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© Upet —roIgde5 Tiewicas 'n Biologia Ceti © Molecular, pp. 987-430 (2008) ©. Azarece Coord), LIDEL-EdigSes Técnicas, Lisboa (Ed) 24" Meiose e Aneuploidia Rogério Teixeira, Isabel Carreira If B8stados do leptéteno, zigsteno, ipica, ou equacional, por ainda que continua, 6 dividida em profase | (que engloba os Paquiteno, dipléteno e diacinese), metafase |, anafase 1 ° telofase |. A meiose il abrango a profaso ll a metafase Il seeker € telofase I. Apenas na interfase pré-meidtica, ocome a replioagao semi-conservativa do dcido desoxirribonucieico (DNA), ios animals, a meiose | 8 Il produzem gémetas haploides que ‘apés se tomarem funcioneis podem eventualmente realizar o fenémeno de fecundagéio. Somento a fecun- G28 reconstitul toda a informagao genética e todo 0 polerciy ara 0 desenvolvimento de um novo, ser animal, MutagBes genéticas, no emparelhamento ou sinapse @ na Gisjungéo dos cromios- A eneunnona280s © eromatisis imBos, sdo responsavele pelo tenderers as aneuploidia, A sneuploicia pode originar anomalias genétioes, que acca maior causa de aborto Sspontineo @ aberragdes cromosasmicas congénitas na especie hove MEIOSE Introdugao O médico e bidtogo alemao Rudolf Vir- chow, a0 estudar ao mictoscépio tecidos pato- Iogicos, formula em 1855 0 célebre aforismo: Omnia cellula e cellula, para significar que toda a célula provém de outra eélula A frase de Virchow encerra uma con- cepeio nova de génese celular. Isto é, toda a célala tem origem noutra semethante e nfo Pode ter & sua origem em nada que nfo seja outa célula Porém, a demonstracio experimental da divisto celular indirecta $6 se realizou em 1879 em células vegetais por Schleicher, que Ihe den © nome de cariocinese (do grego ANEUPLOIDIA introdugao A aneuploidia define-se como um estado hho qual hé um niimero anormal de cromos- somas, devido a um cromossoma a mais ou 2 menos n+l ou 2n-1). Ocorre por nao dis- Juno meiética ou mitética, ou ainda por atra- 30 de migragao de um cromossoma durante a sanafase (lagging). Eo tipo mais comum de anomalies cromoss6micas clinicamente signi ficativas, que ocorre em cerca de 3-4% das gestagies couhecidas. Também pode ocorrer aneuploidia de uma parte de um cromossoma, aneuploidia parcial, geralmente associada a rearranjos cromossémicos estruturais. As causas das aneuploidias ainda néo sio bem compreendidas, mas sabe-se que qualquer gue seja © mecanismo molecular subjacente 0 mecanismo cromossémico mais comum € a ado disjungo meiética, ou seja, uma fella da separagdo de um par de cromossomas durante uma das divisdes meidticas e em geral durante a meiose I. As consequéncias da nio disjunglo na Meiose Te Il sfo diferentes: 1) Na meiose I, os gémetas ou contém um sepresentante de ambos os membros do a io slo GAMETAS Nulstémione Diesdmioos msose ¢ancurtoors EEE par de cromossomas, e portanto, epés a fertilizagdo surger trissomias, ou nl possuem quelquer membro do par do eromossoma e, portanto, apés a fetili- agi aparecem monossomias (Esque- ma 17A). Na meiose Il, o resultado final ¢ 0 aparecimento de dois gimetas normais que contém. duas e6pias do eromos- soma e de dois gimetas anommais: um, sem nenhuma cépia do cromossoma, 0 outro, com duas eépias. Apés a ferti- lizagio, formam-se zigotos normais, ‘com trssomia ou monossomia (Esque- ma 17B). 2) ‘A nio disjungéo pode também dar-se em duas divisGes meidticas sucessivas ou, por acaso, nos gémetas masculinos e femi- ninos simultaneamente, resultando em zigo- tos com niimeros bizarros de cromossomas, que sio rarissimos, & excepgio das ancu- ploidias envolvendo os cromossomas sexuais (Quadro 2). Para determinar a origem parental do erro © 0 estigio meistico no qual ocorreu, usam-se sondas de DNA polimérfico abrangendo 2 ‘maior parte do cromossoma em estudo., ¥ stungao Monesimicas Nussimico Dscémco GAMETA 4EK 45K ATK 47,0 ‘ZSOTOS — Movesinine —Tissaricos © LupeL- eDigoes TeeweAs » ODO BK 163K 45K 17, 0x, Dbsimecs Monostrrice Tsémico ZIGOTOS Eoquema 17. Mecanismo da no cisjungao da mefose | (A) © da melose Il (8) na oogénese. Tipos de zigotos resultantes da fetlizacao dos gémstas por um espermatazbige com um cromossoma X. SPEPIGEIN woe sFeNRecweD eanjeey eu Sepsuoda! op sagdenys no slong soIBe , OOOH | BOF > 7 + OO EF | ASO0C EF SOOT SY POO BRED. ARN OF . ‘i sm | ae, “ x's | ofewgo 00H YF KB BOK BY | Hae RG | HC TP ear ay Nara ¢ anon er | xc aacty oc ay | acer xa | acer secon | a eeuiee esopm | ovsunisia:onn |Z AKC BP . : + 2's | AK’ . : X'9r | obewS 5 ; Yor'ey [eK 87AROCEYT00 BF aoe aC Be | HAC ay aaa aor pS 7 I ss0)ou, ‘opbunisia o2y ARK 8 7 “ cor | axon 9 eet AnenK 8 8 | GR ORT | TOO TF | xe eaiOn AOOCSIEURD 0 wiweD [9 elewPO Mak BieHIgS” No eIoMED AX EU fe hd HBB be.00n coun « Moccowsn OUI 3 i : 3 8 Anomalias Numéricas dos Cromossomas Os exemplos mais comuns de aneuploidias no Homem sio: 1) As tissomias — quando ha tes eromos- Somas em vez do par normal. Podem envolver qualquer cromossoma do con. Junto, mas dependendo do cromossoma assim a viabilidade. O exemplo mais comum ¢ & trissomia 21 representativa a sindrome de Down; 2) As monossomias—com apenas um. resentante do par do cromossoma. Sao quase sempre letais excepto os casos 45.X associado & sindrome de Tumer, Para a maioria das trissomias, hé uma Preponderancia, para origem materna do cro ‘mossoma extra que também € relacionado coma a idade materna avangada, Nestes casos, a nho ClisjuneGo na meiose 1 é mais frequente que na meiose Il, excepto para a trissomia 18 onde Srontece 0 contrério (Gardner ¢ Sutherland, 2004), Nos casos de 45,X (tanto em abortos como em nados vives), o X presente é de origem ma. terna em 80% dos casos e paterna em 20% (Gardner ¢ Sutheciand, 2004), As trissomias em mosaico © os mosaicos AT XXY/45,X ou 46,XX/45,X tendem a orga nizar-se a partir da Quando a alterag0 numérica envolve um mltiplo de n diferente de 2n, temos uma poli. Ploidia, como por exemplo 3a ~ triploidia ¢ An ~ tetaploidia. A inaioria das triploidias ocomre devido & fecundagao de um Svulo por dois esperma- fo26ides hapléides ou pcr um espermatozdide Gipléide, havendo no entanto casos de fecun. Gago de um ovécito diploide gue resultou ou da ausBncia de redugéo meistica ou da nto climinacao de um corpo polar (McFadden er Mase Arena EEEf ‘ly 2002, Balakier etal, 2002). Nos easos das ‘iploidias, a origem materna dos cromossomas extra é mais frequente que a paterna, e parece aberragio numérica com um efeito de imprinting distinto, Nas tetraploidias, ou hé uma diviszo nore imal dos cromossomas e uma falha de divisio 0 citoplasma na primeira divisto do zigoto, ou be uma fertilizag%o de um éyulo, em que ¢ ‘melose I falhou, por dois espermatozdides, Anomalias Estruturais dos Cromossomas Os rearranjos estruturais na sua forma esequilibrada cstio associados a aneuploidias sio mais raros que a aneuploidia to. 4 sua origem predominantemente du. zante & meiose. Resultam de quebras cromos. sémicas, seguida de reconstituico numa com. binagdo diferente, ou de um emparelhamento normal. Sao denominadas por siglas especificas de acordo com a nomenclatura internacional ¢ sio dadas abaixo, a seguir aoe titulos e entre paréntesis, © ‘tive mais comum & 2 translocasio avilibraia (recfproca ou Robertsoniana), que std presente em cerca de 1 em 500 recém nas. idos Gacobs et al, 1992), Os rearranjos estrutursis podem ser: 1) Equilibrados ~ se 0 conjunto de cromos- somas possuir o complemento normal de informagio genética, por exemplo, inversdes e insercdes; 2) Desequilibrados ~ se houver inforna- so genética a mais ou a menos, sendo © fendtipo provavelmente anormal, por exemplo delegbes, daplicagses, isocro. Mossomas, Cromossomas Oi Rael Rearranjos desequilibrados Delogdes (del) Delecao 6 a perca de um segmento cro- ‘mossOmico terminal ou intersticial (Esquema 48) © portador de uma dl tem um homéloge normal ¢ um deleétado sendo portanto henai. Zigdtico para as informagdes genéticas no Segmento correspondente ae homélogo normal, 9 | BloLoGiA CELULAR & MoLECULAR “aD a Delogdo interstici! Esqueme 18. Mecanismo do formagao de uma delegéo terminal e de uma delegao inisisticia, Com Derda dos fragmontes acéntiices, As consequéncias clinicas dependem do ta- manho do segmeato delectado ¢ consequen- temente do niimero ¢ das fungies dos genes que ele contém, Hé mecanismos pelo qual as delegées se Podem originar: 1) quebra cromossémica ¢ Perda do segmento acéntrico (Esquema 18); 2) crossing-over desigual entre cromossomas homélogos desalinhados, durante o estgio do Paguiteno da profase I (Esquema 19); 3) por Segregao anormal a partir de uma inversio ou translocagao equilibrada (Esquemas 24 © 26). A estratégia a seguir sempre que se encon- ‘ra um rearranjo desta natureza 0 estudo dos Progenitores, de modo a se perceber qual 0 ‘mecanismo de formagdo e assim se poderem caleular riseos de recorréncia, ae ge Normal Buplicaese Dales Normal Esquema 19. Formagio de cromossomes oom deleso ou duplicagio resultante de crossing-over dsigual entre cromossomas hemélogos com ompac rethaimento desalinnado, Em alguns casos, a informagiio pode ser indicative de uma sindrome de microdelegaa (cavolvendo um segmento com menos de 3 Mb), pelo que se deve complementar 0 es, tudo citogenético classico de bandas de atta resolugdo, com a avaliacao da regio critica or tecnologias de citogenética molecular FISH (Fluorescent In Situ Hybridization), Exemplos destas situagoes no homem so as Sindromes de Prader Willie de Angelman com delecio no cromossoma 15(15q11q13), a Sin. drome de Williams com delego em 7ql1.23 ou a Sindrome de DiGeorge com del em 22q11.2. Duplicagdes (dup) A duplicagio de parte de um cromessoma € uma trissomia parcial. A exemplo das dele es, podem originar-se por cross-over desi. gual (Esquema 19) ou por segregacdo anormal da meiose num portador de uma inversio ou translocacio equilibrada (Esquemas 24 e 26). ‘So mais frequentes as de origem materna, ‘Cromossomas em anel (t) Os cromossomas em anel no sio muito Comauns ¢ € raro apatecer um portador para aconselhamento genético para saber quais os riscos para a descendéncia, pois quase todos eles esto associados a fen6tipos anormais com ‘atraso mental. No entanto, ha extraordinari mente alguns casos de pessoas normais com 1@0e 122). Pensa-se que hé dois tipos de mecanismo de formacio de cromossomas em 1) 0 cléssico, em que um cromossoma sofre duas quebras e as extremidades se reinem moma estrutura circular, Se © centrémero cstiver dentro do anel, os dois fragmentos distais carentes de centrémero séo perdidos, Portanta © ‘eromossoma em anel esté associado 2 delego (Bsquema 20); 2) O outro tipo envolve a fusio dos telé- meros, Em teoria, néo haveré perda e cromatina ou se 0 hé, € minima ¢ ‘80 contribui para um fentipo anormal. A descendéncia destes portadores esta © uel -enI¢bes téewtcAs no entanto em risco aquando da divisio Celular, uma vez que pode ocorrer que- bra mecinica. Tn [| \ y romossoma em anel. Os fragmentos terminals erdem-se por no terem cantremero. Cromessoms am anel Os cromossomas em anel so bastante taros mas foram detectados em todos os cro- mossomas. Estes encontram dificuldades na mitose quando as duas crométides irmas ten- tam separar-se na anafase, Pode ocorrer que- bra no anel, seguido de fusio, sendo assim gerados anéis maiores e menores. Isocromossomes (i © seu portador tem um cromossoma em que um dos bragos esté ausente © 0 outro duplicado, ou seja, é parcialmente monossé- ‘ico e parcialmente triss6mico. Embora néo se conhega com precisto o processo de formagao dos isocromossomas, hé dois mecanismos propostos: 1) O mais provavel é a divistio errénea através do centrémero na meiose Tl, que ‘corre transversal em vez de longitudi- nalmente (Esquema 21); 2) Ou 6 devido & translocagio de um bbrago de um cromossoma pata 0 seu homélogo pela regio do centrémero. Deste rearranjo, um fragmento acén- ttico pode ser formado, que obviamente se perder na divisdo seguinte por falta de centrémero, causando uma aneuploi- dia parcial. Hé isocromossomas de varios autossomas, sendo os mais comuns os que envolvem os Neos « aicvetoon [EB a a a 8 & D q € f E a a a 8 iB G [e Soconessoma 8 A . fe FE 6 ee Esquema 21. Mecanismo de formacao de um lsocromessoma, por diviséo transversal a0 nivel do. contrémero. bragos curtos dos cromossomas 18,i(18p); 12,i(12p) e 0 do brago longo do cromossoma Xi(xq), este comum em alguns individuos com a sfndrome de Turner. Praticamente todos os casos de isocro- ‘mossomas adicionais (por exemplo, 18p; 12p; 8p; 9p) t€m origem materna e sio devidos nio disjungio na meiose II seguida de ume falsa divisdo centromérica, Cromossomas dicéntricos (dic) ‘So um tipo de cromossomas anormal, no qual dois segmentos cromossémicos, cada um ‘com um centrémero, se fundem extremidade a extremidade com perda dos seus fragmentos acéntricos (Bsquema 22). ‘tr Esquems 22. Formacao de un cromossama dicér- ‘tico com perda dos flagmentes terminals acénticos. | | EBB wotocin cexsan ¢ Mouzcusan Devido aos dois centrémeros, Somas dicéntricos tend fentt6meros forem atraidos para pélos opostos, Esta situagio € de certo modo resolvida se wm deles for inactivado €, portanto, sé um ficar 2 fancionar. Nesta situacdo, temas um caso de cromossoma pseudodicéntrico com um neo. centrémero, ‘8 cromos- lem a quebrar se os Rearranjos cromossémicos equilibrados Os rearranjos eromossémicos, se forem cquilibrados, toda a informagdo genética esta Presents, embora distibuida de modo diferente, © Pot conseguinte, costumam estar associados 8 fenétipos normais. A excepedo & quando as hebras interferem com alguma sequéncia gené. tica importante. A maior ameaga que os tem, Zanjos estruturdis representam & para a decoen. @@ncia, uma ver que os portadores podem Produzir gametas desequilibrados que, se fect. Zales, do origem a um individuo com cariétpo

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