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METODOLOGIA DA PESQUISA Un aculdade Batista do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul reco Geral Pr. Fernando Brando Coordenagao Académica Prof. Dr. Valtair Afonso Miranda Coordenagao do Centro de Desenvolvimento Mi Pr, Samuel Moutta Coordenagio de Financas Juarez Solino Coordenagao de Comunicagao e Marketing Pr, Jeremias Nunes dos Santos Coordenacao de EAD Pr. Prof. Dr. Joo Ricardo Boechat Pires de Almeida Sales Editor Responsavel Comité de Apoio Técnico Prof. Dr. Valtair Afonso Miranda Luanda Clara Ribeiro Ferreira Figueiredo . Matheus Garcia Coelho Editores Raphael Andrade de Godoy Prof. Dr. Jodo Boechat Viviane Paix3o Prof. Dr. Dionisio Soares Autora Profa, Dra. Maria Celeste Castro Machado Profa, Ms. Clatidia Boechat Profa. Dra. Teresa Akil Reviséo Prof. Dr. Valtair Afonso Miranda ee . Profa. Cldudia Luiza Boechat Pires de Almeida Sales Coordenacao Editorial Arte Pr. Jeremias Nunes dos Santos Oliverartelucas 0s artigos publicados sdo de inteira responsabilidade de seus autores e nGo refletem, necessariamente, a opinido da Instituigéo e seu Conselho Editorial. ISBN: Endereco para correspondéncia: Rua José Higino, 416 -Tijuca 20510-412 - Rio de Janeiro - RJ 1) 98720-5716 Semindrio Teoldgico Batista do Sul do Brasil www.seminariodosul.com.br Faculdade Batista do Rio de Janeiro Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut Apresentacao Iniciamos, nesse material, um novo trilhar no caminho da apren- dizagem. A disciplina intitulada Metodologia da Pesquisa, também conhecida como Metodologia Cientifica da Pesquisa ou Metodologia Cientifica. Trata-se de uma disciplina que apresenta um grande desafio a conquistar, pois, possui uma intercomunicagao com todas as demais disciplinas estudadas neste curso, como também é fundamental na formagao académica de todo aluno. Metodologia da Pesquisa busca fornecer instrumental para qualifi- car a escrita académica. Prover bases metodoldgicas para desenvol- vimento dos trabalhos cientificos que deverao ser produzidos no per- correr do curso. Traz direcionamento e norte as pesquisas de todas as disciplinas, como a disciplina PCC - Projeto de Conclusao de Curso e na elaboracao do TCC - o Trabalho de Conclusao de Curso, estas duas disciplinas possuem médulo especifico. E uma disciplina desafiante, porque quer levar o estudante a com- preender os caminhos da ciéncia. Um discurso sobre o caminho que ele deve percorrer para fazer ciéncia. Parte fundamental na formagao profissional, nos estudos futuros de especializagdo, como também, o acompanhara ao longo de sua vida pessoal. Metodologia da Pesquisa é disciplina que capacita 0 estudante a avaliar métodos, identificar limites e implicacdes que dizem respeito As suas utilizacdes. E 0 conjunto dos procedimentos que o aluno de- vera utilizar, as técnicas e teorias em geral. A Metodologia descreve, analisa e avalia a aplicacao do método, por meio de procedimentos e técnicas que garantem a legitimidade do conhecimento obtido. Esclarece seus objetivos, utilidades e con- sculdade Batista lode Janero Seminario ¢0 sul sequéncias, compreendendo todo 0 processo da pesquisa cientifica. Desejamos percorrer esses caminhos de um modo interessante, pro- dutivo, rico e bastante pratico. Nossa ora¢ao ao Senhor é: Venha o Teu Reino! Que a Tua vontade seja feita em nds, na terra, assim como é feita nos céus. Em Cristo, que é a nossa esperanca, Prof? Claudia Luiza Boechat Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut Sumario Apresentagao ..... Introdugao Capitulo 1 - Metodologia da Pesquisa 1.10 que é Ciéncia?. 1.2 Tipos de Conheciment 1.2.1 Conhecimento Empirico = Senso Comum 1.2.2 Conhecimento Religioso 1.2.3 Conhecimento Filosdfico 1.2.4 Conhecimento Cientifico... 1.3 Método Cientifico 1.3.1 Resumo da Evolucao Histérica do Método da Pesquisa Cienti- fica 1.3.2 Diversidade de Métodos 1.3.2.1 Métodos de Abordagem ou Métodos Gerais A) Método Dedutivo.... B) Método Indutivo ... C) Método Dialético ... D) Método Hipotético-Dedutivo .... e) Método Fenomenoldgico ... Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul 1.3.2.2 Métodos de Procedimentos ou Métodos Especificos .36 A) Método Histérico..... B) Método Experimental ... C) Método Observacional .. D) Método Comparativo...... E) Método Estatistico F) Método Clinico ..... G) Método Monografico ..... 1.3.3 Método e Técnica. Leitura Complementar CAPITULO 2 - Redagio Cientifica. 2.1 Pardgrafo ..... 2.2 Pardfrase..... 2.2.1 Exigéncias ao se fazer uma Parafrase.... 2.2.2 Formas de se fazer uma Parafrase.. 2.2.3 Nao confundir com Parédia . 2.3 Plagio CAPITULO 3 - Normas Gerais para Registro de Citagées.. 3.1 Citagées...... 3.1.1 Citagdo Direta..... Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut 3.1.2 Citagdes Indiretas..... 3.1.3 Citagdo de Citagao.... 3.1.4 Destaque do Texto... 3.1.5 Traducao de Texto 3.1.6 Coincidéncia de Sobrenome.... 3.1.7 Observacao importante..... 3.1.8 Sistema de Chamada da Cita¢do no Texto... CAPITULO 4 - Normas Gerais para Registro de Referéncias........ 77 4.1 Referéncias .. 4.1.1 Indicagao das referéncias. 4.1.2 Formatacdo das Referéncias 4.1.3 Localizagdo das Referéncias.... 4.1.4 Principais normas de Apresentacao das Referéncias..... 4.1.4.1 Obra Monografica ..... 4.1.4.2 Capitulo de Livro... 4.1.4.3 Artigo de Revista ou Periédico.. 4.1.4.4 Revista... 4.1.4.5 Artigo de Jornal ... 4.1.4.6 Dissertacdo de Mestrado e Tese de Doutorado .. 4.1.4.7 Trabalhos Publicados em Anais de Eventos..... 4.1.4.8 Documentos em Meio Eletrénico - Internet... Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul 4,2 Regras Complementares de Referéncias (NBR: 6023, ago. 2002) 95 4.1.4.9 Patente.. 95 4.3 Dicas Importantes...... 99 CAPITULO 5 - Principais Tipos de Trabalho Cientificos Académi- cos. + 102 5.1 Tipos de Trabalhos Académicos ... + 103 5.1.1 Sinopse. 5.1.2 Fichamento.... 5.1.2.1 Ficha de Citagao. ... 105 5.1.2.2 Ficha de Resumo .. 107 5.1.3 Paper... .. 108 5.1.4 Resumo..... 5.1.4.1 Tipos de Resumo .. 114 5.1.4.2 Técnicas de Elaboragdo do Resumo ... 5.1.4.3 Resumo, Como Tipo de Trabalho Académico ..... 5.1.4.4 Resumo Técnico 5.1.5 Resenha.... 5.1.5.1 Requisitos necessdrios para se fazer uma resenha 5.1.5.2 Estrutura da Resenha, como tipo de Trabalho Académico 120 5.1.5.3 Informagées indispensaveis na Resenha .. 121 5.1.5.4 Estrutura na Apresentacao da Resenha .... 5.1.6 Ensaio ... 122 Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut 5.1.7 Dissertacao de Mestrado +123, 5.1.8 Tese de Doutorado 5.1.9 Artigo Cientifico.... 128 5.1.10 TCC - Trabalho de Conclusao de Curso / Monografia .129 CAPITULO 6 - Introdugdo a um Projeto de Pesquisa... 6.1 Leitura de Textos.... 6.2 Redacao do Texto Cientifico 6.3 Técnicas para Elabora¢do do Texto Cientifico .. 138 6.4 Construcdo de um estilo de redacao.. + 144 6.5 Redacao do Texto Académico.... 2145 6.6 Esquema para Organizacao Pessoal da Pesquis: 146 6.7 Conselhos Uteis .... 1.148 6.7.1 Esquematiza¢ao do Plano da Pesquisa... + 148 6.7.2 Preparacao do Plano de Pesquisa... +148 6.7.3 A Redacao do Plano de Pesquisa .... 149 6.7.4 0 Estresse . 149 6.7.5 Os Bloqueios 150 Concluséo.... 153 Referéncias Apéndice ... Exercicios de Avaliagao .... Faculdade Bata INTRODUGAO Uma das grandes diferencas entre o ser humano e os outros ani- mais é a necessidade que o humano tem de saber, de aprender, ad- quirir conhecimento, saber o porqué das coisas, dos acontecimentos, de conhecer o mundo exterior e interior. Abusca do aprendizado constréi uma trilha, um caminho, um pro- cesso. Quanto mais percorre, o caminhante tem a possibilidade de compreender, analisar e aprender com o mundo a sua volta. O conhecimento tem o poder de transforma-lo, de torna-lo um ser com novo olhar sobre si mesmo, sobre 0 outro e sobre o mundo. O sentido etimoldgico das palavras aponta os primeiros sinais para uma compreensao. Método, palavra originada do grego met-hddos, significa “seguindo 0 caminho”. Que espécie de caminho o método propde? O caminho do conhecimento. Uma pesquisa organizada, com légica e sistemati- zag, para se alcancar um objetivo. E o caminho através do qual se faz ciéncia. Ciéncia, do latim scientia, significa “conhecimento, saber alcangado, habilidade, arte”. Apalavra Pesquisa deriva do termo em latim “perquirere’” e signifi- ca: procurar com perseveranga. Pesquisar significa procurar respos- tas para indagac6es propostas. O conhecimento cientifico obtido no caminho, no processo meto- doldgico, tem como finalidade, na maioria das vezes, explicar e discu- tir questdes especificas e relaciond-las a outros fatos e fendmenos. GALLIANO (1986, p.26) escreve: “Ao analisar um fato, o conheci- mento cientifico nado apenas trata de explicd-lo, mas também busca descobrir suas relagdes com outros fatos e explica-los”. sculdade Batista lode Janero Seminario ¢0 sul O caminho pelo qual se propdem a obter o conhecimento cientifi- co deve sempre ser direcionado por procedimentos técnicos e meto- doldgicos bem definidos, visando fornecer subsidios necessarios na busca de um resultado provavel ou improvavel para a hipétese pes- quisada, além de auxiliar na deteccdo de erros e na tomada de deci- sao do cientista (PRAGA, 2015, p.72). Cervo e Bervian (2002, p. 16) afirmam: A ciéncia 6 um modo de compreender e analisar o mundo empirico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento cientifico através do uso da consciéncia critica que levara o pesquisador a distinguir o essen- cial do superficial e o principal do secundario. A Metodologia da Pesquisa é capaz de proporcionar uma compre- ensdo e analise do mundo através da construcao do conhecimento. Compreensao e analise através de um conjunto de técnicas e méto- dos. Ao percorrer 0 caminho do saber, 0 processo ensino/aprendiza- gem, o estudante adquiriré conhecimento. Vivenciard 0 real significa- do de Metodologia, “caminho de estudo a ser percorrido” da Pesqui- sa, “procura com perseveranca”, para se produzir Ciéncia, “o saber alcancado”, A extrema importancia de se estudar os caminhos do saber esta que os caminhos, ou seja, os métodos, s40 procedimentos ou normas para a realizagao de trabalhos académicos, a fim de dar ordenamento aos assuntos pesquisados. O método é um conjunto de procedimentos sistematicos no qual os questionamentos so utilizados com critérios de carater cientifico, para termos fidedignidade dos dados, envolvendo principios e nor- mas que possam orientar e possibilitar condigdes ao pesquisador, na realizagao de seus trabalhos, para que o resultado seja confiavel e te- nha maior possibilidade de ser generalizado para outros casos. Faculdade Bata Sao esses procedimentos técnicos e metodolégicos que ajudarao a encontrar respostas para questionamentos tais como: O que é mé- todo? O que é metodologia? Por que pesquisar? Para que pesquisar? O que é ciéncia? O que é cientifico? A resposta a essas questdes pode manter-nos no trilho certo. Nao temos a pretensdo de esgotar o assunto, mas, de direcionar esclarecimentos sobre as principais questées da area para aqueles Cuja pretensdo seja a de apresentar trabalhos de forma adequada ao contexto académico, e assim contribuir para a forma¢ao académica e profissional de todos aqueles que buscarem no presente material ferramenta de auxilio na caminhada. Entendemos que os aprofundamentos teéricos deverdao ser busca- dos em bibliografias especificas de cada area de interesse. Procuramos, na medida do possivel, seguir rigorosamente as re- gras definidas pela ABNT - Associac4o Brasileira de Normas Técnicas, ao falarmos sobre a elaboracao dos trabalhos cientificos. Esta diante de cada estudante o grande desafio: que ao término desse estudo, tenha dominado as técnicas e metodologias para de- senvolver a contento o seu trabalho cientifico, em um projeto de pes- quisa com relevancia cientifica. Que a estrutura do trabalho que ira desenvolver o faga deixar a sua zona de conforto. Que o faga analisar, interpretar e participar ativa- mente do seu processo de aprendizagem e o faga transitar pelos ca- minhos do saber, com uso de instrumentos cientificos para alcangar a originalidade académica. Por fim, pedimos a Deus, que sejamos instruidos pelo Seu Espirito, o ensinador e condutor em todo o caminhar. Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut CAPITULO 1 METODOLOGIADAPESQUISA Importante verificar, mais uma vez, a defini¢do etimoldgica do ter- mo METODOLOGIA. Este vem do grego “metd”, ao largo; “odds”, ca- minho; “logos”, discurso, estudo. Disciplina que estuda, compreende e avalia os métodos disponiveis para se realizar uma pesquisa aca- démica. Como dissemos anteriormente, Metodologia é “caminho de estudo a ser percorrido”. Diciondrio Online de Portugués afirma: Palavra PESQUISA deriva do termo em latim “perquirere” e significa: procurar com perseveran- ¢a. Pesquisar significa procurar respostas para indagacdes propos- tas. Ainda complementa: Pesquisa é um conjunto de agdes que visam a descoberta de novos conhecimentos em uma determinada drea, principalmente no ambito cientifico. Demo (2000, p. 34) define a pesquisa como atividade cotidiana, considerando-a uma atitude, “um questionamento sistematico criti- co ecriativo, mais a interven¢o competente na realidade, ou 0 didlo- go critico permanente com a realidade em sentido teérico e pratico”. Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul Em um nivel aplicado, a Metodologia examina, descreve e avalia métodos e técnicas que possibilitam a coleta e o processamento de informagées. Aplica procedimentos e técnicas para a construgdo do conhecimento. A pesquisa cientifica possui caracteristicas préprias, dai a impor- tancia de se saber 0 que é Ciéncia. 1.10 QUE E CIENCIA? CIENCIA, etimologicamente, é um termo que vem do latim scientia, que significa conhecimento ou pratica sistematica. Em sentido estri- to, ciéncia refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no método cientifico, bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de pesquisas. Aciéncia demonstra que é capaz de fornecer respostas dignas de confianca sujeitas a criticas. E uma forma de entender, compreender os fendmenos que ocorrem. Na verdade, a ciéncia é constituida pela observacao sistematica dos fatos; por intermédio da anilise e da ex- perimentag4o, extraimos resultados que passam a ser avaliados uni- versalmente. Trujillo Ferrari (1974) afirma que Ciéncia é todo um conjunto de ati- tudes e de atividades racionais, dirigida ao sistematico conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido 4 verificacao. Lakatos e Marconi (2007, p.80) escrevem que Ciéncia é sistematiza- ¢ao de conhecimentos, e, além disso, é “um conjunto de proposicdes logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fend- menos que se deseja estudar”. Aciéncia tem a sua importancia como uma forma de conhecimen- to humano, objetivo, racional, sistematico, geral, verificdvel e falivel. Faculdade Batista fda Fla Janeiro ‘Seminsrio go sul 1.2 TIPOS DE CONHECIMENTO No conhecimento cientifico, o pensar deve ser sistematico, verifi- cando uma hipétese (ou conjunto de hipoteses), atribuindo o rigor na utilizagdo de métodos cientificos. Dessa forma, o trabalho cientifico configura-se na producao ela- borada a partir de questées especificas de estudo. Por isso nele o conhecimento cientifico ganha destaque, uma vez que se torna o ponto de partida e de chegada das atividades que cor- respondem a formagao superior. Entretanto, o conhecimento cientifico nao é 0 Unico tipo de conhe- cimento que a humanidade produz e utiliza. Tampouco podemos di- zer que esse conhecimento é o mais importante. Sua importancia se da em funcdo do contexto histérico e social do qual ele surge, afinal, todo conhecimento est a servico da sociedade que o criou. Entretanto, o conhecimento humano manifesta-se de varias for- mas, algumas mais simples e praticas, outras tedricas e complexas. Verifiquemos alguns deles. @ culdade Batista ene ance Seminario 2080) 1.2.1 CONHECIMENTO EMPIRICO = SENSO COMUM O conhecimento empirico, popular, o senso comum, se satisfaz com informagées infundadas e superficiais obtidas nas suas relagdes sociais cotidianas. Diferentemente de outras formas de conhecimen- to, nado traz preocupacao com a légica e a comprovacao. Originario da simplicidade das pessoas comuns, cuja interagao com a realidade se da de forma espontanea e desembaracada, sem a necessidade de técnicas e métodos rigidos. Muitas vezes baseado so- mente em supersticées, crencas e mitos, tenta dar respostas a varias situagGes da realidade, sempre de forma emotiva e ingénua. Outra caracteristica do senso comum 6 ser transmitido pela ora- lidade, de individuo para individuo e de geragdo para geracdo. Por isso, nado tem o compromisso com a comprovacao, uma vez que as crengas que muitas vezes fundamentam suas “verdades” baseiam-se em casuismos. Embora o conhecimento empirico seja muitas vezes negado no meio académico, deve-se reconhecer que seu surgimento e utilizagao correspondem a uma visdo especifica de mundo, presente em con- textos sociais marcados pela espontaneidade, como nas comunida- des agrdrias e interioranas. E importante saber, também, que do conhecimento do senso co- mum pode-se desenvolver o conhecimento cientifico, pois ditos po- pulares podem gerar questées que, as vezes, levam a pesquisa e a investigac4o cientifica, ou seja, aquilo a que o senso comum n§o res- ponde, a ciéncia pode responder. Para melhor entendimento, o exemplo nos tratamentos médicos esclarece esta questdo. Muitos remédios foram utilizados, inicial- mente, pelas comadres. O conhecimento deles era advindo do senso comum, muitas vezes chamado de conhecimento vulgar. No entanto, 0 método cientifico comprovou a eficacia de cura em muitos deles. Ent&o passam a ser considerados um conhecimento cientifico. eB Qe Batista otloe ane Semis so) 1.2.2 CONHECIMENTO RELIGIOSO O conhecimento religioso, também chamado de conhecimento teoldgico, refere-se a uma forma encontrada pela humanidade para explicar a parte da realidade que nao é captada facilmente pelos sen- tidos e, portanto, foge as explicagdes do senso comum. Diante de situacdes e fendmenos algumas vezes inexplicaveis de forma racional, os seres humanos buscam formas para responder as indagagées que pertencem ao campo da metafisica, tais como: vida apés a morte, origem da humanidade, o conceito de bem e de mal etc. A validade do conhecimento religioso depende da fé professada por aqueles que consideram legitimas as verdades reveladas, e essas verdades precisam apresentar um sentido, uma coeréncia minima para que haja uma motivacao por parte dos seguidores. Segundo Gaarder (2005, p. 21), a religido sempre teve um aspecto intelectual. O crente tem ideias bem definidas sobre como a huma- nidade e o mundo vieram a existir, sobre a divindade e o sentido da vida. Esse é 0 repertério de ideias da religido, que se expressam por cerimGnias religiosas (ritos) e pela arte, mas em primeiro lugar pela linguagem. Tais express6es linguisticas podem ser escrituras sagradas, cre- dos, doutrinas ou mitos. Entre as caracteristicas do conhecimento religioso, podemos des- tacar sua irrefutabilidade como a mais marcante, aspecto fortemente influenciado por um elemento decisivo desse tipo de conhecimento: o dogma. Ao longo da histéria da humanidade, esse tipo de conhecimento sempre esteve presente e, devido a sua condi¢do inquestionavel, tem servido como instrumento de controle e coergao. Faculdade Batista 0. rere Se or Em algumas nacGes, Estado e Religido fundem-se, como no caso de alguns paises arabes. 1.2.3 CONHECIMENTO FILOSOFICO AFilosofia é uma area da atividade intelectual humana que se ocu- pa em refletir sobre a realidade, de forma radical e profunda. Pode-se dizer que existem dois tipos de Filosofia: uma que se en- contra presente no diaa dia, que nos permite elucidar as contradigdes da realidade; e outra formada por sistemas filosdficos, normalmente elaborados por grandes pensadores. Os dois tipos de filosofia podem ser complementares ou nao, ou seja, a formagdo académica em Filosofia nao é condi¢do determinan- te para que um individuo tenha uma “atitude filoséfica” perante a re- alidade circundante. 20 Faculdade Batista abo de ane Do mesmo modo, reconhecemos que qualquer pessoa pode fazer uso da filosofia em seu dia a dia para pensar de forma profunda as contradigdes que nao sao perceptiveis facilmente por qualquer outra forma de conhecimento. O conhecimento filosdfico difere-se de outras formas de conheci- mento por seu objeto. Seu foco esta em questdes que pertencem ao campo da abstragado e que, portanto, fogem a realidade imediata que é apreendida facilmente pelos sentidos. Segundo Cervo e Bervian (2002, p. 10), “filosofar é interrogar. A in- terrogacdo parte da curiosidade. Essa é inata”. Se a interrogacao é o ponto de partida da filosofia, isso significa que a resposta as questdes que ela formula foge de seu campo de atuacao. N&o é, no entanto, qualquer questionamento; trata-se de uma ten- tativa de elucidagdo, de evidenciar eventuais contradigdes que a per- cep¢do mais imediata nao alcanga. Sdo muitas as contribuigdes que o conhecimento filosdfico apre- senta. Uma delas é a construcdo de uma consciéncia critica sobre a realidade, pois, de modo geral, somos tomados pela rotina das ativi- dades sociais que desempenhamos, o que nos absorve para 0 habi- to de proceder todos os dias da mesma maneira, sem nos ater as sinuosidades do real. Para percebermos isso, é pre- ciso langar mao do conhecimen- to cientifico, que possibilita a elevagao do nosso senso critico, mediante 0 uso das faculdades mentais mais elevadas. a Oe Batista dotode lance Seminario 2080) 1.2.4 CONHECIMENTO CIENTIFICO Marcas caracteristicas do Conhecimento Cientifico: Sistematizagao: O conhecimento cientifico é marcado pela siste- maticidade. Essa importante caracteristica é apreendida em parte nas aulas de Metodologia da Pesquisa. Experimentagco: Outra parte, que pertence ao nivel da experi- mentacdo, apreende-se com a pratica da ciéncia, por meio da pes- quisa, da produ¢do do conhecimento e de seu uso exaustivo. » Dinamico: Pode-se dizer que o conhecimento cientifico é também dindmico. Primeiro, porque nao se produz nada em ciéncia, sem que se tenha um ponto de partida, uma leitura prévia, uma revisdo de literatura. Segundo, porque a producao cientifica nunca sera definitiva, absoluta. Em ciéncia, tudo tende a ser objetivo e consistente, mas relativo e, algumas vezes, provisério. Exemplo disso é que algumas “verdades” cientificas jd cafram por terra, como 0 fato de que no passado se acre- ditava que as florestas eram as maiores responsaveis pela produgao de oxigénio do planeta. Hoje ja se sabe (cientificamente) que sao os fitos planctons, seres muito pequenos que vivem nos mares, tém clo- rofila e realizam fotossintese. » Formalizagao: Outro aspecto fundamental do conhecimento cien- tifico é a formalizacdo. Em ciéncia, as regras devem ser criterio- samente observadas. A inobservancia dos determinantes formais para a producao do conhecimento cientifico pode comprometer seu reconhecimento perante o meio académico. Demo (2009, p. 29) acredita que “dentro da nossa tradi¢ao cienti- fica, cabe em ciéncia apenas o que admite suficiente formalizagao, quer dizer, pode ser analisado em suas partes recorrentes. Pode ser vista como polémica tal expectativa, mas é a dominante, e, de modo geral, a Unica aceita”. Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut Verificabilidade: Além da formalizacao, as descobertas que per- tencem ao dmbito do conhecimento cientifico possuem a carac- teristica da verificabilidade, isto 6, devem estabelecer uma corres- pondéncia direta com a realidade objetiva e serem passiveis de comprovacao. Tal comprovacao obedece a particularidade de cada area do co- nhecimento cientifico: Ciéncias Humanas, Ciéncias Sociais, Ciéncias Exatas etc. Em alguns casos, essa verificagado ocorre no ambito de um labora- tério repleto de equipamentos; em outros casos pode ser mediante um trabalho de campo ou mesmo uma pesquisa bibliografica. Além disso, nado pode prescindir de uma logica argumentativa que dé coe- réncia e validade aos resultados apresentados. Por outro lado, muito mais do que uma forma de responder as questées que a realidade apresenta, de forma objetiva e sistematica, o conhecimento cientifico reflete uma visdo de mundo prépria de um modelo de sociedade alicergado na ldgica, na objetividade do real. Durante algum tempo se acreditava que a neutralidade era mes- mo uma marca desse tipo de conhecimento. Entretanto, j4 se sabe que nao ha um conhecimento puro, pois todo conhecimento esta a servico dos interesses sociais que fundamentam e legitimam seu uso. O discurso da objetividade, da neutralidade e da legitimidade ab- soluta do conhecimento cientifico tem sido questionado em fungdo da onda pds-moderna, que tem tomado a academia, especialmente a partir da Ultima metade do século XX. Aciéncia, portanto, firmou-se no bojo de um movimento que bus- cava universalizar os valores humanos para construir de forma coe- rente um Unico discurso ocidental. Tal movimento pode ser chamado de modernidade. Quadro 1 - Caracteristicas dos tipos de Conhecimento Cientifi- co e Conhecimento Empirico ‘ aculdade Batista jolode Jancre CONHECIMENTO CIENTIFICO CONHECIMENTO EMPiRICO Real - lida com fatos Valorativo - baseado nos valores de quem promove o estudo. ou falsidade é conhecida atra vés da experiéncia: Contingente - sua veracidade Reflexivo - nao pode ser re- duzido a uma formulagao ge ral Sistematico - forma um sis- cimentos dispersos e desco- nexos, tema de ideias e nao conhe- Assistematico - baseia-se na organizacao de quem promo- ve 0 estudo, ndo possui uma sistematizacaio das ideias que explique os fendmenos. vel - 0 que n3o pode ser ve- rificado ou demonstrado nao é incorporado ao Ambito da ciéncia, Verificavel ou demonstra- icavel - porém limitado ao ambito do cotidiano do pesquisador ou observador. exato - por nao ser definitivo, absoluto ou final. Novas téc- nicas e proposicdes podem reformular ou corrigir uma te- oria jé existente. Falivel e aproximadamente Falivel e inexato - confor ma-se com a aparéncia e com 0 que ouvimos dizer a respe to do objeto ou fendmeno. Nao permite a formulacao de hipdteses sobre a existéncia de fenédmenos situados além das percepcGes objetivas Fonte: adaptado de Lakatos e Marconi (2007, p. 77) Qe Batista esis neg Cana, POR GUE a ceWrE vocd rave rR Luxe, eivh ahouannoa botan®-)7-—"vie. xanan 06h TAM GUE GURTIR, SEOUTR O FuIKO, (FAB QUE Haut Sth CAR An. 7U ef peiccuba tare, cca a OErxa AVIDA 5 eee hee wv; re E algo potencialmente desastroso levar a vida no piloto automatico. Disponivel em https://cursoenemgratuito.com.br/senso-comum-e-filosofia/ Acesso 10/04/2020 1.3 METODO CIENTIFICO Afinal, o que 6 Método? Método é caminho, é ferramenta. Relem- brando: Método, palavra originada do grego met-hédos, significa “se- guindo o caminho”. Rino Fisichella (2000) traz a seguinte definicdo: Método é o caminho para alcancar-se determinado objetivo ou proces- so ou conjunto de processos que permite conhecer-se determinada re- Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul alidade, produzir certo objeto, ou desempenhar este ou aquele tipo de comportamento. Quando se pensa na constru¢ao ou adocao de um mé- todo, vé-se ent&o que o caminho é bem amplo. Método pode ser definido como etapas dispostas ordenadamente para investigacao da verdade, no estudo de uma ciéncia para atingir determinada finalidade. Técnica como 0 modo de fazer de forma mais habil, segura e per- feita alguma atividade, arte ou oficio. Considerando que Método é um procedimento ou caminho para alcangar determinado fim e que a finalidade da ciéncia é a busca do conhecimento, pode-se dizer que o Método cientifico é um conjunto de procedimentos intelectuais adotados com 0 propdsito de atingir o conhecimento. Método cientifico é o conjunto de processos ou operagdes mentais que devemos empregar na investigaco. E a linha de raciocinio ado- tada no processo de pesquisa. Trujillo Ferrari (1974) escreve: o método cientifico é um trago ca- racteristico da ciéncia, constituindo-se em instrumento basico que ordena, inicialmente, o pensamento em sistemas e traca os procedi- mentos do cientista ao longo do caminho até atingir 0 objetivo cienti- fico preestabelecido. Lakatos e Marconi (2007) afirmam que a utilizacdo de métodos de pesquisa cientificos nao é exclusiva da ciéncia, sendo possivel usd-los para a resolugao de problemas do cotidiano. Destacam que, por ou- tro lado, nao ha ciéncia sem o emprego de métodos cientificos. Para que um conhecimento possa ser considerado cientifico, tor- na-se necessario identificar as operagdes mentais e técnicas que pos- sibilitam a sua verificagao (GIL, 2008). Ou, em outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a esse conhecimento. Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut A investigacao cientifica depende de um “conjunto de procedi- mentos intelectuais e técnicos” (GIL, 2008, p. 8), para que seus objeti- vos sejam atingidos: os métodos cientificos. 1.3.1 RESUMO DA EVOLUCAO HISTORICA DO METODO DA PESQUISA CIENTIFICA Na Antiguidade, por exemplo, a humanidade encontrou na mitolo- gia uma forma de explicagdo para a realidade. Na Grécia Antiga, pensadores como Euclides, Platao, Aristételes, Arquimedes, Tales e Ptolomeu, além das chamadas questées meta- fisicas, trataram também da Geometria, da Matematica, da Fisica, da Medicina etc., imprimindo uma visdo totalizante as suas interpreta- goes. Na Idade Média, séculos IV - XIIl, 0 conhecimento religioso teve particular relevancia diante do modelo teocéntrico de organizacao social. Santo Agostinho e Sao Tomas de Aquino sao os icones na transformacao dos textos biblicos em fonte de autoridade cientifica e, de modo geral, a existéncia de uma atitude de preservagao/con- templacdo da natureza, considerada sagrada. A Modernidade, séculos XVI - XVII, com pensadores como Copér- nico, Kapler, Galileu e Newton, impulsionada pelo racionalismo, deu énfase a ciéncia enquanto forma de conhecimento socialmente esta- belecido. Ha a ruptura com a estrutura teoldgica e epistemoldgica do perio- do medieval e inicio da busca por uma interpretagdo matematizada e formal do real. O método acontecendo em dois momentos: a indu¢do ea educacao. Com Bacon, Hobbes, Locke, Hume e Mill hd 0 aprofundamento da questdo da inducdo, langamento das bases para o método indutivo- experimental. Com Descartes, Método dedutivo. a Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul JA no século XVIII, Immanuel Kant realiza indmeros trabalhos e afirma que o Sujeito é o ordenador e construtor da experiéncia: sé existe o que é pensado. O século XIX traz pensadores como Friedrich Hegel, que aponta que toda ideia pode ser contestada através de uma ideia contraria, a antitese. Adisputa entre a ‘tesis’ e a antitese seria a dialética. Todo processo histérico é regido por uma légica dialética. O método dialético pro- posto por Hegel inclui a no¢ao de movimento, processo ou progresso para chegar ao resultado do conflito de opostos. Karl Marx traz sua contribuigdo e afirma que as explicacdes ver- dadeiras para 0 que ocorre no real nao se verificardo através do es- tabelecimento de relagdes causais ou relacdes de analogia, mas sim no desvelamento do “real aparente” para chegar no “real concreto”. O século XX considera amplamente um dos seus maiores filésofos da ciéncia Karl Popper. Propde que o indutivismo seja substituido por um modelo hipotético-dedutivo, ressaltando que o que deve ser tes- tado nao é a possibilidade de verificacdo, mas sim a de refutacado de uma hipétese. Thomas Kuhn, fisico e fildsofo da ciéncia, torna-se um marco no estudo do processo que leva ao desenvolvimento cientifico. Seu trabalho incide sobre o método em dois momentos: a ciéncia trabalha para ampliar e aprofundar o aparato conceitual do paradigma, ou, num mo- mento de crise, trabalha pela supera- ¢4o do paradigma dominante. 2B Qe Batista otloe ane Semis so) 1.3.2 DIVERSIDADE DE METODOS Varios pensadores do passado manifestaram o desejo de definir um método universal que fosse aplicado a todos os ramos do conhe- cimento. Hoje, porém, os cientistas e filésofos da ciéncia preferem falar numa diversidade de métodos, que sao determinados pelo tipo de objeto a investigar e pela classe de proposicées a descobrir. Assim, podemos afirmar que a Matematica nao tem o mesmo mé- todo da Fisica e que esta nao tem o mesmo método da Astronomia. As Ciéncias Sociais dispdem de grande variedade de métodos. Dada a diversidade de métodos, alguns autores costumam classi- ficd-los em gerais, também denominados de abordagem, e especifi- cos, denominados discretos ou de procedimento. 1.3.2.1 Métodos de Abordagem ou Métodos Gerais Os métodos de abordagem sao os que fornecem as bases ldgicas a investiga¢ao sao: dedutivo, indutivo, dialético, hipotético-dedutivo e fenomenoldgico. Esses métodos esclarecem os procedimentos légicos que deverao ser seguidos no processo de investigagao cientifica dos fatos da natu- reza e da sociedade. Sao, pois, métodos desenvolvidos a partir de elevado grau de abs- tragdo, que possibilitam ao pesquisador decidir acerca do alcance de sua investigacdo, das regras de explicacdo dos fatos e da validade de suas generalizacdes. A) METODO DEDUTIVO O Método Dedutivo transforma enunciados universais, em parti- culares. Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul O ponto de partida é a premissa antecedente, que tem valor uni- versal e o ponto de chegada é 0 consequente (premissa particular). A deducao ja esta implicita nos principios e a sua forma mais importan- te € 0 silogismo, composto de trés juizos ou proposicées: duas pre- missas ~ maior e menor e uma conclusao. O método dedutivo, de acordo com o entendimento classico, é 0 método que parte do geral e, a seguir, desce ao particular. A partir de principios, leis ou teorias consideradas verdadeiras e indiscutiveis, prediz a ocorréncia de casos particulares com base na légica. “Parte de principios reconhecidos como verdadeiros e indiscuti- veis e possibilita chegar a conclusées de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua légica”. (GIL, 2008, p. 9). Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz pressup6e que sé a razdo é capaz de levar ao conhecimento verdadei- ro. O raciocinio dedutivo tem o objetivo de explicar o contetido das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocinio em ordem descenden- te, de analise do geral para o particular, chega a uma conclusdo. Usa 0 silogismo, a construcao légica para, a partir de duas premissas, re- tirar uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras, deno- minada de conclusdo. Veja um classico exemplo de raciocinio dedutivo a seguir: Todo homem é mortal ... ... (premissa maior) Pedro é homem..... . (premissa menor) Logo, Pedro é mortal (conclusao) Mesmo do ponto de vista puramente ldgico, sao apresentadas va- rias objegdes ao método dedutivo. Uma delas é a de que o raciocinio Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut dedutivo é essencialmente tautoldgico, ou seja, permite concluir, de forma diferente, a mesma coisa. Esse argumento pode ser verificado no exemplo apresentado. Quando aceitamos que todo homem é mortal, colocar o caso particu- lar de Pedro nada adiciona, pois, essa caracteristica ja foi adicionada na premissa maior. “Outra objecdo ao método dedutivo refere-se ao carater aprioristi- co de seu raciocinio”. (GIL, 2008, p.10). De fato, partir de uma afirmacao geral significa supor um conheci- mento prévio. Como é que podemos afirmar que todo homem é mortal? Esse conhecimento nao pode derivar da observacdo repetida de casos particulares, pois isso seria indugdo. A afirmac¢ao de que todo homem é mortal foi previamente adotada e nao pode ser colocada em divida. Por isso, os criticos do método dedutivo argumentam que esse raciocinio se assemelha ao adotado pelos tedlogos, que partem de posic¢des dogmaticas (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.27). B]) METODO INDUTIVO A Indugao parte de registros menos gerais para enunciados mais gerais. Podemos tomar como exemplo a Classificag¢ao da Contabilida- de como ciéncia social. O que relatamos 6 comum no uso do racioci- nio indutivo. A partir da observacdo de alguns fatos, a mente humana tende a tirar conclus6es gerais. (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.31) O argumento indutivo fundamenta-se em premissas. A indugado parte de um fendmeno para chegar a uma lei geral por meio da obser- vagao e de experimentacdo, visando a investigar a relagdo existente entre dois fendmenos para se generalizar. Temos, entdo, que “o método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do particular e coloca a generalizagao como um 3 Qa dodo Jancra Seminario 40 80) produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares” (GIL, 2008, p.10). Nesse método, partimos da observacao de fatos ou fenémenos cujas causas desejamos conhecer. A seguir, procuramos compara-los com a finalidade de descobrir as relacdes existentes entre eles. Por fim, procedemos 4 generaliza- Gao, com base na relacao verificada entre os fatos ou fendmenos. Consideremos, por exemplo: Anténio é mortal. Jodo é mortal. Paulo é mortal. ... Carlos é mortal. Ora, Anténio, Jodo, Paulo ... e Carlos sio homens. Logo, (todos) os homens sao mortais. As conclus6es obtidas por meio da indugao correspondem a uma verdade nao contida nas premissas consideradas, [...] diferentemente do que ocorre com a deduco. Assim, se por meio da deducao che- ga-se a conclusdes verdadeiras, j4 que baseadas em premissas igual- mente verdadeiras, por meio da indugdo chega-se a conclusées que s4o apenas provaveis. (GIL, 2008, p.11). O raciocinio indutivo influenciou significativamente o pensamento cientifico. Argumentos dedutivos e indutivos - exemplos e comparagao 1. Dedutivo: se todas as premissas sao verdadeiras, a conclusdo deve ser verdadeira. indutivo: se todas as premissas sao verdadeiras, a conclusdo é provavelmente verdadeira, mas nao necessariamente verdadeira. 2. Dedutivo: toda a informagao ou o contetido fatual da conclusao jd estava, pelo menos implicitamente nas premissas. Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut Indutivo: A conclusao encerra informagao que nao estava, nem implicitamente, nas premissas. (Fonte: adaptado de Lakatos e Marconi - 2007, p.92) C) METODO DIALETICO Observe a etimologia da palavra Dialético. Vem da origem grega “dialetos”, que significa debate, forma de discutir e debater. Na dialética, ocorre a negacdo da negacao como algo positivo, pois essa polaridade entre negacao e afirmacao implica negagao, mas a negacdo da negacdo surge afirmagado. Quando se repete a negacao, isto significa sim. Segunda negacao. O resultado sera algo positivo. E com essa lei do pensamento que a dialética tem como definigao do debate a Tese, proposi¢ao positiva; se nega a sua contraria, negan- do a primeira que é a antitese, por sua vez negada, obtém, assim, a sintese, que é a negacdo da tese e antitese. Em sintese, o método dialético parte da premissa de que, na natu- reza, tudo se relaciona, transforma-se e ha sempre uma contradicao inerente a cada fendmeno. Nesse tipo de método, para conhecer determinado fendmeno ou objeto, o pesquisador precisa estuda-lo em todos os seus aspectos, suas relacgdes e conexées, sem tratar o conhecimento como algo rigi- do, j4 que tudo no mundo estd sempre em constante mudanga. (PRO- DANOV; FREITAS, 2013, p.31) De acordo com Gil (2008, p.14), [...] a dialética fornece as bases para uma interpretacao dindmica e totalizante da realidade, uma vez que estabelece que os fatos sociais ndo podem ser entendidos quando considerados isoladamente, abstraidos de suas influéncias politicas, econémicas, culturais etc. Qa D) METODO HIPOTETICO-DEDUTIVO O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de criticas a inducdo, expressas em A légica da investigacdo cientifi- ca, obra publicada pela primeira vez em 1935 (GIL, 2008). E 0 método da tentativa e erro. Surge o problema e a conjectura, que serao testados pela obser- vacdo e experimentagdo. O seu uso permite identificar os erros da hi- pétese para posterior corregao. Ela nao imuniza a hipdtese contra a rejeicdo, mas, ao contrario, oferece todas as condi¢ées para, se nao for correta, que seja refutada. Chamado Falseacionista. Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, sao formuladas conjecturas ou hipéteses. Das hipdéteses formuladas, deduzem-se consequéncias que deverdo ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as consequéncias deduzidas das hipéte- ses. Enquanto no método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipdtese, no método hipotético-dedutivo, ao contrario, procuram- se evidéncias empiricas para derruba-la. (GIL, 2008, p.12). O método hipotético-dedutivo inicia-se com um problema ou uma lacuna no conhecimento cientifico, passando pela formulacao de hi- péteses e por um processo de inferéncia dedutiva, o qual testa a pre- digdo da ocorréncia de fendmenos abrangidos pela referida hipotese. Podemos apresentar 0 método hipotético-dedutivo a partir do se- guinte esquema (GIL, 2008, p.12): Problema —> Conjecturas —> Dedugdo de consequéncias obser- vadas —> Tentativa de falseamento —> Corroboragao A pesquisa cientifica, com abordagem hipotético-dedutiva, inicia- se com a formulagao de um problema e com sua descri¢ao clara e precisa, a fim de facilitar a obtengao de um modelo simplificado e a 34 Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut identificagdo de outros conhecimentos e instrumentos, relevantes ao problema, que auxiliarao o pesquisador em seu trabalho. Apés esse estudo preparatério, o pesquisador passa para a fase de observacao. Na verdade, essa é a fase de teste do modelo simplificado. E uma fase meticulosa em que é observado determinado aspecto do univer- so, objeto da pesquisa. A fase seguinte é a formulacao de hipéteses, ou descricgdes-tenta- tiva, consistentes com o que foi observado. Essas hipéteses s4o utilizadas para fazer progndsticos, os quais se- rao comprovados ou nao por meio de testes, experimentos ou obser- vagdes mais detalhadas. Em fungao dos resultados desses testes, as hipdteses podem ser modificadas, dando inicio a um novo ciclo, até que nao haja discrepancias entre a teoria (ou o modelo) e os experi- mentos e/ou as observagdes. (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.31) O método hipotético-dedutivo desfruta de notavel aceitagdo, em especial no campo das ciéncias naturais. E] METODO FENOMENOLOGICO O método fenomenolégico, tal como foi apresentado por Edmund Husserl (1859-1938), O método fenomenoldgico nao é dedutivo nem empirico. Consiste em mostrar 0 que é dado e em esclarecer esse dado. “Nao explica me- diante leis nem deduz a partir de principios, mas considera imediata- mente o que esta presente a consciéncia: 0 objeto”. (GIL, 2008, p. 14). A primeira e fundamental regra do método fenomenolégico é “avangar para as proprias coisas”. Tem uma tendéncia orientada to- talmente para 0 objeto, para o dado, o fendmeno, aquilo que é visto diante da consciéncia. Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul Ou seja, o método fenomenolégico limita-se aos aspectos essen- ciais e intrinsecos do fenémeno, sem langar mao de deducées ou empirismos, buscando compreendé-lo por meio da intuigdo, visan- do apenas o dado, o fendmeno, nado importando sua natureza real ou ficticia. A fenomenologia nao se preocupa, pois, com algo desconhecido que se encontre atras do fendmeno. Sé visa o dado, sem querer deci- dir se esse dado é uma realidade ou uma aparéncia. 1.3.2.2 Métodos de Procedimentos ou Métodos Especificos Os métodos de procedimentos, também chamados de especificos ou discretos, sao diferentes dos métodos de abordagem. Os métodos de procedimentos (considerados as vezes também em relacdo as técnicas) sao menos abstratos. Sao etapas da investigacao. Estao relacionados com os procedimentos técnicos a serem segui- dos pelo pesquisador dentro de determinada 4rea de conhecimento. O(s) método(s) escolhido(s) determinar4(4o) os procedimentos a serem utilizados, tanto na coleta de dados e informacgées quanto na analise. “Esses métodos tém por objetivo proporcionar ao investigador os meios técnicos, para garantir a objetividade e a precisdo no estudo dos fatos sociais” (GIL, 2008, p.15). Mais especificamente, visam a fornecer a orientagdo necessaria a realizagdo da pesquisa social, em especial no que diz respeito 4 ob- tencdo, ao processamento e validac¢do dos dados pertinentes a pro- blematica, objeto da investigacao realizada. Podem ser identificados varios métodos dessa natureza nas cién- cias sociais. Os mais adotados sao: histérico, experimental, observa- cional, comparativo, estatistico, clinico e monografico. Faculdade Batista abo de ane A) METODO HISTORICO O Método Histérico tem como pressuposto reconstruir 0 passado objetivamente e acuradamente, geralmente relacionado com uma hi- pétese sustentavel. As instituigdes e os costumes contribuem para a formagao de nos- sa vida social como fonte de origem passada importando assim a pes- quisa na compreensdo de sua natureza e funcao. Esse método é tipico dos estudos qualitativos. B) METODO EXPERIMENTAL O Método Experimental consiste, especialmente, em submeter os objetos de estudo a influéncia de certas varidveis, em condi¢des con- troladas e conhecidas pelo investigador, para observar os resultados que a variavel produz no objeto (GIL, 2008). Uma grande parte dos conhecimentos obtidos nos trés tiltimos sé- culos foram advindos do emprego do método experimental. E considerado o método por exceléncia das ciéncias naturais. Visto que ha situagdes éticas e técnicas, esse método sé pode ser aplicado em poucos casos no campo das ciéncias sociais. 7 Qa dotode lance Seminario 2080) C) METODO OBSERVACIONAL O método observacional é um dos mais utilizados nas ciéncias so- ciais e apresenta alguns aspectos interessantes. “Por um lado, pode ser considerado como o mais primitivo e, con- sequentemente, o mais impreciso. Mas, por outro lado, pode ser tido como um dos mais modernos, visto ser o que possibilita o mais eleva- do grau de precisdo nas ciéncias sociais”. (GIL, 2008, p.16). Difere do experimental em alguns aspectos na relagdo entre eles: “nos experimentos, o cientista toma providéncias para que alguma coisa ocorra, a fim de observar 0 que se segue, ao passo que, no estu- do por observac¢ao, apenas observa algo que acontece ou ja aconte- ceu”, (GIL, 2008, p.16). D) METODO COMPARATIVO Empregado por Taylor, o Método Comparativo realiza compara- g6es com 0 objetivo de verificar semelhangas e explicar as divergén- cias no intuito de melhor compreender o comportamento humano. Analisa os dados concretos e com base neles se deduz elementos abstratos e genéricos. Podendo ser utilizado em todas as fases e ni- veis que estejam sendo realizadas as investigagdes. E) METODO ESTATISTICO O Método Estatistico 6 um método de anilise, planejado por dados que permite obter de conjuntos complexos, representagdes simples e constatar se essas verificacdes simplificadas tém relagdes entre si. Quando, a partir de uma amostragem ou de um caso particular, fazem-se generalizacdes, tem-se a probabilidade e nao a certeza da ocorréncia de tal fendmeno. Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut O papel do método estatistico é, essencialmente, possibilitar uma descri¢do quantitativa da sociedade, considerada como um todo or- ganizado. Conforme Gil (2008, p.17), “este método se fundamenta na aplica- Gao da teoria estatistica da probabilidade e constitui importante au- xilio para a investigagao em ciéncias sociais”. Deve-se considerar, no entanto, que as explicagdes obtidas me- diante a utilizagdo do método estatistico ndo devem ser consideradas absolutamente verdadeiras, mas portadoras de boa probabilidade de serem verdadeiras. F) METODO CLINICO O Método Clinico baseia-se numa relagao profunda entre pesqui- sador e pesquisado. “E utilizado, principalmente, na pesquisa psico- légica, cujos pesquisadores sdo individuos que procuram o psicdlogo ou o psiquiatra para obter ajuda”. (GIL, 2008, p.17). O método clinico tornou-se um dos mais importantes na investi- gacdo psicolégica, em especial depois dos trabalhos de Freud (GIL, 2008). Sua contribui¢do a Psicologia tem sido muito significativa, par- ticularmente no que se refere ao estudo dos determinantes incons- cientes do comportamento. No entanto, enfatizamos que o pesquisador que adota o método clinico deve se precaver de muitos cuidados ao propor generaliza- ges, visto que esse método se apoia em casos individuais e envolve experiéncias subjetivas. (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.39) G] METODO MONOGRAFICO O Método Monografico é conhecido, também, como estudo de caso e permite mediante caso isolado ou de pequenos grupos, enten- der determinados fatos. Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul Partindo do principio de que qualquer caso que se estude em pro- fundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes. Tao importante quanto escolher e justificar o método em sua pes- quisa é narrar o percurso metodoldgico. Neste item sao descritas to- das as atividades praticas para garimpagem dos dados da pesquisa, isto é, as etapas de planejamento de cada item e subitem do projeto objetivando claramente a coleta dos dados. Os procedimentos e técnicas adequadas ao desenvolvimento da pesquisa estado diretamente ligados tanto ao problema de pesquisa criado a partir do tema, quanto a consecuc¢4o dos objetivos especifi- cos que irao embasar as analises e interpretagdo dos resultados obti- dos na pesquisa de campo. 1.3.3 METODO E TECNICA Fachin (2003, p.29) escreve: Vale a pena salientar que métodos e técnicas se relacionam, mas s4o distintos. O método é um conjunto de etapas ordenadamente dispostas, destinadas a realizar e antecipar uma atividade na busca de uma realidade; enquanto a técnica esta ligada ao modo de se realizar a atividade de forma mais habil, mais perfeita. [...] O método se refere ao atendimento de um objetivo, enquanto a técnica operacionaliza o método. A técnica da pesquisa trata dos procedimentos praticos que de- vem ser adotados para realizar um trabalho cientifico, qualquer que seja o método aplicado, escreve Miranda Neto (2005, p.39). A técnica serve para registrar e quantificar os dados observados, ordena-los e classifica-los. A técnica especifica como fazer (OLIVEIRA, 2002, p.58). Para a realizagado de uma pesquisa, é necessario 0 uso de técnicas 40 Faculdade Batista fda Fla Janeiro ‘Seminsrio go sul adequadas, capazes de coletar dados suficientes, de modo que deem conta dos objetivos tragados, quando da sua projecao. K METODOLOGIA CIENTIFICA EN tese CHEGAND EM CASA wa HRA, ease anyon feted A TOA tes) Te Seekbe DIALETICA ante ttrarapida Blogspot.con Diner Bu Disponivelem Acesso em 10/04/2020. 4) LEITURA COMPLEMENTAR E preciso aprender a aprender Um dos maiores desafios enfrentados pelo estudante universitario é a dificuldade de se adaptar e vencer a nova fase em que se encontra — saida do contexto estudantil do ensino médio para o patamar universitario. O que se espera dele é mudanga de postura e receptividade. Autonomia intelectual, curiosidade intelectual e senso critico sio algumas das carac- teristicas desejaveis para esse estudante. Autonomia intelectual que ¢ capaz de gerar nele uma forma de pensar independente, criativa e critica. Labelle (1998, p. 109): “a autonomia, decorrendo da liberdade, surge, por este fato, ligada a autoridade, no sentido primeiro deste termo, que é 0 de ser o autor do seu proprio crescimento”. Portanto, ter autoridade é um atributo que o sujeito tem que desenvolv- er, dando provas de que é capaz de realizar a gestio do seu proprio cresci- mento como um ser pensante, critico e criativo. A curiosidade intelectual, por outro lado, define-se por um modo distin- to de abordar problemas que nos afetam no dia a dia e em nossa profissao. Enquanto a curiosidade social (conhecimento popular) pode se satisfazer rapidamente através de fofoca ou conversas sociais, a curiosidade intelectu- al depende de um investimento do individuo durante muito tempo, a fim de compreender fendmenos profundamente. (CARRAHER, 1983, p. 28). Estudantes preguicosos, negligentes e descomprometidos com sua for- magio dificilmente se tornarao profissionais em condicées de competir num mercado de trabalho cada dia mais exigente. f comum as empresas culparem as instituicdes de ensino superior por “despejarem” no mercado profissionais malformados, como também é fato que o aumento da oferta de vagas na educagao superior tem contribuido para a diminuigio do pa- drao de qualidade desses profissionais. Entretanto, queremos afirmar que hd uma parcela individual de responsabilidade na formagao académica que deve ser levada muito a sério pelos estudantes. Neste novo contexto social mediado por tecnologias inteligentes, o aces- so 4 informagdo e ao conhecimento se tornou ponto pacifico, isso porque 42 Faculdade Batista abo de ane estamos a cada dia mais nos distanciando de uma cultura ensinante e nos aproximando de uma cultura aprendente (BELLONI, 2012), na qual a figura do professor cedeu lugar a figura do colaborador, incentivador e mediador. Portanto, é crucial que alunos reservem um tempo didrio para dedi- carem-se ao estudo da matéria lecionada pelo professor, mas que, princi- palmente, nao se limitem a isso. £ fundamental que tenham curiosidade intelectual, atitude investigativa e perspicdcia para elucidar eventuais con- tradigGes presentes na realidade. (Fonte: Adaptado de Silva e Porto, 2016, p. 17) Faculdade Bata CAPITULO2 REDAGAOCIENTIFICA Aredacao de um texto cientifico tem caracteristicas especificas. A linguagem dos artigos cientificos nao é literdria nem retdrica. N&o é expressiva, nem progressiva. E informativa e técnica, de ordem racional, firmada em dados con- cretos, onde pode-se apresentar argumentos de ordem subjetiva, po- rém dentro de um ponto de vista cientifico. Sempre deve-se buscar a impessoalidade, a objetividade, a mo- déstia, a cortesia. Linguagem clara, precisa e coerente, com 0 uso de vocabulos comuns, como sentido préprio que lhes conferem os dicio- narios e as enciclopédias. Cada ramo da ciéncia possui terminologia prépria e os vocdbulos técnicos devem ser observados. Nao se deve usar expressdes: “eu penso”, “eu acho”, “parece-me”, pois dio margem a interpretacdes simplorias e sem valor cientifico. Um dos grandes segredos, uma das regras de ouro é: usar frases curtas. Nada de abusar do uso de virgulas, de pardgrafos enormes, por vezes sem légica, emendando ideias umas nas outras. A clareza e a objetividade ficam prejudicadas. Tudo deve ser redigido na terceira pessoa do singular, menos a conclusdo, que pode conter expressdes como “concluimos”, “induzi- mos”, dentre outras. A correcao gramatical é indispensavel. Deve-se evitar muitas ora- ¢6es subordinadas, intercaladas com parénteses, num Unico periodo. 45 sculdade Batista lode Janero Seminario ¢0 sul Segundo Medeiros (2006, p. 137): texto é um tecido verbal estrutu- rado de tal forma que as ideias formam um todo coeso, uno, coerente. Aimagem de tecido contribui para esclarecer que nao se trata de feixe de fios (frases soltas), mas de fios entrelagados (frases que se inter-re- lacionam). 2.1 PARAGRAFO O uso de pardgrafos deve ser dosado na medida necessaria para articular 0 raciocinio: toda vez que se dd um passo a mais no desen- volvimento do raciocinio, muda-se o paragrafo. Acondic&o primeira e indispensavel de uma boa redagao cientifica é a clareza e a preciso das ideias. E preciso saber como expressar adequadamente um pensamento, se for claro 0 que se desejar mani- festar. Aredacao bem concisa e clara nao deve seguir o ritmo comum do nosso pensamento, que geralmente se baseia na associa¢ao livre de ideias e imagens. Ao explanar as ideias, com maior coeréncia e clareza, é necessario cortar, adicionar palavras ou frases, estabelecer uma estrutura inter- ligada. Aestrutura da redacdo assemelha-se a um esqueleto, constituido de vértebras interligadas entre si. O pardgrafo é a unidade que se desenvolve uma ideia central que se encontra ligada as ideias secundarias, devido ao mesmo sentido. Deste modo, quando se muda de assunto, muda-se de paragrafo. Um pardgrafo segue a mesma circularidade légica de toda a reda- ¢4o: introdugao, desenvolvimento e conclusao. Convém iniciar cada pardagrafo através do tdpico frasal (oragao principal), onde se expressa a ideia predominante. Por sua vez, esta é 46 Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut desdobrada pelas ideias secundarias. Todavia, no final, ela deve apa- recer mais uma vez. Assim, o que caracteriza um pardagrafo é a unidade (uma sé ideia principal), a coeréncia (articulagdo entre as ideias) e a énfase (volta a ideia principal), por isso o autor, antes de iniciar a redacdo, precisa ter assimilado o assunto que vai registrar, em todas as suas partes, em todas as suas dimens6es, para que fique um “corpo integrado” e coerente. 2.2 PARAFRASE Parafrase é a interpretacado de um texto através das proprias pala- vras, de modo a manter o mesmo pensamento do original. Tradugado livre e, em geral, desenvolvida. Na literatura, é a reprodugdo de ideias e contetdo de um texto, livro ou narrativa, dando-lhes uma nova interpretacdo, tornando-os mais perceptivos, atribuindo-lhes um novo sentido, sem alterar seu sentido inicial. (Diciondrio On Line Portugués) A lingua possui varias maneiras, formas diferentes de escrever 0 mesmo texto. A parafrase é a reescrita do texto com outras palavras, mantendo, no entanto, o sentido original. A Parafrase nao tem a obrigatoriedade de diminuir a quantidade de informagGes que o texto traz, o que a diferencia do Resumo. O seu principal objetivo é tornar o texto mais claro, mais compreendido, mais objetivo. Portanto, 6 sempre uma nova escrita de um texto ja existente, uma espécie de “tradugdo” dentro da prépria lingua. 2.2.1 EXIGENCIAS AO SE FAZER UMA PARAFRASE » O autor da pardfrase deve demonstrar que entendeu claramente a ideia original do texto; » Deve utilizara mesma ordem das ideias que aparece no texto matriz; Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul Nao deve omitir nenhuma informacao essencial que o texto origi- nal trouxe; Nao acrescentar qualquer comentario acerca do que o texto origi- nal diz; Ter 0 cuidado de nao repetir simplesmente o que esta no original, mas dizé-lo de forma diferente. 2.2.2 FORMAS DE SE FAZER UMA PARAFRASE 1-. Inverta os termos da oragdo ou das oragées no periodo: Ex.: Texto Original: No ano 79 d.C. um poderoso vulcdéo mudou a his- téria de um pequeno balneario romano. Durante o dia inteiro, o Vesu- vio langou ao céu uma chuva de cinza e rochas que destruiu Pompeia, matando 16 mil pessoas Texto Parafraseado: A cidade de Pompeia foi destruida no ano 79 d.C., pelo vulcdo Vestivio, que passou um dia inteiro langando cinzas e ro- chas, matando 16 mil pessoas e mudando a histéria daquele pequeno balneario romano. 2- Transposigao da voz ativa para a voz passiva e vice-versa: Ex.: (Texto Original) Os voluntarios distribuiram a comida para os sem-teto. (Texto Parafraseado) A comida para os sem-teto foi distribuida pelos voluntarios. 3- Transformagao de uma oragado reduzida em desenvolvida e vice-versa: Ex.: (Texto Original) A regra mais importante na vida é ser feliz. 48 Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut (Texto Parafraseado) A regra mais importante na vida é que se tenha felicidade. 4- Transposicdo do discurso direto para o indireto e vice-versa: Ex.: (Texto Original) Filho meu, dé ouvido 4 orientacao de tua mae, disse o pai. (Texto Parafraseado) O pai disse ao filho que desse ouvido a orienta- cao de sua mae. 5- Substitui¢do de palavras: Ex.: (Texto Original) O sinal de transito esta vermelho. (Texto Parafraseado) Os carros nao tém permissdo para prosseguir. Ex.: Parafraseando Poemas Poema Original: Al QUE MOLEZA NO CORPO - Bento Nascimento Ai que moleza no corpo Uma vontade de me estender no chao. Deixar que o capim cres¢a em volta Deixar que os insetos, Os fungos se abriguem em mim Estranha alegria de virar uma paisagem. Poema Parafraseado — Al QUE FRAQUEZA NOS MEMBROS - Isabel e Alifer Ai que fraqueza nos membros Um desejo de deitar no piso Permitir que o mato aumente ao redor Permitir que os insetos, 49 Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul Os fungos se alojem em mim Desconhecida felicidade vontade de virar paisagem. Exemplo classico de Parafrase em escritores da Literatura Brasileira: Texto Original: Can¢do do Exilio, de Gongalves Dias: Minha terra tem palmeiras onde canta o sabia, As aves que aqui gorjeiam nao gorjeiam como la. Texto Parafraseado: Europa, Franca e Bahia, de Carlos Drummond de Andrade: Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a “Canco do Exilio”, Como era mesmo a “Cancao do Exilio”? Eu tao esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabia. (Fonte: Disponivel em Acesso em 23.04.2020) 2.2.3 NAO CONFUNDIR COM PARODIA PARODIA é uma releitura, em sua maioria comica, de alguma com- posicao literdria, com o uso frequente de ironia e deboche. Had uma ruptura com 0 texto original, embora, em alguns momen- tos, lembra a composi¢ao original, mas quase sempre tem sentidos Faculdade Batista fda Fla Janeiro ‘Seminsrio go sul diferentes. Ela surge a partir de uma nova interpretacao, uma recria- G40 de uma obra ja existente e, em geral, bem conhecida e consagra- Copyrigt © 1859 Maurdo de Sousa Prougies Lid, Todos os dretos reservados: 605 Exemplo de Parédia, escrita por Eduardo Alves da Costa: Outra Cangao do Exilio. Livro “No caminho, com Maiakévski”, Rio de Janei- ro: Nova Fronteira, 1985. Na parte transcrita abaixo, o autor fez a parédia da “Cancdo do Exilio”, de Goncalves Dias e do verso “Que os anos nao trazem mais”, do poema “Meus oitos anos”, do livro Primaveras (1859), de Casimiro de Abreu. Minha Terra tem Palmeiras Corinthians e outros times de copas exuberantes que ocultam muitos crimes. As aves que aqui revoam so corvos do nunca mais a povoar nossa noite com duros olhos de agoite que os anos esquecem jamais. 51 Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul 2.3 PLAGIO Disponivel em https://blog.contentools.com.br/marketing-de-conteudo/a-tra- ducao-de-um-conteudo-e-considerada-plagio/ Acesso 10/04/2020 Plagio, também chamado de plagiarismo ou plagiato. E o ato de se apropriar de modo fraudulento de uma obra intelec- tual de qualquer natureza, seja um texto, uma musica, uma fotografia, uma obra audiovisual etc, contendo no todo ou em parte, obra que pertenca a uma outra pessoa, sem a autorizacao expressa do autor. O plagiador se apropria indevidamente da obra intelectual de ou- tra pessoa e assume a autoria, como se sua fosse. Exemplo de Plagio: Em 1978, deu-se um fato, que foi muito divulgado, nao apenas no Brasil, mas em todo o mundo. O cantor inglés Rod Stewart chega ao topo das paradas de sucesso com a can¢ao “Da Ya think I’m Sexy? ”, que se tornando uma das mais vendidas na Inglaterra a época. O cantor brasileiro Jorge Ben (a época. Hoje, Jorge Ben Jor), no entanto, identificou a linha melédica do hit inglés, achando-a muito parecida com a cancao de sua autoria “Taj Mahal”. O miusico brasileiro 82 Faculdade Batista abo de ane processou o roqueiro inglés por plagio. Exigiu e ganhou a coautoria da canc¢ao. Mais tarde, Rod Stewart admitiu que tinha estado no carnaval do Rio de Janeiro, naquele ano, e que “poderia ter ouvido” a musica e se “influenciado” por ela. Como parte do processo, Stewart doou toda a renda arrecadada com a canc¢4o para o fundo em prol das criangas carentes do planeta, fundo este administrado pela ONU - Organizagao das Na¢Ges Unidas. O Cédigo Penal Brasileiro, no artigo 184, Titulo que trata dos “Cri- mes contra a propriedade intelectual”, prevé o crime de violagao do direito autoral: “violar direitos de autor e os que lhe sao conexos: Pena de detencao de 03 (trés) meses a 01 (um) ano, ou multa”, Direitos que resguardam o autor, tanto no aspecto da criac¢ao, quanto no incentivo 4 producao de ideias novas. No campo da Educacao, com o advento, o avanco e a populariza- do da Internet, fazendo com que alunos de todos os niveis e areas do conhecimento tenham acesso a informacao, aos diversos artigos, aos “modelos prontos” fartamente oferecidos, possibilitou o aumen- to significativo de plagio. A facilidade de selecionar, copiar e colar, o famoso “Ctrl C e Ctrl V” tem se tornado um “elemento tentador”. Os alunos sao tentados a bus- car na rede, executar e entregar os seus trabalhos, textos, exercicios, dissertagdes com o uso dessa pratica académica desonesta e ilegal. . fama Disponivel em: Acesso: 10/04/2020 53 Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul Muitos professores sdéo profundamente preocupados e desejam conter o avango dessa contraven¢do, assim, sempre fazem uma pes- quisa refinada para verificar se o texto de referido trabalho académi- co estd publicado em algum lugar na rede. A pesquisa em diversos autores, a informacao colhida em livros, artigos, blogs etc. é de extrema importancia na elaboracdo de todo trabalho académico, no entanto, a fonte da informacdo deve e tem que ser mencionada. Nao s&o considerados plagios, se houver a descri¢do com as pré- prias palavras do texto, citando a referéncia. Caso um ou mais autores falaram sobre determinado assunto, eles devem ser citados conjuntamente, no inicio ou final do paragrafo, conforme as normas que falaremos mais a frente. Procedendo assim, o trabalho sera feito com ética e credibilidade. Por fim, diante de um assunto tao importante, devemos trazer a meméria 0 que a Palavra de Deus nos diz: “Ai daquele que edifica a sua Casa com injustica e os seus aposentos, sem direitos. Que se vale do servico do seu préximo, sem pagar, e nao lhe da 0 salario do seu trabalho” (Jr.22:13); “Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobico- samente bens mal adquiridos” (Hb.2:9) Que sejamos “padrdao dos fiéis, na palavra e no procedimento...” (1Tm.4:12a) Faculdade Batista fda Fla Janeiro Somindrs do Sut CAPITULO3 NORMAS GERAIS PARA REGISTRO DE CITAGOES 3.1 CITACOES O estudante ou cientista deve sempre buscar criar, descobrir, ela- borar um conhecimento novo. Todo conhecimento cientifico, no en- tanto, tem que estar alicergado em conhecimento ja acumulado. Por isso, a Metodologia da Pesquisa especifica regras que devem ser ob- servadas no processo de produgao cientifica. Quanto maior o numero de fontes consultadas, maior a credibili- dade que o trabalho adquire. Neto e Freire (2011) afirmam: E importante fazer as citacdes por duas raz6es: a) fundamentagao tedrica, mostrando que as informacées conti- das na pesquisa foram fundamentadas dentro do acervo cientifico do campo de conhecimento em questao; b) questo de ética, ou seja, dar crédito ao autor dono da ideia. As fontes consultadas devem aparecer no trabalho académico na forma de citacdo e seguindo as normas técnicas definidas pela ABNT- Associacao Brasileira de Normas Técnicas, que é, no Brasil, a institui- G40 que estabelece os parametros nacionais para as bases tecnoldgi- cas e cientificas no pais. AABNT afirma que a citacdo 6 a mencao da informacao extraida de outra fonte. A sigla ABNT NBR significa Norma Brasileira aprovada pela ABNT. Para cada tipo de trabalho ou item que o compée existe uma NBR diferente. Faculdade Batita do Ao. deJanere Seminario ¢0 sul A NBR 10520:2002 é a norma que possui as informacées sobre as mais diversas formas de fazer citagées em documentos. Silva e Porto (2016) afirmam: As citacdes servem para fundamen- tara ideia do autor do trabalho, referendar sua argumentacao, indicar que outros autores estao na mesma linha de raciocinio e, sobretudo, dar consisténcia teérica ao trabalho produzido. Enquanto o plagio se apropria de modo fraudulento da obra inte- lectual, a Citagdo, diferentemente, indica a autoria, faz justica ao au- tor da fonte consultada, da crédito a quem teve a ideia, seja na forma de transcrigdo ou mesmo de parafrase. Eco (2000, p.121) propée regras para a citacdo: a) nao utilizar trechos muito longos de citagdes. Caso seja necessa- rio, colocar 0 texto em anexo; b) observar que os textos devem ser retirados de autores renoma- dos, para fundamentar a afirmagao de quem cita; ) toda citagdo deve vir acompanhada da indica¢do da autoria; d) citagdes em outras linguas devem ser traduzidas, e o trecho ori- ginal deve ser transcrito, no idioma original, em nota de rodapé; e) ao se transcrever uma citac¢do direta, deve-se ter 0 cuidado de copia-las fielmente; f) em todas as citagdes, devem aparecer as referéncias dos docu- mentos consultados, ao final do texto, para que o leitor possa encon- trar as mesmas fontes consultadas. A Citacdo é utilizada para referendar, endossar os argumentos do autor, por isso, ela nunca pode aparecer solta, isolada, sem nexo, ou fora de contexto. E importante ressaltar que a citacdo deve servir para respaldar a ideia do autor. Faculdade Batista abo de ane 66 cITAGKO DIRETA 99 3.1.1 CITACAO DIRETA Acitacao do tipo transcrigdo é a cépia exata de parte do texto ori- ginal. E copia fiel do trecho. Pode ser feita de duas formas: Se for de até trés linhas, faz parte da continuagdo do texto original e redigido entre aspas. Neste caso é chamada de Cita¢do Direta Curta. Se ultrapassar o limite de trés linhas, deve ficar em destaque. E chamada Citacdo Direta Longa. Vamos tomar como exemplo o trecho do livro “A Dimensdo Reli- giosa na Vida Social. Diferentes seguimentos pentecostais e sua in- fluéncia na sociedade brasileira”, do professor Jodo Ricardo Boechat (2019), contido na pagina 82. Assim, apesar de se basear em uma teologia inicialmente norte-ameri- cana e adotar doutrinas e praticas advindas de outras vertentes religiosas, 0 neopentecostalismo as adapta a realidade brasileira, sendo este um impor- tante fator proselitista. Além deste fator, o sucesso desta vertente religiosa é garantido pela com- binacdo entre 1) uma teologia que atenda os anseios dos individuos perten- centes a um mundo capitalista, a teologia da prosperidade, 2) uma razio para as mazelas do homem e uma forma de vencé-las, a guerra espiritual € 3) pela énfase em novas formas de agir e se relacionar com a sociedade, a flexibilizacdo dos usos e costumes. Esses trés pontos, o qual nomeio “tripé pentecostal contemporaneo”, formam os pilares do sucesso do neopente- costalismo, seja na sua influéncia social, seja na influéncia sobre as demais vertentes cristas. a7

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