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comin i hii) ViaG} A Lye Tate eat te ios, no sentido peral, io cursos naturais de agua Jdoce, com eanais definidos e fluso permanente 04 sazonal para um ocean, lago ov outro tia, Dada a sua Capacitlade de erosio, transporte e deposig ala pa sagem, agindo continuamente no modelado do relevo, » os principais agentes de transformak ‘Sio importantes para a atividadle humana, seja como vias de transporte e fontes de enerwia hieroelétrica e de potivel, aeravés da pes ja como supridores de recursos alimentares € de ‘gun para irrigacio. Além disso, a existéncia de terras férteis nas planicies de inundac: suas margens permite 0 cultivo em larga scala. Por outro lado, as inundagdes associadas aos ris constituem um dos principais acidentes geolig srretando perdas de vidas humanas grandes prejuizos Os processos associados aos rios, denominados processos fluviais, enquadram-se, num sentido mais ample, n6 eonjunto de processos aluviais, que com- preendem a rosio, transporte © sedimen 8, rlos ¢ leques deltaicos, Os leques mas fluviais distributarios espraia yem Teques aluvi aluviais dos por dispersio radial no assoalho de uma bacia a partir dos locais de saida de drenagens confinadas em regides montanhosas. Por sua vez, os leques deltaicos sio leques aluviais que avangam direta- jor de um corpo de ‘gua (lago ou Os depositos correspondentes, ou depésitos apresentam grande importincia econdmica como hoxpedeiros de recursos minens (como urinio € depositos de plawr com diamantes, cassiterta © ouro wer Cap, 21), energéticos (carvio, petrdleo € gis (i 21 Cap. 1a subterrinea - Cap. 20). O transporte sedimentar em sistemas aluviais pro- cessa-se principalmente como fluxo de detritos, tipico dos leques aluviais, ou como earga suspensa ou de fundo em canais fluviais. Os sedimentos aluviais apresentam natureza essencialmente clisti (Cap. 9), com granulagio muito variavel. Sedimen- tos quimicos podem ocorrer localmente, como erostas © concregdes de calcita (caleretes - Cap. 9) desenvolvidas em paleossolos ¢ evaporitos em sabkbas contineauas, (Os depsisitos aluviais constituem um dos mais im- portantes Componentes do registro geoligico. Seu ilo estudo, bas modelos estabelecidos a partir da observagio de depdsitos recentes, permite a ca racterizagio dos processos hidrodinimicos ¢ a com dos depdsitos antigos, fundamentais na distribuigio dos recursos e preensio da evolugio sedimer na reconstituie20 da evolugao tectono-sedimentar de unit Dacia. Neste capitulo trataremos os aspectos essenci ais dos ries e dos processos aluviais, Inieialmente setdo abordadas as bacias de drenagem. Him seguida apresentaremos algumas formas de classificagao dos tos, dos leques aluviais € dos leques deltaicos, com ase no estudo de processos e procures em analo gos atuais, Passaremos entio ao estudo dos depasitos aluviais no registro geoligico. Analisaremos tam: bém as inundagdes, que constituem o prineipal acidente geoldgico relacionado aos rios, com sérias implicagdes para a atividade humana 10.1 Bacias de Drenagem Os ios sio os principais componentes das bas cias de drenagem, \ hacia de drenagem de um as de drenagem vizinhas por um divisor de dguas. As bacias de dre determinado rio é separada das ha nagem podem atingir grandes extensdes territoriais com cerca de 10.000 km (Fig, 10.1), Congo, com poco mais de 4,000,000 km’ e Mississipi, com cerca de 3.220.000 km como € 0 caso dos ties Amazon ny | Fig.10.1. Bacias de deenagem dos rios Amazonas e Orinoco, # Arquipéiogo de Anovilhanas, rie Negro, Brosil, no época das cheias. Foto: Roberto Linsker. be CR Cero eh eh Todos os rios numa bacia de drenagem possuem —_transportados pelo rio, resultando na construgio de um nivel de se (Cap. 9), que pode ser definido ‘ow a montante, através do proceso denomina tante. Este th 0 local de menor elevacio em relagio ao qual do erostio rem ode etodir © seu proprio canal, Esse nivel pelo faro de que nas cabeceiras das drenagens tém-se oria dos as porcoes de maior declividade, e portanto de maior » repre energia © maior capacidade de ¢ centado por lagos, rochas mais resistentes (Fig. 10.2), curso fluvial. A crosio: remontante, em certos casos, que atuam como —_ pode romper a barreira do divisor de dguas promoven Praticamente todos os do a Tigaclio entre cursos fly s diferentes om 0 qual se encontram (Fig. 10.3) ¢ por eves constrocm deltas, Deltas protuberiincias na linha de costa formadas nos locais onde os rios s oceanos, mares interiores ou lagos. Os delta (A), reconhecida desde Herddot (4 sé ntes de Cristo) rande pacias em repides dridas do inter A i desaguar em amy or dos continentes, construindo leques aluviais de inde, em fungio da infiltragio das iyguas no substrato, das altas taxas de evapotranspiracio ¢ baixa plaviosidade, toda a agua é evaporada. Um no. nplo éo caso do tin Okavango, em Botswana, mse um extensa plume Os rios podem estender os seus cur submarine, sem qualquer tipo de consirugao emersa (image através da progradagao, que € 0 recuo di linha de cos. ob Jo pela missdo STS-46 do dnibus espacial da Nationa 1 em decorréncia da deposicio de sedimentos ronauiics and Space Aa Bt et een tua de drenagem e também pode ser impulsionado © rebaixamento do nivel de base de um rio pre por fendmenos tectonicos (Figura 10.4). voea 0 aprofundamento do seu leito com a consegiiente erosio de sedimentos anteriormente As bacias de drenagem encerram também namero- depositados, As feigdes resultantes, clevadas em sos tipos de lagos (Quadeo 10.1), relacio ao novo nivel d'igua do rio, sie designadas de terracos fluviais, eventualmente submersas du: rante as cheias. Fig. 10.4 © desvio das cabeceitas do rio Tieté para @ bacia de deenagem do rio Paraiba do Sul é um dos mais notéveis exemplos conhecidos de capture de drenagem. Previamente 20 scerguimanta do alto estulural de Arujé, acorride no Tercidrio, a8 cabeceiras de drenagem do rio Tieté astendiom se a mais de cem quildmeiros o lesie dos otucis O alo & delimitede por falhe (Wrage em azul; A -bloco olto; B - bloc baixo), As setas indicam 0 sentido de fluxo dos fies. © local assinalado com o circulo indica © provével local de ligacdo preérta ene os drenogens. Com o captura desenvoleu-se © "cotovela” de Guorarema, onde o ri Paraiba do Sul sole inflesso de 180" em seu curso. 10.1 Lagos Lagos so massas d’agua estagnada, dle origem natural (nfo antr6pica), maiores de O,t ka, situads em depres- sdes do terreno € sem conexao com o mar. As dimensdes dos lagos $20 varkiveis, existindo pouco mais de 250 ‘com Area superior a 500 km?, Em relacio as suas drenagens, os lagos podem ser clasificados em exorreicos, quando deles saem tins eoneetados 20s oceanos, on endorreieos, que nin apresentam ligacio com 6 o¢eano. (Cerea da metade dos lagos conheciclos € de origem glacial e outro terco formado por processos tecténicos (Cap 19), particularmente em rs (Fig, 10.5). Ocorrem ainda sob a forma de lagunas costeiras, em crateras de vuledes © estruturas de impacto de corpos celestes (astroblemas), em ambientes fluviais (por harramentos ¢ em planicies de inundagao) ¢ em zonas deltaicas, Podem ainda ocupar depressies resultantes de escorregamentos, defla¢io ou rebaixamento geoquimico. Eles estio distribuidos em diferentes partes do planeta, compreendendo. as regides polares (Fig, 10.6), temperadas, desérticas e tropicais vimidas. ‘A flutuagio da lamina d’igua de um lago € funcio do balango hidroligico, que compreende a interagio com a atmosfera (precipitacio e evaporacio), com as dguas superficiais e com as aguas subterrineas, incluindo as hidrotermais, Estes fatores controlam a composigao das Aguas, que podem ser doces ou salinas. A deposicao nos lagos processa-se por decantacao, com taxas de sedimentagao muito baixas, atingindo valores da ordem de 10? em/ano. Predominam sedimentos peliticos (Fig. 10.7), podendo ocorrer também a precipitagio de sais (Fig, 10.8) ou a floculagio de argilas em funcio das caracteristicas quimicas das aguas, A matéria ompiinica, incluindo restos vegetais, polens e esporos, além de animais, € um constituinte freqiiente nos deposi- tos. ‘Tendo em vista as baisas taxas de sedimentacio ¢ a composicio dos sedimentos lacustres, pequenas espessuras de sedimentos podem guardar longos registros de mudancas climiticas do passado. Nos ultimos quinze anos, concentram-se esforgos no estudo de lagos na busca de informacdes sobre a evolugio paleoclimatica do planeta, Sondagens rasas foram efetuadas nos depositos lacustres pleistocénicos do astroblema de Colénia, cestrutura circular com 3,64 km de didmetro, situada a cerca de 50) km ao sul do centro da Cidade de Sio Paulo. Os dados obtidos indicaram que ao redor de 28.000 A.P. (antes do presente), passou a vigorar um clima frio € condiigdes de semi-aridez na regio, que perduraram pelo menos até 18,000 anos A.P. eee ed 7s a Se 0 % ANTARTICA Voltek . Din Vostok Fig. 10.5 0 lago de Ypocorai, nos arredores de Assuncdo Zin (Paraguci), ocupa porcae central de um nfvalley delimi- Jado por falhas de diragéo noroesie sudeste (modelo de clevacdo digital do terreno elaborado por A. E. M. Sallun) Fig. 10.6 © logo Vostok, com cerca de 14.000 km? de superficie € 510 m de profundidade méxi- ‘mo, € 0 maior lago de 6gua doce do mundo sob o gelo. Esse lago esté situado no porgéo centro-leste do Antarico. Na estacoo de Vostok, localizada so: bre « extremidade sul do lago, foi registrade temperatura mais bao do planeta (-89,3:C}, em iulho de 1983. A superficie do logo esta sob uma comada de gelo com cerca de 3.750 m de espes- Ura e presume-se que acortom sedimentos no seu fundo. Umo perfurecdo no gelo que recobre o lago, eletuada em 1998, afingiv pouco meis de 3.620 m de profundidade, forecendo um registro de ‘aproximadamenie 500.000 anos de dados paleoclimaticos. Microorgonismos isolados pelo ‘gelo durante 0 siltime milhée de anos poderdo ser encontrados nestes sedimentos € nas éguos do loge. Fig. 10.7 Durante © Oligoceno (Terciéio), ¢ porcéo central da Bocio de Taubalé (Estado de Séo Paulo) foi ocupada por um exterso lago, onde foram depositedes as comades de or silos esverdeades de Formacéo Tremembs. Estas argilas, do composicGo esmectiie, sto lavradas paro uso indus. Foto: C.Riccomini. Fig. 10.8 © Solar de Atacama é um logo situado em regiao desértica no norte do Chile. Nas porcdes secas podem ser on: contradas crostas salinas de diferentes composicoes, paricularmente de halita. Foto: C. Riccomini by ee Sate ee ee WY 10.2 Rios Os rios e as drenagens podem ser classificados de diferentes formas. Do geral para o particular, as classi ieagiies mais communis tem emo base o padrio de drenagem, © comportamento das drenagens em rela gio ao substrate ¢ a morfologia dos canais. 10.2.1 Padrdes de drenagem As drenagens, observadas em uma carta topogrifi ca, fotografia aérea ou imagem de satélite, apresentam padres bastante caracteristicos em fungao do tipo de rocha e das estruturas geoldgicas presentes no substeato da bacia (Fig, 10.9). O padsio mais comumente obser- vado é 0 dendritico, no qual o arranjo da drenagem assemelha-se ii disttibuicio dos galhos de uma irvore © ocorre quando a rocha dos substratos é homogéneea, como un 1, ou ainda no caso de nit por exempl Fig. 10.9 Os princioais padres de drenagem. Baseado em Bloom, A., 1991 rochas sedimentares com estratos horizontais. Um se gundo padrio € 0 paralelo, desenvolvido em regides, com declividade acentuada, onde as estruturas do, substrato orientam-se paralelamente ao mergulho do, terreno, Nos casos em que a drenagem distribui-se en todas as direges a partir de um ponto central, como, um cone vulcinico ou uma feigio domica, tem-se 0 padrin radial, Quando a drenagem exibe em planta um arranjo retangular, mas com os tributarios paralelos entre si, ocorre © padrio em treliga, tipico de regides com substrato rochoso onde se alternam rochas mais ou menos resistentes em faisas paralelas com planios de fraqueza ortogonais, como no easo de regides dobra das de relevo do tipo Apalachiano, Um exemplo deste tilrimo padsio ocorre ao longo da Faixa Paraguai, no Mato Grosso (ver figura introdutéria do Cap. 19), Na turalmente existem padres intermediiios entre estes easos extremos ou ainda a mudanea de padrao 20 lon g0 de um rio ou bacia de drenagem, os quais reccbem 10. 2 Comportamento das drenagens em relagio ao substrato A natureza eo arranjo espacial das rochas do substrato das bacias de drenagem exercem também um papel fundamental quanto ao sentido de fluxo das aguas nos seus CUESOS. Os fios instalados em terrenos constituidos por rochas sedimentares podem ser classificados em eon seqiientes, subseqiientes ¢ obseqiientes. Os rivs conseqiicntes correm seguado a declividade do terre no, em coneordiincia com o mergulho das camadas. Os tios subsegiientes tém seu curso controlado por descontinuidades do substrito, como falhas, juntas e pre senga de rochas menos resistentes, Os tias obseqtientes tém seu flaxo no sentido oposto 4 declividade das camadas; normalmente sio de pequena estensio, des Tabela 10.1 Relacao entre sinuosidade e grav de entrelagamento para os principais tipos de canais fluviais. Modificado de Rust B.R., 1978. ray Peers Baixo (<1,5) Alta (>1,5) <1 (canal dnico) Reilineo Meondrante > 1 (canais mililos) Entrelogado —_Anastamosade boric wa Ly com esearpas e desembocam em rios subseqfientes, O rio Tieté, no seu trecho sobre os terrenos sedimentares da Bacia do Parana, é do tipo conseqiiente, As drena: gens que descem as serras de Botucatu, Sio Pedro € Sip Carlos, no interior paulista, sio do tipo obseqiente Algumas dessas drenagens desiguam em rios subse giientes, como € 0 caso do Passa Cinco na repido de Is pina ¢ Ipedina (Estado de Sao Paulo), controlado cin noroeste-sudeste por uma zona de falha de dir Os ios designados de inseqiientes ndo apresentam controle geoldgico reconhecivel ¢ normalmente estio relacionados a presenga de rochas homogéneas (grani tos por exemplo) ou de camadas sedimentares horizontais. Alguns rios meandrantes, como © Ribeira de Iguape (Estado de Si Paulo) em seu baivo curso, apresentam eariter precominantemente inseqiiente (Os tios que correm sobre terrenos compostos por rochas eristalinas podem ser classificados em antece dentes © superimpostos. Rios antecedentes entalham © seu curso de maneira ripida, contemporanea a um pro- cesso tectdnico (falhan ento, por exemplo) ou ji existiam previamente a este fendmeno, Sio tipicos de egies com tectonismo ativo, Por outro lado, em regi es onde camadas sub-horizontais de sedimentos ou rochas sedimentares recobrem um substrato eom + chas deformadas (dobradas e/ou falhadas) podem desenvolver-se tins superimpostos. Fisses rios tém seus cursos estabelecidos na cobertura sedimentar, sem in fluéneia das estrururas do embasamento. Com oavango do entalhamento do canal 0 rio atinge as rochas do. substrato, mas continua a eseavar seu leito seccionando as estruturas. © fio Ribeira, na divisa entre os Estados de Sao Paulo e Parani, apresenta carter superimposto em relagao as rochas dobradas que atravessa, de idade proterozdica. a al Retilineo = ‘Anastomosado JS, Meandrante Entrelagado Fig. 10.10 Os quatro ties fundamentais de canais fluvicis. Adaptada de Miall, A.D., 1977. re ae ee ee 10.2.3 Morfologia dos canais fluviais Do ponto de vista geoldgico, 2 morfologia dos ea nais é 0 principal atributo considerado na classificagio dos tios, \ morfologia dos canais fluviais € controlada por uma série de fatores autocielicos (proprios da ba cia de drenagem) e alocielicos (que afetam nao apenas a bacia de drenagem mas toda a regio onde ela esti inscrida), com relagdes bastante complexas. Como fa tores autocielicos sio consideradas a descarga (tipo. ¢ quantidade), a carga de sedimentos transportad, lar ura ¢ a profundidade do canal, a velocidade de fuse, 1 declividade, a rugosidade do leito, a eobettura tal nas margens ¢ ilhas. Esses, por sua vez, si condicionados pelos fatores aloeiclicos, como varia vcis climiticas (plaviosidade, temperatura) € gealdgieas (litologia, falhamentos) 4) Pariimetros morfométricos A maioria dos estuddos sobre sistemas Aluviais em prot uma cassitieacio baseada em quatro padres bisioos de canais, desionados de retilineo, meandrante, entre lagado c anastomosado,: ‘meandering, braided ¢ anastomased nos tealyalbos em lingua espectivamente, destraigh, inglesa (Fig, 10.10). Fsses quatro padres podem ser caracterizados em funcao de parimeteos morfométriens dos canais, como sinuosidade, grau de entrelags mento ¢ relagio entre largura € profundidade, Para uum determinado segmento de um canal, a sinuosidade € definida como a relagio entre © comprimento do talvegue (linha que une os pontos mais batixos do et nal fluvial) e© comprimento do vale. © valor de 1,5 divide arbitrariamente os rios de alta (maior que 1,5) € baixa (menor que 1,5) sinuosidade (Tabela 10.1). O grau e entrelagamento mede © niimero de: barras ou illas ro canal, pot comprimento de onda desse ea do ao longo do talvegue, © que permite definir a sua muliplicidade. A relacio largura/profundidade ofere ce também uma boa discriminagio entre os diferentes sipos de rios (Tabela 10.2) Pode:se dizer que os rios entrelagados sio mais co: muns em regides desérticas secas (Fig, 10.11) periglaciais, enquanto os rios meandrantes esto ligados a climas mais timidos (Fig, 10.12). Os rios anastomosados si0 também mais freqiientes em condigdes climiticas timi das, pois, do mesmo modo, dependem fortemente «la acio da vegetacio na fixacio das mangens (Fig, 10.13) Os rios retilineos estio pratieamente restsitos a peque nos segmentos de drenayens ¢ distributirios deltaicos Fig, 10.14) ch. ee ee TY a Fig. 10.11 no Deseo de Nazca, Pe 50 planicie fluvial enirelacada desenvalvida Foto: C. Riecomini Congo apres has fuviais imagem Landsat obfide em ju 1984, NASA) b) Regime de transporte da carga Os quatro padres fundamentals de rios podem ser desmembeados em tipos intermediarios com base ne predominante de transporte da carga sedimentar (Cap. 9) ~ em suspensio, por tragio ou misto (Pig, 10.15). Os farores que controlam a varia varidveis, As r jOes alpina ¢ artica caracterizam-se por fortes escoamentos superticiais sazonais, a0 passo que em regides semi-aridas a aridas 0 escoamento fig. 10.12 0 rio Madre de Di ocorter apenas a intervalos de meses ou até mesmo seta redbieost Sores eubaihesRagesl Sear tate anos (chuvas torrenciais esporidicas). Em. ambos os Josie exibe podrés meandrarte de boixo sinuosidade, Pore -—-CaSOS a vegetaciin é esparsa, favorecendo o escoament ania, ci hid ang uanto ti vente superficial, com o consegiiente transporte de clastc gem, 0 podrao inic c's maltiplos do tipo _de granulacio grossa resultantes dos processos de de nastomosede, no lado esquerdo do imogem, paszando @ canal wregagio mecinica. Em climas mais vimidos, com ico (imagem Landsat cba em julho de 1984, NASA\ cobertura vegetal mais abundante ¢ 0 nivel freitico Tabela 10.2 - Relacdo entre lorgura e profundidade para os principais tipos de canais fluviais. Modificado de Rust, B.R., 1978. = eee eee ry neers Retlineo —__conois simples com barros longitudinais <40 Enrelagade dois ov mais cancis com barros ¢ pequenas ihos normalmente >40; comumente >300 Meondronte _canais simples <40 Anastomosodo dois ov mais canais com ilhos largas e esléveis _normolmente <10 port come Ly Fig.10.14 © Delta do Mississipi é composto por distibutérios retilineos que configurom um arranja em “pé-de-passare” mais constante ¢ prosimo a superficie, ocorrea reten- cio dos clastos mais grossos, predominando 0 transporte de particulas de geanulacio fina, Eatretan- to, mesmo em condigdes imidas, onde pode ocorrer a remogao da cobertura vegetal ~ particularmente por acho antrépica~o forneeimento de earga de granuilaeao grossa seri favorecido, limaticas éridas, o nivel Freitico é mais profundo, mas pode ser ales & superficie por ‘ocasizo de chuvas tortenciais, A alta permeabilidade dos sedimentos arenosos ¢ conglomeriticas, prodominantes € percolacio do escoamen Em condi em desertos ‘rides, propicia a infilt: cfieaz das iguas superficiais, com inibi to superficial. Com isto os ties tendem a perder tapidamente a energia de transporte. Conseqiientemen: te, haven um predominio da deposigio de sedimentos, nas porgies proximais (priximas as cabeceiras) © for- magio de erostas duras, especialmente caleretes, em porwoes distais ou manginais, Experimentos laboratoriais indicaram que a mu- danea de padrio do canal pode oeorrer de forma abrupta, com limites nitidamente demarcados ¢ con rolados por fatores como a sinuosidade e a declividade 10.16), ou ainda pela carga de sedimentos trans portada pelos ries, eee ee had iy He EZ iG Ea } Carga mista Sets 13 Fig.10.15 Yaracdes nos padrdes de cons flvvicis em fun {:60 do tipo de carga. Segundo Schumm, 5.A., 199) Sinvosidade Declvidade (2) Fig. 10.16 Voriacao na mortologio de canais fluviois em fungdo dos pardmeiros sinvosidade e declividade. Segundo Schumm, S.A. & Khan, H.R., 1972. eA) ee ee ee Embora seja 6bvia a distingio entre um canal retilineo © um tipicamente meandrante, nem sempre os termos extremes estao sepresenudos na natureza, Os padroes deseritos tas gradacdes entre eles, Ao longo de um mesmo rio pode-se observar a passa um determi as te ro (Pigs, 10.12 € ado padrio $8 ital SIR-A, do radar 0 7). F tempo, pode ocorrer v riacao cm fangao da descarga do tio nas épocas de cheia ¢ de estiagem, Adicionalmente, existem tios com vales estreitos, em forma de “V", que enta oso ¢ freqiente eneachoeirados. Estes rios nao se enquadram nes. Fig. 10.18 No 1 \gmmentos rochosos transported 10, Foto: C. fi lide em 1981 do leste do Egito dasenvalvem-se 8 (Bacio do Amazes NASA) 10.3 Leques Aluviais e Deltaicos A construcio dos leques aluviais se processa atra vés de um canal principal e numerosos distributarios, Normalmente, poueos canais sio atives ao mes mo tempo, Fim geral eles apresentam confinamento s respectivos canais © freqiter avulsio associada as descargas fluviais mais clevadas, Him repies iridas, a desearga flu: boa forma de inundagdes em lengol € fluxos graviracionais (Cap. 9) permitindo a dispersion de sedimentos sobre superficie do leque a partir de seu ponto de Comumente os le associados a reg desértieas (Hig. 10.18) Dessas regides provém a maioria dos modelos existentes, onde, fre qiientemente, os leques .ques aluviais « partir de S40 tratados como por 10. Na superficie dos Ges proximais de rios s © pelas raras ch entrelagados. Entretanto, bolt hie Te Te Cae eee ere ee jeques aluviais de grand: ques, desenvolvidos em climas umicos, como 1 do tio Kosi, na India, e 0 do tio Taquari, no Panta 1 Mat 1 sedimentacao ocorre em eanais fh sssense, No leque do rio Kosi (Fig, 10.19 principalmente nas poredes proximais, O leque do rio Taquari (Fig, 10.20), com cerca de 250 km de diime composto por uma sucessio de lobos dep arenosos construides por rios meandrantes de baixa sinuosidade, tendo como nivel de base o tio Paraguai Os leques deltaicos sto casos particulares de leques sluvinis que progeadam diretamente para o interior de de agua — lago ou mar. Varios leques aluviais natureza, em regies desérticas ow periglaciais, consiruidos por um arranjo de dre centrelacadas parilelas, mas no exibem © mo planicie entrelagada ou, no caso das feicdes costeiras, o termo delta entrela Fig. 10.200 megoleque do rT fem maio de 1981, NASA) pity eee Ea ee ee 10.4 Os Depésitos Aluviais no Registro Geolégico (Os depositos aluviais sio um importante componen- stectSnicos distintos, podendo constituir indicadores sensiveis dos controles exercidos pelo tectonismo ¢ pe- las variaedes do nivel do mar na sedimentacio. Para a anilise ¢ interpretagio desses depositos e seus processos getadores, os gedlogos valem-se do coneeito de ficies, entendido como 0 conjunto de caracteristicas descritivas de um corpo sedimentar que permitem interpreti-lo como © produto de um determinado tipo de processo deposicional. O métado da anilise de fiicies bascia-se na comparacio de perfis vertieais ¢ secdes em afloramentos com modelos de ficies, sucessbes € associagdes de flicies (Quadro 10.2), Fstes modelos so elaboridos de modo io de feicdes de representar, na suit esséncia, a combina depésitos sedimentares recentes ¢ antipos e permite caracterizacio dos dliferentes sistemas deposicionais en volvidos 10.4.1 Andlise de facies em depésitos aluviais A andlise de ficies € efetuada com o levantamento, © deserigio de secoes, visando caracterizar um corpo rochoso a partir da combinacio particular de litologias 10.2 Modelos de facies Sob o termo ficies, emiende-se um corpo rochoso caracterizado por uma combinacao particular de litologia, ¢ biolégieas, as quais Ihe conferem um aspecto diferente dos corpos de rocha adjacentes, As de ficies ou sucessGes de fiicies. Lima associacio de fiicies compre- cestruturas fis facies podem ser reunidas em associngd ende um grupo de ficies geneticamente relacionadas entre si e que possuem significado ambiental de facies refere-se & mudanga vertical progressiva em um ou mais parimetros, como a geanulacdo estruturas sedimentares, dentte outros. Um sistema deposicional corresponde & asvembleia tridimensional de litofiicies (Facies definidas com base nos scus atributos litolégicos) geneticamente relacionadas em termos de processos € ambicntes, O trato de sistemas representa a interligacio entre sistemas deposicionais contemporincos. (Fie | + "reporeesoses Es ‘coos comune aati ‘aspen tne os 4 t Intec com rcessce \ “ Sistomas deposicionais 4 Intoigacto ere sizemae eporcena costo 4 Tratos de sistemas Modelos do facies ‘Os modelos de fiicies representam um sumirio de um sistema deposicional em particular envol- ‘vem virios exemplos de sedimentos recentes €rochas sedimentares antigas, Roger G, Walker, sedimentologo canadense ¢ um dos formaladores desses concei tos, considera que 0s modelos de fiicies deve reunir informagdes provenientes de diferent ‘exemplos de um sistema deposicional especitien, ‘© qual, além de ser utilizado como ponto de rete +éncia para interpretacao de novos casos estudados, deve permitir inferéncias partie de um nimero limitado de dados obtidos nesses novos casos (Fig, 10.21) Fig. 10.21 Relacdes entre ficies, ombientes deposicionos, sistemas deposicionais e tratos de sistemas deposicioncis. © estruturas fisicas € biolégicas que permitam discrimina-lo dos corpos rochosos adjacentes, As vi- tias facies analisadas podem ser reunidas em associagdes ou sucessdes de Ficies, com o intuito de weneralizar, eategorizar e simplificar as observacdes da variabilidade litologica de um modelo ou de uma ba Para a analise de fiicies pode ser empregada uma classificagao formulada por Andrew D. Miall sedimentélog, inglés, baseada em eddigos de litoficies, compostos por uma letra inicial maitiscula, que repre senta a granulaeio do material, seguida por uma ou s mintisculas, que indicam as estruturas res presentes, A esta classificacio pode ser associada a caracterizacio litolégica dos depdsitos. Dessa forma pode-se interpretar cada litofiicie em ter- mos de sua origem hidrodinimica © posicao nas na fluvial (Tabela 10.3). Atu- almente, este método esti amplamente difundido entre diferentes fiicies do sist os sedimentélogos, sendo empregado também para outros tipos de sistemas deposicionais, tanto para re gistros modernos como antigos Bie Mm Cee Se reer Ue No estudo dos depositos aluviais, emprega-se 0 meétodo da aproximacio sueessiva, ou “zoom”, partin do-se da observacio mais geral, em escala de ifloramento, onde sio identificadas superficies limitantes, descritas diferentes ficies, suas geometrias internas ¢ externas, suas relagdes com as Files adja centes, até a observaeio de maior detalhe, quando porcdes do depésito sio estudadas individualmente, correspondente it anilise de ficies (Fig. 10.22) Hsses procedimentos elassifieagoes podem set relativamente bem aplicados para sistemas fluviais att ais, onde € possivel a obsereagio direta da morfol dos canais, dos processos erosivos ¢ sedimentares att antes, bem como da distribuicio tridimensional dos depésitos. Lintretanto, a definicdo e distineaw de tipos de padres para sistemas fluviais antigos, a partir de afloramentos geralmente alterados © descontinuos pode ser confusa ¢ de dificil execugio. Adicionalmen te, 0 método de anilise de ficies com segdes verticals pode nao ser suficiente para represemtar adequadamente as varlagoes laterais ¢ tridimensionais da composicio ¢ Fig. 10.22 Método de descricao de um depésito fluvial, com a identificagao de superficies limitantes (racejado}, core das ltoldcies (cédigos representados pelos letras, conforme a Tabela 10.3) e determinacao de setas, indicondo © rumo do mergulho de camadas frontais de esiratos cruzados em relacao 00 nor ico, Bacio de Sa0 Pavie (painéis elaborados por P Aronchi Neto), Haquaquecetubo, Ce 3m vlos vetoriais, como paleocarentes eogrdtico). Formacso geogrd pi ee ee ee ea 2 Tabela 10.3 Litofacies associadas a depésitos aluviais eens Gms Gm Gp st Sp. Sr Sh sl Se Ss Sse, Sh ee Spe Fl Fsc Fef Fm Fr Ce OMA, orioconglomerados arenosos sustentados por areio e PLS paraconglomerc ©, ortoconglomerados © OACS, ‘ortoconglomeradas arenosos, ambos sustentados por clastos AC, arenitos conglomersticos ¢ OAAS, ortocongiom sustentados por areic AC, arenitos conglomerdiicos ¢ OAAS, ortoconglameradas arenosos sustentados por areia A arent 0 A, orenitos, « AC, arenitos médias muito grossos, conglomersticos, podendo canter grénulos e seixos A. orenito A orenitos muito finos @ muito gros podendo conter grénulos A. arenitos finos A. orenitos com intraclastos A, arenitos fino: neluir grénulos ‘ossos, podendo A, arenitos AP. orenitos peliticas, PA, pelitos P, pelitos P, pelitos, lacolmente Je dave P, pelitos carvio, pelitos carbonosos arbonatos (colcretes Seed macigos ov grosseiramenie mbsicag esirotilicacdo cruzada acenalada estratificogdes cruzadas ‘ecanoladas isolados (4) ou ‘ogrupades (p} acancladas isol agru marcas onduladas de todos os tipos a0 ou de fluxo estatificagéo cruzada de boxe angulo (<10%) ‘om estatlicas suleos amplos e rasos incluindo estratilicacées eruzadas tipa h ‘andlogos a $s, She Sp lominagéo fine, ondulagdes de amplitude muito pequena. oda c lam waciga macica moreas de raizes eslos vegetais, filmes de lamo feigdes pedogensiicas ee sitos de fluxo de borros longitudinais, depositos residuais de canais, depdstos de peneiramento com estrutura gradocionalinversa barras linguéides barras lingudides transversois e ondas-de-areia (regime de fluxo inferior 6e (regime de fluxc fluxo acamado planor (regimes de fluxo superior e inferior preenchimento de sul ‘ompimento de diques marginais, antidunos preenchimento de sulcos preenchimento de sulca epésitos edlicos depésitos de ronsbordement ou de decantacéo de enchentes depésitos de reas panianosas ou planicie de inundagao lepésitos de péntanos depéxilos de transbordamento 1 cornados de cade lunderck depésitos de pantano ber geometria dos depésitos sedimentares. Assim, existem métodos complementares, baseados nos elementos arquitcronicos (ver sugestocs de leitura ao final deste capitul Programas computacionais especificos vem sendo desenvolvidos aprimorados para ausiliar nesses pro- cedimentos, nas diferentes escalas, desde a simulagio de formas deposicionais até o estabelecimento do a ranjo tridimensional de facies em depésitos de diferentes nature as, Tas aplicagdes sio particularmen- te relevantes a0 estudo de meios porosos como, reservatorios de fluidos — agua, petrileo ¢ gis. 10.4.2 Modelos deposicionais Dada a g trolam os diferentes tipos de tins ¢ leques aluvizis, & ande variabilidade dos fatores que con possivel claborar uma infinidade de modelos deposicionais. Leques aluviais de climas dridos e timi- dos, assim como tis entrelagados, meandrantes ¢ anastomosados, entendidos como termos extremos das, prope teristicos que podem ser utilizados para finalidades diditicas. de classificacio, possuem eleme: a) Sistema de leques aluviais (Os modelos deposicionais para leques aluviais fo- ram originalmente claborados considerando esta feicGes come distributarios do sistema fluvial. Os es- tudos desenvolvidos sito praticamente restritos as regis de clima drido, com forte escoamento superfi cial ¢ transporte de clastos de granulacio grossa resultantes da desagregacio meciniea das rochas. As sim, com feqiiéncia os leques aluviais sio tratados em conjunto com os rios entrelacados. No lado oposto, 0s modelos deposicionais para leques aluviais de climas imidos ainda sio escassos na literatura, Leques aluviais de clima arido As poredes proximais dos leques aluviais sto ca racterizadas pela presenea de depésitos de fluxo de detritos (Cap. 9) polimiticos, contendo s Este tipo de depdsito € desenvolvido em locais de grande declividade, abundante suprimento de detritos, requerenda dese nos a blocos, 1s muito fortes para seu inicio, con digdcs essas mais tipicas de climas iridos ¢ semi-iridos. Nesses loca . durante os longos periodos secos, a be ere ee a desagregaciio mecinica produz detritos em abundiin cia, os quais sto remobilizados durante as chuvas torrenciais que ocorrem de forn ssporidica, Os perfis tipicos para os leques aluviais proximais compreendem basicamente uma sucesso de depési tos de fluxo de detritos atingindo individualmente cespessuras métricas (Fig. 10.23), embora por vezes seja dificil a separacao dos diferentes fluxos em afloramentos. Os fluxos de detritos apresentam bases abrupras ¢ aplainadas € padrio lobado, exceto quando estio alojados 20 longo de eanais, Intercalagdes de cas calhos dispéem-se ao longo de estrururas de corte nos depdsitos de fluxo de detritos. Depositos de transbor damento do fluso superficial eanalizado podem também ocorrer ¢ apresentam ciclos grossciramente sranodecrescentes. Fig. 10.23 Depdsito de fluso de detritos contendo blocos méhicos de rochas do embasomento na porcdo proximal de leque alusiel do Formacéo Resende (ligoceno), junto @ bor do norte da Bacio de Resende, Estodo do Rio de Janeiro. Foto . Riceomini Fora do aleance dos fluxos de detritos, em posi cio intermediaria a distal nos leques aluviais, predominam depésitos originados por corridas-de lama. Siv compostos principalmente por lamitos com seixos a blocos nas porcdes intermediirias € lamitos arenosos a argilosos nas distais, em cielos grosseira mente granodecrescentes, podendo ocorrer caleretes nas terminagdes dos leques. A alterniineia de depésitos originados por fuses de detritos e corridas-de-lama, decorrente da variagao na desearga ow tectonismo, € uma caracteristiea dos Jeques aluviais em secdes verticais (Pigs.10.24 e 10.2: 06 DECIFRANDO A TERRA Fig. 10.24 No sopé do macice olcaline de ltatiaie, Estado do Rio de Janeiro, acorrem infercalagées de depasitos de fu x08 de detnitos (constuidas de blocos aredondados de rochos edepositos de corridas-de-lame. Amigo leque oluvial agdo Resende igoceno). Foto: C. Riccomin ne SB... Fig. 10.25 Representacao esquemitica de corte de estrada mostrando a alternéncia de facies de conglomaradas de fluxo de detitos e de lomites argilo-arenosos de corridas-de-lamo, em depésitos de leque aluviol de Formacéo Sete Borras (Cenozbico}, nos orredores de Sete Barras, Estado de Séo Pau: ey T= alta lomito argilo-crenas; 3 - atenito; 4 Leques aluviais de clima timido Nos megaleques aluviais desenvolvidos em re ides de clima timido a sedimentacio ocorre em canais luviais. Estudos realizados por M. L. Assine © P.C, Soares, gedlogos brasileiros, permitiram ve rificar quea morfologia do megaleque do tie Taquari Pigura 10,20) € mareada pelos tragos de uma gran de quantidade de canais abandonados, em parte ativos durante as cheias. A sedimentacao earacteri za-se por processos provavelmente ciclicos de construcio € abandono de lobos deposicionais are nosos durante 0 Quaternirie, O lobo atual esti sendo construide por um rio meandrante, com va ios locais de ripide abandono do canal devido ao rompimento de diques marginais. Rios entrclacados caracterizam-se pelo amplo pre dominio da carga de fundo. Possuem razio largusa profundidade do canal normalmente maior que 40, comumente exeedendo 300, A formagio de canais en trelagados € favereeida pela prescaga de declividades médias a altas (>5"), abundiincia de carga de fundo de granulacio grossa, grande variabilidade na descarga ¢ facilidade de erosto das margens. Canais entrelagados silo desenvolvidos pela selecio das particulas, com a deposicio de material de fracdes granulométieas que © tio nio pode transportar. A diminuicdo progressiva dx declividade leva. menor granulacio do material que compoe a carga de fundo, \ deposigio da cary de fundo propicia © desenvolvimento de barras que obstruem a corrente € ramificam-na, processo este fa Gilitado nos easos em que margens sejam facilmente erodidas, com conseqiiente aumento do suprimento detritico, Também a variagio na descarga de um rio. afeta sua capacidade de transporte: a ocorréncia de periodos nos quais 6 rio ni possul ene portar toda a sua earga de fundo eondur a formacac de bareas ¢ a ramificacio do fluso, Muita atencio é dada A elassificagio dos diferentes, sipos de depositos nos ros entrelagados € varios mo: delos foram definidos (Pig, 10.26). Entretanto, um mesmo rio pode apresentar modelos deposicionais dis tintos, conforme a posigao de um determinade segmento do canal em relagio A cabeccira, ou ainda como decorréncia da variaean de sua energia de trans porte, por exemplo na enchente e na yazante. Dessa maneia, os ries entrelacados poem ser analisaclos em funcio da sua posigio na bacia de drenagem, se proximais, intermediirios ou distais, Fig. 10.26 Blace ftuintes de um rio entrelacado distal. As sotas indicom os jagrama com as principais feicdes cons diregdes de fluro. | - plonicies de oreia emersas recobertos com ondas-de-areia; 2 -ilha coberta por vegetacac ‘ cleo emerso; 4 - barra submersa obliqua a0 canal; 5 - dunas de cistas sinuosos; 6 - depésitos residucis de conais. Modi cado de Cant, D. J. & Walker, 8, G., 1978. Cor CR Cer a rte de ris entrelagados proximais Os depésitos prosimais de rios entrelacad normalmente eascalhentos ¢ dominados pr cies estratifieados; neste iltimo caso formam barras longi tudinais (alongadas paralelamente ao canal fluvial construidas durante as enchentes (Fi, 10.27). De ma neita subordinada, incluem ortoconglomerado arenitos com estratificagis eruzadas, depositados du rante as fases de enfraquecimento de inundagiies ¢ redueio da profundidade. Podem constituir ainda ei As unidades arenosas sio depositadas em canais aban: inuidade de bartas de easealhos, & donad ‘lhimas emergem durante 0 rebais mento do nivel d'igua. Depésitos de rios entrelagados intermediairios Os Fos entrelagados em posicio intermediiria po: dem ineluir depésitos ciel desenvolvidos em canais ativos e hem definidos, euja carga de fundo é essencialmente constituida por arcia ce casealho, O desnivel do topo das bartas em relacio 10 fundo dos canais chega 4 atingir Fo 10.27 Depésito de barro cas. Os sedimentos m proximal de um tio entrelacod mais profundas dos cinais, indo, cana uudinais de easealhos macigos com gro: barras lony igSasi0s longa do: scira estratificacao horizontal ¢ clastos imbricados (Pi Poulo). Fotos: a} C . 10.28), Ocorrem também em harras transversais de arenitos localmente conglomeriticos com Fig. 10.28 Depositos de barros longitudinais de cascalos in’ 2 Vista e Jardim, Es so do Sul lagado) da Formacao Ponta Pore (Cenozdice}, ne regiéo ent tal dos coscalhes e um detolhe (6) mostrando @ imbricacao indicande sentido de tn pi Be ee ee 2 arenitos conglomeriticos com estratificagio eruzada smentos parcialmente inativos podem rece ber sedimentagio de areias ¢ eascalhos durante as cheias, Depositos de rios entrelagados distais As porcdes distais de sistemas fluviais entrela sados correspondem a rios normalmente largos ¢ rasos, sem diferenciacio topografica clara entre as porgdes ativas © inativas. Os depésitos raramente sio ciclicos © correspondem predominantemente barras arenosas ou ondas-de-arcia (depésitos gera dos pela ripida desaceleragao da carga sedimentar sey 4m Fa. 10.30 Secao col ¢ conglomerético @ cong} £0; 3 -lamito aig Rina loniaiee, relacados e de lamitos da porcao distol de leque aluvicl: | a0 ser introduzida em um corpo d’igua), constru indo sucessdes de litofacies de arenitos com estratificagdo eruzada, Arcias com laminagoes on duladas ¢ siltes podem ocorrer no topo das barras. Nowamente vale lembrar a existéncia de transigies entre 0s tipos de depésitos, a alternaneia vertical de depésitos de diferentes porcdes no sistema fluvial en: trcligado (Fig. 10.29), bem como a interealagio de a Fig. 10.29 Alloramento de oreias ¢ conglomerados do For macde ltaquaquecetuba, Cenoz6ico da Bacio de S40 Paulo, mostranda @ predominéncic de depésitos fluviais ent dos distais, ne poreae inferior e proximais na porcdo superior do exposicdo: 1 - troncos fésseis carbonilicados; 2 - breche com clastos de ergila; 3 - conglomerados; 4 - laminas © madas com conceniracdo de clastos milimétricos de pelitos grossos com estratlicagéo cruzada, Foto: A, M. Coimbra, unar mostrando infercalacdo ene depdsiias de arenitos fluviais lomerado cam estratficagdes cruzadas; 2 -lamito argilo-aren Formogo Resende, Oligocene de Bacia de Resende, Estado do porte mat depositos fluviais entrelagados e leques aluviais em fun cao da variacio na descarga e/ou existéncia de tectonismo durante a deposicio (Fig, 10.30) ©) Sistema fluvial meandrante © sistema fluvial meandrante earacteriza-se pela presenea de canais com alta sinuosidade ¢ razao largu ra/profundidade do canal menor do que 40, onde predomina o transporte de carga em suspensio. A mi gracio lateral dos canais ocorre através da erosio progressiva das margens cGneavas e sedimentacio nos leitos convexos dos meandros, Fla é devida ao flue tridimensional helicoidal no eanal ¢ ao gradiente topo, © modelo para o sistema fluvial meandeante en ccera uma associagao de ficies caracteristica que presenta relagdes internas complexas durante a cvolucio do canal, A presenga de barras de pontal com superficies de acreseentamento lateral, as pla nicies de inundagao bem desenvolvidas © a deereseéneia ascendente da granulomettia e do por das estrucuras sedimentares sio consideradas ca racteristicas tipicas dos depésitos sedimentares getados em sistema fluvial meandrante © 10.32 Fig. 10.32 © rio Porcibo do Sul, co olravessar os terreno sedimertares da Bacio de Te No trecho iustrod: Agricutta do Estado de S60 Pavlo, $P-31 co ceste de Cacopova, Estado de Seo Paulo, sto observados indmeros mean De ag ree Depésitos de canais Os depésitos de eanais (cdannel lag) englobam os meandrante, situados na parte mais profanda do leite Figura 10.33). Litologicamente, prede merados ¢ atela grossa a média, com estratificagoes cruzadas acanaladas ¢ tabulares, Localmente, podem ‘cotter intraclastos argilosos resultantes da queda de blo. cos erodidos das margens devido & migrigio do cana Fig. 10.31 Bloco-ci 3 dique marginal) 4 , ginal; 5 ~ meandro abandonad dacio, Modilicado de Walker, ®, G. & Con! SS N 2 eae de extiacée de areio nas barras de portal Se abjide em julho de 1973 rol ee ee ee Fig. 10.33 Deposito de canal de ria meandrante da Forme 60 $80 Paulo, Oligoceno - Mioceno da Bacio de S60 Paulo, ‘em exposicéo nos arredores de Santa Isabel, Estado de S60 Paulo, Foto: A.M. Coimbra Depositos de barras de pontal Os depdsitos de barras de pontal (paint bar), de composi¢io arenosa a conglomeritica, com decreseéncia ascendente de granulometria, formam- se pela erosio dos sedimentos das margens cOneavas, os quais sto depositados pelo proceso, de acrescentamento lateral nas margens convexas, dos meandros seguintes. O acrescentamento late- ral, responsivel pela natureza das estruturas, sedimentares e pela migracao do canal e das barras le pontal, depende de varios fatores, destacando: se a sinuosidade do canal ¢ © tipo e quantidade de transportada, No acrescentamento lateral, os planos de tempo nao sao limites horizontais entre as feigdes deposicionais, mas mergulham paralela mente i migragio lateral do cixo do meandro, formando estruturas sigmoidais para o interior do canal, Estes planos sio chamados de estratificacces cruzadas epuilon (Fig, 10.34). Fig. 10.34 Exposicdo de seco transversal de um rio ndrante de Formacdo Sa0 Paulo na regio de Guararemo, Estodo de S60 Paulo, mostrando estaificacdo cruzodaepsilon na atte centro-esquerda da foto, e meandro abondonado, no porcdo central e centro-direita da foto. Fota: C. Riccomini Depésitos de atalho ¢ meandros abandonados Um meandro pode ser abandonado gradual mente por atalho em corredeita (chute cuto/), quando o canal passa a ocupar antigos locais de sedimentacio € o flux dimioui paulatinamente (Figs. 10.31 € 10.32), por atalho em colo (ueck © ‘uf. quando ocorre abertura de um nove canal entre dois meandros (Fig, 10.31) ou ainda por avul so de virios meandros concomitantemente. Com 1 avulsio, forma-se um meandro abandor bow fake), com depdsitos predominantemente peliticos (Fig, 10.34), por vezes com turfa e carvao, Os canais de atalho em corredeira, cortando as barras de pontal, podem ser reconbeeidos pela sua pequena escala e pela presenca de casealhos ¢ estra tificagdes cruzadas acanaladas interrompendo a seqiiéncia granodecrescente ascendente da barra de pontal ou mesmo da planicie de inundacao, Pode ocorrer ainda © abandono de um segmento do ea nal at wés da captura por outro canal ow por avulsio, geralmente relacionados a atividade tect nica, Nestes casos, com a diminuigio repentina do afluxo de sedimentos de carga de fundo, o canal € vagarosamente preenchido por material em suspen sao da planicie de inundagio, formando corpos de angilas restritos € alongados sobre depositos com, glomer 08 € arenosos tipieos de canal, Depésitos de diques marginais Os corpos elevados, alongados em faivas sinu osas junto as bordas do canal, denominados diques marginais (a/wra/ fre), formam-se em perfodos de inundacio. Quando ocorre a invasio da planicie de inunda das aguas do canal, a velocidade de transporte di o, devido ao extravasamento minui bruscamente, depositando um leque de arias finas proximo as margens. Os depésitos associa dos caracterizam-se pela presenga de camadas de arcias médias a finas, com estratificagdes ondula das de pequeno porte (centimétricas), associadas a argilas laminadas. Por ser uma feicio elevada na planicie de inundacio, freqiientemente é eoberta por vegetacio, podendo preservar mareas de raizes, fragmentos organicos, paleossolos ¢ gretas de brea ema Depésitos de rompimento de diques marginais Durante enchentes de grande ponte, a enengia do flu- xo do tio pode romper o dique marginal, formando cams efémeros ¢ pouco definidos que se espalham so- bre os depésitos de planicie de inundacio, geralmente com extensio de pouicos metros, em casos excepcionais atingindo algumas centenas de metros, Constiracm os depdstos de rompimento de diques marginais muss shla}) © Sio compostos de areias e angilas que podem misturar-se com os depésitos do dique marginal ¢ da planicie de inundagio, formando muitas vezes brechas intaformacionais com clastos de argila erodlida da pri pria planicie de inundacio. Ocorrem estruturas » eruzada de pequeno porte, laminagdes cruzadas cavalgantes (climbing ripples, sedimentares como estratificaed laminagio plano. paralela, ¢ estrunuras de corte-c-preen- chimento. Podem ocorrer também estratificaces sigmoidais de médio a grande poste, quando © rompi- mento se dii com limina digua clevada na planicie de inundagio (Fig, 10.35). Comumente sio recobertos por Fig. 10.35 Fstratificagio sigmoidal de grande porte em depésiode rio mecndrante da FormacGo Findamonhongabo, Cenoroico da Bacia de Taubo'é, nos orredores de Quirrim, Estado de Sé0 Paulo. Foto: C. Riccomini camadas de aryila oriundas da instalacio da planicie de inundagio sucessora, Depisitos de plani ie de inundagio A planicie de inundagao (jad plain) &2 area rela ‘nte plana agjacente a um rio, coberta por égua nas épocas de enchente. O termo bacia de inundaeao tiva (flood basin) & res svado as partes mais baixas desta pla nicie, constantemente inundadas. A planicie possui forma alongada, onde predomi nos processos de tae ar ee suspensao, gerando coberturas centimetricas de site ¢ argila uniformemente laminadas (Pig. 10.36). A plant cie de inundacio apresenta-se intensamente vegetad, podendo formar snificativos depositos de restos ve Fig. 10.36 Comadas horizonais de siitos e argits inter colados de depésitos de planicie de inundagdo da Formacao Forseco, Cenordico de Bacia de Fonseca, Estodo de Minas Gerais. Foto: L. G. Sant’Anna. getais © horizontes de solos, além de outras feigdes como bioturbagdes, marcas de raizes, gretas de con: io e depésitos de turfa e carviv. d) Sistema fluvial anastomosado, (Os sistemas fluviais anastomosados consistem num compleso de canais de baixa energia, interconeetaclos, des ¢ formando varias ilhas alongadas recobertas por ve getagao (Fig, 10.37). Entretanto hi encegdes, e esse tipo de sistema pode ocorrer sob condigdes climiticas fiidas. Os rios entreh razio largura/profundidade do canal, a qual pode ser nvolvidos sobretudo em regides timidas ¢ alagadas, dos earacterizany-se pela baixa Fig. 10.37 Bloca-diagrama com as principals feigdes cons: fitvinles de um rio enostomosade. 1 tuteira; 2 pantono; 3 lagoe de inudacde; 4 diaue marginal; 5 depésito de romp mento de dique marginal; 6 canal fluvial; 7 cascalho; 8 are'a, 9 turfa; 10 site arenosa; 11 lama. Modificado de Smith, D.G. & Smith, N.D,, 1980. Por Ee Sia eet Ly 10.3 Inundages Historicamente as populacdes concentram-se as margens dos ios ¢ invariavelmente esto sujeitas as inunda 66¢s, Os prejuizos anuais acumulados pelas inundacdes atingem cifras astronmicas. As inundacdes constituem um dos principais e mais destrutivos acidentes geolégicos © ocorrem quando a descarga do tio toma-se elevada € excede a capacidade do canal, extravasando suas margens ¢ alagando as, planicies adjicentes. Elas podem ser controladas por fatores naturais ou antrépicos, Entre os fatores naturais encontram-se normalmente as chuvas excepcionais e o degelo (Fig, 10.58). Periodos anémalos de chuva sobre as bacias de drenagem podem ocasionar a sibita clevagio do nivel d’agua dos cursos fluviais, os quais, além de inundar areas cultivadas e reduzir a disponibilidade de gua potavel, acarretam a destruicio de construgdes € podem redundar na perda de vidas humanas ¢ de animais domésticos (Fig, 10.39). Pot outro lado, a agio antropica pode ser responsivel por grandes enchentes, como nos casos de rupturas de barragens diques antificiais, Importantes obras de engenbaria, como diques marginais artif ais, barragens de contencao ¢ canaliza¢io de ros sao construidas no sentido de minimizar os efeitos das enchentes, com resultados positives, mas que também apresentam seus inconvenientes, Diques marginais artificiais provocam 0 assoreamento do canal devido a0 incremento da acumulagio de sedimentos que normalmente seriam depositados nas planicies de inundacio. Barragens de conteneao, que de um lado podem ser aproveitadas para geracio de enengia hidroelétrica ¢ ieriga io, de outro também retém sedimentos ¢ por vezes, na sua construcio, acabam por alagar areas cultivaveis, niicleos urbanos, reservas florestais, monumentos histéricos, sitios arqueologicos ¢ geoldgicos. A canalizacio compreende a alteracio do padrao do canal de um rio, em casos extremos através da sua retificagio, de modo a aumentar a velocidade de fluxo da figuas ¢ evar que estas atinjam o nivel de inundacio; pode cnvolver a simples desobstrugio do canal ou até seu alargamento € aprofundamento. Reduzindo-se © comprimento do canal, aumenta-se o seu gradiente © portanto a velocidade de fluxo, Assim, a grande descarga associada as do impede a tendéncia de um rio meandrar nos causa grande comogio 4 populacdo enchentes pode ser rapidamente dissipada, Entretanto, a eanalizacio € retornar ao seu curso. prévio, Um exemplo, que quase todos 08 paulistana, € 0 das enchentes ao longo das antigas virzeas do tio Tieté ¢ seus tributarios, As inundlagdes ocorrem em fungio da redueio da area de infiltracio das apuas pluviais pelas construgdes ¢ pavimentagdes de vias, piiblicas, lewando a um rapido escoamento superficial rumo a um rio originalmente meandrante ¢ atualmente retificado, com sua planicie de inundagio densamen- te ocupada. Apesar dos altos custos das obras de contengao de enchentes na cidade de Sa Paulo reservat6rios de contencio (popularmente conheci- dos como “piscindes”), canalizagio de tios e eérregos, © problema esti muito distante. A alternativa mais racional para minimizar 0 feito Jo de diques marginais — uma solugio para das enchentes é sem diivida, © adequado planeja mento da ocupacio territorial, particularmente das reas inundveis, através da identificagio de areas de tisco € do estabelecimento de regras especificas para seu uso, Fig. 10.38 A enchente do rio Potomac, na divisa entre os Estados de Maryland e Virginia (Estados Unidos), foi causa do por intensas nevascos, seguidas de fortes chuvos e femperaturas mois amenas, durante o inverno {janeito) de 19986. Para comparacao: o} foto tomads do mesmo ponto de visdo durante @ primavera de 1996: 0 rio possui uma. barranca que atinge quase 20 mettos acima do nivel d’équa; 1) foto durante @ inundocdo. Fotos: NASA, Por MeL Fig. 10.39 A regido da confluéncia dos rios Mississippi e Missouri, nas proximidades de St. Lovis, Missouri (Estados Unidos), foi palco de uma grande inundacéo em julho e agosto de 1993, que provo- cov 6 evacvagéio de mais de 50.000 pessoas, além de olagor grande textensbo de ferras culvadas. A figura 6 uma combinagao de duas imagens. A rea crulada indica o extensGo da inundacdo e foi delineada a parir de imagem de radar ERS-1, sobreposte 0 ume imagem SPOT que exibe os canais dos rios sob condicées normais {imogens preduzidas pelo Instute of Technology Development/Space Remote Sensing Center, divulaadas pela NASA). inferior a 10, ¢ alta sinuosidade, superior a 2, Normal mente, os detritos sio transportades eomo earga em suspensio ou mista, embora esses rios possam trans portar sedimentos grossos em abundincin \ baixa declividade dos eanais © a sua sinuosidade provocam freqiientemente o seu extravasamento com deposigao de sites € a las. As turfeitas, areas panta nosas ¢ lagoas de inundagio ocupam normalmente mais de dois tercos da area de um sistema fluvial anastomosado em terrenos timidos. Os rios anastomosados caracterizam-se pela pre senga de dois ou mais canais estiveis © ocorrem em regides de subsidéneia em relacio ao nivel de base regional, Observagies de campo ¢ estudos experimen: tais demonstearam que a estabilidade dos canais € fortemente condicionada pela presenca de vegetacio; a resisténcia 4 erosio de mangens com vegetagio, cs pecialmente raizes, pode ser 20,000 vezes maior do. que para margens sem vegetagio. Climas timidos, pro- picios ao desenvolvimento de vezetagio, sio mais favoriveis para a implantagao desse tipo de sistema Tais eondli¢des, todavia, podem conduzir também a for magao de rios meandrantes. Entretanto, os tios anastomosados apresentam pouca migracio dos eanais ¢ auséncia de barras de pontal, 0 que os diferencia, portanto, dos rios meandrantes, Histudos realizados com sondagens permitiram a ve tificagio de taxas altas de acrescentamento vertical do, canal, A migracao lateral, no entanto, seria baixa, devi Rios & Processos Atuviais 213 do. contengio pela vegetacio, Conseqiientemente, a caracteristica diagndstica deste sistema Aluvial é o eon tato subvertical entre as diferentes facies, © que torna dificil a sua caracterizacio em afloramentos ¢ a corre lagio lateral entre os pogos. O reconhecimento subsuperficial desses depositos exige uma malha mui to densa de sondagens. A persisténeia do censiio, aliada i agradacio vertical por influéncia da elevagio do ni. vel de base regional em relagio ao do rio, é a responsiivel pela predominancia de depositos de trans bordamento em rios anastomosados, Depésitos relacionados ao canal fluvial Os depasitos de canal compreendem cascalhos areias grossas, os quais podem ser diferenciados dos depésitos de rompimento de diques marginais por apre sentarem bases céncavas crosivas. A constituicio dos diques marginais ¢ geralmente siltosa, contendo de 10a ralmente, para turfeiras, pintanos ou lagoas de de raizes vegetais em volume. Gradam, late inundagio, Depésitos de transbordamento do canal fluvial Os depasitos de rompimento de diques margi- ais constituem camadas pouco espessas, centimétricas a decimétricas, de aria, grimulos © pequenos seixos. Tendem a formar corpos de geomettia sigmoidal, com bases planares nio erosivas. Os depéisitos de marfeiras 214 De Lec ome ee 2 compreendem camadas de turfa compostas quase que exclusivamente por matéria orginica, com espessuras centimétieas a decimétricas. Os depésitos de panta- no sio representados por argilas siltosas a siltitos argilosos com contetido variivel de detritos orgini: cos, localmente exibindo empilhamento de camadas centimeétricas ¢ estruturas gradacionais, produzidas por inundagdes sucessivas. Estes depdsitos ¢ os de turfeitas eupam posigdes em comum no sistema, sendo diferenciveis pelas suas caracteristicas sedimentares e pelo contetido em matéria orginica. \s lagoas de inunda laminadas com matéria orgginica vegetal esparsa, alean cando espessuras métricas, Sdo conectadas com os ncerram argilas silrosas canais anastomosados por eanais estreitos ¢ profun dos, os quais controkim o vel gua do lago. Leituras recomendadas ETHRIDGE, F LORES, R. Ms HARVEY, M. Dz (ed.). Recent developments in flurial sedimentofogy. Tulsa: Society of Economic Paleontologists and Mineralogists, Special Publication 39, 1987. MARZO, M. & PUIGDEFABREGAS, C.. Altwial sedimentation. Oxford: Blackwell, 1993, MIALL, A.D, “Alluvial deposits”, in: WALKER, R.G,& JAMES, N. P. (ed). Facies model response to sea level change. St. John’s, Geological Association of Canada, 1994, MIALL, A. D. The geology of flvial deposits. Berlin: Springer-Verlag, 1996, RICCOMINI, C. & COIMBRA, A. M..“Sedimen- tacio em rios entrelacados © anastomosados”. Sio Paulo: Boletine do Instituto de Genciénsias, USP, Siie Ditatica, 1993. SUGUIO, K. & BIGARELLA, JJ. Ambientes fii. «is, Plotiandpolis: UFSC/UEPR, 1990.

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