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iagdo e da mediagao em juizo, @ relevancia, ainda, diagdo em juizo, é 0 movimento Co nal de Justica, que a cada dia ganha mais forga junto aos operadores do Dieeo Por todas essas razGes, considerando que os Provimentos n® 893/2004 953/2005 do Conselho Superior da Magistratura do Trib do de Sio Paulo autorizaram a criagio dos Setores de Co, a stado e possibilitaram a atuacéo de Conciliadores voluntdrios desde ue participantes de cursos preparatérios e de reciclagem, temos a honta de aptesentar esta obra, que tem o objetivo de orientar a instalacao dos setores de Gprcliacdo mediagdo e de servir de material de apoio aos servigos dos concilia, dores e mediadores das Varas Judiciais e dos Juizados Especiais Civels Ressaltamos que a mudanca de mentalidade dos operadores do Direito é fun- damental para a revolucdo na prestacdo jurisdicional que se pretende ‘se com o incentivo & cultura da pacificagaio, com aborda. tdgio em que se enccontra o emprego dos conciliadores no Poder Judiciério do Estado de Sao Paulo Em seguida, destaca-se a importancia da condusio efetive do processo pelo ula, com a introdugao de meios alternativos de solugdo de conflitos, mene hando-se as experincias das Comarcas de Serra Negra e Patrocinio Paul inauguraram o gerenciamento do processo nto Estado de Sao Paulo, a importancia da participagio do idores, dois fatores vitais para o Passase, entlo, a tratar da fungao do conciliador, ou seja, para que serve, EQmo deve atuar, quais so suas limitagdes, impedimentos ete, bem rome deg srmleas de negociagéo e mediacio, que muito podem contribuir para que seja atingida a autocomposi¢ao dos litgios. Nisando ao interesse de todos aqueles que buscam a pacificagdo social em Sra fuses, como Magistrados, Membros do Ministério Publica, Advogados etc, bem como daqueles que pretendem atuar como conciliadores e mediaaoren i ‘que, a partir da colaboragdo de varios mem: do CEBEPEJ, organizou-se a presente obra, Abs conta com a honrosa participasio do Prof. Vincenzo Vigoriti em postacio, 2g dual nos traz a perspectiva européia da utilizacéo dos meios alternativos ake Solucdo de controvérsias e destaca a necessidade de se abordar o tems 4 luo da acesso a Justiga, sPeramos que os textos ora apresentados auailiem na formagéo de uma paeagultura, incentivando os lidadores do Direito e a comunidade em geral a buscar novas formas de solusao de confitos e a promogdo da pox, 0s Coordenadores 1 Os Fundamentos da Justiga Conciliativa ADA PELLEGRINI GRINOVER, tular da Faculdade de Direito da Universidade de Sao Paulo Professora 1 4 fncia de que as vias interesse pela mediagdo e a conciliagao e a importa vias seneuais se revestem na soviedade contemnpordnea levaram ao renascer di area ic osicaio € a autocom- Se cert que, duente um longo period, heterocomporio sito foram eoreradas instruments proprio ds socedades prinitivas€ nis, enquanto o processo jurisdicional representava insupers congue da eho ressurge hoe ners peas vis atemadvas a0 proces, a ) ou encurté-lo, conquanto nao o excluam necessariament — Mase arbirgen,insunento deeterecompesie,embora spent alo méritos, sendo mais adequada do que 0 processo para lum deteinado grupo eSmntaaida ated em oe a co carps re no pelo jul, nas peo srl, J4 a autecompsio, qe abrange una tuultiplicidade de instrumentos, const ge ev os dtentors de cn flitos a buscarem a soluco conciliativa do litigio, funcionan do tercero apenas como intermedidro que ajuda as partes ase comporem. Pr iso, gir sam aaoconps fo ee ass ave ese flar de uma “cultura de concliagéo" que conheceu im se sedade ys ndwuial mas qe tem, nos pases em deseo Ia concation comme moyen d'viter le procs, Ratio geral apre tern 3 pide Rein fe i . eens bese 0 conciliazione come is alternative, F 2 Send Der pedi oa et Diz Proc-n® 35, 1980, p. 418), fendmeno seria proprio dos pases 2 instore atsntts desdobramentos, nfo apenas indicando, como fo salentado, i articipacéo na administragao esses puiblicos e privados, mas também ass relevante papel promocional de conscientizagdo politica Este estudo vai-se ocupar dos fundamentos da Dreende, entre outras téenicas, a mediagio e con: Jjustica conciliativa, que com- 2 Niohé divide de que orenascer das vias concliativas édevido, em grande arte, & ctise da Justica, E sabido que ao extraordinério Progresso cientifico do direito processual no sastgg naet © apereigoamento do aparelho judiciérioe da adminiseasto i Justia, A morosidade dos processos, seu custo, a burocratizagio na gestto dos pro- Tanga ride doe nlite procedimental a mentalidade do juz, que nem sempre langa mao dos poderes que os cédigos the atribuem; a falta dc informagio e de rientacao para os detentores dos interesses em confto; as deficenent se Pa Locinio gratuito, tudo leva a obstrugio das vias de acesso hjustgae so dna aa maggntt® 0 Judicidtioe seus usudrios. O que nao acarreta apenas o desen ‘mas tem como preocupante nte, que freqiientemente explode Fracenllts sociais, ou de buscar vas altemativasviolentas ou de qualquer ols inadeauadas (desde a justca de mao propria, passando por intemedigcsee voc ‘arias e de prepoténcia, para chegar até os “justiceiros”), Por outro lado, o elevado grau de litgiosidade, proprio da sociedade mo- dema, ¢ os esforcos rumo & universalidade da j io (um niimero cada vez sear Bessoas e uma tipologia cada vez mais ampla de casas que seca n oe Judiciério) constituem elementos que acarretam a excessive sobrecarga de juizes srmainas. Ba solucio ndo consiste excusivamente no aumento donviveena, UineeaaeyPOls quanto mais fil for o acesso a Jusiga, quanto mals ample ¢ verdad ens ae da jutisdigdo, maior ser o niimero de provessos, formands ans verdadeira bola de neve. sided ge esti, tepresentada principalmente por sua inacessibildade, Trae oidade e custo, poe imediatamente em realce o primeito fudanen vias “madara, enguanto Cappel observa nos referindo falar em “Sociedades de econo is Thm Dit Proc. i, 1981, p. 53.64), 9 0 exclusivo dos mo ada” (Appunt su cor a inadequacio da técnica processual para a solu ° ee guests que env Wem, seca canben estiio sobrecarregados, por forga da competénciz 0 alargs 1es atribuiu a lei. oe ee a objetivos qu ito aos esforcos no sentido de melhorar ro enho ca fund idade da justica, colocando-se Porranto numa dimen- ae : Nesse enfoque a mediacao e a conciliaco passam ao. Pa a da polftica judicidria. Deixa-se, assim, Eas vias como verdadeires equivalentes jurisdicionais, o que acaba se refletindo ‘em uma diversa terminologia. cic 40 atende apenas a reclamos de funcio- 1, a justica coneiliativa nao ; ate ae saantaalne ee nes ms eat tit teats ce Sm recs See ee ete que se pretende, através dos equivalentes jurisdicionais, ambém e se jc me tm objetivo, 10s sociais (como a paci (Como eelgpagie) ans tombe outs fundamen pod se tom ws sno vst se inserem no plane da pola judica epodem set a acca 6 mata licio, vista numa perspectiva ofndamento il as vis conciavas, coset ode pects soll. Esta, ia de rer, do € alcangada pla sentenea, deur roe t nsf Sen oO Ses aa een as, “onar a parcela de lide levada a juizo, sem possibilidade de qual aquela emergiu, como {i salientado que a justiga tradicional 6 vata Para o passado, enqusanto ajustic informal se dies futuro, A primei- ‘a julga ¢ sentencia; @ segunda compde, conclia, previne situagdes de tensées ¢ Mptites, exatamente onde a coexisténca é um relevant elemento wlan lucio das controvérsias néo é 0 Data oF probes Patt Certs tips de conflito, em que se far neceseéio arenas, Para os problemas de relacionamento que esto a base de litigiosidade, mais do ‘Me 208 meros sintomas que revelam a existncia desses probleme 5 Nistos, assim, os fundamentos funcional e social das vias coneil 8, pas- poltticn: mina aterceira dimensZo da concliacao, baseada em a fundai mento politico. dae de adentray agora, o aspecto da participasdo popular na administra. 6 da justea, pela colaboracao do corpo socal nos panei mediago € conciliacao. J Barticipacao popular na administragdo da justiga no & senio umm capitulo do amplo tema da democracia participative iroragerada centraizacio a que foram conduzidos os Estados moderos, dusting, Hemet se encontrou isolado perante Estado poles concepgées indivi. iailisas,mitow a vida social ao jogo des compericoes i Ge fendencias colecivisiasimpuseram autortatiramen ee polit. para ordesar ct2s; E, de um modo ou de outro, s6 restava @ ute oot ara ordenar a sociedad.” Wom 2 manifestagio da crise ¢ a comproveda insuficiéncia das estruturas Polticas, econdmicas e socais, as insténcias de partic ipacio propuseram uma al. i , Ou seja, a0 poder exercido por poucos, ainda ssidade de submeter a delegacao das Nasceu, assim, o principio participativo, cujo micleo se desdobra em dois ‘momentos principais: © primeiro, consistente na intervengio na hora da deci- 80% 0 segundo, atinente ao controle sobre o eneicicle de oder: Mas o principio 709-712, que fla, por isso mesmo, em justia coensten- nbém, do autos, Giudict non professionali: une 980, separa A warner way of era Hazard and ne gp, Franco Montoro, erdsde, patito, comunidad, Inf Leg., out /der, 1986, 192, po 7, * Vigo ners colette proce, Mio, Gute, 197, p 4 jariedade de formas, desde a simples na verdade, numa imensa v. desde as infomagio tomads de concnc pasando Pala sein acon : Ee ai ervgos, até chegar &intervengao nas deciséese Sond cin arti rats acu eos nanos de paris ae a ‘lacao A ati sua influéncia em rela¢ Jade jursdieona Na sta do dposs na Constuldo alana Sout ge Pilar debeagoa.t tos da participacéo popular : 3s diversos aspectos da p ni See eer ere a administragao da justia participa i i mee paca ustica~ significa a pre F peso vas i atapopdemossieas quar ned rreaasinlai daria quer mediante os esquemas da legitimagdo para ‘Aquela— a partici cfo ma adnisapte da jusdca~desdobra se, por suave, em diversas f _ Inseridos os procedimentos conciliativos aed Shera fae da politica judiciéria, a intervengao de 1s na a ina tan clea no ib da partipelo popular amiiasie a ae tia e instrumento de smo tempo, nstrumento de garant : Ee ea tees oes conte oe aed controle, configurando meio de inter cionalizados de conciliagao e mediacao. args pinceladas, os fandamentos funciona, sociale lca day is concliguvs, compre soar fnalmente qu a funcio “ein. rasocial n Ao nae luem,'” sendo antes coexi Ss f, asocal ea politica da concliagao nao se excluem, sen are coxitentes e compementares, a comporem o quadro harmonioso gue levaram 20 renaseer do nso 5 Roberco Papin La partcipaciin de ciudadanos en el poder politico, apud Montoro, iberdade, PS. 1 alder ines cole ep. 8 snes eae ee me sviluppi della giustizia amministrativa, Giur Cost., 1974, p. 2280, A Romano, anne © ga qe" euros js um mo de prepaio demoria pa pared ed en p. 12 55, com especial énfase & ° Gtev, Giudice dnico, et, p. 54, alude & convivéncia das mativason’ efficent porcecipasionstche A Mentalidade e os Meios Alternativos de Solucdo de Conflitos no Brasil rE KAZUO WATANABE Pesembargador aposentado do Tiibunal de Justia de Seo hea Professor Doutor da Faculdade de Direit le de Direito d Universidade de Sto Palo, Presidente doceacees 1 0 grande obstéet, no Brasil, utlizagi mai 0 Bras, &utlzago mais in meio ede outros mele aeration de eon es sa da conciliagao, da fltos, estd na form: E esse 0 modelo ensi inad nado em todas as acldades 0 en faculdade oferece aos alunos, em nivel mimeo as solugio ndocontencioan dae hens il. Quase de graduacéo, disciplinas volta- 2 Apés a Lei n® 9.307, de 19 ici sera nee asa Are samen oeM Nos Juizados Especiais a conciliagéo & Praticada mais inten. s Irealsndat, como foi revelado por uma recente pesquisa de (CEBEPED, 9 ndin cit4 Pelo Centro Brasileiro de Estudos ¢ Pesyuine Noli }, © indice de solugdes amigéveisalcancadas deita ment em razio da falta de investimento maior no recrutamento, capacitagao e treina mento dos conciliadores/mediadores. 4 Todavia, nem sempre foi assim em nossa histéria juridica. Tivemos no pas- sado, por exemplo, a Constituigdo do Império (1824), que em seu art. 161 dispu- nha expressamente que “sem se fazer constar que se tem intentado o meio da reconciliagéo, nao se comecaré processo algum”. E 0 art. 162 estabelecia que “para esse fim haverd juiz de paz”. Na Constituigdo atual, o juiz de paz recupera, em parte, sua importancia ' ciso I do art. 98 dispde que, na forma I exercer “atribuigdes conciliatérias, sem carter jurisdicional, além de outras previstas na legislagao", Mas no consta tenha, até agora, alguma unidade da Federacio Brasileira organizado a justiga de paz para lhe conferir essa importin- cia funcional, 5 Onosso atual sistema processual, na linha sempre seguida pelo nosso legis- lados, procura prestigiar, em varios dispositivos, os meios altemativos de solucéo de conflitos, como a conciliacao (arts. 125, IN 331, 447 a 449, 599, do CPC) ¢ a arbitragem (lel de juizados especiais, anteriormente juizados de pequenas causas). E temos agora a lei especial de arbitragem (n® 9.307/1996). 6 Todavia, a mentalidade forjada nas academias ¢ fortalecida na praxis fo- rense ¢ aquela ja mencionada, de solugao adjudicada autoritativamente pelo jui2, Por meio de sentenca, mentalidade essa agravada pela sobrecarga excessiva de servigos que tém os magistrados (0s jutzes civeis da Capital do Estado de Sio Paulo recebem, anualmente, cerca de 5.000 novos processos) 7 Disso tudo nasceu a chamada cultura da sentenga, que se consol sustadoramente. Os juzes preferem proferir sentenca ao invés de as partes para a obtencéo da solugdo amigével dos conflitos. Sentei tos casos, € mais facil e mais cmodo do que pacificar os de conseqiiéncia, a solugao dos contfltos. 8 Em razio dessa mentalidade, 0 art. 331 do Cédigo de Processo Ci determina a designacéo de audiéncia preliminar para a tentativa de concii Para um contato pessoal entre as partes e seus advogados, e destes com o juiz e, fem caso de insucesso na tentativa de conciliagéo, para a fixago oral pelo juiz, apés ouvir as partes, dos pontos controvertides da causa, é cumprido como mera formalidade por muitos magistrados. Poucos se aperceberam do real objetivo do legislador, que é o de indugo de papel mais ativo do juiz na condugdo dos Processos e para o efetivo cumprimento do principio da imediatidade, que € uma das bases do processo oral adotado pelo nosso legislador process A solucéo adotada pelo art. 331 teve por base o conhecido “Modelo de Stuttgart de audiéncia no processo civil”, que alcancou grande éxito na Re- emanha, conforme informa FRITZ BAUR ( R (Transform: il em nosso tempo”, tradugao de J. i Rev, Brasil Direto Procssual,Uberaba, v7, p 61). PA POSA MOREIRA, A nota marcante desse modelo esta a a lo estd na realizagao, em “esta Puro’, dos prncipios fundamentais da oralidade © da imedintae com propriedade anota FRITZ BAUR. ca ‘ato lireto dos litigantes entre sie deles com o tribunal, o que t a ca um grande numero de acordos. ees grande icidrio, de meios alternativos norte-americanos, como na Cal até o julgamento final. £ verdade dades, como o jiri para as causas rovas (discovery) e outras peculi \duzem a aceitaga de mes alteratios de slug : solugio de conto (ADR), mas de wea indice mencionado é simplesmente espantoso. eee oes E mesmo nio ocorrendo 0 acordo, im 20 juiz a eliminagéo das questbes 0 de modo a fazé-lo caminhar para 0 em custo exagerado, , de juiz mais ativo na conducdo dos processos, é 0 fun- lo art. 331 do nosso estatuto processual, mas no foi como ja ficou anotado, be : some i fc bem compreendido por uma grande parte dos operadores 110 que prevalece entre ns em 22,04 Prevalece entre nds, amentavelmente,é cultura da senten Ea conseaiéncia dis, o Estado de Sto Paulo chegoua ter asda 300000 fuses sguardando distrbuicio nos tibunals de segundo meee oho oe ica e dois Tribunais de Alcada Cit , hoje unificados num sé Tribunal). ‘A demora no julgamento dos recursos no Estado de So Paulo era, & época, superior a quatro anos. Hoje, apesar da distribuigao imediata de todos os recur 50s determinada pela Emenda Constitucional n® 45, de 2004 (CE, art. 93, XV), a demora continua ainda bastante preocupante. 12 0 Tribunal de Justica do Estado de So Paulo, no primeiro semes 2003, iniciou o Plano de Conciliagao em Segundo Grau de Jurisdicéo. E no do segundo semestre de 2004, deu inicio ao Setor de Conciliagdo em Primeiro Grau de Jurisdigéo, com 2 participagio inicial de cinco Varas Civeis e, na fase pos- terior, de todas as Varas Civeis do Forum Jodo Mendes Jr, e com o recrutamento de Conciliadores experientes. Com esse modelo, o que se pretende ¢ aliviar o juiz da causa das atividades de conciliagéo, atribuindo a funcdo a um pessoa que nao iré julgar a causa, vol sivamente A conciliacio/media¢ao, com capacitacéo e treinamentos especificos e com possibilidade de dedicar mais tempo para a sua atividade de facilitador das partes na busca do caminho para a solugao amigdvel do conflito. 13 O Centro de Estudos e Pesquisas Judiciais (CEBEPES) promoveu recente- mente, com a participagao de juizes, promotores e advogados, um estudo sobre © gerenciamento de processos, € disso resultou um projeto piloto que foi im- plantado, experimentalmente, nas Comarcas de Patrocinio Paulista e Serra Ne- gra. Em razio do sucesso obtido, a experiéncia foi recentemente aprovada pelo Conselho Superior da Magistratura do Tribunal de Justica de Sao Paulo, tendo sido assim oficializada a experiéncia em 14 de outubro de 2004. (Para informa- ges mais completas a respeito, cf. VALERIA FERIOLI LAGRASTA, O gerencia- mento de casos, Direito e administragao da justiga, Coordenado por VLADIMIR, PASSOS DE FREITAS e DARIO ALMEIDA PASSOS DE FREITAS, Jurud Editora, 2006, p. 195-209.) 14 Dando prosseguimento a essa orientacéo, de utilizagdo pelo préprio Ju- dicidrio de meios alternativos de resolugdo de conflitos para o melhor exercicio da funcao jurisdicional, o Conselho Superior da Magistratura do Tribunal de Jus- tica de Sao Paulo editou 0 Provimento n* 893/2004, alterado parcialmente pelo fovimento n* 953/2005, autorizando a criagdo e a 0 do Setor de Con- o em todas as comarcas do Estado para questées civeis que versem sobre direitos patrimoniais disponiveis, questdes de familia e da infancia e juventude. 15 Temos fundadas esperancas de que, com essas inovadoras iniciativas do ‘Tribunal de Justiga de $0 Paulo, assistiremos logo mais ao surgimento de uma nova cultura, nas academias, nos tribunais, na advocacia, enfim, em todos os segmentos de atuacio prética dos profissionais de Direito. Eh também, para reforcar essa convicgéo, as experiéncias exitosas de varios onstras Fstados da Federacdo. presidido pela Ministra ELLEN acaba de lancar 0 “Movimen. iar 0s operadores da Justia, @ sociedade, para promover a iplementar a Justica de conciliagao Com todas essas ini certeza, paulatinamente ciativas, a atual cult ; substituida pela eultara a pie Serd, com toda a 3 Mediacao, Conciliagao e suas Aplicacées pelo Tribunal de Justiga de Sao Paulo CAETANO LAGRASTA NETO Desembargador do Tribunal de Justica de Séo Paulo 1 Introdugéo Desde logo, impde-se o dilema proposto pelo Prof. Kazuo Watanabe, a0 se referir aos Juizados Especiais: © que queremos de um sistema alternativo de solugio de litigios? Uma solugdo que privilegie 0 acesso a Justica para os mais humildes; ou a solugao para a crise do Judiciério? Devemos pensar no destinatadrio, ndo na ineficiéncia dos aparelhos de Esta- do ou na dos prestadores de servigos (nos Juizados Federais, onde predomina a l6gica do Executivo, pretendem-se eliminar agdes coletivas, privilegiando a fragmentagio dos conflitos, inclusive com a diminuigio da algada). Se nao houver mudanga na estratégia na solugéo de conflitos, com intensa utilizacio de meios alternativos, previsto 0 engajamento de todos os lidadores do Direito, inclufdos os servidores da Justica, ¢ 0 treinamento dos estudantes, desde (0 bancos académicos, dificilmente se conseguird alcancar o objetivo de amplo e irrestrito acesso a uma ordem juridica justa, que nos encaminhe & mudanca de mentalidade. © segundo dilema, também proposto por KAZUO WATANABE, reside no confronto entre a cultura da sentenca e a pacificacao dos conflitos. Assim tem sido constante a tentativa de encontrar a solucao do litigio na propria litigancia, sem pacificar 0s contendores, através da sentenca e do sistema de recursos, per-

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