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OBJETIVOS Dg end Re tore na) DL) fee oe Cee eur) Scone) conn Dou ad Peete eid Seer ag cu a rotagdo ste capitulo trata das forgas aplicadas pelos fluidos em repouso ou em movi- F™ inento de corpo rfgido, A propriedade do fluido responsivel por essas forgas € 2 pressdo, que € uma forya normal exercida por um fluido por unidade de rea, Iniciamos este capitulo com uma discussio detalhada sobre a pressio, incluindo as pressdes absoluta ¢ manométrica, a pressao em um ponto, a variagao da pressdo com a profundidade em um campo gravitacional, 0 manémetro, 0 bardmetro & 08 dispositivos de medigio da pressdo. A seguir temos uma discussto sobre as forgas hidrastdticas aplicadas aos corpos submersos com superticies planas ou curvas. Em seguida, consideramos a forea de flutuagdo aplicada pelos fluidos aos corpos submersos ou flutuantes ¢ discutimos a estabilidade desses cor- pos. Finalmente, aplicamos a segunda lei de movimento de Newton a um corpo de fluido em movimento que se comporte como um corpo rigido, variagdo da pressto em fluidos que passam por aceleragdo linear & aos que esto em contéineres giratGrios, Este capftulo utiliza extensivamente os balangos de forya para corpos em equilibrio estitico, ¢ seré ttl que os t6picos relevantes da estética scjam revisados antes. analisamos a 3-1 = PRESSAO A pressio € definida como wna forga normal exercida por um fluido por unidade de drea. S6 falamos de presstio quando lidamos com um gés ou um Ifquido. O equivalente da pressio nos sélidos & a tensdo normal. Como a pressto & definida como « forga por unidade de drea, ela tem unidade de newtons por metro quadrado (Nim), que 6 denominada paseal (Pa). Ou seja: 1Pa=1Nimt ‘A unidade de pressio pascal € muito pequena para quantificar as_ presses cocontradas na prética. Assim, normalmente so usados scus miltiplos quilopescal (1 kPa = 10° Pa) © megapascal (1 MPa = 10* Pa). Outras trés unidades de pressio ‘muito usadas na prética, particularmente na Europa, si0 bar, atmosfera padrao kilograma-forca por centimetro quadrado: 1 bar = 10% Pa = 0,1 MPa = 100 KPa 101,325 Pa = 101,325 kPa = 1.01325 bars 807 Nem? = 9,807 x 10' Nin? = 9,807 10" Pa = 0.9807 bar 9679 atm Observe que as unidades de pressio bar, atm c keffcm? so quase equivalentes entre si. No sistema inglés, a unidade de pressio ¢ libra-forca por polegada quadrada (fipol? ou psi) © 1 atm = 14,696 psi. As unidades de pressfo kgffem? e Ibfipol? também sio indicadas por kg/em? e Ib/pol?, respectivamente, © normalmente so usadas em calibradores de pneus. & possfvel mostrar que 1 kgflem? = 14,223 psi ‘A presstio também é usada para s6lides como sindnimo de tensdo normal, que € 4 forga que age perpendicularmente & superticie por unidade de érea. Por exem- plo, uma pessoa que pesa 75 quilos com uma rea total da sola dos pés ou “das pegadas” dos pés de 300 cm? excree uma pressio de 75 kgi/300 cm? = 0,25 kgifeu? sobre o solo (Figura 3-1). Se a pessoa fica sobre um inico pé, a pressdo dobra. Se a pessoa ganha peso excessivo, ela pode sentir desconforto nos pés por conta da maior pressio sobre cles (0 tamanho do pé nao muda com o ganho de peso). Isso também explica 0 motivo pelo qual uma pessoa pode caminhar sobre neve fresea sem afundar se usar sapatos de neve grandes, e como uma pessoa con- segue cortar alguma coisa com pouco esforgo usando uma faca afiada, ‘A pressio real em determinada posigdo ¢ chamada de pressio absoluta, © € medida com relagfo ao vécuo absoluio (ou seja, a presstio absoluta zero). A maio- ria dos dispositivos de medigto da pressfo, porém, & calibrada para ler 0 ze10 ne atmosfere (Figura 3-2) c, assim, ela indica a diferenga entre a pressio absolute © a pressdo atmosférica local. Essa diferenga ¢ chamada de pressiio manométrica. As presses abaixo da pressio atmosférica so chamadas de pressdes de véeuo ¢ si0 medidas pelos medidores de vécuo que indicam a diferenga entre a pressio stmos- férica © a pressio absoluta. As pressoes absoluta, manométrica c de vacuo sio todas ‘quantidades positivas e estio relacionadas entre si por: Pa Poa — Pani on Pag ™ Pam ~ Pian on Isso 6 ilustrado na Figura 3-3. ‘Assim como outros medidores de presstio, o medidor utilizado para medir @ pressdo do ar de um pneu de automével Ié a pressiio manométrica. Assim, a leiture comum de 32 psi (2.25 kgflem?) indica uma pressdo de 32 psi acima da pressdo atmosférica. Em um local onde a pressio atmosférica seja de 14.3 psi, por exemplo, a pressio absoluta do pncu serd de 32 + 14,3 = 46,3 psi. [Nas relagdes ¢ tabelas termodindmicas, quase scmpre € utilizada a pressio absoluta. Em todo este livro, a pressao P indicard a pressdo absoluta, a menos que scja especificado o contrério. Quase sempre as letras “a” (de pressdo absoluta) ¢ “g” (Ge presso manométrca) slo adicionadas as unidades de pressio (como psia © psig) para esclarecer seu sentido, 37 TOE > Ay =200 en? ttt ttt Pao2skglien? P2030 elfen? Wo T5kgt 2 one 025 katiea! Prem Ae, 300m? FIGURA 3-1 ‘A tenstio normal (ou “presstio") sobre (0s pés de uma pessoa gorda € muito iaior do que sobre os pés de uma pessoa magra FIGURA 3-2 Alguns medidores de pressio bésicos. Dresser Intranets, reser he alse ao pert. cE Peete san FIGURA 3-3 Presses absoluta, manométrica ede vécuo. absosio ‘es ‘abso EXEMPLO 3-1 A Pressio Absoluta de uma Cémara de VAcuo Um medider de vicuo conectado @ uma cémara exibe @ leitura de 5,8 psi em tum local onde a pressdo atmosférica é de 14,5 psi. Determine a press3o abso- luta na cémars, SOLUGAO A presséo manométrica de uma cémara de vécuo é dada. A pressdo absolute da cémara deve ser determinada, ‘Andlise press8o absoluta é determinada facilmente pele Equego 3-2 como: Pay = Pun ~ Prie = 145 — 58 = 8,7 pal Discusso Observe que o valor local da presse atmosférica é usado ao determi- rnarmos 2 presséo absoluta, Pressao em um Ponto ‘A pressio ¢ a forga de compressio por unidade de érea, ¢ cla da a impressio de ser um vetor. Entretanto, a pressdo em qualquer ponto de um fluid ¢ igual cm todas as dlregSes. Ou seja, ela tem intensidade, mas nfo uma diroglo espectfica e, por isso, cla 6 uma quantidade escalar Iss0 pode sec demonstrado considerando um elemento fluido em forma de uma pequena cunha unitério de comprimento (na pégina) em cquiltbrio, como mostra a Figura 3-4, As pressdcs médias nas tés superficies s40 P., Pye Py ea forga que age sobre uma superficie é 0 produto da pressio média pela drea da superficie. Da segunda lei de Newton sabemos que um balango de forca nes direg6es xe ¢ resulta em: De ma, = 0: P, Ac — Palsend=0. oan m:iaeceusmecligaseetio sn DA=ma, onde p é 2 densidade e W = mg = pg Ax Az/? & o peso do elemento fiuido. Obser- vando que a cunha ¢ um trifngulo retfingulo, temos Ax = 1 cos @ ¢ Ar = sen 6. Substituindo essas relagdes geométricas e dividindo a Equaglo 3-3a por Az e Equago 3-3b por Ax temos; P,-Py=0 oa P.-P,-fopde=0 oa timo termo da Equagdo 3-4b desaparece quando Az —» 0 ¢ a cunha toma-se infinitesimal e, portanto, 0 elemento fluido encolhe até um pont. Em seguida, com- binando os resultados dessas duas relagdes temos: p, PsP as independente do fingulo @. Podemos repetir a andlise para um elemento do plano xz ce obter um resultado semelhante. Assim, conclufmos que a pressdo em um panto de tum fluido tem a mesma intensidade em todas as diregées. Na auséneia de forcas de cisalhamento € posstvel mostrar que esse resultado se aplica tanto aos fluidos em ‘movimento quanto aos fluidos em repouso. Variagao da Pressao com a Profundidade [io deve ser surpresa para vocé o fato de que & presséo em um fluido em repouso ‘lo varia na direglo horizontal. Iso pode ser facilmente mostrado considerando uma fina camada horizontal de fluido e fazendo um balango de forges em qualquer irogdo horizontal, Entetanto, esse nfo é 0 caso na diregso vertical na presenga de tum campo de gravidade. A pressfo de um fuido aumenta com a profundidade, porque mais fluido se apéia nas camadas inferiores, co efeto desse “peso extra” em ‘uma camada mais profunda é equilibrado por um aumento na pressto Figura 3-5). Para obter uma relagHo para a variaglo da pressfo com a profundidade, con- sidere um clemento fluide retangular de altura Ac, largura Ax e profundidade unitéria (para dentro da pépina) em equilfbrio, como mostra a Figura 3-6. Conside- rando que a densidade do fluido p seja constante, um balango de forgas na diregaio vertical 2 resulta em: Zhe onde W = mg = pg Ax Ac é 0 peso do elemento fiuido. Dividindo por Ax e reorga- nizando temos: PLAx~ P, Ax~ pgxAc=0 oo on onde 7, = pg 6 0 peso especifico do Aluido. Assim, concluimos que a diferenga de pressio entre dois pontos em um fluido de densidade constante é proporcional 8 dis- {ancia vertical Az entre os pontos e & densidade p do fluido. Em outras palavras, & pressZo em um fluido aumenta linearmente com « profundidade. f isso o que um ‘mergulhador exporimenta ao mergulhar mais fundo em um lago. Para um detormi- nado fluido, 2 distincia vertical Ac as vezes é usada como uma medida de pressio 6 chamada de carga de pressdo. Conclufmos também pela Equago 3-7 que para distincias de pequenas @ ‘moderadas, a vatiaglo da pressiio com a altura ¢ despreatvel para os gases, por 5 TOE FIGURA 3-4 As forgas que agem sobre um elemento fuido em forma de cunha em equilforio, FIGURA 3-5 ‘A press de um fluido em epouso ‘aumente com a profundidade (como resultado do aumento de peso). TL FIGURA 3-6 Diagrama de corpo live de um elemento ‘luido retangular em equiltbrio. oO Peete san FIGURA 3-7 ‘Em uma sala chia com um gis, ‘variagdo da presto com a altura é desprecivel Pie Pam OPs=Pan ph FIGURA 3-8 ‘A pressdo em um liquido em repouso ‘aumenta Hinearmente com a distineia da superficie livre. causa de sua baixa densidade. A pressio em um tanque contendo um gés, por exem- plo, pode ser considerada uniforme, uma vez que o peso do gas € muito baixo para fazer uma diferenga apreciével. Da mesma forma, pressio em uma sala cheia de ar pode ser considerada constante (Figura 3-7). ‘Se comsiderarmos © ponto 1 na superficie livre de um liguido aberto para = atmosfera (Figura 3-8), no qual a pressio é a pressio atmosférica Pq, entéo & pressio a uma profundidade h da superficie livre toma-se: Pa Pet ph 08 Poa pah os 0s Iiquidos so substincias essencialmente incompressfveis e, portanto, & va- riagdo da densidade com a profundidade ¢ despreafvel Isso tambéin acontece com os gases quando a variagao de altura ndo for muito grande. Bntretanto, a variagio da densidade dos liquidos ou dos gases com a temperatura pode ser significativa © pre- cisa ser levada em conta quando a exatidio desejada for alta. Da mesma forma, & profundidades maiores, como aquelas encontradas nos oceanos. a variago na densi- dade de um Liquido pode ser significativa, por cause da compressio exercida pelo enorme peso do liquide que esté acima. ‘A acclerayio gravitacional g varia de 9,807 mis* no nivel do mar até 9,764 imjs? a uma altitude de 14,000 m, na qual viajam os grandes avides de passageiros. Essa mudanga é de apenas 0.4% neste caso extremo. Assim, € possivel considerar que g € constante com exro desprezivel. Para os fluidos cuja densidade varia signficativamente com a altitude, a rela- go para a variagdo da pressio com a altitude pode ser obtida dividindo-se & Exquagio 3-6 por Ax Az ¢ tomando o limite quando Az —+ 0. Isso resulta em: ap a7 708 os inal negativo se deve a termos escolhido a direg8o z positiva como ascendente, de modo que dP é negativo quando dz é positivo, uma vez que a pressio diminui na diregio ascendente. Quando a variacto da densidade com a altitude é conhecida, & diferenga de pressfio entre os pontos 1 ¢ 2 pode ser determinada pela integragio wron-ne-[ne on Para 0 caso de densidade ¢ aceleragdo gravitacional constantes, essa relagdo se reduz & Equago 3-7, como era esperado. ‘A pressio em um fluido em repouso nfo depende da forma ou soyéo transver- sal do contéiner. Ela varia com ¢ distincia vertical, mas permanece constante, em ‘outras diregdes. Assim, a pressdo ¢ igual em todos os pontos de um plano horizontal para determinado fluido, O matemético holandés Simon Stevin (1548-1620) publi- cou em 1586 0 principio ilustrado na Figura 3-9, Observe que as presses nos pon- tos A, B,C, D, E, F ¢ G sio iguais, uma vez que estio a mesma profundidade, © inferconectadas pelo mesmo fluido esto. Entretanto, as presses nos pontos He 1 no sio iguais, j& que estes dois pontos nfo podem estar inferconectedos pelo ‘mesmo fluido (ou seja, nfo podemos deseahar uma curva do ponto I até 0 ponto H, permanecendo sempre no mesmo fluido), embora cles estejam 2 mesma profundi- dade. (Vocé saberia dizer em qual ponto a pressio é mais alta?) Da mesma forma, a forga de pressio excrcida pelo fluido ¢ sempre normal & superficie nos pontos especificados. ‘Uma consegiiéncia da pressdo de um fluido permanecer constante nz direyo horizontal € que a pressdo aplicada a wm fluido confinado aumenta a pressao em todo 0 fluido na mesma medida. Essa € a Lei de Pascal, cujo nome é uma home- nagem a Blaise Pascal (1623-1662). Pascal sabia também que a forga aplicads por tum fluido € proporcional & rea da superficie. Ele percebeu que dois cilindros hiidréulicos com areas diferentes poderiam estar conectados, © que o maior poderia exercer uma forga proporcionalmentc maior do que aguela aplicada ao menor. A “méquina de Pascal” tem sido 2 fonte de muitas invengées parte do nosso dia-a-dia, Pye Py Pom Pye Pet Pe=Po* Pant Bh Py, a TOE FIGURA 3-9 A pressio 6 a mesma em todos os pontos de um plano horizontal em um dado fluido, independentemente da geometria, desde que 03 ppontos estejam interconeetads pelo mesmo fluido. camo 0s firios © 0s elevadores hidriulicos. isso que nos permite clevar um aufomdvel facilmente com un brajo, como mostra a Figura 3-10. Observando que P, = Py jd que ambos os pistes estio no mesmo nivel ( efeto das pequenas diterengas de altra € despreivel, paricularmente a allas presses), arelaplo entre a forga de sada © a forga de entrada 6 determinada por BA FA, am A relagio entre as éreas AyA, & chamada de ganho mecanico ideat do elevador hidréulico. Usando um macaco hidréulico com uma relagdo entre as éreas do pistio de AYA, = 10, por exemplo, uma pessoa pode elevar um automével de 1.000 kg aplicando uma forga de apenas 100 kgf (= 908 N). 3-2 = OMANOMETRO Observamos na Equagio 3-7 que uma variagio de elevago Az em um fluido em repouso corresponde a AP/pg, 0 que sugere que uma coluna de fluido pode ser usada para medir diferengas de pressdo. Um dispositive que se baseia nesse princi- pio € chamado de mandmetro, normalmente usado para medir diferengas de pressio pequenas © moderadas. Um mandmetro consiste principalmente em um tubo em forma de U, de vidro ou pléstico, contendo um ou mais fluides como mer- fri, égua, élcool ou leo. Quando se prevé diferencas de pressto elevadas,fluidos pesados como o mercirio so usados, o que mantém o tamanho do mandmetro em tum nivel gerencigvel. Considere 0 mandmetro mostrado na Figura 3-11 que é usado para medir & pres- sio no tanque. Como os efeitos gravitacionais dos gases sio despreziveis, a pressio fem qualquer parte do tangue e na posiglo | tem o mesmo valor. Além disso, como a pressdo em um fluido nfo varia na dirego horizontal dentro do fluido, « pressio no ponto 2 ¢ igual & pressio no ponto 1, P: = ‘A coluna de fluido diferencial de allure esté em equilibrio esttivo e aberta para a atmosfera. Dessa forma, @ pressio no ponto 2 ¢ determinada diretamente da Exquagio 3-8 come: Pia Pan + pak 1a FaPiAy FIGURA 3-10 Elevando um peso grande com uma orga pequena pela aplicagao da lei de Pascal FIGURA 3-11 © mandmeiro bésico. Peete esand Pat Gross FIGURA 3-12 Esquema do Exemplo 3-2. ido fridos Poe FIGURA 3-13 Em camadas empilhadas de fluidos, vvatiagdo da presséo em uma camada de ‘luido com densidade pe altura h é ph. onde p € a densidade do fluido no tubo. Observe que 2 seglo transversal do tubo no tem efeito sobre a altura diferencial h e, assim, nBo tem efeito sobre 2 pressio exercida pelo fluido. Entretanto, 0 didmetro do tubo deve ser suficientemente srande (mais do que alguns milfmetros) para garantir que o efeito da tensSo superfi- cial e, portanto, da elevacio por capilaridade seja desprezfvel. EXEMPLO 3-2 Medigao da Pressao com um Mandmetro Um mandmetro € usado pare medir a presséo em um tangue. O fiuido usado tem uma gravidade espectfica de 0,85 e a altura da coluna do mandmetro & de 55 Cem, como mostre a Figura 3-12. Se a presséo etmostérica local for de 96 KPa, determine a presstio absoluta dentro do tanque. SSLLGMA Al perirat oat eal ne deretraecoysedoyelrejtanaetetay presen atmostérica sto dads. A pressto absoluta no tanque deve ser determinada. Hipéteses 0 fivida do tenque é um gés cuje densidade ¢ muito menor do que @ densidade do fluido manométrico, Propriedades dedo que a gravidede especitica do fluido menométrico € 0,88. Consideramos a densidede padrdo de égua coma 1.000 gir? ‘Andlise A densidade do fluido ¢ obtida multiplicando a sua gravidade especi- fica pela densidade da dgue, que ¢ considerada 1.000 kg/m p= GE (pn,0) = (0,85)(1000 kg/m’) = 850 kg/m? ‘Assim, da Equagéo 3-12, = Pan + eat _ A 5 iN 1 Pa = 96 KP + (850 ke/m’)(9.81 mv/s"X0,55 mi( a Se a) = 100,6 KPa, Discusso Observe que a presse manoméirica no tanque & de 4,6 kPa. ‘Muitos problemas de engenbaria ¢ alguns mandmetros envolvem a sobre- posigao de varios fluidos imisciveis de diferentes densidades. Tais sistemas podem ser faciimente analisados sc lembrarmos de que (1) a variagao da presso em uma coluna de fluido de alturs € AP = pgh, (2) em determinado fuido, a pressio aumenta para baixo e diminui para cima (Ou S62, Pinus > Pup.) € (3) dois pontos a ‘uma mesma altura em um fluido continuo em repouso esto @ mesma pressio, altimo princfpio, que € um resultado da Lei de Pascal, permite “pularmos” ‘nos manémetros de uma coluna de fuido para a préxima, scm nos preocuparmos com a variagdo de pressio, desde que no pulemos sobre um fluido diferente, ¢ desde que o fluido esteja em repouso. Assim, a pressio em qualquer ponto pode ser determinada iniciando com um ponto de pressio conhecida € adicionando ou sub- traindo os termes pgh & medida que avangamos na direc2o do ponto de interesse. Por excmplo, 2 pressio na parte inferior do tanque da Figura 3-13 pode ser deter- ‘minada iniciando-se na superficie livre, onde a presso € Pay, movendo para baixo até atingir 0 ponto | na parte inferior ¢ igualanéo o resultado a P,, Isso resulta em: Pax * pith + paths + paths = P, [No caso especial de todas os fluidos possuirem a mesma densidade, essa relago fica reduzida & Equago 3-12, como era esperado. ‘Os manémetros so particularmente adequados para medir a queda de presse centre dois pontos especificadas de uma seco de escoamento horizontal, devido ® presonga de um dispositive como uma vélvula, um trocador de calor, ev qualquer cesses dois pontos, como mostra a Figura 3-14, O fluido de trabalho pode ser um ‘is ou um liquido cuja densidade € p, A densidade do fluido manométrico € py. © a altura diferencial do fluido € h. ‘Uma relagio para 2 diferenga de pressdo P, ~ P, pode ser obtida iniciando-se xo ponto | com P, movendo-se ao longo do tubo adicionando ou subtraindo os ter- ‘mos pgh até atingir 0 ponto 2, ¢ igualando o resultado a P: P, + pista + fA) ~ pagh ~ pxga = P 13) Observe que passamos do ponto A horizontalmente para o ponto B ¢ ignoramos a parte inferior, uma vez que 2 presso cm ambos os pontos ¢ igual. Simplificando: =~ pose a4) Note que a distncia a ndo tem efeito sobre o resultado, mas deve ser inclufde ne andlise, Além disso, quando 0 fluido que escoa no tubo é um gis, entéo p, << py & aarelagdo da Equagdo 3-14 pode ser simplificads para P, ~ P, P,-P, EXEMPLO 3-3 Medigao da Pressdo com um Mandmetro de Varios Fluidos ‘A égua de um tanque € pressurizada a ar, 2 presséo é medida por um mand- metto de varios fluides, como mostra a Fig. 3-15. 0 tanque esté localizedo em uma montanfa a uma altitude de 1.400 m, onde a presséo atmostérica € de 85,6 kPa, Determine a press2o do ar no tanque se hy = 0,1 m, m= 02 me ‘ny = 0,35 m. Considere as densidades da agua, do 6leo e do merctrio como 1.000 kgim?, 850 kg/m? e 13.600 ke, respectivamente, SOLUGAO A pressio de um tanque de égua pressurizado € medida por um manémetro de vério fluidos. A presséo do ar no tanque deve ser determinad: Hipétase A pressto do ar no tanque & uniforme (ou seja, sua variagao com a elevagdo & desprezivel devido & sua baixa densidade) e, portanto, podemos deter- mminar 2 pressdo na interface entre o ar e a agua. Propriedades As densidades da gue, do 6leo © do mercirio so dadas por 1.000 kg/m’, 850 kg/m? e 13.600 kgm, respectivamente. ‘Andlise Iniciando-se com a press4o no ponto 1 ra interface entre ar e agua, movendo-se 20 longo do tubo adicionando ou subtraindo os termos pgh ate tin- ‘mos 0 ponto 2, € igualando o resultado @ Piyq, uma vez que o tubo esté aberto para a etmostere, teros: Py + Pratl + Pco8ha ~ Prensi8lts Isolando P, e substituindo os valores: Py = Pare ~ PeguBthi ~ Polis + Preciiofs = Paw + 8(Peccutlts ~ Pagal ~ Pais) = 85,6 kPa + (9,81 mvs°)[(13.600 ke/in')(0,35 m) ~ (1000 ke/tn")(0,1 m) (cae ie) ns) Discusséo Observe que pulando horizontalmente de um tubo para 0 outro e levando em conta que @ pressto permanece igual para o mesmo fluido, @ andlise fica muito mais simples. Observe também que o mercario € um fluido téxico e {que os manémetros e termémetras de merclrio estao sendo substituldos por ou- {tos com fluidos mais seguros, por conta do risco da expesig4o 20 vapor de mer- ‘curio em caso de acidente. ~ (850 ky'?X0,2 = 130kPa Tite ‘Uma seo de escoamento ‘ou um dispostive de escoamento FIGURA 3-14 ‘Medigdo da queda de press em uma segio de eseoamento ou em um Aispositivo de escoamento por um manOmetro diferencia FIGURA 3-15 Exquema do Exemplo 3-3. 0 desenho ‘fo esté em escala. ry Preteen Soya raevera do tubo FIGURA 3-16 Diversos tipos de tubos de Bourdon usados para medir a presslo. EXEMPLO 3-4 Anélise de um Mandmetro de V: com 0 EES \s Fluidos Reconsidere 0 mandmetro de varies fluidos discutido no Exemplo 3-3, Determine a pressdo do ar no tanque usando o EES. Determine também qual seria a altura diferencial do fluido para a mesma pressto de ar se o mercdrio da altima co- luna fosse substituido por agua do mar com densidade de 1.030 kg/m?. SOLUGAD A pressgo em um tanque de agua & medida por um mantmetro de véris fluidos. A pressio do ar no tanque e 2 altura diferencial hy do fluido se 0 mercirio for substituldo por gue do mar devem ser determinades usando 0 EES. ‘Andlise Iniciamos o programa EES clicando duas vezes em seu icone, abrimos tum arquivo novo e digitamas 0 seguinte na tela em branco que aparece (expres- ssamos a pressdo atmosférica em Pa para manter a consistencia da unidade). s-981 Pam=85600 hi=O1; 12-02; 3-035 rw=1000; roil=850;mm=13600 PLtrwtgtbl troiltgth2—rm"g*3=Patm Agui PI & a Gnica incdgnita. Ela € determinada pelo EES como P, = 129647 Pa = 130kPa que ¢ idéntica ao resultado obtido no Exemplo 3-3. A altura da coluna de fluido hs quando © mercurio é substituido por agua do mar & determinada facilmente substituindo-se “h, = 0,35" por “P, = 129,647" e ‘tm = 13,600" por “rm = 1,030" e clicando no simbolo de caleuledora, Isso resulta em = 462m DDiscusséo Observe que usamos a tela como um bloco de papel e escrevemos as informagdes relevantes juntamente com as relagSes aplicéveis de forma organi- zada. 0 EES fez o restante, As equagées podem ser escritas em linhias separadas ‘ou na mesma linha, seperando-2s com ponto-e-virgulas, e linhas em branco ou de comentério podem ser inserides para dar maior clareza. O EES ajuda a fazer as pergumlas "e se”, © a executar os estudos paremétricos. Outros Dispasitivos de Medicao da Pressao Outro tipo de dispositivo meciinico de medigaio de pressio muito usado é 0 tubo de Bourdon, assim denominade em homenagem ao engenheiro © inventor francés Eugene Bourdon (1808-1884). © disposiivo consiste em um tubo de metal aco obrado como um gancho, cuja extemidade é fechada © conectada a uma agulha indicadora (Figura 3-16). Quando est aberto para a atmosfora 0 tubo nfo se deforma e, nesse estado, a agulha do mostrador esté calibrada para a leitura zero: (pressfio manométrica). Quando o fluido dentro do tubo esté pressurizado, 0 tubo se estica ¢ movimenta a agulha proporcionalmente & pressio aplicada. A eletrénica esta em todos os aspectos da vida, incluindo os dispositivos medi- ores de pressto. Os sensores de presstio modernos, chamados de transdutores de pressiio, utilizam diversas técnicas para converter o efeito de pressdio em um efeito elétrico, como uma variaglo de voltagem, resisténcia ou capacitincia. Os transdu- ‘tores de presstio io menores e mais répidos, e podem ser mais sens{veis, confidveis © exatos do que seus equivalentes mec@nicos. Eles podem medir presses de menos «de um milionésimo de 1 atm até vérios milhares de atm ‘Uma ampla variedade de tansdutores de presstio esté disponfvel para a rmedigio des presses manometric, absolutae diferencial em uma ample variedade e aplicagdes. Os iransdutores de presséio manométricos utiliza a pressio atmos- {érica como referéncia, por meio de uma abertura para a atmosfera na parte traseira do diafragma sensor de pressdo. les acusam uma saida de sinal zero & pressio atmosférics, independentemente da altitude. Os transdutores de pressio absolutos sao calibrados para ter uma saida de sinal zero no vacuo absoluto. Os transdutores de pressao diferenciais medem diretamente a diferenga de pressio entre dois locais, fem ver de usar dois transdutores de pressio ¢ tomar a diferenca entre cles, Os transdutores de pressio extensométricas (strain-gages) fancionam através de um diafragma que se curva entre duas cfimaras abertas para as entradas 4 press. A medida que 0 diafragma se estende em resposta a uma mudanga na diferenga de pressto através dele, 0 extensOmetro se estica © um cireuito de ponte ‘Wheatstone amplifica 2 safda. Um transdutor capacitivo funciona de modo similar mas, & medida que o diagrama se estende, a variagio de capacitincia € medida em vex da variagao de resisténcia. Os transdutores piezelétricos, também chamados de transdutores de presso e estado s6lido, funcionam de acordo com o principio de que um potencial eletrico 6 gerado em uma substéncia cristalina quando cla é submetida a presséo mecénica Esse fenémeno, descoberto pelos irmfos Pieme e Jacques Curie em 1880, 6 chamado de efeito piezelérica. Os transdutores de presstio piezeléricos t&m uma resposta em freqGéncia muito mais répida do que aquela das unidades de diafragma, «slo muito adequados para as aplicag¥es de alta pressto, mas em geral nfo sto to sensfveis quanto os transdutores do tipo diafragma, 3-3 - O BAROMETROE A PRESSAO ATMOSFERICA A pressao atmosférica € medida por um dispositivo chamado de barémetro, Dessa forma, a pressio atmosférica ¢ chamada com freqiiéncia de pressao barométrica. italiano Evangelista Torricelli (1608-1647) foi o primeiro a provar, de forma cconclusiva, que a pressio atmosférica pode ser medida pela inversio de um tubo cheio de mercirio em um recipiente de mercdrio aberto para a almosfera, como mostra a Figura 3-17. A pressio no ponto B ¢ igual & presséo atmosférica, ¢ presséo em C pode ser considerada zero, uma vez que $6 existe vapor de merctirio acima do ponto C ¢ a pressdo ¢ muito baixa com relagao a Piya, podendo assim ser desprezada com uma excelente aproximagdo. Um equilfbrio de foryas na diree0 vertical resulta em: Pago = poh ors) onde p é 2 densidade do merciio, g € a aceleragio da gravidade local eh € a altura 6a coluna de mercirio acima da superficie live. Observe que © comprimento © a seg transversal do tubo nio tm efeito sobre 2 altura da coluna de fluido de um bardmetro (Figura 3-18). ‘Uma unidade de pressio utlizada com freqiéncia é a atmosfera padrdo, que & efinida como a pressao produzida por uma coluna de merctsio com 760 mm de altura a O°C (p,,, = 13.595 kp/m") sob aceleragdo da gravidade padtio (g = 9,807 m/s), Se fosse usada 4gua em vez de mercirio para medir a pressio atmosférica padrio, seria necesséria uma coluna de gua com cerca de 10,3 m. As vezes a presséo € expressa (pasticularmente na previséo do tempo) em termos de altura da coluna de meroirio. A pressao atmosférica padréo, por exemplo, é de 760 mmHg (29,92 inklg) a 0°C. A unidade mmiig também ¢ chamada de torr em homenagem a ‘Torricelli. Assim, 1 atm = 760 torre 1 tor = 133,3 Pa. A pressio atmosférica padrao Px. que no nivel do mar é de 101,325 kPa muda para 89,88, 79,50, 54,05, 26,5 ¢ 5,53 kPa a altitudes de 1.000, 2.000. 5.000, 10.000 © 20.000 metros, respectivamente. A pressio atmosférica padrao em Denver (alti- tude = 1.610 m), por exemplo, é de 83,4 KPa Lembre-se de que a pressao stmosfética em uma localidade é simplesmente 0 peso do ar scima daquela localidade por unidade de fea de superficie. Assim, ela zo apenas muda com a altitude, como também com as condigces meteorol6gicas. 5 Tey A = pgh| FIGURA 3-17 O bardmetro basic. FIGURA 3-18 © comprimento ou segto transversal do tubo no tem efeita sobre a altura da coluna de fluido de um bardmetro, desde que o didmetro do tubo seja suficientemente grande para evitar 0s ‘efeitos da tensio superficial (capilaridade). 6 Peete san FIGURA 3-19 A altitudes elevadas, um motor de ‘automével gera menos potéacia e uma pessoa recehe menos oxigénio por conta «da menor densidad do ar. FIGURA 3-20 xquema do Exemplo 3-6 ¢ 0 diggrama do corpo livre do pisizo. declinio da pressio atmosférica com a altitude tem ramificagées de longo alcance na vida didriz. Por exemplo, leva mais tempo cozinhar a altitudes clevadas, luma vez que 2 égua ferve a ume temperatura mais baixa a presses atmosféricas ais baixas. O sangramento do nariz é uma experiéncia comum nas altitudes ele- vadas, jé que a diferenga entre a pressio sangiinea © a pressio atmosférica € maior neste caso, ¢ as delicadas parcdes das veias do nariz raramente conseguem suportar ssa tensdo extra, Para uma dada temperatura, 2 densidade do ar é mais bains a altas altitudes c, assim, um determinado volume contém menos ar © menos oxigénio. Dessa forma, nio € surpresa que nos cansemos com mais facilidade ¢ tenhamos problemas respi- raérios a grandes altitudes. Para compensar esse cftito, as pessoas que moram em altitudes maiores descnvolvem pulmdes mais eficientes. Da mesma forma, um motor de automével de 2.0 L funcionaré como um motor de 1,7 L 2 uma altitude de 1.500 1m (@ menos que ele seja um motor turbo). por causa da queda de 15% na pressio e, portanto, da queda de 15% na densidade do ar (Figura 3-19). Um veatilador ou com- pressor deslocaré 15% menos ar nessa altitude para a mesma taxa de deslocamento volumétrico, Portanto, os ventiladores que operam em altitudes elevadas precisam ser iaiores para garantir a taxa de escoamento de massa cspecificada. A pressao mais baixa e, portanto, a menor densidade também afctam a sustentagdo c o arrasto: os avides precisam de uma pista mais longa em altitudes maiores pare deseavolver & clevagio necesséria, c viajam a altitudes de cruzciro muito altas para reduzir © azrasto ¢, portanto, melhorar a eficiéncia de combustive. EXEMPLO 3-5 Medigao da Pressao Atmosférica com um Barémetro Determine 2 pressfio atmesférica em uma locelidade na qual a leltura baro- métrica € 740 mm Hg e 2 aceleragao gravitacional é g = 9,81 mfs*. Considere que @ temperatura do mercino seja de 10°C, na qual sua densidade € de 13.570 kgm’. SOLUGAO A leitura barométrica em altura de coluna de mercirio de uma local ‘dade 6 dada. A prossio atmosférica deve ser determinada Hipéteses A ternperatura do mercirio tomada como 10°C. Propriedades densidade do mercirio 6 13.570 kgim. ‘Anélise Da Equago 3-15, a presséo atmosférica é determinada por: Pan = ah sya avo naem (EN _\(_28 = (13.570 kg/m'y9,81 ve K0,74 of; ae se 2) =985ePa Discusso Observe que a densidade varia com a temperatura e, portanto, esse efeito deve ser considerado nos calculos. EXEMPLO 3-8 Efeito do Peso do Pistao sobre a Pressao em um Gilindro 0 pistdo de um dispositive vertical pistao-clindro contendo um gés tem densi- dade igual a 60 kg e area da seco transversal de 0,04 m2, como mostra a Figura 3-20. A pressao atmostérica locel & de 0,97 ber, e @ aceleracao gravite- cional é de 9,81 mis®. (a) Determine a pressiio dentro do cilindro. (b) Se calor for transferido para o gés e seu volume dobrar, voc8 espera que a presséo dentro do cilindro mude? SOLUGAO Um gés esta contido em um cilindro vertical com um pist¥o pesado, ‘A press8o dentro do cilindro € o efeito da variaggo de volume sobre a pressdo ‘devem ser determined. Hinéteses 0 atrto entre o pistdo e o cilindro & desprezvel. Andlise (2) & presséo do gas no dispositive de pistéo e cilindro depende de presséo atmosférica e do peso do pistéo. O diagrama de corpo live do pistéo, rmostrado na Figura 3-20, ¢ 0 equilibrio das forcas verticais resultam em: PA=P,.A+W Isolando P e substituindo, (b) A variagdo do volume nao tera nenhum efeito sobre o diagrama de corpo livre ‘desenhado na parte (a) e, portanto, 2 pressfo dentro do cilindro permanecerd a mesma. Discussio Se o gés se comporta como um gés ideal, a temperatura absolute ‘dobra quando 0 volume é dobrado a pressio constant. EXEMPLO 3-7 Pressao Hidrostatica em uma Poga Solar com Densidade Variavel Pocas solares sao pequenes lages artficiais com alguns metros de profundidade usados para armazenar energia solar. A elevagio da gua aquecida (e, portanto, menos densa) para a superficie & evitada pela colocagao de sal no {undo do lago. Em uma poga solar com gradiente de sal tipico, a densidade da agua aumenta na regiao de gradiente, como mostra 2 Figura 3-21, padendo ser exaressa como: p= oi te 3) onde my & 2 densidade da agua na superficie, 2 € a distancia vertical medida de cima para baixo 2 partir do topo da regiéo de gradiente, © H 6 2 espessura da regido de gradiente, Para H = 4 m, py = 1.040 kg/m? e uma espessura de 0,8 m para 2 regido superficial, calcule @ presséo manométrica no fundo da regi8o de gradiente. SOLUGKO A variacto da densidade da @gua salgede na regito de gradiente de uma pora solar com profundidade ¢ dada. A pressdo manométrica no fundo da regio de gradiente deve ser determineda Hipéteses A densidade na zone superticial da poca 6 constente Proprisdades densidade da égua salgada na superficie € dada por 1.040 kei Aunt slate cw 3 dense Tey FIGURA 3-21 Exquema do Exemplo 3-7. c Tene Sam o 1 2 30 4% 50 Pipa FIGURA 3-22 ‘A variagio da pressio manométrica ‘com a profundidade na zona de sradiente da poge solar. 0 ‘Andliso Chamamos as partes superior e inferior da regiao de gradiente de 1 @ 2, respectivamente, Notando que a densidade da regido superficial 6 constante, a ppressfo manométrica no fundo da regio superficial (que é o topo da regi8o de ‘radiente) é: Le P. = peh, = (1040 keym')9,81 ms?V0,8 (ats) 8,16 KPa Jd que 1 kNim? = 1 kPa, A variagéo diferencial de pressao hidrostética em uma distancia vertical dz € dada por: AP = pgdz A integragao entre 0 topo da regio de gradiente (o ponto 1 no qual z= 0) qualquer local z da regio de gradiente (sem subindice) resulta em: parm [rea > pent [mite (Zale Realizando a integragso, temos que @ variagéa da press#io manométrica na regifio de gradiente essa forma, a pressdo no fundo da regido de gradiente (2 re ntetn + cot agnieat an er (u) at) = 54,0 kPa (gage) Discusso A veriagho da pressBo manométrice com a protundidade na regiao de ‘gradiente ¢ representada na Figura 3-22. A linha tracejada indica a presstio Fidrostatica para o caso da densidade constante @ 1.040 kg/m? e é dada como referéncia. Observe que 2 variagto de presso com a profundidade nao ¢ linear quando a densidade varia com 2 profundidade. 3-4 = INTRODUGAO A ESTATICA DOS FLUIDOS ‘A estitiea dos fluidos trata dos problemas associados aos fluidos em repouso. © fluido pode ser gas080 ou liquide. A estitica dos fluidos em geral é chamada de hhidrostdtica quando 0 fuido & um liquido e & chamada de aerostdtica quando 0 finido € um gés. Na estética dos fiuidos no existe movimento relativo entre as camadas adjacentes de fluido e, portanto, ndo hé tensbes de cisalhamento (tangen- Ciais) no fluido tentando deformé-Io. A tinica tensto com a qual tretamos na estética dos fluidos ¢ a senso normal, que € a presstio, ¢ a variagto da prossio s6 € devida a0 peso do fluido. Assim, 0 t6pico da estética dos fluidos tem significado apenas rnos campos gravitacionais, ¢ as relagbes de forga desenvolvidas naturalmente envolvem a aceleragao da gravidade g. A forga exercida sobre uma superficie por lum fluido em repouso ¢ normal & superticie no ponto de contato, uma vez. que no hhé movimento relativo entre 0 fluido e & superficie solida e, portanto, nenhuma forga de cisalhamento possa agir paralelamente & superficie. ‘A estética dos fluidos ¢ usada para determinar as forgas que agem sobre corpos flutwantes ou submersos, © as forgas deseavolvidas por dispositivos como prensas hiidrdulicas e macacos de automéveis. O projeto de muitos sistemas de engenharia, Como represas © tanques de armazenamento de Iiquidos, exige a determinago das forgas que agem sobre as superficies usando a estitica dos fluidos. A descrigdo completa da forga hidrosttica resultante que age sobre uma superficie submersa exige a determinagdo da intensidade, do sentido e da linha de ago da forga. Nas Segdes 3-5 © 3-6 consideramos as foryas que agem sobre as superficies planas © ccurvas de corpos submersos devido & pressio. 35 « FORCAS HIDROSTATICAS SOBRE SUPERFICIES PLANAS SUBMERSAS Uma place exposta a um Ifquido, como um distribuidor em uma represe, « parede ée um tangue de armazenamento de liquido © 0 casco de um navio em repouso, esto sujetos & pressdo dos fluidos distribufda sobre sua superficie (Figura 3-23). Em uma superficie plana, as forgas hidrostéticas formam um sistema de forgas pa- ralelas, e com freqiacia precisamos determinar a intensidade da forga e seu ponto de aplicacao, que ¢ chamado de centro de pressio. Na maioria dos casos, 0 outro Jado da placa esté aberto para a atmosfera (como 0 lado seco de uma comporta) e, portanto, a pressdo atmosférica age em ambos 0s lados da place, produzindo uma resultante nula. Nesses casos, é conveniente subirair a pressio atmosférica e traba- Thar apenas com a presso manomética (Figura 3-24), Por exemplo, Pyyg = pgh na parte inferior do Iago. Considere a superficie superior de uma placa plana de forma arbitrdria comple- tamente submers em um liquido, como mostra a Figura 3-25, juntamente com a visio superior. O plano dessa superficie (normal & pégina) cruza a superficie livre horizontal com um Angulo 8, & consideramos a rete de intersecgfio 0 eixo x. A pressZo absoluta acima do liquido € Py, que é a pressto atmosférica local Pay S© 0 Iiquido esté aberto para a atmostera (mas P, pode ser diferente de Py, S© 0 espago acima do liquido for evacuado ou pressurizaco). Assim, a pressdo absoluta em qual- quer ponto ds placa & P= Py + pgh= Po + paysend 18) conde h é a distancia vertical entre 0 ponto ¢ a superficie livre ¢ y é a distancia entre © ponto ¢ o eixo x (do ponto O na Figura 3-25). A forca hidrostética F, resultante ue age sobre 2 superficie ¢ determinada pela integragao da forga P dA que age em uma 4rea diferencial dA cm toda a rea da superficie: Fy~ [ Pan~ | a+ neysend) dt ~ Pad + pesend { vat om Mas 0 primeira momento da drea | 1ydA esté relacionado & coordenads y do cen- tr6ide (ou centro) da superficie por: ‘Substituindo: Fa = (Po + payesen BA = (Pp + paic\h = PoA = Pris or) Pag = 0h ot (0) Pg considera (Peg subala LO 3 FIGURA 3-23 Represa Hoover. Conese do Departamento mericano do Interior Bhertriode Reewpergto~ Rigid do Baio Colorado. FIGURA 3-24 Para simplificar, ao analisar as foroas hidrostéticas em superfcies submersas, a pressio atmosférica pode ser subtraida quando age em ambos os lados daestrutura, 7 MECANICA DOS FLUIDOS cy ee FIGURA 3-25 frauen ‘A forca hidrostitioa em uma superficie plana inelinada completamente submersa em um liquide. Fan Sap e a superficie FIGURA 3-26 A presstio no centréide de uma superficie & equivalente & pressio média sobre a superficie onde Py = P, + pec € a pressio no centrbide da superficie, que ¢ equivalente & pressio média na supeificie, ¢ he = yp sen 0 € a distincia vertical entre o centséide © a superficie livre do liquide (Figura 3-26). Assim, concluimos que: ‘A magnitude da forga resultante que age sobre uma superficie plana de uma placa completamente submersa em um fluido herogéneo (densidade constante) 6 igual 20 produto da press2o P. no centrdide da superficie e da area A da superticie (Figura 3-27), [A presséo P, em gerel 6 a pressfo stmosfética, ue pode ser ignorada ne maio- ria dos casos, uma vez que ela age em ambos os lados da placa. Quando esse nao € 6 caso, uma forma pritica de calcular contribuigao de P, para a forga resultante 6 simplesmente somar uma profundidade equivalente hay. = Pyp¢ a ho, on seia, supor a presonga de uma camad de liquido adicional com espessura ha. n0 alto do liquide com 0 vécuo absoluto acim ‘A seguir, precisamos determinar a linha de agdo da forga resultante Fy. Dois sistemas de forgas paralelas sao cquivalenes se tiverem a mesma intensidade © 0 ‘mesmo momento com relagao a um ponto. A linha de agao da forga hidrostitica resultant, em goral, nfo passa através do centre da superficie — cla fica abaixo, onde a pressio é mais alta. ponto de intersecgo entre a linha de ago da forge resultantee a superficie é 0 centro de pressio. O local vericl da linha de acto & determinado igualando 0 momento da forge resutante © @ momento da forga de pressio distribnida com relagdo ao eixo x, Isso resulta em: tgn | sPan= | tot parsoneran = 2, | yah + pasene | ra dey =PoycA + pe sen G lace 320) onde y» € a distancia do centro de pressio a0 cixo x (ponto O na Figura 3-27) ¢ pu | SP UNG sepia eaiaeaS AER anon SNasIS Ss aR Indra de dea) com lato a0 eno x. Ox segundo moments de fren eso ampla See ses ps ase Seat oceans Caper aes to dedoe com ring aca ela que pass ebavés fo coaide dt ten, Polls: cis ark ase os oe wan cae fare en sacs pc spa ley Gaal gis cay 4 aoa eas Tago = hae YA a2 a TLE onde J, « € 0 segundo momento de drea com relayo ao eixo x que passa através do Lint do 910 centroide da area ¢ y¢ (2 coordenada y do centrbide) € a distancia entre os dois cixos paralclos. Substituindo a relagio F, da Equagio 3-19 ¢ a relagdo Ia, g da Equagio 3-21 na Equago 3-20 ¢ isolando yp temos: hae + az ie + Papa sen BA a wee Para P, = 0, que em geral é o caso quando & pressio atmosférica ¢ ignorada, isso pode ser simplificado para: fase waret ss 22») Sabendo yp, a distancia vertical do centro de pressio & superficie livre € determi- FIGURA 3-27 nada por hy = yp sen 8 A forga resultante que age sobre uma Os valores J, ¢ para algumas éreas comuns so dados na Figura 3-28. Para superficie plana ¢ igual ao produto entre fessas e outras reas que possuem simetria com relagio a0 eixo y, 0 centro da _—_—& press40 no ceatrbide da superficie ea rosso esté no eixo y diretamente abaixo do centréide. A localizagio do centro de frea da superficie, e sua linha de gio [pressio em tais casos ¢ simplesmente o ponto sobre a superficie do plano de sime- passa através do centro da pressio. trig vertical a uma distancia h, da superficie livre. ‘A pressio age normal a superficie, es forcas hidrostaticas que agem sobre uma placa plana de qualquer forma compéem um volume cuja base é a érea da placa e coja altura & pressio que varia linearmente, como mostra a Figura 3-29 Esse prisma de pressio virtual tom uma interpretagio fisica interessante: seu vo- dume € igual & intensidade da forge hidrostética resultante que age sobre a placa uma vez que V = J P dA, e a linha de acéo dessa forga passa através do centrdide esse prisma homopéneo. A projecdo do centréide sobre a placa é 0 centro de pressdo. Assim, com o conceito do prisma da pressto, o problema de descrever a orca hideostitica resultante em uma superficie plana fica reduzido a encontrar 0 volume eas duas coordenadas do contre desse prisma do press. , , Ps : > . ° : t oF on | “an [at Anat, fy nab awh canis Av aty ta c= ab (@ Retinguo (© Cheute (Blips: ” y fat bp a wid Ll As db, 1c ab36 Asi, [c= 030075TR* Ae mab, = 010975708? Tigo (o Semictto (0 Semictine FIGURA 3-28 ‘O centr6ide e os momentos centebides de inércia de slgumas formas geométricas comuns. 7 Peete FIGURA 3-28 As forgas hidrostéticas que agem sobre ‘uma superficie plana formam um ‘volume cuja base (a face esquesda) é 2 superficie e cuja altura 6 a press. FIGURA 3-30 Caso Especial: Placa Retangular Submersa Considere uma place plana retangular completamente submersa com altura b e largura a inclinada de um Angulo 6 com relaglo & horizontal e cuja aresta superior 6 horizontal c esté a uma distinc s da superficie livre 20 longo do plano da place, como mostra a Figura 3-30a. A forga hidrosética resultante na superficie superior € igual A pressdo média, que ¢ a pressdo no ponto médio da superficie vezes a drea de superficie A. Ou sejz Placa reangularinclinada: Fy = PcA = (Po + pa(s + bf2) sen Blab om ‘A forga age @ uma distincia vertical de hy = yp sen 6 da superficie livre direta- ‘mente abaixo do centréide da placa onde, pela Equagio 3-224: =a ane O89” pe bD + Py Aog seu ab > # S842 s+ b+ Pofing sen 8) ad Py a= (Py oohb Pp + pale + HA ab (6) Placa yerial (6) Placa horizontal FForga hidvostética que age sobre a superficie superior de uma placa retangular submersa nos casos inclinado, vertical e horizontal. Quando 0 lado superior da placa esté na superficie livre c, portanto, s = 0, Equaséo 3-23 é reduzida a: Placa retangular inelinada(s = 0): Fy = [Py + pg(b sen ®)2]ab 25) Para uma placa vertical completamente submersa (0 = 90°) cuja aresta superior é horizontal, a forga hidrostética pode ser obtida fazendo sen 6 = 1 (Figura 3-308): Placa retangular vertical: Fx [Po + pals + bf2)lab 28) Placa reiangular vertical (s = 0): Fy = (Pa + pgbl2)ab ean (Quando 0 efeito de Ps ignorado, uma vez que cle age em ambos os lads da placa, a forga hidrosttca em uma superficie retangular de altura b cujaazesta superior € horizontal eesté na supericie live € Fy = pgab'/2 agindo a uma distancia 20/3 da supertcie live dirtamente abaixo do centrSide da placa. {A distibuigdo ds pressao em uma superficie horizontal 6 uniforme e sua inten- sidade & P = P, + pgh, onde h 6 a distancia entre a supetici e a superficie lv. ‘Assim, a forgahidrosttica que age sobre uma superficie retangular horizontal &: Placa retangular horizontal: F= (Py + pga a2) © age no ponto médio da placa (Figura 3-30c). EXEMPLO 3-8 Forga Hidrostética Agindo na Porta de um Carro ‘Submerso Um carro pesado sofre um acidente e mergulha em um lago @ assenta no fundo do lego sobre as rodas (Figure 3-31). A porta tem 1,2 m de altura e 1 m de largura, @ a parte superior da porta esté 8 m abaixo da superficie lie da agua. Determine a forga hidrostética sobre a porta e o local do centro da presséo e dis- couta se 0 motorista consegue abrir a porta SOLUGAO Um carro est submerso na agua. A forga hidrostatica sobre @ porta ‘deve ser determinada, e a probabilidade de que 0 motorista aba @ porta deve ser avalieda. Hipéteses 1 A superficie inferior do lago é horizontel. 2 A cabine de passegeiros est bem vedada de modo que nenhuma égua vaza para dentro. 3 A porta pode ser aproximada por uma placa retangular vertical. 4 A pressdo na cabine de pas- sageiros permanece com o valor atmosférico, uma vez que nao ha vazamento de ‘agua pera dentro e, portento, nenhuma compresséo do ar interno, Assim, @ pressdo atmosiérica se cancela nos cdlculos, uma vez que ela age em ambos os lados da porta. 5 0 peso do carro € maior do que ¢ forga de flutuaggo que age sobre ele, a Tue FIGURA 3-31 Exquema do Exemplo 3-8, Tien EZ 9S FLUIDOS Propriedades Toriamos a densidade da 4gua como 1.000 kg/m? em todo o lago. ‘Andlise& pressio média sobre a porta é o valor da pressio no centide (ponto rmédio) da porta e é determinada por Posi = Po™ pac = pals + b/2) . . LEN eee ena = 84,4 1m? Entfo, a forga hidrstitca resultante sobre @ porta tomas. Fae = Pras = (84.4 kNfm')(1 m X 1,2) = 101,3 kN 0 centro da presséo estédiretamente abaixo do ponto médio da porta e sua dis- tdncia da superticie do lago & determinade pela Equac#o 3-24 fazendo P, = O, por a, a >= ie ae? se a Discussio Uma pesson forte pode levantar 100 ig, cujo peso € 981 N ou cerca Ge 1 kN. Da mesma forma, a pessoa pode aplicar a forga em um ponto mais dis- tante das dobradices (1m além) para cbter 0 efeito méximo e gerar um momento de 1 KN - m. A forea hirostética resultante age sob o ponto médio da porta e, portanto, a uma disténcia de 0,5 m das dobradigas. Isso gera um momento de 50,6 KN - m, que 6 cerca de 50 vezes 0 momento que 0 motorista poderia gear. Assim, & impossivel para o moloristaabrit a porta do carro. A me- ihr opeéo para o metorste & deixar que elgume Agua entre (sbrindo um pouco @ janela, por exemplo) e manter sua cabeza préxima ao teto. O motorsta deve ser ‘capaz de abrir porta logo depots que o cerro se encher com égue, uma ver que rnesse ponto as pressbes em ambos 0s lads da porta so quase iguais © abrir a porta dentro da dgua € quase tao facil quanto abla no a. 3-6 = FORGAS HIDROSTATICAS SOBRE SUPERFICIES CURVAS SUBMERSAS Para uma superficie curva submerse, a determinagao da forga hidrostética resultante ¢ mais complicads, uma vez que em geral cla cxige a integragio das forgas de pressio que mudam de dirego ao longo da superficie curva. O conceito do prisma de pressdo neste caso nfo ajuda muito por conta das formas complicadas cavolvidas. ‘A forma mais ffeil de determinar a forge hidrostética resultante Fy que age sobre uma superficie curva bidimensional & determinar os componentes horizontal ¢ vertical Fy, © Fy separadamente. Isso ¢ feito considerando o diagrams de corpo livre do bloco liquide englobado pela superficie curva ¢ pelas duas supecicies planas Cama horizontal ¢ outra vertical) passando por duas extremidades da superficie curva, como mostrado na Figura 3-32. Observe que a superficie vertical do bloco liquide considerado ¢ simplesmente & projecdo da superficie curva em um plano vertical, ¢ a superficie horizontal ¢ a projego da superficie curva em um plano horizontal. Assim, « forya resultante que age sobre a superficie lida curva € igual e oposta & forga que age sobre a superficie liquide curva (pela terceira lei de Newton). ‘A forga que age sobre a superficie do plano imaginério horizontal ou vertical ¢ sua linha de ago pode ser determinada como foi discutido na Sego 3-5. O peso do bloco de liquido confinado de volume V é apenas W = pal, ¢ cle age para baixo através do centréide desse volume, Observando que © bloco de fluido est em equi- librio estético, os balangos de forya nas direyées horizontal ¢ vertical resultam em: Componente da forga horicomal na superficie curva Fak 2) ‘Comonente a forca vertical na supefice curva: Ry=R+W a0 a Tue FIGURA 3-32 Determinago da forga hidrostética que age sobre uma superficie curva submersa conde soma de F, + W é uma adi¢ao vetorial (soma as intensidade se ambas agem za mesma diego ¢ as subirai se clas agem em direydes opostas). Assim, concluf- mos que: 1. A componente horizontal da forgahidrostética que age sobre uma superficie curva € igual (em intensidade e na linha de ago) &forga hidrostética que age sobre & projecéo vertical da superficie curva. 2. A.componente vertical da forca hidrostética que age sobre uma superficie curva ¢ igual a Zorea hidrostética que age sobre a proje;ao horizontal da superficie curva, mais (ou menos, se cla agir na direcéo oposta) 0 peso do bloco de fluido. A intgnsidade da forga hidrostticaresultante que age sobre a superficie curva, € Fy = VFir+ Fic a tangente do angulo que cla forma com a horizontal 6 tg «t = F JF O local exato da linha de ago da forya resultante (por exemplo, sua dis- tincia de uma das extremidades da superficie curva) pode ser determinado tomando FIGURA 3-33 tum momento com relago a um ponto aproprindo, Essas discusses sto vélidas para Quando uma superficie curva estéacima todas as superficies curvas, independentemente de estarem acima ou absixo do do Viguido, 0 peso do liquido e ‘componente vertical da forge Uiguido. Observe que no caso de uma superficie curva acima de um liquido, R680 sasuca amen om dos onootn o liguido é subtraido do componente vertical da forca hidrostética, uma vez que cles agem em dirogdes opostas (Figura 3-33). Quando a superficie curva 6 um arco circular (eculo completo ou qualquer pare dele), a forga hidrosttica resultante que age sobre a superficie sempre passa através do centro do ctreulo. Isso scontece porque as forgas de pressfo so normais A superficie todas as retas normais & superficie de um efteulo passam através do contro do efteulo, Assim, as foreas de pressio formam um sistema de forgas concor- rentes no centro, as quais podem ser reduzidas a uma vinica forga equivalente naquele ponto (Figura 3-34). Finalmente, as forgas que agem em um plano ou superficie curva submersos em um fluido em vérias camadas com densidades diferentes podem ser deter- ‘minadas eonsiderando partes diferentes das superficies em fuidos diferentes como superfcies diferentes, encontrando a forge de cada parte e, em seguida, somando-as usendo a adie vetorial. Para uma superficie plana, isso pode ser expresso como (Figura 3-35): Superfcie plana de wm fluido em vérias camadas: Fy= SF z,~ Pec, 30 i Tien 9S FLUIDOS FIGURA 3-34 A forga hidrostatica que age sobre uma superficie cireular sempre passa através o centro do eiteulo, uma vex que as Forgas de pressio slo normals & supectcie e passam através do centro. : eo », % b Agua 4 5, FIGURA 3-35 ‘A forga hidrostética em uma superficie submecsa em um fluido em vias ‘camadas pode ser determinada cconsiderando-se as partes da superficie ‘nos diferentes fluidos como superiicies diferentes. FIGURA 3-38 Esquema do Exemplo 3-9 ¢ 0 iagrama do corpo livre do fluido abaixo do cilindro. onde Pr, , = Py + pighc, ,€ a pressio no centroide da parte da superficie do fluido i cA, € a area da placa naquele fluido. A linka de ago dessa forpa equivalente pode ser determinada usando 0 requisito de que o momento da fore equivalente com relaydo a qualquer ponto é igual & soma dos momentos das forgas individuais com re- lagdo ao mesmo posto. EXEMPLO 3-9 Uma Comporta Cilindrica Controlada por Gravidade Um cilindro fongo e s6lido de raio de 0,8 m com dobradigas no ponto A é usado como uma comporta automética, como mostra a Figura 3-36. Quando o nivel d2 gua atinge 5 m, @ comporta se abre girando na dobradiga no ponto A. Deter- mine (a) 2 forga hidrostatica que age sobre o cilindro e sua linha de agéo quando a comporta se abre e (b) 0 peso do cilindro por unidade de comprimento do cilindro, SOLUGAO A altura de um reservatrio de agua 6 controlada por uma comporta cilindrica com dobradigas que a prendem ao reservatéri. A forga hidrostatica sobre 0 cilindro e 0 peso do cilindro por unidade de comprimento deve ser determinados.. Hipéteses 1 0 atrito na dobradica & desprezivel. 2 A presséo atmostérice age fem ambos 0s lados da comporta e, portanto, cancela-se Propriedades Consideramos a dersidade de gua como 1.000 kg/m? em todo o reservatério. ‘Andlise (a) Consideramas 0 diagrama de corpo lime do bloco liquido englobado pela superficie circular do cilindro © suas projecSes vertical e horizontal. As forgas hidostaticas que agem sobre as superficies planas vertical e horizontal, them como 0 peso do bloco de liquido, devem ser determinades por: Forga horizontal sobre a superficie vertical: Fay = Fe= PassA= pphcA= pels + R2)A = (1.000 ke/m')(9,81 m/)(4,2 + 0,8/2 m)(0,8 m x 1 m)| = 361KN Forge vertical sobre a superficie horizontal (pare cima): Fy PoaiA= pach paheaieA = (1.000 kgfn’)(9,81. /s#)65 m)(0,8 m X 1 m(, 9.2 EN a TOE Peso do blaco de fluide por unidade de comprimento (para baixol: W= mg = peV = pet — R'/4)(1 m) = co0okeinyat miAvo8 mPa ~ wna (soo) =13kN ‘Assim, a forga vertical resultante para cima é: By = F,— W= 392-13 = 379 EN essa forma, a intensidade e a diregdo da forga hidrostética que age sobre a superficie cillncrica torna-se: Fy = VFA Fh = V36,0 +379 = 523 KN 1g 0 = FVFy, = 37,9796.1 = 1.05 + 6 = 46,4" Portanto, intensidade da forga hidrostética que age sobre o cilindra é de 52,3 kN Por unidade de compriments do cilindro, e sua linha de agdo passa através do Centro do cilindro fazendo um angulo de 46,4" com a horizontal. {(b) Quando o nivel da gua atingir 5 m de altura, a comporta estara para se abrir , portanto, a forga de reagéo na parte inferior do cilindro € zero, Assim, as forgas além da dobradiga agindo sobre o cilindro so seu peso, agindo no cero, ea forge hidrostatica exercida pele agua. Temando um mamerta com relagéo 20 Ponto A no local da dobradiga e igualando-o a zero temes: FR sen 8 ~ Wey R= 0 > Wey = Fy sen 6 = (52,3 KN) sen 464° = 37,9 KN LDiscussi0__0 peso do cilindro por unidade de comprimento € determinado como 37,9 KN. € possivel mostrar que isso corresponde a uma massa de 3,863 kg por Unidade de comprimento ¢ a uma densidade de 1,921 kglm? para 0 material do cing. 7 + FLUTUAGAO E ESTABILIDADE 6 comum a eapetiéncia de que um objeto parece mais lev, de peso menor, etn um liguido do que no ar. Isso pode scr faclimente mostra pesando na égua um objeto . z de peso clevado com uma balanga ce mola & prova de spva, Da mesma form, ot cbjetos Zits de maceira ou de outros matecals lvesfotuam na Spua, Eas oo- tras observagtes sugerem que um fuido exerce uma forga para cima sobre um 5 fpA corpo imerso nel. Essa forga que tende a levantaro corpo chamada de forga de flutuaglo éindicada por F nal ~ 'A forga de flutagdo & causada pelo aumento da press8o em um fuido com 4 profundidace. Considere, por exmplo, uma placa plana com espessura h submersa em um liguido de densidade p, paralela & superficie live, como mostra a Figura 3.37. A fiea éa supericie superior (¢ também da inftior) da place é A, ¢ sua dis- yale tincia da superficie live ¢ s. As press6as das superfiies superior e inferior da placa so pgs. pye(s + H),respectivamente. Assim, a forg hidrosttica F,. p,esA age ricura 3-37 para baixo na superficie superior, ¢ a forga maior Fi., = pya(s + WA age para cima pape za superficie inferior da placa. A diferenca entre esses duas forgas € uma forga ste : bs uniforme f submersa em um Ifquido resultante para cima, que € a forga de flutuagao: (sa Teper ait Fra Far Fug = pyals + BA ~ p85 = pyahh = pa (3-32) conde V = KA é 0 volume da placa. Mas a relagdo pyeV/ 6 simplesmente 0 peso do guido enjo volume é igual 20 volume da place. Assim, conclumos que a forza de Alutuagdo que age sobre a placa é igual ao peso do liquido deslocado pela placa. ‘Observe que a forga de flutuagio nio depende da distincia entre o corpo e a super- fici live. El também nfo depende da densidade do corpo slo. i Tien Sam Fluid FIGURA 3-38 As foryas de flutuagio que agem sobre tum coepo sélido submerso em um fuido em um corpo luido de mesma forma a ‘mesma profundidade slo idénticas. A forga de futuasio F; age para cima no centebide C do volume deslocado e € ‘gual em ieensidade ao peso W do {uido destocado, mas na directo opost. Para um s6lido com densidade uniforme, seu peso W, também age no centrside, ‘mas sua intensidade no é necestariamente igual bouela do ido que ee desloce. (Aqui W, > We, portanto, W, > Fi 28e corpo sélido afundaia,) FIGURA 3-38 {Um corpo solide solto em um Fluide afundaré, fuward ou permanecerd em sepouso em algum ponto do fluido, ependendo de sua densidade com relagiio& densidade do Muido. ‘A relagdo da Equago 3-32 foi deduzida para uma geometsia simples, mas ela € valida para qualguer corpo independentemente da sua forma. Isso pode ser ‘mostrado matematicamente por um balango de forgas, ou simplesmente por este argumento: considere um corpo sélido de forma arbitrdria submerso em um fluido em repouso € compare-o a um corpo de fluido de mesma forma, indicado por linhas traccjadas a mesma distancia da superficie livre (Figura 3-38). As forges de flu- tuaso que agem sobre esses dois corpos so iguais, uma vez que as distribuigSes das presses, que dependem apenas da profundidade, sio iguais nas fronteiras de ambas. O corpo de fluido imaginério esti em equlibrio estético e, portanto, « forya resultante € 0 momento resultante que agem sobre ele so nulos. Assim, a forga de fiutuagdo para cima deve ser igual ao peso do corpo de fluido imaginério cujo vo- ume ¢ igual ao volume do corpo sélido. Além disso, 0 peso € a forca de flutuagae devem ter 2 mesma linha de ago para ter um momento nulo. Isso € conhecido como principio de Arquimedes, cujo nome é uma homenagem a0 matemitico srogo Arquimedes (287-212 a.C.) ¢ & expresso como: ‘A forga de flutuagéo sobre um corpo imerso em um fluide ¢ igual 20 peso do fluido desiocado pelo corpo, age para cima no centréide do volume desiocado. Para corpos flutuantes, © peso de todo 0 corpo deve ser igual & forya de flu- tuaso, que € 0 peso do fluido cujo volume é igual 20 volume da parte submersa do corpo flutuante. Ou seja: Vase _ Pesce Vous PF Assim, a fragdo de volume submersa de um corpo flutuante € igual & razio entre & densidade média do corpo ¢ a densidade do fluido. Observe que quando a razio de densidade € igual ou maior do que um, o corpo flutuante torna-se completamente submerso. sas discusses levam & conclusio de que um corpo imerso em um fluido (1) permanece em repouso em qualquer ponto ¢o fiuido quando sua densidade é igual 3 densidade do fluido, (2) vai até o fundo quando sua densidede € maior do que & densidad do fluido e (3) sobe & superficie do fiuido e flutua quando a densidade do corpo é menor do que a densidade do fluido (Figura 3-39). ‘A forga de flutuagio € proporcional a densidad do fluido e, portanto, podemos pensar que a forya de flutuagio exercida pelos gases como 0 ar € desprezivel. Esse certamente € 0 caso geral, mas existem excegdes significativas. Por excmplo, © volume de uma pessoa é de cerca de 0,1 m',¢ tomando a densidade do ar como 1,2 kg/m’, a forga de flutuagdo excrcida pelo ar sobre a pessoa 6: Fy = W > pyBVe = Pst ce Bet > 3.33) Fe = ppgV = (2 ky/m"9,81 nvs")(0,1 m°) © 1.2.N © peso de uma pessoa de 80 kg 6 80 X 9,81 = 788 N. Assim, ignorando a fluma- (glo neste caso temas um erro no peso de apenas 0,15%, que é desprezivel. Mas os efeitos da flutuagio nes gases dominam alguns fenémenos naturais importantes, como a elevago do ar quente em um ambiente mais fiio e, portanto, o inicio das correntes de convecyio naturais. 2 elevayio dos baldes de ar quente ou de hélio, © os movimentos do ar na atmosfera. Um baldo de hélio, por exemplo, sobe como resultado do efeito da flutuagdo até atingir uma altitude na qual a densidade do ar (que diminui com altitude) seja igual & densidade do hélio no balio — con- siderando que 0 balio no estoure ¢ ignorando o peso do material do balo. © principio de Arquimedes também € usado na geologia moderna, con- siderando que os continentes flutuam em um mar de magma. EXEMPLO 3-10 Medico da Gravidade Especifica por um Hidrémetro Se voc® tivesse um aquério de agua do mar, provavelmente usaria um tubo de vidro cillndrico pequeno com algum peso de chumbo no fundo para medir a salnidade <é2 gua, simplesmente obsevando a profundidade até a qual o tubo afunde. Tal ispositi que flutua em ume posigéo vertical e é usada para medir a gravidad= especifica de um liquide € chamado de hidrémetro (Figura 3-40). A parte superior co hidrometro se estende acima da superficie do liquide © as suas divisdes per ‘item ler dretamente a gravidade espectfica. O hidrémetro 6 calibrade para que na ‘qua pura dB a leitura exata de 1,0 na interface entre o ar e a agua, (a) Obtenha uma relagdo para a gravidade especttica de um lquido como fungao da disténcia ‘Az da marca correspandente 2 gua pura e (b) determine 2 massa do chumbo que ‘deve ser despejado em um hidrémetro com 1 cm de didmetra e 20 cm de compri= mento pare que ele flutue até a metade (marca de 10 cm) em gua pura. SOLUGA A gravidede especttica de um liquido deve ser medida por um hidrémetro. Uma relagdo entre a grevidade espectica e 2 distancia vertical do nivel de referencia deve ser obtida, e @ quentidade de chumbo que precisa ser ‘adicionada 20 tubo de determinado hidrémetro deve ser determinada, Hipéteses 1.0 peso do tubo de vidro @ desprezivel com relacéo a0 peso do ‘chumbo adicionado, 2 A curvatura da parte inferior do tubo é dasprezada. Propriedades Tomamos a densidade da 4gua coma 1.000 kgim®. ‘Andlise (2) Observance que o hidrémetro esta em equilibri estitico, a force de ‘lutuago Fy exercide pelo lquido sempre deve ser igual 20 peso W do hidrOmietr. Em agua pura, considere que a cistancia vertical entre 2 parte infe- rior do hidrémetro e a superficie livre de égua seja 2 Fazendo F, = W neste ‘caso temos: Whase = Fase = PuBVen = Puta m conde A é @ secdo transversal do tubo e p, @ @ densidade da agua pura Em um ‘luide mais leve do que 2 £82 (p, < p,), 0 hidrOmetro afundaré mais 0 nivl do lquido estaré 2 uma disténcia Az acima de 2, Novamente fazendo F,= Wtemos: Vs = 0/8AG + 82) @ Essa relagdo também vale para 0s fluidos mais pesados do que a agua tomiando ‘Az abaixo de z como uma quantidade negativa. Igualando as EquagGes (1) ¢ (2) centre si, uma vez que 0 peso do hidrémetro 6 constante, e reorganizando teres: Be Bay = +4) > GI Pr BAda = prBAlzo + Az) re eeaa! ‘que é 2 relagdo entre a gravidade especifca do fluid © Az. Observe que z € constante pafa um hidrémetro dado © Az é negativo pare ‘iuidos mais pesados do que a agua pura. (6) Desprezando 0 peso do tubo de vido, 2 quantidade de chumbo que precisa ser adicionada ao tubo & determinada pelo requisito de que © peso do chumbo sea igual a forga de flutuaydo, Quando o hidrometro esta flutuando com metade submersa na Sua, a forga de flutuegdo que age scbre ele é: Fe = p.tVay i Xue Hidromeo az FIGURA 3-40 Esquema do Exemplo 3-10. ry fren san FIGURA 3-41 Exquema do Exemplo 3-11. Igualando Fy a0 peso do chumbo teros: Wa mg Vs Igualando m e substituindo, 2 massa do chumbo é determinada por: ‘m= pias = PsCOTR hs) = (1.000 kgf La(0,005 m)°(0,1 m)]= 000785 ke Discusso Observe que se 0 hidrOmetro precisasse afundar apenas 5 cm na qua, 2 masse necesséria de chumbo seria metade dessa quantidade. Da mesma forma, 2 hipStese de que o peso do tubo de vidro é desprezivel precisa ser verii- cada, uma vez que a massa do chumbo & de apenas 7,85 g, EXEMPLO 3-11 Perda de Peso de um Objeto na Agua do Mar Um guincho € usado para abaixar pesos no mar (densidade = 1.025 kglm*) para lum projeto de construgso submarina (Figura 3-41). Determine a tenséo no cabo {do guincho devida a um bloco de conoreto retangular de 0,4 m x 0,4 m x 3.m (Gensidade = 2.300 kgim®) quando ele & (a) suspenso no ar e (6) completa: mente imerso na agua. SOLUGKO Um loco de concreto é abaixado no mar. A tens8o do cabo deve ser deterinada antes e depois do bloco estar na égua Hipéteses 1A tlutuagzo do ar € desprezivel, 2 0 peso dos cabos ¢ desprezvel Propriedades As densidades sa0 dadas como 1.025 kg/m: para a dgua do mar @ 2.300 kgm? para o concreto. ‘Andlise (a) Considere o diagrama de corpo livre do bloco de concreto. As forgas que agem sobre o bloco de concreto no ar séo seu peso e a acéo de tracdo para cima (tenséo) exercida pelo cabo. Essas duas forgas deve se equilibrate, por- tanto, a tensBo no cabo deve se igual 20 peso do bloco: Y= (044 my(O.4 m)G3 m) = 0,48 m? 2 W Ponce BY eee (B) Quando 0 bloco é imerso na agua, existe 2 forga adicional de flutuacso ‘agindo para cima. O balango de forgas neste caso resulta em: Lie 1000 kgm pg =(1.025 kg/m? )(9381 mws"V(0,48 mf Fraga = W— Fy = 10,8 — 48 = 6,0kN Discusso Observe que 0 peso do bloco de concreto e, portanto, a tense no cabo diminui em (10,8 ~ 6,0V/10,8 = 55% na Sgua. Estabilidade de Corpos Imersos e Flutuantes ‘Uma eplicagio importante do conceito de flutuagdo é a avaliagéo da estabilidade dos corpos imersos ¢ flutuantes sem nenhum acessério extern. Esse t6pico de grande importincia para © projeto de navios e submarines Figura 3-42). Aqui fornocemos algumas discussdes quaitativas gerais sobre a cstabilidade vertical ¢ rotacional Usilizamos « analogia da “bola no chao” para explicar os conceit fundamen- tais da estabilidade e instabilidade. A Figura 3-43 most ts bolas em repouso sobre 0 piso. O caso (a) € estiivel, que qualquer pequena turbuléncia (alguém movimenta a bola pare a direita ou esquerda) gera uma forya de restauragio (devido a gravidade) que 2 retorma & posigdo inicial. O caso (6) € neutramente estivel pomue se alguém movimentar a bola para a direita ou esquerda, ela permaneceré em sua nova localizaso. Ela nfo tem & tendéncia de voltar & posigo original, nem 4e continuar, se movimentando para o outro lado. O caso (c) € uma situagdo na qual a bola pode estar em repouso, mas qualquer perturbago, mesmo uma infinitesimal, faz com que a bola role para baixo — cla no retoma & posigo original, mas sim diverge dela. Essa situagio ¢ instvel. E quanto ao caso no qual a bola esté em um piso inctinado? Nao é apropriado discutir aqui a estabilidade desse caso, uma vez ue 2 bola nio estd em estado de equilibrio. Em outras palavras, ela nio pode estar em repouso ¢ rolaria abaixo mesmo sem nenhuma perturbagao. Para um corpo imerso ou flutuante em cquilibrio estitico, o peso ¢ a forga de futuagdo que agem sobre 0 corpo se eulibram, ¢ tais corpos séo inerentemente estéveis na diregdo vertical. Se um corpo neutralmente flutuante imerso for cle- vado ou abaixado até uma profundidadc diferente, 0 corpo permaneceré em equi- brio naquele local. Se um corpo flutuante for elevaéo ou abaixado de alguma forma por uma forca vertical, 0 corpo retomaré 8 sua posigdo original assim que 0 feito extemo for removido. Assim, um corpo fiutuante possui estabilidade vertical, enquanto um corpo neutralmente flutuante ¢ imerso é neutralmente estével, uma vez «que ele nfo retorna & posicfo original apés um movimento. ‘A estabilidade rotacional de um corpo imerso depends dos loeais relativos do centro de gravidade G do corpo do centro de fluwagao B, que € 0 centréide do volume deslocado. Um corpo imerso ¢ esidvel se 0 corpo tiver 0 fundo pesado e, portanto, se 0 ponto G estiver diretamente abaixo do ponto B (Figura 3-44). Uma perturbago rotacional do corpo em tais casos produz. um momento de restauragdo para retornar 0 corpo & posigdo estével original. Assim, um projeto estével de um submarino pede que os motores ¢ as cabines da tripulaydo estejam localizados na ‘metade inferior para transferir ao maximo © peso para o fundo. Os baloes de ar uente ou hélio (que podem ser vistos como imersos no ar) também sio estéveis, Juma vez que a gaiola que carrega a carga esté na parte inferior. Um corpo imerso cujo centro de gravidade G esté diretamente acima do ponto B é instdvel e qualquer perturbagdo faré com que esse corpo vire de cabega para baixo. Um corpo no qual Ge B coincidem € neutralmente estdvel. Este € o caso dos corpos cuja densidade € sempre constante. Para tais corpos, néo hé tendéncia de virar ou se endircitar. E 0 caso no qual o centro da gravidade nao esta veiticalmente alinhado com o centro de flutuagso (Figura 3-45)? Na verdade, nao € apropriado discutir aqui 2 estabilidade dese caso, uma vez que 0 corpo nBo esté em estado de equiltorio. Em coutras palavras, ele nfo pode estar em repouso ¢ rolaria na diregao de seu estado estével mesmo sem nenhuma perturbagio. Q momento de restauragdo no caso ‘mostrado na Figura 3-45 tem diregio anti-horéria ¢ faz com que o corpo rode no sentido anti-horirio para alinhar 2o ponto G verticalmente com o ponto B. Observe ue pode haver alguma oscilagto, mas no final 0 corpo assenta em seu estado de equilfotio estivel (caso (a) da Figura 3-44], A estailidade do corpo da Figura 3-45 € angloga aquela da bola em um piso inclinado, Voce pode prever © que aconteceria se 0 peso do compo da Figura 345 estivesse no lado oposto do corpo? Os critérios da estabilidade rotacional so semelhantes para 0s corpos flutu- nies. Novamente, se © corpo flutuante tiver o fundo pesado e, portanto, o centro de sravidade G estiver dirctamente abaino do centro de flutuagéo B, o corpo sempre Fluide ms Pew # # (aEstvel —(H) Neuxalmence esti (6) Insivel FIGURA 3-42 ‘Para cocpos futuantes como navios, a estabilidade € uma consideragao ‘importante para a seguranga. hod Coresttvet (6) Newtalment estivel i FIGURA 3-43 A estailidade 6 facitmente entendiéa pela andlise de uma bola no cho. FIGURA 3-44 ‘Um corpo flutuante neutralmente imerso 6 (a) estivel seo centro de gravidade G cestiver diretamente abaixo do centro de Alutuagio B do compo, (2) neutralmente esidvel se Ge B coincidirem e (©) instavel se G estiver iretamente acima de B. Peete sand Momento de resiaurasfo S= Poe FIGURA 3-45 Quando o centro de gravidade G de um corpo neutralmente flutuante imerse no std vertcalmente alinhado com o centro de flutuasao B do corpo, ele nao est fem estado de equiltria gira até seu estado estvel, mesmo ser nenhurna perturbagio. FIGURA 3-46 ‘Um corpo futuante € estdvel se 0 ‘compo tver a funde pesado e, portanto, © ‘centro de gravidade G estver abaixo do centrdide B do corpo, ou se © metaceniro ‘Mestiver acima do ponto G. Entre‘anto, ‘0 corpo éinstavel se © ponto M estiver ‘abaixo do ponta G. rN FIGURA 3-47 ‘Uma bola em uma vala entre duas colinas ¢ estével para pequenas perturbagdes, mas instdvel para grandes perturbagGes. seré estivel. Mas, a0 contrério dos corps submersos, um corpo flutuante ainda pode ser estivel quando G esté diretamente acima de B (Figura 3-46). Isso acontece Porque 0 centréide do volume desiocado muda para 0 lado até un ponto B” durante ‘uma perturbagdo rotacional, enquanto o centro de gravidede G do corpo permanece inalterado. Se-0 ponto B’ estiver suficientemente loge, essas duas forges criam um momento de restauracio retornam 0 corpo & posigio original. Uma medida da estabilidade dos corpos flutuantes é a altura metacéntrica GM, que ¢ a distincia entre o centro de gravidade Ge 0 metacentro M — o ponto de interscoyao entre as linhas de agdo da forea de Alutuagao através do corpo antes ¢ apts a rotagéo. O ‘metacentro pode ser considerado um ponto fixo para a maioria das formas de casco de navio para ngulos de rolagem pequenos de até cerca de 20°. Um corpo flutuante é estvel se 0 ponto M estiver acima do ponto Ge, portanto, GM for positivo © instfvel se 0 ponto M estiver abaixo do ponto G e, portanto, GM for negativo. Nesse tiltimo caso, 0 peso ea forge de flutuagio que agem no corpo inclinado geram um ‘momento de inversio em ver de um momento de restauracio, fazendo com que 0 corpo vire. © comprimento da altura metacéntrica GM acima de G é uma media da estabilidade: quanto maior ele for, mais estvel seré 0 corpo flutuante ‘Como jf foi discutido, um bacco pode inclinar até um &ngulo méximo sem cemborcar, mas além desse Angulo ele vira (e afunda). Fazemos uma analogia final entre a estabilidade dos objetos flatuantes e a estabilidade de uma bola rolando pelo chao, Imagine a bola em um uma vala entre duas colinas (Figura 3-47). A bola retorna 2 sua posiglo de equilfbrio estével depois de perturbada — até um limite. Se «@ amplitude da perturbagao for muito grande, a bola rola para o lado oposto da coti- na e nfo retoma & sua posigdo de equilforio. Essa situago é descrita como estivel até algum nfvel-limite da perturbago, mas além dele é instével ae ie ey ‘Momento de eee i | esaurai3o { (ep Esivel Wp Estévet {e)lnstivel 3-8 = FLUIDOS EM MOVIMENTO DE CORPO RIGIDO [Na Seso 3-1 mostrames que & pressio em determinado ponto tem @ mesma inten- situde em fodas as diregdes e, portanto, cla é uma funglo escalar. Nesta seyo obte- mos as relagdes da variago da pressio dos fluidos que se movem como um corpo sélido com ou sem accleragio na auséncia de tenses de cisaliamento (ou seja, ne- ‘nhum movimento relativo entre as camadas do fluido). ‘Muitos fluidos como o Icite ¢ 2 gesolina sio transportados em caminhoes- tangue. Em um caminhéo-tangue em aceleracao, o fluido corre até a parte trascira © come alguma turbuléncia inicial. Mas em seguida uma nova superficie livre (em eral nfo horizontal) € formada, cada particule do fluido assume a mesma aceleraga0 € todo o flido se move como um corpo rigido. Nenhuma tensdo de cisalhemento se desemvolve dentro do corpo do fiuido, uma vez que nao hé deformagao ¢, portanto, nenhuma mudanga de forma. © movimento de corpo rigido de um fluido também come quando o fluido est contido em um tangue que gira sobre um cixo. Considcre um elemento fiuido retangular diferencial com comprimentos late- rais dx, dy ¢ de nas diregdes x, y € z, respectivamente, com o eixo z para cima na direcéo vertical (Figura 3-48). Obscrvando que o elemento fluido diferencial se comporta como um corpo rigido, a segunda lei do movimento de Newton para esse elemento pode ser expressa como: BF = am + a ao onde 6m = p dV = p dx dy de € a massa do elemento fluido, @ é a aceleragio ¢ BF €.a forga resultante que age sobre o elemento. ‘As forgas que agem sobre 0 elemento fluido consistem em forgas de volume, ‘como a gravidade, que agem em todo 0 corpo do elemento e s80 proporeionsis a0 volume do corpo (¢ também as forgas elérica © magnética, que nfo serio conside- radas neste livto), © as forgas de superficie, como as forgas de pressBo que agem sobre a superficie do elemento e sto proporcionais & drea da superticie (as tensGes 4e cisalhamento também sio forgas de superticie, mas nfo se aplicam neste caso, ‘uma vez que as posigSes relativas dos elementos fluidos permanecern inalterudas). As forgas de superficie aparecem quando 0 elemento fluido ¢ isolado de sua viei- nhanga para andlise, ¢ 0 efeito do corpo destacado € substituido por uma forge naquele local. Observe que a pressio representa a forga compressiva aplicada 20 clemento fluid pelo Muido vizinho e sempre € direcionada para a superficie. Considerando a pressio no centro do elemento como P, as pressGes nas super- ficies superior e inferior do elemento podem ser expressas como P + (@P/éz) de/2.¢ P ~ (6Pléc) def2, respectivamente. Observando que a forga de pressfio que age sobre uma superficie € igual a presslo média multiplicada pela drea da superiicie, a forga de superficie resultante que age sobre o elemento na diresdo z € a diferenga entre as forgas de pressio que agem sobre as faces inferior e superior: e oa (29) aay-(r+228) ay OF, 39 Da mesma forma, as forgas de superficie Liquidas nas diregdes x ¢ y sao: ap. Ea Brym —Zededide © BF, = —Fdedyde 38) ‘Assim, a forga de superficie (que simplesmente 6 a forea de pressio) que age sobre todo 0 elemento pode ser expressa na forma vetarial como: BF,= OF i + OF J + OF (R774 PF) cdy dem Pre arde oa conde Fj, sto os vetores unitrios nas dirbes x y€z, respectivamente, pak ae, ane (3-38) ar! ay) * ae € 0 gradiemte de pressdo. Observe que ¥ ou “grad” é um operador vetorial usado para expressar os gradientes de uma fongao escalar de forma compacta na forma vetoral. Além disso, © gradiente de uma funsdo escalar é expresso cm determinada direcao c, portanto, é uma quantidade vetorial. ‘A tinica forca de volume que age sobre © clemento fluido ¢ 0 peso do ele- ‘mento, que age na diregdo z nogatva, 6 expressa como &F,, . = —g8m = —pg dx diy de ou na forma vetorial como: BF... = —gbmk = ~pg de dy dck (3-99) ‘Assim, a forga total ue age sobre o elemento tomna-se 88 = 8, + By = GP + pal de dy de o-40) ‘Substifuindo na segunda lei do movimento de Newton 8 = m+ d = p de dy dz a cancelando dr dy de, « equagio geral do movimento para um Muido que se com porta como um corpo rigido (sem tensées de cisalhamento)é dada por: ‘Movimento de corpo rgido dos fluids: P+ oak = (oan) 33. Tey (28s ia FIGURA 3-48 As forcas de supesficie e de volume ‘agindo sobre um elemento fluido diferencial na diregdo vertical 4 Preneb san () Queda ivwede (Accra pra cima wm igo {em gui com a, 8 FIGURA 3-48 efeito da aceleragio sobre a pressi0 dour liquide durante a queda livre ¢ a acelerago para cima, Decompondo os vetores em seus componentes, essa relagZo pode ser expressa de fo a et cet 854 27 PE an ay! ag ee wai +aj+ab oma ou na foomaescalar nas tes direpBesortogonsis, como: P a ay Py ay auneues Boe ae eta) a onde ay, ay € a, s8o aceleragies nas diregdes x, y e z, respectivamente. Caso Especial 1: Fluidos em Repouso Para fluidos em repouso ou movimentando-se em uma trjetéria reta a velocidade constante, todas as componente da acelerasio sio zero e as relaySes das Equayies 3-43 se reduzem a: a, we ao Fluidos em repouso: ert Bo) eae oan que confirma que, nos fluidos em repouso, a pressto permanece constante em qualquer directo horizontal (P nfo depende de x e y) e 86 varia na dirego vert- cal como resultado da gravidade (e, portanto, P = P(2)). Fssas relaydes se aplicam tanto aos fluidos compresstveis quanto aos incompressfveis. Caso Especial 2: Queda Livre de um Corpo Fluido ‘Um corpo em queda livre ¢ acelerado pela influéncia da gravidade. Quando a resisténcia do ar € desprertvel, a aceleragio do compo & igual A aceleraglo gravita- cional e « aceleragHo em qualquer diregto horizontal 6 nula. Assim, a, = a, = 0€ a, = —g. Porunto, as equagdes do movimento para os fluidos em accleraglo (Equagies 3-43) se reduzem a: aP_aP_aP Fluids em queda lie: T= = <0 + P= constante 45) ‘Assim, em um sistema de referéncia que se move com o fluido, ele se comporta como se estivesse ern um ambiente com gravidade zero. Da mesmne forma, « press ‘manométrica de uma gota de liquido em queda livre ¢ zero em toda @ gota. (Na ver- dade, a presstio manomeétrica est ligeiramente acima de zero devido & tensfo super- ficial, que mantém a gota intacta.) Quando a dirego do movimento & invertida € 0 fluido & forgado a acelerar verticalmente com a, = +g colocando o contéiner do fluido em um elevador ou vefculo espacial impulsionado para cima por um motor de foguete, o grudiente de presstio na direglo z ¢ 6P/3z = —2pg. Assim, a diferenga de pressto através de uma camada de fluido agora dobra com relagio ao exso do fluido fixo (Figura 3-49), Aceleragao em uma Trajetoria Reta Considere um contéiner parcialmente preenchido com um Ifquido. O contéiner esté se movendo em uma trajtéria reta com aceleragto constants. Tomamos a projoc8a da trajetéria do movimento no plano horizontal como o eixo xe a projogao no plana vertical como o eixo z, como mostra a Figura 3-50. As componentes x e z da ace- lerago sto 2, e a, Nio hé movimento na direg&o y e, portanto, a aceleragao naquela diregdo é zero, a, = 0. Assim, as equagdes do movimento para fluidos em aceleragio (Equagdes 3-43) se reduzem a: oe ax 7 pa, Portanto, a pressio no depende de ye a diferencial total de P = P(x, 2), que é (aPlax) de + (@PIa2) de, toma-se: aP = —pa,dx— pig + a)de oan Para p = constant, a diferenga de pressio entre dois pontos 1 € 2 do fuido é deter- rinada pela integragdo como: Pa Py pales — x1) ~ ale + ales ~ 2) (9-48) ‘Tomando 0 ponto 1 como # origem (x = 0, z = 0), onde a pressio é P,, ¢ 0 ponto 2 ‘como qualquer ponto do fluido (sem subscrito), a distribuicso da pressio pode ser expressa como: Variagdo da press: P=P— pax pet 49) A clevagio (ou queda) vertical da superficie livre no ponto 2 com relago ao ponto 1 pode ser determinada pela escolha de 1 ¢ 2 sobre 2 superficie livre (de modo que P, = P,) eresolvendo a Equagao 3-48 (Figura 3-51): Flevacdo vertical da superficie: Se, = 22 ~ 24 (ao) (50 eta, onde zy 6 a coordenada z da superficie livre do Iiquido. A equagdo para superficies com pressio constante, chamadas de isGbaras, € obtida ds Equagio 3-47 definindo dP = 0 € substituindo 2 por Zane que & eoordenada z (@ disttncia vertical) da superficie como fungdo de x. 1580 resulta em: ese Os dc gta Superficies com pressio constante: = constante es Assim, concluimos que as regides issbaras (incluindo a superficie live) de um flui- do incompressivel com aceleraso constante em um movimento linear so superii- cies paralelas cuja inclinagao no plano xz & desc Oe Inelinagdo das isdbaras: Inclinagio = “Y= = — =-168 (3-52) Obviamente, a superficie livre de tal fluido é uma superficie plana, ¢ é inclinada a menos que a, = 0 (a aceleragao € exercida apenas na direcao vertical). Da mesma forma, a conservagto da massa juntamente com a hipdtese da incompressibilidade (p = constante) exige que o volume do fluido permaneca constante antes e durante a acclerago. Portanto, a clevagso do nivel de Aluide em um lado deve ser contra langada por uma queda do nivel de fluida do outro lado. EXEMPLO 3-12 Transhordamento de um Tanque de Agua durante a Aceleragao Um aquério com 80 om de altura com sego transversal de 2 m x 0,6 m que inicialmente esta parciaimente cheio com agua deve ser trensportado na carroce- ria de um caminho (Figura 3-52). 0 caminho acelera de a 90 km/h em 10 s. Para que a agua no derrame durante a aceleragao, determine 0 peso inicial que ‘a gua do tanque pode ter. Voc recomendaria que o tanque fosse alinhado com © lado maior ou menor paralelamente & diregdo do movimento? SOLUGAO Um aquério deve ser trensportado em um caminhdo. A altura de ‘agua permitida para evitar derramamento durante 2 acelerecao © 2 orientacé0 adequada deve ser determinada, Hipéteses 1 A estrada & horizontal durante @ aceleragdo para que esta néo tenha nenhum componente vertical (a, = 0). 2 Os efeitos de turbuléncia, fre- rnagem, obstéculos na pista e subida de ladeiras s80 supostes como secundérios © no so considerados. 3 A acelerag8o permanece constante. J Tey é Superticie ye FIGURA 3-50 Movimento de corpo rigido de wm liquido em um tanque com aceleracio ‘constant FIGURA 3-51 ‘As relas de pressio constante (que so as projeges das superficies de pressio constante sobre o plano x2) de um Ifquido ern aoeleragio Hnear eaclevagdo vertical. FIGURA 3-52 Esquema do Exemplo 3-12. 6 Peete FIGURA 3-53 ‘Movimento de corpo rigido de um Iiquido em um conttinereilfadrico vertical em rotagio. ‘Andlise Tomamos 0 eixo x como a direglo do movimento, 0 eixo 2 como a direzdo vertical ascendente e 2 origem como 0 canto esquerdo inferior do tengue. Observando que 0 caminho acelera de 0 2 90 knvh em 10 s, 2 acele- ragao do caminhao & AV _ (0 = 0) kuvh/_1 ms 4 “7s asim) 77>" A tangente do angulo que a superficie live faz com a horizontal 6: a 25 gta, 98140 A elevago maxima vertical da superficie live ocorre na parte de trés do tanque © 0 plano médio vertical no exnerimenta elevacao ou queda durante @ acele- ago, uma vez que ele é um plano de simetria. Assim, a elevagio vertical na parte de trés do tanque com relagéo 20 plano médio para as duas orientagées possiveis torna-se: 1g0= 1255, portanto, = 14,39) (Caso 1: 0 lado longo € paralelo & direao do movimento: eq, = (0/2) tg 6 = (2 m)/2] X 0,255 = 0,255 m = 25,5 em Caso 2: 0 lado curto¢ paralelo & dirego do movimento: Aza = (2) tg 9 = [0,6 my2} x 0,285 = 0,076 m= 7,6.em_ Assim, considerando que tombar no seja um problema, sem divida 0 tanque deve ser orientado para que seu lado menor fique paralelo 8 dirego do movi- mento, Nesse caso, esvaziar 0 tanque para que o nivel de sua superficie live caia ‘apenas 7,6 cm sera adequado para evitar derramamento durante a aceleragdo. Discusso Observe que a orientagdo do tanque importante para controlar a elevacéo vertical. Além disso, a andlise é valida para qualquer fluido com densi- dade constante, ndo apenas a agua, uma vez que para a solugdo no usamos informacdes sobre as caractersticas de gua. Rotagdo em um Contéiner Cilindrico Sabemos por experiéncia que, quando um copo cheio de égua é rotado com relagio 1 seu cixo, o fluid 6 forgado para fora como resultado da chamada forga centrifuga ‘ca superficie livre do liguido toma-se cSncava. Isso é conbecido como movimento de virice forgado. ‘Considece um contéinercilindrico vertical parcialmente preenchido com um liquide. © contéiner gira com relaglo a seu cixo # uma velocidade angular cons- tante «0, como mostra a Figura 3-53, Apés transientes iniciais, o Iiquido se mover ‘como um corpo rfgido juntamente com o continet. Ni hé deformacio e, poranto, nfo pode haver tensio de cisalhamento ¢ toda particula uida do contéiner se movers com a mesma velocidade angular Esse problema pode ser melhor analisado em coordenadas cilindricas (r, 8,2), com z tomado a0 longo da linha central do contéiner direcionada do fundo inferior para a superficie livre, uma vez que a forma do contéiner é cilfndrica, e as particulas de Auido tfm um movimento cireula. A aceleragdo centripeta de uma particula de ‘ido girando a velocidade angular constante «w a uma distincia r do eixo de rotagdo € rw” é direcionada radialmente para 0 cixo de rotagao (diregao r nega- tiva). Ou seja, a, = —ru?. Existe simetria com relagéo ao cixo 2, que é 0 cixo de rotagio e, portanto, nio ha dependéncia em 0. Assim, P = P(r 2) © a; = 0. Da mesma forma, a, = O uma vez que no hé movimento na directa Entfo, as equagSes do movimento para fuidos em rotagio (EquagSes 3-43) se reduzem a ar a ° - =) ar ae a Liat beac Dessa forma, a diferencial total de P = P(r, 2), que € dP = (@PIar)dr + (@PIaz)dz, toma-se AP = pre? dr ~ pg de se) ‘A cquagio para superficies a pressio constante € obtida pela definiglo de dP = Oe substituigdo de z por zy QUE € 0 valor z (a distincia vertical) da superficie como fungdo de r. Isso resulta em: exces 1a? ae Integrando, a equagio para as superficies de pressio constante é determinada como: @-s5) @ Superficies com pressdo constante: Ran PEC, (3-50) we Pr 2 que é 2 cquagao de uma pardbola. Assim, conciuimos que as superfcies de pressio constante, incluindo a superficie live, s6o paraboléides da revolugdo (Figura 3-54). valor da constante de integragao C, é diferente para paraboléides diferentes e presséo constante (ou seja, para regides isobéricas diferentes). Para a superficie livre, fazendo r = 0 na Equacio 3-86, tem0$ &5.,(0) = C, = h, onde h, € a dis- tincia entre a superficie live ¢ 0 fundo do contéiner ao longo do eixo de rotagao (Figura 3-53). Assim, a equacio da superficie livre toma-se: tas anBeen as conde z, é 2 distincia entre superficie livre © © fundo do contéiner no raio 7. A hipotese bésica dessa andlise € que ha liquido suficiente no contéiner para que toda a superficie inferior permanega coberta com o liquido. (© volume de um elemento de casca cilindrico de raio r, altura z,¢ espessura dr € dV = 2arz, dr. Assim, 0 volume do parabolside formado pela superficie livre é: v= [' aeerdrm anf" (Srtn)rdr—ne(GE +n) am ‘Como 2 massa é conservada ¢ a densidade € constante, esse volume deve ser igual a0 volume original do fluido do contéiner que é: V=aRhe (3-89) onde fy 6 2 altura original do fluido no contéiner sem nenhuma rotagto. Igualando esses dois volumes, a altura do fluido ao longo da linha central do contéiner cilin- rico torna-se: wR nem ho ae (3-60) ‘Assim, a equapio da superficie livre toma-se: Superfici tive 2 hy 2r) osn A altura méxima vertical ocorre na borda quando r = Re a diferenca de altura ‘dxima entre a borda € 0 centro da supesficie livre é determinada pelo célculo de z, em r = Re também em r = 0 ¢ tomando sua diferenga: 2g Quando p = constante, a diferenga de pressio entre dois pontos 1c 2 do fiido € determinada pela integragao de dP = pra* dr — pe de. Isso resulta em: Diferenga méxima de altar Ae, cae = 2 (R) ~ 2,0) 3-62) (2-63) FIGURA 3-54 Superficies de pressio constante em um liquide girando, ry Peeneb san by FIGURA 3-55 Esquema do Exemplo 3-13, ‘Tomando o ponto 1 como a origem (r = 0, z = 0), onde a pressao é P, € 0 ponto 2 como qualquer ponto do fluido (sem subscrito), a distribuicao da presséo pode ser cexpressa como: Veriag da pre paste Ppa a) Observe que em um raio fixo, a pressio varia hidrostaticamente na direso vertical, como em um finido em repouso. Para uma distancia vertical fixa z, a pressao varia com 0 quadrado da distancia radial r, aumentando a partir da linha central na diregdo da borda exterior. Em qualquer plano horizontal, a diferenga de pressio entre o centro e a borda do contéiner de raio R é AP = pu"? EXEMPLO 3-13 Elevagao de um Liquide Durante a Rotagao Um contéiner cilindrico vertical com 20 cm de diémetro e 60 cm de altura, ‘mostrado na Figura 3-65, est parcialmente cheio com liquido até a altura de ‘50 em cuja densidade € 850 kg/m. Agora o cilindro € girado com velocidade cconstante. Determine 2 velecidade de rotagto na qual o liquido comegaré a vazar dda borda do contéiner. SOLUGAD Um contéiner cilindrico vertical parcialmente preenchido com um liquido € posto @ girar. A velocidade angular ne qual o liquide comecaré a vazar deve ser determinada Hipdteses 10 aumento da velocidade de rotegao € muito lento de modo que Niquido do contéiner sempre se comporta camo um corpo rigido. 2 A superticie inferior do contéiner permanece coberta com liquide durante 2 rotarao (sem regides seces) ‘Audlise Torando 0 centro do fundo do cilindro vertical girando como a origem (r= 0, 2 =0), @ equacao da superficie livre do liquido € dada por: 5a G27) Assim, ature vertical do lquido na bord do continer, onde r= A trne-se =e fh SE ‘onde hz = 0,5 m é 2 altura original do lfquido antes da rotagdo. Imediatamente antes do liquido comecar a vezar, 2 alture do liquide na borda do contéiner & igual a altura do coniGiner e, portanto, z, (R) = 0,6 m. Isolando w na altima ‘equagdo e substituindo, determinamos a velocidade maxima do contéiner como: {#2 Tl __ /A@.81 m/s710.6 — 0.5) m] @iny ‘Observando que uma revolugso completa corresponde a 2m rad, 2 velocidade de rotagdo do contéiner também pode ser expressa em termos de revolugdes por ‘minuto (rpm) como: 198 rads eee) ree 2a Qaradfrev\1 Assim, a velocidade de rotagéo desse contéiner deve se limitar 2 189 rpm para evitar qualquer vazamento do liquido como resultado do efeito centrfugo. Discusso Observe que a andlise 6 valida para qualquer liquido, uma vez que 0 resultado no depende da densidade ou de qualquer cutra propriedade do fluido. Também deverfamos verficar se nessa hipdtese de nenhuma regigo seca é va lida. & altura do Iiquido no centro é: 20.= hy = 04m Como 2{0) & positivo, nossa hipétese € validada,

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