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MECANICA DOS FUGIDGEEE FUNDAMENTOS E APLICACOES 4 Ce) frat DOS FLUIDOS 6 fluxo em tubulagdes ¢ 0 escoamento em canais abertos, respectivamente. Este livro foi escrito com suficiente amplitude de cobertura a ponto de poder ser usedo em uma sequncia de dois cursos, se desejado. FILOSOFIA E METODO Adotamos a mesma filosofia dos livros Termodindmica, de Y. A. Cengel ¢ M.A. Boles, Hear Transfer: A Pracrical Approach, de Y. A. Cengel, © Fundamemials of Thermal-Fluid Sciences, de Y. A. Gengel eR. H. Turner, todos publicados pela ‘McGraw-Hill. Ou seja, nossa meta ¢ oferecer um livro didético de engenharia que: + Comunique-se diretamente com a mente dos engenheiros de amanha, de ‘uma maneira simples, mas precisa. * Conduza os estudantes ao claro entendimento e s6lida compreensiio dos Princfpios basicos da mecinica dos fluidos. + Estimule 0 raciocinio criativo, 0 desenvolvimento de uma compreensio ‘mais profunda e da percepgdo intuitiva da mecdinica dos fluidos. * Seja lido pelos estudantes com interesse € entusiasmo em vez de ser mera- ‘mente um auxilio para resolver problemas. [Nossu filusofia € que & uelhur mania Ue upreuder € aravés da prdtiva, Por tanto, fizemos um esforgo especial ao longo de todo o livro para reforgar a matéria apresentada (tanto no préprio capftulo como nos capitulos anteriores). Por exem- ‘plo, muitos dos exemplos de problemas ilustrados ¢ problemas de final de capitulo so abrungentes, obrigando 0 estudante a rover os conceitos aprendidos nos capf- tulos anteriores. Em todo © livro apresentamos exemplos gerados pela dindmica de fluidos computacional (CFD) ¢ apresentamos um capitulo introdut6rio sobre o assunto. ‘Nosso objetivo niio é ensinar detalhes sobre os alsoritmos numéricas associados & CED — isto € mais apropriadamente apresentado em um curso separado, tipica- ‘mente no nivel de pés-graduacio. Ao contrério, nossa intengio é apresentar aos estudantes universitérios as capacidades ¢ limitagdes da CFD como uma ferra- -menta de engenharia, Usamos as solugdes CFD de modo muito similar & maneira como usamos os resultados experimentais obtidos em uma prova no tine! acro- dindmico, ou seja, para reforgar a compreensio da fisica de escoamento dos flui- dos e fomecer visualizagSes do escoamento que tenham qualidade e ajudem & explicar o comportamento do fluido. CONTEUDO E ORGANIZACAO Este livro é organizedo em quinze capitulos, iniciando com os conceitos funda- ‘mentais dos fides e dos escoamentos de fluidos e encerra com ums introdugo & dindmica dos fluidos computacional, cuja aplicagdo esté cada vez mais comum, até mesmo nos cursos de graduacao universitérios, + OCepitulo 1 apresenta uma introdugo bésica aos fluidos, classificagées do escoamento 40s fluidos, volume de controle versus formulagoes de sistemas, 1, ¢ hipersénico quando Ma >> 1. Os escoamentos dos Ifquides sto incompressiveis com alto nfvel de preciso, ‘mas o nivel de variagao da densidade nos escoamentos de gis e o conseqiiente nivel de aproximacio feito ao modclar os escoamentos de gases como incompressiveis ‘dependem do niimero Mach. Os escoamentos de gascs podem ser considcrados, em eral, como aproximadamente incompressfveis se as mudangas de densidade estiverem abaixo de cerca de 5%, que usualmente € o caso quando Ma < 0,3. Por- tanto, 05 efeitos da compressibilidade do ar podem ser desprezados pare veloc aces abaixo de cerca de 100 mis. Observe que o escoamento de um pas nio € ne- ccessariamente um escoamento compressivel Pequenss mudangas na densidade dos liquidos comespondentes a grandes ‘mudangas de pressio podem ainda ter conscqiiéacias considerdveis. O irritante “golpe de arfete” numa tubulagio de égua, por exemplo, é causado pelas vibragdes do camo geradas pela reflexo das ondas de pressio que surgem apds 0 sébito fechamento de valvulas. Escoamento Laminar versus Turbulento Alguns escoamentos slo suaves e ordenados enquanto outros S80 ui tanto casticos. (© movimento altamente ordenado dos fluides caractcizado por camadas suaves do luido € denominsdo laminar. A palavre laminar origina-se do movimento de parcfoulas edjacentes do fluido agrupadas em “iminas". 0 escoamento dos fluidos Ge alta viscosidade como os 6leos com baixas velocidades ¢ tipicamente laminas, O movimento altamente desordenado dos fluidos que ocorre em velocidades altas ¢ ¢ ‘earacierizaJo por Nuwagdes de velocidade € chamao Ue turbulent (Figura 117). © escoamento de fluidos de baixa viscosidade como o ar em altas velocidades & tipicamente turbulento, © regime do escoamento tem grande influéncia sobre & poléucia requerida pars bombeamento, Um escoamento que se eltema entre laminar fe tmhalenn 4 chamado de tranctdrle Qe experimentne reallzndna par Ochi Reynolds, nos anos 1880, resultaram na criagio do nmero adimensional denomi- zado mimero de Reynolds, Re, como o parimetro-chave para a determinago do regime do escoamento em canos (Capitulo 8). Escoamento Natural (ou Nao Forgado) versus For¢ado ‘Um escoamento de fluidos é dito ser natural ou forgado, dependendo de como o movimento do fluido foi iniciado, No escoamento forgado, o fluido é obrigado a ‘uir sobre uma superficie ou num tubo com o uso de meios extemos como uma ‘bomba ou uma ventoinha. Nos escoumentos naturals, qualquer movimento do flui- 60 & devido a meios naturais tel como o efito de flutuasio, que se manifesta como a clevagdo do fluido mais quente (e, portanto, mais leve) e na descida do fluido mais frio (e portanto mais denso) (Figura 1-18). Nos sistemas de aquecimento de ‘gua pela cucipia sola, pur excuiply, v efety de leimesifiv € usady comuncate Para substituir as bombas localizando o reservatério de 4gua suficientemente acima 03 coletores solaes. Escoamento em Regime Permanente versus em Regime Nao Permanente Os termos em regime permanente e uniforme so usados freqlentemente na enge- nharia ¢ assim € importante ter uma compreensio clara de scus significados. O termo em regime permanente implica nao haver mudanga com o passar do tempo O oposto de regime permanente é em regime nio permanente. O termo uniforme implica nfo haver mudanca com a localizapao em uma regio espectfica. Esse sig- nificados sto consistentes com seu uso rotineiro ribuigaio uniforme etc.). (Os termos em regime nd permanente transiente slo usados, oom freqiéacia como intercambiéveis, entretanto nao sao sindnimos. Em mecanica dos fluidos, em regime nfo permanente é 0 termo mais genérico que se aplica a qualquer escoa- ‘mento que nao seja cm regime permanente, mas transiente é usado tipicamente para escoumentos que estio se deseavolvenda. Quando se dé partida no motor de lum foguete, por exemplo, hd efeitos transitdrios (¢ criada pressio dentro do motor do fogucte, o escoamento € acelerado etc.) até que 0 motor se acomode e opere re- gularmente, O termo periGdico refere-se a0 tipo de escoamento em regime no per- manente no qual o escoamento oscila em torno de um valor médio em regime permanente. Diversos dispositivos, como turbinas, compressores, caldeiras, condensadores © trocadores de calor operam durante longos periodos de tempo sob as mesmas con- dig6es ¢ sto classificados como dispositivos de escoamento em regime permanente. Observe que 0 campo do escoamento nas proximidades das laminas rotativas de uma turbomsguina nafuralmente é em regime no permanente, mas consideramos © ‘campo (otal do escoamento, em vez. dos detalhes em alguns locais, quando classifi- camos dispositivos.) Durante © periodo de escoamento em regime permanente, as propriedades do fluido podem mudar de local para local do dispositivo, porém em. ‘qualquer ponto fixo permanecem constantes. Portanto, o volume, a massa € © teor total de energia de um dispositivo de escoamento em regime permanente ou parte do escoamento permanecem constantes em uma operagao estacionéria, ‘As condigdes de escoamento em regime permancate podem ser bastante apro- xximadas por dispositivos destinados & operaco continua, como turbinas, bombas, caldeiras, condensadores ¢ trocadores de calor de usinas de energia ou sistemas de reftigeragdo. Alguns dispositives ciclicos como motores de movimento altemado ou compressores nao satisfazem as condigdes de escoamento em regime. permanente visto que o escoamento nas entradas © safdas ¢ pulsame e, portanto, nfo é em regime permanente. Entretanto, as propriedades do fluido variam com o tempo de rmancira periédica ¢ 0 cscoamento através dcascs dispositives ainda pode ser ana- lisado como um processo de escoamento em regime permanente usando valores médios no tempo para as propriedades. ‘Algumas visualizagbes fascinantes do escoamento dos Aluidos so mostradas no livra An Album nf Fluid Motion (élbum de movimentas dos fluidos) de Milton ‘Van Dyke (1982). Uma bela ilustragao de campo de escoamento em regime no per- manente € mostrada na Figura 1-19, reproduzida do livro de Van Dyke, A Figura 1-19a é a foto de um filme de alta velocidad, que mostra redemoinhos turbulentos alternados, que vertem na esteira com oscilagdo periddica a partir da base abrupta do objeto (a partir do bordo de fuga). Os redemoinhos produzem ondas de chogue ‘que se propagam de mancira instével na dirego da moatante alternadamente sobre as superficies superior ¢ inferior do aerofdlio. A Figura 1-196 mostra 0 mesmo campo de escoamento, mas o filme foi exposto durantc um tempo maior de modo ‘que 2 imagem uuu & uiédia temporal subte 12 cicls. O vaupy Jo escuamente resultante da média temporal parece “em regime permanente” uma vez. que os deta- Ihes das oscilagSes néo estacionérias perderam-se durante a longa exposigai Um dos trabalhos mais importantes do engenheiro é determinar se seré sufi- cinta ectidar apenas as caracterfetioas da exconmenta em regime permanente repre sentedo pela média temporal para um dado problema ou se € necessério um estudo mais detalhacio das caracteristicas nao permanentes do escoamento. Seo engeaheiro estiver interessado apenas nas proptiedades gerais do campo do escoamento (como, média temporal do cocficiente de arasto, a velocidade média c os campos de pressio), 2 descrigao via méia temporal ilustrada na Figura 1~19b, a média tempo- ral de medidas experimentais, ou um célculo analitico ou numérico da média tem- poral do campo do escoamento serio suficientes. Entretanto, se ele estiver interes- sado nos detalhes do campo de escoamento nfo permanentes, tais como vibragSes Induzidas pelo escoamem, Thimagbes neo permanentes da pressio ou ondas sono- as emitidas por turbilhes ou ondas de chogue, a descrigo via média temporal do ‘escoamento seri insuficiente ‘A maioria dos exemplos analiticos e computacionais fomecidos neste livro re- fere-se a escoamentos em regime permanente ou rerultantes de médias temporais, apesar de ocasionalmente salientarmos também algumas caracteristicas relevantes de escoamento em regime no permanente, 11 Ouees o FIGURA 1-19 aso oscilante de serolio com base abrupta oom admero Mach 06, foto (a) €ume imagem instentinea, enguanio «foto (6) 6 uma imagem de longa exposigho (mai temporal. (a) Donen. Hobops 1. & Grom, 1982 {nro azar, Merch, ay 511-315 Washing: Hemisphere Cincom rato dena Dyer. Bren Cr F978 ns Me Per Lea 78 sade cam perms de ‘tr Dat. 12 Poe eb sam FIGURA 1-20 Desenvolvimento do peril da velocidade ‘pum cano circular. V = Wr, 2) e, portanto, 6 escoamento é bidimensional pa regido da entrada e toms-se unidimensional a jusante quando 0 perfil da velocidade desenvolve-se ‘completamente e pormanece sem smudanga na diregio do escoamento, v= VQ). FIGURA 1-21 cseoamento sobre a antena do automével § aproximadamente ‘bidimensional exceto pr6ximo 20 topo e& base da antena. Escoamentos Uni, Bi e Tridimensionais ‘Um campo de escoamento € melhor caracterizado pela distribuigdo de velocidade © esse modo 0 escormento € dito ser uni, bi ou tridimendional se a velocidade do cscoamento varia basicamente em uma, duas ou tés dimensces, respectivamente Um tipico escoamento de fluidos eavolve geometvis tridimensional ¢ a velocidade pode variar em todas as tés dimensSes, implicando um escoamento tridimensional VG, y, 2) em coordenadas cartesianas ou V (r, 6, 2) em coordenadas cilinricas} Entretanto, a variagio de velocidade em certas diregSes pode ser pequena em relaglo A varlaglo em outras dregSes e pode ser ignorada com erto despreatvel ‘Nesses casos, 0 escoamento pode ser convenientemente modelado como uni ou bidimensional, o que mais fécil de analisar. ‘Considere 0 escoamento em regime permanente de um fuido através de um cane ‘Grcular acoplado a um grande reservatzio, A velocdade do fluido em qualquer local a superficie do cano € aula devido & condigeo de nfo-cscortegamento, © 0 esc0% ‘mento é bidimeasional nt regio de entrada do eano visto que a velocidade muda em ambas as diregses re z. O peril da velocidade descnvolve-se completamente © per- ‘manece sem mudanga depois de uma certa distancia da entrada (cerca de 10 vezes 0 didmetro do cano em escoamento turbulento ¢ menos em escoamento laminar, como. ‘na Figura 1-20), e 0 escoamento nessa regio € dito estar totalmente desenvolvido, O cscosmento totalmente desenvolvide mum cano circular 6 unidimensional, ume vez iqoe a velocidade vasia na direofe radial r, mas nila nas diregSes angular @ ou axial ‘como mostrado na Figura 1-20, Isto &, o pertfil da velocidade é 0 mesmo em qualquer onto ao longo do eixo < ¢€ simético em torno do eixo do cano. ‘Desenvolvimento do peril de velocidad, Vir 3) Perfil velosidade completamente desenvolvido, Vir) (ar | Observe que « dimensionalidade do escoamento também depende da escolhia do sistema de coordenadas e de sua orientagio. O escoamento no cano em dis- cussio, por exemplo, ¢ unidimensional em relagio as coordenadas cilindricas, mas bidimensional em coordenadas cartesianas ~ 0 gue mostra a importincia da escolha do sistema de. coordenadas mais apropriado. Observe também que, mesmo neste escoamento simples, a velocidade milo pode ser uniforme ao longo da segdo trans- versal do cano devide & condigo de nfo-escoregamento. Entretanto, numa entrada teu auedouuads, v peull Ua velucidale pole se: wousiderady yusse uuifoniue uv cano, visto que a velocidade aproximadamente constante em todos 08 raios, exceio muito préximo da parede do cano. ( escoamento pode ser considerado aproximadamente bidimensional quando a sara de aspect fir grande « 0 escoamenta nite midar apreciauelmente ao tangn da dimenstio mais longs. Por exemplo, o escoamento de ar sobre @ antena de um utomével pode ser considerado bidimensional, exceto nas proximidades de suas extremidades, uma vez que 0 comprimento da antena & muito maior que sen dis- metro e 0 escoamento de ar que a atinge € razoavelmente uniforme (Figura 1-21). aaa. Oo © EXEMPLO 1-1 Escoamento com Simetria Axi de uma Bala 0 redor Considere uma bela movimentando-se em ar calmo. Determine se ¢ média tem- poral do escoamento de ar sobre uma bala durante sua trajet6ria é uni, bi ou ‘tridimensional (Figura 1-22) SOLUGAD Dever ser determinado se 0 escoamento sobre a bala é uni, bi ou ‘tridimensional Hipdtese Néo hé ventos significativos € a bala nBo gira. ‘andlise A bala possul um elxo de simetriae 6, portanto, um corpa simétrico em relagdo 20 eixo. 0 escoamento de ar incidente sobre a bala ¢ paralelo a0 seu eixo espere-se que a média temporal do escoamento seja rotacionalmente simétrico fem relagSa ao eixo de simetria da bala ~ tals escoamentos s80 dites axialmente simétricos. A velocidade, neste caso, varia com a distincia axial z© com a dis- ‘tancia radial r, mas no com o Angulo 8. Portanto, 0 escoamento médio de ar sobre @ bala é bidimensional Discusso Enquanto 2 média temporal do escoamento de ar é simétrica em relago ao exo, o escoamenta de ar instanténeo nao é, como ilustrado pela Figura 1-19. 1-5 = SISTEMA E VOLUME DE CONTROLE Um sistema 6 definido como uma quantidade de matéria ou reaido do espaco esco- Ihida para estudo. A massa ou regio fora do sistema é denominada vizinhanga. A superficie real ou imaginéria que separa o sistema de sua vizinhanga € chamada de fronteira (Figura 1-23). A fronteira de um sistema pode ser fixa ou mével. Observe ‘que a froateira é a superficie de contato compartilhada tanto pelo sistema como pela virinhanga. Matematicamente felando, a fronteira tem espessura mula ¢ assim no contém qualquer massa nem ocupa volume no espago. s sistemas sao considerados fechados ou abertos, dependendo se uma massa fixa ou um volume no espago forem escolhidos para estudo. Um sistema fechado (auibéus wuubecide por uassa de comtrule) cousiste eu una yuautidae fixe de massa, e nenhuma quantidade de massa pode cruzar sua fronteira. Porém, a energia sob a forma de calor ou de trabalho pode cruzar sua fronteira, © © volume de um sistema fechado néo precisa ser fixo. Se, como um caso especial, nem a energia puder cruzer a fronteira, o sistema é chamado de sistema isolado. Considere 0 dispositivo pistio-cilindro mostrado na Figura 1-24. Digamos que ‘queiramos determinar © que acontece quando o gés nele contido é aquecido. Como estamos focalizando nossa atengao no gas, ele é nosso sistema. As superficie inter- nas do pistio ¢ do cilindro formam a fronteira e como no hé massa cruzando sua frontcira, cle € um sistema fechado. Observe que a energia pode cruzar a fronteira e parte da fronteira (a superficie interna do pistfo, neste caso) pode se mover. Exceto © fs, todo 0 testo, inckuindo o pistio e o cilinéro, formam a vizinhanga. Um sistema aberto ou volume de controle, como é denominado freqiea- temente, € uma regiéo do cspaco sclecionada apropriadamente. [im geral com- preende um dispositive que inclu escoamento de massa, tal como um compressor, furbina ou bocal. O escoamento através desses dispositivos € mais bem estudado selecionando-se dentro do préprio dispositivo a regio a ser usada como volume de controle. Ambas, massa ¢ energia, podem cruzar a frontcira do volume de control. ‘Um grande niimero de problemas de engenharia envolve escoamento de massa ‘que entra ¢ sai do sistema e, portanto, sd0 modelados como volumes de controle. ‘Um aquecedor de égua, um radiador de automével, uma turbina e um compressor, todos envalvem excoamento de massa e devem ser analisados coma volumes de controle (sistemas abertos) em vez de massas de controle (sistemas fechados). Em eral, qualquer regio arbitraria no espago pode ser selecionada como volume: de 13 Ouees Exo de — / id FIGURA 1-22 Escoamento com simetria axial sobre uma bale, = VIZINHANGA FRONTERA FIGURA 1-23 Sistema, vizinhanga e fronteira, FIGURA 1-24 Sistema fechado com fremteira mivel 4 Peete sao FIGURA 1-25 © volume de controle pode ineluir fronteirasfixa, mével, eal e imaginévia, controle. Nao hé regras definidas para a selegio de volumes de controle, mas a cescolha apropriada certamente toma a andlise muito mais fécil. Se fOssemos anali- sar o escoamento de ar através de um bocal, por exemplo, uma boa escolha para 0 volume de controle seria a regido de proprio bocal. Um volume de controle pode ser fixo em tamanho e forma, como no caso do bbocal, ou pode incluir uma fronteira mével, como mostrado na Figura 1-25. A maio- ria dos volumes de controle, entretanto, tém fronteiras fixas ¢ ndo incluem quaisquer ‘rontciras méveis. Um volume de controle também pode envolver interagdes de calor ‘trabalho da mesma mancira que um sistema fechedo, além da interago de massa. Frooteina Imagini Front real (@ Volume de controle (VO) com, (©) Volure de cosmole (VC) com foci eal image frente ia rave 1-6 = IMPORTANCIA DAS DIMENSGES E UNIDADES Qualquer quantidade fisica pode ser caracterizada por dimensies. As grandezas designadas para as dimensbes sZo chamadas de unidades. Algumas dimensGes bési- cas, tais como a massa m, 0 comprimento L, 0 tempo f, € a temperatura T so esco- Ihidas como dimensées primérias ou fandamentais, enquanto outras tais como velocidade V, energia £ € volume V so expressas em termos de dimensdes primérias ¢ sto chamadas de dimensdes secundarias ou derivadas. ‘Um certo niimero de sistemas de unidades foi desenvolvido ao longo dos anos. ‘Apesar dos. grandes esforgos das comunidades cientffica e de engenheria para unificar © mundo com um jinico sistema de unidades, dois conjuntos de unidades ainda estio em uso atnalmente, 0 sistema inglés, que também é conhecido como United States Customary System (USCS) (istema usual dos Estados Unidos) © © sistema métrico SI (de Le Systéme International d’ Unités), que também é conhe- cido como Sistema Internacional. O SIé um sistema simples e légico com bese em uma relagdo decimal entre as diversas unidades e & usado em trebulhos cientificos © de engenharia na maioria das nagies incustrializadas, inclusive na Inglaterra. Q sin- tema inglés, no entanto, nfo tem base mumérica sistemética aparente ¢ varias unidades desse sistema sao relacionadas umas com as outras arbitrariamente (12 polegadas = 1 pé, 1 milha = 5280 pés, 4 quartos = 1 aldo etc.) o que o toma con- fuso e dificil de aprender. Os Estados Unidos sao 0 tinico pais industralizado que ainda nfo se converteu totalmente ao sistema métrico. Os esforyos sistemiticos para desenvolver um sistema de unidades accitével universelmente data de 1790 quando a Assembléis Nacional Francesa encarregou a ‘Academia de Cifncias Francesa de criar tal sistema de unidades. Uma versio inicial do sistema metrico logo fo! desenvolvide na Franga, mas ngo teve acettagto univer- sal até 1875 quando 0 Tratado de Comencdo Métrica foi preparado e assinado por 17 nagées, inclusive os Estados Unidos. Nesse tratado intemacional, foram estabele- cidos © metro © grama como as unidades métricas para comprimento © massa, reopoctivamente, © foi eotabelecida a Confertncia Geral de Pesos © Medidas (CGPM) que deveria reunir-se 2 cada seis anos. Em 1960, 2 CGPM criou o SI, baseado em seis quantidades fundamentais e suas unidades foram adotadas em 1954

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