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PUNIR, RESTAURAR oy TRANSFORMAR? por UMA JUSTICA EMANCIPATORIA EM CASOS DE vioLeN ICIA DOMESTICA Punistine, i RESTORING, OR Thy i OR TRANSFORMING? ToWARDS AN EMANCIPATORY JUSTICE IN Cases OF DOMESTIC viot LENCE outora em Sociologia pela University of California, B Ceciua MacDoweu Santos Qu erkeley. Mes ge to Paulo. Professra Titular de Sociologia na University af San Trane i Hee squisadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra santos@usfea.edu i Isapora Vier MacHapo povtore em Ciencias Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina, Mestra em Dito, Estado ¢ Sociedade pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professoraaojuntaem Dieta Penal na Universidade Estadual de Maringa, Bosista da CAPES -Prooramas Estratéalcos - Estdoiopds-doutorl ‘ex 00 Dinero: Penal Resuwor Este artigo pde em questo a atual pro- posta do Judicirio brasileiro para que se instaure 0 modelo da chamada justiga restaurativa nos casas de violencia doméstica, Propde-se a ava- lar os desdobramentos desse movimento, desde uma perspectiva tebrica feminista interseccional, destacando 0s riscos de um regresso a l6gica fa~ mista que caracterizava as praticas dos Juizados Especiais Criminais, cuja jurisdigo para. esses C2305 foi retrada pela Lei Maria da Penha (Le! 11.340]08). Além disso, apresenta uma proposta tera pensar modelos de justiga em que 35 MU there, coneebidas como um grupo social heterO~ Séneo, com posigées socials desiguais em razdo Ae merseecionalidade entre género, classe social "2a, cor, orientago sexual e/ou deficiéncia, en- {teoutrs fatores sociais, possam ser ouvidas em ‘Saos, Cecilia MacDowell; Mac na University of San Francisco (EUA). isadoravier@yahoo.combr ‘utoras comvidadas Asraacr: This article questions the current pro- posal of the Brazilian Judiciary to adopt the so-called restorative justice model in cases of domestic violence It examines the development ofthis movement, from a feminist and intersec- tional theoretical perspective, highlighting the risks of a return to the “familst” logic of judicial practices carried out by the Small Claims Crimi- ral Courts, which had their jurisdiction to ad- dress domestic violence cases revoked with the edition ofthe so-called Maria da Penha Law (Law 1,340[06). In addition, it presents a proposal to rethink models of justice in which women ~ un- derstood as a heterogeneous social group, with diverse needs rooted in unequal social positions based onthe intersections of gender, social cass, race, color, sexual orientation, andor disability. Ta, adore Vier Puri, restaurar ou transforma? vcipatéra em casos de vokncia domestica 7 Por ura jstiga emancpr te cr. p 241-271 580 Paulo dT agast0 2018, Digitalizado com CamScanner ge RBCCam 146 201 r CRIMINATS: 20 242 Revista Brasieina oe Ciencias CA mong other social factors ~ cay specifieas &™ Nr gpecific needs and demands, fg fi sm rece « em ecm Peto FANNER COUl be Mi ro S ceeenanen several levels of action. vei, rios niveis de enfrentamento. Keroro the Maria da Pena tay «gy oencia inst wornen ~ Restoratige es Viole violence agai "ative jase’ nave: Lei Maria da Penh ~ fa Democratization of justice doméstica contra mulheres = Justia restaurall- va - Democratizagao da justia. a violencia doméstica e a Lei My, tra a violencia dom Was a utas feministas cont encia d ie: Ran eee urate coxa de and domestica: ume al teapot Sea ast ess de justia no prcesso de enfrentam dome? ‘OF um novo Conclusao. Referéncias. IntrobugAo Entre 21 ¢ 25 de agosto de 2017, 0 Conselho Nacional de Justiga (cy) Ppromoveu a oitava edicao da “Semana Nacional Justi¢a Pela Paz em Casa”, No sitio eletrdnico que informa sobre a campanha (CNJ, 2017), ha uma foro do simbolo ostentando a palavra “PAZ”, sob o tracado de um telhado. A letra Be Por sua vez, é 0 esboco de duas pessoas se abracando, com uma crianga en. tre elas, como a representacio de uma familia feliz que habita grande arte do pe einatio coletivo brasileiro. A semana, conforme informa a Portari 08.03.2017 (CN} i i de ee .03.2 J, 2017), passa a integrar a Politica Judiciaria de Enfrer oe 4 Violéncia contra as Mulheres no Poder Judiciario e ilustra os reas ‘ovimentos empreendidos por essa instancia ireci ea z Para redirecion, 10 implementacao da Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria ee os : ‘enha, nao é uma g etem pen Sltsa0 para o problem ne ri; Cessatia para o enfrentant Digitalizado com CamScanner —OSSIE ESPECIAL: "ey SSE EsPecta: “GENO & Sistema Py Tivo" 243 0 Poder Judiciatio deve exercer spires A proposta do CNY ¢ Jo Mor. depois de findada a Com “pre a violencia dom {geNADO FEDERAL, 2012) pontiay, agentes: violadores da Lei Maria da iniciativa em si, mas em seus funda importante discutir os seus principi preventivas ¢ protetivas, além das puniti ciso ir além da propria lei, para que a todas as suas dimensoes interindividu: ‘ivas. Ader violéncia lais € estruturais, ‘Mais, entendemos que é pre- doméstica seja enfrentada em Depois de uma década de vigencia da Lei Maria da Penha persistem os desafios para a efetivacéo do documento norma No atual cenario politico-econdmico, todavia, tais desafios sdo E preciso atentar para o fato de que um contexto de pés-“golpe de Estado le- gal” (LOWY, 2016) demanda muita cautela em telacdo a novas politicas de en- frentamento a violéncia doméstica contra mulheres, Diante disso, a dualidade entre os modelos restaurativo e punitivo nos Parece insuficiente e arrisca repri- sar praticas conciliatorias, em detrimento dos direitos das mulheres, que foram afastadas pela propria Lei Maria da Penha. , € evidente que tivo em analise. ressignificados. Além disso, as opgdes politicas por uma pauta orcamentdria que deixa de priorizar os servicos publicos, principalmente, de educacao e de satide, pro- duzem impacto imediato sobre a vida das mulheres. Tais politicas s4o reves- tides pela expectativa social de que as mulheres sejam as tinicas encarregadas cas fungdes domésticas de cuidado e, ainda, submetidas a jornadas duplas ou Uiplas de trabalho. Tudo isso recrudesce o cendrio de vulnerabilidades das mulheres, em virtude tanto das relagées e expectativas de género como da in- letseceao entre género e outras categorias sociais, nomeadamente, classe so- Clal, raga, cor, orientacdo sexual, deficiéncia, entre outros fatores. E preciso tomar em conta que a proposta de “pacificar” relacbes sociais fica ‘omprometida pela precariedade de politicas publicas dispontveis para garan- ‘escolhas legitimas as mulheres (ELIAS; MACHADO, 2015). Nao nos esque- ‘amos de que a dimensio criminalizante da Lei Maria da Penha € ea ie Somparada aos niveis preventivo e protetivo que ela constitui (MACHADO, 17). Na ultima década, contudo, ha evidente insuficiencia dos ae pa- ‘Ao atendimento das partes diretamente envolvidas nas situacdes de violencia 7 = Pani start on aso Saar, Cecilia MacDowell; Maciwo0, Isadora Vier. Punis restaura’ mt os fs... POF Uma jstiga €mancipst6a eM cs IS pao: Ed AT agosto 2018, Digitalizado com CamScanner @ RBCURI cunts 2018 ~~ ee | cIRS aasncina oe ciel Revssta BR ae | Ie juizados especial; ade j PeCializad, 244 +. ee homen: ae ificande™ de alta de medidag 5, eons 6). “vos, sem conten Pea sncia (SENADO F roje ve 4 ret ye aanpanas 74 rhe libercade ' om estar social, ee Pi testaurar oy transformar? L146 5 ©2808 de violencia doméstica. Digitalizado com CamScanner [ ae DOSE Especanys Ginn ¢ Sistema nna a47 » coletivo de ' ahatho coletivo de um conssreio comp 050 po r OF ra verdadeita mudanga paradigm jeao pionelrt da normativa, Conforn ca. Ty sige ” WC ne x se constitui em um eixo tripli ic ce, ONGs feminis, 'danca se justific asinato (2010) 8 medic as ‘ va. Isador, Punitivas dio lugar aS, representa penha proposta preventiva ¢ é prope 7 ae oo proteti uc, se de um lado a dimensa a Vier Ma tad! earrenieda tena es 10 punitiva da lei foi ‘et Machado (2017) apon: comoa = ama a pa rec a ce CP), em conformidad on Para o delito de vstene ge aeePar exempo, 30 ade com o art. 44 da ler cia doméstica (art. 129, ', de outro, : que, na verd; , UM extenso con- . diminuta, se Comparada id tdade, a di o1 ¢diminuta, parada aos demais mecanism mensio criminalizante de prevencao que a lei apresenta, 10s interventivos de protecdo ¢ em que junto de dispositivos comprovam Em uma perspectiva de Protecao individual, a Lei Mari: inova ao trazer um conjunto de medidas protei aria da Penha também eseguintes. Esses so mecanismos, de carater i Conforme seus artigos 18 cliciados via Delegacias da Mulher,judicirio ou Mi cees pear que, na iminéncia de uma situacao grave, eventuais da inistério Publico, para se pode deixar de destacar, contudo, que-o sentide de ua Colne naan além da protecao das mulheres, abarcando, também, aa ae eventualmente aletadas pela pratica da violencia, conforme assinala 0 art. 30. Esse dispositivo esta inserido no capitulo que trata das atribuicdes da equipe multidisciplinar, sendo esta, igualmente, uma das inovacées trazidas pelo dis- positivo legal, que sintetiza justamente 0 conjunto de demandas por formas de intervencdes multiplas, executadas por profissionais de diferentes campos de formacao. vo, nota-se uma investida da lei em medidas coletivas que priorizam a educacao da populacao, a transformacdo da cultura de violéncia € oestabelecimento de uma consciéncia social que refute a pratica de qualquer forma de violencia. E 0 que se nota, por exemplo, no art. 8°, inc. IX, da lei, que preconiza que a politica publica de enfrentamento a violéncia doméstica deve set ita com 0 devido “destaque, nos curriculas escolares de todos os nivels de ensino, para os contetidos relativos aos direitos humanos, & equidade de ge- nero e de raca ou etnia € a0 problema da violencia doméstica € familiar contra amulher”. No eixo prevent em seus le-se dizer q| leterminacdo prevista na lel, ue a determinagao prevista i dos de Violéncia Doméstica & Famili 1.é também uma forma de romper ‘com uma cia como uma questo multifacetada, a A proposta foi, inclusive, referendada var ou transforma"? De igual modo, pod ans. 14 33, para instituir Juiza competéncia hibrida civel e criminal 'ogica unilateral e compreender a violen Ser tratada de maneira multidisciplinar. 7; Nha, 0 VFA Ere dOMes8, oy gto 2018 ‘Santos, Cecilia MacDowel . Franson Shee saan se Digitalizado com CamScanner NCHS pa oF Cle sth Beast | acao Declaratoria d ces emia AS Cong 1, PS ty, ada, apenas e ta plo supreme » esta qatruttrada, APENAS € to go, cionalidade 19 ¢ 10 prelate a inpasstie Negar 4M, z ese ne itive da lei. A nova confi " Conform ei T ia vigenel@ da a nee poigura ce mode® ‘ rigor C0 ode i ree eso ge ee Se ct Peden 19 que csi" ivo-perl mull 0 ten, erin rorvore, UF JACHADO, 2017). Esse na mes wencit MEST tien (M P17). Esse, nas casos de de violencit Oa da Criminologia Feminista br rte m cardter meramente sim leg to de pena ma faz com que det atribuam as demand (vB. ex., KARAM, 2015)- ee Bi toricidade 40 Ao regatar 9 Piso sivel notar que § domestica, contd, € Pose Te ramente punitive. Comacte™ ieraindo desta arena as possibiliday . es i . inalizal ssc Ss icraitihs grande parte pela Let Maria da Pena (SANT, r que a adocdo, pelo Estado, inadas vel erminadas Vert ; jas por crim alizacao mento feminista contra a vio), demanda nunca foi de carate, ig iras delegacias da mulher, 9 Ben concretas de pro! no da violéncia, resgatadas em 2010). Ao mesmo tempo, € necessario considera 2 da pauta criminalizante foi oportunamente abracada pelos movimentos fy. ministas, ja que, contingencialmente, foi a via de didlogo possivel para impr. mir as demandas formuladas na arena estatal (Idem). Isso nao significa que, luta por outras instancias de intervengao tenha sido abandonada. Por outro lado, a minimizacdo e a trivializacdo dos conflitos no ambito dos Juizados Especiais Criminais fez com que os movimentos feministas conti- uassem reinvestindo no argumento da criacao de figuras tipicas adequadas na Lei Criminal, o que prosseguiu como demanda especialmente depois da Lei eee ne | tipo penal de “violéncia doméstica” no Codigo Penal , deslocant ‘i submetendo|os te ee mulheres para a familia e ainda ofensivo. ciliatoria das infragdes de menor potential diminuir a desi COM 0 objet “sigualdade de poder ‘etivo de, mediante a intervencao poli dade (BRANDA 0, 1998. nas be 168). O acesso da 1998; SANTOs; RIFIOn relacdes conjugais ou de inti via criminal; nt pel TIS, 201 ; SANTOS, 2005: 6 elas pre Pp 09, emanci ‘ora Vie pa ir. isola esos tourer ou transformar? Digitalizado com CamScanner — 7 Dossié espe: Genero & ‘Sistema Punstivo"™ 249 sisibilidade mididtica dessa instancia ¢ we resolvidos (DEBERT, et alie, 2006), esse cemirio dotado de evidente jsmos brasilein ati: A exper H 4 de que os contlitos se- ‘ complexidade, a acaram foi a ideia de srroes FERUIALOTOS, 2 criminalizacao detem ; ; ) to dominacdo, por aumenta ire dominaste, po auenta a savaguarda dee el ancia diante dos agressor la das mulheres e di povolencia diante dos agressores. Isso no signifien au eee ts jogiea criminal tenha sido interpretado como solucay ge euclonisme da Ge ” , 2018). mam pela manutencdo das Ade, © due alguns extratos dos ue, diferentemente de outros Potencial politico de garantia wando setores dos movimer inista nara da Pena, ss0 nAo significa necessariamente see tee essa Let mentos empunhados por diversos setores das Crimimologin came ae, tudo a Criminologia Feminista (v., p. ex., Campos. 2017) Sem divans podemos ignorar a seletividade, a discriminacao, as violéncias com ae id classe social, raca ou cor, genero, deficiéncia, entre outros fatores, (re)produ- zidos pelo sistema de justica criminal. Tampouco se pode ignorar, como sa- lientam as criticas da dimensao punitiva da Lei Maria da Penha, a ineficacia do sistema penal para lidar com os casos de violéncia doméstica, que nado ra- to produz efeitos de (re)vitimizacao das mulheres que procuram esse sistema (v, p. ex. MEDEIROS; MELLO, 2014). Mas é preciso prestar atencdo no potencial transformador da Lei Maria da Penha, em todas as suas propostas de mudanga paradigmatica da administra- cao da justica e da sociedade. Um dos grandes valores da lei € 0 de pautar 0 enfrentamento a violéncia doméstica no ambito de instituicdes publicas que, em tese, devem conferir as mulheres o direito de comunicar suas proprias es- colhas aos Grgios de atendimento (ELIAS; MACHADO, 2015). Desse modo, faz-se necessdrio indagar se a justica restaurativa aplicada aos casos de violén- cia doméstica, especialmente nos termos que tem sido formulada no Brasil, apresenta essa possibilidade de didlogo. Acreditamos tratar-se de uma altema- tva equivocada, que nem resolve 0 problema das miltiplas formas de violen~ cia ~ racista, classista e sexista — inerentes ao sistema criminal, nem garante © exereicio dos direitos das mulheres em situagao de violéncia doméstica ja Teconhecidos na Lei Maria da Penha. Ao contrdrio, essa proposta de justica ——— ‘ i ileiro, dentro da pers- 3. Para um panorama explicativo crtico do sistema punt Brel dom Pectiva latino-americana e no cenério espectfico da resem ; (2009) sformar? EE Fons erent aso id, RT, agosto 2018, Digitalizado com CamScanner problema da violencia do, ea0) viol aliz# Fae de implementacag 4 ossibl ie enclA pomesTIcA: UMA ento da justice restaurativa naseg, pent quando Mark YAN e Day a face, ™ pusca de solucées ee ca faces sol x ti o autor, implica wer nr te "0 modelo, con crime € a iste, tad Worth colocaram ofEns™T vconorme : ce san me ote ae ° dano, promovendo uma Be ompleta reorientaca so persia 0 > jmplicadas nesse dano. O crime deye Caan yas & comunidades, e nao como mera infte 1 dano a pes? ma preocupacao central com a vitima, suas bi uw possi a responsabilizacdo concre. s em. : ea da infragao (ZEHR, 1997). perspec! ampliada de todo ser visto como um jica em "i gencia a uma lei. 1880 impli pilita um: demandas € seu pap’ Far -do autor ~ e nao meramente abstrata . neti Zi ta-e nado m usa por 0 delos alternativos de justica TAG: resulta em Na Tealidade, a bu: hhristie (2004), nao ha alternativas certeiras was. Para Nils Cl vet ies, Admitir a inexisténcia de uma resposta terminativa, se- Ivez ja seja um passo importante para desenvolver alternati- orque Nos impele a buscar meios com os quais a humanidade ja trabalhou e que esto impressos em nossa memé6ria social, tais quais o perdo e a restauracdo. Seriam, entdo, o perdao e a reconstituicio dos vincullos a base conceitual da chamada justica restaurativa? Conforme nos Jembra Fernanda Rosenblatt (2015), o modelo das campanhas e o pr6prio.con- ceito de justica restaurativa tém variado significativamente com o tempo, in cise sseian ou refutando sua aplicabilidade para quest6es nao criminais. lendo em conta ess i i . puecouo em essa multiplicidade conceitual e os diversos contextos 50° ciais e juridico-politicos em que se prod . nistragio de conlltes, o present produzem formas alternativas de admi: » nte ii 5 artigo visa abordar a proposta do CNJ de respostas definiti para as atrocidad gundo o autor, tal vas de resolucao de conflitos, pr 4. O conjumto 4 le andlises cultura jurfdica que ti salta, por exem lo, a i ‘ Ova Pacificagg Plo, a imperiosa construcéo de uma - ’solucao de conflitos, desenvol 2, Isadore a Vier tora Viet Pui restau 595 de Violence crane? Digitalizado com CamScanner Dossie 2 ESPECIAL: "GEneRo € Sistenan Punnivo" 251 levotamos especial atengao a ant = aes a CAO AOS Fecentes, Movimentos d mapleeneat § postos modelos de jus ica restaurati = do Judictario para Pa violencia doméstica ‘ativa ao campo de enfrenta- me jamais de uma década 0 CN) referenda ¢ est a vrs Foi em 2010, ais con's eon 25 praca restaratvs mira vez, imstituitt a chamada Politica Judicisria Naci =H oe 0 CNJ, pela pri- mltas de interesses. em 2016, o 6rgdo ctiou a Pole de tratamento dos pestatrativa no Ambito do Poder Judiciétio, por meine pn aeduste srMje mato de 2016 (CNJ, 2016). © texto de Por meio da Resolucao 225, de 4c-lclitadores restaurativos”, com o intuito de buscar sane emacs c consensus”, com participagao do/a ofensor/a e recomposi od ae : op beens icdo da tessitura so- cial. E preciso observar, por sua vez, que a Portaria 15, de 08 de marco de 2017 que institui a Politica Judiciaria Nacional de Enfrentamento a Violéncia contra asMulheres, nao prevé expressamente o uso de nenhuma técnica restaurativa, apenas motivando a célere resolugao dos casos, entre outras medidas. Ocorre que, depois do lancamento da segunda edicao da campanha “Justica pela Paz em Casa”, em 2017, a Ministra Carmen Lucia, presidente do Supremo jribunal Federal e, por conseguinte, do CNJ, afirmou que: “Campanhas como essa so para que as coisas ndo fiquem invistveis, porque, quando as dificulda- des nao se poem de forma clara, fica mais dificil enfrenta-las. Esta nao é uma semana da Mulher, € uma semana de uma sociedade que possa viver em paz, homens € mulheres, com chances de serem felizes juntos” (apud CNJ, 2017). A reprise da perspectiva familista por trés da proposta parece evidente (CAMPOS, 2015). A segunda problematica que se constata é que, nesse espaco das concilia- des preliminares, o Judicidrio tem sido povoado por propostas diversas, en- tre as quais as chamadas terapias alternativas. De acordo com Cristian Dunker (2016), com aporte em Freud, nao se obsta a incorporacao social da Psicana- lise por pessoas que nao tenham especifica formacao médica, por exemplo. O que se tem constatado, entretanto, conforme o psicanalista, € a questiondvel rapidez desses métodos com aparentes efeitos terapéuticos, com a equivocada ideia de que um saber andnimo pode produzir mudangas (de fora para den- to), obstando a transferéncia capaz de motivar mudancas de dentro para fora. ee ais acesso a justica e, ainda, de mo‘ © desafogamento do Judiciario. Nesse sen! 2011); DIEHL; Brandt (2016); GODINHO JR. et (2013), do mais instrumental e pragmatico, até mesmo tido, ver, por exemplo, COSTA; Mazzardo |. (2012); OXHORN; Slakmon Saas, Ceca MacDowell Maciaoo, sadora Vier. Pun restau ansfomta? "Por uma justice emancipatéia em c3s05 06 rea erst 208 Revisto Brasileiro de Ciencias Ciminais vol. 146.an0 26. 241-27 I Digitalizado com CamScanner js 2018 7 ce certo privileBio, atualme, 252 fete a CAMPOS, 2017), 4 ee ng tn pelo 101080, fSOFo e jg" rie ia pele poe i » da genealogia dos ance iC i, aes € fila parti de repre ido por quaiSAUCT Pessoas g ie inclusive, membros ‘ Na eg famili (TALARCZYK, 2011). . ida pelo C 4), ow por bonceos, de 2016, anuncia-se a disseminacgy i ais, proposta apresentada e cele iS. de conciliagao, O Proceg, esolucao 1252010-cy9 NJ, no an} ‘ Em nota emit panais do P* versos tribunals pa so tong, aumnnea a5 cae 0 10, R por, de acordo com 0 OTe gal (se cotejado com @ mento, conforme a nota, € le; as, ¢ dura aproximadamente duuas a rm base ns dace te < suposto resga ; “ Res r saher ie nao apenas as expectativas legis mas também és 40 familiar o a pectath ee ar inda conforme Christian Dunker (2016), identificar uma hiss. Isso porque, ain 1, porém, no caso das constelagieg 6 jetivas é essencial ria para as questdes subjetivas € es cas ’ ha aa sobredeterminacao do sujeito, quase que mitologica, que pressupseg transmissao direta do desejo, como uma hipotética verdade em sua vida, Antes de sobrelevar os limites éticos, cabe repisar alguns limites legais que parecem passar ao largo das propostas referendadas pelo CNJ. O primeito é cil cado na perspectiva da Lei Maria da Penha, ja que o texto legal, claramente em seu artigo 41, ao afastar a incidéncia da Lei 9.099/95, repele os procedimentos despenalizadores ou conciliatorios. Assim também reafirma a Recomendacao Geral 33 sobre o acesso das mulheres a justica, da CEDAW (Convencio sobrea Eliminacdo de Todas as Formas de Discriminacao contra as Mulheres), da qual 0 Brasil € signatatio. A ONU, no processo de monitoramento da conven¢éo, constela No que lange aos limi 4 limites etic, Silos sob a otica da 7 Maciaog, i Sadora Vi et Pant 92 casos qe Staurar ou transforma? z ci > “1B an 29 velecia domestic, Digitalizado com CamScanner DOss€ especie: TEMA Puniivo' ESPECIAL: ~ SECC: "GENE & Sisteyg ‘unin -_ 253 o que inviabilizaria, por exempta, qj etn PO EMT vei ‘%, Talatezyk (2911) todo terapeutico, quem o aplica? essas pessoas? Além da ne, apias la wt Ge Promove a ideta de Altestiona: se nao se trata : ‘ansmite ¢ ¢ 1 i necessriaformagio engin Ete ‘Aco exigida pela Resolu- NJ, nao ha quais. ate" ' ‘aisquer parame éticos da execucao da pratica “108 clentificos que assegurem os sup io jimites Nao bastasse isso, a comunidade outro conjunto de criticas severas 4 a lacuna na formagao ledrica das pes * pstelacao familiar, fazendo-co de m Cientifica int Lernacional te i Pane tem mobilizado ses ue a (2005) sublinha nbdbtamadé, ee ae os circulos de panhamento ulterior daqueles/as que se submete sai aa jestaca, ainda, que 0 modelo proposto resgata padro ama concepeao hierarquica de familia em qui gubmete, por Sua vez, a figura da esposa e da uma pratica reacionaria que visa manter a es caber também nesse modelo a possibilidade rossexuais. Pouco a pouco, as principais propostas da Lei Maria da Penha sto tomadas de assalto pela ideia de solucdes inovadoras que, a bem da verdade, sao ape- ras ovas roupagens para um modelo de intervencdo que retira as mulheres do centro das praticas interventivas e reinstaura padrdes moralizadores de fami- lia, A “paz” que se propée ignora o duro, longo e custoso enfrentamento pela construcao de politicas publicas que possam dar voz as proprias mulheres para que, diante de uma situagao de violencia, expressem o seu livre, legitimo e am- patado desejo de viver como, onde e com quem desejarem, 's criancas. Em suma, trata-se de trutura da familia patriarcal, sem de estruturas familiares nao hete- Na perspectiva da critica juridico-politica a0 movimento de justica restau- rativa, no Brasil, Guilherme Augusto Dornelles de Souza (2011) examina a transigao de modelos de justiga dentro de contextos culturais marcados por sensibilidades e racionalidades plurais e complexas. As praticas restaurativas, enquanto heranga dos sistemas juridicos do common law, ao ser importadas para o Brasil, colidem com uma cultura juridica caracterizada pelo ethos da autoridade e por um espaco publico marcadamente hierarquico e desigual.’ Esse problema torna-se evidente ao se perceber que as propostas de justiga res- laurativa no Brasil se restringem 4 determinados tipos de infracées, tais quais aquelas cometidas no campo da infancia e juventude, ou nos casos de violéncia — 5. Na mesma perspectiva critica da justica restaurativ também AZEVEDO; Souza (2012). ra transportada para 0 Brasil, ver won Pai adore Ve vale domes 9 a 27 Sao Paul: E.R, agosto 2078 Saas, Cecilia MacDowell; Maou00 Por uma justiga emancipatia em cas Revista Brosilera de Ciéncias Criminais vol. 146.2n° Digitalizado com CamScanner yer wind mudanga iMstityg, g promor’t um modelo de referee! 254 lo teitos sd a ee alguns sue ilOs S40 maj, “int a ty domestica . dad ava Fi aprotune a.com oaval do Judiciggi, toridade € iso. pontuar que, mesry, ta. sive 0 6 ponst va ET ente aludidos, que refo,. Diante 4 anterior! ‘Or cay das mulheres, €SSe mo" sits ys direilo’ de nto ce ficiente> POTTUE @ sua aplicacao agg is jo inst vel meramente individual, Oquens cruturais ¢ institucionais, peer + Pro. prio sistema de justica que, ng, ; , 0 ta, arte da Lei Maria da jas c reprod todo ou em PF Penha ro, reage contra 4 intp lista e racista como a brasileira, 8S Vig. dade patriarca’, méstico ou publico, nao podem hey no iolenci an io que a violencia ‘ fenomeno individual, mesmo domest. concebidas como um fen |. Rita Segato (2003) argument, . soal enero deve * Tae ave Seu ae ae que éestruturante da sociedade brasileira (SEGATo, culinidade he; , 2003). O pensamento critico das mulheres negras apontas ee uae Paraa uem dls d MM Os ree tintos sig x30 : eCUrSOS die Significados a sossatn Busca alternativas (SANTOS, 2017) dispontveis para que as mulh ae po S, : a eres x preciso ter em conta que, a p; al da violéncia doméstica, ostamente puniti arti de uma perspeet ae Punitivo em sua esséncia por outn a eramente autolOgica, Se as instituicdes fru aes ne jidade de genero”, nao ouvem as mulheres que meson fcientemente aparelhadas para atender as suas de como se constroem as preferéncias das mulheresnen com o sistema de justica. A fim de que as “vozes subsl possam falar, 0 sistema judicial interventivo eo modek do pelos seus agentes, incluindo a sua formacao pr dicalmente reformulados, ‘a estrutural e inter- um modelo de jus- aurativo, arrisca ser S que prestam queixas e nao estdo su- s, € preciso questionar mento de sua interagdo lernas” (SPIVAK, 1998) lo de justica operaciona- ‘Ofissional, devem ser ra- Quando interpelamos as mulheres, perguntando-lhes o que de fato desejam diante deum episodio de violéncia doméstica, nao sera surpresa constatar que muitas nao desejam a criminalizacdo de seus parceiros ou ex-parceiros. Entre outras razes, se as mulheres viverem em situacoes de multiplas e intersecta- das formas de opressio e marginalizacao social, as suas familias ou comuni- dades podem estar também sujeitas a violencia institucional perpetrada pelo proprio Estado e por agentes da seguranca publica (v., por ex., SANTOS, 2005; BOGRAD, 2005). O problema, todavia, nao é se as mulheres podem ou nao fa~ laro que de fato desejam como solucao. A questo ¢ se podem ser (ouse sao de fato) ouvidas. O foco da anélise acerca da justica restaurativa deve questionar, entre outras coisas, como o sistema lida com o desejo ou a necessidade das mu- heres, Se as instituigdes ndo consideram que o relato das mulheres representa um problema grave ¢ real, entao a tendéncia é que estas sejam silenciadas. Nao cabe a nds, neste texto, reivindicar o lugar de fala. O ponto principal de nosso argumento nao é se as mulheres de fato querem ou nao a intervencao de um modelo de justica punitiva ou restaurativa, mas, sim, se 0 que elas reamuene quetem pode ser construido de uma maneira transformadora das relacGes in- ter i is violentas € se, ness clas podem ser ouvidas. ‘Tpessoais e estruturais viole! Isso porque, em verdade, estamos Jidando com u nen ju sé pedioposto a nao considerar o problema da violencia domistcs Ast nulheres ern sua real geavidade. Em vasta pesquisa emprncs e100 To marca de Belem do Para, Luana Toraz de Souza (2016) vericoy 400. Modo de 2011 a 2013, 0 indice condenat6rio em tod0 0 hr sens sas Vatas dle Juizado de Violéncia Doméstca ¢ Family r, comarca, uma das pioneitas no estabelecimento ¢¢¥ montana? a, one, agosto 2018 e contexto, ‘om um sistema judicial que ja i esta Tina CeclTa MacDowell, Maou, fsadora Viet FAS i Mattaiga emancipatria em C2505 45 0 2 Porm eS mianis vol 146.270 26; P Digitalizado com CamScanner y g ¢ RBC ns 201 oe cewens CH 256 ewsts Brasil 5 de prisdes Provisrias toy, mers ei Maria da Pena, Em 82 5 cia A SOUZA, Pena vais, era de menos FO o do dano (S ZA, 2016, pT prado significa’ ves como os programas de 44.7% Q,67% dos casos fo de zs conforme as prescrigggs 67% , exit os : es, 5), ao mes9 MP ona efetivacdo da lei para agg, ® fos agressores MAC i wae ae conforme a atlOE ‘ is, Tudo iss0, reveja eixos multipl : se ical « fato preveja eh los de suia dimensio judic Maria da penha de fato a ne sequerien ioe ae Muito emboraa Let Ie vigorosamente aplicat sepectos, amore “men, . 9 tem § es a id | i vengio, cla nao tem Sido ME importante: ae, stitu, sio punitiva, quem dirt em encaminhamento complexo dos casos, j’ das varas mistas, garantindo um 5 na condugao dos Processos, nao ape sa distorgao produz severos an olencia deve se reportar a jUizos diverso. cto de i - , a mulher em situacde vyitimizacao secundaria em distintos cen," porque reexperienciando 0s Fox: mas também porque, em boa parte O° 2 1 ha uma compreensao sobre a violencia a pé v UCK, 2016). perspectiva de genero (AUCK, i Desse t6pico advém um problema relacionado aos desdobramentos da jn. tervencao que hoje se constr6i no Judiciario brasileiro. As Tecentes reformas To. Cdigo de Processo Civil estimulam os procedimentos conciliatorios no ambi. to da justiga (arts. 165 ess. CPC, por exemplo, 0 art. 694, que versa especifica- mente sobre as acées de familia), 0 que, por si S6, nao constitui um problema, A questao é que, nos casos de violéncia doméstica que tramitam concomitan- temente em varas criminais e civeis, 0 procedimento conciliatorio é truncado € praticamente distopico, em especial quando as mulheres estdo acobertadas pelas garantias conferidas pelas medidas protetivas de urgéncia (arts. 18 e se: intes da Lei $ gui Maria da Penha) ~ como aquelas que garantem o afastamento do autor da violencia. Ainda que haj di ‘ que haja um discernimento entre buscar uma so- lucao consensual e buscar a reconciliacéo do casal impoe a ‘0 casal, o que se impée a mulher essos de : proc: parte dos casos, nas Varas de Familia, Nig ci Maria da Pena e de yg da violencia, Concordamos co; ym as i a da revitimizacao, da ine feitas ao modelo de justica punitiva, soba ot nas, Entretanto, lembramo, Timinacdo e da seletividade na distrib ae go de pe de intervengio earn ns Me ESS NA & 6 tn istribuicdo 41 um canal de recta o Pel Lei Matia da Pern > OU © Mais importante aca € . AS pessoas se consttue de possivel Teconh tha, embora permita as mulhet® eM OU nag enquant “cimento de direitos e de protect ° sujeitos de direito na relacdo 3 MacDowely t0 Brasileira de cue Ustioa ema 200, Isa Ae Cencis cin pat ona ie. Punir esta 014g Sh 805 de voten ge Ou Lansformar? ee 6. p. ayeaance,coméstca, cae | Digitalizado com CamScanner ecem cOM AS INSHITMICGES. A descoberta ¢ ; judicial, por exemplo, € fundamental, A 1s influi no reco} v1 jircitos inl conhecimento € no exe direitos, Ro contato com o © Mesmo tempo, a eoncepedo Telcio d: a cidadania, Se as mu a que. na pra tica, nao recomhe we as pelo sistema iy inguagem do CN) c do Judiciatio, f 2” € essa? Para quem? “ee deparamt Com tim sistema de justi jritos, C148 SC¥IO revitimizad fazer justica & “tes A proposta da f oi Maria o dos direitos da e5.-Pe - “oresto dos diteitos das mulheres, Para quc isso Pros meios de justica, que nao tiie tabelecer a paz da Penha € ada " aconteca,a propria lei elenca ‘amente a punitiva. Di j ah a. Disso se deduz que o ;abaiho de enfrentamento a violencia domestica contra mulheres deve : a eat ve dar-se cn duas vias: Coletiva ¢ individual; visando as partes, a familia, mas tamhem se instituigdes. g preciso investir na mudanca de linguagem do sistema como um todo, 0 «oe esta fundamentalmente na base da Lei Maria da Penha. So assim ser pos- vel perquirir a vontade da vitima, criando condigées institucionais para que «ja ouvida € para que possa lidar com a violencia de outras maneiras, que nao exclusivamente a partir da logica punitiva do proprio Estado. Promover a jus- sca testaurativa sem deslocar ou desestabilizar a logica de controle do Estado ¢ porsi s6, um problema (v. ACHUTTI, 2013). Fazer isso em casos de violén- cia doméstica é ainda mais problematico, porque pode representar o prenuincio de um regresso ao modelo conciliatério dos Juizados Especiais Criminais. Por fim, cria-se, também, 0 risco de obstaculizar 0 avanco na aplicacdo das medi- das preventivas ja previstas pela lei e que carregam em si boa parte do seu po- tencial transformador e emancipatorio. 3. Por UM NOVO MODELO DE JUSTIA NO PROCESO DE ENFRENTAMENTO A VIOLENCIA DOMESTICA Fica evidente que qualquer proposta que possa lidar coma violéncia de um nnodo unicamente individual deve ser tomada com cautela, As mulheres pre- cisam de redes de apoio comunitario ¢ institucional que lhes fornegam con- digdes para renegociar a relagao familiar como uma das alternativas possivels. Quando 0 Estado propoe que a violencia doméstica seja negocinda enquanto um pacto “familiar”, pela “paz em casa”, subtrai dessa negaciagao as condiches ™aletiais e as redes de apoio coletivo, atribuindo ao problema um conjun- de solugées restritas aos individuos diretamente envolvidos nos contflitos, Kscomtextualizando as situacoes de violencia loméstica. Na visio de Cris 40 de Oliveira (2016), 0 recurso ao sistema penal, demandado Telos ser feminists, bem como outras formas de concepcao de justica, not amente: Staurar au transformar? Saas, Celia MacDowell Macao, sadore Ver Pu tans sella MacDowel Wiespatria em casos de violencia GOMER, By cost 2018, an Puna" 287 Digitalizado com CamScanner ——— fo Hpven 1 - etiva ancia subjeul’ ¢ as crim “Se 5 no Processo cy; a cados/as 10 PI ide, “m gents th 7 jsso requer, ainda confon rs arene si yc -m.corit2 " jo das ra or yendo erm COMA as Aversa a mp est5+ ei hos mod a4 on de flia Santos (291 6 ae i waleDaviss C&C 7) 7 ova ici Maria da Penha, é neces ia jo da L i ee tanto dos mecanismos intery, com isc tanto Ct ene a5 a tio de violent. Yura ne atcnta das mulieres Or jidade envolve tr0s diferentes, act vos, como das ¢® ge da intersec' tural, que 8© refere a posicao sogigy cri 2006) exp) estrtura's im base NO genero, classe gone , reminds ge ontrecruzamt COM base ° segundo niveleatl ve diferentes cate} oS eal, orige™ nacional etc.; ae vel Eo ds wl raga, gera\ ag identidades; terceiro ni ACiona ¢ 15 sare ra incerta de der rentes comunidades epistémicas ve ae ruido: . . os saberes ¢ 0s valores const on modelo de justica transformadora apk. E preciso s ceba ma Portanto, para que S¢ a roméstica, deve-Se coordenar alternativas indi. roblemas soc violencia . - _ cével aos casos de vielen Ta politica de valoracao das mulheres a pay Fe circulacao duais e colts eon guano Phan se propondo a enfrentat a volng oe esigualda sua experiéncia de vida, . eo ce vn nossa cultura colonizadora dos corpos Sp no ambito enquanto fenémeno pré mininos e no contexto a logica da violencia de gener creditar todas as expectativas z i : tra mulheres em solucdes tinicas e apenas ao nivel da intervencao individua de instituigdes que, por sua vez, tendem a reprod o racializada. Isso quer dizer que nao po A convergenc Partido com | ficultado cad violéncia dot Por isso defendemos aqui a construcao de uma justica emancipatori nidade heger assim como a propria Lei Maria da Penha, seja formulada a partir da soci Se, em ur de, mas que também esteja pautada no trabalho coordenado da comui éameacada com, sem e, quando necessario, contra o Estado, promovendo assim valores concretas de ditamos que 5 nivel intern idade em didlogo com as instituigdes 4 ate ; a as instituigdes a] ch . de uma perspectiva critica das ideologias e praticas dominantes ue -p vile das in i as violencias contra as mulheres, Para que ‘aventura de Sousa Santos (2010) “ ‘ Quais as té¢ its bs in gu hegea uei Ee acabam nao snide «xatamente quais s aNd ; tulheres, ) pela linguagem juri ig °s pelo sistema esl 40 esses direitos. Ks, & a 6, as autoridades ete, pat Qitetura Sunt nese OOS e * até meg juridico, em que a i disso, Propoe ‘uosa dos tribunais, pel ses ane 10 social 0582 Dey ne Se construa um novo Pi ANE = Cteli Mason ear o. campo juridico, do qual Ce Revit rosie et S78 iste, ee Digitalizado com CamScanner nente, 4 Preterto de Se jicialt™ jn ycratica da justi | qemocral IUstiga, &¢¢ jartir da experiencia riacdes € ONGS que vn, ama FO uta 4 6, 4580 0s, AT existas ¢ Facistas em dify ero)5e% ‘ ™ dif, cro nas. SSM, credit as anistas ¢ de mulheres ne c wigs femi o gs centras a advocacy feminist, aos 4 avorecer 0 didlogo individug. @ evidente 0 desafio de se de. es gro problema das vilEncig se passivel porn eat, sistemico € de suma gravida. individuais © coletivas que nao sejam meramente restaurativas, contem. jas mulheres © 3S limitagoes de m Estado que Ja reproducao das desigualdades e violéncias. de mulheres € 05 gTUPOS de mulheres neg sctivas comunidades, quer nas Areas as lutas pelos direitos das m reais mocessidades 4 sponsavel pel yes comunitarias indigenas ¢ quilombolas nas suas FesP° hanas quer nas areas rurais, S40 fundamentais nas © Theres a uma vida sem violencia. AS ONGs feministas, de mulheres neg defensoras dos direitos LGBT cumprem também um papel social e politi central na mobilizacio e conscientizacdo dos direitos das mulheres no Br Como referido na primeira parte deste artigo, a Lei Maria da Penha € fruto‘ mobilizagdes juridicas, politicas e sociais de ONGs feministas. O trabalho ONGs e de entidades feministas populares, no Ambito da educacao juridics pular, a exemplo dos cursos de Promotoras Legais Populares, inaugurado rete in eee Themis no inicio da década de 1990 e desde pela Unio de Mulhe da Mulher Negra, sao iniciativas re enrailog pelo aoe a plando sambem ¢ Fes As associacd mote da campanha € Phir Digitalizado com CamScanner propom para a | tiéncia na Uniy lacao d tetido "Stneko Sistema \Puurtvo" 261 pve tatO NO AMDILO do Juiciio gg i enna ineeramericano de diteitos humanos ¢ ay go? Co™® 0s contextos do ss ANTOS, 2007) RONU (oan en tent 2007 x (os grupos feministas que se constituttam no ambi jesempenam, igualmente, um Papel fundamental sie, a reinpo, # Lei Maria da Pena e sua historia, m, jlbcres em ituacdo de violencia, as ONGs, os ciwigdes estalais, apresentando-se, assim, como consti de enfrentamento das violéncias contra {los de prestacao de servicos gratuitos a mulh doméstica, como os S.O.S Mulher, ou na expe populares, ou no trabalho de ONGs feministas, de mulheres negras e LG| novos micleos se constituem no ambiente universit, io, ectiupsndo o wea gio de servicos advocaticios, psicossociais miultiplos trabalhos de atlas 40, aisquas #8 campanhas contra violencia dentro e fora dos campl, pojetes nn aultipicam os conhecimentos sobre a Let Mara da Pena emt eoolas pete sas ou secundias, acdes com grupos variados de mulheres de diferentes se. tores da comunidade.” das Universidades Porque conhecem, ao mes- as também dialogam com as Movimentos sociais ¢ as ins- ma ponte privilegiada nesse mulheres. Inspirados em mo- eres em situacao de violencia Tiéncia das Promotoras Legais Conforme nos lembra bell hooks (1994. p. 59-75), em sua proposta de “pe- dagogia da transgressao”, é preciso lutar continuamente para que teoria e pra- tica componham uma moldura holistica de ativismo libertador. A teoria ndo pode ser desperdicada. Toda distancia entre teoria e pratica pode ser vencida quando ambas tiverem por objetivo lutar contra a dor concreta que assola a vida das mulheres. Na trilha das licdes de bell hooks, o modelo de justica que propomos deve pautar-se por uma pedagogia juridica para a transformacio e para a libertacdo, nao para a restauracdo ou a punicdo. Como base na expe- tiéncia de uma das autoras deste artigo, que atua em um projeto de extensio ma Universidade Estadual do Parana em Maringé, com enfoque na implemen- ‘acio da Lei Maria da Penha (MACHADO et al., 2017), percebe-se que 0 con- ‘edo mais importante do trabalho dos mtcleos universitdrios € que, nesses “pacos, teoria e prdtica estao continuamente amalgamadas e sao lidas, vivi- (es ¢ analisadas a partir da experiencia e da necessidade das mulheres. Ainda ais importante, entao, é que, a partir desse trabalho, as mulheres encontram —_ 1 Pm ilustrar a importancia € feministas nas universidades, entacao da Lei Maria da Penha, ver a anélise col NUMAPE (Nucleo Maria da Penha), na Universidade Estadual do Paran: (MACHADO, et alie, 2017), Ivido por esses grupos o alcance do trabalho desenvol grupos dedicados a defesa dos direitos das mulheres ¢& imple Jetiva da experiéncia de extensio do 4 em Maringé aurar ou tansformar? a domestica Digitalizado com CamScanner Swanos, Cecilia MacDowell; Maciaoo, Isadora Vier. Pun spnas 2008 7 1 — y rasan ve cienes 262 —_ Revsia Bra tas pelas instilUicOes, EXPressang, peansfo™ widas PO eixa 5 g we vios para sere ONT igs. N 0 deixamos de obserya Sy oa GANTO alternativas © MeIOS PT adios © Se nda € essencialmeny . My rata So de JY desejos, sas Fats EE tt Orme Chandra Talpade yet mode jurtdi tadamente, que 0.61 nista (U6 Jeologia ou estrutupy aM ltt, con : Fea segregacionistal © 4 ura, ideolon tra go ty cna es do por ma He) quer anaise SOCI9g. justine nov 1901, p. 54), toda ¢ a8 arti Mamata eva sor sine speneia deste canal de COMEXAO ingly pat pei Mat cate que, a despeito da Pen” a outras instancias ¢ a, ante Obviamente q pensar em apa F Sen, matic < -comunidade-Estado, € preciso PO Maria da Penha, especificamente, centre edida e™ © am fancionamento da Lei Maria CO 1 endimentos aos ae ia org Ea cializadas, servic F 5 ‘om do P' H referencia ¢ delegacias esPeOM= ay, entre todas as instancias ja mengign! os aas mu varas que atendam a exata previst® 1ST modelo de justica emancipa 108 Fado 2 das no item precedente. A ee e plural, uma cartografia de poss ontra a Vi0 ; sta c! P fornece as mulheres uma ee vi que suas vozeS POSSAM SET OUVIdRS¢ ef, revenicde ¢ imento, ' dades de escuta eacolhimento,em queSTS TT a encimento, ne prev ide t2 o enfrentamento seja construdo como um PI tera a ae ade ‘ba to: ‘Afinal de contas, ainda retomando Chandra Talp: te Mohanty (iden, pec SaDte p. 55-56), € preciso desafiar continuamente teorias, praticas ou discursos que imp’ se ak coloquem as mulheres como “objetos” (de violencia domestica, de codigos de min: conduta, do sistema colonial etc.). Qualquer proposta de reformulacao de ym _ Neste a modelo de justica aplicavel aos casos de violencia doméstica que sé claniela va, especifi gitima deve, inegavelmente, ser construida com as mulheres, em um canal, nao é uma escuta que Ihes possibilite externar seus desejos, temores e reais necessi tiva. Procu ensinando-nos, de tal forma, qual a verdadeira traducao da paz em suas utilizadas 1 problemat ConciusAo quias sociz punitiva, \ Transform: 5 i anon 23 5 ar relacdes sociais que (re)produzem violéncias contra milhe de mascul res € um dos grandes desafios das sociedad ai ; i te artigo, argumentamos bj de hicties Cee ae Prec? ’ jue o i i i Pe . restaurar a paz em ca * ue o objetivo da justica estatal nao pode sero de tativa do ¢ isa” ou o de punir os ; te: ‘xto de r Consic tica contr e comple; das relac¢ Nalidade ‘Stas, Crea MacDowell, Revista Brosieira de cen JUS cnn veneye tiga eman; ora Vier. Punt IPS Crna nO ass dens a OU Tantra? Digitalizado com CamScanner formar. Se ha al, ara ras gum potencial PN" (GANTOS, 2003), este somemie pode Reipatsrio no u 4 iat 1 stiga que e s uitjlo de justica que envolva um er trithado se p 4 patel > loa astica & consequentemente, novas Pratica: Cemocratiza tir de novas relagoes entre o Est © sabere prevengao das medidas previstas na lei, a pers} . ectiva interdisciplii Tersal de tais medidas, 0 enfoque no genera e 1 erdisciplinar e trans- € nos direitos humanos, sa le ti t ° , SHO as- pectos inovadores dessa lei que, se implementados, poderao contribuir para importantes transformacoes nas relacées sociais e na cultura de violencia do- minante que constrange e muitas vezes aniquila a vida das mulheres, Neste artigo, procuramos mostrar por que o modelo de justica restaurati- va, especificamente na versao que tem sido adotada pelo Judiciario e pelo CNJ, ndo é uma alternativa para a superagdo das mazelas do modelo de justica puni- tiva. Procuramos demonstrar por que as técnicas das “constelacées familiares”, utilizadas no ambito de discursos e praticas restaurativas da “paz em casa”, sao problematicas por reforcarem uma perspectiva familista que mantém as hierar- quias sociais, Esse modelo de justica restaurativa reproduz, tal qual o de justica punitiva, violéncias de género ¢ raciais, nao servindo para desafiar 0 mandato de masculinidade hegemonica ¢ o sistema colonial de genero. A nosso ver, é preciso também ter cautela e suspei¢ao em relacdo a proposta de justica restau- rativa do CNJ, em casos de violéncia doméstica, especialmente devido ao con- texto de retrocessos nas politicas de direitos humanos desde 2016. Consideramos necessdrio, em primeiro lugar, conceber a violencia domés- tica contra mulheres como um problema estrutural e sistémico, multifacetado €complexo, ainda que as situacoes de violencia se manifestem * nivel iniero das relagdes interpessoais. A andlise da violéncia na perspectiva la oar = nalidade entre categorias sociais como género, classe social, raga, etna, anc. snder as experiéncias € as Ciencia, : fundamental para se compred ae , entre outras, é fun' das diferentes subjetividades da Necessidades especificas das mulheres. Além So Pluralidade de identidades e saberes construidos por de ie importante levar em conta que: os recursos mat transformar?: Tex Poni restau ou scDowell; MACHADO, Isadora iolénci domésti Sas, Ceiia MacDewe Mancpat ia € C2505 9771 Sao Paulo: Ed. RT, gost 2010. Digitalizado com CamScanner Le ana ae G8 Violénnis dacs : Digitalizado com CamScanner i suit cones cm si 0 ea variam, a depender p, 264‘ RewsiA Bra omestiea YS scorre a violéng, textos em ANE Steg e dispoem pam tole que or gttas pos ¢ para se enfrentar a violencig if sinte das st ys para se . a as institucion® cqninht participate ativa das mulheres mh respostas ins wna P ‘ : : Consideramos, ain en ampla rede de grupos © Organizagse, 9 podem $e umaé tutas historicas contra as Violeneigg | adas a lu ministas, L SOs 1 a nite de ma ; “ nos, jmos 154 A eSquis, (hetero ream no Brasil 108 a Tuas ¢ s80 aliados importantes . tirracismo que Sas, amplaram S57" cia contra mulheres. Os projerg, ensio universitariass ol ' e extensor eas as formas wproras Legais Populares € 08 mticleos amento de toda om aera enfrentament Tica popular das Pi da Lei Maria da Penha ocupan de educagao juri Jementagao < especifcamente dedicades 2 190.7 aistogo entre mulheres, comunidades a cilit «uma posicao privilegiad para eel ados das redes de atendimentg , Fi fl Os servi¢! tros de referénci: 0 sistema de jas ge violencia, especialmente 08 CO" enc, sko mulheres em situacao nder com oS grupos COMUNItArios de também interlocutores que podem apre mulhei ¥ ot : Jeos universitarios de pesquisa e extensao com enfoqy i inivers heres e com os mic] da Penha. eeesave oxsabereseasprticasjuridicas de diferentes comunidades epi temicas nao podem ser ignorados pela pesquisa académica e pelas propostas de intervengao judicial nos casos de violéncia doméstica € de outras formas de violencia. Esperamos que este texto seja lido nao apenas como uma critica contundente a atual Politica Judiciaria de Enfrentamento a Violéncia contra as Mulheres no Poder Judiciario, mas também lance luz sobre posstveis caminhos de intervencdo e de pesquisa com enfoque nesse problema social. Os estudos sobre a Lei Maria da Penha eas violéncias contra mulheres precisam expandit fae eee ae a ainda centradas principalmente no sistema ju- : senero, entendida em geral de maneira binaria e essen- todas i vivem % resides do pais. &m distintas situacdes de violencia, &® ie i 8. Para excecdes ee Revista Brose! Ua juste: MACaDy, s raslerade cea ean ato Viet Puniy esta viminas testaurar-ou transformar? 1 a nsformar Ssrewa Puno" 265 pereneNcS acHUITL, Daniel. Justica restauratiy; P ‘a no Br; 13.0.1, p. 154-181, 29 eriencia belga. Civitas, v, asil: possibilidades 13, a partir da ex- 0, Rodrigo Ghiringhell de. 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