marr pris. Serblops sp 5 Peto Tore fram e {lena aA r- Ro Ca i ° Go, ch- Chaves, be- Brogan, ca Car valhais(Mirandela), fer- Marfa (ig Cast Rodrigo), av- Avail thao, a ‘Aguada, ve- Vagos, ar- Argan, po Pombal,ba- 8arac30 (Lita, al- leo. + bagaRio Maloy, to- Tomar a Sana Prd, tv Bombarral, Vedas, Li boa, me- Mesquita (Sesimbral, pa Pademe, lo- Loulé. Fonte: DaGha 4985.1, eB Crus Lagu, mo: IMonsaros (Anas), brl- Sragang, Fonte: Grade @ Moura 1987, Carvalho 2 § eta. 18880, Carvalho et al 1999, an- ‘nadia. Fonte: Olvera 2010. Ache 2 Ais sl Gere crcimmenae a disor ow ‘ee fe Recianostotingangano, ar a3 Crete, BF Pave! : ) arose ei. Fontes Manupplo eto . BRENT anes: ce: cop ( compet) coor {op (Cop, Ne: Cone, Fe a ‘Tabua (F, Campelo), T-£o- Tabua (F AMesorelco Coal Fone Usboa 200. oer faleomieg Toman 2-Se sett Satay, se ag , leo pss de Avera. Fonte: Cro AG ACEO ne HEH Pre-cambrico 2990, Tay- Taveiro. Fonte: Morques i mes savusnat [2007 To. Seal. Fane tatoe a a cos |. donab tse. For: tboo foo) oie Figure 3. Point locations ofthe representative areas with available data on sampling and characteriza: tion of raw materials. Symbols: sp- 5. Pedro Tore (Volenta), al Alvardes, rc io Cvado, ch Chaves, b= ‘raganga, ca: Carvlhas (Mirandel) fer Morofa (Fig. Cost Rodrig), av- Aveiro fhavo, 29- Aguado, vo. Vagos, ar-Arganil,po- Pombal,ba- Borracze (Ler) o- Aleoboga-Ria Mair, t0- Tomer, s0~ San: ‘orem, tv: Bombarra-T.vedros,1-tisoo, me- Mesquto(Sesimbro),po- Paderne, la-Lauls. Data source! ‘DGGhM 1985, el, 2, c3- Cuz da Léguo, mo- Monsaros (Anadi),bri- Broganca, Dato source: Grode ‘nd Moura 1987, Carve e al. 19980, Corvaho eal 19996. an-Anadia. Gata source: Olvera 2000 A Cb: Carboniferous, A-C)- Lower Cotlovian,A-He- Rhaetan-Hettangion, A-Cr- Cretaceous, A-P-Phocene, A “2 Quaternary. Data source: Manyppeto ete. 1985, C-He- Caja (Neogene). C-Eo-Coja (Eocene), Me 1M. Corva TN Tébua (Neogene), T-£0-Tabua (F. Coal. Dota source: Lisboa 20080, To Tomar region, ‘So: Santarém region, sav Araios de Aveiro Formation. Dotosaurce: Coraado 2000. Tev- Tovero. Dot source: Morques 2007. Tov -Sebol, Dat source: lisboa 20096. li-sa, Dota source: Lito (coord) 2030, ‘Agilas comuns em Portugal Continental ocorréncae coroteristicas 100% Argila Figura 4. Diagramaterndrio do distr: buigio dimensional do gr30_ dos ‘materials amostrades © campos assinalades. Simbologa: ver legends bo Figura, figure 4. Ternary diagram of grain ‘ze dstibuton ofthe sompled ma- terial and highlighted elds. Som 100% Arcia ‘Site 100% ples: se Figure 3 caption FeorTiorkomgo*cr0+Ma0 Figura 5. Diagrama ternéro SiO, ~ 103 ~ FeO, I+ MgO+K0N9,0 {modificago de Fabbri e Fir 1985), om a composiglo quimica de agi- las comuns portguesas (a tacela- a) comparadia com os campos de aplica¢do para cerémica vermelna” (a cholo, agi. te cloricas italianas)@ cerdmica “branca™(tracejado fino). Simbole- ia wer legenda da Fgura 3 Figure 5. Ternary diagram Sid; ~ ADs ~ Fe:0;+T10;4MgO+K0+N2;0 (Adopted afer Fob end Fri 1985), with the chemical compostion af Por- tuguese common clays (thick dashed Ine) compared to the fields of opaca- ‘on for “re” ceramis (sll ne, Ho lan the chore coy) and Portuguese “white” ceramics (thin dashed ine) 00% 80, =e "9 "R10.50% samples: see Figure caption AM tsboe Compe (orease uy pas s01n0s) Ansnpuy snseiaa uoNNssu0D a4} Pash she Yow aranEIi0g jo UORIsodwwo> fnojesoun pu e>O4) “2 aa sanuo)) op5nsu09 2p e>1uEI29 ep eInSNpU EU sep ade € aun 42 ep epuala eu sep}, oeboduoy “2 eaqeL, 182 Argos comuns em Portugal Continental: acorréncio e carateisticos spapeig uy sprouus 42035290 (ay qn o/puo asooue ay ‘sopoNbot /pun ods sna ‘pafannsin + ‘axQOwEY 2 242206 08 ‘a4UD}Op Os ‘230109 :29 ‘ev0bAod 24 {2 UO} {0 ‘ayrojUeRf [aquoyouAvEU) 2,245 OH N00 en) EDK OND 2D ORNL 0 50) 44 JV. tisboo “abeta 3. Medidas da tendénca central e dspersto principals elatvas indice de plasticidade (1), & resisténci mena & leo em seco (RMFia) © apds cazeduracerdmicas (RMFuu, RMF) © retin, {6 linear €m $009 (Ret) total [Rt Ato) 605 agi Table 3. Measures of central tendency ond dipersion concerning the plastic inex (IP). the dy (Rte) ad fed bending strength (RMP RMF) ond (Rare) and tal neo shrinkage (Rtas Rtas) Of loys (ting temperatures 950 and 1050%C) a ka peor vewmpdto dee 2 a ° 1 2 Means we eo ® ° 0 etc ner wea a Dewinpa cee Dewinpadio S88 a 1 = Pavone j Dewinpedse al a 2 2 wea as 7s 7 7 = bewinpotto Se a % 1 2 1 Piece Qustersrio Dewmpsite S38 2 wo a 1 2 M apn oy 2 2 2 j Tei Desingado s s ” 1 2 eds 2s as. 7 5 5.1. Caraterizagdo granulométrica Relativamente a textura das arilas comuns, a distribulcSo das classes dimensionats do ‘ardo mostra que, a maioria séo sitosas, por vezes com fracdo area significativa (Figura 4). A distelbuigdo de areia-site-agila permite dferenciar 0s campos silto-arenoso,silto-argiloso & argilo-sitoso. As argilas slto-arenasas englobam as provenientes de terragos, destacando se nesta, por cardcter mais arenoso e deficiente em argla, varias amostras da regio Norte (ay, Sp, Fe, ca) A argila proveniente de xistos do Grupo do Flysch do Baixo Alentejo (Algarve) sa) fora do campo, pois é essencialmente arenosa (Figura 4). 0 campo silto-arglloso destaca-se do anterior e englaba as argilas da Bacia do Algarve, os ritmos mais argilosos dos Conglome- rados da Caranguejelra, a Formacdo de Campelo (Arganil e Miranda do Corvo, 3s arias da Formagao de Taveiro e Formacio da Lourinha (Torres Vedras). No campo argilo -sitoso, mas ‘Arailos comuns em Portugal Continental: ocorrénciae carateristcas cisperso, caem as amostras médias pertencentes as unidades Arias de Aveiro e Argilas de Tomar Estas caractersticas granulométricas diferem daquelas observadas noutras regides da Europa, designadamente em Italia, onde as argilas comuns exploradas para cerdmica de cons truco, segundo Dondi et al. (1998), caem maioritariamente na dominio da argila stosa ou site argiloso. 5.2. Caraterizagéo mineralégica Na composiclo mineraldgica das argilas comuns envolvidas neste estude (Tabela 2), 0s mminerais principals observados so lite, quartzo e caulinite, os mais abundantes e, esmectte (ou interestatificados com esmectite, variando a ordem de importancia destes minerais, A clorite ests também representada em algumas arglias comuns, sendo outros minerais argilo- 505, como 2 vermiculite e minerais fibrosos (paligorsquite e sepialite), pouco frequentes. Entre minerais no argilosos, além do quartzo, acessoriamente ocorrem feldspatos com pre tdomindncia para os feldspatos potésscos, éxidos e hidréxidos de ferro e éxidos de titénio, testes em geral, vestigial. Os carbonates constituem uma fase menos frequent nas argilas comuns exploradas em Portugal, relativamente a outros dos principals produtores desta ‘matéria-prima, como Espanha ou Italia (p. ex, Fabbri e Fiori 1985, Dondi 1958). 5.3, Caraterizagao quimica ‘A composicao quimica da generalidade das arglas consideradas, com teores elevados de siica e preferencialmente baixos de alumina (em geral inferior a 20%) reflete, na maior parte, uma composicdo quartzosa, Nos teores de éxidos de outros elementos malores das amostras evidencia-se reduzida percentagem de célcio © magnésio na maioria das argllas, {assim como de sédio (Tabela 2), que esta de acordo com a mineralogiareferida, A projecio dos dados da andlise quimica nur dlagrama triangular de vértices iO, ALO. ‘soma de outros éxidos mais relevantes (Fabbri e Fiori, 1985) evidencia os campos de com- posiclo tipica para matérias-primas com determinados campos de aplicagao (Figura 5). O ‘campo composicional original (a cheio) foi delineado com base em andlses quimicas de argi- las iltico-cloriticasitalianas. titulo comparativo inseriu-se 0 campo dos caulinos portugue ses (tracejado tno} As amostras maissiliciosas (el, 2, po, ba ela} correspondem maioritariamente a cies quartzosas e caulinticas, ateibuidas as unidades Argitas de Barracdo (Plio-Quaternério) e Con lomerados da Caranguejeira (Cretacico Inferior). As amostras ba, al, po e ag com as meno- res teores de Fe posicionam-se préximo do campo da Cerdmica Branca, cozendo em principio, ‘com cores mais claras. A maioria das amostras & préxima nos teores de Oxidos definindo um campo de argilas iltco-caulinticas e quartzosas (tracejado). Este sobrep6e-se parcialmente 20 campo das ails italianas para cersmica vermelha (a cheio), embara haja algum défice de ‘elementos alcalino-terrosos e alumina e, excesso de silica, 5.4, Caraterizagao tecnolégica Na Tabela 3 esti representadas algumas propriedades relevantes para a carateriagio tecnoldgica das argilas para cerdmica, que se agruparam nos sistemas ou séries estatigrficas 15 JM tisboo fem que se inserem Relativamente as propriedades relacionadas com os limites de consisténcia, as agilas ‘comuns consideradas apresentam, em média, plastcidade elevada (\P> 15) e aptid3o 8 extru 80 e trabalhabllidade, satsfatoria a boa [As propriedades mecSnicas refletem, como as propriedades anteriores, 2 composigio dimensional do gro, quimica e mineraldgica, ‘A resistencia mecanica a flexdo (RMF) aprasenta valores em seco bastante satisfatérios ‘em argilas com reduzido teor de minerais argilosos, facto que é atribuldo sobretudo, & pre- senga de esmectite, mesmo quando esta é mineral acessério. ‘Apés cozedura, os valores da RMF manifestam uma variagSo acentuada. Verifica-se por vezes, que 0 aumento da RMF nao é muito significative, devido& textura grosseira das arglas, 8 predominancia do quartzoe a0 teor reduido de mineraisargilosos. O valor da retracdo verde-seco é moderado e, apds as cozeduras mostra um incremento ‘muito baixo, na maioria das agilas exploradas, mais uma vee, especialmente em relagio com «a compasiggo pobre em mineraisargilosos. "Na cor das arilas em cru, predominam as tonalidades avermelhadas, amarelo a acasta- Inhado e cinzentas e, apés cozedura, a cor é vermelha 6. Discussio - Diversidade composicional e aptidao ceramica Quando comparadas as caraterstcas das argllas em termos estratigraficos, em geral, ‘no se verificam diferencas muito distintvas (Tabelas 2 3). A complexidade e variabilidade composicional(granulometria, quimica e mineralogia) 20 nivel das séries estratigrdficasimpli- ca que nestas ocorram valores extremos frequentes (elevado desvio -padrlo), devendo ser considerados com reserva, 05 valores médios obtidos que em geral,ndo se distanciam signif- cativamente. Mesmo a0 nivel intraformacional, da variacdo vertical e lateral de faces, resulta a necessidade de lotacdo das matérias-primas na explora¢o, E contudo possivel, em termos de ambientes sedimentares, evidenclar-se alguma dife- Fenciaga0 nos depésitas e consequentemente também a nivel geografico, Entre as argias consideradas, destacam-se os seguintes depésitos: Nos depésitos de terracos (Quatemério), sobretudo na regio Norte é notéria a prepon derancia de fragao silto-arenosa, da caulinite nos minerais argilosos © os baixos teores de carbonatos, 0 que se pode atribuir a uma contribuigéo preponderante da alteragio dos maci- 0s granticos. {As argilas do Neogénico, por vezes indiferencladas com o Quaternério, depositaram -se predominantemente em ambientes regressivos e fluvais e evidenciam composicio lito (predominante)-caulnitica, por vezes quartzosa, caindo nos dominios silto-argiloso e silto- arenoso. Caraterizam-se também pela presenca de esmectite, responsivel pelos valores ‘acentuados de RMF e retraclo (seco e apés cozedura) Na bacia de Aveiro, as Argilas de Aveiro (5) (Cretécico Superior) depositadas essencial- mente em ambientes margino-litorais (Rocha 1983) diferenciam-se pelo babxo teor de arela, composigioiltica, eores de CaO e MgO acima da média,refletindo a presenca de carbonates e frequentemente de esmectite, que contribui para a mals acentuada resisténcia mecdnica & flexio e retragdo (em seco e apo tratamento térmico} verificada na média das amostras. 156 Acgilos comuns em Portugal Continental: acorréncia e caroteristicas No Sinclinal de A-dos-Francos, a5 argilas do Cretécico Inferior depositaram-se em ambiente continental e tem composi¢ao quartzo-caulnitica eitica, por vezes com plasticida~ de deficiente, que reflete, em média, balxa RMF e retracio (Tabela 3). Na Bacia do Algarve as agilas ocorrentes depositaram-se sobretudo em ambiente mar- gino-ltoral ou provém da remobilizagdo de sedimentos marinhos (Manuppella etal. 1985). Tam em comum a lite como principal componente mineral6gico, teor geralmente baixo de cauliite e rara esmectite; a presenca de carbonatos & frequente e 6 manifesta por teores mais elevados de CaO e perda ao rubro (Tabela 2) A plasticidade & por vezes deficiente, mas as propriedades mecanicas s30 satisftérias. ‘As argilas resultantes de alteracSo dos xistos s30 geralmente arenosas, o que normal- ‘mente se reflete em babea plastcidade e propriedades mecinicas deficientes Em sintese, as argilas comuns exploradas em Portugal Continental, diferindo regional ou localmente, apresentam no global as seguintes carateristicas: ‘+ so predominantemente sltosas, por vezes com excesso de areiae, com mals fre ‘quéncia, sdo deficientes na fragio agila; + os componentes minerais principas sd lite, quartzoe caulinite, podendo ocorrer lesmectite também como mineral essencial e, mais raramente, outros minerals argilosos ou feldspatos; na maioria das argilas comuns exploradas no pats, 0 teor de carbonatos é muito reduzido (<0.2%) ou vestigial; ‘© apds cozedura, os valores da RMF sio varidveis, por vezes baixos &os de retragao verde-seco moderados, com um incremento muito baixo apds as cozeduras, 0 que se deve & textura grosseira das arglas, 8 predominancia do quartzo e & compost Bo pobre em minerais argilosos. Na tabela 4 apresentam-se alguns valores de referéncia de pardmetros tecnolégicos para pastas destinadas 20 fabrico de cerdmicas de construglo. Como se constata, as proprie dades ceramicas manifestadas pelas argilas comuns estudadas permitem o seu encaminha- ‘mento para a cerdmica de construgao, geralmente recorrendo a processos de lotagdo simples ‘abela 4. Valores de referéncia de pardmetrostecnlégicos das pastas ceramics, para ofabrico de tio- lo, ababadihae tela (Martins 2007. Table 4. Reference values of technological parameters of ceramic pastes regarding bic, vaulted brick ond tle manufacturing (Martins 2007) Tihs sien lor mis) Mac 2volgler sakgled aieoiler? JM Lisboa 7. Conclusées © conhecimento da relagSo entre unidades geoldgicas e 0 seu potencial em argilas comuns & importante nao sé para o conhecimento destes recursos e suas areas de ocorrén. «ia, mas também para o ordenamento da industria extratva, a que o desconhecimento des. tes aspetos, aliado as condicionantes aplicdveis & atividade extrativa, perspetiva a delapida- 680 dos recursos existentes, podendo gerar problemas ao abastecimento de matéria-prima para a indUstria cerémica, Nesse sentido, é fundamental o ordenamento da industria extati va, salvaguardando estes recursos geoldgicos, que vo sendo, sucessivamente, inviabilzados pelos condicionamentos impostos por outros usos, nomeadamente, o urban, 0s nidcleos de extracio existentes desde cerca da inicio do séeulo XX, em geral associa. os a uma tradigao cerémica regional mais antiga, no diferem significtivamente dos atuais, ‘embora, por vezes com forte variagdo de importancia; €evidente uma *migracao” da ativida- de extrativa, para as éreas potencials do litoral, com consequente diminuigio da atividade localizada no interior do pais. Contudo, a informacéo a este nivel é escassa e dispersa, pelo {ue & importante além de uma centralizaglo desta informaco, um levantamento de antigos barreiros ou zonas de exploragao, junto das cdmaras municipais, sobretudo nas areas mais relevantes em termos de tradicao cerdmica, A existencia de verdadeiros ndcleos de exploracio de argila, em particular pare cerdmi- «de construgio, s6 se verifica apés o inicio da industrializaglo,j4 que antes os requsitos 20 nivel de reservas e composigo da matéria-prima eram menos exigentes. A atual obrigatorie- dade de consttuirlotes de matéria-prima com caraterstcas que permitam obter cerémicos de qualidade constante, que cumpram certificacées, néo se aplicava e portanto, 2s éreas que satisfaziam 05 requisits para a extragio de argia dstribuiam se por grande parte do pais. A ‘modernizagio dos sistemas de fabrico e o intenso desenvolvimento das redes virias @ partir dda década de 90 contribuiram para a concentracio da atividade extrativa e transformadora lem niicleos de produgdo cerdmica, geralmente coincidentes com areas onde ha perspetiva de recursos elevados, Pela sua importancia em termas de volume de recursos em argllas comune explorads, destacam-se 0s nicieas de Avelas de Cima — Aguada, Junca-Calvara (Leiria) e Ramalhal -Outel ro da Cabeca. Nas baciasinteriores,o licleo maic importante é n de Tsbua -Candosa-Céja, A identificagao das unidades geolégicas potencias, quando possvel, de acordo com as respetivas definigbes formais,faclita a interpretacio da bibliografia (nomeadamente mapas geol6gicos), do ponto de vista destes recursos e permite um conhecimento mais abrangente das dreas favordvels 8 ocorréncia de arilas comuns, A definicio de indicadores composicionals caratersticos de unidades geologicas, pode contribuir para 0 conhecimento da proveniéncia das matérias-primas, embora com limita: ‘25, pois a variacio desses indicadores é em geral elevada, facto intrinseco & prépria defini- {0 de argila comum. A argllas para olaria, a contrério das argilas para ceramica de construg3o, abastecem luma industria geralmente artesanal, que requer pequenas quantidades de matéria-prima, sendo compativel com recursos relativamente baixos. Dai decorre uma multiplicidade de locals com potencial em argilas para olaria, que torna impraticavel a demarcacio de forma- (Bes potenciais, que incluem as mesmas referidas para as alls para cerdmica de construc. Anglos comuns em Portugal Continental: ocorréncia e caroteristicas Assim, até a0 inicio da produgso industralizada, a exploracSo de argilas em Portugal continental existia na dependéncia da necessidade local de matéria-prima, que ocorre disper sa praticamente por todo o pals. Na auséncia dos recursos abundantes na regio ltoral, podia sempre recorrer-se aos depdsitos de cobertura, terragos e aluvides, dependendo a selecio os locais para a extracio, de contingéncias geomorfoldgicas, que evidenciassem a matéria- prima, Sempre que possivel a argila utilizada em cerémicos de construgso era obtida na prox midade do local onde aqueles ceramicos eram requeridos e nfo transportada, quer em bruto ‘4 como produto manufaturado (tijolo ou telha), para o local de construcdo. 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