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INDICIOS DE CULPA OU TIPOS DE ILicrTo? A DIFICHL RELAGKO ENTRE 0 N° 1 EONS 2 DO ART. 182° DO CODIGO PENAL a 1, Desde gue fo pela primeira ver dido& discusso, na Comisso Revisra do Pojeto Budo Conca, o acta art 132" do Cigo Penal usc dvidas quanto & su compatbilidade com o pincipo da Iaa- Tide. Aguele precio parce afontar por ds formas pra nulla crimen, nulla poena sine lege cet: 0 Seu n* 1 contéen uma elisula ‘Shera, s a user ns lil aber, a eee 2 agravago da pena A eipeca ensure ou perersidade das crcunstincias da pritica do facto; © on’ 2 contin o qe € insputavelmente una enumeragso exam plieatva, 2 enuncar vie cicustnciassusceptveis de revelar tas ‘pecs ensurabiidad ou erversidade,wentzeoutase 'A scusagio,aliée apenas sugerid, foi logo refulada por Frou: sano Dias e, nt sun sequéncia, por EDUARDO CORRELA. Para estes, as cireunstincas aponiadas no n° 2 ado integram a iliciude do facto, ‘endo antes elementos da culpe, pelo que a elas no ser de opor © ‘inti da lgaidade, que vale apenas para ipo; ete encom éli- Imitado no n° 1 ‘Mas aquelaresposta no parece bastar ara afastaro problema. 0 certo € que as expresses ulizadas no n* I — censurailidade © sn A Ste de oi i a din AA m0 oa Chae Nees erveidnde — so de al modo ineterminas que So podem consis ‘Sho numa isrugo ao julgador pan que Tes do condo que cons fear mus adequndo, 6 pode ser cstcul a este entendimento a com- ‘Seago de que o n?2 vem dar coro as cocetse evi a ux pl ‘ag indiscriminada: nem our sentido tea 2 sia incluso agu, bem oro asus edagio. Mas, & enumeraio de ccanstincis don*2& Spenasexeplieatva, em gue medida pode servi pam asta 3 inde ‘emia ds cule do 1? Nada parse id o jlo de omar fem comideragao outas crewstlncas, totalmente divenas das enue ‘Gana via alieas do n° 2, ert simplesmentedolarr gue em se nende so demnstativas de especial eensurabiliade ou perverse. Por outo lado, a apresentaglo dest crenstncas como lemet- tos du exp, conrapstos a ipo que esariaenunciado no n” 1 6 ign Tnentepeblemitics, E pose entender esta letra no sentido de ue ‘Oa Ido at 1328 contin um verdadero tipo de ico. Mas net 30 ‘ettontamornos com a sitagoinslia de serem os elementos de cls fpesentados non 2 indiciar a presenga deur mo iit que ‘iran €identticadn por mais nada vendo pela maior censurbildade {pervridade. Caso sented, seguindo a concepges larzamente tralia em matetia de distingso ent ice © culpa, gue 2 pric Thcia ve traduz num juizo sobre o fato © a segunda incide solve 8 pessoa do agente —e 0 conceit de culpa de EDUatDo Come, bem lomo o de Frourmeno Dias, ao se afastam desta orientagio — a =n- Sorbilldadee prvrsidae que itegrariam o maior desalor de itade team que residr em clreunstineis diversas das indicadas 0 m2, 08 pelo menos apecidas de um prima diverso. Nose vE com seria os ‘vel a pati de um joo sobre qualidades pessnis do age, reir onclases quanto &natureza antjuriica do seu at. ‘Caso so qurra continua a entender que agro da meldra peal peta m at [32° decor dou er de el sericea qu tb- Jara form bse do a. 31°, 6st a aletiva de defender qu 8 pe- ‘ido on [eesti unio de culpa io deo @). Mas ea cx con Sigs Pom Pare Ee oom at 12H 2 Ind de pa pode eo? a cago 16 vai dar orgem a nova perpexidae: como pode uma culpa faved lvar«aumentar a pena pres pa dtrmnado tat eto? Enquanto se continua a vera culpa na acepgio tradicional de aferigho a respasabildae pessoal do agente pol facto icito po si paticado, ‘66 posivel conclu pla existncia de culpa ou pla sua inxitincia, {otal ou paca. Nio se vé como pode a medida da culpa pela pdtica do fact isto tancenderiickude a que aparetement se refer Por ours pala: como se pode, peante a questo dese X pation culposamente 6 facto iio que Ihe & imputado, responder que agi sind com mais eulpa do que a que leva a consideri-o pleoamente rs ‘onsivel plo facto peatiado? este poato de vista culpa — que jb poder, segue, ser defini como responsi pessoal plo fact praicado — seria um fundamentogutGpomo de punigio, uo are- lo de prncpios que je cremos bem Ssentes, como da responsa- bide pelo facto ou da edupio do Dito Penal tla de bens jur- ics fadamentis sas quests, aaretemente de rlevincaeminentemente wis, tim na ealiade bastante imprunca prea, Delis decor dese logo 1 questo da consicionaidadee, portato, aplicabiidade dagusle preceito. Por outro lado, virios aspects do seu regime so sempre linplicados na sua apreciagto. © que acontce, desde logo, com 0 fmbito de aplicagio da ciusula do'n° 1 e a possbiidade de dar relevo a circunstinias no previsa em menu das anes do n° 2; sas também com 0 ttamento de situagdes de compartcipaio e ainda, de tena, 2. As peplesdades sti pelo an. 132" foram desde a errs em vigor do Caio de 1982 objeto a tengo dt dowsina. Magn Fen- [NANDA PALMA eicou a explana da estutura do anigo apresentada ‘as actus da Comistio Revitors, Contesou, nomeadaments, dea de {que pudestem ser eradas normas defnidors de uma maior eulpa © ue, poranto,acaretem uma pera mais elevada, que tenham apenas hugando entra gt 8 sei da cap de carerpnder aa agate da Ue Gp $9 or destinatitio o ulead, e nos suctos de diréito em geral © 0 esate cm particular. Tal conrariao prnepio de que a ntervensi0, penal 6 pode se legiimada pela danosiade socal das conduits a Combat, pelo gue #8 esa pode uacar os limites da purigioapliesvel (0 valor posal do agente poe © deve sr tomado em considera, mas apenas pra efeitos de deteminacio da medida da pena, dento do qua ‘ho definid pela necessdade de protecco de bens jurcos C). CCompreende-s, portato, que a autca ame que em todas as reas don ? do art 132" et presente tum maior deve de uo, com> Aicionador de etude agravada (), Tanto mais supreende assim a afrmagio de que as wri linas constivem afinaltpos de culpa, onsiindo a gravdade da clpa 0 fundamen da agravagio @). A.ser fosim, 0 aumento da iiciude seria decsivamente condicionazo pela Iso clp, © i no abona cera de concise a delimitso entre ‘diss figuras, Sobetudo teria que se retomar a questi de saber que ‘pa ser eta, que acareta 0 aumento da cite que er sos ser su oferene ‘Bem relago a ete aspecto que a pig de M. Fatwana PALMA parece enfermar de contradigiesdieiimenteuleapasives. A autora Fefee culpa agravada que étomda em considergo no art. 132° ‘ono expresio de rave ditaniamento ene ua determina nor- tna pelor valores ea do agente (ceasurabildade) ou wma atte reve~ Tadora de motives oa sentiments reeiads pela sociedade (perversi= dade) (9, reconduzindo a censurbiade «um coeeto nomativo de ‘culpa assene na capacidade de mosivagio em funsio da norma, ov poder de apr de aura mancira, ea perversidade uma concepgio emecionals de culpa (). Mas difcimente pslem os dois conceit ser ompatveis, pos aio antagénicos, pelo que nlo & poste conlur que time outro sm alteratvas vidas para a exlicagio do dspesto no Op cee Bea ©) Oh cecgp ates ewes ( Opcecmm dies OF Op sts pa dion de peo ia eis? Lm ar 132° 0 conceit de culpa como pode de apie de ova mann, ot ‘apuidage de mativagio nomativamente conform (ou scesbldade ‘omando nonnativo [normative AnspreeRbaret no coneeto de NOL retomado por Roxts) — que, em rigor, no eagota agama das concep es normatvas de culpa — no amie @ considergdo de casos de Culpa agrvada. A eapacidade de motivagio existe ou nlo exit; no concebivel um spoder de api de outa manera» agravado. A culpa fii pr esa frma & gradu, mas apes a me em que € pos sive considrar stages de tansigfo ene acapacidade de meio © sun tral ausncia,permiindo assim falar de culpa dings nas stages em que o agente vejao seu «poder de air de xtra mancira> Sensivelmentereduzdo, mas no totalmente suprimido(nomeadamente em cass de doengas ments pouco graves ou em fase meno in siva). Em conrapantida, no € possvelgrauar a culpa nesta asepo deforma a considera agravadn em relagdo a0 gue se pues consi- eat normal. Verficando-se que alguém nba o per dese detr- ‘minar em fanso da noon, io fr sentido perguntar etna um poder a maior para o eet. Por out lao, este conclto de culpa no pode expat agrava- mento com base mas eicunstincas eninciada® na via alias do uF 2 Estas expimem, no dizer de M, FExNANDA Patnt, um pave Aistansiamento do agente er reo & dterinagio normal pelos alo "es, ov mafves ou Seminenesrejeados pla sociedad Mas et € un apreciaglo que no pode ser efectuds com base no conceit de culpa nuncio, culpa como eapacidade de motivasso dé Inge apenas a um juz See uma eapaidade ou poder do agent: ete 6 censuado por ter prtcado © acto apesar deter capacdade pura no o fazer ete ‘um conecito de culpa bem mais psicoléico do que normative. Mas 2 apreciagdo do ter dos mosivos ow sentiments do agent implica necesuriamente um juizo de valor que wanscende a simples areca- so de uma capacidade. Quando se verifies, por exemple, que dett- ‘minao inividuo matououto usando de tortura para o fazer ser, & osivel considera esta intengo de fazer compan norte por sfri- (©) Wrz, er Dene Sc (19, 13 ‘mento como uma atude paticulrmente dsvalisa, resid pel soci Gade ind com mais enegia do que o acto de mata em si Todavi, haa € dito por eta forma sobre a aie ou mener capsid do agente pra una motvagio nomativamenie confoemey a existocia de sent- ents ou tmtvagbes dsconformes com aordem de valores da omi- ‘idade juridca no implica de foe alguma wma capcidde acrescida parts determina com fais valores de que © agete se afasta deforma atcuarmente disc elo contro, © gosto de provera sofimento| nas facilmente indir alguna foema de perurbagso mental que rive (agente em mnor ou menor medida de capacidade de contolo dos eos impulses 0 ciadio comum, qoenormalmente mio experimenta {qualquer prazer em causa sofeimento, mas fcilmentecontroaté 0 inputs asiasin, polo gue deste poato de vista devia ser consideado, Imus, e nfo mens, eulpado do qoe aqule que tortura 2 vitima para’ tier przer com o 4% e conto € este sentimento patligico que & pariulamene sbominado cesta em pte na crim do apravameno ‘Nem os exemplos apontados por M. FERNANDA Patat permite comencer do conto, A auloasustena, por exempl, que o funds mento da quaifiagdo na caso dane a) don 2 estén eapacidade ‘Se vencer as contermotivages cas que nocnalmeateexsem quanto {actos contra ascendentes ov desceadctes, que ndiaria maior enes- fi eiminosa @),Todavia, esta eapacidade de veneer as conta-mot- "oses ics relativas as parents mais prximos nada nos diz sobre 1 capcidade para se motivar pola norma que probe o homico em {eal A sisi capcidaden demonstada no facto s6 pode te relevo Felatvamente a ums norma que declare ser patcuarmentecensurével. fo ponto de via jurico,odesespeto po tis covigtes cosciis Togo. 0 fundamento da aravagio 6 pode residir no destespeto por chet Tepfas — ow no que ele evela quanto 2 iaserio do agente na ftdem de vale da soiedide a que a5 norma jurdias violas per Tencem. Logo. ofundamento dt agrvacio est, deste poto de vst, hum juzo de valor sobre o destespeito das nommas que consagram & prominéncia das relagSes familiares em causa, e no ny captciade 0) Op chp enesres Indios deen ip dees? supostament areca de viola a norma bsica (a prio do homi- cid, paras qual so ielevanes as relagGes ete agente vitima Por ese motivo, a imerpretgio do art 132" por M. FuRNAXD\ Pauw ndo € muito conclusiva. A autora cfitiea a estrturagto do 132% para observar gue uma interpreta do precio que 0 com: ‘tibilzasse com o pineipio da legalidae pasar por una inverso da ‘elago enue os concitos geri (a especial censurbildade ou peer ‘dade ea diversas creunstncssenincadss no n° 2; esas deveriam ser entenidas como formulagées de um tipo de culpa, que no esgea- ‘am, antes © exemplifcands,ccasinindo asin, no conceit de ENGR, tipos expressive. Contuo, po esta frm sind no ear afd 8 cexcsisiva generaldade dos conceit don Is tal 96 acontecera se tstes, em Igear de estaem aneposoe as crcunstncias que pascem, fexemplficéos,supisem anes na sua sequénla, como eomectores normativs ao tpo de exp que ela una contra em tos apenas des- rtivoe (i, Todavia, no € claro se 2 autora adoptaefectivamene ee molde interpretatvo que &apresetado em termos condiiomis. Na apreciagao que submete de seguida a cicunstincias enuncidas mas vas lines {que integravam, naguel as, o n° 2 do at. 132° consider qe gy tas dizem respeito a0 medo da e530, nomeaiamente 8 prigosiade Social do fact, ouras 8 earcevzag do agente, 4 manifesta da ‘uu perverse Dafa conelso de que nat primeira pesega dae quaidades ow motivos que eva & quaiicago do erime, no gente ‘4 no seu fact, & comunicivel a participantes, nos txmos do ar. 28°, © masa jf nao seontecendo quanto Bs segundss, pois agi on. 29° bstaré & comunicasdo.Todavia, nada € afrmado quanto A relago ene a verficago das crcunstncias eo procnchimento das cliaslas done L. Mas ete aspecto ese, pois, ato se entenda que a i= ‘umstincasprevitas em alguma alia dio origem a una maior gravi- dade do Taio em si, a passagem pelo tivo do n° I podria ser eonsi- derada desnecessria, dado qe a encurblidade(objestiva)resularia logo da prtica do facto, o que jf ndo acomecera sea cunstncia 0) Op otaee ent ®. ‘veifiead fees apenas sntoms da maior ensuabilidade ou perversidade oagente, Mas, sobretudo,é muito difelaceiar a idea — no exp ‘tad, mas implicit na andlise do conjanto das alineas — de que 0 legslador ra ilizado simutaneamente dois conceives de culpa dive- sos um dos guts permit remontar da culpa &iictude do fact, © tuto nio, A nterpetagtouniforme do Cédigo imps que se considere lum doco conceit material de culpa, presente em todas as norms qu se the fia. 3. Esa critica nfo pode ser drgia 2 Tenesa Seuea, que dedica ‘stant expaga a dscusio do conceto de eulpaenvovidee do modo de reloconamento ene a clGusula do n° Lea creustincias do n* 2 ate coneite de epipa é enconzado a refetncia atu inte des- ‘alsa do agente gue, de wma forma ou outa, ests presente em grande parte ds toradas de porigho na actual doting alem. 0 conceit fot fesenvolvdo por Oxtias (!) em dois textos publicados na mesma hur, um sobre 0 confito de deveres descaparte(), 0 ou 0 esto {que en 1955 pubicn relative 8s implcagbes da assimlagd de muitos dos pressupstos do finaismo na teria do facto punive ("), « visava resolver o problema do que considera sero esvaziamento do con- ‘eto de eu com a transgdo do dolo para ict, desde logo para | pcidide, com o qu a culpa deiaria de coner um juiao valoaivo| ‘uidaomo sbre 0 facto. Ext io de valor vai ser deduzido em grande ‘moda da vel femula do Reichsgerch da decisio consciente contra Alito ao desrespetar a norma que Ie prob praticar a aco em que $e traduru fcto ico, o agente setuotlckamente, apesr deter ido 2 posibilidde de actusr de outa forms; nesta medida, censurado fen aide nema de destespita plo dirito demonstra no facto). ena ate interna que &cbjecto do juzo de valorem que se rauz a censira de culpa, poe que a itd respeita apenas ao caricter des- (bore Geum 6 eerie 0 cone em 1930, eperandi- & Konan Pnciifr Frok p88). (0 Fanci eer 8 (Rech i cor 3B 4: 25 195. 8, Indios expo ps deter? a ‘also do ito (ou, ma verso fais mis esti, ds dso deo pa tear. B a este conceito que TERSA Sexe vai rarer pra carter aro que em seu entender & a culpa superior que dé crigem 2 gual cago do at. 132° uma ver qe ala constr, mplicando um {zo de valor sobre as circunstncas da priica do acto — a atiude itera que levou& sun peta — permite uma graduasio da culpa que transcend a simples apccagso de uma capacidade do ages, © pexmite também a foemagio depos de culpa qe contenhatn elementos «que se mio refer a ilctude do facto. ‘aqui vai THUESA SeRRA, em grande media acompanhads por ‘Paver Dus (") retirar @concasio de que oat. 132" intimin ass de homicide a que coresponde uma eupa paricularmente grave; fon 1 daguce antigo coostu um tipo de eulp, que € complement ‘non? ata de im eatlogo de exemplos de situagdes que poem lugar &verifiago da expcilcensurablidade ou perversidade (No at 13220 legislaor ters rcordo 3 cica des exemploe- pao, Tada também no Cédigo Penal alemio(SIGB). Tas exemplos dest ‘name «permit formar Leitilder (uadrs orintadves) de esos em que se revela a especial eensuabildade ou porveridae: a verifcagio| da siuago descria no exempo-padro consti um inci de que © agente actuou com especial censwabildade ou perversidae ) Em que configs se pode sin aimar que a cond pce? Tal como M. Fixwavos Pats, TERESA SERR® observa Que a citeunstin fins enaniadas no n* 2 precem ser de diferente natures us (om | {relagio de parenesco enue agente e viima ot a wilieaio de tre tur) incidem sobre aspectosobjetvos da pritica do facto. Outras parecem incidic parclarmente sobre a pessoa do agente, amo a avi- dex ono prazer de mata Afima asim que a onda que € objeto do ‘exemple puro pale em si rpresenar wn aréscimo da etude ou da (2) Ta Se Hm Qf 9.3 (°) Cond Coren, 1s 4 Pe ~ (0) Tne Sema op. cpp (0) Gps pp Sem. Neem edo Ps Das, Deo ena or mgt $8365: Cnr Conn 13°92 ne dose Cao Never ‘eulpa. Mas estas no tefo reevo autnome: apenas contribu para ft apreciag do conunta do fet, a nica que permit concur pola trina ou nlp de maior censurabilldade ou maior peversidae e, porano, pelo preenchimento do tio don 1. A ralzagio dos exem- plop, em si, 3 tm feito de indicio de veriieugo da condigfo [zvane, ds que constiuirs uma espéce de presungio ive) ‘Quundo se pode ldo efeito de Indiio do exempo-padro? ‘eet nocesirio que se verifiguer creunstincias que aponterm em sn- {ido contro. Estas citcunstinelas sero ponderaas com a veiieaeo| ‘do cremplo-pdrio, por forma sober a imagem plbal do facto, Tos ‘iu, Tustsa Sexia, segundo a dovtin ae, defende que devem st tstibeleidorreqistos apertads quanto a0 valor dagoelas cieunstin ‘San de sinal contro: sf uma citeunstincia que de qualquer forms Jevase 4 uma diminugiosiaiiaiva da ictude ou da eulpe permi- tie afar oefeito de tndci do exemplpair. A autora exes pra ste efit, por vi Je repr, a8 circunstncias atemantes gras e espe ‘Gains o qu safc, em tims anise, que salvo excep 6 poderio Sd o efit de neo cireynstincias que normalmente levaram a {auificaro rime coro boii privlegiado, A pondergio eft levard a concluir que as cireuntieias qulificanes eprivlegints se lar eiprocamente, po qb, nese caso, s estar erate um ho: sido simples ‘Ma as circunstncias enunciadas nas véras anes destinam-se apenas a consi Liter, endo enumeagio exempiiiaiva, pelo ‘ge €possvel encontrar casos de homietio qualifiedo em creunstin- Sins no desta nom 2 doar 132° Pa este efit € iver a fun- {0 nici dos exemplo-pao: se estes indicia a presenga da pa Teta culpa, a no verficagso de qualquer doles indicia que se est prant um honiciio simples do a. 131° 2). Est feito indiistio Tort que ser convaditad, que 6 poder acontecer se se enconrarem ass que epesenem una eruravalratva equivalent 8 dos guados| © Onctamm 668 2) Op stp. ee, p70. Pexmsino DAs pone re sei mat dls de peo 90 os? a ‘rentadores dos exemplos-paddo. De qusler mod, tem que tr {ar de casos suiientemenesemelhsntes para se poder dizer que et inseidos no modelo apesenado pelo Iegislador ao juz nlo eoes- ‘ondendo a qualquer aplicao cratva do dio pe parte dese. TERESA ‘Sea apreseta dois exempls de esos one ve pose conse pli- cagio do a. 132°: oda exstécia de relagies familiares amas equi- valents 2 dos casos preisos na alles a) do n° 2 (om etre ‘adrst e enteado, mas Jf nio entre cbjuges 00 eros, por se tater ena relgo diferente eo de homiciioprovecado por io pela, eguiparvel ao tio eigioso ou racial 1, Aimerprsagdoprpisa por Teresa Sank 6 crete com 0 sm it de culpa de que pre, aso dena tab de cats alma per plevilade. Como podem as cicunstinias ds alias don 2 qu, afr 1 pra autora, espe, plo menos algunas dls, um agravameno 4a iciuds, dar lugar realizaso de um tipo de cpa, com seri emt seu entender o do n° Ido an. 132°7 No esa aioe a incase no ‘mesmo er de misturariidee clpa de que aeasa SARE 08 VERA? Esa ec s6 pole ser conrad tendo em tengo que 9 autor frat {ue as icunstincas do m2 so simples indcios da presenga de um gra superior de cu, consstindo muna ate itera particule can Sure As diversas alias io consttuem poe pos de ico oa de cal, e no basta pra o agravameato da pena. Mas seréealmeate assim? ‘Consieremos um caso, Seri ode X, Jovem de 22 anos aesado da pitiea de homiciti, em co-atoria com tts ouras pessoas. Depos de se enconrarem num bare tomado vis bebidas alcoblicas, stam pra ars, © af avstaram um jovem de otra ‘nia; comegaram por Ie digit vis insults racsias¢ ameagas ‘amo a vita thes respond, soederam-re agrescesprogresivamente mas bass, que conduziram a mont, ©) Cour Femwon Push oct p62 A uct peste co Reem 1985 gu jn © pis so rom, En, tem entendido, preschida a alines«) do n® 2 do an. 132% facto foi provoci por io racial. Traa-se agora, seguindo pro~ dimento de TeRESs Seta, de passr& imagem global do fact, pare ‘etfcar se s¢ confirma a especial censurablidade ou perversidads, reullante de un atade ner parculamente contra aos valores ds ‘comunidad juriica, Agora, davis, 0 gundro gue se pos apresenta € divers. X & este tne univers, peste a conelir seu curs. F aluno apicad, coe ‘lanifiagses medanss. Diese normalmente com os colegs, que dele ‘im ser pessoa afl de compania agradive, ecobecendo embora que por vezes far observes racists. O prpro X diz que ext are endido do facto, nem compreendendo que © posa ter pratiado, © Ema que 56 pve ter renltado das cicunstincas:o co) compa this dos amigos, exitaggo do momento ¢ 0 refogo mito do com Potato aressivo de tedos esuremos ou nio perate um homifdioqualificado?. Sepuindo 0 rocedimento apontada, conluremes que sim. A presenga de 6io Focal no homiciio basta para deencadaro efit dein da line ) Gon’ 2, Era presungo dat resultant no pode ser lida, pois pra tal ‘etn neces, de acordo com TERESA SERRA, que se verifieasse Uma ‘Sreunstinca exraordindria que justiiasse privlegiar 0 facto, x5 tal Cireunsinciapodendorebatr 0 efito de indicin Esa cieenstnca no Se veifica, plo que se conf a especial consurablldade ov pever- ‘ade indicia; et asim reszado o ipo de calpa do n* 1 do art 132° ‘Se quisermos descrever a especial censualidade de que oft se reves una a6 resposta €possvel: a manifestagho de racismo pre- fentenofato, que eté meso na rigem da sux pic. Nio ha quale {quer outa allemativa para explicagio da especial censuabilldade, tina ver que nada mais no fato ou na pessoa do agente permite afi- mar que oerime & no quadro do oncldio em que consis, um sto parcularmentereprovavelabstraindo do Gio racial gue he suber, & oc mat ie sar a x tion Gio" Gre asecn do S1 ae 12. Noemie de 197. e BMD. 9 se tao ie des? aa um hone vulgar, qu caberamaturalmente no a. 131" to no sig- riiea gue nao deva ser punido por homeo guaitiado, O n° 1 do ar. 152° manda punir comm bomieiio quaifcado o facto homicida ‘rtcado em cicunstincias que revelem especial ceneusbildade e per ‘varsidade, ¢ 9° 2 do mesmo artigo indica que o dio racial & Sus- cepivel de revelar especial censuabilidade ou perversidade, Nada ‘2pona em sus contro. Também segundo o procedimenta indado or Teese Seana se deveré conclu pla quaifiags. F, todavia, por festa forma 0 iio racial no foi indiio da especial gravidade do facto, pois mas crcunstnclas apa no inicow abscluamente nad, Sendo aquilo em que consists, um homiciia praicado por motivos rcios. Na realidade © dio racial no € um indi: & 0 fandamento «a gultieago do facto. 2. Aqui surpem a difiuldes para qualquer constroo que quia fundamentar a qualifiagdo do acto na culpa screscida resltante de uma ate parculamente desta! para com o dicta. Essa atte no existe mete cas O agent, se abstrairmos do homiiioe da tude racist qu exprime, um suetonocmalmente fluo dito. O jie (que proceder& anise do conjnto da personalidad e ds ates do pente nada encontrar, até ao momento em que ¢ paca o crime, senio 0s pronects racas.Natwalmente,o ricitmo € ua aide condenads pela nossa ordem jurica,incompatve om o pnp damental da igualade, que alésenconta refertaca expres no n° 2 do art 13. da Constiuigo, na poibigio da discrminago, nomesda ‘meme, em fang da aga. Mas iso no significa que os individu com sentiments ou aides racists devam ser ar ess rzio, por si vz, ‘seiminados. Os indvidues com opiitesracistasnlo podem ser por esa azo discriminads na pocura de emprego ou ho pagamento de impostos — ou na determinasao da medida da culpa pola pritica de lum qualquer facto ict, como a burla ou 4 falsifiagto de moeda, ‘Acondemaio do acsmo no implica a persepugho dos racists, excepto 8 medida em que quel atu os lve a peatica actos intclerves Eo que acontece, omeadaments, se conviegSes racists levatem & pri cade homies — camo no presente casa” Mas it no sipnitica gue 5 homiidospraticados por racists sto paiculameatecuposos, mas antes que os homidioe com motivaso ita so especialmente repro- ros © pr esse motive slo puidos de forma mais grave. E este jue famenta da gravidade de crimes dagulanatureza que esti expresso a Alina ¢) do n° 2 do art. 132° "A apresentago do Gio racial como revlador de especial cons ‘abide no significa, portant, qu o agent estja por esta forma & ‘ever uma cup agravad, nem gue sea esa cap apavada que san Conada com a quiliicagio do facto. Na reildade, «aitude nega ‘amente valoda do agentes é tomada em consierao a medida em ‘ue lev & pritica de um homieido, e que um homicio patcado Por ese motivo jlgudo deforma paticlarmente sever. Mas com fo no triscendemos o jlgamento do fate. A motivasio racists do ime € tomada em considera por dar corpo a um crime paricule- tent reproviel, Nao € a attade inter do agente qu es a sr ju anda, © muito menos a atiude de deslealdade para com o dito (0 racsmo engoanto atte intern, por repulsive que sj, nto é san condo por le como mo &sancionadn qualquer aide ftena. De ‘uta forma as rms assim enendidas dariam corpo a um Direito Penal da atid, que TERESA Sea tb rejeita C5). Quando a tor fala da culpa como attode intema conréia 20 dito, como © fazem auores come Jescnece Wace (ou, actualmente deforms mais clara, FIGUEIREDO Dias ("), es a eerie, na realidade, 30 jerso de una atitude de lealiade para com o sistema jurgico que ‘emiteexplicaredesculpar ua actago fet, como que tm usar ‘quando o agente pratica um aco por gnorarnio censuravelmente que ilicito, ou quando viola lel apenas por fora de una cicunstanca Tidade exten por que no 6 responsive, com ums stag de eals- tre que o leva procura salvar vida cust de cum. Porous lavas afta ft de nfideldade ao dito qe é pra esesato- Fes objeto dojuza de eulp refete-se apenas, er dia anise, num jzo negative sobre a veifcago de circunsincias em que um cdado| 8 Ee me nf peo ie eet ___ aa leal 20 dito também poderia ser levado prtcar 0 fasio. Como JeSCHECNTWHIGEND tm 0 cuidado de salient, no ex em causa ‘preciaglo do conju da personalidad do agente, mas apenas ds el menos indcados no respectivo tipo de culpa) O rspectvo tipo de cla, neste cas, ser oda alles) do n* 2 doar. 152° Eesti tude, chamemoshe ainda asim, presente mo So racial que vai ser tomada em conta para pronuncar facto mais eensurivel Para este feito nfo énecessrio tomar em considragio qualer auto elemento de attude: 0 do racial yale ors. vale por si Independentemente do que sj, de resto, a atiude de maior ou menor leldade para com © Ait da parte do agente, indviduo com preconecitos rca no & or ets rizio mais ou menos fil ao divio do que o que consider © sexo feminino inferior, do que nfo gosta de policas ou do que nio sta dese lvanar edo de mani. Quaigur deles pode tro als to respito pols normas juris, independentemente de nio concordar ‘com um aspecto ou outro das regras prneipies porque se rege 0 nosso modelo juridico-scial.O io rail vale como atte pat- ‘sth intimament igada& dea de que se trata dew acto taiosro © Aesleal, exprimingo qualidads pessoas censurveis em 8, Tnversamente, as alneas que se esgotam na decrigio de aspects subjectvos do acto io podem ser explicadas apenas com Buse na epro- ‘ago dos sentiments ou qualdadespessais do agente. J4 vim, & opis dos facts motvados par do racial, qe ogee ptendecen- Sura pariculamente ado ano 9 atte do agente como a natureza © significado do aco. Estes no podem Sr defnidos sen em fungto de tum elemento subjectivo, pois ie coisa gue ditingue um homiidio de matureza rail de outro ue no a tem € 0 mv (racial) determi ‘ante prs a formago da vont do ager. Por esta forma recone ‘um elemento de inensd0 para Weniiar um fenémieno que & conde- ido pels suas implicaoes objectvas, O mesma pode ver dito da que aparntemente a mals subjetva das alias, acta linea d) Agu So indicadosdversos mative qu difeilmente poem ser objestivados A avidez, prazer de mata, a satsfago do instinto sexta cutos mot ©) Dio ate Qadri, 2. Taps, ped {©} Maco Past Dio Pon Poe Ege 3 oo or trpes on fits. Aparentemente,o agente € punido de forma par Tcularmente pave devido & censure gue recai sobre estas motvagbes © ‘atte aque dio exprssio. Na validad, inteessa bastante mai © Su significado objetivo. Assim, 2 satsfagio do insinto sexual ni €| fm s mest condenads, mas apenas na medida em que € alana at ‘és de um ato de homicidio. Mesmo assim, no € 0 facto deo agente cr prazer sexual do ato de maar que é censura. A obensHo de fpruer desta forma, poe muito que hororize,nlo pode se ant ces Fade como lamenads. Na edie consti, no uma disposigo que produto de wma mente paticalanmentedissolutae despezivel, as Um tray anénao na personalidad do individ, pertencente ao grupo das por veees ainda denominads peicopatlas. Pode ser consicrada ma forma de enfermidade mental, lie eusceptvel de ttamento psu trico (Se condenamos com patcular veméacia os actos estes indivdoos oo & (melhor, no deve se ela paticlar depravagio gue por vezes € suposta como produto de uma mente especialmente nt-social, mas pelo medo e repulsa que estes fctos ous posi dade da sua verifiagio nor cautam Sahemos que 0 seu autor 6 em imal ov menor gra um homem doen, e canudo o acto contin = fevolar-nos essa rvola que étomada em considera peo leas Tadoe 20 quaifiar o homed praicado com esta motivasio: conde ‘amos oapcie para exprimirarejigo peo ato, & este dtimo, mas {do que persnaidade ov a8 ats do seu aut, que leva 8 quali eas. este ponto de vst a dferenga de natureza ene as diversas al eas parece haters, e 4 dierenciapio corentemente feta ene ci- ‘unsnciasindsiadoras de wespecial censrabildade»c de wespecial perveridade toma-se tito mas fel. O que é perfeitamente tue (0), Quads Rowse Ds fim ga peer inde nel ome to ve per ans ual gun Conn Catven. PSE enna nes nue somal puis a pos ema eee Sec sans clos a 2° sei nc bin ITTF cope we eo sem pavement opine de poste do ‘Shs ch a eee oa ral, se tvermos em consideragfo que esta dupicaso do rio da qu Hcagto do faci mane faa nn nas rae ena san dtimitagso Como sbid, uma e otra expresses tveram a sua eae no at. 112" do Cligo Penal sug. Ee preeito encore redigido em 3 lings, ‘como todas as norms leais daquele pas. A difculdade surge de expresso sada par indir a qualidade nogaiva que leva 3 gualiiea- (80 er diferente de verso pura versio. A expresso usada na verso [Eetminca (verve: rejlivel,condenivel)sugere um jugamento fobre o valor da atade do agente a expresso usada mas verses an- ‘cess eitaliana (respectivamente, perer,perversi:perverso, pores Sida) parcem repose antes Su qualidade inuiaseca. A dis Ting € mais apreate do que rea, pois «pervesidade também € um conceit normativo que exprime un juzo de valor negative. De todo ‘modo, no & dif supor que o ator do Projecto teh setido dif- caldades na escola da expeessio que mais exacamentetaduziria ‘alrag negstiva em causa, Nesta medida, parece-me que a altema- tivaconsurabilidadeperversidade nfo trad tanto daa atts interna iversas cada uma indiida or cireanstincis expects, quanto dass manera de denifcar a mesma relidade. Neste sentido apt, ais, 6 facto de © Cédigo aresentar 0 conjunio das lines do'n.* 2 como Podendo revelar espera censubidae ov perversdde, sm aur ‘alee das anes a una ou ousa das duassuposa akerativas, a omo aie fala de especial censurabildade ou prvesidades, e no de especial censurabilade ou especial perversdades. Tudo leva a ‘re portant, que a duplicago de designates tem por falda abran- {de forma mais completo mesmo fenémeno e no distinguledois Tenimmenos diferentes 4, Por outro ado ainda 0 entendimento de que as circuntincias exer as ras linea se Timita a indciar uma especial cesorabi- lidade que the € externa ¢ parculamene if de sustentar quam a algumas ales. ‘Eo que acomce, nomeadamente, com a actual area j. Conic ere-eo facto do condtor que mata © agate da poticin qu acaba de ‘© amu; ou o do aguid que mata juz que o condenau: ou do aluno| que mata 9 professor que © reprovon, qualquer dos casos abangigo pela alica J} do m2, ni sus act vere, Se, em qualquer dsts| ‘hse, quisos saber que attude items expecilmentecemsurdvl ext ports da qulieago do homicdo, teremos difculdade em encooras| fa resposa, Matar um agente da autordade ou um migisado ov tum profesor nfo pode razauvelmeate ser considerado um facto que contac as convieges ico soias vigentes na nossa sociedad de fora signifiativamente mais grave do gue matar quaguer uta pes sou. Se tetramos 20 feto guasguercircuntincias patcuares que ppuessem levat 1 sua qualifies no quado de outasalineas (por Exemplo, a premeditagio, ov a motivagio por desejo de vingane {quanto motivo trpe) no encontrames nele naa que aponte para special censubilidde ov perversidade, do facto ou 80 seu autor. No {menos consurvel maar, depois de uma aereasio,o utr condor fue ead a empatar 0 trinsito nim ervzamento do que o polci que om um exe mindcioxo dos documentos est a retardaro atomobi- Tis Nio é menos censrivel maar 0 viziho na sequéneia de um Aiferndo sobre a linha de demarcagio ene peéinsristicos do que Imaaro juz que de roo Vzinho. Endo & certamente menos cen- Sve mata 0 director do servigo de pessoal que despede 0 agente dn fmpresa em que tabalava do que malar 9 examinador que 0 reprovou fom determinada disciplina do curso wniversitrio que fequentava Mem qualquer dos eatos, ee absiraimos de ouras ctcunsincias que ‘possam dar urna color pariular 40 evento. Mas s6podemosafr- fat ests indferenciagio de censurabildade enquant abstaios do toor da refed afen j,pois esta determina que 0 acto de maar 0 zene polici,o magisrdo ou 0 examinador€susceptive de reve~ Jar maior censurbiidade ou pervesiade ‘Se quisenmos agora saber em que consi essa especial cenurabi- Tidade ou perversdade encontaraas-emos de novo em dials, ‘Nao Mi quiquer razio para ropor que aqele que mata o apente da poli, o magistrado ov 0 professor, nas creustincis descr, apre- fente uma personalidad, ov wna aude perante 0 dirito 00s valo- tes soci, paiculrente mae censrivels do gue a do autor do homi- iio do outro condutor, do vizinho ow do patrlo. Qualquer dos omits € frto, provavelmente, da iiabilidade, da preisposigho| pur «violencia. qui da fala de respeito pela vida dos outs indiv- adios cp po de ies? w ios ou pel comandos normatvos,cenamente também de cicuns: locas mais ou menos foruitas Mas ndo A craters no facto gue ‘os pennitam dstinguie «priorl a censurabildadeinerent ao homie dio de pessoa dotada de pderes pices comprada com 0 a do hom ‘iio de cidade sem tis atrbits. Ao catréro do homieiio por ‘motives rac. que reebe a sua particular gravidade da condenaclo soci juriica da exerivizag, ainda por cima eriminosa, de pre- cencits rieios, ilo uma mureada valrao pega da faa de eco- idea ds fungoes uj exereeio leva pia do fat, plo menos uma valoragio to nia que justifque a punigo bastante mais svera reservada 90 homiciio quali, Por esse matvo, bem se compreende que Founsbo Diss observe us difcimene se conseguiesdemonstar qe apie do fro as ei- ccnsinciasdeseras na alinea j) evel a especial ensrailidade ou pe- versidade do agente). Mas pr esta forma mo se fz jutiga ee Aadcirafinaidade do lepslador (ou dos legisladoes, sendendo aos acréscimos rgulares de possves vitimas & enumeragio dagela. al ea). orgie ma realidade nio est em causa a especial censrabil- ‘ade do agente, mas do facto por si pratieado, ‘Se quisertmos com: presnder porque ra250 em que temas o homicida praticado sobre !guelas pessoas se reveste de mor ceneurabldade ov perversidade & ecessirio procuar a explanao em cieunstineas que no tem a ver ‘com © modo de ser ou atte itera do agente. A rizio para a insergio da anes ) no n° 2 do art. 132" tem que ter ura expieasio, Na realidade, ess explcagdo ¢ conbecida a aliea foi acrescentada ‘depois de um duplo homiidia conta membros das fxg da orem ‘ue agitou 5 opis pis, Com o seater prot dar 08 agentes da autoriade abrangidos por aque linea uma sensagio de proterio acrescda, e cir na comnidadejuriica a impressio de que tis homo so paiculamente graves. so significa gue a esos ‘censrbilidade do boicidio con as pessoas elencadas na aloe ) resla de qualquer valorao éico-sozial, ou de qualquer outa ponde- ‘ago de valores exterior 8 crag da norms; a especial gravida resulta ©) Come Coinriceme, a. 12963 simplesmente ds cnsagrago lesa. Se o omic das diferentes “agora de pesons indcads ma allen) nas comdges ali previ, ‘Epicularmentecensordvel, & porgu 0 legisiador assim entendew. 'Nio é mito diferente o que acotece com o dxposto nas aliens.) ce gh Eifel vero que evel soe a tude do agente face a0 dito 1 Skcunsuncia de praiar um homicldio, nfo sinho, mas com diss ‘haat pessoas alien); tal como 1 € possivelexpicar em tro (de valeagdo do desmaito pessoal do gente que sja mas censurvel aarp escapar ao cumprimento de ums Tongs pena de piso (a= tea} do que par tar desforgo de una infidelidade cojuzal, Tam tem mos cats preistos nesta alineas no posivel encontrar alguna opel censurailidade no facto alm dagucla que © lessor quis ‘Gtssiminar como tal neindo a eeunstanciaidade em casa no eleaco ns cneunstincis esusceptivls de reelar especial censurabiidade ou perversidads. 5. A-conelusio que dans pode ria & de que a relago entre os fasion descritos nas vias liteas ¢ especial censurbiidae peversiade 6 basta diferente da pressuposta por TERESA SERRA ¢ Felt Jrsprudncia. A constelagdo facial desrita em ca lines no con Ti um indi da especial censurabiliade; & ea prdpiaimtgrante da ensurabiidadeacreseida, No faz sentido pocuaraljuma qualidade ‘Grate do agente que sea apens indicia pelo prenchimento de Sigur day ands esn qualidade é a que esti descrita ma ainea em Guest. Ena ciunstncia desert qu reside ofuntamento da qua Taga do em alguma atte pessoal do agente que pase ser des coberta 8 partied ‘held inicio /cesublidade descr po TERESA SERRA Pes supte que a eesurbiidade em qu se escoraia 0 juan normative de apa sj algo de imate, uma atu ines, desprenida dos fa fovem que se waduzi o crime e que estes apenas revel, que nestes ‘conte expresso. Nao me parece que a poss Ii — duvido que Suma our Ii — 8 cobertira a um conceto de culpa daquel mat ‘ean 0 Cilio Penal associa sempre a presenga ov ausengs de culpa Toenstinisfdetcas conertas. A inexstnca de culpa no a. 35 ‘hal drctamont fgada ao estado de necesidade que faz srg Sita alo depo io de os? ode nei; po a. 33" A agresso ict qu dé cige & pr {urbaglo, med ou sso no censure inimptaiidade i ea de qualger relasdoespsitualpositva ow negativa do agente com as oma voladas, mas da verficagao de anon psiguica que Ihe tira ‘ capscidade de motivagio normativamente conform Tambéa a cen- surabldade de que depende a cups do facto praticado com ala de onseiocia da lita ao € concave atl itr, s vere feapio de um condicionaismo exter, coma & revelao, pelo menos para 0 ero sobre a validade de ordens bierrqucas, pelo art. 37° fara 0 ero sobre nmas que regulam certs sectoes especfcos de stividae pelo a1, seguada alematva do an. 162" E também o que fem meu entender disp oan. 17." (0 que no paso anaisaraul ais detidamente). Tab os artigos da Parte Especial que determinam Aiminuigio da pena devdo 4 menor eulpa do apente — os as. 133°, TMP © 136° — associam a diminuiglo da culpa a circunstncas om elas, sj a compaixio ou o dsespero,reja a motivagso pelo edido <4 viima,seja a influtncia pertrbadora do parto.Mesmo que se ceenda que oat. 132° liga o agravamento da pea 8 um gra superior de culpa — 0 que sera cato nico no Cigo — al gran superior 3 panto se pera fundaraums ate do agente sem substrato mate fia, Sea culpa peo facto se consubstanciar numa mid intema ce srvel do seu autor, esta aude tem que tomar corpo no crime, ena ‘xii apeas como uma guide da pique do eriminoso, Por esta razio, nfo é posivelafrmar como fazem os defencores da dour dos exemplos-pario, que determinagso desta forma de culpa passa ‘los dois nieis da verifiesio de wm indcioe e inexistncia de con ‘eines. Esta culpa, que sera meranentindcads eno contin ‘ada, no tera substncia, nfo assemaria em qualidade resis, ns ape ‘tas no que era possivel descatina sobre a atte itera que tinh ‘encontrado expresso no eine, aitide esa que busta por spars apliagfo de pena mas psada. Esta culpa eres e fgida no eacon- te expresso em qualquer norma penal ¢ seria difcilment compativel ‘om os prinepios que contami tm Dirito Penal demo, ede qual qe forma 3 muito difilmente sera compatvel com tor doa. 152" Parece-me muito prefeivel dizer que & 0 que pacce: a qusicagio ‘emo seu findumentoe a sua condiSo a verfcagto de crcunstincas resis aque a et associa @ moe censuabildade, Estas eicustincias ‘sto indcadas non 2 do a. 132° no so adios, mas pressopos- tos da especial censuabidade ou perversidade m 1. Neste momento possivel pér em divida uma assungio da peneralidade da dutina quanto 4 fundamento da qualifcagSo revista no ar. 132" de que o aravamento da pena se deve a um grat mais ‘vada cul 1 ai fo dieu bse ia dese entecinto, Tendo-seconclido que #6 pode escorase numa concep de culpa ‘ue auzonomize et elemento do facto puivel como juizoespectico de ensura a0 agente, com base diferente da do juag de ite, como ‘sconece com a tera da culpa como ate intra eprovive ov a to- tia di ealpa na formagéo da personalidad tal como desenvlvid por Fovemep0 Diss (). Mas, mesmo adnitindo que aguslasuposigio| ja tericamentedefensivel, seri que traduzadequadamente o fund mento eo fncionament do art. 132°"? ‘0 agumento central usdo pra defender aquca letra & — para lem das observagdes de FIGUEIREDO Dias e de EDUARDO CoRkELA ‘quando a questi foi dscutda na ComistSo Revisor — 0 fact de 0 fn 1322 asocar a qulificagio pesenga de maior censurailidade | peveriade, Estas express so earacterstics de umn juz de culpa, fntende-se, plo éo rau de culpa qu esti em caus. Este agumento Titeral no sbrevive'a wma anise mais cuidada. No ¢ exacio que CCtigo use «expresso ecensuabildade» apenas paras refer culpa Basta consdert 0 n° 3, allca a, do an. 154°, onde a expresso & sada como cldueula de exclusio da tipicidae, para veificar que & nes ples tari € wd para deterinago dace O mais fqve se pode dizer & que a utiizagio da plava, designadament na dloutina e jurispradénea alms, parece apontar para esa univocidade ‘Sto elebes as palavas do acdeio do BGH que akerow a orienta (0,0 Penn ds aa de Conc einem Di Pea. 116 em eitoe a daeae, Cpa Diet Pen p40 Indi dcp ode dar! 233 o tribunal superior alert em muti de falta de conscignca a ii- ‘ge: Culpa © censiabildade» ("). Fos tambem extn a palavra de ‘rdem das terns normativas da cua, como observa Teese Seana CContdo, hi aqui um ma-entendido qu tem que sr desi. A aie- rmapio de que culpa censurbilidade nlo implica de forma algoma ‘qe a inversa também sejaverdadeia:cenurailidae nlo € cess Flameate culpa, Na realidad, a associagao dos conecitoe de culpa € ‘ensrabilidade nunc teve outo objective Sendo o de combate 0 deno- ‘iad conceit psiolpco de cups, segundo o qual estas esgtria numa relagdo enue a mente do agente e 0 facto praticado, Culpa nl nunca pode ser, simplesmente censurabilade, Culpa ser, quanto mit, censurailiade de algo: formasio de vontade no aint plo ‘cumprimento da lei, pra os finalists, atte itera de deslealdade pata com o diet, para boa parte dos autores confsmporinens. De Fpual modo, qundo Wiror artigos do Codigo Penal farm depender 3 culpa da censurailidade, como sconce os as 17° ¢ 33% no et 2 puiiar os concotos de censurabliade e culpa, cao em que as ‘emisdes operas seit totalmente tatoligices: por exemple bilidade da fala de conscitcia dicta depende da corabiidade ssa fala, 0 qu evdentemente nao pode signiiar gue depende de a Tala sr culpor ‘Do mesmo modo, o concito de especial censurbiiddeempre- ‘ue no at 132" no & uma forma de ali &patcular ealpa gue seria lum atebato do acto homicida ou do seu autor o que se quer der & to 56 que o fact &prticad em cireunstineas que o toma parti- culamente rave (podendo tis circnstincias ser identifica par= tir de elementos essencialmente objectives ou do ques revela ser rmotivagio que envoveu 0 facto), Se esa gravidade se traduz num Incremento da culpa oud lice & algo que ter que ser retro, lo do emprego da expressio «censrsbilidaden, mas da natreza das (> Aco 18 de Mao de 1952. BH 2 pp. 19466201 € 86. Ch ter em Wan ar wc Spec p. Se st” Wits nd eva o ei ‘oes de nc tanec ceil ap: oe ness ‘Snubs formato de vont (pT; wa esd (Op cts p 36 ircunstincae que qualficam o facta @ sua selagio com s forma bisa do tipo deerme 2. Chegados agi, enconaros um panorama ttamentedveso do sugerido pea edu do problema ao significado da palvra «censu- Bidaden ‘Como ja vines, as cisunstinias dscns mas vias alness do n* 2 ao aio indicios de algo qu as ulapassa, mas factoes cecil gravidde do facto, Como jf fo rofrdo, nenhuma das al tow fz fefernca algo que poss Se do como mas ov menos reve Tador do rau de eapacidade do agente para se decidir em conformi~ dade com lel. E, embora algunas das alineas possam apootar, em maior ou menor gu, pars elementos de atte difeimene se pode ho descortinarindicages sobre a maior ou menor lela ao diet purr dascrenstncas desta, As aloes c) ea) referem, deta 08 Frecament,sntimentos que podem ser conseradospaticlarment ensurdves de um ponto de vst co eu moral, como a intengso de {haze soffer, de obteralgum eniguecimento através do crime, © motivo ‘orp oa fii Masts elements podem, quando mut, indians que ‘time nl foi praticado por qualquer motivo louvdvel, isto que a0 fi raoo pa julgar iniuida a calpa do agente. De reso, pouco mais fos poem det sobre algo gus poss ser considradorecondutvel & Culp A ststagio do nstinto sexual através do homiidin & conden ‘elt nas & também condenivel a reslugio de problemas domésics Inravés do bomicidio, Se dssrmos que que rece ao homiio para resolver confit familiar sido como dam eiesolivl se contra posivelmente numa stag de culpa diminida, no adn ‘emos mut, pois quem recone a9 homo para satstazero insti ‘Sexul poe iguaimente estar a vver um drama intro de grandes pro- pogbey, provavlmene ptenciado por alguma forma de distrbio mes Tal A dnca conclsio que s© pode rete a prov que 0 homiidio fe atureza sexual 6 vst pla generalidade das pessoas como algo de patculameate repugnant, até porque condcionado por impulsos © nvimentos que © cidadio comum nfo seats e nfo pole comprecnder| ‘ue também por esse mrsivo exscra. Isto pode expica a azo part pun de forma particulate rave o homicidio praticado nests cit- anstincas: a confinya da comunidade a tla da vida € particule mente ablada por eines que conrstam violentamente com a expe- flaca es convoy gerald qo so mates andes ova gue & si ‘il esse. Ea monstroosdad do facto que est asec puna mais intnsamente por esta forma, porque a menstusidade causa mas lame do gue o crime «banal». Naualmente, estas sio consderagbes que pouco tm a ver com ocentendimeno d cups como ulgamento dat ode sil ao direito do agente. Podem sr melhor explieadss do pono evista da culpa como eri de realizaglo de uma fungio preventiva ‘as sages peanie (°), Ma esta costugio doutinia consul esen- ‘falmente uma pespectiva de explicagio do into jrdeo-penal da ‘pa, eno um ettrio de dsigdo em relago i ilciude — de um erpoctiva felons como a referida também as nomas que def- ‘ema ictde peal tm wma fang preventv, 3. Mas as consieragdes efecuadas Sobre o significado de cada uma das alines poem se nterretadas nou Soa, Se mls das Slneas recomemn & motivagio do agente para delimiaro significado foci do facto, acabam poe spresontar a mesma estrtura que atras Ciremstncaeepontads no Cio Penal, ms ago pra piilegiar 0 homiido (Dee pooto de vista, a compreensivel emogio vielen (1 alteration do art 133 representa o oposto de, pelo menos, algu- ‘nas formas de premdtagioreferidas o alien |) do m*2do a. 152° #E possvel,comparando ets noma, etabelecer ur escala de esados de agiago de gue a efieza de Simo & um dos polos, edo 0 Ouro ‘conto pel sro violet; un estado de espit intemtio cox- responders ao homictio simples. A ser seguido et acacia, serseia levado a pensar que eta gradusgo coresponderia a um entendimento| unio das lags ete extadoemocional eeu, pelo que no hve fit rio para consderar que no caso dn agravago esaia em causa ‘iciude, quando € entendimento uname que no homicdiopevile- sn) OWS Fetch i Hl p86 ks, Sec 11 1st nano viene onc, a indo 6 « culpa que etm questo. O mesmo rcicinio peri sr ‘Efectuado quanto is velages entre a ntngio de causa sorimento das eas c)€.d) done 2 do an. 132° ea compaindo do an. 133", do Thotve twee ou fil que qualificao facto edo motivo de elevante "alr socal ou moral quo pivilega “A camparagio cote o&fundaments eos tems da qualiiegSo © privilepiamento do fomiciio parece demonst assim, uma ina d= aria com algumia coninidade ene os eas0s mais graves, it~ Todos Chomiido simples) © menos raves de homie. Isto parece Tovar pensar que buna mest forma de encarar a pravidde reaiva dd homiciio mn deterninagio da moldura da pena particulate as ‘dau partcularmentesfenuada, Poti, este raciolnioencoota 0s eo Knites quando procuramos colocar estas varagbes no qudo das arias da ite ou dt capa que nos & dado pel Pate Geral do ‘Gotigo Penal. A rea do art. 133° parece vir no profongameno de “sas tegas da Pane Geile determina aexclsio ou tena da ona em stnagées gue so caracterizadas como de exclsto da clpa ou forte atnuagio. £0 que acontece no estado de necesidae des ‘lpate que prevé. em situages de conte, a excluso da clpa ov {enor ei io © digs expresses) a sua minis, que pods var 1 Henuagio especial da pena ou 2 sua dispenss. Do mesmo modo, 0 txceo de lela defessprevé a excluslo ou atenuagio da pena em ‘aso de respostaexcesva a agresio ict. O homiciioprivlegiado ‘Got 133" surge de eeto modo come o prolongamento desta norma, fo pevér wma atenuaylo noe trmos al xados parasites que, 8 incu ver so, nito de iexiibdad, mas deexghbiliae out dimi- rua (1) Rata parece ats. 134° © 136°, a Unica noon da Pare special rave A diminuigo da culpa (senda as fens integri- fade isin pelo a. 147. E guastonivel se ose lgar mais adoquado fio seria a Pate Geral, até porgu algumas das suas previses bem poor, muzais mutandis, se aplicaas a ours tpos de erimes ‘Em conraartida, nada de semlhanteacortce com © homiciio Nee ein sn omen tid (RPCE 200,192 © reo Ds Cena Conabcoe a 18% 8 1 ualficado, A Pate Gaal do Céigo Penal no prevé qualquer ag ‘ment da pena em fungso da culpa Ne read, u Pte etl ho reve user agravameno dt pena para alm do limite previo po ‘de erime, se exceptuarmes 0 regime da reincidéncia (que, de qualquer ‘modo, prevé apenas © aumento do minimo da pena aplicével) ‘A qusifiaglo previa para o homeo 36 encontapaalelo em egras| ta Parte Especial eativas a outros ips incriminadores. A ser enter {ido no sentido aponado, oat 132" constiuisa caso nico no Cédigo| de pens aplicdveltransender a fia no tipo de eine. 4 Hi uma outra possbildade de entender a relagdo entre os sits. BLE, 132° © 133° come normas qe previ dferenes molds ‘emis em fang dediferencas de clp, sem fogararega geal de que {ieenga de culpa podem evar & diminuigho da pena, no ao seu incte- mento. Sera ade inverter a posigaoIipca dos ats. 13L"e 132" em lugar de afirmar que 0 at 131." consti o tipo base, prevendo 0 a 152" a qualifeagso em fang de una eu acres, ctender ates ‘art, 132° camo o tipo base, que prev ok easos do eulpa plna, con ten os ans. 131" € 133" casos, respectivamente, de diminigio © de forte diminugSo da culpa. Ao fim e 20 cabo, do ponto de vista da gin dentin, € inifereme o an. 131." determine que squem matt ‘tra pessou € pido com pena de prisio de 8 2 16 anos» ou diet ‘sqm matar otra pests, fora de cicunsncias que revel especial ‘ensrabildde on perversiade, € punido com pena de piso de 8a 16| anos», pos esta segunda formulago resula necessriamente do eo0- fronts dagele com oar. 132" Seri, por eta forms, possvel arr ‘que 4 diferenga de ena ene os dois atgos decor de um diveso| fra de culp, sem sacifiio do prinepio de que @ medida da pena & Atceminad no tipo incriminador. "Mas uma letra deste tipo #6 via, parece-me,revearaprincipal Ainculdade que dettontam 25 constugbes que prtendem explicar 0 ft 1322 através de um aumento da culpa em relago ao tpo base do (©) te Rounsoo Dus, Dio Penal Pong Fae Gea I Ae Con seovesureso Crime, Cai quan | Esl Notas, 153 4 2 an. 13L® Como i fo referido mais de uma vez, 2 exclusto da culpa Srgs sempre ligada a cicunsincas contetas, que so assim a base Inari do juin de cul dimingn ov nexistnt Se considerarmos ‘vias casas de exclsto da cup em seni lato) consagradas 00 {Codigo Pena, vemos que respeitam a cucunstncias muito spares, mmas que tfm win elemento em comum. As cicunstincias a que ae penal associa a exchisio da culpa sorgem sempre com alguma frm {Ee osticlo a concretizagio do juzo de censurarsulante da tipifien- fo da condsta. Eras cireustcias podem respeitar 2 uma consela- {ode facosinvulgar que ponba em causa arazoabildade de exigir 20 Agente que cumpra a nor penalmente censure, como ao estado de neces; de ditculdades particulars no acess o conhecimento da Tei aplicivel, pmo na faa de conscdaca da iad nio cenurivel, on de anomaiaprguca que mpeg o agente de comprecndcr 0 sigi- * Ficado sociale jurica dos seus acos. Em qualquer destes casos ver- fica-se um estado de coisas diferente do suposto como normal pelo fegilaor ao exabelese 4 incriminacio,sucletement ferent para permit far que no se jsifica agra mane o ji de censua ela putica do fat, ov elo menos que esa censua deve ser signifiai- Namecte mais banda do que «qe resulta da prtca do facto sem ‘ualger obsticul.Note-se de pasagem, sem que sea posivel dese ‘Volver mais esta iia, que por esta forma as causas de excluslo da Culpa so sinicativamenteaproximadas ds casas de exclsio dai ‘ide, bem mais do que ésuposto pa acta ina gid de separa fete cite e culpa que € ragada pela doutina. "Ao regressar ap hamid, eacontrams anda este quadro no que toca ao hortsiioprivlegiado. O que mata por compaixio ou deses- po encontepeants una stag de vida especial, que orga arever| fiz de cena que cae a homicide considera o fat bem mais trandamets. Mesmo a emoeio vilena no funciona por si x6 camo stenuante, send necesirio que sea comprecnsivel esr em cre tdncias que tomem menos exigivel a mivag conforme ao dria, 0 gue lel exprime através da exigécia de que se verique uma dim igo seasivel da culpa. ‘io é todavia, uma stuapo comparivel qu “nconiamos na relgdo ete tipo hii e tipo qulieado, pois nfo & 1 sug de moivayo sno que encontames no art. 132 2 que se conaprn sito sano revit no a. 151 No é cer ‘amen pose! fear qo sto noma ona em cos to nrniar cond sj dea vin er scene 0 dscendne do agente, ou deo crime sor peatcad tans de tort, po os sector Mais aberrant ers afar uo aqele gue mat un ds. enecid, nd ua veneno eo conta com a colberaglo deca ‘es ent «actar num qudro de ceanancas eect goe jin ‘eds moda dda de pe apictel sos asso norma. [io ecm cabs qunlguer ear vats, mi «sings conta de que quem mat fra ds eciges dss no m2 2 do at 152° m0 esis pear o facto em ceartaciasinvulares que jostifquem tratslo menos vermente. Agile que mits oto esontneament, ‘0b um impel de mame, mo xs posse a demonstaro pt {utr espe pl vila banana sido a0 co Go Homi fe ri, momante ao excita um fat placid atone; mt io implica certamente que sao dva tr comderado menos fave pois pratado em ckcustinis experi logo porter de Chip minus.” No hi cheusnla capcie gue fvem a ever a abrandar a cenuranormalmente penente sob 0 com dos homicide iso sim. a aunca dat cirunsténis que pemitam sizer que este omic ai para além do que considerames sc ut caso pardigmsico de Homi — 6 des um sre bastante grave, tem entonddo ‘A relgio ent tp tase do art Le tip quliicdo do an. 152" pe taste mas pausivelmente ser expliada pla dif reag de gravida ete as conte descr Eta dfrengs& a infor at qinieagaes que encontamos em aos cts tps da Pate Especial c que mut equate bea em erensticat ‘mon eos inas que quliear homie Eo que aon. tee, pr exemplo, com a gulifcaio dt cog et fungio Jo ex Ci de figs pics ou deexteo de cargo de aoriade (al tea ) don Ido an 155" rneteexpessamente pare aline ) do 1° 2 doar 132°, send ands ann) dagulepacelto int 8 ana} deste); com a qulicagia do abuso seal Je mens depen ents em funio da nego Inraiva (at. 173% n° 3) om a qual feago ds crimes conta berdade sen em gt plarelgode 2 scenes ¢ descndsin entre autor ¢wtinn (an. 177". ae a a) com a qualificaga do furto em fungi de especial debiidade (Se via (ar 204°, 0° I, alla d) Em nenhuma estas normas| fe lvamam dvida de gue a qualificago se deve & maie gravida do facto pr compario com oo bse que encena comespodéncia am | tipo de cme especial com a previsio de uma pena mais pesada. Nio ht qualger rao prs entender que o mesmo no steed também com oan 2 Ww 1. Regressemos agora ao problema de gue se pari pra estas com -sideragses computa doar. 132" com o principio da esl Fagor posivel conclu que a remisio do agravamento da pena para ‘campo da culpa nio constitu oma resposta adoquadaAguela questo. O art 1322 consti um tipo incrminader, especial em relagio 20 fre 151, «que coresponde uma pena sensvlmente agra Nio hi ois qualquer tazio pura afirmar que aquelaineriminagio nfo esta Paci a princpi da tipcidade, eA imposigio consucional da dlr gh clara da mara incriminada. slo que surem com mais ost tr dvds de que uma efurla de conte to indcterinado como & {du cemurbdade ou perversidade posa suisfzerexgtnias minima {dz cenera. Acmumerag contida no n* 2 nfo pode afastar esta oboe ‘Go, ps que € pont exprssamente como uma enueragioexem- Fhifcuva, pelo que seria sempre posivelalargar a qualifeago a cit- Dinstincia no expressamente previstas em qualquer das alineas eMpostiidade de que a jursprodéncia jf em feo wo (©). "We fram, porém, tas tenativas para salapuardar 2 coaformi- dade do at 132" com o principio da legldad, argumentando apenas {pari da sua esrtra. A formlagio mais detathade deste arguento ‘Efpresentad, de novo, por THUESA Setaa. Esta autora conerda com S obser de que en? Le 0 n° 2 do ar. 132°, isoladamente con (0) fe Rams Dus, Comers Counce, 132,85, BE Indio dpa ps de eso? Pa Sderaes, dice sista as exigtncas de ceneza que se impiem 3s moras incriminatrias. Porm, dos ndmeros alo pode sr ido sem 0 outro, pelo que a vaguidade da formula especial censurabil ade u pevetsidade» seria compensada pela enumeragio dom 2: est, tas do gue indcar um conjunt de cit em que se pode haver lugar 8 quaifeaso, constitu um eonjnto com uma ida de sentido, que peemtria detimiar com um razoivel grade ceteza o que s entende Por especialmente censurvel ou perverso. Reflxaments, 2 atureza ‘xemplifcatva da peobigto no contariaria o principio da taxativi- ‘ade das norma ineriminadors, pois qualquer iso nfo expessamente previsto em qualquer das alises s6 podria er includ peo inepete rm medida em que noe fesse posivelencontar especial censrail ‘ade ov perveidade,cogretizada pelo exame das cracterisicescomuns| as virias alineas que exemplificm agetes conics), su solgo sera, lve, procedet, se encotassecomespondéacia tet das vrs alineas do n*2 doa. 1322 Mas no €o que acon- tece. Por muito que as alieas possum ter sido inicilmenteconebidas ‘como exemplor pa, a verdad € que as sugbes regula ¢ 0 desvalor| ‘ue hes et subjacent foram sempre demas diptes prs peitie ‘oconrar un crentasso de conju spar dn gil fosse pose deter tinar quis as caractersticascomun, que tapos consunesapeseram as divers cicunstacs enutcadas. Algunas ales espeiam ao modo de ‘ometmento, ous 20s motives do agente, owas & sun rela com a vim. Cerasalieas aorta mesmo para stuagies de evo © natrea ieee (redango original da alle ilar veneno 08 meio ques tad ma prt de crime de pergo cou); caasinseem fc de ge dade divers (alinen ) acu ter em via prepare cu encobrir cuto ime); owas so de rele mais ou menos enigmiticn, o abedecem rds de comsiderages stn frets dae que presidium incluso crs anes (lea pric o ao jute com plo mene ais as pessoas: line, pratcaro facto eorra mambo de xg de robe: ra, avogado, dosnt ov examina.) (0) Tse Sin pop. IG ¢ 121. ¢ 48 Nom seid, Rus tm Ds. Comentiris Cini, 152.9 5 2. Os problemas que an sugido a aplicagSo do at. 137 reves tam que zag das diverse alineas emo padres que crest a Tecjultp de cacn no provisos se revela dic owinconvincets, Con wep ove cao de um agente pola que, 20 deve una area ourum indviduo que se rota a obedecer a uma ordem por 2 cons ‘low ogi, empunha a sun arma de secvigo e 0 mata. Se enten- ‘ftmor gue este homieiio & pariolarmente grave pelo que representa Sr epotnca, ela meds em gue pe em caus confine da POR ftylo nas forges da orem, inerrogar-nos-emos:cabe no art. 132°? ‘Cora reduc que precetatinha até 1998, no. No se veificava (Guages relag familar ou uso de tortura a mtivagio do agente wo Mieinads que a desacasse ou pronase das deserts em virias al ne po ft ido veeno, no foi paticado ere de pig comum, vae'houve premeditagio, a vtima nfo desempentava qulgucr eaFE0 ‘bi, Esta iexstncia de pnts de conc fitcs prolong na Tata de ume Siaidade comm ente uma ou vias alieas¢a final (de us pein bpunigo dst facto como homiviio qualified ‘Rproseglo da confianga no cumprimento das suas fangs pelos fa AiRitceparclarmente as fort da ordem (momente conta factos elentos pratcados por quem os devia evi) nilo encontarefexo em ‘Qonguer da aliens em vigor alé & Reforma de 1998. © que € nate sain patente que na elaboracdo do artigo fram tomas em conside- ‘Rao une pours de casos qu. Ar vezes alé po trai ram eons- ‘aos mus paves uidade a leans fol pccuradaem tomo de ex line, plo que o too sugiv mais como um coleelo spar do que ‘oo cenjunt de sniomas de algo gue os wanscendese, Este fact foi

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