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A CIENCIA NORMAL E SEUS .PERIGOS KARL POPPER London School of Economics A critica do Professor Kuhn as minhas opinides sobre ciéncia € ‘a mais interessante que jé encontrei até agora. Hé, reconhecidamente, alguns pontos, mais ou menos importantes, em que ele no me en- tende ou me interpreta mal. Kuhn, por exemplo, cita com desaprova- go um trecho do inicio do primeiro capitulo do meu livro, The Logic iscovery (A Logica daDescoberta Ceintifica). Pois eu rr uma passagem que ele deixou passar, constante do Prefacio da Primeira Edicdo. (Na primeira edicao a passagem em aprego vinha logo antes do trecho citado por Kuhn; mais tarde inseri © Prefacio da Edi¢Go Inglesa entre as duas passagens.) Ao passo que ado por Kuhn poderd soar, fora do contexto, como se eu no estivesse a par do fato, destacado por ele, de que os cien- tistas desenvolvem necessariamente suas idéias dentro de uma estru- tura tedrica definida, seu imediato predecessor de 1934 soa quase como uma antecipacdo desse ponto central da opiniéo de Kuhn. Depois de duas epfgrafes tiradas de Schlick e de Kant, meu livro comeca com as seguintes palavras: “Um cientista empenhado numa pesquisa, digamos no campo da fisica, pode atacar diretamente © seu problema. Pode ir logo ao amago do assunto: isto é, a0 coracio de uma estrutura organizada. Pois jé existe uma estrutura de doutri- nas cientificas; e, com cla, uma situagio — problema geralmente aceito. E por isso que ele pode deixar para outros o ajuste de sua E, a seguir, prossigo dizendo que 0 fildsofo se encontra em posicio diferente. ‘Agora parece muito claro que a passagem citada descreve a si- tuagio “normal” do cientista de modo muito semelhante a Kuhn: hé um edificio, uma estrutura organizada da ciéncia que forece a0 cientista uma situagéo — problema geralmente aceito a que 0 seu 63 ‘como ele ) pressupGe uma estru- | ‘ou um programa de , necessério @ comunidade de cientistas a fim de podere racionalmente o seu trabalho. ad a ra ac £ 3 } 2 Peer eee chama, ou 0 trabalho “normal” do cien tura organizada de suposicdes, ou uma teo: © fato de haver Kuhn passado por alto esse ponto de concor- dancia e de haver-se aferrado ao que vinha imediatamente depois, ¢ que ele supunha fosse-um-ponto-de-discordancia.me-parece.sig tivo, Mostra que s6 lemos e compreendemos um livro com eae i Aso, de ato, pode eer considerado ia tese de que abordamos tudo a luz de uma teoria preconcebida. Assim também um livro. Em conseqiién- cia disso, estamos sujeitos a escolher as coisas de que gostamos ou desgostamos ou que desejamos, por outros motivos, encontrar no livro; assim fez Kuhn 20 Entretanto, apesar desses pontos secundérios, Kuhn me com preende muito bem — melhor, creio eu, do que a maioria dos ticos que conhego; suas duas eriticas principais sfo muito impor- tates cist aly oi ai A primeira dessas eritcas sustenta, em poucas palavras, sei totalmente por alto o que ele denomina ciéncia “normal io seja to nitida quanto o quer Kuhn; entretanto, estou pronto pa- ra admitir que, na melhor das hipéteses, ndo tive mais que uma obs- cura consciéncia dessa é i | aponta para algo de suma Nessas circunstanci . Creio que sio tudo isso; 0 que, porém, nao di timentos de gratidao a Kuhn por haver assinalado a hhayer assim aberto meus olhos para uma série de problemas que eu ainda nao tinha visto com clareza. jormal”, no sentido de Kuhn, existe. Ba at néo-revolucionério, ou melhor, na i estudioso da ciéncia que aceita o dogma dominant. aio. deseja contesté-lo; e que 36 ace | ig quando quase toda a gente esi4 pronta para ace revoluciond- la — quando 64 ‘ ela passa a estar na moda, como uma candidatura jecipadamente vitoriosa a que todos, ou quase todos, aderem. Resistir a uma nova ‘moda exige talvez tanta coragem quanto criat uma. Vocés talvez digam que, ao descrever dessa maneira a ciéncia de Kuhn, eu o estou criticando implicita e sub-repticiamen- portanto, mais uma vez, que que Kuhn. descreveu e precisa ser levado em consideracdo pelos historiadores da fato-de tratar-se de um fenémeno de que nao gosto (porque © considero perigoso para a ciéncia), ao passo que Kuhn, aparente- mente, no desgosta dele (porque 0 considera “normal”) & outro ‘A meu ver, o cientista “normal”, tal como Kuhn o descreve, uma pessoa da qual devemos ter pena. (Consoante as opiniées de Kuhn acerca da hist6ria da ciéncia, muitos grandes cientistas devem ter sido “normais”; entretanto, como nao tenho pena deles, néo ereio Bees ( uma vitima da doutrinacéo, apenas ina técnica” que se pode~apl ~ car Sef que seja preciso perguntar a razao pela qual pode ser aj (sobretudo na mecdnica quintica). Em conseqiléncia disso, tornou- se 0 que pode ser chamado cientista aplicado, em contraposicao a0 que eu chamaria cientista puro. Para usarmos a expressio de Kuhn, ele se contenta em resolver “enigmas”! A escolha desse termo pa- rece ar que Kuhn deseja destacar que ndo é um problema real- mente fundamental 0 que 0 ista “normal” est4 preparado para enfrentar: 6, antes, um problema de rotina, um problema de apl cago do que se aprendeu; Kuhn o descreve como um problema em “paradig- O éxito do cientista “normal” consiste taéo-s6 em mostrar que dominante pode ser apropriada e satisfatoriamente aplicada na obtengdo de uma solugdo para o enigma em questdo. ‘empregou-o em conexéo com sua tese de que m sofia — apenas enigmas, isto é, pseudoproblemas ligados ao uso im- proprio da linguagem. Seja como for, 0 emprego do termo “enigma” em 1ugar de “problema” indica, por certo, um desejo de mostrar que os problemas assim descritos nfo séo muito sérios nem muito profundos. 65 But A descrigéo do cientista “normal” feita por Kuhn lembra-me claramente uma conversa que tive com meu falecido amigo, Philipp Frank, por volta de 1933. Nessa ocasifo Frank se qq mente do enfoque da ciéncia sem es maioria dos estudantes de engenharia. Eles queriam simplesmente “conhecer os fatos”, Rejeitavam as teorias ou hipdteses probleméti- ‘cas, que nfo fossem “geralmente aceitas”: elas intrangiiilizavam os estudantes, que s6 queriam conhecer as coisas, os fatos, que pudessem aplicar em sa consciéncia e sem anélises introspectivas, Admito que esse tipo de atitude existe; e existe nfo sé entre engenheiros, mas também entre pessoas educadas como ci S6 posso dizer que vejo um grande perigo nisso ¢ na possi que tem de tomnar-se normal (asi um grande perigo no aumento da especializacio, outro fato histérico inegével): um perigo para a ciéncia e, na verdade, para nossa civilizagio. O que mostra por que considero téo importante a énfase dada por Kuhn & existén- cia desse tipo de ciéncia. ‘Acredito, porém, que Kuhn se equivora quando sugere que ¢ normal o que ele chama de ciéneia “normal”. Claro est4 que eu nem sonbaria brigar por causa de um termo. Mas gostaria de sugerir que poucos tas lembrados pela hist6- ria da ciéncia foram “normais” no sentido de Kuhn, se ¢ que houve algum que o fosse. Em outras palavras, discordo de Kuhn no s6 no tocante a certos fatos histéricos, mas também no tocante ao que é caracteristico da ciéncia, (A Origem das Espécies). Mesmo depois dessa pu- icagdo ele foi o que se poderia descrever como um “revolt relutante”, para usarmos a bela descrigio de Max Professor Pearce Williams; antes dela, Darwin no volucionério. Nada se assemelha a uma atitude revolucionéria cons- ciente em sua descricéo de The Voyage of the Beagle (A Viagem do Beagle). Mas ela esté cheia de problemas; problemas auténticos, no- vos ¢ fundamentais, e engenhosas conjeturas — conjeturas que com- petem freqiientemente umas com as outras — a respeito de posstveis solugdes. Dificilmente haveré uma ciéncia menos revoluciondria do que a Botanica descritiva. Nao obstante, 0 botGnico descritivo enfrenta constantemente problemas auténticos e interessantes: problemas de distribuicéo, problemas de localizagdes caracteristicas, problemas de diferenciagao de espécies ou subespécies, problemas como os da sim- 66 2 OM ne pablo eo Diose, inimigos caracyristicos, doencas caracteristicas, variedades re- sistentes, variedades assim por diante, Mui- tos problemas descrit i ‘0 a empregar um enfo- © que experimental; isso leva a fisiologia das plantas e, assim, a uma imental (em lugar de uma ciéncia puramente te de fases dessas transig6es fundem-se de modo surgem em cada fase problemas auténticos em w ‘Mas talvez Kuhn chame “enigma” ao que eu chamaria “proble- ( ma”; € 0 fato é que no queremos brigar por causa de palavras. Boltzmann, por exemplo; haveré poucos cientistas maiores do que ele/Dificilmente, porém, se poder dizer que sua grandeza consiste ‘ef haver ele preparado uma revolucio importante porque era, em extensdo considerdvel, um seguidor de Maxwell. Mas estava tio Tonge de ser um “cientista normal” quanto se pode estar; lutador co- rajoso, ju A moda imperante em seu tempo — moda que, a propésito, s6 imperou no continente € teve poucos seguidores, na- quela época, na Inglaterra. Acredito que a idéia de Kuhn de uma tipologia dos cientistas dos perfodos cientificos ¢ importante, mas necessita de restrigdes. O seu esquema de perfodos “‘normais", dominados por uma teoria impe- rante (um “paradigma”, segundo a terminologia de Kuhn) ¢ segui- dos de revolugies excepcionais, parece ajustar-se muito bem a astro- ‘Mas nfo se ajusta, por exemplo, A evolugao da teoria da nem & evolucdo da teoria das ciéncias biolégicas desde, di- yarwin e Pasteur. Em relaco ao problema da matéria, so- lo menos trés teorias dominantes que competi- iglidade: as teorias da continuidade, as teorias até- micas e as teorias que tentavam combinar as duas primeiras. Além disso, tivemos por algum tempo a verséo de ca da estrutura da matéria; ¢ de que a teoria fenomenolégica do ca- lor deveria tomnar-se 0 paradigma por excelencia de todas as teorias fisicas, (Emprego aqui a palavra “paradigma” num sentido um pou- co diferente do que Ihe dé Kuhn: nfo para indicar uma teoria domi- nante, mas um programa de pesquisa — um modo de explicagio 67 «or ne 68 doxal quanto 0 de Newton. Pois ass ‘usa a l6gica — nao s6 para argumentar, mas também no mesmi: da Descoberta. Ele emprega, jica da descoberta que, em certos pontos, difere inha: a I6gica de Kuhn € a logica do relat todavia, uma ‘Sempre “acentuel, cientista dogmét firmativa de que a historia da cor |Iuciondrios intervenientes de ciéncia “ex ele descreve como se a comunicacao e1 terrompido mercé da ausénc Essa imagem da historia da cieneta” 661 . Pois sempre houve, desde a Ai € proyeitosa discussdo entre as teorias dominantes concorrentes da ‘matéria, de uma tei Agora, em seu atual ens: Afigura-se-me que, Permitam-me mencionar prime cia“Actedito que a ciéncia € essencialmente crit mijeturas audaz per turas audazes e de critica, Quais sio os seus principais_argum m_histéricos — so légicos: p Tum beclen a hurtrwe de { considerado tao satisfatério por alguns cientistas que eles exigem a sua aceitagdo geral.) _ Conquanto” eu” considere~ importantissi Kuhn do que ele chama de ciénci afi ia Ihe apéia a doutrina (essen- ial & sua teoria da comunicacdo racional) segundo a qual “normal- temos uma teoria dominante — um paradigma — em cada Kuhn parece propor a tese de que a légica da ciéncia tem pouco interesse nenhum poder explanatério para o historiador da ciéncia, ida de Kuhn, essa tese ¢ quase tio para- tese “Eu nao uso hipoteses como Newton usava tanto, pode ser descrita como revoluciondria. a, de de algumi dogmatismo:~o tem um papel importante para representar. Se ‘nos sujeitarmos & critica com demasiada facilidade, nunca descobri- temos onde est a verdadeira forga das nossas teorias. Mas Kuhn nfo quer saber desse. dogmatismoAc de uni dogma imperante por perlodos consideravei a que o método da ciéncia seja, normalmente, 0 método de con- ere que @ racionalidade da> erencial comum. SUger€-qUe 9 “descobrimento We ndo concordo com iquestoes fundamentals, ~—Essa € uma tese amplamente aceita e, com efeito, est na mod: 1 tese do relativismo. E é uma tese l6gica. Considero-a equivocada. Admito, naturalmente, que é muito mais discutir enigmas dentro de um referencial comum aceito ¢ ser um novo referen- faordindria”; perfodos que Se houvesse in inante. ‘com 0S fatos tais iiidade, constante ferencial de nossas suposicGes. Mas a tese relativista de que a tura ndo pode ser discutida criticamente pode ser discutida critica~ mente € nao resiste a critica. Dei-Ihe o nome de O Mito do Referencial, e discuti-a em varias cocasides. Considero-a um equfvoco légico e filoséfico. (Lembro-me de que Kuhn no gosta do meu emprego da palavra “equivoco”; mas essa aversio é simplesmente parte do seu relativismo.) Eu gostaria de dizer em poucas palavras por que nfo sou re- lativista:? acredito na verdade “absoluta” ou “objetiva”, no sentido de Tarski (embora, naturalmetne, nfo seja um “absolutista”, pois n&o penso que cu, nem qualquer outra pessoa, temos a verdade no bolso). Nao duvido de que este seja um dos pontos em que estamos mais profundamente Admit no referencial das nossas teo experiéncias passadas; da inguagem./Mfas somos fum sentido pickwickiano; se o tentarmos, poderemos s \referencial a qualquer momento. /F verdade que tornaremos a ‘contrai-nos em outro referenctal, mas este sera melhor e g0s0; e poderemos, a quaisquer momento, deixé-lo também. © ponto central é que € sempre uma discussdo critica © uma comparacdo dos varios referenciais. Nao passa de um dogma —e um dogma perigoso — 0 que estatui que os diversos referen- ciais so como linguagens mutuamente intradutiveis. O fato é que nem Iinguas totalmente diferentes (como 0 inglés € 0 hopi, ow 0 chinés) so intraduziveis, e que existem iniimeros indios ow chine- ses que aprenderam a dominar perfeitamente o inglés. exposta na Optics es, assim Kuhn mo ontos_ de concordin: _ a; que consiste em } ta no domi e nao acre tos? Nao so psicoldgicos 10 das minhas Conjectures and Re 162) € 8 Gitima edigao do volum 2. Veja, por exemplo, o Capit tations; e 0 primeiro Addendum & 4. de minha Open Society O Mito do Referencial, em_nosso_tempo,.é..0. baluarte_central do irracionalismo.tA tese que Ihe oponho é que ele (Beta_a_dificuldade, transformando-a numa impossi \ temas de aati ea icildade di aBCIseG0 enire pessoas edu- cadas situadas em diferentes referéncias. Mas nada é mais proveitoso que uma discussao dessa natureza; do que o embate cultural que estimulou algumas das maiores revolugGes intelectuais. do intelectual se assemelha com fre- giiéncia a uma conversa io das coisas pode apanhar-nos como o fuzilar isso nfo quer dizer que nao podemos avaliar, critica e racionalmente, nossos pontos de vista anteriores luz dos novos. Seria, desse modo, simplesmente falso dizer que a transi¢io da teoria da gravidade de Newton para a de Ein nal e que as duas nao so racionalmente compardveis. Existem, a0 contrério, intimeros pontos de contato (tais como o papel da equa~ go de Poisson) e pontos de comparagio: segue-se da teoria de Einstein que a teoria de Newton é uma excelente aproximagio (a nao ser no que conceme aos planetas e cometas que se movem em 6rbitas elipticas com excentricidades consideréveis). Nessas condigdes, em ci renga do que acontece na teologia, & sempre possfvel 0 confronto critico das teorias concorr dos referenciais que competem entre si. E a negacdo dessa possi- bilidade representa um equivoco. Na ciéncia (e s6 na ciéncia) pode- mos dizer que fizemos progressos genuinos ¢ que sabemos mais agora do que sabfamos antes. mito que uma revol renga entre mim e Kuhn remonta, de manei- igica.. E-o-mesmo-acontece-com_toda a teoria de Kuhn, A sua proposta: “A Psicologia em lugar da Légica da Desco- erta”” poderiios responder: todos os seus argumentos advém da tese de que o cientista € logicamente obrigado a aceitar um referencial, © que nenhuma discusso racional & possivel entre referenciais, is af uma tese Igica — mesmo que seja uma tese equivocada, ‘De fato, como j4 expliquei alhures, o “conhecimento cientifico” pode ser considerado como destitufdo de objeto.® Pode ser encarado como um sistema de teorias do qual trabalhamos como trabalham 3, Veja agora mi ‘wing Subject” est Logica, Metodologia ¢ ano de 1967. “Epistemology Without a Kno- ‘Atas do ‘Terceiro Congress Internacional de 70 os pedreiros numa catedral. A meta & descobrir teorias que, a luz da discussao critica, cheguem mais perto da verdade. Desse modo, a meta é 0 aumento do contetido de verdade das nossas teorias (0 que, como ja demonstrei,* s6 pode ser conseguido pelo aumento do seu contetido). Néo posso concluir sem assinalar que, no meu entender, € sur- preendente e decepcionante a idéia de recorrer A sociologia ou a psi- cologia (ou ainda, como Pearce Williams recomenda, a historia da ciéncia) a fim de informar-se a respeito das metas da ciéncia e do seu progresso possivel. De fato, cotejadas com a fisica, a sociologia e a psicologia esto cheias de modas e dogmas nao-controlados. A sugestiio de que pode- ‘mos encontrar aqui algo parecido com uma ‘“descrigao pura, objetiva” esté claramente equivocada. Além disso, como pode o retrocesso a i@ncias, a mitido espiirias, ajudar-nos a resolver essa dificulda- de? Nao serd soci ow hist6rica) a cié a que vocés desejam recorrer a fim de decidir quanto monta a per- gunta “Que é ciéncia?” ou “Que 6, de fato, normal em ciéncia”’ vocés, evidentemente, no querem recorrer & orla lunética sociol6- gica (ou psicol6gica’ ou histérica)? E a quem desejam consultar: logo (ou psicélogo, ou historiador) “normal” ou ao “extra- Por isso considero to surpreendente a idéia de recorrer & socio- Iogia ou 2 psicologia. E considero-a tio decepcionante porque cla mostra que foi baldado tudo 0 que eu disse até agora contra as ten- déncias e processos sociologistas e psicologistas, especialmente na hist6ria, Nao, esta nfo é a maneira, como a simples légica pode mos- trar; ¢ assim a resposta & pergunta de Kuhn “Légica da Descoberta ‘ou Psicologia da Pesquisa?” € a seguinte: enquanto que a Logica da Descoberta tem muito pouca coisa para aprender com a Psicolo- gia da Pesquisa, esta tem muito que aprender com aquela. 4, Veja meu estudo intituladlo “A Theorem on Truth-Content”, publicado na obra Mind, Matter, and Method, de Feigl Festschrift, organizado por P. K. Feyerabend e Grover Maxwell, em 1966 n

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