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Vu FILEBO e “a vida feliz” al Latador e dramaturgo. Se é verdade 0 que Didgenes Laércio diz sobre Platio ~ e no ha argumento que testemunhe 0 contririo.. 0 filésofo participou de ‘uma competicdo de luta nos Jogos fstmicos e iniciou avida escrevendo versos, por certo, mas também ta ‘sédias, Sustento que sua formagio inicial de lutador € seu tropismo pelo teatro nio o deixam durante seu tempo de magistério na Academia, E que, por conse guinte, freqiientemente ele escreve seus diilogos como homem de palco e pensa como lutador, apesar a opiniio da tradicio que Ihe é conferida Seus didlogos, de fato, ajustam-se sem dificuldade a encenagio, Os cenirios reduzidos a0 minimo, a cio quase inexistente, os personagens transforma dos em portasozes de uma tese simples, até mesmo simplist, um endossando 0 papel do bom ~ quase tempre Sécrates =, os outros o dos maus, o bem 143 SOLEMICA FILEBO. caivos FEA rarer? Ede Protarco? A historia das idéias nio intl fond bre 002 op Protavcot cried epee POT o.Frerva o nome desses dois, a0 contrario de outros ramat Be ntemporaneos. ine ialogos. Segundo a etimologia, Filebo designa nc les coo aia de que Patio pen note gona de jovens, © Protarco, o chee, que go- Mantende ganado pelo modo agOnIco € re oa fh ironia de Platio manifestse claramente na como Pema mat jogador animado pela preo- Tein desses dois nomes de batismo, pois um di ge como poems as tanto mais faces porque cle ape 20 didlogo, por certo, mas aparece uma vez ome dizer que vai desaparecer imediatamente: -cupagao de ganl abe a ent compre ae no nos indagacs save Foe maito aquém de sua medida para tanto a0 outro, vai desabando ao longo da conver- Atom Sécrates € mostra menos um temperamento a insignificante. smos as precancies ae teers de crates, seu emo tester de guia do que uma natur sein concitualparasempre. Filebo © Protarco, ‘lebo parte para iratrs dos meninos? Nesse caso, ee senem de aco de pancida com qu cle merece a qualidade de hedonista ao preterit acio muito pouca sels jubilosa & conversa sobre o prazer... Protarco trava ‘Swi desenfreadament, Gocom foto hedonisas dignos desse nome Tnformados dessas precaucOestites, seria provcity so anarmes sobre Girgas, Protigoras € outrossofic tas umothar diferente; 0 mesmo vale para Alcibiades ao, para Sxrates,confiscado por Plato em to dbvascireunstincias A distincia entre a figura hist rica real e aquilo que, de acordo com Delewe. camara de psonagem concitual most funderainsondivel. A auséncia de detalhes soi este ovaguele eva a rer que 0 filbsofo da Aca pofesa paras de evangelho: tomemos antes 01 vesismo platnico por uma cortina de fumaca no«ist preender o siléncio de Protarco assistindo a uma aula pontificante, em forma de demonstracio de forca verbal formal e de eficiia sofistica Beato, tolo, bobo e silencioso, Protarco deve tam bbém compor com a defesa ~ virtual! ~ de uma tese redutora e caricatural. Ele encama 0 imperativo ca- tegorico hedonista: o prazer identificase com 0 bem. De modo que ele depie a favor da vida feliz. 0 prazer aparece como algo diferente da supressio ou do desaparecimento da dor. Segundo Filebo, 0 pra- er nao € negativo, com base no modelo explorado mais tarde por Epicuro, mas postivo: supe a busca ativa das satisfacdes e a construcio do jibilo. O sobe rano bem, o bom e o prazer avangam identiicados ¢ identficiveis Por que razdes, em vez de discutir essa tese, Scra- tes, empregado em cena por Platio, caricaturiza a opgio hedonista para se contentar, de maneira muito esperada e habitual por parte dos antihedonistas, «em invocar os animais, figuras emblemticas do goz0 sem conscigncia, bruto e brutal, bestial, instintivo, 47 SAIVOS PELA POLEMICA, namano? Um partdatio do ideal aseéticg, cue alr em prazes, lembra os animal hei, os base os csas,comforme recy rt dogo. Quem entre 0s flésoion nn vir Antguidade, contemporsineos le p"* Teresa cle, defend ess tese do cig ma qualfcar a exceléncia do g010? Ninga™ fae atic to! ia dos textos ea consideracio de argumenios desse nome. leit ignoy 3 Para além da caricatura, Platao exagera, e sabe diy so, Boxeador, lutador e polemista de mite. tun aqui como em outros lugares ele caricatura posivne, filoséicas que conhece para evitar critici-is sen, mente, e nio dé chance aos interlocutores de delen der realmente sua posicio. Probidade inteler at: Que sea, para 0s outros... Pois Plato conhece Ars tipo de Cirene, para falar apenas dele. Sua perfdia depde contra ele, pois, como vimos, no Hon cle menciona 0 nome do filésofo para assinalar sis: séncia ao lado de Sécrates e sua presenca em gins que nio era longe ~ portanto, poderia ter esialo presente sem problemas... E, por ocasiio de una Viagem & Cirenaica, Plato certamente cruzou com Aristipo ou com os dele. Seja como for, na c Dionisio de Siracusa onde o autor da Republics gina um reifilésofo a seu gosto ~, 0 filésofo hed {© 0 antigo esportista trocam muitos ditos ¢ gr J0sasperos! Sabe-se que eles se conhecem. Como podem os homens evitar as teses et ti contexto como esse? Um didlogo dedicado exclis 148, OT Seer a os identificar o hedonista emblematico com Ferniico? Por que Na0 Arisipo em lugar de File- 2 oe cde Parra Cone ov Fristrieas comprovadamentealstadas na tea FE ame era a servo o materialist e Aristipo o hedonisa, ae andes inimigos te6ricos de Platio, nao fig eis Br hugar algum na obra como interlocutores& aluigerrados nessa caricatura, esses hedonistas de oilha -Filebo ¢ Protarco ~ nio merecem ui se redo de trabalho, evidentemente.. Se sio obriga seea endossar a censura por celebrar o animal emo modelo filosfico; se s4o obrigados a perma secer mudos diante da habilidade daléicaeretorci- fade seu interlocutor encarregado de seus mais be Jesadornos em cena; se servem apenas para fazer tir ausorrir o espectador, leitor dodidlogo; se oxcilam tare a ausencia, identificivel com a covardia, a e- usa A luta,a imbecilidade crassa, a impericia inte Ieenmal, como dedicar ainda uma parcela de tempo.a ceraminar seu caso? 4 Panfeto com traje de cena. © Filsbo parece wm pan fleto vestido com traje de cena. Nada mais do que iso, Pois as teses cirenaicas merecem uma anilise, uma critica, um exame digno desse nome. O corpus arisipiano permite, de fato, confrontos sobre as de- finigdes de prazer, por certo, mas também sobre 0 método ~ a cenografia do gesto ou a do verbo -, 0 149 SALVOS PELA POLEMIC FILEBO, conhecimento ~ sensual ou intelectual - seu contraditor fantoche e evitar a ar- do real - material ou imaterial -, os fing ig 8s yemmativa 3 Tada por ele: assim, opta por uma ter amigo ou inimigo —, 0 dualismo ~verdage ¢°"P~ Nia gn da Filosofia do prazer tem interes, a intersubjetividade ~ celibataria ou coma gi "~ we Par fazer crer que conhece esse nico mestre politica ~ recusar ou apoiar o poder Ho, a medida, 0 calculo € o equilibrio? © Oultras gy i arazao, i" thes sobre a8 quals Patio © Arstipa pros A ignore Fmeuer sem a memoria ea inelgencia, mundos irredutiveis, PBEM dajy ‘Uma vi ranalise que o permitam é letra morta ee CE er dea ‘aver navios! S6 sobre o prazer seria possivel travar van é sio realmente, e de maneira profunda, Qa | pprtarco do dialogo, aids, leva a crer que ela aconternrs Cd vio. Platio manda Sécrates dizer que ha daa nu de existéncia, fazendo entio Protarco, con nts por Filebo, prenderse na armadilha de wins y ‘cio estreita do hedonismo: uma vida de pra, eo ces ponte: ua a de pre duzir a questio a esse maniqueismo pritico poe var avant o debate ~o1r melhor, pare asses terlocutor -, Protarco vé-se obrigado que nio lhe pertencem. dado rs de um bode expiatério. Contririo a vedo que implica a escolha entre das im- ehaades (uma vida de prazer sem reflexio, poms vida de reflexaio sem prazer) um heconista dig- umaige nome, um verdadeiro adversirio de Pio, wo escena filos6fica real € nao tnucada,recusaria © numyquefmo, descararia 0 dualismo redutor re Depois de opor esses dois géneros de vida dee madara para si esea opcao ce uma terceira va gar o primeiro a seu interlocutor, Sécrates vira as Mo deixaria sua idéia ser roubada vendo escapulir 0 tuacio recusando a altemativa, mas apenas por on Moto, wocista e fanfarrao:travaria discussbes sobre conta Pois ele procura um terceiro gencio te vi SS partes respectivas a serem deixadas a0 prazer que recusa a oposicao entre prazer¢ rellexav ess tuna vida de rellexio eviceersa; dissertaria sobre Poe a mistura, depois confessa sua preferéncs pr os prazeres que impedem a reflexao, os que nascem de constatar sua adesdo completa. A formulacio des «géncia; nio oporia, como Sécrates, os prazeres bons, sa aliernativa obriga 0 fildsofo hedonista a deienie relacionados & alma, 20 infinito, a0 ilimitado, aos a tese de uma vida de prazer que exclu tod tele prazcres maus, associados a0 corpo, a0 finito, a0 Tk xo ~ armadilha eficaz¢ temivel, na qual 0 aves mitado; impediria a remissio sistemdtica do hedo- rio ea, evidentemente namo aos galinheiros e estabulos. Dominando a situacio € conduzindo sew inet ‘Autor de uma série de livros, de diatribes, de chries cutor por onde quer, 6 resta a Sécrates abandons consagradas& virude, a educagio, a Sécrates, for uma pos a vestir coups 150 151 SALVOSPELA POLEMICA na, ans exilados, 208 ndufFagOs, eC, acase Ay, ee a andl py tena onsagrado tanto 1€MpO A analise, jyeq el” term cmsamento € 20 intelecto Se Conclufse wy” 20 Pema excelencia de uma vida de gray He tastemitico, 4inamico © posit Prado sobre as modalidades do ane ane Ferpecivsme ¢ relavismo ~, debrucado yo? Pe da aparéncia e da verdade ~ subjetividaie ter valdade ~ se considerasse 0 porco um css ético? Nao creo.» Iinpedindo os hedonistas de defenderem sia, atibuindodhes uma inconsisténcia tebrica y pra aMhcaturandoos, encerrandoos em armaciiien tGrias produzidas sob medida, nao reconhecent, ce oe aca © 2 galdade tne Ss interiocutores,reduzindo-s a personage fulos,sando soistcarias claboradas pars uy. ty Seadase ganas de antemio, Platio most bem diferentes das que a tradicio relata. Aquele ne queria queimar as obras de Demécrito penance dim isentarse de um confronto com as teses« von elusbes do materiaismo abderitano procede cla ine tno modo com os hedonistas cirenaicos. O lita tscolhe seus adversirios entre os fracotes ~ pers. gens conceituais do dislogo ~ para evitar encontes om armas iguais um concorrente de sua citexori Aristipo de Cirene. A recusa do combate ta fala de probidade. O espancamento de um bocle eso trio ndo pode substituir devidamente um combate Patio € eximio nas reconstituigdes de sua lara, em cena, com esbirros esicarios a seu servico. Un lo mem de eatro, outro, o ira mais tarde: vencno ‘perio triunfamos sem giéria ites Feiciey 152 IX EUDOXIO ¢ “0 objeto de desejo para todos” 1 Um discipulo heterodox de Platéo. Alguns imagi que o ilebo de Patio esconda menos Arstipo de C- ie e as teses cirenaicas do que Eudéxio de Cnido (695-8432/408-356 a.C.) e stias opcdes hedonistas, Faltam provas para identificar verdadeiramente € cam certeza interlocutor visado por Patio. Além dis so, talvez 0 personagem conceitual esconda uma mis- turaabrangendo uma sintese das posicdes hedonistas que preocupam os espiritos na Atenas da época... 0 mais engracado € que Eud6xio € tido por amigo, cis- cipulo de Platio... Examinemos mais de perto Eudéxio encontra primeiro os sofistas, jé que nin quém pode evitilos na Grécia, onde mobilizam mul- tidées € nao passam despercebidos. Pobre, originario de Cnido, na Asia Menor, Eudoxio faza viagem para encontrar filésofos. Demasiado carente para morar na cidade, alojase no Pireu e vem todos os dias a 153 _—_—_ SANOSPELA POLERHC Me Protigony 00s Pridico,. (Qn de alguns 00 ies ee ae met ia. a es cists yy Hho exo em tempo para mea po ents ous, 28 diatribes profe suntos dod, terra um sib cOnstNA, depo di uaa gi €exini em un Tncro comes Frstpox matemieasastronotnia, polities ken eecneicina, engenbara, Imbativel em nine, Sears em grandezasincomensurives, tan, {mm autridade em matéria de monimento tno {eps deer inventado nstrmenton de medio Cdl que he permitem dar razio aon angina terco do Tine de Patio sobre as relics en plantas Vsjando ao redor do mundo, iv anon Feige como gedgrao, pensa como etn ey Como homer que tem euionidae por tu, Seu pensamento procede cle uth timer it mente considerivel de influgncias, A Escola yu abre fase a0 materialismo demo ino renegar a cosmogonia dicipuloproblematco que ele foi para Plat ls a chefe de bando! As relagdes entre os dois pss por alse baixos. No inicio, Plato no di Tt Xoo lugar que est julga merecer na Acaeinis pois de seu pérplo pelo Oriente, once enc 9 Fara, Eudoxo torn uma fig fae! Pensamentoateniense. Plato The dt pe de cle chegar a dirigr «Escola enguant os epic venta converter Dionisio de fla onde cle se bate com Arstipo de Citee lost. Ants de ser vendo como e0 neo pigamento por seu lense! 19 Sem po 154 EUDOXIO ex Platio tena se convencido do talento de ut quando, de volts ds viagem 20 Fat, ck fama ligho ~ de geometria, mas também uma lc eu ana... ~ensinandothe como distribu una io mpjeia em semicrculo mum banguete. Falta ase da anedot, mas ninguém dua de que 0 der astato Bumilhow 0 pensadorinsalad em aperba, anes de se tora um ala mas it sia amigo do que como adversirio ot inimigo, Da fers depend eco da Acne. eps Um platonico hedonista! Platdnico e hedonista! A merece atencio... Evidentemente, 0 plato- hismo de Eudéxio nio pode ser ortodoxo: nio hi dualismo maniqueista, nao ha dio a0 corpo acom- panhado de celebracio da alma, nio hi paixio pela pulsio de morte, nio ha desconsideracio da carne sensual, mas uma posicao ontolbgica e metaisica em ruptura, O que se sabe cle essential para compreen- der a articulacio dessas duas opcdes filoséticas a priori contradit6rias consiste na negacio por Eudo- xio da separacio entre um mundo sensivel € um mundo inteligivel Para o filésofo hedonista, a Forma € imanente is coisas sensfveis. Ela nao reside fora de sua material dade, mas nela. Nao ha nenhuma participacio do nteligivel celeste, nenhuma de ha matéria, nenhuma transcen- Aéncia dos prineipios geneal6gicos, mas wma leit que avanca um passo na direcio de Arisiteles. Pois 155 NS SAVUSPHAPOLEME eva a Sta no FeHEENTA 8 ony met come qualidade potencial «ty a Rego simplemente eS) OPO MELA unio restau a realidad Ede assim, pode instal st ma base digna dese nome. Fino, seni de espantr que as LeSeS hedlonigua, Eudosio de Chido seam conhe : uma li mente de Atistoteles? of fa nie dedicon Tongos desenvolsimentor ag pea Skgumnaslinhas na Metafsica (B. 1.996, 99) PA" mnais na Ratrica (LL 1970. A. 172. B.). Ey ge partda, cxreven em Elica nicomagueia matcroe Freio da qual é possivel comhecer as porigdes yn discipulo heterodoxo de Platio. sob torma ae tuo teses em suma bastante simples, sec; pouco desenvolvidas. ‘A posteridade reteve de Eudtéxio seu temperiney, tw comedido. De modo que os leitores de Aion, evitam considerar stat apologia ao hedonisine sa defesa pro domo. Como sua sinceridade satus a on) favor, alguns Ieem em sua defesa desinteressi a prazer identficivel com 0 soberano bess tna pron, da validade dessa proposicio. De fato, nada peti encontrar na biografia do fildsofo algo quue desilyn seu pensamento: nao ha travestismo de mulher, nix ha perfume na agora, nao ha farras extravagantes um platonico apresentavel as familias. ier Mates, des a 3 ‘Magro butim na escarcela filosifica. Estas sio, enti. as quatro breves teses hedonistas de Eudoxio: 0 pr zer é um bem, pois todos os ser 156 FUDOXIO, ve lade Men net repuborescafecciesascrem einge eeeegui feu conti, © paver, eum bea Bum fim em si vale por si mesmo povrsidade cle umn objeto associado pars merecne wg g0 SEU eNCOMIT enim. proce e aif a uma atividadle justa ou comedida que tose ia bem ras desejvel, uma ver que o er Seaumentado por si mesmo, o prazer ¢ re Ambem, Ai esta, € i880... estamente, seria conveniente haver um desen ohamento, explicagdes, andlises, comentvion fey pe aaamiare aiqcslogs us peasants rege Sspin a fagmentos menores do que cows pos parece dificil reconstituir uma posicio hedonista sem my detalhes. Do mesmo modo que o mergulleion fe sore vislumbra, mas vagament, uma afors ou uma eratera, uma moeda ou uma estitua votiva, 0 lator descobre um corpus hedonista, mas reduside tominimo. Aser clasficado do lado dos pensame tes que celebram a alegria, 0 gozo, mas ome? Sob aque formas? Em que quantidades? Dentro de que tits? Nada se sabe. No dédal aristotlico, seguese o comentiti er tico feito pelo Estagirita sobre os argumentos de Es- pesipo platGnico puro defensor do corpus orto. fo, Nos detalhes das sombras apresentadas, potest ler que Espeusipo manifesta uma clara oposcao tedonismo—como platinico que se preve. Em cow trposigd, Aristotlesafirma sua mator pronimil- dede Eudéxio, Nao que ele confese umn hedonistic franco e claro, e mais porque a Elica ncomagsiapro- pée um eudemonismo menos inimigo do hedonis modo que parece lem Para to 56 pode salmente 137 SALYOS PELA POLEMIC ee een eerie nese como o melhor. Na verdad« ia ee Spee Gene em cut an (peor desc jablod cus ic ¢gria ruim ou de uma paixao ma. Eudéxio hy. € Aristételes eudemonisia combatem cin ens Zinhos. Em todo caso, do mesmo lado da ta” anti-hedonisias. 158 tal sy, ha de, 162 PRODICO um clog da Virude ~ io basa Seri tse é um elogio da Vist ré soa Sa pags abn como ih pute Meio de estilo, um suporte retorico, um exert perc <> pouco imports, vamos deka aso de othr lesotom oot dos profesor d Indo fe, dos vendedores dle moral, Dessa reputacio dese sar at has que subsistem, nada autoriza a concluir ‘Nas in! quero sea partrio de um termo ou de ov ve feida fel de prazeres ou avid vrtwosa¢auste sor jzlendo Os menordveis de Xenofonte, que rata A espirto sem que seja possivel ter aceso 20 texto ‘ef pretudo, sem que se conhegam a condigSes em pe foi eserito,o contexto, descobrese mals um tipo a a, uma alegoria, uma formula capaz de ‘bilitar a controvérsia, o debate. Pois a prosopo- smite colocar em cena tuma pessoa que encar- ei nma idéia € traz um discurso — Boécio 0 lembrara ‘Agu. duas mulheres que representam e simbolizam Gave e Virtude; ¢ o alegorisino prossegue até produ: tir um conjunto coerente, Ness paginas atuam a retérica € seus procedimentos caros 4 tradicio sofis- fica e mais particularmente a Prédico, conhecido por ser eximio nesse tipo de exercicio. ‘O texto conheceu uma fortuna considerivel no periodo antigo e para além dele. Fala com simplici- dade e clareza, em pretoe-branco, deduz o comple x0 € 0 diverso a duas unidades opostas nitidamente identificéveis, suprime o detalhe, 0 refinamento, a sutleza em favor de uma artilharia pesada: nao hi conceitos, idéias, demonstracdes longas ou em gran- de quantidade, nao ha desenvolvimentos metédicos, légicos, nao ha deducdes, mas um confronto © duas teses facilmente detectiveis. Vida de abandono 163 _— saLNOSPELA POLE MICA rRépICO rareres ¢ vida de tens hum jabilo. Uma 4 facitidade dos prazeres ¢ vid 80 para 4 jp acarreta nenbum ji ou outra:fruir os construcio de um destino. sieges da vida OU Sofrer a caminho da exceléncia tdi to toma partido, NAO Se Most pari ode mura presrtva, COMO se 08 Sista fn ea seam al moralizadora! Como se tivessem se sprenado sanando, com Mati, xe thos sabedorias prticas! O que dizer dame Sek Soda, no verbete Prodico, de uma mor en Seems, condenado a tomar cictita sob a acisacsn artne Sécrates, de ter corrompido a juventuce: Noy setabe mais sobre essa questio, nem se a anedous¢ Nendadeira, nem o que sta falsidade estaria cneg Jrindo.. Mas, para um flésofo de boa reputacae pnicio parece several ene oul: encontrar Um jabilo cero em pra um vista das virtudes. O exercicio retorico toma sok otal sem discuss sfistica que certamente Srcompatia, no dea espigy part argue ae agaa tomar posicio, a cleger eee diner das duas mulheres que supostamente seamam idéiasforca? Uma, a Virtude, manifesta srt alivo: porte nobre, graca rea, ter de grande fare, olfar helo de pudor,attude reservada Pees brancas, € claro... A outra, a Felicidade, nio “easegue esconder sua naturera: impregnacla pelos es da came, sensual, voluptuosa esofrendo de guider, maquiada para parecer mais branca, mais fea, forga a postura para dar a impressio de uma felidio enfraquecida, seus olhos tém um britho pro- focante, sua roupa revela mais coisas do que escon dee, como predadora fEmea, nao ces de olhar a suavolta. Eis os personagens, os atores em cena "Agora 0s papéis: Felicidade e Virwide avistam Hé rades 20 mesmo tempo, mas a primeira acelera 0 pasto para chegar primeiro a sua presa. A segunda fontinua em seu ritmo, calma, segura ce si, determi: tata, chegando em sua hora. E Felicidade faz para o joven rapaz o devido discurso do mais simplisa dos hedonismos: a existéncia deve estar inteiramente roltada para os prazeres; encontrase a Felicidade sinplesmente com meios muito féceis; os problemas aio tém importincia nenhuma;s6 importa a sats folmediatn Seguem-se entao receius samplistas: bus Gros pratos mais elaborados, os vinhos mais fins, 28 rolipias mais sensuais, os espeticulos € concertos ‘ais encantadores, os perfumes mais caivantes, a8 No ‘4 Bealher entre duas mulheres. O que diz essa pros ia? O que se esconde por tris dessa aleyoria: Segundo Xenofonte, Prddico poe em cena diss nu iheres no proprio momento em que Héracles dessa infancia, ena na adolescéncia © & obrigado : ver as grandes ecolhas que permitem orientarse na exs téncia e conduzir a vida em uma direcio em verde outra, Ese momento crucial corresponde ao posto «em que o tonco do “Y" vai se abrir, se fender e dei brotar dois galhos voltados para 0 céu em direcies ‘posts. Uma vida, duas existencias possiveis. Felicidade ou Virtude. a no primeiro momento ds opcsicio, o comentirio e a anise dessa figura 0+ tram essa evidéncia: a felicidade nao é virtue, new i tuose, nem forgosamente moral; assim, tab, 4 viruude parece voltaras costa a felicidade, sua ptt 164 165, _— _ >. PRODICO [SAVOSPFLA POLEMIC, PRY js, rucidar centauros, desviar ris, combate mais densas, 08 TAPAZES MAS EXCILAN GS pturar animais enfurecidos, mas tam: sensnimais adaplad0s 205 EXCFEICIOS asso, stt08) eit mais a 8 yeu carro maravilhosamente, atirar a0 s mais Marae de tudo s¢ porventiry aivigir Prope epee, ndo sem ter 0 cuidadly qo" er mestre, cantar € tocar lira, eis uma lista sbandonaree ae exh, ‘de recompensas a serem imputadas ape- stander iimigos a chamam Depry a . Wie, perfeita, Vite chega entao 3 aly virtue. sph de ois a biografia de Héracles também o wecles liberado pela primeira chegada, Oy, dade? Pois a Heat oe oc a seg porandose bem mesa, mando vnho no caino, mas em sta da extensio dps) gana & nH0 Tr cee o aperorzagio merece wn te. Fag” nota es | Fido, junto do adolescente. Propseshe o ony thoda arvore grega: 860 valor importa; o métory fuer e supae trabalho, esf0rG0,softimento, diy dade; ratase portanto de praticar com excelanen realizar proezas nobres € grandiosas, honrar os de ses para obter seus favores, merecer a afeicio day amigos por meio de ages adequadas, conquisar 9 reconhecimento da cidade por ter efetuaclo aco, de bravura, tabalhar para merecer recompense aprender a guerra para ter direito a liberdacde, exe. ‘er 0 corpo para que ele nos obedeca. Trabalho, f ‘mila, patria ~ e mérito! Nio se vé Héracles escolher, ele nao discute, nio o surpreendemos pedindo detalhes, solicitando expi: cagées a Felicidade ou a Virtude: assim que apare em, jf desaparecem. O texto propoe apenas essis dduas verses a maneira da frente e do verso de wna ‘mesma medalha: como realizar a felicidade? O que fazer da existencia? O que é uma vida boa? Evidente ‘mente, Héracles parte de braco dado com a Virwwe ‘aso contrario como manifestar, mais tarde, as qu dades que sabemos que tem: bravura, forca, ceteimi: nagio, coragem, inteligéncia, sagacidade, energis, heroismo? Asfixiar serpentes no bergo, matar aves Se a ooltas dies rac uma conchae igure ds is doe 2 els Dip 166 167

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