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80 ‘Jacob Burekart cunstancias politicas no espirito da nacdo em geral E evidente que a incerteza politica geral na Itélia, durante os séculos XIV e XV, era de uma espécie capaz de excitar, nos ‘melhores espiritos da epoca, desgosto e oposi¢ao patriéticos. Dante e Petrarca. em seus dias, proclamaram alto e bom som uma Italia ‘comum, objetivo dos maiores esforgos de todos os seus filhos. Pode- se objetar que esse era apenas o entusiasmo de uns poucos homens altamente instruidos, no qual a grande massa popular nao tinha a menor participagao; mas € muito dificil que as coisas se tivessem passado de outra forma, mesmona Alemanha, emboranominalmente ‘20 menos aqueke pais estivesse unido e reconhecesse no imperador 0 cchefe supremo, Se excetuarmos alguns versos dos Minnestinger, as primeiras manifestagbes patrioticas da literatura alema pertencem aos humanistas da época de Maximiliano Te posteriores, e parecem uum eco das declamagoes italianas. Assim mesmo, por exemplo, a ‘Alemanha ha muito era uma nagio no sentido mais verdadeiro do que fa Italia jamais o fora desde os dias romanos. A Franca deve a consciéncia de sua unidade nacional, principalmente, a seus contflitos com os ingleses, e a Espanha jamais teve éxito permanente na absorgao de Portugal, embora os dois paises fossem parentes proximos. Para a Itilia, a existéncia do Estado eclesiistico ¢ as ccondigdes sob as quais ele apenas continuava a existir eram um ‘obsticulo permanente & unidade nacional, um obstaculo cuja remo- 0 parecia impossivel. Assim, quando no intercémbio politico do século XV a pitria comum é as vezes enfaticamente nomeada, isso é feito, na maioria dos casos, para irritar algum outro Estado italiano. ‘Mas aqueles apelos profundamente sérios e cheios de tristeza 20 sentimento nacional nao se fazem ouvir de novo até bem mais tarde, ‘quando a época para a unidade ja havia passado, quandoo paisestava inundado por franceses e espanhdis. Pode-se dizer que 0 senso de patriotismo local, até certo ponto, deve ter tomado o lugar desse Sentimento, embora fosse um pobre substituto. PARTE II O DESENVOLVIMENTO DO INDIVIDUO PERSONALIDADE No carter desses Estados, repiblicas ou despotismos, est ndo a Unica, mas a principal raz4o para o desenvolvimento precoce dos italianos. Iss0 se deve ao fato de que eles soos primogenitos, entre os fithos da Europa moderna. Na Idade Média, os dois lados da consciéncia humana aquele yoltado para o interior e 0 outro, para o exterior — jaziam ou semi- adormecidos ou semidespertos, sob um véu comum., Veu tecido de fé, ilusao e preconceitos infantis, através do qual e ahi eram vistos com tonalidades estranhas: ue este véu se desfez primeiro; um tratamento objetivo do Estado e de todas as coisas deste mundo se tornou possivel. Ao mesmo tempo, o lado subjetivo se afirmava com ents Sorespnden ome ie avin ria Soon tual, e se reconhecia como tal. Do mesmo modo os gregos se haviam distinguido dos barbaros no passado, ¢ os arabes se haviam sentido: individuos numa época em que 0s outros povos asiaticos se reconhe- ciam apenas como membros de uma raga. Nao sera dificil demonstrar que esse resultado deveu-se, a de tudo, as circunstancias politicas da Italia, Em tempos muito anteriores podemos detetar aqui e ali um desenvolvimento da personalidade livre que, no Norte da Europa, ov nem chegou a ocorrer ou nao se podia revelar da mesma forma. O 1S Opservem-se as expresses wom singolaree uomo unico, usadas par os etigios superior e maximo do desenvolvimento individu. 2 ‘Jacob Burckhardt bando de malfeitores audazes do século X, descrito por Liutprando, alguns dos contemporaneos de Gregorio VII (por exemplo, Benzo de Allba) alguns dos oponentes dos primeiros Hohenstaufen mostram- nos personalidades desse tipo. No entanto, no ocaso do século XT, a Italia comecou a enxamear de individualidade; 0 veto colocado sobre a personalidade humana dissolveu-se; ¢ mil individualidades nos encontram com formas proprias e trajes especiais. O grande poema de Dante teria sido impossivel em qualquer outro pais da Europa; mesmo se apenas pelo motivo de que todos ainda se encontravam encantados pela noo de raya. Para a Italia 0 poeta augusto, através da riqueza da individualidade que expés, foi o mais nacional dos arautos de seu tempo. Todavia, este desenrolar dos tesouros da nnatureza humana na literatura ¢ na arte ~ essas representagdes ¢ criticas multifacetadas— sera materia discutida em capitulo separado; aqui temos a ver apenas com o fato psicol6gico em si, que aparece na forma mais decisiva e inquestionavel. Os italianos do século XIV conheciam poueo da falsa modéstia, ou da hipocrisia em qualquer forma; nenhum deles sentia medo da singularidade, de sere parecer 0 diferente dos vizinhos. ‘Como ja vimos, 0 despotismo fomentava a individualidade ao ‘mais alto grau, nao apenas do tirano ou do condottiere, mas também dos homens que ele protegia ou usava como instrumentos — 0 sectetério, o ministro, o poeta, o companheiro. Essas pessoas eram forcadas a conhecer todos os recursos internos da sua propria natureza, de passagem ou permanentes; e sua apreciacao da vida era aumentada e concentrada pelo desejo de obter a maior satisfagio ppossivel em um periodo muito breve de poder e influéncia. Mas, mesmo os siiditos que governavam nao estavam isentos do mesmo impulso. Deixando de lado aqueles que desperdigavam a vida em oposigdes e conspiragdes secretas, referimo-nos a maioria Gaqueles que se sentiam contentes com uma posigo estritamente particular, como a maior parte da urbana do império 20 Por volta do so de 1390 no havia mais qualquer moda prevalecene para ostrajes raseulinos em Florenea, adn um preferindo vests & sua propria maneia ‘A Cultura do Rensscimento na tis: Um Ensaio 83 rivalidade nao eram proibidas; uma liberdade municipal consideri- vel; uma Igreja que, diferindo daquela do mundo bizantino, ou do mundo maometano, no se identificava com o Estado ~ todas essas condigées favoreciam sem divida o crescimento do pensamento individual, ¢ 0 necessario tempo de lazer foi proporcionado pela ccessagao dos contflitos partidarios. O homem particular, indiferente politica, ocupado parcialmente com empreendimentos sérios, em parte com os interesses de um dilerzante, parece tet-se formado por completo primeiramente nesses despotismos do século XIV. Evidén- cias documentais, naturalmente, ndo podem ser exigidas. Os nove- listas, dos quais poderiamos esperar obter tais informagdes, des- corevem-nos muitos comportamentos individuais, mas de um ponto de vista determinado, es6 até onde as necessidades do enredo o exigem. Por outro lado, seu cenario € quase s republicanas, “do poder, Os estadistas e lideres populares, especialmente na historia florentina, adquiriram um cardter tio marcadamente pessoal que dlficilmente podemos encontrar, mesmo excepcionalmente, um para- lelo para eles na historia contemporinea, nem mesmo em Jacob van Aneveldt. Os membros dos partidos derrotados, por outro Iado, mutes vezes assumiam uma posig¢ao como a de suditos dos Estados despoticos, com a diferenga de que a liberdade ou poder ja gozados, e em alguns casos, a esperanga de recupera-los, dava maior energia & sua individualidade. Entre esses homens de lazer involuntario encon- tramos, por exemplo, um Agnolo Pandolfini (morto em 1446), cuja (bra Sobre economia doméstica é o primeira programa completo de uma vida particular desenvolvida. Seus calculos quanto aos deveres do individu contra os perigose ingratides da vida pilica sao, a seu ‘modo, um verdadeiro monumento da era. © banimento também tinha este efeito, acima dos demais: ele exauria o exilado ou entio desenvolvia nele o que tinha de grande. “Em todas as nossas cidades mais populosas” ~ diz Gioviano Pontano — “vemos uma multidao de pessoas que deixaram seus lares por livre ¢ espontinea vontade; mas um homem leva suas virtudes onde quer queele va.” E, na verdade, nio eram apenas exilados, mas milhares deixavam a patria voluntariamente, pot considerarem suas condigdes politicas ou econdmicas intoleraveis. Assim as coldnias de emigrantes florentinos, em Ferrara, ¢ 0s de Lucca, em Veneza. oy Jacob Burckhardt ‘O cosmopolitismo que crescia nos citculos mais bem-dotados ja representava, em si, um alto estagio de individualismo, Dante, como {ia dissemos, encontra uma nova patria na linguagem e cultura da Talia, mas vai além disso ao dizer: “Meu pais & 0 mundo inteiro.” E quando Ihe foi oferecido 0 retomo a Florenga em condigdes que considerava indignas, escreveu: “Sera que ndo posso olhar para a luz do sol e das estrelas em qualquer lugar; meditar sobre as verdades ‘mais nobres em qualquer lugar, sem aparecer vergonhosa e ingloria- mente perante a cidade ¢ 0 povo? Até mesmo o pao néo me faltaré.” Os artistas exultam nao menos desafiadoramente em sua liberdade dos constrangimentos de uma residéncia fixa. “S6 aquele que; tenha aprendido tudo” — diz Ghiberti — “‘ndo € um estranho em parte alguma; roubado de sua fortuna e sem amigos, ainda assim ele é 0 ccidadao de cada pais, e pode sem medo desprezar as mudancas da sorte.” Da mesma forma, um humanista exilado escreve: “Onde quer ‘que um homem de saber fixe seu lar, ali serd sua patria?!,”” ‘Um olhar agudo e pratico podera ser capaz de tragar, passo a ‘Passo, o aumento no numero de homens completos’ durante o século XV. Se eles tinham ante si, como objetivo consciente, o desenvol- ‘vimento harmonioso da sua existéncia material ¢ espiritual, é dificil dizer, mas diversos deles 0 conseguiram, até onde iss0 € coerente com: a imperfeigao de tudo o que 6 terreno. Pode ser melhor renunciarmos a tentativa de fazer um calculo quanto a parcela desempenhada pela sorte, o cardter e 0 talento na vida de Lorenzo, o Magnifico. Mas, consideremos uma personalidade como a de Ariosto, especialmente conforme o demonstrado em suas satiras. Com que harmonia la esto expressados 0 orgulho do homem e do poeta, a ironia com a qual ele trata seus proprios prazeres, a sitira mais delicada e a mais profunda bboa-vontade! ‘Quando este impulso para o desenvolvimento individual mai elevado se combinava com uma natureza poderosa e variada, que ja se havia assenhoreado de todos os elementos da cultura, surgia ‘homem multifacetado' ~ I'vomo universale — que pertencia 30 Italia. Durante a Idade Média havia homens de conhecimento enciclopédico em muitos paises, pois esse conhecimento estava confinado por limites estreitos; e até mesmo no século XII ja eneontramos artistas universais, mas os problemas da arquitetura cram relativamente simples e uniformes; na escultura e na pintura a ‘materia tinha mais importancia que a forma. Mas no Renascimento italiano encontramos artistas que, em todos os ramos, criavam obras 21 Codri Ureei vita, Bolonha, 1502. ‘A Cultura do Renascimento na ltlie: Um Enssio as novas e perfeitas, e que causavam também a maior impressao como homens. Outros, além das artes que praticavam, eram mestres de um amplo circulo de interesses espirituais. Dante, que mesmo durante a vida era chamado por alguns de poeta, par autros de filésofo e por outros ainda de teblogo®2, coloca em todos os seus escritos um fluxo de forca pessoal pelo qual oleitor, independentemente do seu interesse pelo tema, se sente transportado. Que forca de vontade deve ter requerido a elaboraco continua ¢ ininterrupta da Divina comédia! E se olharmos para a matéria do poema, verificaremos que em todo o mundo espiritual ou fsiconao ha praticamente nenhum assunto importante em que o poeta néo se tenha aprofundado, e sobre o qual suas expresses - as vezes apenas lumas poucas palavras — nao sejam as de maior peso no seu tempo. Para as artes visuais ele tem a maior importancia, e isso por razdes melhores que as poucas referéncias feitas a artistas contemporéneos - cele mesmo logo se transformou em fonte de inspiragao?3. © século XV é acima de tudo, a época desses homens protéicos. Nao hé biografia que, além da obra principal do protago- nista, ndo fale de outros feitos, todos ultrapassando os limites do diletantismo, O estadista e mercador florentino era muitas vezes letrado em ambas as linguas classicas; os humanistas mais famosos liam aEtica e a Politica de Aristételes para seus filhos; até as fillias da casa eram altamente instruidas. Nesses circulos a educagio parti- cular foi, pela primeira vez, levada a sério. O humanista, por sua vez, era levado 20s feitos mais variados, ja que seu aprendizado filol6gico indo se limitava, como acontece agora, ao conhecimento teérico da Antiguidade classica, mas tinha de servir as necessidades praticas da vida didria, Enquanto estudava Plinio, fazia colegbes de historia natural; a geografia dos antigos era seu guia ao lidar com a geografia moderna; sua histdria era um molde para escrever erénicas contem- porimeas, mesmo quando compunha em italiano; nio so traduzia ‘comeédias de Plauto como as produzia, quando eram encenadas; rocurava imitar cada forma efetiva da literatura antiga, até os didlogos de Luciano; e, além disso, atuava como magistrado, secretaria e diplomata ~ nem sempre em seu proprio beneficio. ‘Mas, entre esses homens multifacetados, alguns, que podemos chamar de homens de conhecimento universal, erguem-se como 2 Boccaccio, Vita di Dante 23 Os anos qu deseahou em pequenas pranches, no aniversrio da morte de Beatriz ‘Gita: Nuova), podem te sido meis do que & obra de um dietante. Leonaréo ‘Aretino diz que ele desenbava eaesizmente,« ra um grande aman den sia, 86 Jacob Burckhardt torres entre os demais. Antes de analisar as fases da vida e da cultura esse periodo, podemos aqui, no imiar do século XX, considerar por ‘um momento a figura de um desses gigantes - Leon Battista Alberti (nascido em 1404 e falecido em 1472). Sua biografia, que é apenas lum fragmento, fala pouco dele como artista e nao faz qualquer mengdo ao seu grande significado na historia da arquitetura. Vamos ver quem foi ele, além dessas marcas especiais de distingao. Em todas as atividades em que se pode ganhar elogios, Leon Battista foi, desde a infancia, o primeiro. Entre seus varios feitos no campo da ginastica e dos exercicios fisicos, lemos com espanto que, de pés juntos, era capaz de saltar sobre a cabecade um homem; que na catedral jogou para o ar uma moeda, até que a ouviram tilintar contra © teto distante; que os cavalos mais selvagens tremiam sob seu corpo. Em trés campos queria parecer sem defeito aos demais: no cami- har, no montar ¢ no falar. Aprendeu musica por si mesmo, e suas ‘composigdes eram admiradas por juizes profissionais. Sob a pressio, da pobreza, por muitos anos estudou tanto as leis civis como as candnicas, até que a exaustdo ocasionou-lhe uma severa enfermi- dade. No seu vigésimo quarto ano, sentindo a meméria para palavras enfraquecida, mas o sentido dos fatos nao prejudicado, dispos-se a estudar fisica e matemética. Enquanto isso, ia adquirindo toda a sorte de habilidades e destrezas, interrogando artistas, sabios ¢ artesios de todas as espécies — até mesmo sapateiros ~ querendo descobrir segredos ¢ peculiaridades de suas artes. Incidentalmente, praticeva a pintura e @ modelagetn, e primava em especial por retratos admiré- veis, pintados de meméria. Excitava grande admiracio com sua misteriosa camera obscura®4, na qual mostrava ora as estrelas ea Lua se elevando sobre montanhas rochosas, ora paisagens com monta- has ¢ golfos sumindo em perspectiva enevoada, com esquadras que avangavam sobre as aguas, na sombra ou ao sol. E aquilo que os ‘outros criavam ele recebia alegremente, e considerava cada reali- zago humana perseguindo as leis da beleza quase como algo divino, A tudo isso deve-se acrescentar suas obras literarias, primeiro aquelas sobre arte, que so autoridades de primeira ordem sobre 0 Fenascimento da forma, especialmente na arquitetura; depois suas ‘obras em prosa latina ~ novelas ¢ outras-, algumas dentre as quais, foram consideradas como producdes da Antiguidade: elegias, éologas «e discursos humoristicos para jantares. Escreveu também um tratado 4 Outras invenpSes, especialmente uma tentaiva para ume méiquins voadors, ‘hava sido fetasaproximadamente em 880, polo andaluz Abul Abbas Kasi ibn Firmas ‘A Cultura do Renaseimenton lis: Um Ensaio 2 em italiano sobre a vida doméstica, em quatro volumes, ¢ até mesmo uma oragdo fiinebre para seu cachorro, Seus ditos sérios e humoris- ticos foram considerados dignos de colecionadores, ¢ exemplos longos, de muitas colunas, sa0 citados na sua biografia. Tudo o que tinha e sabia passava para os outros sem a menor reserva, como as naturezas ricas sempre fazem, distribuindo suas maiores descobertas sem nada receber em troca, No entanto, a fonte mais profunda de sua natureza ainda esta por ser comentada — a intensidade da empatia, com que penetrava em toda a vida a seu redor. A visio de drvores robres e de campos ondulantes de trigo o fazia derramar lagrimas; homenageava como “um deleite da natureza” aos homens idosos de figura digna, sem se cansar de vé-los. Admirava os animais perfeita- mente formados, como seres especialmente favorecidos pela natu- reza; e mais de uma vez, quando doente, a visa de uma bela paisagem ‘ curou, Nao é de espantar que aqueles que o vissem nessa intima e misteriosa comunhao com o mundo Ihe atribuissem o dom da profecia. Diz-se que previu uma catastrofe sangrenta na familia Este, (© destino de Florenga ¢ 0 dos papas muitos anos antes de que acontecessem, e diziam que era capaz de ler a fisionomia ¢ 0 coracao dos homens. Nao é necessério acrescentar que uma vontade de ferro invadia © sustentava sua personalidade; como todos os. grandes homens da Renascenca, ele afirmava: “Os homens podem fazer tudo, se quiserem.”” Leonardo da Vinci foi, para Alberti, aquele que termina oqueo ‘outro iniciara, como o mestre para o dilettante. Seria timo se a obra de Vasari fosse aani suplementada por uma descrigéo como a de Alberti! As feigdes colossais da natureza de Leonardo nunca poderio ser mais do que entrevistas de forma obscura e distante. GLORIA A este desenvolvimento interior do individuo corresponde uma nova espécie de distingdo extema— a forma moderna da gloria. Nos outros paises da Europa, as diferentes classes sociais viviam separadamente, cada uma com seu proprio senso de honra, derivado das castas medievais. A fama poética dos wovadores Minnesanger era peculiar a ordem dos cavaleiros. Na Itilia, porém, a igualdade social surgiu antes do tempo das tiranias e democracias. La encontramos os primeiros tragos de uma sociedade geral, tendo uma base comum na literatura italiana ¢ latina - como mais tarde ficara melhor demonstrado. Base necessaria para que esse novo elemento se desenvolvesse, Deve-se acrescentar que os autores

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