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Betinia de Moraes Alfonsin Jacques Tavora Alfonsin Cidade - Centro de Assessoria e Joao Sette Whitaker Ferreira Estatutos Urbanos Maria Etelvina B. Guimaraens Erminia Maricato Maria Tereza Fortini Albano Grazia De Grazia Nelson Saule Jinior faqueline Menegassi_ Patricia Helena Soso jiatelne Severo da Silva Raquel Rolnik Leticia Marques Osorio (Org.) ESTATUTO DA CIDADE E REFORMA URBANA: Novas Perspectivas para as Cidades Brasileiras Sergio Antonio Fabris Editor Betania de Moraes Alfonsin 2 Jacques Tavora Alfonsin Cidade Centro de Assessoria e Joao Sette Whitaker Ferreira Estudos Urbanos Maria Etelvina B. Guimaraens Erminia Maricato Maria Tereza Fortini Albano Grazia De Grazia Nelson Saule Junior Jacqueline Menegassi Patricia Helena Soso Jacqueline Severo da Silva Raquel Rolnik Leticia Marques Osorio (Org.) ESTATUTO DA CIDADE E REFORMA URBANA: Novas Perspectivas para as Cidades Brasileiras be Us ee Se nl? 5 shy Sergio Antonio Fabris Editor Porto Alegre / 2002 eda Mares Osorio (Ore) focAne se SNA - Composisao © ee (61) 9983-5783 a ial, 3 Reservado todos 05 direitos de publicasio, total ou parcial, SERGIO ANTONIO FABRIS EDITOR Rua Miguel Couto, 745 CEP 90850-050 Fone: (51) 3233-2681 Porto Alegre - BS 0 ‘Rua Santo Amaro, 345, CEP 01315-001 Fones: (11) 3101-5383 / 3101-7039 Sio Paulo - SP SUMARIO Apresentagio Edésio Fernandes. 7 Estatuto da Cidade: Uma Longa Historia com Vitérias e Derrotas Grazia De Grazia. = ‘A Reapropriagio das Cidades no Contexto da Globalizasio Leticia Marques Osorio e Jacqueline Menegassi Ey Breve Apontamento sobre a Funcio Social da Propriedade e da Posse Urbanas & Luz do Novo Estatuto da Cidade Jacques Tévora Alfonsin . Estanuito da Cidade e 0 Plano Diretor - Possibilidades de uma Nova O:dem Legal Urbana Justa e Democritica Nelson Saule Jinior. Tnstrumentos de Garantia da Fungio Social da Propriedade ‘Urbana: Parcelamento e Edificagio Compulsérios, IPTU Progressivo no Tempo e Desapropriasio para fins de Reforma Urbana Maria Etelvina B. Guimaraens.. ‘A Usucapiio Especial Urbana, o Estatuto ¢ Possibilidades Jacqueline Severs da Silva... 61 77 esl 37 thus Coscia Deiat Urban iva ou A n . ie Joa See Whaler Fre sles ietore impacto de Vikan: Algunas ads pla Prefeitura Municipal de Porto Alegre Maria Tereza Fortini Albano .. Gestio Democritica das SDuoe. Centro de Assessoria e Estados Urbanos APRESENTAGAO UM NOVO ESTATUTO PARA AS CIDADES BRASILEIRAS Edésio Fernandes* No dia 10 de julho de 2001 foi aprovada a Lei Federal n°. 10.257, chamada “Estatuto da Cidade”, que regulamenta o capitulo original sobre politica urbana aprovado pela Constituisio Federal de 1988. A. importincia da nova lei merece ser enfatizada, sobretudo porque o Estatuto da Cidade com certeza vai dar suporte juridico ainda mais inequivoco i ago daqueles governos municipais que tém se empenhado no enfrentamento das graves questdes urbanas, sociais ¢ ambientais que tém diretamente afetado a vida da enorme parcela de brasileiros que vive em cidades. Reconhecendo o papel fundamental dos municipios na formulacio de direrizes de planejamento urbano e na condugio do processo de gestio das cidades, o Estatuto da Cidade nio sé consolidou o espago da competéncia juridica e da agio politica * Jurina e urbanist; professor da Universidade de Londres; coordenador do IRGLUS- Tntemational Research Group on Law and Urban Space; organizador dos livos Divito Urbunsico (Belo Horizonte, Del Rey, 1998) «Diet Urlenstico e Politica Urbana no Brail (Belo Horizonte, Del Rey, 2001) irae dimensbes fundamentals, quais sejan, sora i tm ones uiico Poco ars 0 Dies ida um 06 ‘a novos instrumentos urbanisticos conse replant © cialmente usta e includee de sos politico-juridicos para a gestie ; Se instramentos juridicos pany » ocrtica G28 APA os assentamentos informais em dreas urbanas ma mudanga paradigmatica spuio dis possibilidades da nova lei depende ats 3° spveensio de seu significado e aleance ng ‘aio condom juidica brasileira, sobretudo no que toca & nova content dt pow pela Constitigio Federal e consolidada peo concept - PecPome Plada 20 direto de propriedade imobiliia ae scin_o principio consttucional da fungio social da ce dacidade. re rincpio que vem sendo nominalmente repetido por todas ss consttuigdes brasieras desde a de 1934, mas que somente ode 1988 encontrou uma formula consistente, que pode ser assim Jnveiada: 0 dreto de propriedade imobiliéria urbana é assegurado desde que cumprida sua fungio social, que por sua vez & aquela ddeterminada pela legislagio urbanistica, sobretudo no contexto municipal. Cabe especialmente a0 governo municipal promover 0 controle do processo de desenvolvimento urbano, através da formulasio de politicas de ordenamento territorial nas quais os ateresses indviduais dos. proprietrios de terras e construgées wshanas necessariamente coexistam com outros interesses sociais, cultunis © ambientais de outros grupos e da cidade como um todo. Para tanto, foi dado 20 poder puiblico municipal o poder de, através de leis ¢ diversos instrumentos urbanisticos, determinar a medida desse equilibrio - possivel - entre interesses individuais coletivos ‘quanto 3 utilizagio do solo urbano. Rompendo de vez com a tradigio civilista ¢ com a concepcio individualista do direito de propriedade imobiliéria que tém orientado grande parte da doutcina juridica e das interpretacSes dos tribunais 20 longo do proceso de urbanizacio intensiva, e culminando assim um 380 de reforma juridica que comesou aa década de 1930, o que a Constinuigio de 1988 eo Estatuto da Cidade propéem ¢ uma mudanga do paradigma conceitual de reconhecimento e interpretasio, desse direito. Mais do que nunca, cabe aos municipios promover a materializagio do paradigma da funcio social da propriedade ¢ da cidade através da reforma da ordem juridico-urbanistica municipal. Novos instrumentos urbanisticos Confirmando e ampliando o espago corstitucional garantido para 4 ago dos municipios no controle do processo de desenvolvimento urbano, o Estatuto da Cidade nio sé regulamentou 0s instrumentos urbanfsticos pela Constituigio de 1988, como também criou outras possibilidades. Trata-se de instrumentos que podem e devem ser utilizados pelos municipios de forma combinada, de maneira a promover nio apenas a regula¢io normativa dos processos de uso, desenvolvimento e ocupacio do solo urbano, mas especialmente para induzir ativamente os ramos de tais processos. Atuando dessa forma, ‘0s municipios terio melhores condigées para interferir diretamente € reverter em alguma medida, 0 padrio ea dinimica dos mercados imobilidrios produtivos formais, informais e sobretudo especulativos que, tal como operam hoje, tém determinado 0 processo crescente de exclusio social e segregagio espacial nas cidades brasiliras. De fato, a combinagio entre os instrumentos regulatérios tradicionais do planejamento urbano - zoneamento, loteamen- to/desmembramento, taxas de ocupacio, modelos de assentamento, aritos, FECUOS, ete. ~ comm . ib aproreiamen Fejamentados pelo Estanty res de efit omens ind diiasio/ pacelamento/ Boge como 2 deteTN Fiscal do IPTU progressivo no temp, : Fo-sangio com pagamento em titulog q: pposiao 62 SAPO coo dito de superticie; 0 sy & dria pblics © Coen onerosa do direito de constris. dircto de prempsies * Try novo e amplo leque de possibilidades er a ee pa constrsio de uma nova Orem ban, para a apo dos ‘economicamente mais. eficiente ¢ ee eae seine ees Sc ambien poli ent das cides, istrumentos € a efetivacic «a wilizagio de tis instrument fetivagio das wuifilidales de agio pelos municipios depende fund roe da defnigio preva de uma ampla estratégin de smentalmet e agio, expressando um “projeto de cidade” que ten oe amente “Je ser explcitado publicamente através da legis acess niapa comecando com a lei do Plano Diretor, en sae contexto, & de fundamental importincia que os apes promovam uma amplareforma de suas ordens juridicas de ai om ‘os novos principios constitucionais e legais, de forma a sprovaum quadco de leis urbansicas condizentes com o paradigms da fungio social da_ propriedade e da cidade, Aimportincia da gestao urbana ura dimensio fundamental do Estatuto da Cidade, novamente consoidando e ampliando a proposta bsica da Constituiglo Federal de 1988, dz respito & necessidade de os municipios promoverem a devia imegrago entre planejamento, legislago e gestio urbana, de forma a democratizar 0 processo de tomada de decisdes e assim lain plamente uma nora ordem jurdico-urbanisica de reconhecimento pelos municipios de processos € mecanismos juridico-politicos adequados que garantam a participasio efetiva dos cidadios e associagées representativas no processo de formulagio € jimplementagio do planejamento urbano e das politicas piblicas - através de audiéncias, consultas, conselhos, estudos de impactos de vizinhanga, iniciativa popular na propositura de leis e sobretudo através das priticas do orcamento participativo - é tido pelo Estatuto da Cidade como sendo essencial para a promosio da gestio democritica das cidades. Alem disso, a nova lei enfatiza a importancia do estabelecimento de novas relagdes entre o setor estatal, 0 setor privado e 0 setor comunitirio, especialmente através de parcerias ‘operagées urbanas consorciadas, que tem de se dar dentro de um quadro juridico-politico claro ¢ previamente definido, incluindo a criagio de mecanismos transparentes de controle fiscal e social "Também nesse contexto, é preciso que os municipios promovam wma reforma compreensiva de suas leis ¢ processos de gestio golitico-institucional, politico-social e politico-administrativo, de forma a efetivar e ampliar as possibilidades reconhecidas pelo Estatuto da Cidade. Regularizagio fundiéria ‘A outra dimensio de fundamental do Estatuto da Cidade diz respeito aos instrumentos juridicos reconhecidos para a promogio pelos municipios de programas de regularizagio fundiria dos assentamentos informais, dentro da proposta mais ampla jé introduzida pela Constituigio de 1988 de que cabe as politicas publicas municipais promover a democratizagio das formas de acesso 20 solo urbano ¢ 4 moradia, © Estatuto da Cidade reconheceu que a crise generalizada de moradia e a proliferagio de formas de ilegalidade urbana no que diz respeito aos processos de acesso a0 solo e 4 moradia ~ produzidas dela combinasio entre a falta de politicas habitacionais adequadas, a ul acessiveis oferecidas pelo mercady Ae exeludente em. vigor até 4 e868 ~ sio 20 mesmo tempo dos problemas urbanos enfrentados Piultados « causas de TN" 1 mmentar os institutos ja existentes do erbano e da concessio de direito real de uso, que acai ezados pelos munis TO repslarinagio ds fees et wi nee ae peas om Heat public cif Proo nosedo de admit.» urlizagio de tay Feeramentos Thaya, Diversos dispositivos importantes or coe y earantir 0 registro de tals dreas a os fr a san som cle, ber iticas de 0. rl et pe, da Cidade que proponha 2 regulamentario de um terceiro instramento mencionado na Constituigdo de 1988, qa seja, 2 concessio| de uso especial para fins de moradia, foi seme vetada plo Presidente ds Repiblica por razbes jurdicas, ambientais ¢ politicas. Contudo, dada a mobilizagio do Forum amend Reforma Urbana, em 4 de setembro de 2001, foi assinada pelo Presidente a Medida Proviséria 1° 2.220, ave reconheceu, em Be readas condigdes, 0 direito subjetivo (endo apenas prerrogaiva da administragio publics) dos ocupantes de iméveis de eepredade publica ~ incusive municipal ~ 4 concessio de uso Eipecal para fins de moradia, A Medida Provisona também de moras ¢ 2 melon iy de Modes habitacionas ¢ de ‘saneamento b4SiCO; instituigig de conte paso desenvolvimento uwrbano- habia, ee eer ere elaborasio e execu de planos macionais ¢ regionals de ordenagio do territério de desenvolvimento econdmico socal oe pe viitanas, aglomeragdes Ur os bao exo da vegulamentagdo do art.182 da Constituigio, Seapropriasio sansio ficou diferente de todos 0s projos a eriegs cua redagao final no Estaruto da Cidade é a seguine "An. 8 7 GP Os tulos da dvida pibica tendo prétia aprovasio pelo Senado Federal e serio resgatados no prazo de até dez anos, em prestagdes anuais iguaise sucessivas, assegurados 0 valor rel di Pe enizacdo e os juros legais de seis por cento 20 ano. « § 2° - O valor da indenizagao: | ~ refletira o valor da base de céleulo do IPTU, descontado 0 rontae incorporado em fungdo de obras realizadas pelo Poder Padlao na dacs onde o mesmo se localiza apés a notiicagio de que trata 0 § 2° do art. 5%; II ~ no computard expectativas de ganhos, juros compensat6rios”, lucros cessantes € se aproximava quando estal do IPTU. 9 = A Concessio Especial part polémica desde a primeira vex q3e deputado Pompeu de Souza era 0 que mais projeto original do belecia a indenizagio do imével pelo valor 1. definigio com mais propriedade da regularizagio fundiiria, pela concessio de uso real e pela concessio especial para fins de Proradia, para os iméveislocalizados em terras publica’; ¢ pelo usucapiio coletivo; 2. reafirmagio e definigio da recuperacio, valorizagio imobilifria decorrente de inves Pablico; 3, reafirmagio asseguramento da justa distribuisio dos énus ¢ peneficios do processo de urbanizagio; 4.0 Phno Diretor foi colocado como parte integrante do planejamento municipal, devendo estar integrado 20 plano Plarlanual, is diretrizes orcamentirias e a0 orgamento anual ele Exglobari o territério do municipio como um todos serd revisto 2 Gada dez anos; os Poderes Executivo e Legislative, serio responsiveis pela participacio social e popular, pela publiidade « pelo acesso a qualquer cidadio 20 conhecimento dos documentos e informagdes produzidas. O projeto original, a0 Sontririo, era mais detalhado em relagio a questdes especiicas ue 0 municipio tem autonomia de decidir. O FINRU, no debate see relator, introduziu a penalidade da improbidade SGminietrativa a0. prefeito, quando este nio possibilitasse a paricipagio popular na elaboracio de todos o> instmmentos Pasuio’ este ponto foi vetado pelo Presidente da Repiiblics 5. insergao da coopera¢io entre governos, iniciativa privada e Jemais setores da sociedade no processo de urbanizaglo, em ‘atendimento a0 interesse socials 6 previsio de penalidades aos responsiveis que nfo cunPomt) ore matéras,cujos outros autores desta publicario centamente para a coletividade, da stimentos do Poder fins de Moradia, elaborada pelo FNRU, foi a grande foilevada 3 CDUI, como veremos adiante 29 g debate no conseguiu dar co cH ct ose ea previstos No Projet orig tole 8 os inserumentos denominados «o, pepe Saat te Sn do, Diss roposos pelts entidades imobitans “SFtonomia. Els nio consavam no py Coo iver fora paca pra retry oe ‘condigdes € restrigdes @ esses instru 05, ma i FNRU colo eienes para satisfazer 208 interesses dos me no fram SHC rag. Essa lta, porém, ndo est fnaaie® populares mr gento nos municipios quando da “aad ss pace gor de nip expecta NOVAS NEGOCIAGOES deputado Inicio Arruda, promoveu muitas reuni iy da vociedade para que os temas elencados ain, (eRe aprovados na CDUI, contando também com 9, eprsemartes di CBIC ¢ os deputados aliados. Ressatese que, Cerieio aprovou 0 projeto quase por unanimidade, apenas uq deputado fez uma declaracio em separado a0 relatério. Tio logo g projeto chegou na Comissio de Constituigio ¢ Justiga, o FNRU pereebeu que 0s consensos nio eram tio reais. Além dos setoes d Construgio, os deputados evangélicos posicionaram-se contra o Estudo Prévio do Impacto de Vizinhanca. A justificativa alegada ena de que as Igrejas Evangélicas sofrem preconceito das comunidades o referdo instrumento faria com que as comunidades pressionassen contra a existéncia delas. A estratégia usada nessas negociagbes fui retrar alguns detalhes incluidos em artigos que, embora importantes, nfo atapalhavam sentido da matéria, principalmente quando dependia de lei especifica municipal, pois sabemos que de acodo 0 relator, com diversos setores com a correlagio de forgas existente em cada municipio, as diretrizes fixadas na lei federal serio ou nao absorvidas. Em todas as etapas da tramitagio do projeto, o FNRU, desde 1990, realizou um proceso continuo de pressio, mobilizacio de ‘atores, com distribuigio de nota piiblica no Congresso Nacional, nas entidades, visitando prioritariamente os deputados das comissdes € pressionando a imprensa para a divulgacio do assunto. No entanto, a smidia desconhecia totalmente a matéria ¢ no demonstrava interesse em divulgar 0 projeto. Com os recursos da informética, foram feitas virias campanhas, pelo envio de mensagens aos deputados, a centidades e aos cidadios interessados na temitica. Reuniu também entidades € pessoas para acompanhar diretamente © processo nas, comissées, bem como no plendrio da Cimara e do Senado. Em janeiro de 2000, no Férum Social Mundial, na Oficina Cidades Justas, Demoeriticas e Sustentiveis, o FNRU redigiu um manifes:o que se transformou em abaixo-assinado e foi encaminhado a0 Congreso. (Os advogados e juristas também encaminharam um manifesto com abaixo-assinado. No final de 2000, a Comissio de Constituigio e Justiga conguistou o consenso ¢ mais uma vez 0 projeto foi aprovado. Por ser uma comissio cuja composi¢io freqiientemente se apresenta como “conservadora”, foi preciso estabelecer uma estratégia bem cficaz até na indicagio do relator, para que este pudesse entender a matéria € se colocar a favor das propostas das entidades e dos ‘movimentos sociais. Assim, 0 FNRU, depois de algumas pesquisas, investi no deputado Inaldo Leitio do PSDB, que se posicionow imeiramente a favor’ do projeto, mesmo diante de questées consideradas polémicas. Foi fundamental contar com um deputado do partido do governo que concordasse com o projeto para facilitar as anticulagdes, visando um resultado positivo nas votagSes [Nessa ocasido, esperava-se que, pelo trimite legal, o projeto fosse direto ao Senado, conforme regula o Regimento do Congresso. Porém, novamente os setores ligados aos proprietirios de terra e da construsio tiveram a seu favor trés deputados para requerer recursos 31 Jenario, com objetivo de derrotélo, 10h andi a populagio, fornecendg St, ensa pat? CO" Os partidos de oposigao, prin, ni imprenst FY wweridicas. OS paruchs cip: inlormastesinVeRLICN, "Federal, liderados pelo deputade Revs or, «ga de rep, gaia a derrata dos rears pth Cesar ees aaa em 20 de fevereiro de 2001. OFNRy, a vor de dle CTeguram 0 abaixorassinado & President ade ey dos partidos nos dias anteriores, ag oes essa uta A imprensa Comegou, eng Peo, mas de uma forma wm tanto disorede** i eer cheg 2 Seriado 0 PrOjet0, € 0 Senador Yay, Em a sume a relatria positivamente e cont ° " stidos de oposigi zo da votagio, junto com os partido fo, an a anuelasie gantos Sociais (30 de maio de 2001) com Cais sp cendo aprovado em 18 de junho de 200) je sade e com declaragio de Votos. : sho de 2001, 0 projeto teve a sangio presidenl ¢ 1 no Senado ¢ a sangio foi de muita tne i hala questées polemicas, que contrariavam i Er re erin een ron fe ets aos stores excluidos. A principal delas foi a Concesio Uso Especial para Fins de Moradia. Conseguimos, desde 1953, ccevencer os deputados e senadores e conguistamos a aprovasio dy pray no ambito do Congresso. Assim, nessa ‘iltima fase, tanbén fo necessro envolver muitas pessoas, principalmente jursus, pan futer com o representante da Casa Civil, Sr. Eduardo Graf, ara levar 0 P Miranda dc plenisio nani Em 10 de 2 perodo entre a aprovas debs o G responsivel pelo assessoramento ao Presidente da Republica, 0 projeto tratava de matéria desconhecida pela Presidéncia, na medide em que o Govemno Federal no acompanhou a tramitagao do mesmo no Congresso. Apesar da sensibilidade demonstrada pelo S. Eduardo, conquistada a partir das discussdes no Comité Istanbul +5 fo foi possivel evitar um veto sobre a Concessio de Uso Especidl para Fins de Moradia, uma matéria muito importante para o FNRU ‘movimentos populares, referentes aos artigos 15 a 20 do projeto. Est concessio iria resgatar a igualdade de milhares de pessoas que vivem em terras publicas, ha mais de cinco anos, com o direito de moradia. E crescente 0 nimero de municipios que realizam a regularizagio fundiéria, porém, comparado ao niimero de municipios existentes no Brasil (5.510), a proporcio é irrelevante. Nas imensas terras da Uniio € dos Estados ocupadas por populagio de baixa renda, ainda nio existe nenhuma politica que poderé conceder o direito 4 moradia a essa populacio. O argumento utilizado para o veto da Concessio de Uso Especial para Fins de Moradia, o FNRU estava acostumado a ouvir: “o medo de que a lei se tcrnasse um incentivo 4 populagio a ocupar terra piiblica e 0 Poder Piiblico em todas as instncias afirma que no tem condigdes de fiscaliza¢io”. Portanto, deveria haver, segundo a Presidéncia, uma data limite, cuja proposta foi o dia 30 de junho de 2001. © Poder Piblico precisa entender que, enquanto continuar se ‘omitindo em relagio a sua obrigasio de fiscalizar 0 uso adequado das areas piblicas no ocupadas, e que, enquanto continuar nio implantando uma politica urbana e habitacional nas cidades que democratize 0 acesso 3 terra urbana mediante, agora, aos proprios instrumentos previstos no Estatuto da Cidade, continuard possibilitando a existéncia de cidades desordenadas, injustas e desumanas. © Brasil conta hoje com 81% de sua populagio vivendo no meio urbano, Trata-se de uma realidade que ha anos vem reclamando um tratamento mais adequado do Poder Piblico, em suas diversas esferas. As intervengdes pontuais que tradicionalmente tém sido levadas a efeito, sejam no campo da politica habitacional, sejam no da politica de saneamento, ou mesmo no terreno da politica urbanistica ropriamente dita, mostraram-se mio apenas insuficientes, mas, sobretudo, marcadas por uma visio fragmentiria da problemitica urbana brasileira e privatista no que tange 20s servigos publicos. Enquanto persistir esse modelo de desenvolvimento, as favelas, as ocupagées continuario aumentando, independentemente de qualquer ator social ou governamental querer impedir, pois as pessoas 33 vide dados do IBGE er ies dimimil a taxa de. oly faves crescem COM {2X25 ve * pentro do Cif habitaconalealeulado peg = Te 1995, 80% S40 pessoas que ‘poh ae S ; feito, mas 0 Governo Federal, ressbes realizadas pelo FNRU e entidades, me i © ee Fae compromete a fre weet 1c tendo algumas restrigOes NO que se refere ag cond euprowe. do Erato. JE foi aprovad ye coe ea ogo pazo de 30 de juno de 2001 pa oat oe MCogcessio de Uso Especial para Fins de et aren ur jmortvam h inco ase Toes pion tas feitos no Estatuto da Cidade, ig vetos foram sow ore Nolan 0 pore RAPED eps oe ee 2 ela ea inciso II do art. 5; art 15 inciso IX do ae 3¢ 38 do artigo 56; inciso V do ar. 43; inciso Id ans ine dois kines de maior importinca. Traavese gj we ee peralades a0 Prefeto quando nfo posible rear popular 92 elaboraio ¢ implantacio dos base Tipetos ao Estatuto ¢ no Plano Diretor. ‘ase rovisdia comet CONSIDERAQOES FINAIS 'A versio alcangada pela Lei, ora de mimero 10.257/200, conquistada depois de onze anos de negociagdo e de pressio sbreo Congresso ¢ 0 Governo Federal, expressa o debate acumulado sx meios téenicos ¢ populares urbanos nos tiltimos vinte anos, bx como pate dos principios estabelecidos no Movimento pela Refom Urbana Por outro lado, os setores conservadores, articulados pelo bloco de parlamentares denominado “Centrio”, na Assembléia Nacional Constituinte, condicionaram, nos termos do pardgrafo 4° do artigo 182 da Constituigio, os instrumentos destinados 4 aplicagio da funs%o social da propriedade ao Plano Diretor ¢ 4 Lei Federal. Foi, centio, necessirio regulamentar os artigos 182 e 183 da Constituisio. Na nova Lei, o Plano Diretor torna-se um instrumento fundamental para implementar a maioria dos instrumentos dispostos no Estatuto da Cidade. Dessa forma, os Plano Diretores a serem realizados nos municipios e ow/reformulados precisa ser posicionados para além dos privilégios exclusivos da propriedade privada e dos interesses dominantes, precisam tomar outra dimensio, no sentido de combater a tecnocracia ¢ a ética privatizante nos servigos e equipamentos urbanos. O Plano Diretor, articulado com as leis que regulam o Orsamento Pablico, desafiario a estrunura fragmentéria do Poder Piblico e das agdes piiblicas. Significari que os municipios, principalmente, deverio claborar planejamentos do territério total do municipio em conjunto com a populagio e debater suas questes fundamentais ¢ reais, reduzindo as desigualdades produzidas no espago urbano. O capitulo da Gestio Demoeritica coloca desafios fundamentais para a sociedade, pois além de garantir instrumentos para a Participagio do cidadio no sentido de dar transparéncia aos atos pablicos, os setores organizados também foram fortalecidos na participagio dos destinos das politicas piblicas. Os formatos de Orsamentos Participativos também estario desafiados a articular 0 orgamento publico com as questées territoriais, com légicas cexisentes que contribuem com as desigualdades ¢ exclusio e pensar projetos a longo prazo, projetos de cidade. No Brasil existem milhares de leis que nio chegam a ser cumpridas, e para que nio seja mais uma entre as existentes, a aprovagio do Estatuto da Cidade deve ser acompanhada por campanhas piblicas, por produgio de materiais de facil 35 smultiplicagio de semindrios, de enrenimest©> Pee oeae ‘ONGs, técnicos de pec mo Bes s rsitsrios, para que se construa Um aldo ge srofessor vrncipios para 2 Sua aplicagio, bem come bs mi ome reamente bene® um trabalho amplo de moni Requer, também, UO agio de ‘ada instruments oo? possiveis mudangas e/oy 4° i spostas nia nova Lei. Fazse necer To de encontros freqientes COm 0S stores whet Ml e municipios para a elaboragio de refi ‘isando a implementa¢4o do Estatuto, a potencidins, analentesprvistos © 0 escarecimento dos interesses ase sens, que se referenciam pela bandkira da It Rig ; THe Jonquistar politicas publias, com uma yg se cabe, entre outras coisas fore igen ea organizavio da sociedad ci a 8 Oy federal até a rnunicipal, Necessitam continuar fortlecendo; 2 eeazagio do dirito& cidade, por meio da construgio coleing ftieas sociais em todas of nes & bre quais problemas 9 Eyal & Federagio que nio se canto Sendo uum espago que congrega atores socials diferenciaios: impalsionndo pritieas renovadoras no campo das luas urban ara Nacona de Reforma Urbana tem cumpride um sign repo foralecimento do conjunto do trabalho realizado em pal Rebrme Urbana, No entanto, muitos desafios precism * enfrentados para a implementagao do Estatuto da Cidade ¢ pei® centinuar ltando pela conquista de outras fundamentais qt que se apresentam nas cidades. servar edict ‘Alm dewodos os dicts exstentes, & preciso ob o deficit de urbanidade no pais, que se expressa ‘nos extraordinitt ves de desipualdade sécio-econdmica, de segregasao sbcirst la nacional, de érgios efetivamente to do territério. O Estatuto da Cidade sntos que, em mios de govemos defendem os interesses das fo & conquista da cidades justas, € pela auséncia, em escal responsiveis pelo planejament reine principios ¢ instrame democriticos e de forcas sociais que Camadas populares, podem ser acionados em dies urbanidade ¢ da democracia, apostando em democriticas e sustentaveis. Porém, se realmente 0 Estatuto da Cidade institucionalizar 0 planejamento nos municipios com partcipario popula, contebuirk en primeizo lugar para a construsio de polticas pablicas reais Expecifias e abrangentes e seri uma grande aprendizagem coletiva para continuar enfrentando inmeros problemas sérios, tais como Proléncia, desemprego, pobreza absoluta, falta de qualidade de vida, entre outros, nio previstos no Estatuto da Cidade e que da mesma forma sio de urgente soluio. BIBLIOGRAFIA CARDOSO, Adauto Licio. A cidade ¢ seu estatuto: uma avaliagio ‘urbanistica da Lei 10.257/01. Rio de Janeiro: mimeo, 2001. DE GRAZIA, Grazia (Org). Plano Diretor. Instmenento de Reforma Urbana, Rio de Janeiro: FASE, 1990. RIBEIRO, Ana Clara Torres e DE GRAZIA, Grazia, 4 denocatizacio da vide urbana: cidade e cidadania”. Rio de Janeiro: mimeo, 2001. 7 BREVE APONTAMENTO SOBRE A FUNGAO SOCIAL DA PROPRIEDADE E DA POSSE URBANAS A LUZ DO NOVO ESTATUTO DA CIDADE Jacques Tavora Alfonsin! O novo Estatuto da Cidade - lei 10257 de 10 de julho de 2001 - em seu art. 39, pretendendo disciplinar a fungao social da propriedade urbana em harmonia com o que ja previra o art. 182 § 2° da Constituigao Federal, parece exigir apreciacao critica que o considere, quando menos, sob_trés perspectivas diferentes: A primeira, capaz de relacionar o respeito devido 4 fungao social da propriedade no contexto urbanistico brasileiro de hoje, com o direito 4 moradia previsto no art. 6° da Constituigao Federal, ainda nfo conquistado de fato pela maioria da populago pobre do pais. A segunda, relacionada com a possibilidade de o grau de eficacia da referida fungio alcangar os efeitos praticos que ela autoriza sejam esperados. . 1 Jurista, procurador do Estado do RS aposentado, professor de Direito da UNISINOS/RS, mestrando em Direito pela UFRGS, Coordenador da ONG “Acesso - Cidadania e Direitos Humanos". 61 va de sewir de apoio 205 nfo a revert, OP ano para Morar, que sej _ secs paso urban esi cera fansto. ¢ Proprins : 1¢0 4 escort |ALDA PROPRIEDADE URBANA NO Ty 4, STEXTO [URBANISTICO BRASILEIRO cONTEX erspectiva, tenta-se analisar a funce Dar sapien PUT esuida andlise dos ams. CF, comparando-se-s, posteriormente, rato da Cidade, sob 0 cendrio do inerivee® = teto que cies NO nosso nae 1 Gsposigao da C.F, com todos os seus pardgrafy re REE cpa ao 0 so de op “fess. Bash soe de uma anemia pritcamene coy Pr ermitase a imagem -em verdade autorizou o intérpretea deg cet outs prevsbes pelas de colocar as funder soci 4 vecude om relagio dialética com a fungGo social das propre privadas que dvidem o solo de cada uma. Compare-se, a propésito, a redag0 da parte final do “capu’ 4 an. 182 da CF, com 0 previsto no parégrafo 2° do mesmo ag ‘Admitindo-se como Sbvio que primeira condiclo conere respeito devido ao “bem-estar” dos habitantes das cidades é a dex lhes garantir casa para morar, é impossivel deixar-se de recoatee uma tal fungio do solo urbano como parte integrante das funyie sociis da cidade e como referéncia obrigatéria das responsabiidik inerentes 4 fungio social de cada propriedade privada af situady tspigo superior &necessidade de morar do seu titular. __ Em janeiro de 2000, através da emenda constitucional n° 26.6% oe apareceu expressamente no art. 6° da CF, coms! farana mime fe ite deduzir-se que as expectaivas di a iin do respeito devido a um tal direito, essencil 3! de cada nio Proprietério, que ja ing" da propiedad gals & | isposigdes do Est tenes pessoas Se cada proprietario antes, de forma implicita - inciso XXIII do art. 5° da CF - 0 elenco das responsabilidades da propriedade privada, agora aponta para um ddos “interesses alheios” que caraterizam a fungio social desse direito Como jé sustentamos em outras oportunidades (IX Seminério de Direito Agririo Brasileiro, SP, e 1 Congresso Brasileiro de Direito Urbanistico, BH), o proprio conceito de funcio social da propriedade comporta esse entendimento. José Diniz de Moraes%, com efeito, inspirado em Santi Romano, ensina que a fungio é “todo o poder exercido nfo por interesse proprio ou exclusivamente proprio, mas ppor um interesse alheio ou por um interesse objetivo.” Adverte aquele jurista, entretanto, que "a satisfagio de interesse objetivo nao ¢ uma caracteristica exclusiva da fungio (fungi0 publica), como quer Santi Romano. Fungio é satisfagio de urna necessidade. Toda necessidade pressupée uma relacio entre cla e um bem apto a satisfazé-la (interesse), na esfera juridica de um sujeito (pertinéncia)."> A necessidade da casa, entio, interessa tanto ao cidadio quanto cidade, Nao sendo a tihima somente do proprietirio, e exercendo esse © seu direito de propriedade dentro do solo urbano, 0 cumprimento da fungio social do seu direito nada mais faz do que respeitar os limites de exercicio e gozo do mesmo, jé que as fragdes do solo que titula, também assim sio dispostas & sua conveniéncia, indissolu- velmente ligada a um entorno cheio de deveres correspondentes a0 direitos dos outros e de toda a cidade E, quando se diz acima “garantia minima”, correspondente ao direito de morar, nio se esta pretendendo escamotear a dignidade de ninguém. O' minimo nio existe sem comparagio com 0 méximo, o que significa que a garantia do minimo, em bom portugués, nfo existe sem a limitagio do co a fungio social da propriedade ¢ a Constituigio de 1988, S. Paulo: Malheizos, 3-MORAES, idem, p. 89, grifos do autor. 4+ Como o demonstra JOSE AFONSO DA SILVA, com a oportuna distingio que identifica na propriedade urbana um direito “planificado”, ou seja, predeterminacio por planos urbanisticos e um direto *justficado”, ou seja,“dominado por uma série de objetivos que encerram um principio de valor” (Direito urbanistico brasileiro, Si0 Paulo: Malheiros, 1995, p. 69). 63 six, ainda mais quando aque garantia dispse de e Como ¢ 0 solo das cidades. SPH lig 'E essa obviedade que o sistema econdmico, politico ¢ + sob o qual nos viveros nfo aceta, confundidindy £2 © ia, sobre 0 espaco, com 0 direito € O poder de exclusio pura ee or mas graves que sjam os efeitos de um tal poder sobre 2 pobre dos no proprietérios. Rig, sac gelenancia dessa relagio dalética entre as fungBes soi cidade e 28 da propriedade privada salientadas acima, As otis vidas para todos, no podem ser impedidas pelo de erento das seguadas, que vinculam alguns. seu, ‘Guano se afirma que o imeresse alheio é referncia inafuig da fare social da propriedade, convém traduzir-se a forma cong seu enedo pode e deve integrar 0 exercicio daquele direit, para xz figurr nae, apenas, como carta de intengdo ou “programa”. ‘Angel Sustaeta Elusiza® indica quatro “supostos de inidénss entre outros que, de algum modo, podem refletir 0 respeito devi, dita fungio, no meio urbano. Sio eles: . 1. Ji que a “saturagio do meio urban” é erescente, em medi compativel deve ser, igualmente, a ordenagio da propriedst pavada respectiva, Embora 0 autor esteja falando sobre reidade epuaol parece pesamente adequada a0 nos cae juridico uma tal posicio, pois aqui, come j enado sims as fangs soins da cidade © da propriedal Brad fram loeb em elo de interag,sab disciplin to lage de. ind qu rigs, com mito boas razie Sipeialaeteynemo plano poder’ fazer nesse prindpt cern oh hs So efosescenes 3 organs polis compscnte ds poplaioimeresada na defess do esforgo interpretativo da lei que 5 Proprida y urbisno Mao, E Mads, Editorial Montecorvo S.A., 1978, . 295) 978, 2 64 co mutile, coisa que ver sendo conquistada, em grande parte, pela Ghamada “constitucionalizagio do Direito Civil" Sen feito do. “aumento das necessidades coletivas", existe 2 un tinvasio incessante do piiblico no campo do privado, com sequela de limites, obrigagdes e devere “in crescendo que» Por assim dizer, “esvaziam” o poder do proprietario. ‘Aqui esti uma realidade pouco valorizada por quem defende a propriedade privada existente como um direito adquirido e, como tal, Prete mais, Nio hé como garantirse eficicia 3 sua funcio social, se a rigidex do espago urbano adquirido pela propriedade privada, no passado, em vez de adequarse, progresivamet's, 2 Privmemto das necessidades coletivas” fasa-as tributérias dele, em tado-g futuro como, com a vénia devida, o Estatuto da Cidade parses ter feito no capitulo dedicado as desapropriagdes, objeto de andlise deste apontamento logo em seguida. 3, “Em fungio de um destino a cumprir", verificase uma Zadéncia 2 objetivagio de “situagSes juridicas, urbanisticas”, wettbelevendo-se como principio generalizado o da “subrogaydo fea” pelo qual a causa pessoal da constituigio desse direito Gampre um papel inferior a0 do destino de todo o solo urbano- por doutrina italiana, j& tinha jedade privada urbana, dois ais conhecida O mesmo autor, socorrido distinguido anteriormente, em cada propr tipos de “percencas": wma “pertensa = relagdo", 9 exracterstica do direto de pro da coisa propria, a seu talante, vontade, e uma “pertenga-destino”, como “resultado de uma agregas subordinagio de fato e mesmo: juric _—_ ‘sujeitando-a como dependente da sua na qual a coisa propria é vista Yo. de coisas, isto é de uma fdica de uma coisa ou de uma CARDOSO, Adauto Lucio, Plano Diretor € 6 - RIBEIRO, Laz Cesar de Queiroz, € Geuto dona de cidade, in Plano divetorwnrament, de fforma ‘wrbana, De BERRPIA, Grama, Rio de Janeiro: FASE, 1999, p. 70 «sequins 65 ive 2 outa que da denominags plrlidade de aaa, rg fia ovdesino peruancae t Se oe en oa 0 Que CAFAeTiZa pertenga™ ou omato an dade de uma tal concepsio para produc wwe ridae pie 3 funsi0 socal do dieto de propeist ore rtaa, A rigor, a pentenga-relaso nem pode ser cones Sent epedecin oon ao wn, 402 @ digam todos ee Framarcs fondamentais que dele dependem pn certo bem como oda reps judas do Plano Dior Com o fim de pemiise 20 proprietirio “utliar a ime fon dennis como verdsdewo ciador de riqueza’, fugiacas do ordeamento da sua atuagio arbitra. par “formas comunitirias voluntéria ou imperativamente consting hae No cato bran, para aprovetarse uma tal ligfo no qu concere i capucidade do plane deter compatibilizar as fungées ‘ociais da cidade com as da propriedade privada, € oporune complearse esse pensamento de Elustiza’ com 0 de Pietro Barcelona, quando © sikimo se dedica 20 extudo da “cided ‘Aidia ae pltria como assentamento, como espago humanizado representa contmats U2 Praga ou de umm monenene a 4 continuidade da identidade coletiva, a tradigio, © 70s 0 lugar da personalizagio ds * dali urbana fazem dela lugar & 20 cont dois polos 7 ELUSTIZA. ch cep og $e Qrpime mada Palo anes! Makai sag 4 Sebastito José Roque, Sie 7” 6 0 sO el do juis ma efetieasao dos direitos enano, Privilegiado da realizagio do valor de uso, A cidade se constitu, de faro, nio s5 como sistema de objetos (gis, transporte outros), mas, como centro de relagdes pessoais duradouras, como as de vizinhanga ou de bairro, e portanto como centro de comunicasio afetiva. Nos simbolos das cidades (estrada, pragas, jardins) deposita-se um enorme valor de uso coletive” Se no meio rural, portanto, a produtividade social - econémica da terra objeto do direito de pro mensuragio do da funsdo social desse direito, sendo. até ieppretdene, por iso mesmo, que um tl valor sinds este sends imposto como justo, nas indenizagées decorrentes de desapropriacio, como jé 0 denunciou Fabio Konder Comparato™ Tomando-se como parimetro o dirtite 3 an ‘radia, portanto, 0 que enche de contetido eficaz, hoje, se se quiser dar algum efeito riedade é, no minimo, a posse de um de todas as pessoas que vivem nas fo bem acentuado “espaco vital de radicatao”, que é Possessério, antes de tudo, como bem o salientara Antonio Heméndez Gil rente 4 satisfagio de uma das necessidades: mais elementares do direito 4 vida, ao lado do alimento.° —— % in Direitos Huenanos: visses ‘ortonporineas, AJD, 2001, p. 13/39, 10- La poseson, Mai, Civitas S.A , 1980, p, 93 7 Num contento cultura sociolgico em que os direitos humang, fundamentis, como ¢ o caso da moradia, somente obtém garani, indiscuivel sob “demanda solvente”, é impossivel esquecer-se ques relagio entre a escassez do espago gerada pela sua concentragag en ios de poucos com o crescimento do niimero de necessitados degre Mesmo espago, para morar, se transforma num excelente Negédcio para 0s seus proprietirios. Acontece que, nessa mesma medida, ele inviabiliza 0 acesso dy maloria pobre ao espaco vital de radicagio, naquilo que Boaventurs de Souza Santos, em conferéncia recente realizada em Porto Alegre Gomo preparasio ao Il forum social Mundial chamou apropri, damente de “potencial caético do mercado”. Num tal contexto, a exclusio so Sistema de acesso a0 solo urbano, se toma endémica, no podende aguilaarse a qualidade jurdico-poltica do novo Estatwto, senio, an ida em que os instrumentos legais de diciplia do solo por ele Previstos,sejam capazes de enfrentar, ou nio, esse mal, Inverpretasio contriria equivale conferirse 20 direito ilimitado de apropriasio do solo urbano poder igual 20 dircito ilimitade de expropriasio das liberdades alheias. Pode a fungio social. de Propniedade evitar isso? Eo que se pretende examinar em seguida. cal, em vez. de epidémica ao Fara bem medirem-se os efeitos priticos do respeito devidg 4 fanglo social da propriedade urbane Terai, beerver ane ee estar” dos habitants da cidade, como prvine vera ganhou substincia mais visivel a partir do an. 39 - este pretende assegurar “atendimento das nec quanto & qualidade de vida, 3 justiga socal atividades econdmicas”. “bem da CR, Lei, quand sidades dos cidadios desenvolvimento dag 68 oncemme A necesidade de casa pars todos, amu oo 0 do hana fundamental unas decane scolbida (Orr? da fungao social da propriedade privada urbana, vale ore ser OB! sreem-se trés ritmos diferentes de spore do fipena comparator o™ que se tenha uma ida sobre se anova lei aqui ie oe comentada UMP o poder sancionatério capaz de reprimir 0 po que concemme fi agao social do referdo dreto. = . descumprimen'® Tmo & 0 das pessoas, das enprosieiias 0 rte ue tram o slo wrano come snp mec ic de or seu pro poder econ, vem em seado caprreendimentos de ocupasio do espago, andes € zo de conveniénca, Ho que nio 0 daquele poder, ¢ seu juizo de expansi sbrigados da manei com se tem interpreado a chamada live “ ” daCF. . sta no art. 170 “caput ; init, oem ritmo est bem longe de sepia coast se Stam olhar sobre a diseibuico dos pasos bins ©" we Ee ee Spa agules caja posse fo dele tomada, ac am mes osmsexcuas, que “gararte®? def 0 Rea ds inepuanja, da insaubridade a3 TEoetves pressuponos do resp devia 3 idle NiO é a toa que as conferéncias “ (Vannver 1976 e Estambad 199, especialmente) © 05 8a) centado normatizar, para todo o mundo, 9 scans poder do mercado: a garatia do acess 3 8 i rade econbmia da pesson TeOUMES Eg, md Como um direto jf “eonstido”, € 4 BARNS ae poniveis despejos legs, nip se fern esino digno para 08 4esPeaGOS a. gear Nese ponto, pelo menos, te, to nos indiretamentey de sol terse prevenido, quando menos TOG. squisigdes ets dese danosos comumente decors er exo bano, dependentes, tio $6, urbano, depende: ° quanto daquelas que jé foram consumadas, mas estio sendo mal das. en Sesio VIIL - ans, 25/27, onde se prevé o direto de preempsio pelo qual o Municipio fica com a “preferéncia pay aquisigio de imSvel objeto de alienagio onerosa entre particulares",¢ na sesio IX, arts. 28/31, onde se prevé outorga onerosa do direito de construir, para se ficar com dois exemplos, apenas, existem disposigées que, bem manejadas pelos intérpretes administrativos « judicia, podem contabuir em muito para desencorsjar dlescumprimento da funsio social éa propriedade. Ji nio se pode dizer 0 mesmo da segio II (arts. 5°/6°), que trata Ge Parceamento, edficario ou uizagio compulssrios, e da da seydo 1 (222. gue prevé as desapropragtes do solo urbano, Aqui pede &.Seiecat tm segundo ritmo de aproveitamento do solo vebinos ¢ tends “ena oft de que, lamentavelmenteo mod eomo ele ss — urbana que nio cumpre ad juadamente fungio social, pode atrasar, injustificadamente, ° dirceo dos mo colo necesstam, I lico que uma determinada rea urbana conntuadra ma hipéteseprevista pelo §4° do ar Iga” CE, a0 qual sto _conferidos, idos mesmo visivel pelo mesmo, © em corrigir “ Primeiro pravo aber Pyar © Proieto” de melhor vuieere, PAA es Bt. 5°). Apresentado, iniciar as obras* (5 0, aio do bee 8S, POPrietério ine. Ido mesmo aniiga)"° 4° tempo do mesmo artigo), PO para 70 a tramitasio burocritica nio tiver sofrido interrupgio até fa on por forga de alguma liminar... j& se Passaram trés anos uso nocivo, af no computado o passado anterior 3 primeira 4 do Municipio . sere notificagie ‘sno depois disso, as tais obras ndo tiverem sido iniciadas - Sey raescandalo da concessio - ele ainda tem mais cinco ance ta noterse 0 ferjorial urbano progressive, possivelmente para ser impos ate punido” por uma desidia acobereada pela ll “sevetimente depois de tudo isso caberd ao Municipio deapropriar 0 tal imovel com Pagamento em titulos da divida piblica, quem sabe ‘pois de uma agio judicial que tramite por mais oto anos Piassim, enquanto 0 “devido processo legal” de imervengio do Poder Pblico sobre 0 imével.vai-se processando, o indevido processo social sob 0 qual o referido bem esti sendo usado por um En prejuizo de todos, vai cumprindo o seu sinistro papel novfim do qual ainda sera indenizado. . E claro que 0 povo pobre necessitado de ‘espago nem tem como suportar um modelo de acesso como esse 3 sititfagio de una necessidade vital como é a da casa. Entio, nio se pode dizer que a nova lei, pelo menos no que concerne as intervengées previstas nas segdes II e IV, tenha sido fiel 4s urgentes obrigagSes derivadas das responsabilidades inerentes & fungio social da propriedade urbana, E de prever-se que, sem outro remédio, aquele povo vai continuar imprimindo um terceiro ritmo de acesso 20 solo trbano, 0 a ocupagio ou “invasio” se preferirse, informal, para a qual © sistema juridico Ihe reserva poderosas resisténcias, inclusive do tipo penal ~ “esbulho Possessério”, “alteragio de limites” e, como esté scontecendo agora com os sem ~ terra, até “formagio de quadcilha”, Para que a pena possa ser ampliada... As sequelas urbanisticas desse terceiro ritmo, ainda quando ele dele 2, % f3t0, a moradia devida juridicamente aos necessitados que minis cocoTeM, desencadeia sequelas urbanisticas de toda ordem, “Stindo “regularizacao”, para a qual, como é sabido, existem varios aq daque’ mn tos legais, agora acrescidos, inclusive, com a usucapiig colt, ama revindieapo dos moraores de false was. Enquanto esa prescrigio aquisitiva nfo se dé, ou outro tipo de regularizagdo nio se efetiva, a sujeigio do imével pela multidio pobre vase sustentando na posse pura e simples, identificada segundo ainda a tradicional tpiticagio do Cd. Civil, cuja vighncia se extingue dagui a dois anos. Ao lado, pois, dos tipos objetivos de posse justa e injusta, dos tipos subjetivos da posse de boa {6 ¢ de ma fé, da posse “ad interdica” © “ad usucapionem” segundo os efeitos etc.., essa modalidade possesséria, além de abrir novos caminhos de ientficagdo sustentivel, tem renovado outros, muito mais antigo, que se encontravam esquecidos. Apontam'se, 2 seguir, algumas formas juridicas de apoio dessas Posses, especialmente quando clas se exercem sobre dress urbanee evades de um vulo domi alheo, mas vazio, no que conceme 3 sua fungio soc A POSSE URBANA. INDISPENSAVEL A . A MORADIA, E} JURIDICOS Daf DECORRENTES i BFEITOS © curioso na comparasio dos trés ritm uurbano, supra identificados, é ; terceiro tem-se reservado caract No segundo ritmo, a istrativa, par No terceiro, em sentido 10s de acesso a0 solo que somemte para 0 segundo ¢ ¢ —_ 1 ALR ‘ewnperitacias de Betinia de Moraes, Discito 4 moradi BR! Se a i ge tee « n fo Por ai se observa em que medida a chamada liberdade de rive para terra, solo urbano no caso, por mais nocva ¢ inca Be seja contra todos em favor de um, pelo descumprimets violent social que se Ihe seguir, merece tratamento jurdico senio da fus vo, quando menos de indiferenca, de ae isc0 inerente & aquisisio de uma mercadoria ou servigo aimeen € prevenido em defesa do consumidor pelo nosso CDG nz gua aMeransferéncia do Snus da prova para o fornecedor (art. 6, ine, Sl, da lei 8078/90). . So ee © isco inerente 20 descumprimento da funsio socal da priedade privada de solo urbano, base fisica indspensivel& vida proPlim de ndo proprietérios, continua deixando a descoberto suas vitimas. . ‘ "A satisfagdo de uma necessidade vital como a de morar, como & sabido, nio é dado ocultar-se. Assim, a violencia com que ela é por vezes conquistada a favor de todos, contra um, recebe a repressio imediata do Estado e, em grande parte, da sociedade civil, assim garantindo-se a descrdem e a inseguranga geradas pela violéncia que descumpre a referida fungio. Uma contradigio dessas nfo pode ser tolerada dentro de um mesmo ordenamento juridico. E que melhor se pretende explictar, a seguir. Até hoje ninguém se perguntou, talvez, qual a razio pela qual, em imbito de Direito “privado civil”, 4 uma disposigio como a do ant 502 do Cédigo ora em vias de desaparecimento, a defesa da posse te coisas, através da permissio ao desforgo imediato, tenha recebido stengio doutrinaria e jurisprudencial bem superior 3 do art. 160 seus incisos do mesmo repositério, que autorizam defesas similares ‘eclreitos bem mais relevantes do que os patrimonais. Salvo melhor juizo, isso parece dever-se a um tipo de “ntsepretasao da lei culturalmente privatista e patrimonialista como 0 ue Preside grande parte dos posicionamentos administrativos Meiciais, 0 qual tende a considerar a primeira daquelas disposigdes “Penor 4 segunda, nisso incorrendo, com a méxima vénia, em visivel & 2B inconsiucionalidade, pois a vida vale incomensuravelmente mais qo que o patriménio. um tipo interpretativo que admite 0 descaso dedicado ay respeito que se deve & fungio social da propriedade privada, pois . cficicia desta, no “interesse alheio”, como acima jA se acent somente se enche de reilidade concreta, quando os poderes consttuintes dos “sem” nio sio desrespeitados pelos poderes constitudos dos *com”, de acordo com a original contribuigio que ¢ respeito, presta Juin Ramon Capella,!? 7 _E verdade. Em linguagem de Direto Constitucional ninguém ignora que, 20 lado dos poderes “consttufdos”, como os que decorrem do dlreito de propriedide privads, existem os poderes ‘constinuintes” como os relacionados com o direito humano feted i tmorada sinds nio garantido 4 maioria pobre da ‘Um exemplo eloquente do cuidado com que se deve tratar esse rande do Sul, por um -Posto por centenas de ara suspendermandado liminar de reintegrasio de posse, que tinha por objeto tindio produ ovupao por des, rcetemene, )? 0 atid prodivo Pela sua relevincia, temos precedente, em outos estudng mem lo parte do teor desse f aqui o faremos, de novo, por tum dos votos venceds Instrumento n° 598360402 da 19° “Em suma, para decidir, ter-se-d, oby entre duas alternativas: 14) (Repl eae F Re aad fo eee Paimoni AS ocupadas, >) Bativa do minimo te, de optar trimonil que a invasio _csando)” 3 empresa fensa 20s direitos 12 - Os cidadios servos, ve ‘ots Wad de ei Ronde hg ES SEB Aton Fabs Eton gy 4 gem ~ terra” que, sendo retirados de li, literalmente nio a para onde ir.” (..) Os doutrinadores afirmam que, havendo sesidade de sacrificar 0 direito de uma das partes, scrifica-se patimonial, garantindo-se os direitos fundamenas, sea outra opsio for esta” em outras palavras € num conterto social muito menos 0 da dignidade da pessoa nfo proprietsia, a prosio da se de uma coisa indispensivel & dignidade humana, jé era vista por gostparbosa como passiel de dfesa judicial, em vselsnzonia com efiemado nesse precedente jurisprudencil.® esp CoNcLUSAO Este brevissimo apontamento, é claro, requereria fundamentagio muito mais aprofundada, ainda mais levando-se em conta que as {questbes superficialmente levantadas aqui, estio presentes em todos Gs conflitos reivindicatérios e possessérios que tenham mubidio de sus pobres, em nosso pais. No meio urbano, 0 debate sobre a funcio social da propriedade, luz do art. 39 do novo Estatuto, vai reacender-se sobre os limites intemos e extemos da dita fungio em relagio 20 plano diretor, coisa que nem foi abordada no tempo que nos foi oferecido para a redagio dessas linha. Em todo o caso, deve servir de remate para este estudo a valorizagio. das necessidades alheias as do proprietério, agora expressamente referidas pelo dita disposicio de lei, como pare integrante do conteddo do direito de propriedade urbano. A liberdade absoluta, e de fato, do propritirio privado tio bem representada hoje pelo movimento das bolsas de valores, através do qual ele é capaz de quebrar um pais inteiro, a lei pediu um aparte para a 15 Poste dos direitos pessoais, Rio de Janeiro, Sime, 1950, pp. 28/29. 8 no -. 6% existe auténtica e justa liberdade de quem iar o dbvio. SO ext ; itosa d . que denunciar sta consciéncia respeitosa da necessidade alh ali xi x ia, que seja, sone ropriedade urbana tem revelado nfo possuir stench. Um motivo a mais para que a multidéo dog Dio con: i fazendo acontecer . sari sigam, eles mesmos, a . fungi, proprio’ Poi, ja que o primeiro responsivel pela defes, dy agredida. BIBLIOGRAFIA etania de Moraes, Direito 4 moradia. Instrumentos ¢ ee regularizacio fundidria nas cidades brasileiras, Rig de Janeiro: Fase, 1997. . oo. . . BARBOSA, Ruy, Posse dos direitos pessoais, Rio de Janeiro: Simées, 1950. BARCELLONA, Pietro, O egoisno maduro e a Insensatez do capital, trad. de Sebastiéo José Roque, Sao Paulo, [cone Editora Ltda, 1995. CAPELLA, Juan Ramén, Os cidadaos servos, trad. de Ledio Rosa de Andrade e Témis Correia Soares, Fabris, P. Alegre, 1998. COMPARATO, Fabio Konder, O papel do juiz na efetivagio dos direitos humanos, in Direitos Humanos: visées contemporaneas, AJD, 2001. 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