You are on page 1of 11
REECE + URRY + CAIN WASSERMAN + MINORSKY + JACKSON ANCESTRAL, comune BIOLOGIA DE CAMPBELL 15 Tenshto canoe verse Ghcea ivan Tenino anor cinza eres feo @ @- Tens tnesve deco shad (Geespza sets Tensihdovegeaiane Payspes casos Tense pcagau Gussie Maso tertingo arbre Caines pouper Gada Brea representa ‘Spcestral coum da linhager volute origina e seus, Sescandentes (a direta no siagrama), Grande tentinio rsoeo marks estes paca rcine tee amare pos Grande entinso teres omador de cates (Geespza canvass ‘A Figura 1.20. Descendéncia com modificagso: radiagio adaptativa de ‘entithdes nas has Galapagos. Esta aru” iusra © mode atual da ev lugao dos tent hdes nas las Galapagos Observe os diferentes bios, adaptados para as dstintas fontesalimentares das Sierentes has. Por exemplo, entre os comedares de sementes, 05 bicos mais robustos e gross0s so melhores para fuebrarsementes maiorese Com cascas ‘fortes, enquanto. bios mais finos 530 melhores para juntar sementes pequenas Como sementes de rama, compartilham um ancestral comum ainda mais antigo. Rastreie a vida até seus primérdios e sobrario apenas f6s- seis dos procariotos primitivos, que habitaram a Terra hé 3,5 bilhoes de anos. Podemos reconhecer seus vestigios em. nnossas proprias eélulas ~ no eédigo genético universal, por exemplo, Toda a forma de vida esti conectada em uma lon- ga historia evolutiva REVISAO DO CONCEITO 1.2 1. Como.um endereso de postagem pode ser andlogo 20 sste- rma bolo de herarqua taxonémica? 2. Expique por que “elitar” é uma metafora mais adequada do que “cir” para o modo que a selecdo natural atua na variagio hereitaria das populacoes 3. Os trés dominios aprendidos noitem 1.2 podem Ser representados como as ts principals ramificacbes na ‘nvore da vida. Na ramiticacao eucarbtica, tes das sub- ~ramificagdes so 0s einos Plantae, Fung) e Animal, Ese Tens tnesve Cemador de cates (Geespza Scans (——— Pequeno tentingotereste (Geosnen fags Lea tents teresa (Geespa forts Grande eninae teres, [Geespoa mognwosts fungos e animais tvessem parentesco mais intimo entre si ddo que com o reino das plantas ~ como evidéncias recen- tes sugerem? Desenhe um modelo simples de ramifcacao ue simbolize a relacio proposta entre esses tres reinos eucariotics. Ver respostas suerte no Apne A conceito 1.3 Ao estudar a natureza, os cientistas fazem observacées, formulam e testam hipdteses A.ciéneia é uma forma de conhecer o mundo natural, Ela evoluiu a partir da nossa curiosidade sobre nés, outras for- ‘mas de vida, nosso planeta e o universo. A palavra ciéncia deriva do verbo latino que significa “conhecer’ Tentar en- tender parece ser um dos nossos impulsos bisicos. 16 No centro da ciéneia esté a pesquisa, uma busca por informagio e explicagio de fendmenos naturais, Nao ha formula para uma pesquisa cientfica bem-sucedida. Ni snhum método cientifico em particular tem um manual que fs pesquisadores devam seguir &risea, Como em todas as Duseas, a ciénciainelui elementos de desafio,fatos inespe- rados ¢ sorte, junto com planejamento cuidadoso, sensa- tez, criatividade, paciéncia e persisténcia para superar as dificuldades, Esses distintos elementos da pesquisa tornam, a ciéncia consideravelmente menos estruturada do que a ‘maioria das pessoas imagina. Posto isso, é posstvel separar certas caracteristicas que ajudam a distinguir a ciéncia de foutras maneias de descrever e explicar a natuteza. Cientistas utilizam um processo de pesquisa que in- clui fazer observagies, formular explicagdes com algama Logica (hipdteses) etesté-las. O processo é necessariamente repetitivo: ao se testar uma hipétese, uma maior quant dade de observagoes pode inspirar uma reconsideragio da hipétese original ou formulagao de uma nova hipstese, nnovamente a ser testada. Dessa forma, os clentistas conse ar cada vez mais das leis que governam a Fazendo observacoes No decorrer do trabalho, cientistas descre ras e processos naturais com a maior precisio possivel a partir da cuidadosa observacio e anilise de dados. Por observacio, entende-se o agrupamento de informacées, tanto pelo uso direto dos sentidos ou com a ajuda de ferra- rmentas como microseépios, termémetros e balangas, que estendem os nossos sentidos. Observagdes podem revelar informagées valiosas sobre o mundo natural. Por exemplo, tuma série de observagies detalhadas tem moldado a nossa compreensio sobre estrutura celular, outro conjunto de observagdes esté atualmente expandindo nosso banco de dados de genomas de diversas espécies ede genes cuja ex- pressio ¢alterada em cinceres e outras doengas. Observagées registradas sio denominadas de dados. Em outras palavras, dados sio itens de informagio em que se baseia a pesquisa cientifica. O termo dados implica nt ‘meros para muitas pessoas. Mas alguns dados sio qualita- tives, em geral na forma de descrigbes registradas, em vez de medidas numéricas, Por exemplo, Jane Goodall investiu écadas registrando observagdes sobre o comportamento de chimpanzés durante a pesquisa de campo nas selvas da Tanzinia (Figura 1.21). Junto com esses dados qualita ‘vos, Goodall também enriqueceu o campo do comporta mento animal com volumosos dados quantitativos, como a frequéncia e duracio de comportamentos especificas en- tre diferentes membros de um grupo de chimpanzés em diferentes situagoes. Dados quantitativos sio geralmente expressos na forma de medidas numéricas e organizados tem tabelas e grificos. Cientistas analisam seus dados utili- zando um tipo de matemtica denominada estatistica para determinar se os mesmos sio significativos ow meramente resultantes de flutuagdes randémicas. (Cabe ressaltar que todos os resultados apresentados neste texto demonstr ram ser estatisticamentesignificativos,) im estrutu- , URRY, CAIN, WASSERMAN, MINORSKY & JACKSON 4 Figura 1.21 Jane Goodall coletando dados qualitativos sobre 0 comportamento do chimpanzé, Goodsl rei ‘bservagBes em cadernos de campo, em geal com desenb ‘ comportamento dos animas. A cigncia da descoberta pode levar a importantes con- ‘lusoes com base em um tipo de ldgica denominada inducao ou argumentacao indutiva, Por meio da inducio, fazemos generalizagies a partir de um grande nimero de obser- vvagies cientificas, O sol sempre nasce no leste” e “Todos (08 organismos sio constituidos de células” sio exemplos [As cuidadosas observagies eanilises de dados da ciéncia da descoberta, junto a generalizagies alcancadas pela indugio, so fundamentals para a nossa compreensio da natureza, Formulando e testando hipéteses Nossa curiosidade inata geralmente nos estimula a ela- borar questes sobre a base natural dos fendmenos que observamos no planeta. O que causou os diferentes com: portamentos dos chimpanzés que Goodall observou em diferentes situagoes? O que causa 0 erescimento para bai- x0 de raizes de uma planta em germinagio? Na ciéncia, esse questionamento geralmente envolve a formagio tes: tede explicagoes hipotéticas ~ ou seja, hipdteses Na ciéncia, hipéteses sio explicagdes experimentais para questdes bem formuladas ~ uma explanacio em tes- tc. Em geral sio palpites bem embasados, fundamentados na experiéncia ¢ em dados disponiveis a partir da ciéncia da descoberta, Uma hipétese cientifica leva a predigoes que podem ser testadas com observagées adicionais ou a realizagio de experimentos. Um experiment constitui ura teste cientifico, este conduzido em condigdes controladas. Todos nés utilizamos hipéteses para resolver proble- ‘mas didrios. Digamos, por exemplo, que a lanterna falhe durante um acampamento Iso é uma observagio. A ques: tio dbvia: por que alanterna nao funciona? Duas hip6teses razoaveis, com base na experiéncia, seriam: (1) as pilhas da lanterna estio gastas ou (2) a limpada queimou. Cada ‘uma dessas hipétesesalternativas faz predigGes que podem ser testadas experimentalmente, Por exemplo, a hipétese CObsoragées: A lanternando funciona 4 Questo: Por que alanterna no funciona? -———, Hipotese #1 Higbee #2: As png ato gases, ‘A limpad ests queimada 1 t Precio: A toca das pas Prelgto: roca da ltpacs ‘a soluconar o problema "rd soluconaro problema, Testa preaisso Testar predic. ‘rogue as oihas, “rogue a lampada Resultado estado, Alanna nae funciona Otesterefta a hostese ‘Alastera funciona O teste sustenta 2 nites ‘A Figura 1.22 Uma visio simplifcada do processo cienti- fico. 0 processoidealzado alguma vezes chamado de "método enifico" ess apresentado neste Gagrama que uliza um exerolo {e acampamento para testa a ipétese. das pilhas esgotadas prediz que a troca por pilhas novas solucionaré o problema, A Figura 1.22 apresenta um dia- ggrama dessa pesquisa de campo. Raramente dissecamos nossos processos de pensamento dessa maneira quando resolvemos ur problema utilizando hipéteses, predighes e cexperimentos. A cigncia com base em hipéteses claramen- te tem sua origem na tendéncia humana em descobrie as colsas por tentativa e erro. ‘Algumas vezes no hé condigdes de se conduzir um cexperimento, mas podemos testar uma hipstese utilizando observagves. Digamos que vocé nio tenha uma limpada extra ou baterias para repor. Como voce determinatia qual hipotese & mais provavel? Vocé poderia examinar e verifi- car sea lampada aparenta estar queimada. Também pode- ria checar a data de expiragio nas baterias, Experimentos representam excelentes formas de se testar hipsteses, mas quando nio sio possiveis, podemos geralmente testar uma, hipatese de outras maneiras, Raciocicio dedutivo Um tipo de légica denominada dedugdo fundamenta: se na ciéncia com base na hipétese. A dedugao contras- ta coma inducio, que, lembrando, é 0 raciocinio a partir de um conjunto de observagées especificas para cheger ‘uma conclusio geral. No raciocinio dedutivo, a logiea fui na diregio oposta, do geral para o espectfic. Partindo de premissas gerais, extrapolamos para os resultados es- pecificas que deverfamos esperar se as premissas fossem verdadeiras. Na cigncia com base na hipdtese, as dedugdes geralmente assumem a forma de predigdes de resultados experimentais ou observacionais encontrados se uma determinada hipétese (premissa) estiver correta. Entao BIOLOGIA DE CAMPBELL 17 testamos essa hipétese com a realizagio de experimentos ‘ou abservagées para revelar se os resultados sio previsiveis ‘ounnao, Esse teste dedutivo toma. forma de uma logica do tipo “se...entdo", No caso do exemplo da lanterna: se a i= pétese das pilhas esgotadas estiver correta, evoeé trocé-las| por novas, entdo a lanterna iré funcionar. ‘© exemplo da lanterna demonstra outros dois pontos: ‘chave sobre o uso de hipéteses na ciéncia. Primeiramente, 1 observacio inical pode dar origem a miitipla hipéteses. (plano ideal é desenvolver experimentos para testar todas cessas explicagbes possiveis. Por exemplo, uma das muitas possiveis hipsteses alternativas para explicar a falha na lanterna é que fanto a bateria quarto a limpada estejam, pifadas, e vocé poderia desenvolver um experimento para testar essa hiptese Em segundo lugar, nunca podemos provar que uma hi- pétese é verdadeira. Com base nos experimentos apresen- tados na Figura 1.22, a hipdtese da limpada queimada se destaca como a explicagéo mais plaustvel.Os resultados fa vorecem essa hipétese, mas de forma alguma provam que cla esteja correta, Talvez a primeira limpada estivesse ape- nas frowxa, nao permitindo um contato elétrico, e a nova limpada foi inserida corretamente. Poderiamos tentar tes- tar a hipstese da limpada queimada novamente a partir de outro experimento ~ removendo a limpada original e recolocando-a cuidadosamente, Se a lanterna nio funcio- nar, a hipétese da lampada queimada passa a ser reforgada por mais uma evidéncia ~ ainda que ndo seja comprovada. Por exemplo, alimpada pode ter outro defeito nao relacio- nado A possibilidade de estar queimada, Testar de diversas maneiras, produzindo diferentes tipos de dados, pode au rmentar imensamente a nossa confianga na hipdtese, mas ‘nunca iré comprovd-la. (Questées que podem e nao podem ser respondidas a partir da ciéncia A pesquisa cientifica é uma forma poderosa de estudar a natureza, mas existem limitagdes 20s tipos de que ela tem capacidade de responder. Uma hipétese cientifica deve ser testével; deve haver alguma observacio ou experimento que possa revelar se essa ideia & potencialmente falsa ou verdadeira. A hipétese de que as baterias esgotadas fossem a iinica causa da falta de funcionalidade da lanterna po deria ser (¢ foi) testada a partir da reposigao das baterias| velhas por novas. "Nem todas as hipéteses cumprem os critérios da cién- cia voeé nao seria capaz de testar a hipétese de que fantas- ‘mas estejam brincando com a sua lanternal Visto que cién- cia lida somente com explicagdes naturals ¢ testavels para fendmenos naturals, ela nao consegue apoiar ou contradizer ahipétese de que fantasmas, espiitos, elfos ou fadas, bené- volos ow perversos, causem tempestades, arco-ris, doengas cou curas. Uma vez que essas explicagies sobrenaturais nao podem ser testadas, elas ocupam uma posigio fora dos li sites da ciéncia, A cigncia no lida com questoes religiosas pela mesma razdo, uma vez que isso envolve a pura fé, Cién cia e religifo ndo sio mutuamente excluentes nem contra- ditérias, apenas abordam diferentes questdes. 18 A flexibilidade do processo cientifico © exemplo da lanterna na Figura 1.22 busca um processo ideal de pesquisa denominado método cientifico, Podemos reconhecer os elementos desse processo na maioria dos artigos de pesquisa publicados por cientistas, mas rara: ‘mente em uma forma tio bem estruturada. Pouquissimas pesquists cientificas seguem rigidamente a sequéncia de passos prescrta pelo “livro-texto” dos métodos cientifcos, que € geralmente aplicado em retrospecto, apés o térmi- ro do experimento ou estudo. Por exemplo, um cientista pode comesar a projetar um experimento, mas entao rect- ar ao ver que sio necessérias mais observagées. Em outros casos, observagdes intrigantes simplesmente nio provo- ‘cam questies bem definidas até que outras pesquisas le vem aquelas observagdes a outro contexto. Por exemplo, Darwin colecionow espécimes de tentilhoes de Galipagos, ‘mas apenas muitos anos mais tarde, quando a ideia de se- lego natural comesousa fur, & que bidlogos comegaram a formular questées cruciais sobre a histéria daqueles pis YY Figura 1.23 0 processo cientifico: um mo- elo mais reaistico, Na ea dade, o proceso cen fico nd linea, mas Sm crue, envolendo ete coos, repetigoes © nteracies das derentes partes do proceso. & iustracao basease em um modelo {Como a Ciencia Funeona) do ste Understanding Science (anv understanaingscence 9) *obsenar ‘entice {ber pions ‘eoaide 1 Eros doses ptteas {Rc ptlert o. coisas Cone connect {para ease ‘oral tees ese eutonor ‘Rtsza eeimerto ‘ou obser Medi estate Interpretar esultados de estes Seas poder = Sater apse ture nade {arama ends 0 rove hostess + Shara reo sos pesuposos , URRY, CAIN, WASSERMAN, MINORSKY & JACKSON saros. A cléncia ¢ muito mais imprevisivel ~ e empolgante do que um genérico método analitico de cinco passos. ‘Um modelo mais realistico desse processo cientifi co estd apresentado na Figura 1.23. A atividade central (o circulo do meio na figura) representa a formulagio e tes: tedehipéteses. Esse 60 aspecto mais importante da ciéncia e€a razio pela qual a cigncia desempenha um papel tio confidvel em explicar fendmenos na natureza. Entretanto, hd muito mais no processo cientifico do que apenas testar. A escolha de ideias para testar, a interpretagio e avaliacio dos resultados, ea decisio de quaisideias perseguir em sub- sequentes estudos sio influenciadas por outras trés éreas Primeiramente, ideias bem formuladas, novas hipd- teses ¢ estudos bem planejados nio surgem do nada; elas sfo inspiradas e alimentadas por formas de empenho as- sociadas & exploragio e descoberta (0 citculo superior na Figura 1.23). Em segundo lugar, a testagem no acontece fem um vacuo social a analise e parecer comunitirio desem- penham um papel fundamental (circulo inferior direito, erence © ar rsprao * creo de doase Interagdes dentro da comunidade cientifica influenciam, uais hipéteses sio testadas e a maneira como elas sio tes tadas, suscitam a reinterpretagao dos resultados dos testes, fornecem avaliagdes independentes quanto validez do pla- rngjamento do estudo e muito mais. Finalmente, processo da ciéncia esta ligado & construgio da sociedade (circulo inferior esquerdo). A necessidade da sociedade ~ em, por cexemplo, entender o processo de mudanga climitica - pode inspirar muitas hipdteses e estudos. Similarmente, hipéte- ses bem embasadas talvez possibilitem uma importante inovagio tecnolégica ou encorajer uma politica particular que pode, por sta ver, inspirar novos questionamentos centificos. Ainda que o teste de hipéteses ea interpretagdo de dados possam representar a base central da ciéncia, e5- ss atividades representam apenas uma parte do conjunto, Um estudo de caso em pesquisa cientifica: investigando a coloracdo da pelagem em populagées de camundongo ‘Agora que jf ressaltamos as prineipais caracteristicas da pes- quisa cientiica ~ realizar observagdes, formula e estat hi- péteses ~, voctjé deve ser capaz de reconheceressas carac- teristicas em um caso de estudo de pesquisa cientifica ral ‘Ahistéria comeca com um conjunto de observagdes & igeneralizagbes indutivas. O padrao de coloragio de animais varia significativamente na natureza, algumas vezes até ‘mesmo entre membros da mesma espécie. A que seatribui essa variagio? Um exemplo ilustrativo pode ser encontrado nas duas populagdes de camundongo pertencentes & mes: rma espécie (Peromyscus polionotus), mas que apresentam BIOLOGIA DE CAMPBELL 19 diferentes padres de coloragdo e ocupam habitats distin- tos (Figura 1.24), O camundongo de praia vive a0 longo da costa da Flérida, um habitat com dunas de areia bran- cca com moitas esparsas. O camundongo de terra vive em solos mais férteis e escuros, mais afastados da costa, Até ‘mesmo uma olhada de relance na fotografia da Figura 1.24 revela uma impressionante correspondéncia na colora¢io dos camundongos aos seus habitats. Os predadores natu- ras desses camundongos, incluindo éguias, corujas, rapo- sas e coiotes, sio cacadores visuais (uilizam a visio para procurar a presa). Assim, foi l6gico para Francis Bertody Sumner, um naturalista que estudou populagdes desses ca- ‘mundongos na década de 1920, formulas a hipétese de que seus patrdes de coloragao evoluiram como adaptagdes para ‘camuflar 05 camundongos em seus ambientes nativos, de forma a proteger os mesmos contra predadores ‘Ainda que a hipétese de camutlagem parega dbvia, la necessitava ser testada, Em 2010, a bidloga Hopi Hoekstra (Universidade de Harvard) e parte de seu grupo de es- tudantes se dirigiram & Florida para testar a predigio de que camundongos com coloragio que ndo se assemelha a seu habitat sofreriam predacio com maior frequéncia do que camundongos natives e mais bem camutlados. A Figura 1.25 resume esse experimento de campo. Os pesquisadores produairam centenas de modelos plastificados de camundongos ¢ 0s pintaram para que se assemelhassem ao camundongo de praia (coloragao clara) fou ao camundongo de terra (coloragao escura), de forma que os modelos diferissem unicamente em seu padrio de coloragao. Os pesquisadores distribuiram quantidades iguais desses modelos aleatoriamente nos dois ambientes ‘ea devegeaao essen colngo ds cosa itr coloragio case peagen machads 0 lamba, au es germ se mstracom 3 care nena camo Nemtvosa mesma epi habtanco a ace On dara on pene ara (eseundbeat, A Figura 1.24 Coloragéo diferenclada em populacdes de Peromyscus polionatus da pralae da terra. 20 REECE, URRY, CAIN, WASSERMAN, MINORSKY & JACKSON e-voltaram no dia seguinte. Os modelos que se assemelhavam a0 camundon- go nativo no habitat representavam 0 geupo-controte(p. ex, modelos de ea ‘mundongo de praia de coloragao clara no habitat de praia), enquanto 0s mo- delos com coloragio nio natva repre- sentavam o grupo experimental (p. modelos de camundongo de terra de coloragio escura no habitat de praia) Na mana seguinte, 0 grupo contab lizou e registrou sinais de eventos de predagio que variavam desde marcas de mordida earranhdes em alguns mo- delos até o desaparecimento de outros. ‘A julgar pelo formato das mordidas dos predadoteserastros ao redor do campo experimental, os predadores pareciam estar jgualmente distribuios entre ma- iniferos(raposas e coiots) e pissaros (corujas, gargas eéguias) ara cada ambiente, os pesquisa dbores caleularam entio a poreentagem de eventos de predagio voltados a mo- delos de camundongos camuflados. Os resultados foram claros: modelos camuflados experimentaram muito me- ros predagio que aqueles carecendo de camiuflagem tanto no habitat de praia (onde camundongos claros estariam ‘menos vulneréveis) quanto no habitat de solo (onde eamundongos escuros estariam menos vulnerives). Portanto, os dados apoiam a predigao da hipstese de camuflagem, Consulte maisinforma- bes sobre Hopi Hoekstra e sua pesqui- Sa com camundongos de praia na entre- vista que antecede 0 Capitulo 22. Variaveis controles. Mais cedo nesta segdo descrevemos que um experimento é um teste cient experimentais e fico conduzido em condigdes controladas. Mais especi ‘Acamuflagem afeta as taxas de predagao em duas populades de camundongos? Experimento Hopi Hoekstra e seus colaboradores queriam testa ahipotese de que 2 coloragéo de camundongos de praia e de terra (Peromyscus polionotus)fornece ‘amuflagem que os protege da predacdo em seus respectvos habitats. Os pescuisa- ‘dates borrfaram tinta em modelos de eamundongo com padrBes de coloracéo ‘ou escura que se asemehassem aquelas dos camundongos de praia ou vera, eentao istibuiram os modelos com os dois padrdes em cada um dos habitats. Na mana seguinte, eles contabiizaram modelos danificads ou perdido. Resultados Para cada habitat, os pesquisadores calcularam a porcentagem de mo- {delos atacados que tinham ou no camuflagem. Nos dos habitats, os modelos cujo padrdo no se assemelhava ao entomo sofreram “predagio" muito mais pronuncada {do que 0s modelos com camuflager, CE Porentagam de models sacedes ° ial Modelos escros Modelos vos Modelos esoros Cemuacoe (eonucle) No camufadoe (exoernancad Nie camfiadoe (excerencad Camufadoe ono) Conelusées 0s resultados sto consistentes com a previséo dos pesquisadores: mo- {los de camundongo com coloragio de camlflagem softeriam predacio com menor frequéncia do que modelos ce camundongo nso camuflados. Prtanto, 0 expen men- te sustenta a hpotese de camuflager, Fontes. N.Wgne, JG. Larson 2H. Hoekstra, Avantagam selva da camutagem em cemundon (om fran 471532158 0010) PECESTUTTG As barrasincicam a porcentagem dos modelos atacados {que eram dros ou escuras. Supanha que 100 modelos de camundongo fossern atacados {em cada habitat. No caso do habitat de pra, quantos modelos seiam de coorarso lara? £ da coloragio escura? Responds as mesmas perguntas no caso do habitat continental ade predadores. Nesse caso, a coloracio do camundongo é ‘mente, um experimento envolve a manipulagio de apenas lum fator em um sistema de forma a evidenciar 0s efeitos de sua mudanga, Tanto o fator que é manipulado quanto os efeitos que sio medidos sao tipos de varidveis experimen tis — fatores que variam em um experimento, (© experimento de camuflagem de camundongo des- crito na Figura 1.25 6 um exemplo de um experimento controlado desenvolvido para comparar um grupo expe- imental (0 camundongo nio camuflado, neste caso) com © grupo-controle (0 camundongo camuflado que normal- ‘mente reside a rea). Idealmente, espera-se que os grupos cexperimentais eo controle difiram apenas quanto ao fator que o experimento esti testando — em nosso exemplo, 0 eleito da coloragdo de camundongos no comportamento 6 fator manipulado pelos pesquisadores; é a denominada vatidvel independente. A quantidade de predagio cons- titui a varidvel dependente, fator que é medida no expe- rimento. Sem 0 grupo-controle, os pesquisadores nio se- riam capazes de descartar a hiptese de que outros fatores causavam 0s ataques mais frequentes nos camundongos no camuflados ~ como diferentes tipos de predadores ‘ou diferentes temperaturas nas diferentes éreas testadas. © inteligente planejamento experimental deixou unica- mente a coloragdo como fator que poderia ser responsivel pela batxa taxa de predagio nos camundongos camutlados distribuidos em seu habitat normal. Existe um equivoco comum no que tange & definigao do termo experimento controlado, ou seja, 0 de que cien- Listas controlam o ambiente experimental para manter tudo estritamente constante exceto aquela variével sendo testada. Entretanto, isso ¢ impossivel na pesquisa de cam- o.e nao realistico até mesmo em ambientes laboratoriais altamente regulamentados. Em geral, pesquisadores "con. twolam’ varidveis indesejéveis ao cancelar seus efeitos utili zando grupos-controle e nao ao eliminar esses efeitos por meio da regulacio do ambiente, Teoria na ciéncia Nossa utilizagio dria do termo teoria geralmente impli cea uma especulagdo nao testada: “E apenas uma teorial” Todavia o termo teoria tem significado diferente em cigncia, © que é uma teoria cientifica eo quanto ela difere de uma hipétese ou de mera especula Em primeiro lugar a teoria cientifica tem alcance mul to mais abrangente do que uma hipétese. Isto é uma hipéte- se:°A coloragio da pelagem que se assemelha ao seu habitat uma adaptagao que protege camundongos de seus preda- ores’, Mas isto é uma teoria: “Adaptagies evolutivas sur- gem por selecio natural Essa teoria propoe que a selegao natural constitul o mecanismo evolutivo responsivel pela enorme variedade de adaptagdes, entre as quais acoloragio da pelagem em camundongos é apenas um exemplo. [Em segundo lugar, uma teoria 6 geral o suficiente para gerar muitas novas hipéteses especificas que podem ser testadas. Por exemplo, dois pesquisadores da Universidade de Princeton, Peter e Rosemary Grant, foram motivados pela teoria da selegio natural para testar a hipétese especi- fica de que os bicos dos tentilhdes de Galpagos evoluiram, em resposta a mudangas nos tipos de alimento disponivel (Seus resultados sustentaram a hipstese; ver a visio geral do Capitulo 23,) Em terceiro Tugar, comparada a qualquer outra hipé- tese, a teoria é geralmente sustentada por uma quantidade muito maior de evidéncias, A teoria da selecio natural tem sido sustentada por uma vasta quantidade de eviden- cias, quantidade que esta sendo aumentada diatiamente € rnunea foi contrariada por qualquer dado cientifico, Ou- tras teorias similarmente sustentadas incluem a teoria da gravidade e a teoria de que a Terra gira ao redor do sol. AAs teorias que se tornam amplamente adotadas na citncia (como a teoria da selecZo natural) explicam uma grande diversidade de observagdes e sio sustentadas por um vasto actimulo de evidéncias. Na verdade, o exame minucioso de teorias continua por melo dos testes das hipteses espect- ficas por elas criadas. ‘Apesar da quantidade de evidéncias dando suporte a teorias amplamente acetas, os cientistas devem algumas ve- z2es modificé-las ou mesmo rejeité-las quando novos méto- dos de pesquisa produzem resultados que néo se encaixam, Por exemplo, a teorla da diversidade biolégica que agrupou bactérias e arqueobactérias em um tinico reino de procatio- tos comecou a cair quando novos métodos para comparar células e moléculas possibilitaram testar alguns dos paren- tescos hipotéticos entre organismos que se baseavam na teoria. Se existe “verdade” na ciéncia, ela 6 condicional, com base na preponderancia das evidéncias disponives. BIOLOGIA DE CAMPBELL 21 REVISAO DO CONCEITO 1.3 1. Compare raciocni indutive comm raciacinio dedutiv. 2. No experimento de camuflagem de camundongo, gual &a varivel ndependente? Ea varavel dependente? Expique. 3. Porque a selecao natural é considerada uma teoria? 4. BREST Nos deserts do sudoeste dos Estados Unidos, (05 solos sé0 basicamente srenosos, com eventuais am- plas reoides de pecras escuras derivadas de fuxo de lava {ue ocorreram ha 1,7 milhgo de eros. Cemundongos $0 tencontrados tanto em regibes arenosas quanto em areas Dedregosas, e corujas s30 oredadores conhecidos dessas rea}ées. O que voc esperaria observar quanto a coloracdo da pelagem dessas duas popuiacées de camundonao? Ex Dique. Como vocé utlzaria esse ecoss'stema para lestar a hipotese de camutlagem? Ver respostassugetidas no Apéndice A concerto 1.4 A ciéncia faz uso de uma abordagem cooperativa e de diversos pontos de vista Filmes e desenhos animados algumas vezes retratam cien- tistas como pessoas soitsrias trabalhando em laboratérios isolados, Na realidade, a ciéncia é uma atividade social in- tensa, A maioria dos cientistas trabalha em equipes, que geralmente incluem tanto alunos de pés-graduacio quan- to graduacio. Ter um bom nivel de communicagao auxilia muito quem quer ser bem-sucedido na ciéncia. Resultados cientificos nao tém qualquer importincia até que sejam compartilhados entre a comunidade cientifica a partir de seminarios, publicagese sites de internet. Aprimorando 0 trabalho de outros (grande cientista Isaac Newton disse uma vez que “Expli- cata natureza na sua totalidade é uma tarefa muito dificil para uma inica pessoa ou mesmo geracio. £ muito melhor produzir um pouco com grande nivel de certeza e deixar 0 resto para os outros que Virio depois de voeé..” Qualquer pessoa que se torna cientista, movida pela curlosidade de ‘como a natureza funciona, tem a garantia de se beneficiar consideravelmente pela riqueza das descobertas de outros {que tenham pesquisado antes. Na verdade, o experimento de Hopi Hoekstra se baseou no trabalho de outro pesqul- sador, D, W. Kaufman, 40 anos antes, Voeé pode estudar 0 desenho do experimento de Kaufman e interpretat 0s re sultados no Exercicio de Habilidades Cientificas Resultados cientificas sio continuamente examinados partir da repetiio de observagées e experimentos. Cien- tistas trabalhando no mesmo campo de pesquisa geral- mente examinam asafirmagées uns dos outros pela contfir- magi de observagdes ou repetigao de observagoes. Caso cexperimentos nio possam ser reproduzidos por colabora- dores cientificos, essa falha pode refleti alguma fraqueza subjacente na afirmagio original, a qual entdo teri de ser revisada. Nesse sentido, a ciéncia se autopolicia, A integri- EXERCICIO DE HABILIDADES CIENTIFICAS Interpretando um par de gréficos de barra Em que proporsio a camuflagem afeta o nivel de ppredacao de camundongos por corujas na presensa fu auséncia de luar? DW. kecfran mvergau a feta 32 Carmilagem do press sobre one de predagio.Koulmantestou a hipotese de que nive de convaste entre a coloraéa de peloger de um camundanga ea coe do seu entorno atari a taxa de pre- Gago noturna po crus Ele também hipetetzou que ocontaste Ge cor saa aetado pela quanicade de uar Neste exetcico, voce ‘nals dades abtsos nos seus estodos de predacio cory ‘amundonge, ‘Como o experimento fol realizado Pas de camundongcs (Peromyscus palonots) com dsintascloragoes de plage Irnaom-cra e marrom-escra foram soos smutloneamente fem um cecada que conta uma cava famina.O pesqusador tomo nota de coloragso do primeira camundonga a ser captrade pela cova. Ne caso da cor ne capurarneshum dos dos pos fe camundongo denvo do periodo de 15 mintos, ote eva lim esore de zero, As invests de betas foram epetis ml ‘plas vezes em cercados com supercede solo de colorgao ecu 2 dar, presence ou austnca de ue durante cada ensao fo registred Datlos do experimento, 40,4 Tretoen ca 35 |Bietacem exara rata de canunsongr capture Wa cheia Lia nove Sola de coeract cara Lue ches B: Soo decoloragio escate Interprete os dados 1. Primeiramente,assequre acompreensio de como os ris Tunconam 0 grafic A apresenta dads do creado com slo ce colorario dare eo gio Bapresentadados oo eercado ‘com sol de colorado escut, mas em todos os eutos Ques dade ea adesio a altos padrdes profissionais ao relatar os resultados sio crucials para o esforgo cientifico. Afinal de contas, a validade de dados experimentais 6 essencial para projetar novas inhas de pesquisa. ‘Nao é muito incomum ver diversos cientistas conver girem a mesma questio cientifia. Alguns clentistas apre- ciam o desafio de serem os primeiros em uma importante descoberta ou experimento chave, enquanto outros obtém, mais satisfagdo em cooperarem com colegas do campo cientifico trabalhando no mesmo problema. A cooperacio é sempre facilitada quando cientistas, ttilizam o mesmo organismo. Este é geralmente um or- ganismo-modelo amplamente utiizado ~ espécie de féeil, crescimento em laboratério e particularmente apropriada para o uso na quest2o que esté sendo investigada, Uma vez, aque todas as espécies sio evolutivamente relacionadas, esse 105, 0 ries sto gua (Ha mais ‘uma vive n= ependente ness (1afcos. uals 530 {vas incepe: entes, as varitves ‘ue fora tests pel pesqisacor? ual exo dos 6- fos te a vases Indeperentes?(b) Qual 2 valve dependent, a resposta 4s ‘araves serdo tertads? Qua exo cos grficos tem aise! epenaente? 2. (@) Quantos amundongos de coleragio marron escura fram ‘apturados no creado com soo de cloragto car em umn ‘ate de uo chia? fo) Quantoscamundongos de coxragio ‘marrom-escura foram capturads na creado com solo deco- Toragb esate em uno note deus chea? (fm nate deo (cies, um camundonga com coioracto marton-escara ea mais propersoaescapar de predagio por cons em sols de (Coorags exura ou cara? Sxpigue 3. (} Um camundongo marron-escuo em um soo de cloragio escuraestaria ais propenso a escapade predagso em note Ge us chia ou lus nova? (B)E um camundongo marrom-<¢3ro fem solo de cloragio cara? Expique, 4, (3) Soo que condgbes um camundonge mertom-escu estar mais propenso a escapar de pedagio nouns? & um cam ongo marror-daro? 5. (2) Que combinacio de varéveisindependentes vou 20 ‘maine de predogio em cercads com slo de o.oragb0 Cara? fo} Que combinacao de vars independenteslevou ‘0 mar ve de predagao em cercados com slo de ora (io escura? (Qual a relado, se extent, voc v8 em suas Fespostas para (a eb)? 6. Que cones 0 mais eta tanto pao camundongos de coloraggomarom-caraeescura? 7. Ro combina os dads apresenados ns d's aries, estime ‘ondmee total de camundongas capturados em condides de plea ua esem lua Que condiao ims para predacao de ‘amundonges por conjas? Expque sua respesa Dados de 0. Kauiman, Coaracio adapta em romyacos bons See experiment por ory, ura of Mommaogy Ssa71263 (1578, ‘organism pode ser visto como um modelo para entender a biologia de outras espécies e suas doencas. Por exemplo, estudos genéticos com a mosca-das-frutas, Drosophila melanogaster, tém nos ensinado muito a respeito de como ‘0s genes funcionam em outras espécies, a es humanos. Entre outros organismos-modelo populares estio a planta da mostarda Arabidopsis thaliana, o verme de solo Caenorhabditis elegans, 0 Zebrafish Danio rerio, 0 camundongo Mus musculus e a bactéria Escherichia col No decorrer da leitura deste livro, preste atenglo na gran- de quantidade de contribuigdes que esses e outros organis- ‘mos-modelo tém feito pelo estudo da vida. Bidlogos podem abordar questdes interessantes a par tur de diferentes angulos, Alguns bidlogos focalizam ecos sistemas, enquanto outros estudam fenémenos naturais fem nivel de organismos ou células, Este texto esté dividi- do em unidades que apresentam a biologia em diferentes riveis. Qualquer problema especifico pode ser resolvido a partir de varias perspectivas, que podem na verdade Complementar uma a outra. Por exemplo, o trabalho de Hoekstra revelow pelo menos uma mutagio genética que €responsivel pela diferenea entre a coloragio do camun- ddongo de praia ea do camundongo de terra. Seu labora ‘ério dispoe de bidlogos com especializacao em diferentes ves bioldgicos, 0 que possibilita a ligagto entre as adap tagbes evolutivas nas quais clase foca estas bases moles lares nas sequéncias de DNA Na condigio de alune de biologia, vocé pode trar pro- veito da producto de conexdes entre os diferentes niveis da biologi. Voet pode desenvolver essa habilidade ao per- ceber quando alguns tépicos aparecem continuamente em diferentes unidades deste ivr, Um dessestépicos éaane mma faleiforme, condigao genética que é prevalente entre habitantes nativos da Africae outrasregides quentes e seus descendentes. A anemia faleiforme aparecers em varias tunidades do texto, cada vee relacionada a um novo nivel ‘Além disso, nds produzimos diversas figuras que fazer co nexdes entre o contetido de cada capitulo, assim como per- gruntas que Ihe exigem fazer conexdes por conta propria. Esperamos que esses acessrios Ihe ajudem a integrar esse ‘material eaumentar seu prazer com a biologia ao encorajé o a manteraideia global em mente Ciéncia, tecnologia e sociedade ‘A comunidade cientifica é parte da sociedade como um todo, ea relagio da cincia com a sociedade se torna cada vez mais clara quando adicionamos tecnologia ao panora- ma (ver Figura 1.23). Embora a ciéncia e a tecnologia algu- 1mas vezes empreguem padroes similares de pesquisa, seus objetivos basicosdiferem. O objetivo da ciéncia¢ entender fenémenos naturais, enquanto a tecnologia geralmente aplica 0 conhecimento cientifico para certos propésitos especifcos. Em gera, bidlogos e outros cientstas falam € engenheitos e outros tecnolégos falam com mais frequéncia de “invengies” Entre os beneficiérios dessas invengies estio os cientistas, que poem em pritica rnovas tecnologias para trabalhar em suas pesquisas. Por- tanto, cigncia tecnologia sio interdependentes ‘A combinagio potente da ciéncia e da tecnologia tem. efeitos significativos na sociedade. Algumas vezes, as mais benéficas aplicagées da pesquisa basica surgem do nada, oriundas de observages completamente inesperadas no curso da exploracio cientifica, Por exemplo, a descoberta da estrutura do DNA por Watson e Crick hi 60 anos e os avangos posteriores na ciéncia do DNA condiuziram as tec- nologias de engenharia do DNA que estio revolucionando ‘muitos campos aplicados,incluindo medicina, ageicultura medicina forense (Figura 1.26), Talvez. Watson e Crick tenham imaginado que sua descoberta resltaria um dia em importantes aplicagées, mas ¢ improvavel que pudessem predizer com precisio como seriam todas essas aplicagées. ‘Os rumos que a tecnologia toma dependem menos da curiosidade que move a ciéncia bisica do que das necessi dades e dos desejos atuais das pessoas e do ambiente social BIOLOGIA DE CAMPBELL 23 4 Figura 1.26. Tecnologia do DNA e investigacdes de cenas de crime. Fm 2017, 3 ansiseforense de amosias 02 ONA ds uma cena de crime resuliou na iberagéo de Michae! Morton da piséo ‘pss ele eumprr quase 25 anos de nena por um crime que ee nfo ‘meteu,o assassnato brutal da sua esposa. A andlse do DNA i gou ‘ute homem, também candenado em um segundo assass ato, a fst crime. A foto mostra 0 Sr. Morton abracando seus oas aps sua condenacao ser anulada. Os detales da andise forense de ONA, Ser descrtos no Capito 20. do periodo, Debates sobre tecnologia estio mais centra- dos no "convém fazer isso” do que "somos capazes de fazer {sso Os avangos na tecnologia geram dificeis escolhas. Por exemplo, sob quais circunstancias é aceitével utilizar a tec~ nologia do DNA para descobrir se determinadas pessoas tém genes para doengas hereditérias? Ser que esses tes- tes genéticos deveriam ser sempre voluntirios, ou existe circunstincias em que deveriam ser obrigatérios? Sera que ‘companhias de seguro e empregadores deveriam ter acesso As informagoes, assim como a muitos outros dados referen- tes & sade pessoal? Essas questes estio se tornando cada vex mais urgentes, ao passo que o sequenciamento de ge- snomas individuals se torna cada vez mais ripido e barato. (0s temas éticos alavancados por essas questdes tém. aver tanto com valores politicos, econémicas e culturais {quanto com ciéncia e tecnologia, Todos os cidadaos - no apenas cientistas profissionais ~ tém a responsabilidade de serem informadas sobre como a ciéncia funciona e sobre (0s potenciais beneficios e riscos da tecnologia. A relagio entre ciéncia, tecnologia e sociedace aumenta a importin- cia eo valor de qualquer curso de biologia 0 valor de pontos de vista diversificados Muitas das inovagdes tecnolégicas com o impacto mais profundo na sociedade humana foram originadas em po- voados ao longo de ratas de troca, em que uma rica mistu- ra de diferentes culturas favorecew a formulagio de novas ideias. Por exemplo, a imprensa, que ajudow a disseminar 0 conhecimento a todas as classes socias e, em sitima anli- se, produziu este livro que vocé folheia, foi inventada pelo alemio Johannes Gutenberg perto de 1440. Essa invengio dependia de diversas inovagdes da China, incluindo papel e tinta, O papel era transportado ao longo de rotas de tro- cca da China até Bagdé, onde a tecnologia era desenvolvi- 24 da para sua produgio em massa. Essa tecnologia migrou entio para a Europa, assim como a tinta a base d’égua da China, que foi modificada por Gutenberg para se tornar tinta& base de éleo. Temos de ser gratos& miscigenagao de culturas diversficadas pela imprensa, e 0 mesmo pode ser dito para outras importantes invengoes. Na mesma linha de raciocinio, a ciéncia tem muito a ganhar ao levar em conta uma diversidade de conhect -mentos e pontos de vista entre seus praticantes, Mas quo diversificada ¢ uma populagao de cientistas em relagao a sénero, raca, etnias e outros atributos? ‘A comunidade cientifieareflete os padres ¢ compor- tamentos culturais da sociedade ao seu redor. Portanto, no é de se surpreender que, até recentemente, mulheres € certas minorias tenham enfrentado imensos obstaculos na sua busca para se tornar cientistas profissionais em muitos paises ao redor do mundo. Ao longo dos tiltimos 50 anos, ‘mudangas nas escolhas por carreiras de trabalho tem au- mentado a proporgao de mulheres na biologia e algumas otras ciéncias, de forma que, agora, as mulheres const twem aproximadamente metade dos alunos de graduacdo e doutorado em biologia, Entretanto, o ritmo tem sido mais 1 Revisdo do capitulo Bere ees concerro 1.1 O estudo da vida revela temas comuns (p. 2-9) ‘Tema organtzagio: novas propriedades emergem em cada nivel da hierarquia biol6gica + A hicrarguia da vida ocorte na seginte ordem: biosera > ecossistema > combnidade > po placio > organismo > sistema de érgtoe > érgio > tecido > edula > organca > toleeula > atom. Para cada etapa “alma dos dtomos, novas proprledades emergen- tes resulta da ineragao entre os componentes dos nivisinferiores. Em uma abordagem denominada reducionismo, sistemas complexos sto desmembrados em ‘omponentes mais simples emasfcre de estar Na biologia de sistemas, oscentistasinvestem esforgos para modelar a compor tamento dinkmico de stems biolgicoscompletos wo eatudar ot interagdesentreas partes dos sistemas + A-estutura ea fungto de componente ball os esto corrdacionadas. cdl aunidade ‘sia estrurural e funcional de um onganis mo, 60 nivel mai baixo de orgeniagso cpaz de desempenhar todas a tvidades neces ras para vida, As lls podem ser procs: rétieas ou eucaritiens, Celulas eucari ‘ontem onganelas envolas por membrana, incuindo wm ndcleo {que abriga 9 DNA. Células procaréticas crecem desis organe- [as envolas por membrana coe ECE, URRY, CAIN, WASSERMAN, MINORSKY & JACKSO lento em nfvels mais altos da profissdo, e mulheres e di versos grupos racias e étnicos ainda sio significativamente subrrepresentados em muitos ramos da ciéncia, Essa fal- ta de diversidade dificulta o progresso da ciéncia. Quanto ‘mais vozes forem ouvidas & mesa, mais robusto, valioso e prodiutivo sera o intercimbio cientifico. Os autores deste livro dio as boas-vindas a todos os estudantes & comuni- dade dos bidlogos, desejando-Ihe as alegrias e os contenta- ‘mentos deste empolgante campo da ciéneia. REVISAO DO CONCEITO 1.4 1. Quala diferena entre ciénca e tecnologia? 2, EXENEIISETEY © gene que causa a anemia faleforme fest presente em porcentagem mais alta em habitanes da ‘Arica subsaarana do que ere aqueles de descendéncia africana vivendo nos Estados Unidos. Esse gene fornece cer ta protecio contra mali, grave doenaamplamente disse minada na Afric subssarana, Discuta um arocesso evol Vo que possa ser responsive plas diferentes porcentagens entre abitantes das as egies. Ver Conceto 12) er respostas suger no Apndice A Tema Informacio: os procestos da vida envolvem a expressio ctransmistio de informagio genética © A informagio genétiea codiieada nat se ‘utneitsnuceotdics de DNA. Eo DNA que Transmit a Informagio heredtéia dos pals para a pro. Sequénclas de DNA denomina- das genes programam a produto proteica de tama ella so serem traneritos em RNAM € enti traduidos em proteinas especies, em fin procetto denoranade xpressio gtalca A exprestfogénica também reli em ipos de RNA que no se traduzem em protcnas, mas, cxercem outras importantes anges. A gen ‘lca constitl a andlse em arg escala das se- dqutacias de DNA de uma espécie (seu genoma) assim come a compare de genomas entre expécies. A bioinfor- mtica lira ferramentas comptacionais para iar com grandes olires de dado de seqbtnctas Tema de energia e matéria: a vida requer a transferéncia © transformagio de energia e matéria energia fa por um eco ditema, Tos os organs tnos devem desempenhar fungbes, que requer ener fa. Os produtores conver tem energia solar em ener fla gulmica, part da qual € - passada aos consumidores {0 rose perdido nat de calor) Compostos qu tmicos sto ciclados entre os organismos eo ambiente ty.

You might also like