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Tose Lista de Mapas, Quadros, Figuras @ TabelAS -rwnm-n 06 Simbolos do Estado. 1 Formagao do Territorio Pernambucano. SITUACAO E LOCALIZACAO.... FORMACAO DO TERRITORIO. 2 Conhecendo o Meio Ambiente de Pernambuco. GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS.. RELEVO. cLima. 3. Arquipélago de Fernando de Noronha .. 4 Caracterizando a Populagéo Pernambucana... POPULACAO RESIDENTE E DENSIDADE DEMOGRAFICA.. ESTRUTURA DA POPULCAO... REDE URBANA........ 5 As Alternativas Econémicas de seer AGROPECUARIA...... INDUSTRIA. TURISNO.. 6 A Cultura Pernambucana 7 A Educagdo .. 8 A Satde...... 9 O Quadro Politico-Administrativ Glossario Referéncias Biblio. EF sta de Mapas. 1 ESTADO DE PERNAMBUCO - Localizag0 «0... 2 ESTADO DE PERNAMBUCO - Dimensées e Limites ... 3. ESTADO DE PERNAMBUCO - Mesorregi6es Geograficas 13 4 MESORREGIAO DO SERTAO PERNAMBUCANO — MicrorregiSes Geograficas ... cee 14 5 MESORREGIAO DO SAO FRANCISCO PERNAMBUCAN MicrorregiGes Geogréficas = é a5 16 6 MESORREGIAO DO AGRESTE PERNAMBUCANO - Microrregides Geograficas asia See 16 7 MESORREGIAO DA MATA PERNAMBUCANA - Microrregiées Geogréficas a ee : 7 8 POLITANA DE RECIFE - Microrregioes Geogréficas . eee . 18 9 BRASIL - Capitanias Hereditarias i 20 10 BRASIL - Pernambuco e as Capitanias Subalternas 20 11. NORDESTE - Caminhos do Povoamento. 2 12 NORDESTE - Desmembramento de Pernambuco....... 23 13 ESTADO DE PERNAMBUCO - Geolégico....... = 29 44 ESTADO DE PERNAMBUCO - Ocorréncias de Minerais 32 45 ESTADO DE PERNAMBUCO - Hipsométri 7 46 ESTADO DE PERNAMBUCO - Compartimentacao do Relevo... 38 47 ESTADO DE PERNAMBUCO - Temperaturas Médias Anuais.... 47 48 ESTADO DE PERNAMBUCO - Isoietas Médias Anuais..... 49 49 ESTADO DE PERNAMBUCO - Tipos Climéticos (Segundo Képpen anes 20 ESTADO DE PERNAMBUCO - Incidéncia de Secas.. 21 ESTADO DE PERNAMBUCO - Bacias Hidrogréficas. 22 ESTADO DE PERNAMBUCO - Cobertura Vegetal Primitiva. 23 ESTADO DE PERNAMBUCO - Solos... Sad 24 ARQUIPELAGO DE FERNANDO DE NORONHA - Localizacao 68 25 ARQUIPELAGO DE FERNANDO DE NORONHA ~ Localizacao Disténcias ae 26 ARQUIPELAGO DE FERNANDO DE NORONHA - Hipsométrico72 40 a 42 ESTADO DE PERNAMBUCO - Rede Viaria. 43 44 45 ARQUIPELAGO DE FERNANDO DE NORONHA — Delimitago do Parque Nacional Marinho..... ete ae ee ESTADO DE PERNAMBUCO - Populagao Residente nos Municipios @ Classes de Tamanho de Cidades. See 80 ESTADO DE PERNAMBUCO - Densidade Demografica.... 83 MESORREGIAO METROPOLITANA DE RECIFE — Distribuigao Espacial da Populag&0 Urbana...nncsnnewvrnnninnenssccensenes 8G MESORREGIAO DA MATA PERNAMBUCANA — Distribuigao Espadal da Populagdo Rural e Urbana. 90 MESORREGIAO DO AGRESTE PERNAMBUCANO — Distribuigao Espadial da Populagao Rural e Urbana....... 9 MESORREGIAO DO SERTAO PERNAMBUCANO - Distribuicao Espacial da Populagéo Rural e Urbana. 92 MESORREGIAO DO SAO FRANCISCO Distribuiggo Espacial da Populagao Rural e Urbana........ MESORREGIOES METROPOLITANA E MATA PERNAMI Distrituigao Espacial das Usinas e Destilarias ESTADO DE PERNAMBUCO - Efetivo de Bovinos. MESORREGIAO METROPOLITANA DE RECIFE — Distribuicao Espacial dos Distritos e Polos Industriais 108 MESORREGIAO DA MATA PERNAMBUCANA — Distribuicao - 108 Espacial dos Pélos Industrials 2, MESORREGIAO DO SERTAO PERNAMBUCANO- Espacial dos Distritos e Poios Industriais.. _ MESORREGIAO DO SAO FRANCISCO PERNAMBUCANO — Distribuicdo Espacial dos Distritos e Polos Industrai 4 MESORREGIAO DO AGRESTE PERNAMBUCANO — Distribui¢ao Espacial dos Pélos Industrials 13 ESTADO DE PERNAMBUCO - Regides Educacionais. ESTADO DE PERNAMBUCO - Diretorias Regionais de DIRES ... = ESTADO DE PERNAMBUCO - Municipios Emancipados — -199: ae de Quadros A sta de Tabelas 1 Escala Geolégica do Tempo. 2 Unidades de Conservagao - 1987. 3 Santuério de Devoedo Popular 4 Data e Local de Devordo.. 5 Artesanato Pernambucano.. 6 Instituigdes .. 7 Evolugdo Administratva - 1535-1007. 8 Reiagdo de Novos Municipios Emancipados nos Ancs de 1991 9 1995 : reise 1, Evolugdo da Populagao Residente - 1970 a 2000... 2 Evolucéo da Taxa de Crescimento Anual da Populagao - 1970 a 2000... Distribuigao da Populagao Residente Segundo os Estados do Nordeste = 2000 nnn Populagdo Residente Segundo as Mesorregioes - 2000. ibuigdo da Populagao Residente por Situagao do Domico - 1970 2000 son Participago Percentual do Numero de Estabelecimentos ¢ Area Ocupada - 1995... Utiizaco das Terras - 1985 e 1996. Produgéo e Area Colhida das Principats Lavouras - 2000 e 2001 . Usinas de Agucar com Destilarias Anexas em Funcionamento - Safra 2000/2001 = 7 Destilrias Antonomas em Funcionamento - Safta 2000/200° 2 5 11 Usinas em Funcionamento - Safra 2000/2001 o& ista de Figuras 12 Distribuigdo dos Efetivos de Animais - 2000. 2 13. Numero de Escolas por Setor de Localizagao - 2000. 14 Nimero de Escolas e Salas de Aula por Dependéncia Administrativa - 2001 2 Planicie Marinha .. 15 Nimero de Matriculas Segundo as Diretorias de Educagao - 2001. ie 16 Numero de Matriculas por Nivel de Ensino - 1997 € 200° i ey Planicie Fluvial Embutida em Tabuleiros - Es eeaeacie de Nevces Cuateraris tm Depomato Srenajag «17 Poach da mara de Maree pos Dope a 7 a 2001 .. 1 Corte Topografico de Pernambuco R ntagéo Esquemética de uma Bacia Sedimentar tapdo Esquemétia de uma Chepada . eee eee Ensino Basico por Fo 419 Educacdo Superior - 2000 20 Rede Hospitalar e Ambulatorial do SUS por Numero de Leitos - 2002. BA. 21 Obitos por Grupo de Causas - 22 Saneamento Basico por Ré ‘Vista parcial da cidade do Recto © do ro Capibaribe SITUAGAO E LOCALIZAGAO Thais de Lourdes Coneia do Andeade Para se conhecer um pouco Pernambuco, 6 necessario, primeiramente, localiza-lo no Brasil e na regiao Nordeste, onde o mesmo se encontra inserido (Mapa 1). © Nordeste é uma das cinco regiées geogréficas brasileiras, 20 lado do Norte, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Nele, o Estado ocupa a poredo Oriental, sendo banhado pelo oceano Aténtico. De configuragao geogréfica longitudinal, estreito no sentido norte/sul e, alongado na diregao leste/oeste, encontra-se Pernambuco inteiramerte situado dentro dos limites da zona Tropical, visto que seus pontos extremos Norte e Sul se encontram, respectivamente, entre os paralelos de 7°e 15’ ¢ 9° e 27’ de latitude Sul. Na diregdo leste/oeste ‘seus ponios se localizam entre os meridianos de 34° 48° e 412¢ 19° de longitude Oeste de Greenwich (Mapa 2). E muito mais longa uma viagem que vocé faca do Recife a Petrolina, realizada inteiramente no terrtério pernambucano (770 km), do que uma viagem Recife — Natal ‘Aspectoe do Recife, na confluéncia dos rios Capibarbe @ Beberbe MAPA 1 GLOBO TERRESTRE ESTADO DE PERNAMBUCO Localizagao REGIAO NORDESTE Diviséo Estadual BRASIL Divisdo Regional 10 MAPA 2 ESTADO DE PERNAMBUCO DimensGes e Limites Ponto Mais Alto Pico do Papagaio Municipio de Triunfo 200 m Area Total do Estado 198.526,60 km* 6,3% do Nordeste 1.2% do Brasil I T ‘em que se cortam terras de trés Estados brasileiros: Pernambuco, Paraiba e Rio Grande do Norte (295 km). Observando o Mapa 2, verifica-se que Pernambuco faz divisa com quase todos os Estados nordestinos, excegéo de Sergipe, Maranho e Rio Grande do Norte. Assim, ao Norte, limita-se com 0 Ceard e a Paraiba; ao Leste com 0 oceano Atintico; ao Sul com Alagoas © Bahia e, finalmente, ao Oeste, com o Estado do Piaul. Em consegiééncia da configuracao espacial que presenta e do processo de povoamento que ocorreu, 0 espaco pernambucano oferece, do litoral para o interior, uma sucesséo de paisagens diferentes, marcadas por uma intensa diversificacao de formas de uso do solo. Assim, 0 Instituto Brasileiro de Geogratia e Estatistica (IBGE) identii- cou no espaco pernambucano, em 1989, a existéncia de cinco mesorregides e 19 microrregiées geograficas (Mapas 3, 4, 5,6, 7€ 8). Cada microrregido € constituida por municipios, perfazendo o Estado, atualmente, cerca de 184 unidades politico-administrativas. A ‘Morro do Pico na lina de Femando de Noronha 12 Fa do Bom Jesus, no bare do Recife esses 184 municipios soma-se, 0 arquipélago de Femando de Noronha, distrito estadual, considerado como um dos Parques Nacionais Mari- nhos do Pais e que também faz parte de Pernambuco. Fernando de Noronha, face as belezas naturais que apresenta, associadas & existéncia de areas de grande interesse ecoldgico, apresentando uma fauna terrestre e marinha bastante diversificada e, muitas vezes, s6 encontrada no Arquipélago, é considerado como uma unidade de conservagdo do territério brasileiro. ‘Os municipios possuem reas rurais e urbanas e esto divididos em distritos. A sede do municipio é uma cidade e a do distrito, uma vila. Todo municipio possui uma sede administrativa, a cidade, onde estéo localizados os representantes dos poderes Executivo, Legislativo Judiciério. O municipio e a sua sede tém sempre o mesmo nome. As- sim, Municipio do Recife/cidade do Recife; Municipio de Caruaru/cida- de de Caruaru. Porsua vez 0 Estado de Pernambuco possui uma capital que € a cidade do Recife, localizada na porgao Oriental do Estado. MAPA 3 ESTADO DE PERNAMBUCO Mesorregides Geogrdficas PARA|IBA ceases = | ‘ race BAHIA a 4 ALAGOAS ae Sa mer He Mn aE ee [IDI] vesorsecit0 00 seRTAO PeRNAWBUCANO he, ESORREGIKO D0 SAO FRANCISCO PERNANBUCANO [Doar] esoRREcKo 00 KGRESTE PERNAMBUCAND 7 (lls) vesormeciko oA uaTa PERNAWsUGANA (Togs) esoRReciko veTROPOUTANADE RECIFE MESORREGIAO DO SERTAO PERNAMBUCANO Microrregides Geograficas Dados Gerais MESORREGIAO DO SERTAO PERNAMBUCANO: Norte: Pau, Ceara e Paraiba; Su: mesorregio do S86 Francisco Populagéo: 911 {914 habitantes ou 11,5% da populagao pemambucana. @ mesorregido do Agreste Pernambucano; Leste: dade demogréfica: 23,7 hab/km?. ba © mesorregidio do Agreste Pemambucano; Oeste: Piaui pristioaisteaties wears: Araripina, Serra Talhada, Salgueiro, s emitério pemambucano. ‘Arcoverde, Afogados da Ingazeira, Las José do Egito, Tabira e Triunfo. 176— Aratipina: 177 — Salgueiro; 178 — Pajet; 479 ~ Sertao do Moxot6. roam: 98, Snes Dion - Parana 28 ~ _ MAPAS MESORREGIAO DO SAO FRANCISCO PERNAMBUCANO Microrregides Geograficas Limo jm Dados Gerais MESORREGIAO DO SAO FRANCISCO PERNAMBUCANO. ees Piaut; Populagao: 465.672 habitantes ou 5,9% da populagao mesorregiao do Sertéo pernambucana. BS: Aagoes ee ele rte Densidade demogréfica: 18,9 hab/km®. do territério pemambucano. Principais centros urbanos:Petrolina, Belém de Sao Fi 18: 180 — Petrolina; 181 - Itaparica. sane Mai Dados Gerais MESORREGIAO DO AGRESTE PERNAMBUCANO Limites: Norte: Paraiba e mesorregiao do Sertao Pernambucano; Sul:Alagoas e mesorregiéo da ‘Mata Pernambucana; Leste: mesorregiao da Mata Pernambucana e Alagoas; Oeste: Paraiba e mesorregiao do Sertao Permambucano. Area: 24.387,80 km? ou 24,7% do terri- x MAPA MESORREGIAO DO AGRESTE PERNAMBUCANO Microrregides Geogrdaficas icRORAEGKO 0 VALE DO IPANEMA meROREOKO 80 VALE D0 POWUCA eRORREGKO 00 ATO CAPBARBE cRORREGAD 00 NEDO CAFIEARIBE (TB wicsonneciso nF GaRAneHUNS: i) srcrorneto 00 sneso Pemwsucano Dados Gerais MESORREGIAO DA MATA PERNAMBUCANA Limites: Norte: Paraiba; Sul: Alagoas; Leste: oceano Atlantico ‘© mesorregido Metropolitana de Recife; Oeste: mesorragiao do Agreste Pernambucano ea Paraiba. Area: 8.432,40 km? ou 8,6% do territorio pemambucano. Microrregides Geograficas: 188 — Mata Setentrional Pemambucana; 189— Vit6ria de Santo Antdo; 190 — Mata Meridional Pemambucana. Populago: 1.207.274 habitantes ou 15,2% da populagao = pemambucana. | Densidade demogréfica: 143,1 hab/km?. | Prineipais centres urbanos: Goiana, Nazeré da Mata, Ti imbatiba, Carpina, Vitoria de Santo Antao, Escada, Palmares e Barreiros. ‘Frm: (SSE Come Demaptis — Pema, 206 'greja da Misericoraia, em Govana . MAPA 7. MESORREGIAO DA MATA PERNAMBUCANA Microrregides Geograficas [iar] RORRECAO Dan (Gay wrerseqge enone Dados Gerais MESORREGIAO METROPOLITANA DE RECIFE Limites: Leste: oceano Atléntico; Norte, Sul e Oeste: ‘mesorregio da Mata Pemambucana. Area: 2.761,0 km? ou 2,8% do territério pernambucano. Microrregides Geogréficas: 191 ~Itamaraca; 192— Recife; 193 “— Suape; 194 - Fernando de ‘Noronha. Populagdo: 3.339.616 habitantes ou 42,2% da populagdo pernambucana. Densidade demografica: 1.208,9 hab./km?. Principais centros urbanos: Recife, Jaboatao dos Guararapes, (Olinda, Cabo de Santo Agostinho, , Paulista, Igarassu e S40 Praia de Porto de Galinnas, om Ipojuce 18 MAPA 8 MESORREGIAO METROPOLITANA DE RECIFE Microrregioes Geograficas ‘we [el wereretoronere | 1 | st6es de Atividades Se 1) Observar o mapa abaixo e assinalar: 3) Pesquisar e responder: ~quantos quilémetros de distancia separam a sede do seu mu- a) o municipio em que reside e estuda; Iicipio da cidade do Recife, Capital de Pernambuco? (no caso b) os municipios que fazem limite com eles; de nao residir na Capital). ¢) a Capital do seu Estado. 4) Assinale os municipios perrambucanos banhados pelo rio So Francisco. 2) Delimitar, com base no texto, a mesorregiao do S4o Francisco Pernambucano e a mesorregiao onde se encontra a Capital do ine ve reer A capitania de Pernambuco, inicialmente chamada de Nova Lusit€nia, foi criada pelo Rei D. Jodo lil em setembro de 1534, por carta de doagao que a conferiu a Duarte Coelho Pereira (Mapa 9). Ela.com- preendia a poredo litordnea que ia da foz do rio Santa Cruz, a0 Sul da iiha de Itamaraca, até a foz do rio So Francisco, com sessenta lequas de terra no litoral, a Leste. Estendia-se para o interior até o meridiano de Tordesilhas, através de linhas que acompannavam os paralelos que passavam por este ponto do literal. Porém, na carta de doacao foi especificado que o limite Meridional que a separava da capitania da Bahia de Todos os Santos era 0 rio Sao Francisco cujas aguas perten- ciam a Pernambuco. Daj o sau limite Sul nao ser uma reta, pois acom- panhava 0 leito do grande rio. MAPA 9 BRASIL Capitanias Hereditarias Ao Norte de Pernambuco, situava-se um dos trés lotes conce- didos a Pero Lopes de Souza, o de Itamaracd, que se estendia por trinta I6guas de terras, da foz do rio Santa Cruz até a baia da Traicao, onde confrontava com a capitania do Rio Grande. corre, que a delimitag&o da capitania antecedeu a0 povoamento e este veio modificar as delimitacdes determinadas pelo Rei. O fato do povoamento na foz do rio Capibaribe, Olinda e Recife ter-se iniciado logo apés a doagdo das capitanias, fez com que se formasse, neste local, um pélo de onde se irradiou a conquista eo povoamento, para 0 norte e noroeste, até o Pard, e para o sul até o rio Sa0 Francisco, ge- rando vilas, povoagoes, cidades e capitanias (Mape 10). MAPA 10 BRASIL Pernambuco e as Capitanias Subalternas N opts > > > 2 2 Assim, 0 povoamento se iniciou logo apés a chegada do ie =. _ + apy Sarees I i a 37 MAPA 16 ESTADO DE PERNAMBUCO Compartimentagao do Relevo 38 Planicie Costeira - 6 uma area plana e baixa que acompanna, a gros- 0 modo, a orla maritima, penetrando, contudo, para o interior do Esta- do através de alguns vales fluviais, como os dos rios Goiana, Capibaribe, Beberibe, Sirinhaém, Formoso e Una. Essa planicie foi originada du- rante 0 Quaternario por processos de sedimentago marinha, em al- guns trechos, © por deposigdo fluvial, em outros. Diz-se, portanto, que a Planicie Costeira é formada por planicies marinhas, fiuviomarinhas ' fluviais. S40 encontrados ao longo desse compartimento de relevo: restingas, lagoas, lagunas, terragos marinhos e terragos fluviais (Figura 2). _FIGURAZ PLANICIE MARINHA Saaserr Tabuleiros Costeiros - sao feigdes de relevo de topo plano que se ‘Gesenvolvem em terrenos sedimentares. Surgem em Pernambuco, como acontece em outros Estados do Nordeste brasileiro, nas areas ‘Cctipadas pelos sedimentos arenosos e argilo-arenosos do Grupo Bar- Teiras. Os Tabuleiros Costeiros acham-se entalhados pelos rios que ‘Gompoem as bacias do Goiana, Botafogo, Igarassu, Paratibe Capibaribe (curso terminal). Nos Municfpios de Paulista, Olinda e Reci- 6, em face de uma dissecacao mais avancada e da composicéo dos (dominio de sedimentos argilo-arenosos), 0s tabuleiros se Sob uma forma suave ondulada. Retalhos extensos de tabulei- topo plano, séo visualizados nos Municipios de Goiana, @ltamaraca (Figura 3) ‘Aspectes da virzea do ro Gosna Os vales terminais dos rios que atravessam esse comparti- mento de relevo séo bem encaixados entre os tabuleiros, assumindo em geral, um perfil transversal do tipo “vale de fundo chato”. Os solos que s&o encontrados nos tabuleiros so arenosos & siltico-arenosos, onde é cultivada a cana-de-agticar. 39 FIGURAS. PLANICIE FLUVIAL EMBUTIDA EM TABULEIROS Colinas da Zona da Mata - surgem dominantemente em terrenos cris- talinos da porgo Oriental de Pernambuco. Foram elaboradas por pro- cessos de erosdo fluvial desencadeados sob condigées climaticas Umidas. Os topos dessas colinas podem ser planos ou ligeiramente condulados. O perfil das vertentes 6 marcadamente convexo. As colinas encontram-se mais desenvolvidas no Sul da Zona da Mata, sobretudo nos Municipios de Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Ribeirdo, Sirinhaém, Palmares, Rio Formoso e Barreiros, onde 08 indices de precipitagdes s&o elevados. Na chamada Zona da Mata Seca (Itambé, Timbatiba, Sao Vicente Ferrer, Vicéncia, Bom Jardim etc), os processos de erosdo fluvial agiram com menor intensidade, dai a presenca menos freqiiente de colinas nesse setor do Estado de Pernambuco. Planalto da Borborema - trata-se de um dos grandes compartimen- tos regionais do relevo nordestino. A Borborema, é um conjunto de macigos ou blocos falhados e dobrados que se estende desde o Esta- do de Alagoas até o Estado do Rio Grande do Norte, na porgao Oriental do Nordeste brasileiro. Apresenta, em Pernambuco, altitudes compre- endidas entre 500 a 800 metros. Em algumas dreas, como por exem- plo Garanhuns, sao encontrados restos de um antigo relevo, sobre a superficie aplanada da Borborema, com altitudes que superam 1.000 metros. Sao as chamadas superficies de cimeiras. 0 Depressao Sertaneja - esse compartimento de relevo, também der minado “Depresséo Semi-drida’, é um dos mais extensos do Estado Pernambuco. Caracteriza-se por apresentar uma topografia plar correspondendo a um amplo pediplano, elaborado, no passado (Plio Pleisteceno) por processos erosivos desencadeados durante é mais secas. Apresenta altitudes que variam entre 400 e 500 metros, ximadamente. Sobre a Depressao Sertaneja surgem relevos residuai que recebem as denominagdes de inselbergues e macicos residual Esse compartimento de relevo apresenta uma série de probler ambientais, tais como: chuvas concentradas num curto periodo do an maior estacao seca, elevadas taxas de evaporacdo, secas periddicas problemas de salinizacdo das aguas e do solo (Figura 4). FIGURA4 LOCALIZAGAO DE ALUVIOES QUARTENARIAS NA DEPRESSAO SERTANEJA Planalto da Bacia do Jatoba - é um tipico planalto sedimentar, com topo plano © encostas ingremes e recortadas. Estende-se no sentido sudoeste-nordeste, desde 0 rio Sao Francisco até as proximidades de Arcoverde. Suas altitudes variam de 500 a 800 metros, aproximada- mente. Na area ocupada por esse compartimento de relevo, destaca- se a Serra Negra, no Municipio de Inaja. Na Figura 5 esta representada uma bacia sedimentar. O planalto referido desenvolve-se na bacia sedimentar do Jatoba que 6, na verdade, um prolongamento de uma bacia mais ampla, FIGURAS REPRESENTAGAO ESQUEMATICA DE UMA BACIA SEDIMENTAR BACIA SEDIMENTAR ROCHAS SEDIMENTARES EMBASAMENTO CRISTALINO designada como Bacia do Recéncavo-Tucano-Jatoba, que se inicia nas proximidacies de Salvador (BA), atingindo até as cercanias de Arcoverde (PE). Restos da bacia sedimentar do Jatobé séo ainda encontrados pr6- ximos a Afogados da Ingazeira e Custédia definindo retalhos de relevo tabular, que se assemelham ao Planatto'da\Bacia do Jatobé. Macicos Residuais - sao compartimentos de relevo mais elevados, ‘em geral desenvolvidos em rochas mais resistentes & erosdo, encon- trados dispersos sobre a Depressao Sertaneja. Um dos mais significa tivos exemplos desse compartimento é o macigo de Triunfo, na divisa com o Estado da Paraiba, cuja altitude maxima excede os 1.000 metros. Outros exemplos de macigos residuais, nado menos importantes do que ode Triunfo, so visualizados em Floresta (Serra do Arapud, Serra das. Flores) e Serra Talhada (Serra Verde). Os Macigos Residuais podem ser, &s vezes, locais parcialmente favoraveis as atividades agricolas. Chapada do Araripe - é um amplo relevo tabular (chapada) encontra- do na bacia sedimentar do Araripe, que apresenta uma extensdo leste- oeste da ordem de 180 km. As altitudes da chapada ficam compreenci- das entre 600 e 900 metros, aproximadamente. Apresenta um topo pla- no e encostas escarpadas (Figura 6). Da Chapada do Araripe partem varios afluentes da margem ‘esquerda do rio Sao Francisco, como por exemplo o rio Brigida . FIGURAG REPRESENTACAO ESQUEMATICA DE UMA CHAPADA ROCHAS SEDMENTARES JA Se ee (Unselbergue) na Depressdo Sertaneja, no Sertao do Pajeu Pa ‘Terrago do rio Una ‘Cuttiva da cana-de-agdoar em solos arenosos dos tabuleires, em Goiana 42 CLIMA Lacivionio fatebis O clima de uma regio pode ser definido de duas maneiras: 4) “0 conjunto de fenémenos meteorolégicos que caracterizam o es- tado médio da atmosfera em uma dada localidade” (J. HAN); 2) “O ambiente atmosférico constituido por uma série de estados da atmos- fera que cobre um lugar em sua sucessdo habitual” (MAX SORRE). Oestudo do clima pressupée a andlise de fatores geograficos estéticos € de fatores dinamicos. Esses fatores influenciam considera- velmente os elementos do clima. Os fatores geograticos estaticos prin- cipais so: relevo (altitude), latitude, distncia do mar e correntes mari- has. Os fatores dinamicos esto relacionados a circulagao atmostéri. ca, ou sejam, os avancos de massas de ar e de frentes sobre uma determinada area. Qs fatores. geogréficos modificam consideravelmente os ele- Mentos climéticos (temperatura do ar, pressao atmosférica, precipita- ies etc). Por exemplo, 0 relevo mais elevado provoca a diminuigao da temperatura ou pode acarretar uma maior pluviosidade. Os fatores dinamicos alteram bastante o tempo meteorolégico deuma localidade. Exemplifica esse fato mencionado 0 avango de uma frente fria, que pode acarretar a diminuigao das temperaturas e o au- Mento das precipitagdes. Existem diversas classificages empregadas no estudo dos lmas. Neste Atlas, foi utlizada a classificagao de Képpen, que empre- © simbolos para denominar as zonas e os tipos climaticos. Em Pemambuco, existem climas de trés zonas, a saber: A, B Zona A corresponde aos climas tropicais chuvosos, das Flores- 20na B relaciona-se aos climas quentes e secos, das Caatingas > =sPes). A zona C engloba os climas mesotérmicos uimidos. Coberture vegetal numa area de clima As, na mesorregiéo Metropolitana de Recife Képpen estabeleceu, ainda, varios subtipos climéticos, adicionando letras minusculas e simbolos a cada letra maitiscula que indica a zona climatica considerada. Desta forma existem no Estado de Pernambuco os seguintes tipos de clima: As’ onde A= clima quente e tmido; s’ = com chuvas de outono-inverno, BSh onde B = clima seco: S = de estepe, h = de baixas latitudes. Associados ao BSh esto os subtipos: Bhs’, BShw e BShw’ onde s’ significa chuvas de outono e inverno; w ew’ indicam, respectivamente, chuvas de verdo e chuvas de veréo re- tardadas para outono. Cs‘a onde C = clima mesotérmico; s'= chuvas de outono-inverno e a= verdes quentes; Cw’a onde € = clima mesotérmico; w'= chuvas de verdo retardadas para outono € a= verdes quentes. 45 Na descrigo e andlise das condigées climaticas do Estado de Pernambuco, serao consideradas, de forma suméria, as influéncias do relevo, da latitude e dos sistemas atmostéricos. 0 Quadro Térmico © Estado de Perrambuco situa-se inteiramente numa faixa de baixas latitudes, onde sfo elevadas, durante o ano inteiro, as taxas de insolagdo. A insolacgo anual, em nimero médio de horas em que o Sol biilha, fica compreendida entre 2.200 e 2.800 horas. Nao so verificadas, no Estado, altitudes muito superiores a 4.000 m, capazes de reduzir consideraveimente os efeitos térmicos da tropicalidade. Assim, em face da conjugagao da latitude e da altitude, predominam as temperaturas médias anuals elevadas, que definem o dominio dos climas quentes em Pernambuco. As médias térmicas anuais variam de 20° a 26° C. Na parte Leste, mais especificamente na Zona da Mata, a temperatura anual fica em torno de 24* C. Esse mes- mo valor é encontrado na Chapada do Araripe e no Sertao do Moxot6. ‘As médias térmicas anuais mais elevadas esto ao longo do vale do Pajea e no vale do So Francisco. As médias térmicas anuals mais baixas verificam-se nas superficies de cimeira, ou seja, Garanhuns, Taquaritinga do Norte, Pogo, Triunfo ete (Mapa 17). (Os Regimes de Chuvas Os regimes de chuvas ‘ocorrides em Pernambuco $40 determi- nados pela atuagdo de diversos sistemas atmosféricos, um dos quais de origem extratropical. ‘S40 identificados no territério pemambucano trés regimes de chuvas, aqui designados por letras estabelecidas pelo climatologista W. Képpen: 1) regime de chuvas de verdo (w); 2) regime de chuvas de verdo-outono (w’) e 3) regime de chuvas de outono-inverno (s'), confor- me foi anteriormente mencionado. 1) O regime de chuvas de verdo (w) é determinado pela agao de umal massa de ar quente e Umido oriunda da Regio Amaz6nica. Essa massa de ar, chamada Equatorial Continental (mEC), expande-se sobre grande parte do Brasil tropical, durante o veréo, determinando chuvas convectivas. Esse regime caracteriza uma ampla area que se estende desde 0 Oeste de Pernambuco até as proximidades do Municfpio de Arcoverde. 2) O regime de chuvas de verdio-outono (w') uma decorréncia de um sistema atmostérico denominado Zona de Convergéncia Intertropical (ZCIT). E um sistema de ar quente e Umido que se forma nas zonas de baixas pressdes equatoriais. Ele acarreta, a exernplo da mEC, chuvas convectivas. Em Pemambuoo, as chuvas da ZCIT aconte- cem no final do vero ¢ inicio do outono. Esse regime se manifesta no Semi-érido pernambucano, nas microrregides do Pajet, do Sal- gueiro, Araripina e do Sertdo do Moxot6. i i ' i j i MAPA 17 | ESTADO DE PERNAMBUCO Temperaturas Médias Anuais re 3) O regime de chuvas de outono-inverno (s') 6 provocado pela aco de um sistema atmosférico extratropical - a Frente Polar Atlantica (FPA) © pelas Ondas de Leste. A FPA atua mais intensamente na parte Oriental de Pernambuco durante o inverno, mas as suas des- cargas também podem ser observadas durante o outono. As Ondas de Leste, representadas por grandes massas de nuvens, formam- se sobre 0 oceano Atlantico e avangam de leste para oeste, nos meses do outono e do inverno (marco a julho, aproximadamente), sobre a Zona da Mata pernambucana, provocando pesados agua- ceiros. Excepcionalmente, as Ondas de Leste podem chegar até o Agreste do Estado. No tocante & distribuigdo espacial das chuvas, nota-se em Pernambuco, que os maiores valores médios anuais de chuvas sao verificados na parte Oriental, ou seja, na Zona da Mata. O Sul da Zona da Mata apresenta médias anuais de chuvas superiores a 1.800 mm. Palsagem de araa de cima quanta e Umido - Zona da Mata Pernambucana 48 No Municipio de Barreiros, por exemplo, 0 indice pluviométrieg supera 2.000 mm/ano. De uma maneira geral, a Zona da Mata possuj precipitacdes médias anuais compreendidas entre 2.200 mm ¢ 1.000 mm (Mapa 18). ‘Area Semi-arida de Pemambuco apresenta precipitagdes anuaig iguais cu inferiores a 800 mm. As areas mais secas do Sertao tém uma’ média de chuvas de 400 mm/ano. Tais areas situam-se no vale do Sao Francisco e no Sertéo do Pajet. No dominio do Semi-Arido pernambucano, s&o encontradas “has de umidade”, ou brejos, onde se observam indices anuais de chuvas mais elevados, da faixa de 900 a 1.000 mm. Sao exemplos dessas reas Triunfo, Garanhuns e Taquaritinga do Norte. O relevo mais elevado é o fator determinante da existéncia desses brejos. Os Tipos Climéticos © Mapa 19 apresenta os tipos climéticos, segundo a classifica: go de W. Koppen. Essa classificagao utiliza letras e simbolos para definir zonas e tipos climaticos. Os climas dominantes, segundo a classificagéo aqui conside- rada, no Estado de Pemambuco sao: As’, BShs’, Cs’a e Cw'ae Aw’. © clima As’ clima quente e Gmido com chuvas de outono-inver- no) ocorre na Zona da Mata. Na parte Sul dessa area, a faixa onde domina esse clima é mais larga do que na parte Norte (Zona da “Mata Seca’). clima BSh, (clima seco de estepe de baixas latitudes) tam- bém chamado semi-drido, apresenta altas temperaturas durante 0 ano. uma taxa anual de evaporagdo que excede a das precipitagoes. Em decorréncia dos diversos regimes de chuvas anteriormente referidos, 0 BSh se subdivide em: BShs’ (com chuvas de outono-inverno), BShw: (com ctuvas de vero), e BShw’ (com chuvas de outono-invemo). Con- sidera-se a isoieta de 800 mm de chuvas anuais, a linha que separa, em Pernambuco, os climas BSh e As’. MAPA 18 ESTADO DE PERNAMBUCO Isoietas Médias Anuais MAPA 19, ESTADO DE PERNAMBUCO Tipos Climaticos (Segundo Képpen) a RATBIA | BAHIA aE 50 Os climas Cs'a e Cw’a fazem parte dos climas mesotérmicos, segundo Képpen. O clima Cs’a (mesotérmico com verdes quentes e chuvas de outono-inverno) foi chamado pelo geégrafo Gilberto Osério de Andrade de clima “Quase-Mediterraneo”. Esse clima apresenta tem- peraturas anuais mais baixas do que os climas As’ e BSh, devido as interferéncias do relevo. E o clima de Garanhuns. ‘em Tatira ‘O clima Cw’a (mesotérmico com verdes quentes e chuvas de vero retardadas para outono) verfica-se no macigo de Triunfo. Tam- 'bém possui médias térmicas anuais inferiores as dos climas As’ e BSh. Oclima Aw’ surge em Femando de Noronha, e serd descrito ‘Mais adiante. Paleaom do Serio curano a oxiagéo ‘As Secas em Pernambuco OMapa 20 apresenta o percentual de incidéncia de seca no seen ne,Pemambuco. Foi realizado, tomando-se por base o mapa Slugao do periodo chuvoso do Nordeste, elaborado pela SUDENE. A seca & um fenémeno climatico anormal que implica numa © considerdvel dos valores médios de chuvas de um espago ‘geogrdfico, A seca, que bem caracteriza as areas de climas semi-ari- dos, acarreta a faléncia de safras agricolas e sérios prejulzos & pecud- tia. E portanto um fato natural com sérias repercussées socioeconémicas. Qs percentuais de incidéncia de secas em Pernambuco fo- ram agrupados nos seguintes intervalos: 0 a 20%; 21 a 40 61 a80% e 81 a 100%. Zona da Mata apresenta percentuais que vao de 0 a 20%. O Agreste tem percentuais que variam de 21 a 80%. O Sertao possui os Percentuais mais elevados: 81 a 100%. * Caatinga Hiperreréia, Brolo no Agroste perrambucano MAPA 20 ESTADO DE PERNAMBUCO Incidéncia de Secas ira Complementar AS SECAS EM PERNAMBUCO Quando se aborda o tema seca em Pernambuco, dois tos tm que ser considerados: o fenémeno natural e a esto socioeconémica. Enquanto problema natural, a seca ta um fenémeno, de natureza climatica, correspon: aum déficit consideravel de chuvas. Essa diminuigao precipitacées, na estacao chuvosa, associa-se sobretudo ragdes que ocorrem nas temperaturas da superficie ica , ou seja, nos oceanos Pacifico e Atlantico. Nos anos em que 0 oceano Pacifico Equatorial apresen- as superficiais com temperaturas mais elevadas do que ormal, instala-se, normalmente, um periodo de estiagem, etudo no Sertéo de Pernambuco. O mesmo acontece 0 Atléntico Tropical Sul se resfria. eno natural previsivel e passivel de ter seus jimizados, a partir de uma infra-estrutura que per- conviver bem no espaco, por mais adverso Portanto, as secas passa, as vezes, a idéia, para a sociedade um todo, que a seca 6 0 problema maior do @la 6 a responsével pelos baixos indicadores Os da regio, o que ndo € verdade. A seca vern uma auséncia de estrutura econémica gera- reservou @ regido, na economia nacional, fo de mao-de-obra barata para as areas dit Assim, 0 fenémeno seca existe como fato natural, im- possivel de ser impedido de ocorrer, mas seus efeitos sociais e econémicos se agravam sobremaneira ante a falta de politi- cas puiblicas mais eficientes. Para que 0 homem possa conviver com esse fenémeno geogréfico, 6 preciso que, em primeiro lugar, seja soluciona- da a questao fundidria. A partir dai, o investimento em obras que, embora pequenas e baratas, dao grandes resultados, como as cisternas, os pogos tubulares e as barragens-trinchei- ras e/ou subterraneas, cujas técnicas de produ¢ao o préprio sertanejo conhece, pode ser algo de suma importancia. Diversas areas do Semi-drido pernambucano apresen- tam caracteristicas de um ecossistema fragil, cujo equillbrio pode ser facilmente rompido. Nessas condi¢des ambientai 0 uso do espaco semi-drido tem que ser repensado. Tal espa: g0 no suporta sempre a produgao em larga escala para o mercado consumidor. Agdes humanas sobre esses ambien- tes, sem um planejamento eficiente, podem propiciar graves conseqiiéncias em dreas submetidas as secas periédicas. A maior prova disso é o acelerado processo de desertificacao que vem ocorrendo em diversos quadrantes do Nordeste bra- sileiro, como uma decorréncia de formas de uso do solo ina- dequadas as condi¢ées ambientais desse espaco geogréfico. Thais de Lourdes Correia be Andrade Observando-se com atengdo 0 Mapa 21, verifica-se a existén- Gia'de dois grandes receptores de 4guas no espaco pernambucano, tum representado pelo oceano Atiantico para onde correm os rios das Tegides da Mata e do Agreste, com excegao do Ipanema, 6 outro repre- ssentado pelo rio So Francisco para onde correm os rios sertanejos. No mapa hidrogréfico apresentado, seguindo-se a diregao nor- te/sul, percede-se nas proximidades da divisa de Pernambuco com a Paraiba, a foz do rio Goiana, formada pela jung&o de dois rios que dre- nam a microrregiao da Mata Setentrional Pemambucana: o Capibaribe— Mirim e 0 Tracunhaém. Entre os afluentes do Capibaribe-Mirim, salien- ta-se 0 Siriji. Fiotemporaro, em Carvaru Mais ao sul, no local onde se encontra a cidade do Recife, surge a desembccadura do rio Capibaribe que, nascendo no Municipio de Jatatiba, drena o Agreste e a Mata até chegar & Capital pernambucana. Em seu percurso, recebe dois importantes afiuentes, o Tapacura e o Goité e, proximo & foz,conflui com o Beberibe, oriundo de Olinda. No delta deste rio fol construida a cidade do Recife. Continuando 0 caminho para o sul, j4 em Barra de Jangada, observa-se a foz dos rios Jaboatéo e Pirapama que banham, respecti- vamente, as cidades de Jaboatéo dos Guararapes e Cabo de Santo ‘Agostino. Na enseada de Suape, onde se localiza o Complexo Industrial e Portuario cue tem o seu nome, desemboca um dos maiores rios do Estado, 0 loojuca, oriundo do Agreste e que corta também grande ex- tens&o da Mata Pernambucana. O rio Ipojuca, ao descer o macigo da Borborema para a regio da Mata, forma a conhecida cachoeira do Urubu, atracao turistica existente no Municfpio de Primavera. Nas proximidades da ilha de Santo Aleixo, encontra-se a foz do rio Sirinhaém e, mais ao sul a do rio Una. Este rio, o mais importante de toda a regido da Mata, nasce e atravessa o Agreste e a Mata, desembo- cando no Atiantico. © regime desses rics, face &s condigées climaticas existentes em Pernambuco, é bastante irregular. Assim, na regiao da Mata eles s&o perenes, apresentando uma grande diferenca do volume de agua entre a estagao das chuvas e 0 estio. © Capibaribe, por exemplo, rio que corta a cidade do Recife, em determinado perfodo, ameagava a Capital perambucana pois quando chovia com grande intensidade nas suas cabeceiras ou na sua bacia, aumentava de volume, transbordan- do de seu leito, inundando praticamente toda a cidade, causando sérios problemas populagao. A construgao de barragens, como Tapacuré, Carpina e Goita transformou aquela realidade, quando a regularizacao do Capibaribe veio a evitar aqueles transtornos. No Agreste, os rios so temporérios, de vez que cortam no es- tio, sendo constatados apenas pela forma do leito e pela existéncia de alguns pogos. Na areia do leito, costumam os habitantes do interior cavar cacimbas a fim de obterem a agua do lengol subterraneo utiliza- 55 vr MAPA 21 ESTADO DE PERNAMBUCO Bacias Hidrograficas (TERESTADUAL “> ROSE AFLUENTES Te Da BAIA — Honedetnce ‘Cachosira do Urubu, em Primavera da tanto para o consumo da populagao humana, como para fins higiénicos e industriais, bem como, para o consumo animal. O tio So Francisco que nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, corre inicialmente em diregao norte, cortando os Estados de Minas Gerais e Bahia, servindo, em grande parte do seu curso, de linha divisoria entre os Estados de Pernambuco e da Bahia. Em seguida, ele separa a Bahia ¢ Sergipe de Alagoas, até desembocar no oceano Atlantico. Q So Francisco é um dos mais importantes rios do Brasil, pela ‘Sua extensdo (3.100 km), sua vasta bacia (670.000 kr’), pela sua utili- Zao pelos criadores de gado desde o periodo Colonial e ainda pela io que faz entre o Nordeste e o Sudeste, uma vez que é navegavel €M Varias porcdes do seu curso. Conhecido como rio da “Integragéo Nacional” e rio dos “Currais’, o S40 Francisco serviu de eixo de pene- — Para os criadores de gado pernambucanos e baianos que nos eculos XVI e XVII, partindo de Olinda e Salvador atingiram a sua foze, subindo o seu curso e de seus afluentes, ocuparam os Sertées baiano, pernambucano e cearense com a atividade pecuéria. “Velho Chico” como também é conhecido, é um rio de planal- to apresentando ao longo do seu caminho rumo a foz, grandes desni- veis que formam cachoeiras e corredeiras utilizadas para a produeao de energia hidrelétrica. Assim, além de possuir a usina de Trés Marias em Minas Gerais, possui também a de Sobradinho na Bahia, de Paulo Afonso entre a Bahia e Alagoas, Itaparica entre Pernambuco e Bahia & a de Xing6, em Alagoas (setor administrativo, em Piranhas) e Sergipe (setor de produgdo de energia, em Canindé do Sao Francisco). rio é muito utilizado, também, para irrigago, havendo a pre- senga na mesorregidio que tem 0 seu nome, de projetos de grande envergadura desenvolvides por empresas onde sao cultivados produ- tos hortifruticolas destinados & exportacéo. Esta érea vem apresentan- do, tambérr, grande crescimento da atividade agroindustrial, sendo um dos pélos econdmicos de maior dinamicidade no Estado. Vérios dos afluentes do So Francisco nascem e tm todo o ‘seu curso em territério pemambucano, como o do Pontal, das Gargas, Brigida, Terra Nova, Pajet e Moxotd. Os rios sertanejos sao todos temporérios, correndo apenas no ourto perfodo em que caem as chuvas de vero. Tém leitos largos e arenosos onde se formam leng6is de 4gua subterraneos utilizados pela populagdo sob a forma de cacimbas. Muitos desses rios so interrompidos por barragens, construidas pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS ou pelo Governo do Estado, visando no s6 0 abastecimento de agua, dos centros urbanos, como também, o desenvolvimento de uma agricultu- ra irrigada a jusante dos acudes. ‘A exemplo do que ocarrau com 0 S&o Francisco que serviu de eixo de penetracao para 0 interior, todos os demais rios pemambucanos também desempenharam esta fungo. Prova disso é a localizacao de grande parie dos centros urbanos, ao longo dos seus Cursos. Sérios problemas ambientais enfrentam os cursos d’égua pernambueanos, 2 exemplo do desmatamento de suas nascentes © mar- gens, do assoreamento de seus leitos, além da poluigao de suas Aguas. 7 VEGETACAO S Jalobds A distribuigao das formagées vegetais sobre a superticie ter- restre é influenciada por diversos fatores, dentre os quais se desta- cam os climes, os solos eo relevo. © Mapa 22 contempla a extensdo ocupada pelas formagoes vegetais primitivas em Pernambuco. As atividades humanas exercidas no espaco geogréfico pernambucano reduziram consideravelmente as reas correspondentes & cobertura vegetal existente quando aqui che- garam os colonizadores portugueses. As formagoes vegetais de Pernambuco foram assim classi cadas: Floresta Subperenifélia, Floresta Subcaducifélia, Floresta Caducifélia, Formagées Litoraneas, Caatinga Hipoxerétila, Caatinga Hiperxerdfila, Cerrado e Vegetagao de Transieao Floresta/Caatinga. A Floresta: Subperenifélia é uma formagao vegetal florestal, densa, composta de drvores de grande porte (20 a 30 metros de altu- 12), latifoliadas, com a presenca de um grande numero de epifitas. Re- fiete 0 clima As’ e surge nas areas de maiores indices pluviométricos anuais de Pernambuco, na Mata Meridional. Dentre as espécies mais aracteristicas da Floresta Subpereniflia, salientam-se visgueiro, a Sucupira, o pau-daiho ete. A Floresta Subcaducifélia ou Mata Seca, apresenta 4rvores de Grande porte, latifoliadas muitas das quais, durante 0 perfodo seco, dei- 2am cair parte das suas folhas. Dominava nos Municipios de Itambé, Timbatiba, Goiana, Vicéncia, Bom Jardim, Sao Vicente Ferrer, Orobé, Surubim e Nazaré da Mata. Essa formagao esta relacionada ao clima AS’, em areas onde as precipitagées sao inferiores &s da Zona da Mata nal, & estagéo seca um pouco mais prolongada e aos solos erivados da aiteracao das rochas do embasamento cristalino. AS es- bras 21?0teas tipicas da “Mata Seca” so: pau-d'arco amarelo, pau- | Pau-d'arco roxo, maaranduba e sucupira. A Floresta Caducifdlia, a que perde totalmente as folhas no Periodo seco, sofreu uma exploragao intensa e, por essa razo, $6 6 encontrada em algumas pequenas éreas de Pemambuco, como por exemplo Timbaiba, Buique e ltaiba. As Formagies Litoraneas, que so fortemente influenciadas pelas caracteristicas do solo, compreendem os manguesais, matas de restingas e formages das praias. Os mangueseis dispdem-se nas éreas de contato da agua salgada oceanica com a agua doce dos rios, ou seja, num ambiente sujeito aos avangos @ recuos dirios das marés. As espécies vegetais dessa formagéio possuem algumas caracteristicas necessérias & adap- tago eo ambiente, como por exemplo, raizes suportes, que atuam como escoras no terreno frouxo e lamacento, e respiratérias. As espécies vegetais mais freqtientes nos manguesais sao o mangue vermelho, 0 mangue branco e o mangue canoé. MAPA 22 ESTADO DE PERNAMBUCO Cobertura Vegetal Primitiva TE Tronwacoes uroRanens HIE FonesTa SuBPERENIFOLIA HI cenrsno LORESTA SUBCADUGIFOLA MME rLonesra casucirduin HE caarinca tiPoxEROFLLA TIBI cactinaa tienxeRsrita HE rranscaorior | | <= LMTE ITEREST#DUAL 1 BARRAGE ‘As matas de restingas esto instaladas em solos arenosos de um tipo de relevo chamado restingas. Essa formagao vegetal é com- posta por arbusios e vegetagao rasteira. As formagées vegetais das preias correspondem a uma ve- getagao rasteira disposta sobre solos arenosos das areas de praia. ‘As Caatingas esto representadas no Estado de Pernambuco por duas formagSes: Caatinga Hipoxeréfila e Caatinga Hiperxeréfila. Es- ‘sas modalidades so fortemente influenciadas pelas condigdes clima- ticas e de solos. A Caatinga Hipoxeréfila 6 formada predominantemente por ar- vores e arbustos que perdem as folhas durante a época seca. Predo- Mresta subperendiia, em Moreno mina no Agreste do Estado, em dreas semi-dridas ou subtimidas onde as chuvas se distribuem de forma menos irregular. As espécies vege- tais mais comuns na Caatinga Hipoxeréfila so: canafistula, mulungu, jurema preta, macambira, marmeleiro e mandacaru. A Caatinga Hipencerdfila é tipica das areas mais secas do Semi- ride pemambucano, sendo freaiiente na Depresséo Sertaneja. Dis- pée-se principalmente a partir de Arcoverde e Aguas Belas, dominando. praticamente em quase toda a porgéio Ocidental de Pernambuco. As espécies vegetais mais encontradas na Caatinga Hiperxeréfila sao: macambira, pereiro, xiquexique, caroa, angico etc. Os Cerrados caracterizam-se por uma vegetagdo formada por rvores tortuosas, esparsas, intercaladas por um manto inferior de gramineas. Em Pernambuco, os Cerrados surgiram sobre as éreas arenosas dos Tabuleiros Costeiros no Municipio de Goiana (hoje praticamiente substituidos pela cana-de- agticar) e na Chapada do Araripe. As espécies mais encontradas nos Cerrados so: cajueiro, cajueiro brabo, murici-do-tabuleiro, mangabeira, pequizeiro etc. A vegetaco de Transiggo Floresta/Caatinga localiza-se na Chapada do Araripe. A predominancia de um tipo de vegetagao sobre 0 outro nessa area de Pemambuco decorre das influéncias do relevo e dos, solos. E formacao vegetal composta de arvores, ar- bustos e espécies vegetais da Caatinga Hipoxeréfila, € até do Cerrado, tais como: mangabeira, catingueira, jurema, pequizairo e visgueiro do araripe. Face & intensa atuac&o que o homer vem re- alizando sobre essa cobertura vegetal, surge a neces- sidade de se tentar preservar 0 que ainda existe de ve- getacdo primitiva. Para isso so criadas,, através de de- cretos federal e estadual, as chamadas Unidades de Conservagao. Tais Unidades passam a ser gerenciadas Por érgaos que trabalham o meio ambiente. 61 Em Pemambuco, estes érgaos sao representados pelo Insti- tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaveis - IBAMA, pela Companhia Pernambucana de Recursos Hidricos - CPRH e, por unidades ambientais, a nivel de municipios. © Quadro 2 identifica as Unidades de Conservagdo existentes no espaco pernambucano. Em Pernambuco, registra-se ainda a Fio- resta Nacional do Araripe-Apodi (que abrange PE, CE e Pl) eo Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. aunoroe Unidades de Conservagao 1997 oe ean Ties eeneom etiam ieeeemeareces eens eee See Sninesconse, eoeraee Sas eaeceees ee a Saaomses— Geobeees =a Seeman Eneeeuinees Ssemer SaaS Saeeeneat = isnesseasten a Sees FScaesgs ast SOT Bi napctnee eee —— ee Suessemnmsmime 5A sap ihe’ SePebolMavvodadd-weasd dad eeae O solo é um dos mais importantes elementos naturais das pai sagens. E’ 0 meio onde se desenvolvern as diversas espécies vege- tais que s40 utlizadas pelo homem. O limite superior do solo é a at- mosfera € 0 inferior é a rocha inalterada. ‘Solo de mangue O solo & composto basicamente de particulas minerais, maté- tia organica, agua e ar. Desses elementos, os minerais séo os que aparecem em maior quantidade. Os diversos tipos de solos encontrados na superficie terrestre Tecebem a influéncia dos seguintes fatores: clima, rocha, organismos Vivos, relevo e tempo. Esses fatores ager de forma combinada, con- tribuindo para a definigo dos varios aspectos dos solos. O clima 6, dos fatores mencionados, o mais importante, pois & através da temperatura e da umidade que serdo definidas as varias alteragdes fisicas e quimicas, conjuntamente denominadas de intemperismo, que se processarao no material rochoso. Nas éreas de climas quentes e imidos, os solos séo bem mais desenvolvidos e contém uma maior quantidade de matéria organica do que aqueles pre- sentes nas regides secas. A rocha 6 0 material do qual tem origem o solo. A maior ou me- or velocidade com que o solo se forma depende bastante do tipo de material rochoso da area. Esse material, quando surge na superficie, sofre diversas alteragSes, ocasionadas pelos elementos do clima, que formaréo o solo, Varias caracteristicas do solo dependem considera- velmente do tipo de rocha, como por exemplo a core a estrutura. Os organismos vivos englobam os vegetais, os microrganis- mos, os animais e, inclusive, o homem. Os vegetais atuam na forma- 980 do solo através de suas raizes, que se instalam nas fendas das Tochas. Nestas 4reas, as secregées organicas cont intemperismo. Os microrganismos (fungos, bactérias e algas) decom- Gem os restos de vegetais e animais que formarao o que se chama humus, acumulado nos horizontes superficiais do solo. Os animais que 8 viver no solo cavam galerias e misturam materiais organics e inorganicos nas diversas partes ou horizontes dos solos. Esses hori- zontes constituem o perfil do solo, e se diferenciam pelos seguintes elementos: cor, textura @ composigao das diversas camadas (Figura 7). FIGURA 7 CORTE ESQUEMATICO DE UM SOLO homem também participa da formagao e da evolucao dos solos, sobretudo quando realiza atividades agricolas. Os processos de erosdo acelerada so um exemplo dos efeitos indiretos da agao humana sobre o solo. Na Zona rural , os processos erosivos decorren- tes da ago humana acarretam a perda de camadas férteis do solo, implicando, assim, numa diminuig&o da produc&o agricola e na desva- lorizagao das propriedades rurais. O relevo influi consideravelmente nas caracteristicas do solo, principalmente no que se refere a profundidade destes. As areas que apresentam uma maior declividade tém solos mais rasos do que aque- les desenvolvidos em areas planas e baixas. ultimo fator que responde pela formagao do solo é o tempo. Este fator influencia sobretudo na espessura do solo. Os solos jovens, ct por exemplo, so, em geral, bem mais rasos do que os solos vel Mas a transformagao de um solo jovern em solo maduro depen também, da rocha, das condig6es climétticas e da erosdo (Figura FIGURA 8 Ps © PAPEL DA ACAO DO TEMPO NA FORMAGAO DOS SOLOS No Estado de Pernambuco, em face das diferengas de rochas, de relevo e de clima, hd uma grande variedade de tipos de solos. informagdes contidas no Mapa 23 sao bastante generalizadas em vir tude da escala do mapeamento. O levantamento de solos foi elaborado @ partir do trabalho realizado pela SUDENE (1984). Nesse mapa s&0 identificados os seguintes solos: Latossolos, Podzélicos, Litdlicos, Regossolos, Bruno Nao-cdlcico, Areias Quartzosas e Planossolos. Os Latossolos sAo_bem desenvolvidos, de coloragéio verme- tha, amarela ou alaranjada, bastante porosos e de textura variével. Apa: recem principalmente na Zona da Mata, associados as florestas subperenifolia e subcaducifélia. Amplas manchas desses solos s&o, também, verificadas nas mesorregides do Sao Francisco Pernambucano e do Sertéo Pernambucano. MAPA 23 ESTADO DE PERNAMBUCO Os Podz6licos sao profundos, bem desenvolvidos, com marcante diferenciacdo entre os seus varios horizontes. Surgem, qua- se sempre, associados aos Latossolos. No Estado de Pernambuco, esses solos s40 encontrados na Zona da Mata, partes do Agreste e, ‘em manchas localizadas, no Sertao. s solos Litdlicos so pouco desenvolvidos, dai serem consi- derados como “solos jovens”. Nestes solos, 0 horizonte “A” fica disposto diretamente sobre a rocha. Aparecem em areas secas ou em regioes de forte declividade, onde os processos erosivos so intensos. Os so- los Litdlicos séio encontrados no Agreste e na mesorregiaio do Sertéo Pemambucano, associados as Caatingas. Regossolos so solos que apresentam uma textura arenosa, ™medianamente profundos, com um perfil pouco desenvolvido. Séo bem drenados, mas apresentam-se dcidos. Surgem mais freqdentemente No Sertdo, mas podem aparecer no Agreste. Os solos Bruno Nao-calcicos so moderadamente rasos. Apre. sentam um horizonte superficial de coloragéo marrom, sobre © qual surgem cascalhos, mas tem em geral uma coloracao avermelhada., Surgem principalmente nas areas de climas semi-éridos, particular. mente no Serto, associando-se & Caatinga Hiperxeréfila, As Areias Quartzosas_ so solos pouco desenvolvides € prow fundos. Instalam-se em sedimentos muito arenosos, compostos de gréiq de quartzo, em relevo plano ou suave ondulado. Esses solos $40 ci. dos e de baixa disponibilidade de nutrientes e de agua. Sao encontra. dos na bacia sedimentar do Jatoba, no Municipio de Petrolina ¢@m S&q José do Belmonte. Os Planossolos so solos moderadamente dcidos, com gran. de contraste textural e um horizonte “B” que exibe uma acentuada con- centragao de argila. Ocorrem em relevo plano ou suavemente ondula. do, onde se acha presente uma Caatinga Hipoxeréfila. Amplas man. chas de Planossolos so vistas no Agreste do Estado, como pot exer. plo nas bacias dos rios Una, Ipojuca e Capibaribe. 3 i i 3 i t fi de Areias Quartzosas, em Ipojuca REDE URBANA hairs de Lourdes Correia de Andrade O IBGE considera como urbana, a populago que reside nas 2s — sedes de municipios e nas vilas — sedes de distritos. Rural é em fazendas, engenhos e povoados. Em 1970, por ocasiéo do Recenseamento, a distribuigao da lado por situagao do domicilio em Pemambuco passa a sofrer 1a Modificagaio, quando os dados revelam uma populacdo urbana ‘superior & rural, correspondendo, a primeira, a cerca de 54,5% da po- agdo total. Como a populagdo urbana cresce mais rapidamente que tural, face ao éxodo rural, migragao do campo para a cidade, o con- “fngente urbano passa a se ampliar nos titimos recenseamentos, passan- "do, em 2000, a representar cerca de 76,5% da populagdo total (Tabela 5). TABELAS Distribuigdo da Populacdo Residente por Situacao do Domicilio 1970 a 2000 Peeters A istribuigo dessa populacao urbana e rural, a nivel de muni- S 6 observada nos Mapas 30, 31, 32, 33 e 34, quando se percebe ande concentracéo de habitantes que existe nas cidades e vilas de ambuco. A maior concentragao urbana se verifica na mesorregiaio (APA 30 MESORREGIAO METHOPOLITANA DE RECIFE Distribuigao Espacial da Populagao Urbana PAIRAIBA Metropolitana de Recife, quando este percentual de participagao chega a atingir mais de 80% da populagdo total. éxodo rural responsavel pelo orescimento, ou melhor, ‘in- hago” das cidades, é fruto de uma estrutura agréria concentradora de terras, dominante em todo o espago estadual, ao lado de formas de exploragao e uso dos solos que ndo s6 requerem grandes proprieda- des, como também, absorvem pouca mAo-de-obra durante todo o ano, ‘ou mesmo, dao emprego apenas no periodo da safra. Essas formas de exploragéo e uso das terras so representa- das pela pecudria, ao lado de uma atividade agricola realizada de forma tradicional, dependente das condigées naturais na mesorregiao do Sert&o Pernambucano, pelo avango do criatério substituindo uma atividade policultora no Agreste Pernambucano, pelos grandes projetos de irrigagao no Sertao do Sao Francisco ou mesmo pela agroindistria canavieira que s6 emprega de setembro a margo, época de colheita e moagem da cana-de-acticar, na Mata Pernambucana. 90 ~ MAPA 31 MESORREGIAO DA MATA PERNAMBUCANA Distribuig&o Espacial da Populag&o Rural e U No momento em que a populagdo ru- = MAPA 32 ral 6 expulsa do campo pela falta de oportu- MESORREGIAO DO AGRESTE PERNAMBUCANO nidades de emprego e migra para as cida- Distribuig&o Espacial da Populacao Rural e Urbana des, um contingente maior de pessoas pas- sa a exercer pressdo no mercado de traba- ho e a demandar bens e servigos. As cida- des que, na maioria das vezes, nao possuem uma base econémica de sustentacao, véem- ‘ge em condigées de ndo poderem satisfazer as novas necessidades, dando margem ao surgimento de atividades informais e ao apa- recimento de aglomerados subnormais. Durante muito tempo, este éxodo es- teve direcionado para as grandes metrépo- les regionais que, no caso do Nordeste, S40 representadas por Recife, Salvador e Forta- leza. Contudo, face a incapacidade desses centros de absorverem toda mdo-de-obra, =e comega a haver um redirecionamento do flu- PERNAMBUCANO x0 migratério, 4 identificado pelo IBGE no Re- censeamento de 1991 para as cidades de Pequeno e médio portes, ou mesmo, para as areas rurais possuidoras de alguma atividade econémica que naquele momento seja atrativa de populacdo. O préprio fluxo para os centros urbanos do Centro-Sul jé fot desacelerado, nas titimas décadas, perce- bendo o IBGE a presenga de uma migragao de retorno, O Estado de Pernambuco possui cer- ca de 184 cidades, sedes de municipios, acrescendo-se a esse niimero, Vila dos Re- médios, Capital do arquipélago de Femando de Noronha, considerado pelo IBGE como “distrito estadual” . Dentre esses centros ur- banos, poucos so os que retém uma popu- * lago elevada, superior a 10.000 habitantes Foe cower Ya (Mapa 28). A grande maioria das cidadesé 9S) D'32"en one ot

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