You are on page 1of 195
Contorno corre! reconhecoeste gat eet fad contra 0 Devt: SESS de mulhe telefones celulares dentro de caixas livros d “aré mesmo pegas de ici chamuscados- sndas bombardeadas Jojas explodidas et sa do ombro para ver se nenbum Ip Voce nao imagina a rapidez com que eles s conta seu tamanho, mas pegar. Somos rapids demas para eles ds sombras dos montes de entulho e dos pr por cima de erateras de borba e emar fima de balas e cartuchos detonados. Sou Gh ‘Meu primo Hamza Al-Khateeb corre & da praca e entra nas Tuazinhas estreitas ‘marquise de um prédio bombardeado p: — Vamos logo, Aylan — digo. Ele para de correr ao me ver espe contraste vivid com as ruas poeiré — Estou cansado, Ghalib — diz. ‘Sua pema esquerda levanta ume Ele esta indo bem. Ele é lento demais. —Vocé nao precisa esperar por nés. Mas Hamza espera, Protege os olhos do sol com a mao. Esquadrinha as maas vazias, 0 eu vazio, Faz isso para tentar me pressionat. Os lit tas chegam rapidinho se nos vem roubando mercadoria avariada, ma ataques aéreos sao ainda mais rapids, rugindo dos eéus para pulverizar tudo em volta, Quando Aylan nos aleanga, tiro dele uma caixa de sap, e duas caixas de celulares e coloco em cima das minhas coisas. Fi com ele s6 um saco plastico com eampainhas de bicicleta e roupas leves. —Voe# leva isso — digo. el Andamos devagar agora, com as sandalias rangendo sobre pe irregularese entulhos, Abrimos nosso caminho entre cartos def eestilhacos de vidro. Quando a nua est bloqueada pore Estendo a ele nossas mercadorias e em seguida puxo uracos ¢ calombos de concreto. — Figue longe dos fios expostos — digo. Gordas moscas-varejeiras azuis voejam sobre cadéveres apodrecem embaixo de ruinas fume; ‘Aylan por sobre os obstaculos, uma leve wibragao. de aco enferrujados que afloram das lajes co geme como mulheres lamuriantes. Meu a mao de Aylan. Nés trés nos detemos. Talvez nao seja nada. Prendemos a respiracdo, e1 bracamos com mais forga nossos sacos de mercadorias. Bry vz bofa vaio Aylan me encera,declhos bem aberce | al — Quero a Umi — ele sempre chama por nossa mae quando esta, onl vorado. 4 — Eu quero é um abrigo! — diz Hamza. Puxo Aylan pela mao. Vem comig CO leve tremor ja foi abafado pelo zumbido distante. Este se eleva, Mey peito se contrai. Agora saimos correndo, em busea de abrigo, eo panicg faz Aylan acelerar seu passo torto. As batidas de nossos pés no cho sig 0 unico som além do rugido crescente do ataque aéreo que se aproxima, Fle estilhaga o ar parado. Rasga a quietude das ruas vazias. a biblioteca central. Hamza e Aylan me seguem. Empurro Aylan contra | a parede chamuscada embaixo de uma marquise de tijolos e argamassa caindo aos pedacos. Hamza rasteja até nds. Agachamos bem encolhido: rum canto, com a respiragio ofegante, ocoracao disparado. Aylan treme sob os meus bracos. Talvez Hamza tenha razo. Talvez devéssemos tet deixado Aylan em casa, especialmente com um ataque aéreo im ‘A Umi vai me matar se ele for explodido. arse avoluma e estremece. Um flash de escuridao pisca diante wando o projétil passa zunindo sobre nossas cabecas para e distante de onde estamos encolhidos. Um estrondo cospe poeira. Bu 0 puxo para perto eo coloco de pé pata verificar se ests tudo bem, Ble nao hora nem dizcoisaalguma. Encarao vaziocomolhos arregalados.os clos engrossados por um p6 fino. Espano terrae poet do seu cabelo escuro. Limpo seu rosto encardido, = Quero a Umi ~diz Aylan. — Agora nés vamos — digo, aliviado por ver que ele ainda | ‘Temos que seguir em frente antes que o tumulto que: aumataque aéreo tome conta do lugar. Pego Aylan pela para fora de nosso abrigo improvisado, espanando | o suéter. Fitamos a enorme coluna de fumaga ps do lugar onde cait a bomba mais recente, Ni tagio da pilhagem jé se esvaiu em nés,posta por uma stibita Ansia de chegar em casa. espalhadas e seguimos nossa trilha entr em lugar de portas. Observ —Vao para casa, volte 4 — digo. Forco-o a continuar erg ha irma, Bushra, antes que els jo becos ¢ travessas, para lo a todo momento a cok fisionomia alucina cespiandi land Patou encrencado por tet Hamza. E mais encrencado asse de ganhar um novo bpragos, a procura de sapatos de ‘Quando nos vee, clas param de correr. A n ua, hijab cobrindo a boca, ollios vidrados em cara feia. i ~ oj tia Gardina — diz Hamza. — Oi, Bus Ele sorri como se nao houvesse nada demais. Busbra fuzila Hamza com 0 0! esté fixo em mim. w aonde vocé o levou? — pergunta ela. Ougo raiva e alivio, tristeza e terror, —Umil — diz Aylan. Ele soltan —Vejo vocé depois, Ghalib — Hi A Umifica de cécoras e puxa Ayla — Que me importa onde atingiu, Ghalib? ~ ela diz. — Olhe para o estado do seu irmao — ela diz. —Vocés podiam ter sido explodidos em: pedacinhos — — Mas no fomos — eu respondo. — E conseguimosi 86 0s sapatos lindos que eu trouxe pra voce — tento m — Ya Allah, Ghalib! — diz Bushra. Ela me vita as cost — Nao quero sapatos, Ghalib — diz a Umi. ~ Nao para o centro com o Hamza para saqueat @ roubar. Esta ‘amos vocé para ser ladrao. E.0 pior é que vocé esta en: ‘Comegamos a andar para casa. Aylan segura a mao. — Suponho que tenha sido ideia do Hamza ~ diz ela, — Nao foi ideia do Hamza — digo eu. —Vocé tem sempre que copiar tudo o que ele faz? Geralmente é coisa ruim. Por que vocé nao consegue lugar, Ghalib? Eu que fiz ele me levar, Umi — diz Aylan num fio de 0 olha para Aylan. Bushra olha para Aylan. Eu olh se para 0 Ghalib que, se ele nao me levasse Y ele estava indo ao soug com o Hamza ~ diz em. Até eu me convenco. Os olhos da Nosso mukhtaré um homem esperto, Tio logo o de que o Estado Islimico estava vindo para Kol ‘um grupo de homens do bairro e viajou para 0 na periferia da cidade, Compraram uma‘ eletricidade e tambores de dleo diesel com: publicas concedidas pela cimara m para o bairro num comboio de micro: galpoes de armazenagem atrs da gente ficou furfosa com isso, — Que desperdicio de dinheir do Islamico terd ido embora em seis mes para tapar buracos e consertar a il — Com que dinheiro vamos p outros. — Nossas ruas vao tados pelos ratos. , Pectata-ciet O mukhtar abriu seus depésitos para ent ae SoC a Pe era SO RTCC Cha atiad Ce ona Sera Peper repr ia ahaa ce e —O fi Benson Perret ont a eS CE Pete een occ a cozinhar nossa comida ¢ FIM ta tesco ; “ae Meer ys ccc ut naa ia? E clarear Puce laet onic — Somos afortunados por ter um mukhtar ta0 esperto — dizem todos, Todas as noites as ruas do nosso bairro vibram com 0 motor dos Ber ro ru toni aa roy PrteteoraiM ena sey IeCn nr cnc caueecas IVER Cunt Caney iro tee ee ree ee ay Pete ane Re MOnicont act toy tc koe IS Sey Peer eet ece rere ects icc CK EUR ReGs Paneer etree cet to act ae can ento Preeti Comer ee rece econ eat kerk karte Perla Re eeeecge cece eee omelet Gree ence ncn bist ton fore el cette REVEL eee Upc R Leu CMe ates v.V en ers ewe 19s pequenos correm em Volta deles, fazendo de conta que d ney SCE ra rc oket As ctr avery palsies SUE hibernate eB alttc STEVES Ton is Meses atra Perea aoe Cnr icon ter tee Peer ns eerecom ace etna any pessoa e as peas de porcelana para viver com a filha. = Traga os sapatos de mulher e os celulares para minha casa de Pe en a eel CORE eC En och Oe Tatts PUNTA Oper Manni Bo eto cert men ny comprar o perdao da Umi. — Pensei que a tia Gardina nao aceitasse mercadorias roubadas. Bryce ace TOPE ete eet aCe Bae OPS eRe ees kc RUE BS eter ert etek ute eC nano eed Sree Wetod es hen hag oe ocean e Pee ek tet ec kar aaa Bees Cet en ok noo Pete i DR a ea rei cos ke oh ec ee Prenat ec laN: Carceou tke nome ee Sues anime Rea Perea I eee Oh cere EC en eee Peete eoncec Ne ons tere ao — Se nao fosse pelo Aylan, a Umi teria contado ao Baba onde vemos — eu digo, — Ai ele teria contado para o seu pai e vocé ficaria de Pee aes CeO n cr unc a Dee etch tee ec Kec cre ctor Be eee eRe ETO Ce CEC Sone oa on ece On ia Bre Rca a aSean Vocé perdeu os sapatos, Ghalib. Se Cy ees eR Sn Mer CP ia Ree Sere ese meenesernie te ead 2 me Cie OL) 2 aia yo Nad cated ene Eee Create creo ee eMC) erect) as SU eee chsh cs a lara Rapaport meee de Protegao do Povo Curdo por todo lado. BREST yeh ccebic cee mage Ora re ee et tec Cas ai pire eae Faeroe: RLY Bette ic Cre kanes as eee pir Se clon oro, oo ee) dentro do patio, onde grupos de pessoas eomem € conversam em meio TE Cr Pera cranoe ts eter ieee kira eel e104: pr eeMol ey steve ter rc User ea Pea Ten pettich ietcor coon nc rb Cc mR Le PR re ee cere esto Sar e Cor cn Cae nao queira Beoke re Rett Mtr ois MoN=1-|oc Ca WO Caen ae olga taney - Nada! — diz ele. — Estaremos de volta antes mesmo que eles perce PDEVODMAV VM Ccaebep vec lolu (vireo) feeder aye binnasthac clokan costo Bute eae Ten Presta ts ce Cat eran Cherie nos afastamos do nosso baitto tudo se dissolve no br Rete G cee ruc vazias e silenciosas casas em unas. Quase ninguém mais vive por aqui. 5 uns poucos lugares tém a luz de uma vela bruxuleando através de cortinas chamuscadas ou vos de portas, Montes de entulho sio 0 que resta de casas de amigos, da loja da esquina, onde compravamos sorvetes, da nossa padaria, Caminhar por aqui a luz do dia ja é ruim, mas a noite Beene ie on oa oc Cn i ios ee ee enue Rs ete ee Cae R Sm Meu coragdo se congela quando vejo a brasa de uma ponta de cigarro Pen sR naar Be DT REO Gobet CAs Cin CR ECR ee oles Pee Cece natn BEER My oe hic o Sa ee BN ORC On Soa BOE EEE: Cub tL Cee Ta eR RE PO eee ce anche cnet Reon Pe eat ee eat eter Cate cs SO site ton BOR care tar aceon PCE REV Gente tan Ramo es Pre Oe ere ecm a Cae ke Soe uum ao outro a tocé-la, masa noite faz sua malignidade crescer. Cerro punhos dentro dos bolsos e passo pela bomba rapidinho, para nao correr 0 Bee cote one ee Cr CaN i CC ne aa Feed ea tar reo Cu occas da Via Alepo — o trecho mais longo da nossa jornada. A luz vinda d Pet ec ee Cece eae — Quantos fogos! — eu digo prensa re CR CRC ea PEL Chteoact Pree cto Fee ee cea rotegio, Ghalib ~ diz apt CC Perens re ee eka a Reet res Lanna [eee Saas FE a aaa ae Arce ouk tony tet) me precipito para junto de Hamza bo buld Be SOC Nc VERMTRE SOR Gna uta PREC MEO B onan sua silhueta, © contorno da arma erg! Pee eee retort ccs quebradas. : Bree es eos Oe cst Gee ly tets ta Ratt Dyeteee Geeta tuty Pe rion ents veer ticsn Bre RCO Ree Gerrans cen Konmrrant sae BOR ne CRe yee ear tc PUNE U Wat ree coo ew cece tka stot haere Peet Mew Ct toh ath ao Seen ety fala. Olho para ele esperando que responda ao homem e meu corac paralisa ao vé-lo encolher-se atrés de mim, De mim, seu primo mai Rene CCC Cm na Pent acct Ce Te ob Tema PSU cticoe torte any estatu eRe OL tae pete sees eee ck Tce RUC ered _ Nao é facil caminhar com sapatos de mulher sobre escombros, ga ee Renn SCC noe UO emu neon outros que estdo do lado de dentro, percebo, pos quatro homens emer- Pe ee ee a aaa PR CROC una nnas talvez levemos uma surra.Os homens nos eV Poy Retr octet aa oe aa até quase desaparecer atras de mim. O primeiro homem nos provoca para prnernenrnntenrnn rT octet Oa meen ect ce a Be Sree eet ta erro Seu BeAr ven cre roe Cn Ocoee Pros BRCR Erna Doc cctc utr amas aa Pen etCy Siete sC ceric cu wo aa aaa re ee ta aa alain Bain ere etre a a mals rere ton tera Cocoa ea aad Re eee ora ces rata Rn Pre eor ter che rico Coc eau Oe eC eek as fotera teeters PNUD olan erokcno sk Secs c ok aca Raada Ree ene CROC UC cn aa “ Seus pais sabem onde vocé est? — pergunta Mahmoud Al alle Be — Entio volte para junto deles antes que eu Se et este ia cee Se Oe een RC CIC Eas ra etek ombros eo afasto dos homens. Su nho as maos em seus ‘ s so contido- ouvido, deixando claro para — Vamos, moleque covarde. ‘ Mas nao avango nem um passo- um rugido ensurdec ras da cidade escura. Um facho mmével de luz cruza 0 céuno 1080 ¢ ofuscante, ele rasga em pedacos a escuridao. Alguém — Helicéptero! — diz um dos soldados. Dou meia-volta, atordoado pelo estrondo sibito e pela h do aturdimento, Mahmoud Al Jalleli aponta para 0 céu. — Bomba de barrill Ble sai correndo da luz ofuscante e do estrépito ensur O nugido estridente do helicéptero aumenta e se aproxima) a pensar que minha cabeca vai explodir. Seu farol rompe a es laminas de luz. Violentas rajadas de ar agoitam meus ouvidos e 20 —_Oalaridoe o caos me paralisam 0 sangue e 0 coragao. Ho: Je meu ris vento furioso me joga no chao, Hamza grita. Ainda esta gritan eu o empurto para dentro do prédio em ruinas, Bu me ergo dos escombros fumegantes. Espano a terra ea poeira de reboco dos meus olhos e nariz. Minha garganta arde, Cuspo areia. Meus pulmées queimam como ar abrasador. O helicoptero ‘ce foi, levando consigo a hz ardente e a vibracao estrondosa. ‘Sentado no alto de um monte de escombros quentes e peda 0s de tijolo, olo em volta. © monte se mexe embaixo de mim. ‘como some louga quebrada. Tudo mudou, Tudo esta diferente de poucos momentos atrs. Tudo cheira a metal aquecido e combustivel queimado. Paredes oscilantes rangem e se mover. ‘Minhas costas e ombros latejam por causa dos tijolos e pedagos Jombos moles no meu cranio, mas ndo sangue. Nenhum osso fratur. Fico em pé com dificuldade, buscando um ponto de equilibrio. jem meias ae e colunas sore O ho se move, se ‘no calor que sobe. £ um dos homens que poucos momentos, Alguma coisa esta gue. Desvio o pues ee os nas, Dao um pouco de luminosidade 0 ar espessoieie a gordurenta. vedo de olhar, mas preciso saber ecambaleio pelo terreno irregular. Hamza! Me agacho perto esta estendido de costas, desajeitado entte 0S destrogos chi / Nao se move. Talvez esteja morto. Suas pernas estao ental dacos de tijolos e paredes desmoronadas. Um brago este da cabeca,o outro cruzado sobre 0 peito. Limpo as cinzas eo case seu rosto. Com o dedo, tiro terra e cacos de sua boca. Uma cois; e tmida cobre seu rosto. Acho que ¢ sangue. Acho que os ac sao dentes, mas nao hé luz suficiente para ver. Debruco-me para escutar. Hamza respira, mas é uma respiragdo entrecortada tavel. Limpo o entulho que cobre seu peito para que ele pi ar, embora esteja denso de fumaga, cinzas e gases. Meu corpo Minha cabega lateja. Temos que sair daqui. q Agarro os bragos inertes de Hamza. Ele arfa e geme. Er; Devagar, ele se senta. Cacos de pedras rolam do seu corpo. /e engancho as mos sob os seus sovacos. mos andando, Hamza — digo. — Vocé teve a ideia est brilhante é sair daqui. . faa frente, o puxo para tras. De alg livra dos escombros. Minhas cortin calor se eleva com a fumag Vejo outra figura. Tenho lavancos ocasionats,estranhosespasmos que aliviam se peso morta n_meus bracos. E, Alham dulilah, eles ajudam a impeli-lo em & orta aberta. A medida que nos aproximamos, ouco vozes de os, Alarmes distantes. Jé nao estamos sozinhos, Estou exan ou quase la. Estéo aqui — diz um homem. ‘Ha uma gritaria. Tropel de passos. Tira eles. Estd prestes a desabar. © peso de Hamza é tirado de mim. Alguémme exgue egado velozmente para o outro lado da rua até nte. Os fogos crepitantes eo cheira de gord encostado em uma parede. Dots homens ester me .u sangue como se grande: ‘A escuridao se expande em me batessem dentro e acima de mim. Cada inspiragao queima) como fogo. Os homens se agitam em torno sussurros urgentes, Mahmoud se ag — Quem € 0 seu amigo? — pergunta. — Hamza — respondo, — E meu primo. — earanha. — Onde vocés moram? Eu sussurro minha rua, meu bairro. O nome da mi me déi, Mahmoud inclina a cabeca, chega mais perto — 0 Hamza morreu? — pergunto. Minha garganta g — Nao — diz Mahmoud. — Agora descanse. Vou busca Ele sai de mansinho. i de Hamza. Ele nao cha junto a mim, na farmacia, com suas luzes fortes @! barulhento, Podem vir mais bombas de barril. Novas a. Quero ficar em casa como, Nao quero dormir estar na minha propria cam: a Tata. Com Bushra e Aylan Quero ir pra casa — digo. us pés esto queimados, Ghalib = Seus pulmées e se HA remédios aqui para tratar da sua respiragao e da suad Por favor, Baba — eu digo. — Quero ir pra casa: Quero que ele va pra casa — diz. a Umi. — Eu cuido Enquanto Hamza segue inconsciente na cama de ¢a enfermeira se agitando ao seu redor, o Baba me carrega Pelasi Eu o agarro bem firme e tento nao gritar de dor quando el tijolos soltos. A Umi carrega meu frasco de soro e meus © Baba me deita com delicadeza no banco-bat dem 26 frente, Aylan e Bushra dormem no quarto dos fundos, acordada & nossa espera. Ela ajuda a arrumar minha cam confortavel, a cuidar de mim com desvelo, B valente — diz ela. ~ Salvou a vida do primo, ita na beirada do banco-baui. jopem meu nariz. Poeira e cinza rangem em meus dentes. nos destrocos fumegantes, gritando seu nome, Duas i da noite, o Baba me abraga quando meus pesadelos me o. Minha respiracao ronca e gorgoleja. ~ele diz. calma ~ ele diz. bem ~ cle diz. 9s levar o Ghalib a farmacia para ser examinado pelos © Baba. diz.a Umi, — Eles que venham vé-lo, icos estrangeiros! — exclama o Baba, — Nao vio a casa das n muito bem vir a esta casa — diz a Umi. — Ele é meu e vai de examinar Hamza, os médicos estrangeiros vm com seu 4 nossa casa. Direto para o meu quarto. A Umi veste um novo tenta fazer com que Bushra também vista um. feciso de um hijab — diz Bushra.—Estou em casa. eitoso — diz a Umi. s se juntam para ver os médicos chegarem. Até mesmo 0 ‘conhecé-los. A médica examina meus pés € outros cortes € s, Ela meajuda a sentar na cama para auscultar minha respi colada nos remédios que o Baba vem me dando. Certifica-se 10s Agua limpa fornecida pelo caminhao de abastecimento. 0 z suas palavras para o arabe, Ele nao fala curdo, 29 =a visita de soldados nunca é coisa bo2. Sempre signifi visita de so a. Umi ea Tata correm para a ports a — diza Umi. 3 E i Dima Alabbasi a eae enta ao entrat D8 6a Calan Dima nos cumpri | li est com ela. aca ern esta o garoto que pene a a era Samet ness “ama chance de cacoar de mim. ] dia Mahmod, He no perd wma chance 48 SOD CS : —O Mahmoud me disse que Hamza — diz Dima as = Nio fui corajoso — respondo. — Ele é meu P' Dima estéeiferente da lembranga que e8 oa a fo em seu uniforme de soldado e calgando rere oe Tongo cabelo preto preso atras da cabeca sob um leng 5 va um pouco nervoso diante do fuzil que balanga pendurado no seu} ocinturao de balas cruzado no peito. O cheiro de poeira, suor e tral enfaixados —Precisamos de soldados como vocé — diz Mahmoud. — Quat tiver melhor, vocé vai se engajar nas Brigadas de Prote¢io para com 0 Beas forcas pré-govern. Sio palavras perigosas. Encaro Mahmoud e Dima com olhosa Tados, Encaro minha mae, postada junto & porta com a mao cobrin boca. Sinto como se meu rosto nao. ‘tivesse mais ne Teno treze anos — digo por fim, ‘exército ndo vai me aceitar. —Vocé é forte e Corajoso — diz Mal ~Vocé também, Bushra— diz Dim, Ghalib, Precisamos de novos recrutag, Mesmo que eu tivesse ‘dade g 0 do Pov Curdo nas eee me engajar nas Brigat : aria a combater o El ‘em uma gota de san —Jovem demais para combat hmoud. ~ # o que basta. 4 'a.— Vocé vai se alistar junto eo Sangue novo para continuara militante. Nao sou corajoso, Quero ser farmacéutica & Quero ajudar as pessoas a viver melhor, Mas Buch ante como Mahmoud ¢ Dima. f s face . Ela mantém.a cabega erguida e eneara Dima nos alhos e Dima e Mahmoud se vio, Bust aceuolh, ‘tém muitas palavras no olhar, mas nada d os paraa Umi m na frente primeira oportunidade que temos para conversar sa noite, quando Aylan est na cama eo Baba esta em cava ihmoud e a Dima esperam que o Ghalib e a Umi. Sua voz treme, sfilhos nao vao lutar nesta guerra — diz o Baba. sabem 0 que acontece quando a gente recusa as Brigadas de diz Bushra. acontece? — pergunto. am 0 pescogo do Baba contece a Bushra entrem no responde Bushra o tenho medo de lutar — diz Bushra. vai lutar, Bushra — responde o Baba. ‘uma coisa tao triste. ma familia pode ficar em” Mas para mim a familia ver verveo coragio e no meu sangue. Queto Set eo eoldado, Ea Bushra quer ser engenhelta, — Ou soldado— diz Bushra. ~ Mas engenheira primeiro — eu digo. — Talver —ela responde. Bushra nao esta _ Nao quero ir embora de Kobani — eu digo. = ria, Quero irao soug com o Hamza. Quero entrar: ‘minha prépria farmécia curda. Mas agora est medo de Mahmoud Al Jalleli e de Dima Alabt soldado. — Engulo em seco. — Tenho medo que corte O Baba senta em sua cadeira junto A porta abe escura. Nao posso ver sua fisionomia, mas a viajar—d iiande esforgo para es sabe que esta acontecendo a 6, Toda vez que eu me Vi sustos, Aylan — eu digo. endo alguma coisa — ele re praassustar. — Voc’ esti escon ~ vai procurar outTa pessoa _ Nao tem ninguém. modar a Bushra. — Ela me disse para incomodar vocé. ~ 4, Umi sabe que voc’ esta chupando o dedo 36 Fle tira a mao da boca e olha pata o seu edo Na sala da frente, a Umi e Bushra enrolam e dados as lindas tapecarias de parede, as almofadas Fmpilhados sobre a mesa, com suas linhas colorida bordados dobrados para dentro, fazem a sala parea contempla os retangulos fantasmagéricos deixados] tiradas das paredes, a — Vai inco! — Muita poeira e fumaga no ar — diz a Umi. Mas vocés nunca fizeram isso antes. ficaram horrveis ~ diz Aylan. as vao ser limpas — diz bea as faixas nos meus pés a cada dois dias. Limpa a secre- examina-as para ver se nao infeccionaram, Déi tanto que € mordo o lado de dentro da boca. O Baba fala comigo . Sempre tem alguma coisa para me contar, uma historia fanca da sua infancia, qualquer coisa que me distraia. Ra- § economias guardadas — ele diz hoje. Espalha creme 9 refrescante com a ponta dos dedos. — Para a universidade Para o dote da Bushra, Para a cirurgia da pema do Aylan. Perna nao quer cirurgia ~ diz Aylan. Ele segura o tubo de examina meus pés. ando bem. calombos de carne de churrasco. muito. debruga para ver. Eu desvio o olhar. Nao quero ver meus pés. neentrar nas palavras do Baba estidas em minha farmacia, em ouro e em pomares — diz economias — diz o Baba. — Tenho pensado um bocado nelas. s do que conversa mole para me distrair. Escuto com atencS0 0 Baba. — Outras coisas ganham prioridade. Alguns dos ntos vo se dirigir agora para essas outras coisas. para mim. Vejo muitos significados em seus olhos, mas ele porque Aylan presta atengo a cada palavra, olhando ora ora para mim. Ele tenta entender a conversa. iba quer dizer € que seus investimentos vao pagar nossa ‘Ouco com tamanha atencio que ele termina de limpar Caminhamos sem falar muito. Nossa bagagem, caer meio quente. A medida que nos aproxim Antiga, falamos menos ainda. Tem muita cois, ‘Muita coisa para ver. A cada dois edificios, despejando escombros e tijolos soltos nas tambolhos enferrujados, meio cobertos por ¢ parecida em Kobani. Mas aqui em Alepo a destry tarater mais sombrio e perigoso. Estradas inteir das por destrogos e prédios desmoronado muros da Cidade Antiga, onde o Baba aponta p mansdes e os sougs cobertos, os velhos caravancaras,. igtejas, tudo incendiado, retorcido, destruido. Eas pessoas. Nunca vi nada como as pessoas. de mulheres se cobre da cabeca aos pés com roupas pretas de Jei da Xaria. Nao dé para ver o rosto ou a expressao de nem sequer suas maos e pés, porque elas calgam outra capto de relance a sombra de olhos escuros qi através dos véus, mas quando percebem que estou a cara. Sempre na companhia de guardides do sexo encaram de cima a baixo, as mulheres sussurram entr | negros pelas ruas despedacadas, desaparecendo de dentro de prédios em ruinas. Algumas delas carte; Uma das poucas vezes na vida em que n Todos ouvimos falar dos acoitamentos em — Hstamos bem ~ eu respondo. — Continuem abaixados. Nao se levantem. Ble cata as mochilas e sacolas em volta para Quero fazer o mesmo, mas nao consigo me Mexer. terror, Aylan soluga. Esta juntando forgas para urrat, = Veja se consegue enxergar os atiradores — digo. Ble choraminga, aguga 0 olbar para perscrutar a nhando os morros rochosos. Tento conjecturar quem po ‘A esposa do dono do mercadinho disse que nao hh : Jongo desta estrada. © EI nao esté em lugar nenhum Curdos vivem nestas aldeias, Por que alguém iria querer Nao temos aparéncia de rebeldes ou de forcas armadas, roupas e comida. A detonagao de uma arma explode nos morros denn se agatra a mim. Est tremendo. Desta vez nao ha a expl despedagadas. Nenhuma pedra saltante. Os atir nada. Com este, so trés tiros perdidos. Como seis pessoas numa estrada aberta? — Nao sao atiradores treinados — eu digo. — Ali, Ghalib! — exclama Aylan. Ele aponta para um conjunto de rufnas na en sse ergue junto 4 estrada. Um par de casas destrt combros de paredes desmoronadas. © observ. Um pequeno vulto espia brevemente, por t Nao éum adulto. Soldados mirins do Els ‘eu ja sei que este atirador nao tem i 6 quen cong ere eee ee oc Leen Cn Rene Cn cya ta ae Pap ne ence cs al ae Pine mne recent once CLL RO ee pene eae Ca eke Been eer at eer doa Ret GhetoeeecCouamecickon ees Perec eereiaer tt Renamer Orc or icc Oc Ko Guay ter exigido que eu viesse, pata inicio de conversa, Chegamos ¢ Pare nena Un Cec cocoa Reece co recat eth on Lanta BoM eon actresses MS! ‘A garota permanece no vdo da porta observando-nos com se Peete eet econ tertog ies Cetera) See SE ery eee ONC aCe a Precisamos fazer sua temperatura baixar, Prepare a injegio intzaver Ele abreos cobertores, Um menininho, mais jovem que Aylan, es Beads uta testo tetra Cooked tremulando, Seus palidos bragos e pernas so fininhos, a pele ¢ Cerro acai tet etalon tte COR Cece EY Vin emfaossmia eshte aaah Lec tectc eon Eee Goran sO ea keteicte aoe Se acon ea fazer 0s fluidos penetrarem no corpo do menino. Deita-o sobre Re eC een CeCe Chere neers Esra oct Fetes cele Mee leew orc eC eee Iabios rachados como se fosse um cobertorzinho reconfortant = Taga a bagagem para dentro, Bushra — diz. a Umi. — Va Emote ~ Aqui? — exclama Bushra. — Isto aqui nao é ner uma tuina, Nao tem teto nem porta. Nao percebeu? Sr Ye he ee eee rer eee cet eee ae SEES SoS eeu tt a eee Pee oe 'gora sem medo de Co eee Sou ee cea Pataca ene eee ete een BeNOR C rice ttg sale Eleni ante teaee ae Be dir A OS ies rete Ore ete et eee ee a Prrleh ice (ones. ier teen nn a ‘Atemperatura cai junto com o sol, Acendemos uma foguirinha com ee ECnaeecu eect ee Se eee oe enos sentamos sob as estrelas, A garota permanece na soleira da porta ere enscrn eect ete eee eee ee eee uma xicara de ch4 que levo para ela, mas nao diz nada. Pouco depois de eseurecer, estendemos nossas colchas ¢ cobertores em redor do fogo ¢ Fe een eat eye Gene On eee eeeren eee Roop eee Roche entCe cnt tee ens Fee Cree ene Ope Tanio et akers DOOR Saat ets CNey Permaneco acordado, estendido, por um bom tempo, escutando os Feet encore Rs moO oc tk tina eicg OCU eC OC ENO ce Re eae aOR nCnS onde Bushra est deitada. APO en ec CRcecie TO cee aca aaa Porites CERES ENS = Nao num bom lugar, Ghalib — diz ela HReordo com a forte luz do sol entrando pelo telhado inexistente 0 11 IS trot ccc eal 7 wwadas sao estendidas para g < eexplosdes. Roupas la : spia de uma janela des ‘as. Uma crianga ¢ de bala: a a Finvima da geografia da aldeta. Em siléneio ela ym pout ee reucttasvirando eoquerda e¢ leila) uaa vessants ‘carregando vasilhas para ‘encher de 4gua ou combustivel, Olham : —NO eee nde dizem nada. Algumas das casas est80 de portas aber | patios internos eu vislumbro galinhas, um gato, dois homens, ¢} | pata pracinha com umas poucas barracas onde compradorg | hem suas sacolas, Pousamos nossa bagagem nos degraus de ase ciificio municipal e sentamos na pedra fria para descansar ef fa palango da situagao. O Baba deposita Amin no chéo com del coe examina como cle esté, espiando dentro dos seus olhos. oan pulso. A cabeca de Amin oscila, mas ele sorri para o Baba. viajat para 0 outro lado da praga, onde uma cabeca de leao es desa gua numa cuba de pedra coberta de musgo. passe Enquanto a Umi e Bushra compram comida nas barracas, berta como Baba encher o garrafio de agua. Safaa caminha um p aron, ‘Amin mercado adentro, enquanto eu fico sentado coma Tata, iden da bagagem. Ao fim de meia hora estamos alimentados e ray der ‘temos comida suficiente para nos manter em marcha pelo (0 Baba me dé analgésicos e incentiva Amin a beber um pc gua. Quando juntamos nossos pertences para seguir em mim, o que me causa um arrepio na espinha. Uma que ela se separe da minha familia. Que fique na alk See eon eee er erier ican Read pee cto aaa ae ite ee ee DETR Rasheed Be ae Pua e nrc on cence encardi E Penistone ee nar e : ; Vee RCC ic nee ton See ceeOS Enos shra e Safaa distribuem magas pedacos de que: Sel _ até atravessarmos a fronteira — diz o Baba. — Ghalib, va Petite Eta heel) —O menino ja andou o suficiente por hoje — diz a Umi. ~ Os ps WWeveysr temic achias ets Seer tote se rae Reon mey SE Stee ese aelile! See ETA ete Potion one COS tech eke Renee eee SORES CBr tee ait et eenett er ett Cena satee eeeane Quando a multidao se adensa eu agarzo a camisa do Baba pa perder dele. Atras de mim, sinto um leve puxdo quando Safa s minha camisa Alguma coisa no toque dela dissipa as nuvens qt Devon ba cus ictal Wes a etree eee MO tons docs thGEe Rete Cen eke eee Tene frente 4 dupla fileira de arame farpado. Um fosso seco, com vatio COD ac Lao tlic esti Cee Cee ee eae deizas se acumula em montes e barrancos depois da vala. Ne SHRUG vacce iW Ecce ee Cone eee eee OB Se Eerie Ruuce Chile taunt dL Car EER EEC meenatt Os e uma brisa leve sopra seu cabelo rebelde, desnudar A Sard oat momentos, depois me viro de novo pa’ Cae cee Pa Ce: S aca We: tah eS ee ses CoE rua cen een zy Car Eo ee SET ste ® veiculos parados e i Perce neces Sides Pocus OEE a pe ciao cco Dy ee eect ae oc art ee tte ee Corea ate ca ce (Ey Oo) aceon con ei iente ae a ea (ae en Scat ct eee ee ea SO neon * neers chcoranom Bric Bett clecn ek eee Tea messi Tere St Pech etc eho coe Sete ete Stet COUT ae een Cnn Pate On on Cae Mee Uma semana? Como alguém pode ficar neste lugar por uma sema DS cy Sem cozinha. Sem lojas, sem mercado. S6 uma te desert, Coe Oe sconce Un mL Oster | Bum interminavel arame farpado. Ficamos ag eee one OE Marten eC RSE COR aa Deva ane RE SR eieo te orc cc dee oa a a CUNT To TE oc LL ue ws Cece lg Rete c cao Mprovisado no lado turco. | isthe oa a inli? — eu pergunto. Paneer Te ete a Tr © homem aponta para sua familia, Aponta para a Turgy seus documentos, Os guardas também gesticulam, Dao y seus documentos. Devolvem-nos bruscamente a ele, Apontag ga Siria,O estado de espirito deles chega a nds através, Nao. Chegam também suas vozes. ee. ‘A familia do homem se planta atras dele, Uma mulher, ee ‘uma adolescente, mochilas e pertences empilhados ao redox cha Fito a garota adolescente. Ela veste uma tiinica de algodig ‘a comprida, tem uma trouxa atada as costas com um lengo, s pet _gura pela mao um menino mitido e magricela, Por baixo de: ™ volt ‘ornado de contas brilhantes, seu cabelo preto emaranhado Minh ;ponta por todos os lados. Conhego aquele cabelo, Sinto de agua nua. Minha pele se enrijece nos ossos. pessoas — Safa? — eu digo. Mal consigo respirar. — Amin? um susp Minha voz é pouco mais que um sussurro, mas seja c a suspeit veis. TY ~Sente-se, Ghalib ~ diz o Baba. “a Eu nem percebi que tinha ficado em pé. Viro brusca 5 oa —Ea Safaa e 0 Amin, Baba — eu digo. — Olhal mona De costas para mim, Safaa e Amin observam oh cant com os guardas da fronteira. Nao preciso ver seus rostos. an instantaneamente, Conhego a postura dela. © modo en a ela. Quem sao essas pessoas com eles? | —Estou coma bolsa dela — eu digo. —Eles nao sabem q a ~Sente-se — 0 Baba diz outra vez. terra, Sua voz tem um travo de adverténcia, Isso agora nao multi - Mais importante é contar a Safa e Amin que estamo: e Saf, da frontei saa elaesté. Baixo ab sefixam na bolsa. Guardas se pre (Os guardas a seguem com 0 cano : ragga o ar. A explosio me deixa surdo. Num infe ‘a bolsa de Safaa explode num milhao de fr: pos de roupas e panos. ‘A multidao grita e debanda « ‘corto, disparando em diregao ao abrigo da marquise. fronteira saem de debaixo dele para a luz do sol, fuzis: para atirar. Langam-se na minha diregdo, olhando em v homem-bomba. Eu me jogo de cara no chao. Cubro a um pedido de perdao. Os guardas passam por mim ap ‘me ergo um pouco do cho e procuro por eles. Os cortendo. Ainda procuram o homem-bomba. Nao Com as pernas bambas, me ponho de novo em mo sob a marquise. Meus passos ecoam e se repetem nas: mim, alguma coisa estala e assobia. Ougo a mesma co sfegante, EUS fide. mas eu néo diminuo ort, Si zasrochas. Nao posso ix muito mais peito. Meus pulmoes queimam. Meus laminas. Tropeco, cambaleio. Quase _Vamos, garoto — diz uma voz, Um homem esta quase a0 meu] como um sitio. —Jéchegou até aqui — diz ele: = Passa correndo por maim. 4 Homens. Um menino. Umea tha cabeca gira, mas eu 60 1 Tochoso est mais perto Eu me enfio entre gta ‘ai ficar fervilhando chora aos berr0s. — As-salamu alaykum!—d ce Niet yuck an srafa de Agua, Ou pelo men, (ees Soe c eta Pe Lad Pee GR eon Pl ane eee ea ace eae ce ee nee aa nea anit Cea aug Oe cian ec ca cea Se eee nc Oe Ln eay PCa ‘gomeu redor. A familia se encolhe t observo as pessoas. Tee da “ sna teen ec ea oe ee Wa OCR RC Cee ee i proximidade. So irmaos, Tém 0 apoio um COTES EE ated Me echt e ole koe ioe Becca re curco dew Pee oe recur occ PMP Mee lee nC orto Tce rc keraa ea Lel ROME eta tart aac cts ee Nite ec We memeT At CR Cor Ce et Cate er ees ORCC Toh Sree EC eM ee Repent mas sua voz ¢ clara e suave. Olha de relance Oc Lar ies a eeeTte ara onde vai amanha — diz ela. — E mais dific Oca kcc nie esl ere RRC OR Ee Ia a eaten : we Nita teers Be ae ee Seiad CTE a eer recat ae eee Res Peer acura en % olhos de nove ec ee ee ea eee pene ae eee ne ava oe Set Tab aetna een ee hibtedieaa : fae Se Pes ae! ‘Qhomeme sua esposa ainda esto dormind. Fe oc oat eee ea een Pert coe ee SSUES ee coisa alguma em MTCC tese tent GCSE 4 Benoa OC ca een eae See eet Poet Ohne Mert ce see eee oe ~ Seus pés estdio machucados, Ghalib — diz ele. ro tee estat eae OM Mtn oii: ce ae ee a Brey teat seat tea en een aerator eerie antes de partirmos. Vocé viaja com a gente hoje? Re Oa ceca C a Sern ra sot Boe aes Be cic Eu encaro fixamente. Bere Bre ent ya e CRO Sent tr ieee ee Oren n eo CSCC Dea Pea er ie os Oe cea (CIN ace aa Pe eee cu Cera ecg para pressionar contra 0 Minha cabeca lateja a cad — Espere o tempo que buracos da para ver as na sombra, assistindo. Na afirmativamente e eu mé es falaram comigo, mas sao familia. A mulher me deu s pelavras durante a noite e ande vai amanha. E mais d invadem minha cabega: ugar, Ghalib? Hamza né itiapara Ankara num pis num pais estranho qual ¢stio tao perto! Tao pr Finalmente me Voce td : _-sim —respondo. sgonta. Fu quase chore F entdo a funcior ja mim. Fico olhando desde que entrei na Tura _Nos cuidamos de menc ‘emeninas como voce que ‘amos cuidar de voeé. searas lagrimas como. dos meus olhos. Eu nd0 nim, Por entre meus solug ~Enormal se s _ Bomba de barril. Coma ponta dos dedo: cottado. Vé as bandagens ~Bisto aqui? ~Amesma bomba. Mordo o lAbio enquan fedor de infecgao se es Theus pés em carne viv | sna ao zi s1hos: Est s A cheiros taml de calor. Ha outros sépticos, como n& farmacia do Uma brisa suave sopra em 0 seu frescor. Abro os olhos. reita cama de yuma est atou estendido mt de tetra. we alto de umia bartaca deg ‘onto, As abas da porta de entrada se enkune vefrescando oar pesado de calor. Estou no ambu refagiadosna Turquia. Estou sozinho, A luzma\ba azul Esta anoitecendo. Devo ter dormido t inteiro de hoje depois de falar com o médico e quatro horas! A Umi sempre diz. que eu amo ficar sentado. Preciso fazer xixi. Movo as pern cabeca dolorida nao gosta do movimento. Fico to até o enjoo parar de revirar meu est6mago. limpas nos meus pés, para a camiseta fresqu ~ Que bom te ver acordado, Ghalib — diz a bartacae sori como se me conhecesse. NAO Nao consigo nem Sequer me concentrar: obast — Preciso de um banheiro — eu digo, na frente ie ee mulher, 6 ‘pois dias. Dormi fa de plastico em. _ que acordou, mas vo Flame traz cha doce, pao aio no sono de novo. Adorno coragao, semelhi Ede manha e um en barraca banhetta) d —Posso voltar ca Oarda manha ¢: mpacoe lstico com servit. acho que isto vai ; rie me entega um agasalho espOTtivo. 10 de ‘az una aqueta acolchoada. Um gol arregalados. — Para mim? — pergunto. {ss roupas sio novinhas em folha. Nun embalagem plastica, Apanho o agasalho espt ~ Ouniforme da selegdo de futebol? — Mohammad sorri, ~ Tudo do Crescer ante Ve é coineidéncia ome —Muitos torcedores da sel Mohammad sorri. Quem ~ Escola? — Faz ~Vocé vai a aula ass ¢ embota meus pensamen aqui. Por causa dela eu estou 0 ‘me separei da minha familia a recido, eu estaria ainda com et el Bushra ea Tata. E, no entanto, a oa ‘minha mesa, compartilhando; 4 sninha tigela para Jonge. cae | Minha respiragao fica aceler ae coragio troveja por tras das costelas ake estar aqui. Mas outra emogio se sobrepée a raiv ee estar a salvo. Nao deveria sentir alivio por ela. | Enxug —Flaé \Vejo a firia cintilar em seus olhos, mas por b ‘amin, Bld temor nubla seu olhar. Ela olha de relance para cones tte 08 outros estudantes esté o pequeno Amin. doentelal alheio 3 descarga elétrica que faisca entre canaeed ‘seu cozido, derramando-o na mesa enquanto s€ rada, sozin com uma colher grande demais, Ve-lo é como Vel coragio d6i, Minha raiva se atenua, Um turbilha aoe Por dentro, Pressiono o tampo da mesa com 0 n6 {Blege, Pj ~ Ghalib ~ diz Mohammad, Sua voz. interran meg Pensamentos, a Meu clhar salta imediatamente para ele, ee | empurrei para Jonge. Em seguida me en a estudantes estao olhando para mim agora, Mé Afasto-me da mesa Safaa nao se mexe Panham. Sou capaz de ler sua expresso, Algumas¢ fas doe, Respite com pose afobe. ; ‘Enwugo as lagrimas com —fh éarazio de eu ter me: nin Eles vieram junto com onto tudo a Mohamma dome, a ajuda do Baba. Sok Saha os guardas atirando ¢ ‘iy sorinho, atravessando a ‘riangas viram s Urdoentes ¢ ‘morrer. Nac Siagora diz Moa ade opar com ela yao estou com medd ~ jevezes sao a mesma yoltamos & escola, € _ vamos andat ~ diz Moh qalguer momento e fica olhan qanto nos distanciamos da. ‘nin Provavelmente ela ‘nhs. Mohammad caminha emt para tras. Tenta ser sutil, mas na “io, cle me ignora. } Como est o Amin? — pert Safaa no diz nada, No falar. Caminhamos mais um ns a hora para: oe a raiva ferva e transbor »,mas talvez S. in paavas so cificelspara ea. Ba _ Nao conseguiamos — Voeé levou sua bagagem- — Eu nao iria deixar ‘1a pra voeés carres ~ Mas nao levou sua bolsa, —O que eu talvez nao sel?) quase me fez ser destrogado a tiros, i ~ Bstava embaixo da cabega da sua mae, P| Nunca pensei nisso. i oie eae ee ona — Por que atravessar a fronteira sem nés? ae, — Nada foi planejado — diz ela. — Acontece Eee Como é possivel cruzar uma fronteira enti aad Como? A raiva emerge em mim de novo, leveza € § repente paro, Eu me dou conta de que foi exat ce comigo. Nunea planejei eruzar a fronteira sozial chego Ae estou eu, na Turquia. linguas de —Bles abrirama fronteira para caminhées e6 nioter os homem gritou de um 6nibus para nés. Correm Acsco puxou para dentro, Nos escondeu sob os asset saemo di 0s passageitos, mas ndo revistaram o onil Entaovolt Viemos a pé até aqui, Mohamm, aramos de andar. Encaro Safa, Mo infantil f ara de falar. Parece espantada por ter fala oy planejada. Nao era para ser dessa maneira, ae] Aqui é es) seu lugar entraram a compreensao e- ~ Posso ver o Amin? — eu pergunto, i "_pstio perfeitos — eu gonso servissem ves esto espremidos, Nodia seguinte, comego na es iene ginga, principalmente pi sus também porque € 0 jeito ego escola, vejo outros gar liguas dobradas para dentro. sinteros dedos estrangulados. senodia todo. Alguns comp: 4itivoltam. Outros, como Saf ‘lanmad e Fatima fazem. “nul fiequentem a escola. ‘mea da escola, Falamos d “entes, Todo mundo 8 escrever histérias belo: ot cortinho? sait oml Tem que © lho para cada met gebarba pra sgxémesmo para toda gar aes Sinto falta de tudo que tinha na Siria: indo. Ergot tose tas, meus primos. Sint falta até das 1 vai cresee falea das lojas e do bando de garotinhos que ae ino fazendo fileiras de pedras e tijolos. Mais quet -oquevo familia, Nao durmo & noite, Fico deitado _Corteioe no Baba, na Tata. Eu me pergunto como “oqueéeg Kobani, Eu bem queria ainda estar com ele. | Ocean Quando acabam as aulas, ha pouea coi aoe ‘muito com os outros garotos. Sou o outside Fico parali perambulamos pelo acampamento, as vezes —Minha fa Fatima vol a fronteira, Aceno para eles com a cabega, ~ Chegarar Os garotos do meu contéiner cagoam de Saio do ce —Vocés sao grandinhos demais para mundo mais ~ Encontrou sua esposa? — pergun Same acim) ~ Bla devia ter um parente do sexo mast antes. Og ~ Amin é inmao dela — respondo, — Ele Qttscidade g Safaa chama Uma tarde, atravessamos a pinguela ei me fedido. Na barraca do barbeiro, troco a belo. Safaa espera ot de Dee Obarbeito oooh 3 hol — ele pergun ~ carinho- josaio, Safaa cobre: seus ombros estreme se tio nim assim? ~ em que durar bastante sha pia OCA. pee go-go amao para, i “ aictescer de novo — diz S Devolta ao centro ‘infantil, Fat -Oque voce fez? “ coneiocabelo — respondo, ~oque é que eles vo pensar? = Quem? a —Afamilia que esté te espe Fioparalisado. Olho fixo para: Minha familia? Fatima volta a rir. 4 ~Chegaram esta tarde. AgoH Ssio do centro infantil. Ee ‘undo mais expandido. Umm ‘Sede acima de mim. As som ‘hantes.Os cabelinhos na dade os percorresse. “qIEYO NAW — "eT ZIP — qITEYD — . “snout sou sopepnuf soyjo so ‘estrered EifiiA y opeionede enviso ozsenb o opiqaored equn oeu Phomiour equnn urs axdutos ered oaueasut a2sop einSop © S@itowow un sod jangun 0213 so109 ap oreg “erEIKOH} k pd som e oy10ur opis 19} asenb sod wouarous eum rere uD j BE ered oyurzos ressanene oe epor exurey ey Bayy dsoden ap esjoq eum rena ered expures equnm rexiap (Samu fasney oFewr93sa o evade aut dno y essed and go Pa ‘OMe 2 oprTpd o3s01 0 woD ‘fea aur ep> anb a Feyued ovSe109 nour ‘anSues nour euopueqe cepunass er porun! ad ap y1s9 rn y ovddaver © oastae vf coquerper anes nati ‘So[n2sne {iis wreurary -opmusn o3sor nour ow wooepuedse: s2l aod [ensour p opise soiauirquas snay{“opipucose #359 wT ze dig “nN o1aqoosep TexTap aur se 'SeT} 2 SEINOSE a fogpypos exuria ep ‘orr03 naw op seduexquia} Seued a s83 Sp opyp o argos wiaeo seg THEGON Wo OdPTY FAA pe sep seoas seq[oy se owion opute> 2 opueYPueUISAP pes maaerie anb apsap ze8ayord ou ered nzasuoo anb pes zzan epeo ‘obuene an eprpaury oes 2 gtHanP Peed Feztsop asuerper ze ©) ‘naus ossed EpeD ® OUP TEL ee genjood ap suanna seuanbag syu2 SnaU sop e105 FP eo r ‘a opssardap epeo waruss sed etn Ee Mod opuenes ose PV CRE! ose meu Corpo, mas Pie of lores brotando sobre 3 pase visao de conjunto, © ya Allah! — diz. ~ 0 que seus dedos exploram a pentgem sos? Pulgas? ~ qroquei por um aparelho de bar _ Foi vocé que pediu isso? — Seng} _ Corte econémico. y _ Mas nao sobrou nada, Ghalib. Tom pa do dedo pelo meu rosto, = Mas a omsatide. Seus dedos curiosos apalpam 6 omit —Roupas novas? — diz ‘ ~Estéo todos bem? — pergumton ss Hl examina a costura da minal ~ Como esto seus pobres pes ~ Quando vocés atravessarems Tantas perguntas pairam 0s thse detém em meus tenis drasticament®. ‘pvaréncia ainda est em mim. ‘a dentro. a se onde fica 0 ambulat so — pepere— diz a Umi. pela mao. Puxo-a _ Mais devagar — ela pede. assamos por escavadeiras e tr espago para o acampamento. —Ele fala bem o arabe —eu digo. (O Baba esta conversando c om 01 esta diferente, dealgum modo. R agico vai fazé-lo melh oméd cae Mgaba me ajuda a fiear que fogos: de artificio e e e nao sei explicar. C stamos na luz. do sol. Lun epiro. Meu coragdo bate n ura seu amor no meu ouvide Taaabraco, ~Vocé é tao corajoso! —el sinceridade neles. Acree Temmuita coisa acontec bualém da Umi edo Babs thos expressdes. Nao vejo « Teinvade de novo, le ~Ea Tata? ~Tentei te contar Noqueria que vocé des — alguns Bo roubados por CES ae Vari quero A ve ose costendo faltando. Fina He ce fot roubada? quo = nao roubada — a2 ver Fai ‘Bu me sinto smal por _ouronaoe nada, i: Eu sc ontta. a 7 comduasem 2 pe dorate Boras ae sein dizo Baba, — Potocipalmente a ols 3 ae veep ceriamos vistas. Longe do posto de Atengs Tal nig com biscoitos e bolachas pra comer — di a8 ‘romelembro da mina fome, da minha sede int _ eh se da Turquia. Olho para Aylan. te enco ~ ue bom que vocéesté aqui, Aylan! — digoa ele, um —Alham dulillah — diz a Umit a felicids ~ os contrabandistas levavam agua — diz o Bal oad darante o dia, Durante a noite, nada. nae -E -E dizol —¢ estou fa foi dormirna nossa terceira noite de ea ‘2 cansada, mas nao com dor. Nao acordou. pat toma conta de todo o meu sai con ci Hess coido para a agora ~ eu digo, Pelsara Siia era demais pra ela —diz — Ela foi tio forte to vale re encontrar. ‘ ‘Uma onda de surpresa felicidade. Bushra vira 0 rost — Ouvi as pessoas falarem Tinha esperanca de que voeé pude: "Ela me fazia andar quando ~ Obrigado, Bushra — estou sendo sincero. pé de igualdade com os h io fortes @ esto eT on e flores em volta d chegaram a plantar ervas aspecto de lat. i ‘Mas as velhas barracas no so to confor pogo de gente tem que se espremer dentrod trés familias: quinze pessoas numa barraca, D der alta para Aylan. Sacos vazios de batata e de e¢ de terra. Nunca conseguimos nos livrar das nuve sioaras, bacias de plastico e sacos de roupas, p foes de Agua se amontoam em toda parte, em: travesseiros e tapetes. Nossa barraca tem che sem asseio e de comida gordurosa. —Vem da outra ponta — diz uma mulher na Bla aponta com a cabeca 0 outro extreme dat lia de cinco pessoas tomou metade do ambiente ‘mostrar como o cheiro é ruim. ‘amos olhando para a mulher. Nao dizemos n metade da barzaca, a familia que est4 aqui ha parte para o lado de fora com um puxadinho ~— Eles tém permissio para fazer isso? ~ Nao é problema nosso — diz a Umi.—D geosar que tem alguma — Tem um monte d aylanestd doente. O Ghalib — Quieta, Bushra ~: uaz ijha isto para tentar um sinal da — Mante Mani telefone est pronto Para us0, 0 — oO Hamza vai indo bem — diz ele. — Esta resp porelat z ‘com o progresso dele. i 8 ae ed faz muito tempo que Hamza eeuy Ne A ae a ie ainda um bom tempo para ele poder n com ~ Mais duas familias partiram para o Libano~d 4 ddomais explosdes mais ataques aéreos,mas nen A _ Vooé contou a eles sobre a Tata? — pers Po __ Bes mandam suas oragdes e béngos para a’ | para todos nés. come Desde que reencontrei minha familia, ee mim e Bushra. Se antes ela era dificil de conversa Glad comigo, agora ela ¢ de convivio mais facil. Em ver 4 sorri e conversa comigo, me tratando como uma p -f = A esperamos que nossos garrafdes fiquem cheios. De a Umi na fila dos fogareiros da cozinha. £ umalo oe ~ Eles precisariam ter o dobro de fogareiros - card escurecer. q Ninguém quer ser deixado na cozinha qi eue quet mento nao é um lugar seguro depois que a eletzicidade para iluminar os caminhos, asb: E facil tropecar e fraturar um tornozelo no dias irregulares. E se perder em meio asin go ver. Vefo2 todo diana esen 1a comigo. a que Bushta est ae gar uma caminhada hoje d . . A ~ qalves.amanha. ee go cainbar CO VOCe ala wh T heande a Safea vier Wee Douala - safaa 0 peg pela mao. =O chalib precisa ficar um tempo coma E ai Fla vira as costas,levando o irmAo de a — Amanha depois da aula, ent&o? — p a Mas Safaa 140 responde. Fico triste por e eS afaa_Acho que ela esta um pouco perdida age “ 2 ‘jeio Deve ser estranho e solitario para ela e novo s6 os dois, mas nao precisa ser assim, thas ‘Omédico finalmente dé alta para Aylan dep Fleainda temas pernas meio bambas,masn serna maioria das manhas. Seus novos ténis aim e o ajudam a andar com mais firmeza. Tu ‘um pouco de exercicio para destravar a Mohammad daa ele a agasalho ce ainda vai lhe servir quando ele for casar. Ayl quer exibi-lo para todo mundo, noticia ao mesmo tempo que nés. — Eu gosto daqui — diz Aylan. — A ge _ Este nao 6 um bom lugar para uma — Eu nao quero crescer — diz Aylan. —Nao precisamos ficar para sempre — Num campo de refugiados? — diz a —Oque tem de errado nisso? — Por onde vocé quer que eu comece? dade. Nao ha banheiros nem cozinhas a para criar uma familia. 3 ~Nio tenho trabalho aqui — diz 0 0 uma questao de tempo para um de n ~ Bu ji fiquei doente — diz Aylan, ~ Bushrae eu frequentamos a escola 146 re ducagdo que estou rece Oj8.— Antes de c sofhia dag: Quem a gente, he nos olha como se gerade para tras, #66 viemos pra cd para ooo ~ iz 0 Baba. — De ‘gop de rofugiados. item gente boa aqui ~ di 4 Voces ndo querem que pushra circula pelo a cacom Safaa, Amin e Aylan, Ela posagui ela voltou a rir, como _ A Bushra tem razao—eud ushra me encara pata v reatemente satisfeita, ela se volt = Vooés nao querem que eu — Aqui nao tem bombas =: datentes do El. 3 —Nao é um lugar seguro -Em Kobani era p ~Temos que encontrar talare ficar — ele retruca. ~ Um lar com novos am eles terao uma resposta de qualquer manera. Eles so 0s pai a enftizaatitima palavra — mundo Bushra esté sendo dramética. Meu que julgam ser as melhores para nés. provavelmente a melhor decisao, embor — Nao planejamos coisa alguma, conversar sobre isso com todos vocés, Eu sempre soube que nao a BS fetes: & mo gE, 8 peak ~ spa gente como nés, quequeriam ouro para cortar a é;ssim nao, Baba. A Europa es yaisde onde sairam. Em Bushra agora esta me irritan —AUmie o Baba esto fai séresmunga e faz coment ta vida? Nao pode levar ~ Nao se aborrega, Gh Mas nao sou eu q de Bushra se enchem de Candeeiro. ~Pra vocé tudo b Eu encaro minha irma. — Nao é minha culpa o fato de voc ‘Nao ponha a culpa em mim! Ja chega — diz a Umi. — Estd todo mundo cansado — diz 0 gente conversa mais. ‘Isso encerra a conversa. O Baba deitamos. No escuro, a Umi murmura p solando-a, Ninguém me consola. Nao « seu temor e sua raiva, mas tudo faz: fororo me aPavenai aay ye, ainda tem Safaa e rem 080, ABDFA ede Nia dos dias, depois ame qoites, chegam a e¢ as? eee seguinte, a Todo mundo parece probes Bcho que ela nao ee ge mim e de Aylan, com estar Sua COnVETSA a ig, Naoquero falar com i safaa éintelramente difer ‘ologo Amin e Aylan saem corren tospara fazer seu PrOprio campo _ Vamos embora para a Ei __ As familias sempre vo embo _ Vooés nao querem vir com sultei o Baba, mas ele néo vai s ~Oque vai acontecer? Vamos ficar aqui — diz ‘qu. Especialmente nao qi Ss importantes — mas nat pressar mal. As pa __ Espero que aproveitem bem, ele - diz 0 Baba. — Nao vai para cd : Bushra olha para a carga de per Aguilo que eu agora julgo ine aceditava antes. Levo pouca coi etoalha, meu nécessaire de zi emtorno do pescogo para meu tiltimo dia para falar ¢ ~Fico contente que vor Pissaro engaiolado aqui tem muito mais a ofe! ‘Sportivo e minhas ~Vocé nao tem 158 reagit. Fico vendo ela se afastar. Toco n enquanto fogos de artificio estouram ‘nossa barra, através da escuridao cr ‘86 o que consigo pensar é: Safaa me Deixamos o acampamento quan de 1osa a leste, Viramos as costas Europa. Alguns poucos madrug to atravessamos a penumbra bee porque estamos part Retecem ser encaradas assim, a fronteita parti, hé g wan pelo POT € Pensando ng ushra nao gosta que fiquer "sera que temos alguma eojs ‘as pessoas que Partem 3 ~ gu nao me sinto afo ~ vocé tem sua liberdade _ Mais do que muita gente _ Nada pior que liges de moral la troca a mochila de ombr ao olho para trés. Nao quero: dinhos improvisadoseo faminha pele ena minha saixo a cabeca € puxo Aylan Na bifureago, uma placa en para a tabua pintada em letras Lembro de quando parei aqui ‘AlRawi, com o homem e sua mais dura da minha vida. A decisdo corajosa. Tomei oi (Caminhamoa pele flores silvestres. Pla fazlembrar da Siria de aUmie a Tata para cO1 um tio turbulento. Ay) que pasta em suas busca de abrigo Fresco e vicoso. plo um mando que yanesténasminhas cos " gatendo o que vocé quer ~ fntende mesmo? — Perser atende de fato. Bus za olha para as construgSes. _ Reyhanli é limpa demais p enos entrado num universo parale Sim, Bushra entende mesmo. sssflas que duram horas no anoitecer inpovisada, para encher garrafo tada até a manha seguinte. Pousamos nossa bagagem n tocar joias de ouro por dinheirot ‘eslzando das minhas a ™opassaram, ~ sto aqui é como a Kol Nexrlimpo, & animado. Bi guerra. i ~Muitos sitios vi "853 cidade, 4Uni é comoo ~Nio ¢ isso —d cestende garrafas de dg cbordando de mel. i leno ” re ficava mais p fame? "gol diz. Aylan. _-que horas sao? — eu p “Fade comer — diz 0B uelhinhos eletonieae Passa See e ae de, crendo, axrastando crian ‘tis esto em turco ~Fuem juntos para Rime viro para dar a “um surto de Panico, thio de ladrilhos b —Talvez a gente ndo possa traz —Podemos deixé-la do lado de f ‘Outro homem se aproxima, ‘tem um livroe uma mochila. — Ele estd dizendo que sirios nao Baba —Vocés sio sirios? sim coma cabeca, Ele nao diz nad homem que grita. Tado o café fic ver o que vai acontecer. Atras de se leva s6 um pouco sobre sua: deideia. E Seus 0 Jomas qu café. Dest ocampo ¢ café com Bepelio, — Isso nao é tipico da Tu Seus olhos esta Jo, mas quero que el café. Deste otogai ~ ocampo de refugi se okt AD ot a vyersam 08 60 a we coragio se sobressalta, mas pad a da Umi e do Baba. ae s A vamos sair daqui— diz 0 Bs ‘Saimos do ofogar. Para nos a ~ an ce botinhos doces numa banca de rua. on de turco enquanto entrega 2 comida, ee — Lah-ma-cun — diz ele, apontan 7 le se inclina para a frente para | doce com sua mao boa. — simi — diz o homem. ~ Simit. Sentamos num pequeno trecho d da rodoviéria para comer, bem longe di desde que fomos expulsos do café. ostentava quando chegamos aqui. S hhomem vociferante e ele nao as — Precisamos tomar um. esto os barcos. tores no bagageiro; to — Sao treze horas a — Quanto tempo é —Mais do que um eT queria que houvesse av -conversar com Safa e A La nossa viagem de 6nibus “assim que nos desconectar ceapresenta como Bara Rateb A sheikh, Ela usa um bocado de pestio vestidos com roupas de cores y shando a 4gua borbulhando dentre onze brilhante com sua nuvenzinh eqvolvida com fio de cobre. A narguilé tem uma aparéncia ex6 temnadaa ver coma Tata. Minha’ emum milhao de anos. —Meus filhos disseram que na Praga Basmane — diz Bara voz, — Onde uns turcos provident — Quanto custa? — pergunta ~Mais do quea maioriad pelo 8¢ ot pervorembora sea #08" ggao entre eles TAO Mi Ad remmos que espera ate gab oP onto 0a faosabemos ~ diz0 B peste mesmo o Iga? ples nao confirmam coi: mente no e5cuT0 686 a efeisio. i * sautoridades devern ewolhar passeia pelas de pessoas: Nao ha policiais gabe atravessa o meu permssio para estar na ~o que vamos fazer, _ Bsperar escurecer. 0 sol ainda esta alto e agomodamos com nossa bs acontecer no escuro. ‘oite, junto com ta sentando no chao co srastando 0s pés, atraidos qursa Rateb se juntam a el causa do barco. ‘ Ficamos em. silencig q ‘euam para nos dar] Coberta com uma t '=E gordo, com n De aca a s pee aaa epee eee Serre eis wae Ree CO anen neat tte Caton ne ae ReCR eee ete cl rt ecrem ae repetisse isso um milhao de vezes por dia Ne eae reat er hone eee ee Peet rte na ceca eee Serer or tuccn execute ketene Pentre ceed tice One Pe eo owt cctircGhsricese ac eee ee haem Fee nine One nett eee acne tae Rit Oncor t eho e are ya cent kerr tae eneee Pen ey Vetrcunten eter yey sees ea area Gi hecrinc eat soe Reon nee See movidasa bateria tremeluzem verdes e amarelas em pequen' Senha Saute cea to Zee toate RSet =Fstamos alojados numa pensao perto do cais — me diz, Bar LIGE WoL: ine Co Geil orntean er eeet tea eaea WMS 1a to STEN TU Sete ana DeGeneres eres ened Siu a2 oc ok reac aeer ete eee Ueda eee eee suit EF Sun TSGIUG eT ease eT eee Bs ae SCENT oc Tae eae een eee Sena ScuCL LC mente ea tt St Bets Soccer) LCM aren a -_ CoS Ee CCC e ee rante Simba também, LOSER ee Pe cut One ey Sort oe Se a ae pata escutar. Ouco a y Peon one ee Been Ber aC et KenL Bererrniha see Maes -c ete Tes oc oe eke eee ee eae oe oleae teenth 2 e desde 7 Bo hee sc usc On tet coat eae a Boh evant cele es Rat re Rec cee ir ce =Pra melhor ou pra pior ~ perguntou Bushra Ese yannte ster \ie Wao Cote ere Masmesmo assim nao era um sono tranquilo. Ele se Bits > doce eit ies token mente’ bateria do celular, o sinal, as ¢ Pet yeaah So atencao. § partir esta noite — diz cle oc eee RT RE caren lassem por baixo dela, Meusangues Bios a eee ae GO Oceana fk eon tae eee) Ars a ae Pesce ba Ta ee Oe ee oe te (Sale eT Ca a Caine eR ct sca a Paani ae alee Coenen Rect cao eee neo enor Croce keane MelCAe Ms Rote BPs ere nia Nao a escuridao, interrompen praga, pessoas que V See eee desde a primeira noite. Seus filhos, que estaona thes mandaram dinheiro para pagar as didrias. a eterna Cree Eat erat De retro accep etch tC eatery Pe ere er te Gerertic tro Recon cnete Peet rr nee 4a ge Cnt Ue eva eet B ene MacOS ee oreeeesean ct oserierecicon teres Nao sabe ser de outro jeito. — Massoube viraténosa procura de alguém para viajar junto Ce eee ee cre Git fete eran ent EO EE a sina reco Ra Cont Oe Ste OTEUOY Serle Ch ory oere Woe tte Meyer oc Karate EM fos juntamos a marcha das pessoas que caminham até o fim Spe oLesSu sli Tox (fot Torctee tM Olt tsnastot Robe telcora evar Ina antes de'o Caminhao aparecer na esquina. Uma lona cobr \ een Se Cee COUT) ELC baba islet eeu e. EYL Roos ead Elas também reine Tees Sobol ctace} ne San a mec. a : Degen ae a oe De eat ee ae aaa mace Seco Monath Gaol Reuter ata ote bs cee Ree Cnt Petree rae NC ee eee ec eee ene eee horas e mela — diz Baba Perec eanon ee ocean CICOEE EN runt Pe ana SK: ic cts a ee a as Re Cerca Se ee Ni aca ae a Se eee aaa sere cea cu Peeeinscem git cm cients Geena Peer eels Tee eben chic Cosa ete tone pistasmacias até que o motorista deixa a rodovia prin Pe eee eee eerie Ketone Seon heer jena ase e canon are tey aco tit em reo se eee Gy ttn Wet ee SCR Denerite-tlome hater puta eke CoRbeat Beata parte do tempo ficamos cada um dentro da propria cab Cry oct chutes ec Ose bk COCO pol ties) esse OCS MO Tne EROS es Cuiialie( stad Km eal me jue Oa hao Sentence Quando oc. fs samiaiiao Finalmente para e o motor ¢ desligado, ™ latejam com o abrupto silencio “bon eee moe re Toye Cena ete me aaratinG : ez Soto ee eae Wale tea a rec Ser Sacer aaa Sea en sc lee coe aa ie gal te a TUR Tee tec Pe Hee Lan canna Pr ee ; Sere cen pre re cts ece ea Or Peoeecca fica png aa sania mre. cuamiaa eros o orn en : an Winer eren en ucts Dees te eens epee ae C Chee tt ete pete sockets Beene sue e ence ene rae Pee connect eo ernest aces entre nés se alarga. Bu: Oe cers ose ce eet oes Perce npecon sere tiers wer shra me cutuca nas costelas Beant reas eos Nosso basco vai ser uma velha banheira esburacada Caminhamos sob arvores na beira da praia. A luz da Pies roel OnE Geum Vetgn Rta i cer Bar tanta re coerced sonrpe ep peace maT eae pete Pe ater Oe Can eet ore = Tem um homem dormindo — diz ele, — Eu nao que cima dele, Olho para tras © vejo a silhueta de alguém encolhido cc earache BC toecmetaracTa tet fein) ZA ae ace Ge gente esta dormindo em meio as 41 Sesto de cécoras Eopentie nsacao ruim es, Duh toca ne ea ete eee meta NT eet PRO Rea aad Mipaaasan cao: fando it para a Grécia — diz E

You might also like