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GRUPO DE TRABALHO - 5.8 "PERSPECTIVAS DE AVALIACAO E DIAGNOSTICO EM PSICOLOGIA" COORD, ODETTE LOURENGAO VAN KOLCK USPSP 69 RELATORIO DO GRUPO DE TRABALHO: PERSPECTIVAS DE AVALIAGAO E DIAGNOSTICO EM PSICOLOGIA PARTICIPANTES Odette Lourengao Van Kolck (USP/SP) - coordenadora Nilce Pinheiro Mejias (USP/SP) Edwiges Ferreira M. Silvares (USP/SP) André Jacquernin (USP/SP) Latife Yazigi (EPM/SP) Antonio Carelli (IMES/SP) José Tolentino Rosa (IMES/SP) Clatidio S. Hutz (UFRGS) ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Neste Gmipo de Trabalho deu-se a apresenta¢do e discussio de oito temas relacionados como sendo cinco mais especificos, por se referirem a aspectos préprios das técnicas de. avaliagio psicolégica e tres mais gerais, por se reportarem a anilise do processo de avaliag¢ao ediagnostico, incluindo desde acontribuigdo para a compreensso dos aspectos psicopatologicos até a avaliagtio ambiental. As contribuicSes apresentadas ou relataram pesquisas em andamento ¢ os problemas relacionados, ou reflex6es criticas sobre a vivéncia do processo de avaliacao em situagbes variadas de investigagao clinica. ‘A concep¢ao do Grupo sobre a avaliag4o psicolégica abrange todos os momentos do Processo, desde a observacio e a entrevista até as técnicas mais espectficas. Em um primeim momento foram abordados os seguintes t6picos: - problemas no uso dos testes psicol6gicos tradicionais; ~necessidade de focalizar o preparo técnico indispensAvel para a utilizacao dos testes; = importancia do reeswdo do ensino dos testes na graduaco em Psicologia, desde a qualificag4o dos professores até a insergo de disciplinas no curriculo; - elaboragdo de normas nacionais para as técnicas em uso; . - construgio, revisdo, atualizagdo ¢ adaptagdo de novos instrumentos de avaliag4io; ~metodologia de controle de distorgdes de respostas a2 inventdrios psicoldgicos; 7 andlise das cargas (atoriais de um inventério de personalidade, No segundo momento foram focalizados: ~ questdes relativas a identifi cago de alteragdes das fungées psiquicas através de testes psicolégicos; ~ dificuldades na produgio de registro do comportamento problemdtico do cliente e na quantificagdo consequente, * - controle do efeito de fatores ambientais ‘sobre o comportamento de pacientes hospitalizados; ~novas perspectivas para a atuagtio do psicdlogo, extrapolando amera aplicagdo dostestes; ~ contribui¢do para a defini¢ao do campo de intervengio do psicdlogo. al como no ano anterior, 9 Grupo apresenta propostas em dois planos: - wali: - providenciar normas epresentativas das varias Tegides para instrumentos avaliativos traduzidos para uso no Brasil; - construir novos instrumentos adaptados a nossa cultura para atender As necessidades das mais variadas dreas da Psicologia no pats; - facilitar 0 intercambio entre varios pesquisadores que vem trabalhando com técnicas similares; + Viabilizar um levantamento das técnicas de exame psicolégico em uso no Brasil; mm - insistir na necessidade de formacao d de um banco, de dados centralizadores sobre as \eonicas de exame psicoldgico.: + dar prosseguimento a este Grupo de Trabalho, propiciando o intercimbio entre pesquisadores de orientagdes diversas ,¢ de varias regides do pais; -levantar, através de seus s representantes nos varios programas, as pesquisas eavolvendo ouso de testes € Outros instrumentos avaliativos, de modoa viabilizar e implementar a proposta anterior, ~ estimular a participagio de pesquisadores envolvidos com o diagnéstico institucional, assim como com a sele¢do no contexto organizacional ¢ a orientaydo dentro do trabalho * yocacional; -tealizar gest0es junto a0 Conselho Federal de Psicologia para reinstalago da Comissio Nacional de Testes, para n40 se perder o trabalho j4 realizado de grande importancia para esta 4rea de avaliagdo ¢-diagnéstico em Psicologia. *PERSPECTIVAS DE AVALIACAO E DIAGNOSTICO EM PSICOLOGIA: AS TECNICAS PROJETIVAS GRAFICAS EM GRUPOS ATIPICOS os Odette Lourencao van Kolck Universidade de Sao Paulo Dentre as técnicas projetivas gr4ficas 6 Desenho da Figura Humana como express4o ¢ proje¢o da Imagem Corporal tem centralizado nosso interesse de ensino ¢ pesquisa. 7 Em um plano amplo de pesquisa temos nos proposto a analisar a Imagem Corporal em Grupos Atfpicos de sujeitos, isto €, grupos diferenciados da populagao por apresentarem. caracterfsticas peculiares de comportamento. De um lado procuramos focalizar em portadores de deficiéncias fisicas ou problemas organicos a influéncia de situagdes de efeito exterior imediato ¢ de outras de vividncia mais intema. Neste grupo de sujeitos com problemas mais vivenciados internamente foram estudados inicialmente as produg6es grificas de criancas asmiticas(4). Com 0 objetivo de analisar a incidéncia de problemas emocionais em gujcitos asmaticos, assim como verificar se na projegto de sua imagem corporal sto refletidas as areas de conflito vivenciadas nas crises provocadas por essa doenca do sistema respiratorio, foram analisados os Desenhos da Figura Humana de 16 criangas de 7 a 12 anos, todas portadoras de asma brOnquica, pacientes regularmente atendides em ambulatério especializado de um hospital-escola. Colhidos segundo a técnica de Machover(6) foram avaliados de acordo como esquema desenvolvido por esta autora(2) sendo focalizados especificamenteas reas focaisdeconflito, que no caso de quadramérbido estudado seriam: boca, pescogo, tronco térax; assim como os aspectos estruturais simetria c proporedo, e os indicadores de conflito_propriamente dito. Da aplicagao das escalas colutivas de Machover(7) c Onativia(8) foi posst vel estabelecer um oitavo item: o daimatyridade dodesenho. como um tado. A andlise ¢ a interpretagio dos resultados permitiu concluir que 0 pescace ¢ 0 fronco constituem 4reas focais de conflito, evidenciando a importancia psicologica dessas regides para crianca asmitica. Por outro lado, a grande incidéncia de indicios perais de conflito nos desenhos corrobora os resultados dos estudos que apontam caracteristicas de desajustamento nas crian¢as asmAticas. Ao mesmo tempo.nossos resultados confirmamos tragos de imaturidade encontrados por varios autores na realizacdo da crianca asmilica em outros testes psicolégicos. No conjunto dos distirbios de linguagem ¢ commnicacio oral(5) analisamos os desenhos de 18 criancas com dislatia, de ambos os sexos ¢ de idade entre 5 ¢ 10 anos inclusive, atendidas em ambulat6rio especializado de um hospital-escola, A andlise ¢ a interpretagio dos resultados seguiu 0 esquema descnvolvido por esta autora para focalizar especificamente as conflito, completada pela verificagao dos indicadores emocionais de Koppitz(1) ¢ pelo -estabelecimento da jmaturidade do desenho como um todo. Pode ser conclutdo que: pescoco, boca. mijos ¢ bracos ¢stendidos horizontalmente, assim como, em menor frequencia, cabeca ¢ Dariz constituem Areas focais de conflito, com seus significados Préprios no plano de comunicagao € contato pessoal, expressando as dificuldades de adaptacao- social e de desenvolvimento do ego. Por outro lado, a grande incid¢ncia de indicadoms emocionais ¢ a presenga de tracos de imatutidads em muitos desenhos cofrobora a idéia de desajustamenta emocional das criancas portadoras de dislalia, . Por outro lado, situagdes como as tentativas de snicidig também tm sido pesquisadas(3). Foramestudados 15 pacientes intemados em hospital-escola apésterem tentado suicidio através da ingestao de substincias c4usticas. Tal acontecimento se deu 2 a 4 anos antes ¢ dado a peculiaridade do fato as idades variam de 18a 47 anos, Os Desenhos da Figura Humana foram avaliados segundo esquema j4 apontado, focalizando especificamente as conflito. A interpretagao dos itens, | grificos permitiu, em resumo, detectar tragos de inferioridade € inadequa¢ao nos contatos sociais, hesitagao ante situagbes novas ¢ ansicdade a artiscar-se a0 julgamento, configurando-se, no total, uma Imagem Corporal nitidamente depreciativa ¢ 273 depressiva. Quanto as Areas de conflita é mais frequente a énfase no térax ¢ no tronce como wh todo, chegando a nao haver distingSo entre ambos. O pescaga também aparece como Area de conflito constante, sendo omitido ou desenhado em tamanho longo, 0 que nos remete a0 desamparo ante os proprios impulsos, e a repressio das caracterfsticas ativas, agressivas ¢ sexuais. Isto se confirma pela nao sinalizago de diferengas sexuais, pela austocia de roupas ¢ falta de caracterizago adulta das figuras, o que apouta para um Imagem Corporal regredida. Em concluso, o estudo, da Imagem Corporal amplia nossa compreensao dinamica desses pacientes, possibilitando uma atuagao mais clara na prevengdo ¢ integrag3o dos mesmos. - Outras pesquisas esido, sendo conduzidas com outros Grupos Atipicos: criangas com imeodi feitos_alcodli icos, sempre com o objetivo de investigar sua influ€ncia sobre a Imagem Corporal como refletida nos Desenhos da Figura Humana, tema ess de capital importncia em seus aspects teGrico-pesticos, com repercussio imediata na atividade preventiva commnitéria. . +. Em todos 0s. casos ¢ levada em conta a influ¢ncia da natureza da perturba¢ao propriamente dita e da concepe40-que o sujeito tem de suas causas, assim como as decorréncias et ou.indiretas tais como restrigao de atividades, necessidade de medicag4o ¢ eventuais dictas, interveng6es cirtrgicas e/ou bospitalizagio, O impacto sobre a vida familiar € também ‘enfatizado, evidenciando-se que, tanto 0’ sujeito como sua familia, devem ser objeto de considerag’io ¢ ajuda c que se faz necessirio a ago de uma equipe multiprofissional, onde o psicélogo tera atuagao decisiva. REFERENCIA BIBLIOGRAFICA 1, KOPPITZ, E. M. Psychological evaluation of children’s Human Figure Drawings. New York, Grune & Stratton, 1968. . ‘2, LOURENGAO van KOLCK, O. Testes projetives prificos no diagndstico psicoléeico. Sto Paulo; Ed. Pedag6gica Universitaria, 1984. . a 3. LOURENCAO van KOLCK, 0. ¢ CEREZETTI C.N A imagem corporal em tentativas de suicidio. In: Resumencs XX1 Congresso Interamericano de Psicologia. 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Enquanto expressio idiomistica, o diagnéstico pode ser definido como o conhecimento ¢ a determinagSo de uma doenca pelos seus sintomas (Aurélio, s/d). Uma vez que o estudo do comportamento anormal est4 historicamente ligado a Medicina, parece natural que se empregue © modelo de doenga fisica para defini-lo. O diagnéstico pode, porém, aprescntar outros significados, como "investigagio ou andlise da causa ou natureza de uma condi¢ao, situagdo ou problema” (Webster, 1976) ¢ ¢ com esse sentido de investigagao que parece estar sendo, j4 ba algum tempo, utilizado na andlise de carcterfsticas fisicas e/ou sociais de uma comunidade, tendo em vista a claboragio de projetos ligados a problemas de desenvolvimento bumano,Como exemplo desse tipo de utilizago, parece de interesse citar, por exemplo, o titulo de um artigo publicado em 22.04.80 na Folha de Sto Paulo: "A cidade j4 tem-um diagnéstico". Esta publicagso que data de dez anos, referia-se a uma andlise das condighcs dc vida relacionadas & distribuic3o de renda de segmentos menos favorecidos da populacdo. Um outro exempto mais Tecente € urn documento elaborado por 6rgao da Prefeitura da cidade de Sao Paulo, em 1989, com 0 t{tulo "Diagnéstico do Trabalho da Rede de Creches". Entrctanto, ¢ curioso notar que Ander-Ege (1980) em obra que trata do estudo de uma comunidade, tendo em vista a implantagao de programas de desenvolvimento humano, utiliza, ainda, a expresso diagnéstico seguindo 0 modelo de doenga fisica, muito embora, depois de apresentar as tarefas de que se constitui tal diagnéstico, conctua com uma outra defini¢ao sem qualquer conotagao de doenga. Alids, na segunda definigio, 0 conteddo parece muito mais préximo daquele apresentado pelo diciondrio Webster. : ‘S4o as seguintes tarefas propostas pelo autor para a consecugzo do diagnéstico de uma comunidade: . Sistematizar as informagées ¢ dados obtidos sobre a situac¢do-] problema de uma . determinada realidade; . estabelecer a natureza e a magnitude das necessidades ¢ problemas ¢ sua birarquinagao em fungio de certos criterias ideolégicas, politicos e técnicos; ~conhecer, na situagdo, os fatores mais relevantes das diferentes forgas em conflito e dos fatores que atuam de maneira favordvel, neutra ou desfavoravel; . determinar os recursos ¢ instrumentos. cisponiveis em fungzoda resolugao dos problemas c/ou satisfagdo das necessidades ou caréncias detectadas. O diagndéstico assim realizado tem por finalidade: . servir de base para acbes concretas dé um plano, programa ou projeto; ..» — - + fundamentar as estratégias que se ho de expressar em uma prdtica concreta, conforme as necessidades e aspiragbes manifestadas pelos proprios interessados (comunidade, Bnupo, organizagdo etc.) O que se pretende ressaltar aqui, a0 citar as tarefas envolvidas no diagndstico proposto por Ander-Egg, € que, mutatis mutandis, essas tarefas no esto distantes daquelas propostas BO alendimento psicolégico, sobretudo na abordagem comportamental. Assim, em ambos os casos, procura-sc levantar ¢ sistematizar informagécs sobre a situacao-problema; estabelecer a natureza c magnitude dos problemas encontrados ¢ hierarquiz4-los de acordo com determinados critérios; conhecer, na situac¢So, os fatores que os estariam determinando e, enfim, estabelecer as estratégias de ago para soluciond-los, quer em termos de inadequagiio ou déficit. Alémdisso, 0 diagnéstico assim claborado devera servir de basc para o planejamento de um programa de. a¢ao cujas estratégias deverao ser alaboradas com a participagio das pessoas interessadas, respeitando-se suas necessidades ¢ aspiragbes, 2s)" re ama ser ene ge EOE EEG ‘Um outro aspecto que justifica 0 itersse pela obra citada € que seu autor, a0 propor ssa modalidade.de diagnéstico, tem, como preocupagao bésica a elaboragao de programas cujo objetivo dltimo € suprir as dificincias ¢/ou trabalhar para a promogao das pessoas a0 mesmo tempo que para o desenvolvimento das comunidades... um objetivo que parece coadunar-se com os dos trabalhos de numerosos programas ¢ desenvolvidos por psicélogos ¢ descritos em obras, como as de Tharp e Wetzel (1970), Chapman c Risley (1974), Martine Osbome (1980), nos Estados Unidos ¢ Carvalho (1985) ¢ Abreu (1987), no Brasil, para citar apenas algumas. Além disso, ainda em consonincia com Ander-Egg, esscs programas envolvem, explicita ou implicitamente, uma procupag3o fundamental com as relagdes entre o homem ¢ seu ambiente uma preocupagio que, segundo Krasner (1980, p.2), est4 presente nas mais diversas reas @ Psicologia, como ecologia, psicologia social comportamental, etologia, psicologia populacional, condicionamento operante, congruéacia comportamento-ambiente, ambientes de aprendizagem e andlisc experimental aplicada. A importancia da obra de Ander-Egg, em termos de contribuigao para o psicologo reside, porém, mio em evideaciar proximidades ou sémelhancas, mas em pormcaorizar 0 diagnéstico, no seatido de especificagio de procedimentos ¢ orientacao no levantamento de informagbes. Assim, para os primeiros contatos ou investiga¢do preliminar, sio incluidos quatro procedimentos principais: observapao, entrevistas (individuais ou em grupos, formais ¢ informais), consulta de documentagio e leitura de mapas quando necessario. J4 para 0 que 0 autor chama de investigag%o gcral, sugere um “guia pratico para a coleta de dados tteis tendo em vista um programa de desenvolvimento da comunidade" (Ander-Egg, p. 139). Esse guia inclui: localizagao, marco bist6rico, estruturas fisicas fundamentais equipamento, estudo ¢ movimento da populacdo, niveis de vida, organizagao social, percepgio de mudanga social, recursos e pontencialidades. ‘H4 de se considerar que, embora esse diagnéstico tenha em vista programas de interven¢ao de grande amplitude, envalvcndo equipes multidisciplinares, cle pode ser Gtil para 0 psicélogo, se adaptado As diversas etapas de diferentes programas, de maior ou menor vullo, realizado ou Bo com equipes, em nivel organizacional ou comunitério. E, se no espectfica variéveis psicolégicas, pode, entretanto, facilitara sua especificagao. Comoesta questioenvolveaspectos metodolégicos, parece oportuno citar, a respeito, palavras de Bennett (1965, p.. 834) em artigo onde relata os acéntecimentos de congresso onde foi primeiro-definida a psicologia da comumidade. De acordo com esse autor, os participantes daquele congresso enfatizaram a “gecessidade de uma renovacdo metodolégica ao tratar da informagao cursiva, de interages multivariadas ¢ da avaliag3o de mudancas em andamento", vendo a comunidade "como um laboratério, talvez o laborat6rio basico para o estudo do comportamento institucionalizado do homem __ as estratégias que ele emprega para criar um habitat que, por sua vez, 0 modela". . Relativamente 4 preocupagao basica da interveng4o comunitdria com as varidveis ambientais ¢, ainda, a respeito da especificagao de varidveis, ¢ pertinente considerar o trabalho ‘de Twardosz (1984) que, numa revisdo de numerosas pesquisas, trata da importincia das varidveis envolvidas na organizagio ambiental ¢ suas relagdes com o comportamento, O interesse pelo artigo prende-se, sobretudo, ao fato que a autora especifica tais varidveis, classificando-as como fisicas (incluindo, entre outras, caractertsticas de arquitctura, méveis, equipamento, sinalizagbes), sociais ¢ programiticas (presenga € locatizagao de pessoas, divisio de suas responsabilidades, hordrio de atividades, organizagao de tarefa ¢ semelhantes). Uma outra obra pertinente ao tema em pauta ¢ a de Nelson ¢ Hayes (1986) ao citarem ificamente a avaliacao ambicatal. Para esses autores, surgiram na 4rea de avaliago, nas Gitimas décadas, duas orientagbes ligadas entre si: a avaliag3o comportamental ¢ a avaliagdo; ambiental, sendo que a avaliag4o ambiental tem camo foco de ateng3o as caracteristicas comportamentalmente relevantes dos ambientes em que 0 comportamento ocorre. A apresentago que se segue, resumo de um trabalho: Este trabalho foi realizado por Soler, sob orientago de NEIIAS, ‘como trabalho de campo em disciplina ministrada.em curso de pés-graduago em Psicologia Clinica do Instituto de Pscicologia da USP. realizado nos moldes da concepsdo de diagnéstico apresentada, teve como objetivo investigar as condigées ambientais de determinado sector de uma institui¢ao, procurando relagées entre tais condigdes ¢ os camportamentos ali apresentados, ‘Iniimeras so as situagdes em que se realizam trabalhos envolvendo varidveis ambientais, como hospitais, escolas, creches, enfim, instituigdes as mais diversas, Nos Gitimos anos, a 4rea de satde, segundo Whitehead et ali; (1984), vem prestando uma ateng3o cada vez maior as interrelagdes entre ambiente hospitalar ¢ comportamento. Assim, trabalhos preocupados com a importincia do arranjo fisico das salas (Whitehead et ali., 1984; Stabler, Frazer ¢ Rappaport, 1984; Steve, 1985), coma positviodas camas (Kelly ¢ Ostreicher, 1985), como efeito produzido pela proximidade do paciente com as janelas (Verderber ¢ Reurnan, 1987), com a alteragao de proficiéncias de atendimento do staff (Schafer, 1985) sao alguos dos exemplos cucontrados na literatura. No Brasil, entre os trabalhos que refletem interesse semclhante podem ser citados 0 de Queiroz (1973), ao introduzir, em hospital psiquiatiico, algumas alteragdes ambientais (além. do sisterna de economia de fichas que seriam estimulos reforgadores), o de Carvalbo (1979) que introduziu mudangas ambientais em um pavilhdo de criangas de um hospital psiquiatrico e ode ‘Mauro (1980) que realizou projetos para equipamento hospitalar, preocupado com questiies relativas a um ambiente terapfutico adequado aos pacientes. Este trabalho constitiii uma tentativa para verificar se uma dada sala de recuperagdo p6s-parto imediato constitufa uma situagao propiciadora, de um lado, para os comportamentos preconizados para as enfermeiras e, de outro, para 0 bem-estar das puérperas, Em outras palavras, 0 trabalho procurou verificar em que medida a sala apresentava condigdes ambientais ‘congiuentes com a presen¢a de comportamentos visados nos objetivos que orientaram scu planejamento. METODO Ambiente e Sujeitos . : Ocstudo foi realizado em um hospital -escola de porte médio do munic{pio de S40 Paulo. O ambiente espectfico foi a sala de recuperag’io pés-parto instalada no interior do centro obstétrico. Os sujeitos de estudo foram duas puérperas intemnadas na sala de recuperagao, assim como as profissionais de enfermagem que as atendiam, ou seja, uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem ¢ uma aluna de habilitacio em enfermagem obstétrica. Procedimento O procedimento utilizado foi a observagao com registro cursive. Nessa observagdo foram considerados dados do ambiente fisico (dimensdes da sala, iluminagSo, temperatura, rufdo, ~ mobilidrio e equipamento dispontvel) ¢ do ambiente social (identificagao das pessoas presentes gto. ‘Revista da Escola de Enfermagem da Usp. (no prelo). ee de recuperago pés-parto enquanto conlexto € descrigio das atividades que realizavam). A duragio da observacao foi a do tempo de pemmanéacia das'duas puérperas na sala, ou seja, aprozimadamente duas horas. RESULTADOS Os resultados mostraram alguns aspectos das condigdes fisicas que estariam afetando as pacientes, como por exemplo, baixa temperatura revelada: inclusive por varias queixas de frio, luz incidindo sobre os alhos e aspectos das condigdes fisicas que estariam afetando as atividades das profissionais de enfermagem, como coloca¢ao de material (roupade cama outros, pia para lavar as mos), em local no proximo, o que obrigava a profissional a afastar-se da sala. Além disso, 0s comportamentos de intcragio observados € didlogos registrados sugeriam a necessidade de alteragao de algumas varidveis ambientais programitcas enquanto fatores determinantes dos comportamentos das profissionais. ‘Considerando que este ‘trabalho constituiu uma primeira tentativa para verificar sc as condighcs ambientais de uma sala de recuperayao pés-parto estariam facilitando a ocorréncia de comportamentos para os quais havia sido planejada e montada, parece valido concluir que esta tentativa teve ¢xito, uma vez que revela condigbes aparentemente adversas 4 consecucdo da assisténcia que se pretendia prestar As puérperas. No entanto, h4 de se considerar que se trata de um primciro passo na avaliagao, devendo-se ter em vista: 1. a observarao € apenas um dos procedimentos possiveis no caso, podendo ser complementada por outros, como a entrevista, por exemplo; 2, para se assegurar validade aos resultados obtidos, sera preciso verificar experimentalmente em que medida as varlaveis ambientais consideradas esto relacionadas 20s comportamentds assinalados. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABREU, J.L.C.de. A psicologia ¢ a Promogao do Bern-Estar Humano: 0 controle de residuos solidos. $40 Paulo, 1987. 84p. Dissertacao (mestrado). Instituto de Psicologiada USP. . ANDER-EGG, E, Metodologia Y Practica del Desarrolo de la Comunidad, 10a ed, Barcelona, El Ateneo, 1980: : BENNNET, C. Community Psychology: impressions of the Boston Conference on the Education of Psychologists for Community Mental Health. American Psychologist, 20: 832-835, 1965. . CARVALHO, A.A.de. 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Barrios, 1988, Haynes, 1978 ¢ Nelson e Hayes, 1984) realizadas fora do Brasil mas poucos sdo os artigos brasileiros voltados para essa questo.” _ O presente trabalho representa uma tentativa de refletir sobre as dificuldades encontradas pela autora com-o uso desse instrumental na sua pritica clinica, reflexdo esta que tem por objetivo acarretar uma mudanca no quadro acima por julgar ser tal: alteragdo nao sé imprescindivel como urgente. Acrescente-se 2 tal necessidade como justificativa do presente twabalho as: posi¢bes. assumidas por outros profissionais da 4rea os quais ven relatando _dificuldades semelhantes na pritica clinica deles (Guilhardi, 1988, Otero, 1988). . ‘Parte-se do levantamento e ilustragto de algumas dessas dificuldades enfrentadas em estudos de caso de clientes infantis atendidos por alunos estagiarios da professora autora, Com tal levantamento evidencia-se com muitos clientes, a inmpossibilidade de se atender a duas das exigencias mais marcantes do mencionado ‘instrumental, quais sejam: 1. aobtenco do registro de comportamentos problematicos previamente identificados ¢ especificados com auxilio do cliente (Barlow, Nelson ¢ Hayes 1986), 2. a quantificagao daqueles comportamentos trazidos como queixa para o teraptula (Haynes, 1978). ot : ‘Sao, a seguir, discutidas as implicagdes do quadro acima o qual tem acarretada por parte dos cl{nicos comportamentais, bastante criatividade na busca de solugtes praticas ¢ particulares para os casos que se Ihes apresentam para ajuda em clfaica. ‘Entre as implicagdes decorreates das dificuldades, consideradas no presente trabalho ¢ também nele discutidas, encontramrse: “La impossibilidade de se démonstrar 0 mais objetivamente possivel a mudanga 00 comportamento alvo da intervengao; . 2 a inviabilidade de se associar 0 sucesso obtido coma intervengio promovida. Consideram-se, também, as razOes para sérem encaradas tais pontos como fundamentais em qualquer diagnéstico comportameatal, pontos estes considerados indispens4veis para avaliar a do trabatho teraptutico empreendido bem como para garantira sua validade interna (Kazdin, 1981) . Discute-se finalmente a possibilidade das referidas dificuldades decorrerem de comportamentos culturalmente determinados e das precdrias condigdes de vida da populagao brasileira, como por exemple o alto indice de analfabetismoe apouca disponibilidade de tempo para auto observagao ¢ registro dos comportamentos alvo em virtude da sobrecarga de trabalho de grande parte dessa populagao. ” Conclui-se entio que se as exigtncias - pontos de dificuldade - sto essenciais para 0 diagnéstico comportamental independentemente da nacionalidade da pessoa que busca ajuda psicolégica, devern-se buscar alternativas brasileiras para atendé-las ¢ solucionar a situag30. £ por fim proposto um esforgo conjunto dos clinices comportamentais, no scatido de buscarem solugSes menos idiograficas € mais nomotéticas para os problemas encontrados n0 diagnéstico comportamental. Considera-se desejavel a construgdo de escalas, questiondrios € outros recursos avaliativos Gomportameatais. . ‘Reconhece-se porém, sera solug0 proposta custosa ¢ demorada ¢ sugere-se comomedida. paliativa um aumento no intercAmbio entre profissionais com dificuldades semelhantes a fim de baver um melhor aproveitamento das solugbes idiossincrdticas delineadas para os casos particulars. . : . 280 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Barrios, B.A. (1988) On the changing nature of behavioral assessment, In A.S.Bellack ¢ A. Hersen (Eds) "Behavioral assessment - a practical handbook 3 edition. Pergamon Press, NY. Guilhardi, H. (1988) Método cicattfico e pratica clinica, Em H.W.Lettner eB P-Rangeé org.) Manual de Psicotcrapia comportamental. S40 Paulo. Ed. Manole 1988, Haynes,$.N. (1978) Principles of behavioral assesment Gardner Press, N.Y, Kazdin AE. (1981) Drawing valid inferences from case studies. Journal of Consulting Vol. 49.0. 2, 183-192. ‘Nelson,R.O.c Hayes,S (1984) Conceptual foundations of behavioral asseesment. Guifford Press, N.Y. . ‘Otero, V., R., L. Terapia Comportamenial: a pritica clinica no atendimento de criangas. Anais da XVIII Reuniso anual de Psicologia de Ribciriio Preto, 1988, O “BERUFSBILDER - TEST" DE ACHTNICH : NOVA PERSPECTIVAPARA A AVALIACAO DOS INTERESSES oo André Jacquemin Universidade de Sao Panlo - Ribeiro Preto’ ‘A maioria dos inventérios de interesses existentes até b4 potica - STRONG-1927, THURSTONE-1935, KUDER-1939, ANGELINI-1963, apesar de coniséguirem importantes informagdes sobre as Areas de maior € menor interesse do sujeito, Zo abordam de modo abrangente esta problemitica. Pelas suas caracteristicas deixam de considerar varios fatores Psicol6gicos; culturais, econdmicos ¢ sociais que tm uma influéncia decisiva no processo de escolha de uma determinada orieatap3o, Por outro lado, estas técnicas, deixam o sujeito numa postura bastante passiva, dificultando o seu relacionamento com o Psicélogo. A introdugao do Berufsbilder - Test - B.B.T. - por Achtnich-1971, parece minimizar grande parte destes problemas, facilitando uma abordagem mais profunda do processo de orientacdo através da clarificacdo das tendéncias inconscientes que determinam ou bloqueiam a escolha de certos campos profissionais pelo sujeito. A tradugao deste material pelo Centre d'Orientation Psychologique da Université de Louvain - Belgique, est permitindo maior divulgagao do mesmo, Nesta oportunidade, tentar-se-4 apresentar o B.B.T.. Apés disculir as suas bases tedricas, oriundas da teoria Szondiana, mostrar-se-4o 0s procedimentos referentes ao teste para sua aplicacdo, avatiacao.e interpretagao, Finalmente, sero discutidos os primeiros resultados obtides com 0 B.B.T., assim como as suas perspectivas de utilizagao no Brasil. BIBLIOGRAFIA ACHTNICH, M., - Der Berufshilder - Test, Bern, Hans Huber, 1971. JACQUEMIN, A. - Novas Perspectivas em Orientaga0 Vocacional ¢ Profissional. i ile icolopia, 1982, 34 (4), 127-131. JACQUEMIN, A, - L'étatdes recherches sur le B.B.T. au Brésil. Bulletin de Psychologie i Keel ion, 1989, 38(1), 54-59. OS INSTRUMENTOS DE AVALIACAO PSICOLOGICA E SUA CONTRIBUICGAO A COMPREENSAO DOS ASPECTOS. _ PSICOPATOLOGICOS _ Latife Yazigh. Escola Paulista de Medicina’ - A autora pretende mostrar ¢ identificar 0 que poder-se-ia chamar de retomo ou volta das © avaliagSes psicolégicas a seu objeto de investigago ¢ estudo, Inicialmente, lembra que os instrumentos psicoldgicos tinbam a finalidade de trazer um maior esclarecimento sobre o funcionamento mental, as caracteristicas de personalidade do individuo, auxiliando na diferenciag4o de quadros, de perfis ou tragos. ° Eutretamto, o uso clinica e a pesquisa revelararn © trouxeram a tona a importincia do material colhido pelos instrumentos ¢ sua contribuiczo Para uma definicao mais precisa do fenOmeno mental, para uma comprecosio mais profunda e objetiva do dinamismo Psiquico, tomnandd-a mais proxima do real. ‘esse ponto ocorreu uma invers3o: os instrumentos passam a ser formas rocoibecidas ¢: sespeitadas de apreensio do universo subjetivo do indiviuoe porissomesmo passamacontribuir para uma compreensdo mais acurada ¢ objetiva do ser bumano ¢ de sua patologia. Assim, de meros instrumentos de avaliacdo transformam-se em mediadores de informagao e de conhecimento, auxiliando na elaborado e adequar3o de conuceitos. - « Nesse aspecto apresenta a autora experitncias clinicas que comprovam a contribuigaio ¢fetiva de um instrumento— 0 Rorschach— no campo da psicopatologia, mais especificamente: a contribuigao dos chamados mecanismos essenciais 0a na identificagdo de altrapbes das funpbes psiquicas. 283 y REFLEXOES SOBRE DIAGNOSTICO PSICOLOGICO EM PSICOTERAPIA BREVE:INDICACAO EAVALIACAO Jussara Cristina Van De Velde Vieira da Silva José Tolentino Rosa . Instituto Metodista de Ensino Superior I-INTRODUCAO -Pretende-se neste trabalho discutir os resultados de uma pesquisa sobre evolugdes em Psicoterapia de‘Orientagio Psicanalitica. A ampliagdo da compreensio das intcragdes entre diagnéstico e prognéstico pode se beneficiat com 0 conceito da variabilidade adaptativa equilforio adaptativo das relagdes objetais, «. © propésito desta comnnicagio ¢ refletir sobre os resultados observados em pacientes ¢ em que medida isto pode contribuir para o aprimoramento de trabalho clinico. Diante da evidente complexidade da avaliagdo e investigacfo do processo psicoteraptutico, nos deparamos com diferentes estudos ¢ modelos que exploram as varidveis intervenientes no processo. : \ Fiorini « Peyré (1978) em sua proposta metodolégica destacam a importincia da capacidade criadora de alianca terapéutica, defesas ¢ distorgdes na relacao transferencial, adequada conceituagao teérica para registro dos aspectos criativos transformadores para 0 vinculo.e 0 processo, mediante as fungdes egdicas. Recomendam, como Malan (1976), a preocupa¢’o com a validade dos testes projetivos, que, de certa forma se correiacionam com mudangas na vida do paciente dentro ¢ fora do consultério. Afirmam que, através das repostas seriadas do Teste das Relag6es Objetais de Phillipson, pode-se analisar a presenga de modificagdes importantes como caracteristicas de objetos, conflitos e defesas. Braier (1980)-sugere que 0 resultados e mecanismos teraptuticos devem abranger 0 alfvio, a eliminago da ansiedade ¢ outros sintomas que traduzam modificagdes na estrutura da personalidade; devem ser investigados com critérios din&micos para compreensio da natureza, alcance ¢ estabilidade das mudangas, O reteste, pelo menos, ao sexto més transcorridos do psicodiagnéstico inicial, permite a observacdo de modificagves. Fiorinie Peyrt (1978) destacam uso do Teste de Relagdes Objetais de Phillipson como um instrumento de qualidade, no que screfere a: condicdes egéicas, mecanismos defensivos, tolerAncia & frustracao, capacidade para suportar a separago. Segundo Ana Maria Azevedo (1986), € comum o surgimento de mecanismos defensivos menos primitivos e mais adaptativos no desenvolvimento do tratamento. ‘Wallerstein (1986) apontou a possibilidade de ampliacdo de conhecimento sobre 0 processo psicoterapeutico através de estudo da interacao de medidas diagnésticas e prognésticas emespagos de tempos: inicio, término ¢ acompanhamento, A avaliagao da configura¢ao intema a avaliag&o objetiva do comportamento modificado em sua superficie constituem fatores de grande importancia na compreensio do proceso. Reconhece que, tanto na Psicandlise como na Psicoterapia, algumas circunstAncias particulares aparecem na relagio teraptuta-paciente: algo se altera em determinado grau, O. reteste obedece ao roteiro da batcria de tesics usados no psicodiagnostico inicial, preservando-se a avaliagtio "as cegas". Anthea Keller (1984) acompanhou alguns pacientes por um perfodo de tres meses adois * anos e meio apés 0 término do tratamento, encontrando resultados scmelhantes aos de Malan (1976), varidveis como: extensio da perda prematura, severidade da perda e suas conseqiencias no desenvolvimento das relapdes objetais, durago do impasse ou da crise. Os resultados do tratamento foram melhores para os pacientes com menor angdstia dentro de sua doenga, menor nocessidade de dependéncia, maior motivagao € forga do go. ‘Knobel (1986) considera que-a avaliago deve incluir mais que 0 proposto no inicio do processo € muito menos que a sintomatologia possa revelar. Suas consideragbes para a leitura B4 oot de resultados peta andlise estatistica apontam para 0 perigo de vansformar 0s fendmenos em “falacia numérica". Calejon (1988), em sua dissertagdo de. mestrado "peflexces ‘sobre © processo da Psicoterapia Breve: relagdcs entre condicdes dos pacientes (adultos), indicacdes ¢ resultados", reforgaa presenca de enormes dificuldades na avaliagao do proceso psicoteraptutico, incluindo diagnéstico inicial, indicagdes para tratamento ¢ acompanhamento do pacieate apds aproposta de trabatho. Em alguns de seus pacientes constatou que, apés quinze sessées determinadas condigdes modificam-se pelo processo psicotcrapéutico; auto-cstima melhorada, sintoras, resolugzio do conflite atual e capacidade de insight, Os pacientes mais regredidos abandonam os enconthos ; apés a entrevista devolutiva ou no terminam a avaliacSo diagndstica inicial. Esses pacientes’ usam a identificagdo projetiva maci¢a, nJo sentem seus terapéutas preparados ¢ capazes de conter suas anguistias ou nio contam com 0 apoio extemo, necessério durante a Psicoterapia Breve. Portanto, nas recomendagbes de diferentes autores, ha sugestdes do uso de critérios objetivos para a avaliacao dos comportamentos em sua superficie, de critérios dinamicos, para a avaliagao das realizagoes do mundo interno. 1t- METODO A. AMOSTRA Foram atendidos quatorze pacientes adultos sendo dez do sexo feminino, com idade variando de 26 a 60 anos, exerciam atividade profissional na 4rea de Admiristragdo (1), Auténomo (4), Comércio (1), Estudante (1), Mao de Obra qualificada (1), Preadas Dorésticas (2). Os quatro pacientes do sexo masculino, com idade variando de 30 a 33 anos, exerciam atividade profissional nas éreas de M4o de Obra qualificada (2), Nivel. Técnico (1) e Sadde (1). Procuravam psicoterapia em consult6rio particular ou em salas institufdas na regio do A.B.C., ‘Sao Paulo. A maioria deles iniciou tratamento por iniciativa propria, sem duracio especificada. Foram atendidos por trés psicdlogas cujo trabalho clinica foi centrado em técnicas de Psicoterapia de Orientagto Psicanalttica. 1° etapa: escotha da amostra’a partir do. psicodiagnéstico inicial constitutdo de Entrevista ‘Clinica, Escala Diagnéstica Adaptativa Operacionalizada (E.D.A.0.)doDr. Ryad Simon (1983) € aplicagao das treze Himinas do Teste de Relagdes Objetais de Phillipson; . 2 etapa: verificagao dos pacientes que constitufram a amostra, transcorridos tres meses o psicodiagnéstico inicial, para a reaplicagao das laminas B~ 3 (4) ¢ Branca (13) doT-R.O para compor um “continuum''de respostas seriadas; : © 3% etapa: composigio dos grupos Que permaneceram na psicoterapia, transcorridos seis meses do psicodiagndstico inicial ede Pacjentes que conclufram ou abandonaram o tratamento. Recolhimento de respostas as laminas B-3 (4) ¢ Branca (13) do T.R.O. Preservou-se no trabalho o método de avaliagado "as cegas"; até que fosse conclufda a terceira etapa da pesquisa. B. PSICODIAGNOSTICO . Foram utilizados para a formulagao do psicodiagnéstico: a E.D.A.0 eo T.R.O. - 1, Avaliagio do Grau de Adaptacio, segundo E.D.A.0. Foram avaliados os graus de adaptag%o nos: quatro setores: Afetivo-Relacional, Produtividade, Sécio-Cultural ¢ Org Anico, Para cada setor adaptativo avaliado foram atribufdos de t a3 pontos, considerando-se 1 Ponto para as respostas pouquissimo adequadas, 2 pontos para as respostas pouco adequadas ¢ . 285 3 pontos para as solugdes adequadas. O grau de adaptacao foi classificado em seis grupos Tesultantes de combindgtes dos fatores de adequago e fatores de crise. Os pontos foram atribuidos da seguinte forma: Adaptagdo Eficaz - 12 pontos; Adaptago Nao-Eficaz Moderada =8,9, 10 ou 11 pontos; Adaptagio Ndo-Eficaz Severa - 4, 5, 6 ou 7 pontos. . A bipétese diagnéstica feita a partir da Entrevista Clinicae E.D.A.O., foi complementada com a CID-9, uma vez que nos interessava conhecer o tipo de pacientes que procurava psicoterapia, quanto tempo permanecia em Uatamento € se haveria telagao entre hipotese diagnéstica ¢ a eyolugo das relagdes objetais. 2. Dindmica da personalidade, segundo o T.R.O. A aplicagdo do T.R.O, seguiu instrugdes fomecidas pelo autor. Para a avaliagdo, seguimos 0 modelo das Relagdes Objetais de Melanie Klein. |. Uma atengao especial foi dada & sugestio de Phillipson quanto & possibilidade de exploragao do sistema tensional inconsciente dominante como um meio de se compreender a dinamica interna que constitii pré-requisito para a pessoa entrar cm contato com Oo mundo interno. As. relagdes insconscientemente desejadas (desejos), as conseqdéncias temidas (ansiedades) ¢ os esforgos defensivos (defesas) resultam da pulsto do sistema tensional inconsciente dominante cm maior ou menor grau, 0 que permite uma relagdo satisfatoria (ou 13d) com o mundo. : ‘Uma forma de avaliar essa graduagao, segundo o autor, poderia ser representada como se segue: . ; (O) equilibrio mahtido, defesas eficazes na medida em que sc trate de frente a ansiedade vineulada c a conseqftncia temida, podendo assim dar liberdade para relagocs positivas; (-) equilibrio nao mantido, as consequiencias temidas dominam as relagbes; (+) equilfbrio mantido com liberdade conquistada para certa elaboragio de relagocs positivas. As resultantes dos processos ‘din&micos assinalados s’o em fungao da liberdade para estabelecer relagdes positivas € satisfatérias com as pessoas € entio, para ele, as expressGes (—-) e (++) podem ser usadas para maior discriminagao ¢ (Q-) e (O+) para indicar uma tendéncia resultante negativa ou positiva neste aspecto. Phillipson ainda coloca que o material colhido através do T.R.O., possibilita "andlise de modalidades bastante variadas que dependerao das preferéncias individuais do psicélogo, da finalidade da investigagao ¢, em muitos casos, do modo indi vidual em que 0 sujeito em particular se reveia a si mesmo" (Phillipson, p.63, 1981). ‘Atributmos pontos no T.R.O., pelo equilfbrio adaptativo, conforme 0 Quadro T. GRADUAGAO DO EQUILIBRIO ADAPTATIVO NO T.R.O. Ciassificagao Phillipson Rosa — Descrigdo das Categorias a) 1 Equilibrio nao mantido, predominando a ansiedade, com relagdes muito negativas. © 2°. Equilibrio no mantido, predominando a ansiedade, Tet com relagSes negativas. : (O-) 3 Tendéncia adaptativa com resultante negativa. (oy 4 “Equilibrio mantido podendo dar liberdade para relagdes positivas. (+) 5 Tendéncia adaptativa com resultante positiva. w 6 Liberdade para estabelecer relagies positivas. oH) 7 Liberdade para estabelecer relagdes muito posilivas. A atribuigao de pontos, em escala ordinal, foi utilizada inicialmente num estudo de caso sobre dois pacientes depressivos (Rosa, 1988). Mais recentemente, usada com-grupo de. pacientes com delirios hipocondriacos (Leite, 1989); depressSo infantil associada 4 separa¢io das figuras parentais (Colacique, 1989); pacientes com cancer de mama (Pellegrino, Rosa et al., 1990). mW. RESULTADOS EDISCUSSAO . * A. Correlacao cotre T.R.O. cEDAO. . : Pode-se analisar a contribuigao dos resultados do T.R.O. ¢ sua | extensio ‘enquanto reveladoras de caracteristicas significativas pessoais dos pacientes. A anilise de correlacdes teve sua importincia como critério para o estudo da coertacia interna do instrumento, assim como as correlagtes entre os resultados das ts stries A,B ¢ C como total, edas Laminas B- “3 (4) e Branca (13). TABELA 1 . Teste dos Coeficientes de comelagao de itens das ts stries (A, B ¢ C) do T.R.O., das Laminas B-3 (4) e Branca (13) para o Grupo I, N=14 (p 0,05. tp com n-2. graus de liberdade, na distribui¢4o de Student). Nao houve relacao linear entre o T.R.O. ¢ a ED.AO. Grupo I GL=12 ° = 5% Andlise das Correlagoes como Total _ = 1,78. SérieA SéricB SéricC Lam. 04 Lam, 13 EDAO 0,24 083 0,79 0,00 S19 4,40 000 084 Sim Sim Nao Ngo. mapoT Calculos Estatisticos SéricA StricB SérieC Lam.04 Lam 13 EDAO Total a 14 14 4 14 1444 22,25 24,25 22,75. 23,00 17,00 9400 22,62 Ss 0,70, 056 055 104 O41 1,28 0,44 N 159° 173 168 164 12 671 162 Portanto, o T.R.O., avaliando as relaces objetais mais primitivas captadas nas treze laminas, possibilitov uma andlise do sistema tensional inconscicnte dominante’a luz da Teoria das Relagdes Objetais de Melanic Klein, A interpretagao das ansiedades (medos), esforcos defensivos (defesas)¢ reagdes inconscicntemente desejadas (desejos), mais caractertsticas das Posicées esquizo-parandide ¢ depressiva, na acepgao de Melanie Klien, esclareceu dinamicamente 0 modo como a personalidade fica ou nio impedida de maior integragdo. Foi - Poss{vel comprecader-sc a forma pela qual o ego reage as vicissitudes das relacbes de objeto mostrando sua capacidade de lidar com frustragdes ¢ equilibrar os impulsos destrutivos € amorosos (capacidade dé reparag4o). . Desta forma, este estudo contribuiu a validagao emplrica concomitante ¢ preditiva do T.R.O., ampliando 0 uso das recomendagées contidas no "Manual do Teste de Relacbes Objetais” de Phillipson. Outros trabalhos também apontam conclusdes semelbantes sobre a wht! 287 validade do T.R.O.: Ocampo ¢ Col. (1981), Verthely ¢ Col. (1983), Lemgruber (1984), Rosa ¢ Col. (1985), Rossini (1985 ¢-1988). . ‘O uso de categorias do equilibrio adaptative do ego emescala ordinal de uma sete pontos, mostrou-se precisa ¢ valida ¢ mais esclarecedora que a proposta de Phillipson. Na interpretagio dos tadices prognésticos nas trés séries (A, B eC), ocorrey total equivaléncia do uso da escala. Desta forma, confirmam-se os resultados de um estudo sobre o Psicodiagnéstico de Pacientes Depressivos para Psicoterapia Breve (Rosa € ‘Col., 1985) através da andlise da relagdo transferencial: laminas A-1 (1) ¢ Branca (13). Reafirma-se o uso desta escala de. graduagiocom ‘outros fndices prognésticos através das lminas A-1 (1): rela¢Zo transferencial, fantasias de doenga, cura ¢ andlise; A-G (5): fantasias de doenca, curae anilise; B-2 (9): alianga teraptutica; C-2 (11): capacidade de reparagao; Branca (13): capacidade de separacao do objeto amado (Silva, 1989). . Toe . . *:"(O'T.R.O. foi um instrumento schsfvel na avaliagZo do equilibrio adaptativo do ego, frente as relagdes objetais mais precoces evocadas através das laminas de uma, duas, tres ¢ grupo de pessoas. : : AED.AO., tal comé foi planejada pelo’ autor (Simon, 1983), constitui um. critério classificatério cujo centro de anilise € a eficicia adaptativa. Entende 0 autor que todo ento cormmicdvel permite infereacias quanto A qualidade da integracao de varios setores. O comportamento € eficaz ou ndo dependendo de: a) se soluciona ou mo 0 problema; ) se traz conflito interior ou com 0 meio; c) se traz satisfagto ao sujeito, Deduz-se que "grau de eficdcia" no & a mesmia coisa que "equilibrio adaptativo" pois enquanto 0 T-R.O. depende do grau de hostilidade daé relagbes de objeto (nfvel afctivo), a E.D.A.O. depende do gran de eficicia do comportamento (nivel cognitivo). . ‘A utilizagzo da Escala Diagnostica Adaptativa Operacionalizada, conforme sugestio do autor, possibilitou abreviar a classificagio diagnéstica eo preenchiments de uma lacuna’ deixada pelo sistema nosologico cléssico, referente a indicagao de tratamento. A focalizagao na eficacia da evolugdo adaptativa permitiu apreciagdo mais eficiente e a prevengao de situagbes de crise que 0s individuos pudessem manifestar em sua adaptagao. . A possibilidade de aproximagao do critério classificat6rio da E.D.A.O.como diagnéstico i nosol6gico classico tomou clara a gravidade dos transtornos apresentados, como ilustra 0 Quadro 1. nn . | CLASSIFICAGAO DA HIPOTESE DIAGNOSTICA PELA CID-9, GRAU DE ADAPTACAO NA E_D.A.O. E A CONST! ELAGAO.DO SISTEMA TENSIONAL INCONSCIENTE DOMINANTE NO T.8.0., NO GRUPO I (N=14). - . — i [ HIPOTESE cénigo ED.AO. Constelagio do Sistemay * tensions inconsciente ICASOS DIAGNOSTICA cID9 cD SI Depressioneurbtica 300.4 GVI- Com crise com melancolia breve mais reconstrutiva Esquizo-parantide Nz Depressto com fundo 300.4 - GV-Sem crise’ narcisico reconstrutiva Esquizo-parandide INS Estado depressivo 300.4 + GVI-Com crise breve : neur6tico mais reeducative Esquizo-parantide | Na Necrosecompulsiva 300.3 GVI--Com crise breve mais reconstrutive Esquizo-purandide INS Depressto ansiosa 300.4 Gill - Sem crise seeducative Esquizo-parandide IN6 Depressiomelancélica - 31L¢ GIV - Com crise clidéiashipocondriacas 300.7 breve mais “ reeducativa Esquizo-paranside IN7 Transtornoesquiztide 301.2 GVI- Com crise da personalidade breve mais reconstrutiva Esquizo-paranside Ns Hipocondria 3007 GVI-Com crise breve : ‘mais reconstrutiva Esquizo-parantide INS Neurose de ansiedade 300.0 GV - Sem crise reconstrutiva Esquizo-parandide IN1O = “HHisteriacom Frigidez 300.1 Gilt - Sem crise . reeducativa Esquizo-parandide Nu Depresstoneurétice 300.4 GV Sem crise : . reconstrutiva Esquizo-parantide INI2—-Reago depressiva 309.1 GIV - Com crise breve + prolongada mais reeducativa Esquizo-parancide N13 Psicose esquizofrénica 295.0. GVI-Com crise . tipo simples breve mais reconstrutiva. Esquizo parandide INE Reagio parandide aguda 298.3 + GY Com crise weve mais reconsuutive Esquizo-parantide Cosmo demonstra 0 Quadro IT, doze pacientes apresentavam conflitos intra-pstquicos, categorizados como transtomos neurdticos (codigo 300 da CID-9), executando-se dois pacientes: 0 N13, inclufdo no cédigo 295.0 - Psicose Esquizofrtnica, ¢ 0 N14, com Psicose Nio-organica (cédigo'298.3). , Nenhum paciente mostrou grau de Adaptacao Eficaz (GI) que, segundo o autor, seria correspondente a diagndsticos de normalidade ¢ casos ligeiramente neuréticos. No GU - Adaptag40 Nao-Eficaz Moderada, sem crise, correspondente a casos de neurose de moderada intensidade, distirbios de personalidade com alguma flexibilidade, inclufram-se os pacientes N5 (300.4) ¢ N10 (300.1). Foram indicados para Psicoterapia Reeducativa, . , Neste mesmo grupo de adaptagdo, mas com crise, inclutram-se: recomendados para * Psicoterapia Breve seguida de Psicoterapia Reeducativa. . No GV - Adaptagao Nao-Eficaz Severa, sem crisé, correspondente a neuroses graves, distarbios de personalidade rigidamente estruturados, casos limtftrofes ¢ psicéticos em fase nao 289 aguda, classificaram‘se trés pacientes: N2 (300.4), N9 (300.0) ¢ N11 (300.4), recomendasios - para Psicoterapia Reconstrutiva. Neste mesmo grupo de adaptago, com crise (GVM ¢ indicador para Psicotcrapia Breve Individual, seguida de Psicoterapia Reconstrutiva, inclutram-se; N1 (300.4), N4 00,3), N7 (301.2), N& (300.7), N13 (295.0) N14 (298.3). 7 Dentre os quatorze: pacientes avaliados pela E.D.A.O., nove eslavam indicados para Psicoterapia Breve Individual. . - : " B, Evolugées dos objétos iniernos em Psicoterapia de Orieatagio Psicanalitica Um dos objetivos desta pesquisa era verificar a presenga dos objetos intemos dos pacientes, num determinado perfodo, numa técnica psicodinamica ¢ no a progressdo dos mesmos durante 0 processo psicoterapeutico, bal- Através do equilibrio adaptativo do ego, no T.R.O. ° to do equilfbrio adaptativo do ego, através das respostas scriadlas As laminas B-3 (4) e Branca (13), evidenciou mudangas no mundo intemo dos pacientes. ‘A evoluco das relagdes objetais para tendéncias mais positivas detectadas nas bist6rias da Lamina B-3 (4) do T.R.O. nas tr¢s fases da psicotcrapia: no psicodiagndstico, no terceiro més € no sexto més de tratamento foram as seguintes: H4 um aumento do equilfbrio adaptative nas respostas-A lamina B-3 (4). Na Fase 1 (infcio da psicoterapia), a média foi igual a 1,43, __ denotando que a situagio triangular (oi percebida de forma distorcida. Ocorreram fantasias de “exclusdo" ou de "'inclus%o"'rlo par, indicando a presengade umcontrole egéico bastante imaturo € precario. . oo . 'A média da Fase 3 (apés seis meses de tratamento), igual a 4,21, apontou para uma mudanga na polaridade das relagbes objétais, pois os pacientes diminutram 0 Odio & realidade ¢ toleraram melhor as situagbes que levantava citimes e inveja. A diminuigto da hostilidade nas relagdes de objeto quebrou 0 cireulo vicioso criado pela agressao geradora de mais angastia (aumento da agressio, aumento da angiistia que aumentava a agressdo). . Pode-se dizer que as mudangas observadas confirmam aquelas apontadas por Fiorini ¢ Peyrd (1978), referentes as caracteristicas dos objetos, conflitos ¢ defesas. Nas respostas.seriadas & lamina Branca (13) observou-se mudangas nas diferentes fases do tratamento. . Houve evolucdo das relagdes. objetais para tendéncias mais positivas detectada nas hist6rias da Lamina Branca (13) do T.R.O. nas tres fases da psicoterapia. ‘As diferengas nas médias do equilibrio adaptativo do ¢go, em trés momentos da psicoterapia: inicio, apés 0 terceiro més ¢ apés 0 sexto més. Na Fase 1a média foi igual a 1,21, isto significando que a relagdo com o objeto de dependencia, a separagio desse objeto ¢ a solugao dada ao conflito sentido indicava respostas mais primitivas. O ego apresentava pouca capacidade de lidar com a ameaga interna, 0 que dificultava o surgimento da reparagao. . _ Na Fase 3, amédia igual a 4,07, indicando o aparecimento de solugdes de vida prdtica menoé psicéticas, com a diminuigao do dio 3 realidade ¢ o aumento da capacidade de tolerar frustragdes. A percepg30 do “outro” pemmitiu o aparecimento de impulsos amorosos 0 que facilitaria o in{cio da reparagao do objeto atacado. Nossas descobertas esto de acordo com os achados de Fiorini ¢ Peyrd (1978), onde os ‘elementos onipotentes proprios de uma solugso psicética foram: substitufdo por contetdos mais inte; . ‘uso de categorias de graduagao do equilibrio. adaptative do ego, pela andlise do sistema -tensional inconsciente dominante, permite a exploragao do predominioda angtstiae das reagdes do ego frente a ela ¢ no uma simples atribuigdo de ponto para tratamento | estatistico. O esforgo conjunto do terapéuta do paciente favorecem as tend2ncias a relagdes de objeto positivas. Brailer (1980) ¢ Kaobel (1986) destacam o uso da interpretagdo nas técnicas Psicodinamicas, pois a interpretagdo do intra-psiquico refere-se as relagSes com os objetos intemos. O segundo coloca que a interpretago “leva a uma verdadcira mutago objetal interna, com suas repercuss6es nas relagdes do sujeito em sua vida de relacio com o mundo extemo, em sua conduta" (Knobel, p.70, 1986). coe . _ b2 ~ Através do grau de adaptacio, na ED.A.O. Nao foi objetivo deste trabalho analisar os efeitos da psicoterapia pela E.D.A.O., embora este instrumento tenha se mostrado Gtil no acompanhamento das vicissitudes da adaptacao. Alguns pacientes evoluiram em média trés pontos ¢ meio, observando-se mudangas em. todos os setores da escala. O paciente N3, por exemplo, foi pontiado com 8 poatos, GIV - Adaptacio Nao-Eficaz Moderada, em crise no setor Afetivo-Relacional, no psicodiagnéstico, - Foi recomendada para Psicoterapia Breve seguida de Psicoterapia Reeducativa. Apés 0 sexto més, evoluiu 11 pontos, GIII - Adaptagao Nao-Eficaz Moderada: resolveu a crise, conseguindo ampliar 0 seu universo pessoal. TV -CONCLUSOES 7 . O T.R.O. e sua utilizacao como instrumento diagnéstico ¢ prognéstico revelou algo de Precisdo ¢ validade quando usado sob a perspectiva da andlise do sistema tensional inconsciente dominante, emcategorias de graduaco do equilfbrioadaptativo do ego. Foramestudados quatro indices recomendados pot Phillipson (1981), Ocampo ¢ Col, (1981) ¢ Verthelyi (1983): Indice 1: relagao transferencial (Freud, 1912; Racker, 1960; Modell, 1975; Wallerstein; 1986) através das laminas A-1 (1) ¢ Branca (13); . . Indice 2: fantasias de doenga, curae andlise (Arzeno, 1983), através das laminas A-1 (1), A-G (5) ¢ Branca (13); . ] Indice 3: alianca teraptutica (Giovacchini, 1975; Fiorini e Peyrd, 1978; Rosenfeld, 1983) através da lamina B-2 (9); oo indice 4: capacidade de reparagtio (Melanie Klein, 1946; Bion, 1957) através da lamina c2ab. . oot oat Pode-se constalar nos quatro indices que, quando a interpretagdo era favordvel, o nimero de pontos foi sempre igual ou superior a trés e menos favordvel, igual ou inferiora dois pontos. Esses resultados sugerem a complexidade das relagdes entre a favorabilidade do indice ¢ a evolugao em psicoterapia. Provavelmente dependeriam da interagdo de fatores tais como a personalidade do terapeuta ¢ de paciente, da técnica psicanalitica e da caracterfstica da sindrome. mérbida (nosologia). oo Os modelos da tcoria ¢ psicopatologia psicanalftica possibilitaram a compreensiio Psicodinamica dos pacientes portadores de transtomos neuréticos ¢ psicdticos. ‘A exploragié a entrevista clinica e sua transformaca0 na E.D.A.O., além do T.R.O., foi Gtil no diagnéstico € acompanhamento dos pacientes atendidas em psicoterapia de orientag‘io psicanalitica. O uso da E.D.A.O. cnriqueceu a compreensto da variabilidade adaptativa dos sujeitos, mostrando-se Gtil também para o acompanhamento de psicoterapia de objetivos cognitivos, + * . O T.R.O. foi eficaz no acompanhamento das evolugSes no mundo intemo de pacientes atendidos em psicoterapia de orientagao psicanalitica, com avaliagio por critétios din&micos. A andlise das respostas seriadas do T.R.O. revelaram’a diminuicao do grau de hostilidad a forca do sadismo € 0 controle narefsico sobre o objeto amado. As solugdes psicéticas dadas inicialmente ao conflito perderama forga. |... at : ws ‘291 oot, . 1... REFERENCIAS BIBLIOGRARICAS > , AzEyEDO. AMA, - “Modangas. Revista Brasileira de Psicandlise. Vol. XX, n° 4, 1986. “AZEVEDO, AMA. - Evolugoes. Revista Brasileira de Psicanilise. Vol. XXT, n° 4, 475:497, 1987. BRAIER, E.A. - Psicoterapia Breve de Orienlacion Psicanalitica, Buenos Aires: Ed. Nueva Visio, 1980. __ CALEION, L.M.C. - Reflextes sobre o Processo de Psicotcrapia Breve: RelagSes entre Céndigées dos Pacientes (Adultos), Indicagdes e Resultados. Dissertagio de Mestrado. Instituto Metodista de Ensino Superior, So Bernardo do Campo, 1988 (a%0 publicado). COLACIQUE, M.A,M. - Depressio Infantil Associada & Separa¢ao das Figuras Parentais 108 Primeiros Cinco Anos de Vida: Um Tipo Especial de Luto. Dissertagto de Mestrado. 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O uso de respostas ‘fechadas"", do ‘tipo verdadeiro-falso, gosto-desposto etc., comuns dos inventérios psicolégicos, fazern-nos particulannénte vulneraveis a este tipo de falsificagao, pelos respondentes (Cronbach, 1960). Esté problema tem levado os psicéloges a procurarem outros enfoques, no tocante ao exames de personalidade, optando por técnicas projetivas ow grificas, os quais eliminariam ou ao'ménos minimnizariam 0 problema da distracio voluntéria. Outra solugdo vidvel ¢ o emprego de.chiaves de verificacao associadas aos inventérios psicoldgicos, referidas impropriamente na literatura, Pela falsa impressdo que podem causar, como chaves de validade. Provavelmente, o primeiro inventério psicolégico a incluir chaves dé verificagao £6 MMPI (Minnesota Multiphasic Personality Inventory) de autoria de Hathaway ¢ Mckinley (1940). A maioria dos inventérios que vieram a ser construfdos, apés 0 advento do MMPI, ostentam este tipo de chaves. Sao exemplos o CPI (California Psychological Inventory) elaborado por Gough (1957), 0 EPPS de Edwards (1959) e o IMS (Inventério Multitrago de Interac Social) sobre o qual est4 sendo realizado este trabalho (Carelli, 1985). Dahlstrom ¢ Welsh (1960) descrevem quatro escalas de verificacdo incomporadas no MMPI. A primeira "ndo posso responder" corresponde ao niimero de respostas marcadas na opeio"?", na impossibilidade de sujeito optar pela resposta “‘verdadeiro" ou pela “falso"". Esta escala revelaria acentuada atitude defensiva em relagao ao teste, por parte do sujeito. A segunda, denominada “Escala de Mentira", ¢ composta de 15 itens, colocados deliberalmente pelos autores, para avaliar o grau'de distoreo -voluntaria dos respondentes, A terceiré *éscala, decominada "falsa", consiste de itens cuja.resposta em determinada diregdo € extiemaineinte Tara. Revela descuido, m4 compreensio oui respostas invAlidas, por quaisquer outras razbes. A quarta escala, denominada "K", foi construfda a partir da observag4o de que individuos nommais obtinham escores acima de 70 nas escalas patolégicas, como a de Hipocondria, por’ ‘xemplo, devido'a uma completa franqueza ou auto~depreciacao, cnquanto, entre‘ paciéntes, muimero colocava-se abaixo do cscore 70 cm raz4o de uma postura defensiva frente ‘aos sintomas denotados pelos itens. Andlise emptrica dos itens,-comumente respondidos por ‘estes casos clinicos, cujos perfis apresentavam desvios menores do que aqueles esperados, passaram a constituir a Escala K (Mechl ¢ Hathaway, 1956). Enquanto as demais escalas de verificagao sio utilizadas simplesmente como uma adverténcia sobre a poss{vel inadequacao do perfil, a Escala K ¢ empregada para correcao das escalas normais do teste, através de regressdo estatistica. Esta tltima caracteristica ¢ enfatizada por Cronbach (1960), qualificando-a, comrazdo, como a mais importante entre as quatroescalas Aconstrugfo de uma escala nos moldes da Escala K do MMPI pressupie a existéncia de um "grupo experimental" que, sabidamente ou por indugio, distorceu as respostas e um "grupo de controle" que no o fez. Contrariando qualquer expectativa, um grupo de controle, - inteiramente ingenuo ou fortemente motivado, de forma a nilo distorcer qual quer resposta, num inventario, € muitfssimo dificil, se ndo impossfvel de ser obtido. Isto ndo tem impedido 0 aparecimento de numerosas chaves de verificagao, puramente como advert@acia sobre os problemas de possiveis distorgdes de respostas, porém com pouquissima probalidade de Corrigirem as demais escalas do teste, Carelli (1989) relatou a construgo de um inventdrio de personalidade, especialmente elaborado para ser utilizado com estudantes universitarios, onde existiu uma séria preocupagao 2935 Sconces alarentre ‘algumas de suas ntava alta carga fatorial ‘sujeitos."A seguir, ‘de verificario, ‘construindo-se uma noma especifica para. i elaborada, tend contolada, as distonvbes Sas Mauna Earala Ce Vonficagaotve carga praicamei ‘modificando, coocomnitantemente, a intercorrela cara race ml es Se COMO variavel os " ‘Carelli, A‘ Inventari Neato, de iwerage ‘Social. $40 Bernardo 260 Campo: Ins 9 Superioi 1985.,* h F seth: turig Multitrago de Interagao Social: Resultados preliminares sobre ‘construs20 ¢ '¢ validagao. ‘Trabalho apresentado ‘no IIT Simpésio ‘Nacional sobre Pesquisa Psicologia, a" promovido pela ANPEPP, em Gramado, RS, em 1989. * ‘Cronbach, LJ. Essentials of Psychological testing | (nd Ea )N New Yor Hamper & 1, 1959. Poon California Psyctiological Inventory Manual, stator Consulting - E. , Psychologists Press, 1957. is his Hathaway,S.R. Psychological Corporation, 1951. Hathaway,S.R. & Mckinley, 3. CMultiphasic Personality ‘Schedule (eines), 1 C ‘Construction of the schedule, Journal of Psychology, 10, my 2541 1940." * (Rev. 28-11-90) % =

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