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{© Dine aut 2092, de dado Bros Mat Aa he Ee us foe Mara 438 3472401, Sto Pale, Bras Fe fone Fax (180807819 cadnsnte a Liter (1300 9273 Terreler@hacieecomb Denis Legal feat Mest ialanga do dete: emis iio do capalinme a fendaome | Bano Bao ado isis 32) foc ipa Ih #8271 0s “ia. See opp 3309 wa EDU 38091) INTRODUGAO Ao vunticak Siudies jn the development of capitalism (1946), Maurice Dobb desencadeou uma acirada controvérsi cencrada na dis- ccussto sobre a dissolugao do Feudalismo e a yansigio ao modo de pro ‘ligio capitalist, A intervengdo que causow mais impacto foi apresen- tada pelo economista americano Paul Sweery. Suas crticas a Dobb ‘deram origem ao famaso debate sobre a transigao dos anos 50, um ver- Uadeito ponto de referéncia para as reflexdes sobte a transicio do feu. Ullismo ao capitalism,’ Embora este debate tenhainteresse especial 3 ‘sola marist, jf que toda a reflexdo & feta luz da problematiea da transigao de um modo de produsio a outs, sua importincia foi ama- hha que repereutin sobre outras escols de pensamento. O confronco entre Dobb ¢ Sweery foi reprodizide na livro Tie zrenition from few dais to capitation, que conta camnbém com a partcipagao de Rodney Mion, Christopher Hille M. K. Takahashi. As questdes que surgiram neste debate nfo Ficaram resis apenas a0 problema da trisigio do feudalismo a0 capitalism: reflexdes metodoldgicas mais abrangentes vera 2 tona e # propria obra de Marx foi diseutda. O faro de a con- ‘woveérsa terse manifestado também no plano epistemaldgico decor ren, em grande medid, da polémica propasigio de Sweezy de que as conteaigdes internas do feudalisma eram incapazes de transformi-lo profundamente, de modo que a sua desintegragio defintiva fi o re= ° impant rear ve fonds publica deste iv, tios autores apes ‘irr st ins eae de Dob, como 6 cso de Ka Polio qua, em um ‘tig exci em 44 cm Sour of Reon His) aia que Dabb steve Mam qu nha de est era J valor sab cpmra ie ci ‘le Mans otic expanse opis de mere a eis, Mas, como ‘Mima ito, olny aprofud sts ese pra saseres no casa tanta pate come a formal de Scary CE Re Hien, Clas confi ate of ea 9. 278. fe 14 twrropugso sultado da influéncia de uma poderasa fora externa capaz de romper o ‘seu equilfbri. De acardo com Dobb, Hilton e Takahashi, esta aborda- igem &estranha ao maerilismo histévieo porque, de acordo com Marx, a dinimica de gua/mer modo de producto é determinada por suas contradigdes internase, portanto, tanto a sua evolugto quanto a sua de- sintegracao dever ser apreendidas em sua contradigio imanence, Esta abordagem no cxclui a atuagio de Forgas externas que infven a re= producto de determinado modo de produgie: as “influéncias exter- ‘nas” so de imporcincia crucial, mas sempre devem ser analisadas luz das relagdes dominantes de producto. Mas, deixando momentanea- mente de lado este impasse weérico, qual seria entdo esta forga externa ‘que, segundo Swweezy, seria capar de desintegrar a feudalismo ¢instau= zara producto burguesa? O ressurgimento do comércio & longa distin cia. Notadamente influenciado por Pitenne, as reflexbes co economis- ‘wamericano sempre apontam, direta ou indirecamente, paras hipote se de que 0 comércio consstrin no grande salvente da economia feu dal. Dobb, por outro lado, sustenta a ideia de que as pripriascontradi- (2 irernas ao Jedalismo provocaram a sua ruina: a necessidade cres- ‘cente por maiores rendimentos por pare da nobreza esultou na inten sificago ds exploragio sobre os servos até niveisinsuportiveis, acentu- ando 4 luta de classes e determinando, no longa prazo, o colapso da economia feudal. A inovacao & que Dabb propde uma explicagao em {que 0 prdprio desenvolvimento do coméreio caneribui para aimentar a avides da nobreza por rendimentos mais elevados, aeleranda com isso ‘crise do modo de produc feudal. Em largo cagos, so estas duas perspectivas que moldaram as diver- sasinterpretagies sobre « ansigtodiscutidas em 54. Antes de in-ciarmos a anélise do debate, julgamos relevance esbogar 0 contexto tebrco no dual cle suegiu e se desenvolvey. Como sabemos, nenhuma polemice se desenrola no vazio, som softer ou excteerinfluéncia sobre as demais |questdes e tendénciss em pauta. A polémica entre Dobb e Sweezy esté ligada a uma concroversia ancerios, inicda em 1940, durante as come- moragdes do terceito centendrio da Revolusio Inglesa, Nesta aces, 2 ppublicagio do estado de C. Hill inttulado The Englich Revolution 1640. Tiree stay deseneadeou uma discussio acalorada sobre o caritet da revolugio. Seu epicentro foi o choque entre dois argumentos: ) 3 re- volugt0 de 1610 foi una revolt dunguse “elds” Sua caracteristica principal foi a omada do Estado pela burguesia que, com iss, gaaatix 2 consolidacio do capitaismo mediante ¢ eliminagao do altimo balua Neral The Engl Roan 168, Trees. Lone, 140. irRoDuGkO 15 16 INTRODUGAD, sme-canismo de mercado, ou seja, as duas perspectivas exigem a medi pio da lei da oferta © da procure como um elemento fundamental Partindo dessa contundente constatacio, Brenner procura despedacar ‘este alicerce comum que sustenta estas interpretagics. Foi este artigo, publicado originalmence em 1976 na revista Past & Prezen sob o tila “Agrarian class seructure and economie development in pre-industrial Europe” que reabriu a polémica sobre a transigio, agregando novos clementos € dando origem ao que passou a ser conhecido como 0 “De. bate Brenner". De forma aprosimadamente anilogs a0 que se suced tem 54, virios aucores publicaram artigos que defendiam ou atactvam, 35 teses (as eriticas)propostas por Brenner. O “Debate Brennk verdad, € um conjunto de artigos que foram publieados ini nese revista de 1976 4 1982, ¢ que posterirmente foram ret uum liv.’ As palavras de Rodney Hilton expressam a importinia des- te nove debate: “L Em certo sentido, fo Debate Brenner] pode ser considers do como a continuago de outro hem conhecido debate sobre a tran- sigio do feudalismo a0 capicalismo, inaugurado pela critica do eco- romista norte-americano Paul Sweezy Bs anélises apresencadas por Maurice Dobb em seus Studie in he development of capita.” Enquanco 0 debate de $4 eontou apenas com a participagio dita de autores marxistas (embora sua influencia tenka sido mais ampla), ‘como ji adiantames, esta nova polémiea envolve também historiadores| ‘que, nate avo specfio,apresentaram uma inspraco malthusiana, como Eo caso de MM. Postan, John Hatcher e Emmanuel Le Roy Ladue, (0 quais no 86 se defenderam das critcas apresentadas por Brenner fem seu artigo, camo contra-atacaram, questionando as bases sobre as uais se sustenta a cese referenve 4 transigdo ao capicalismo defendida por este historador. Brenner é também duramenteeriticado por Guy Bois, autor marsistae critico das earrentes malehusianas. Os autores citados esto envolvides mais diretamente com questdes de fundo te6- rico-metodolégico. Outros historiadores, como Heide Wunder, Patricia Groot e Davis Parker deram mais énfase em suas crcicas & base factual “aig conte nacido un einige Brenner apreentu onsite for Advanced Stay de Universidade do Prince, abl de 1974 S TETLASon & HE: Pipi eds) le Brewer Dba parc at rac ad con dele inprlarie arype Canidge: Cage Univer Prey ‘ns RCL titon“tondaton, ne Te Arsene Debt IrRopugao 17 ee ee eer ae eee ae a ee es ee ee nee ee ee eee ee ae ee as Para manter a coeréneia, daremos maior Enfase as quesides que se telacionam de forma mais ditera com a debate de 54, Porém, pare & compreensio do debate subseqlente, no podemos de forma alguma passar ao lego da coneraposigio entre Brenner e os “neomalthusianos”, luma vez que esta contraposigdo & que origina a nova fase da contioves. sia sobre a transgio e the di consistence, vee Ha, nas duas fases do debate sobre a transi, urna sobreposigio de problemas: a reflexio em torno do significado real do materialismo hiseérco confunde-se com o problema especifco da passagem da soci- cedade feudal 2 capitalist, ou seja, tanto 0 objeto quanto 0 método 7 idem pin mewn, 18 iNTRoDUgio esto em questio. Bste tipo de abordagem 6 de fato, uma tendéncia| jnerente & pr6priaabordagem materialisa da histria, a qual rejeia a parttha entre sujeito e objeto. adquirindo a partic desta negugto uma postura necessariamencea/iea na apreensio da realidade. Mas € preciso, ter cuidado, pois este tipo de perspectiva aponta perigosamence para 9

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