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Antropologia

Introdução ao trabalho:

Este presente trabalho surge no seguimento do curso Antropologia Geral. Com


o mesmo, queremos responder algumas questões proposta no curso, partindo assim
de uma análise das obras ou livros de Luís Batalha1 e Lúcio Sousa2.

1) Defina sucintamente os ramos de estudos da Antropologia segundo a


organização proposta por Batalha (2005).

De acordo com Batalha (2005), todas as dimensões do homem são variadas e muito
complexas, sendo assim, difícil definir o que o antropólogo estuda, pois cada um irá
investigar uma área determinada. Além disso, na sua abordagem ao assunto,
BATALHA, esquematiza sete ramos dentro da Antropologia ao qual veremos a seguir.

O primeiro ramo evidenciado pelo autor corresponde a Antropologia Biológica. Para o


autor, nesta disciplina é essencial ter em conta a ideia de evolução, pois ao estudar os
fósseis será possível assentar a origem da espécie humana. É primordial ter em conta
três áreas centrais sendo elas: 1- A reconstrução da história da evolução humana (
definir e expor quando fomos separados dos outros primatas); 2- Explicar a
diversidade biológica dentro da mesma população e entre as populações (definir a
relação entre variações genéticas e fatores ambientais e 3- Primatologia (estudo dos
primatas não-humanos, sua ecologia, evolução e comportamento Social); tendo em
conta também a antropologia forense.

E em segundo ramo, ele coloca a Antropologia Arqueologia. fazendo-nos perceber que


nesta área, o objetivo prende-se no reconstruir o passado das civilizações através do
estudo de materiais e utensílios usados pelas mesmas, assim guiando-nos a saber
como viviam e se comportavam socialmente.

No terceiro ramo, o autor foca-se na chamada Antropologia Cultural. Nesta área, o


estudo concentra-se no comportamento social do homem nos seus aspetos culturais e
não genéticos, nas suas semelhanças e diferenças, explicando a estabilidade ou a
mudanças destes comportamentos.

1 Luís Manuel Ferreira BATALHA, doutor de filosofia, professor auxiliar do Instituto Superior de
Ciências e Políticas. Salientando que o doutor Luís Batalha é um grande visionário dentro da
área de Antropologia, e é alguém com três exemplares de livros lançados: Dor em Pediatria e
Cape Verdean diaspora in Portugal e Antropologia uma perspetiva holística.
2 Lúcio Sousa, é doutor em Antropologia Social

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Já no quarto ramo, ele apresenta a Antropologia Social. Aqui, o estudo é baseado nas
pequenas sociedades ou grupos pequenos inseridos dentro de um grupo maior,
levando em consideração as suas relações sociais. Um outro detalhe veiculado nesta
área, consiste no desprezo dado ao estudo da evolução humana visto ser demasiado
especulativos e por encarar a teoria da evolução como uma construção cultural
emanada da mentalidade “progressista” nascida com a Revolução Industrial. Ela
prefere trabalhar com as informações recolhidas através da observação participante e
documentação. A outra particularidade nesta área, é a rejeição por partes de alguns
antropólogos sociais (da possibilidade de uma “ciência” antropológica). Esta
particularidade ganha peso com a posição de um dos grandes antropólogos Evans-
PRITCHARD3.

No quinto ramo, o autor apresenta uma outra dimensão na antropologia, que é a


Antropologia Etnografia. Nesta área, a dinâmica é recolher informações dentro de uma
moldura prática. O etnógrafo é prático no sentido em que ele se desloca até uma
determinada localidade ou um determinado local de estudo durante alguns meses
observando ou estudando a vida das pessoas daquele local. Podemos ver que a
postura do etnógrafo é na verdade garantir as informações em primeira-mão, que de
outro modo não poderia ser recolhida. Como o autor expressa, o conhecimento
etnográfico baseia-se na experiência de participação do próprio etnógrafo na vida
social de onde ele pretende analisar e descrever. Aqui, o trabalho é efetuado no
campo, o etnógrafo capta as informações questionando, filmando e fotografando.

E por penúltimo ramo de antropologia apresentado pelo autor, é a Antropologia


Etnologia. Neste campo, o ponto consiste na interpretação e análise da informação
etnográfica. A dinâmica aqui é colocar em evidencia os padrões e regras gerais que
norteiam o comportamento humano. Neste campo de pesquisa, o ponto é comparar as
informações etnográfica recolhidas em diferentes locais e sociedades de modo a
mostrar as diferenças, ou seja, de que não existem comportamentos ou elementos
culturais universais e que cada sociedade humana é diferente de todas as outras.
Mas, se o etnólogo e o etnógrafo são a mesma pessoa, como então podemos
distinguir as diferenças nos seus trabalhos? Isto é um paradoxo, e como o autor deixa
em aberto, isso se chama um problema antigo na antropologia e sem solução à vista.

3Segundo PRITCHARD, a antropologia representa a arte de “traduzir” culturas, uma atividade


que se assemelha à do historiador e não à do cientista.

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2) Utilizando o modelo conceptual de cultura como “icebergue” do departamento
de Educação da Universidade de Indiana (Sousa, 2018), dê um exemplo de
análise de superfície e um exemplo de análise profunda de uma realidade
social à escolha?

Como diz Lúcio Sousa, “ tal como um iceberg, aquilo que vemos da cultura é somente
a sua superfície, sendo por vezes difícil imaginar e conceber o que se oculta por baixo
da linha da água” (Sousa, 2018, p. 22).Neste contexto iremos analisar uma cultura que
é o Carnaval do Brasil.

O carnaval foi levado ao Brasil pelos os europeus no século XVII tendo desde então
alterações não só no campo visual, mas também no seu desígnio. Hoje o carnaval
brasileiro é uma festividade popular que acontece durante quatro dias antes da quarta-
feira de cinzas. É uma festa alegre, colorida e com diversas culturas incorporadas,
organizadas em forma de desfile, com bebidas e com muita música. É possível ver
tudo isso pelos meios de comunicação no mundo inteiro, é plausível até dizer que
todos conhecem esse carnaval, ou seja, conhece a superfície dessa cultura.

Agora, ao fazer uma análise mais profunda dessa cultura, será possível ver relações,
influências ambientais, impacto económico e circunstâncias diferenciadas. Como
consta no Jornal UOL essa festividade ocorre durante apenas quatro dias, mas toda a
preparação leva um ano inteiro, gerando empregos efetivos em variadas áreas, além
de atrair turistas do mundo inteiro gerando bilhões de reais (Uol, 2018). Tendo em
conta alguns pontos relativamente negativos, é válido analisar as questões morais e
ambientais. A epidemia do HIV aumenta junto também com a gravidez indesejada, há
um aumento considerável de mortes no transito, além avestruzes, faisões e pavões
serem extremamente mal tratados para o comercio das penas e plumas levando até a
possível extinção em alguns lugares. A alegria desta festividade, tem seu lado alegre,
mas também seu lado triste.

3-O Etnocentrismo é um conceito fundamental para o pensar antropológico; a


compreensão crítica que lhe subjaz implica suspender uma aceitação quase que
intuitiva sobre o que tomamos por certo e aceitar o desafio de relativizar e
compreender o que nos parece estranho. Comente a relação entre o etnocentrismo e
o relativismo cultural.

O conceito do etnocentrismo é o conceito onde o individuo evidência a superioridade


da sua cultura, costumes e valores, ou seja, a sua nação é o centro de tudo, assim
como o próprio nome significa (“ethnos” = etnias ou nação, centrismo= centro). Um

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grande exemplo desse conceito conhecido pelo mundo foi o nazismo. Adolf Hitler
acreditava que somente a raça ariana era superior e que deveria ter total supremacia.
O lado negativo do etnocentrismo é que ao colocar uma determinada nação ou etnia
como sendo superior, todas as outras culturas serão oprimidas ou aniquiladas, não há
respeito e compreensão pela diversidade.,

Já o relativismo cultural é o contrário do etnocentrismo, é onde se procura conhecer e


compreender as crenças, os costumes e a cultura das outras etnias. Mas é um
conhecimento e sem julgamento ou condenação, porque geralmente os costumes,
normas e regras fazem sentido somente no grupo no qual estão inseridos. Tem como
exemplo a clitorectomia, que é a ablação da genitália feminina que acontece ainda nos
dias de hoje em muitos países africanos e Oriente médio, mas é considerado uma
prática errada pelos ocidentais.

Como diz a socióloga Andréa Schaeffer “cada cultura tem que ser analisada no seu
contexto e formação histórica (Schaeffer, 2017).

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