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Implantacao de um Programa de Manutengao Preventiva com Estudo de Caso em uma Empresa de Beneficiamento de Graos Cirilo Felipe Gongalves Gustavo Eduardo de Souza Carvalho Carlos Magno da Silva Albertino Rhudson Luis Franco Soares Fernando Rodrigues do Santos Samuel Ferreira Floriano Graduandos pela Faculdade de ‘Tecnologia do Estado de Séo Paulo - Unidade de Cruzeiro Igor Alexandre Fioravante Graduado em Produgao Industrial pela Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga, Especialista em Mecénica pelo Centro Estadual de Educagao Tecnolégica Paula Souza, Pés Graduado em Educagdo Profissional e Tecnolégica pela Faculdade Sao Luis, Mestrando em Design Industral, Tecnologia e Inovasio na Unifatea de Lorena. Coordenador/Docente do Curso Técnico em Mecénica da Escola Técnica (ETEC) José Sant Ana de Castro do Centro Estadual de Educacdo Tecnolégica Paula Souza, Professor na Faculdade de Tecnologia de Cuzeiro (FATEC CRUZEIRO) e com 20 anos de atuagdo na Indistria automobilistica. Suas dreas de interesse incluem Gestao da Produgao, Manutengéo, Qualidade, Processas e Projeto de Produto, RESUMO Este trabalho visa a aplicagao de um sistema de manutencao preventiva em uma empresa do ramo alimenticio (beneficiamento de gros) na cidade de Cruzeiro - SP. Para alcancar este objetivo, serao pesquisados conceitos e técnicas de manutengao como: manuten¢io preventiva, manutencao preditiva, manutengao corretiva planejada ¢ nao planejada, entre outros, Serao entrevistados os envolvidos no processo de produsao para o levantamento de suas necessidades quanto A manutengio dos ativos. Também sera estudado todo 0 processo de producao da empresa desde o inicio até a embalagem final dos produtos, bem como todas as deficiéncias dos equipamentos e particularidades de funcionamento no que se refere ao assunto, Para o estudo de caso ser4 elaborado um plano de manutencao preventiva com o auxilio de uma planilha eletrénica, em alinhamento coma necessidade de cada modelo de equipamento de que empresa dispée. A proposta prevé a implantacio de uma rotina de manutengao preventiva para assim aumentar o tempo de maquinas dis- ponivel para producao e conter paradas de maquinas nao programadas que influenciam diretamente na produtividade PALAVRAS-CHAVE: Manutengao; Preventiva; Equipamentos e graos. 2 ABSTRACT ‘This article aims the application of a preventive maintenance system in a company in the alimentary branch (beneficiation of grains) in Cruzeiro - SP. To achieve this goal, it will be searched concepts and techniques of maintenance like: preventive maintenance, predictive maintenance, planned corrective maintenance and non-planned, among others. It will be interviewed some involved people in the production process to the survey of their necessities as the maintenance of assets. It will be also studied all the production process of the company since the beginning until the final pack just as well all the deficiencies of the equipment e the working particularities in relation to the subject. For this study case it will be made a preventive maintenance plan with the support of an electronic spreadsheet, aligned with the necessity of equipment model that the company dispose. The proposal predict the implementation of a preventive maintenance routine to rise the time of available machines to product and hold machines downtimes non programmed that influence directly in the productive KEYWORDS: ‘Maintenance; Preventive; Equipment and grains. 13 INTRODUGAO Em fungao de um mercado altamente diversificado e concorrente, anecessidade de se destacar é inevitavel. Corporagées passam por mudancas frequentes para manterem- se vivas e estaveis na situagao global atual, onde qualquer diferencial pode e deve ser levado em consideracao para a diminuigdo de custos ¢ auxilio na administragao e lucros, Sistemas de produgdes enxutos, melhoria continua, layout dinamico, logistica eficiente, e outros demais diferenciais, s4o alguns dos poucos exemplos para que as empresas sobrevivam num cenario cada vez mais transformador. Outro ambito que permeia este assunto é o sistema de manuteng’o dos recursos e equipamentos das empresas. A manutenso é a responsavel por fazer com que todas as maquinas funcionem adequadamente, evitar acidentes e manter a longevidade e durabilidade dos materiais, mantendo a rotina padrao didria em uma linha de produgao sem nenhum risco ou alteragao. E sabido que um sistema de manutengdo com maxima eficiéncia e eficdcia, de tal forma a passar despercebido pela produgao, é praticamente utépico. A necessidade de lubrificagao, manutengao e inspesdo sdo aspectos necessdrios no cotidiano das empresas, fazendo com que todos os processos de uma produgao sejam mantidos com sua qualidade e eficiéncia Este trabalho visa aplicagéo de um sistema de manutengao preventiva em um processo de produgéo de uma empresa voltado para o ramo alimenticio, com foco na conservacao dos equipamentos através da manutencao preventiva, visando & diminuicao de quebras e paradas nao programadas. FUNDAMENTACAO TEORICA MANUTENGAO INDUSTRIAL DEFINICAO A manutencao pode ser definida, segundo Ferreira (Cf. 1988), como as medidas tomadas para a conservasao ou permanéncia de situagdes e itens, objetivando cuidar tecnicamente de motores e maquinas para funcionarem regularmente. Kardek e Nascif (Cf. 2012) afirmam que além de executar sua fungao, a manutengao deve melhorar e garantir a confiabilidade e disponibilidade do item, atendendo ao processo com seguranga, preservando o meio-ambiente e com custos adequados. “ Janus, Lorena, n.23, Jan-Jun, 2016 HISTORIA DA MANUTENGAO INDUSTRIAL Moubray (Cf. 1997) dividiu a historia da manutengao em trés gerac6es, na qual cada uma corresponde a um perfodo tecnolégico de produgao, resultando em novos conceitos catividades de manutensao. A primeira geragao ocorreu antes da 2° Guerra Mundial, com a invengao da maquina a vapor de James Watt (1736-1819), quando houve a necessidade de reparo das primeiras maquinas industriais, Utilizando apenas a manutencao corretiva. A segunda geracao inicia-se apés a 2° Guerra Mundial, na década de 50, foi marcada pela grande demanda de produtos que impulsionou a expansio na mecanizagao das industrias, Nesse perfodo passou a existir a preocupagio com o tempo de parada dos equipamentos, surgindo os planos de manutengao preventiva. A terceira geracao iniciou-se na década de 70, na qual se buscaram novas maneiras de maximizar a vida ttil dos equipamentos produtivos, favorecendo o surgimento de um sistema chamado Just in time, que se tornou tendéncia mundial visando a trabalhar com o menor estoque possivel. TIPOS DE MANUTENGAO Os tipos de manutengao mais empregados séo a manutengao corretiva (planejada ¢ nio planejada), preventiva, preditiva e detectiva. MANUTENGAO CORRETIVA. Gouvéa (Cf. 2015) relata que é caracterizada por um ciclo de quebra e reparacio, atuando sempre apés a avaria do equipamento. MANUTENCAO CORRETIVA NAO PLANEJADA Esse tipo de manutengao é caracterizado pela atuagao das equipes de manutengao em fatos que ja ocorreram, sejam estes fatos desempenhos inferiores ao almejado ou uma falha. Nao hé tempo para a preparagao de componentes e nem de planejar o servico; isto 6, manutencao corretiva nao planejada é a corregio da falha de modo aleatério a fim de evitar outras consequéncias (Castella, Cf. 2011). MANUTENGAO CORRETIVA PLANEJADA Souza, Gomes e Fernandes (Cf. 2009) contam que na manutencao corretiva planejada, tem-se uma falha ou condigéo anormal de operacdo de um equipamento e a correcio depende de deciso gerencial, em funcao de acompanhamento preditivo ou pela decisio Janus, Lorena, 9.23, Jan-Jun, 2016. 1s de operar até a quebra. A decisao de adotar a politica de manuten¢ao corretiva planejada pode ser originada com base em varios fatores, tais como: negociagao de parada do processo produtivo com a equipe de operagao, aspectos ligados & seguranga, melhor planejamento dos servicos, garantia de ferramental e pesas sobressalentes, necessidade de recursos humanos tais como servigos contratados MANUTENCAO PREDITIVA Moubray (Cf. 1997) expde que esse tipo de manutengao se caracteriza pela previsibilidade da deteriora do equipamento, prevenindo falhas por meio do monitoramento dos parametros principais, com o equipamento em funcionamento. A manutencio preditiva é a execucao da manutensao no momento adequado, antes que © equipamento apresente falha, e tem a finalidade de evitar a falha funcional ou evitar ‘as consequéncias. A manutengao preditiva consiste em toda a agéo de acompanhamento ow monitoramento das condigées de um sistema, seus parametros operacionais e sua eventual degradagao, sendo realizada através de medigdes ou inspegées que nto interfiram na operagio do sistema. (Filho, Cf. 2008) MANUTENCAO DETECTIVA Kardek e Nascif (Cf. 2012) relatam que ¢ um tipo de manutengao efetuada em sistemas de protecao buscando detectar falhas ocultas ou nao perceptiveis as equipes de operasao e manutengao, Essa é politica adotada quando o proceso possui subconjuntos nos quais é praticamente impossivel detectar falhas antes que elas ocorram, buscando climinar falhas ocultas por meio de testes periddicos no sistema. MANUTENGAO PREVENTIVA Filho (Cf, 2008) afirma que manutencao preventiva sao todas as ages de manutencio e reparo executadas quando o sistema apresenta condicdes operacionais, ainda que com algum defeito. Essas ages podem ser realizadas em intervalos de tempo predeterminados, em funcao da vida util do ciclo de operacao, ou em fungao da condigao do sistema. (Gercino, Cf. 2016) ‘Takahashi e Osada (Cf. 2010) definem que a manutengao preventiva consiste em reduzir as chances de falha de um determinado equipamento em operacio, sendo uma intervengao prevista, preparada e planejada antes do aparecimento de uma falha qualquer. Na visio de NOGUEIRA, GUIMARAES E BRAZ: 2012, p4 16 Janus, Lorena, n.23, Jan-Jun, 2016 {..] Podem-se ter duas situagdes bastante diferentes: a primeira é quando desativa © equipamento bem antes do necessério para fazer a manutengdo do mesmo; a segunda situagdo é a falha do equipamento, por estimar o periodo de reparo do mesmo de maneira incorreta.(2012, p-4) Operagées de manutencao devem ser planejadas com precisdo. As etapas da manutengao a ser realizada devem estar muito bem definidas, levando em consideracao, a mao de obra, os materiais e se for preciso buscar servigos de empresas terceirizadas, por isso, nao se podem considerar imprevistos na manutengao preventiva, porque todo tipo de imprevisto é uma acao corretiva e nao deve ser tratada como membro do servigo preventivo. (Souza, Cf. 2013). A qualiddade dos servicos quando aplicada manutengao preventiva alcanga indices mais altos do que quando aplicado somente o uso de manutengao corretiva. HISTORIA DA MANUTENGAO PREVENTIVA kahashi (Cf. 2010) descreve que a manuten: 1950, em que o final da guerra gerou uma grande demanda de produtos, aumentando ‘a mecanizacao das industrias, com inimeras maquinas novas. Com isso as indistrias consideravam que as falhas dos equipamentos deviam ser previstas e evitadas. Apés essa descoberta a manutensao preventiva foi aprovada e efetivada. preventiva surgiu na década de DESENVOLVIMENTO DA MANUTENCAO PREVENTIVA ‘Uma empresa que nao adota o sistema de manutencio preventiva com certeza estara perdendo tempo no mercado, se essa organizacao adotar a manutencao preventiva, deverd seguir as seguintes fases (Filho, Cf. 2008) + Decidir o tipo de equipamento que deverd marcar a instalacao da manutengao preventiva de acordo com a supervisio dos mantenedores, + Executar o levantamento e o cadastro de todos os equipamentos que serio escolhidos. + Verificar o histérico dos equipamentos, trazendo informagées sobre o passado dessa maquina, como o tempo de parada, as falhas que j4 ocorreram e o tempo que esse aparelho esta disponivel para produzit. + Criar os procedimentos de manutengao preventiva, avaliando as frequéncias de inspecao, com maquinas operando, parada ¢ as intervengoes feitas. + Planejar a mao de obra e as matérias que vio ser necessarios para que essa manutengao seja efetivada. Janus, Lorena, 9.23, Jan-Jun, 2016. 7 + Apresentar todo projeto A geréncia, para que seja aprovado. + Preparar a equipe de mantenedores OBJETIVOS DA MANUTENCAO PREVENTIVA De acordo com Souza (Cf. 2014), a manutengao preventiva visa a prevenir falhas ou paradas de equipamentos por quebra por meio de uma metodologia de trabalho periédico A Manutengao tem que estar submissa a objetivos claramente definidos e coerentes com 0s objetivos da empresa. De fato, a acio da Manutengao pode desenvolver-se segundo linhas de forsa radiantes, para as quais € essencial determinar a resultante que atende os interesses do negécio. (Carvalho, GOMES, et al, Cf. 2009). Esses fatores iro nortear as atividades, e servir de base para uma cultura de bom servigos prestados. Sao eles + Seguranga: a seguranga (das pessoas, dos equipamentos, da comunidade, dos usuérios) deve ser uma referéncia onipresente e inegocivel + Qualidade: um dos objetivos da Manutencéo é conseguir 0 melhor rendimento das maquinas, um minimo de defeitos de produsao, melhores condigées de higiene, melhor tratamento do ambiente. + Custo: a Manutencdo procura as solusées que minimizem os custos globais do produto considerando, a par dos custos préprios de produgao, os custos provocados pela manutengao ou pela nao manutengao, + Disponibilidade: espera-se da Manutengao que disponibilize os equipamentos para operacao o maximo de tempo possivel, reduzindo ao minimo possivel tanto as imobilizades programadas como as paradas por avaria e contribuindo, assim, para assegurar a regularidade da produgio e o cumprimento dos prazos planeados. Eimpossivel aperfeicoar todos estes fatores simultaneamente. E de responsabilidad da gestao da Manutengo encontrar o ajuste mais satisfatério, compativel com os objetivos da empresa e regularizar por ele as suas decisoes futuras. CARACTERISTICAS DA MANUTENGAO PREVENTIVA ‘Um sistema de manutengao efetivo visa a elevar ao maximo a disponibilidade do equipamento, para garantia da competitividade e exceléncia da empresa. (Koyano, Cf. 2002) No conceito de Patton (Cf. 1983), a manutengao preventiva tem como principais caracteristicas: + Confiabilidade: equipes operam em melhores condigdes de seguranga, que se referem ao seu estado e suas condigées de funcionamento. + Reducao do tempo de inatividade: o tempo de inatividade de equipamentos ¢ 18 Janus, Lorena, n.23, Jan-Jun, 2016 maquinas + Maior duracdo, equipamentos ¢ instalacées. + Uniformidade na carga de trabalho para pessoal de manutengio ¢ da produgio devido a um cronograma de atividades + Menor custo de reparos, + Verificacao periddica de tolerancias e folgas de mecanismos susceptiveis de degradacao; + Garantia de boa operagao de mecanismos de regulagao e controle, + Calibragéo programada de todos os instrumentos de indicagao ¢ medida por comparagio com padrées devidamente aferidos; + Criagdo de condicdes ambientais adequadas a boa operacao dos equipamentos ¢ & boa conservagao dos produtos. METODOLOGIA presente artigo trata da implantacio de um plano de manutengao preventiva em uma empresa alimenticia. Para tal, os métodos usados foram: pesquisa bibliografica dos conceitos e técnicas de manutengao, pesquisa em base de artigos com o mesmo tema, porém de seguimentos de empresas diferenciados, bem como entrevista direta com a geréncia da empresa. Foram entrevistados o gerente de produsao, funciongrios da produgao e também um representante de uma empresa terceirizada que prestava somente manutengio corretiva nao planejada na planta. ESTUDO DE CASO A empresa estudada foi fundada em 1999 e produz e comercializa produtos naturais integrais, Alguns de seus produtos saem da fabrica direto para o consumidor final, mas a maioria é matéria prima para outras empresas alimenticias, A empresa em questo vem crescendo notavelmente nos tiltimos anos e esta expandindo suas instalagées para iniciar uma nova linha de produtos, porém, até os dias atuais, a empresa s6 emprega o uso de manutengao corretiva nao planejada no seu cotidiano, causando intimeros transtornos por paradas de maquinas, que se contidas pode aumentar a produtividade Revendo todos esses conceitos de manutengao a ideia do estudo agora é usar desses para implantar um plano de manutengao preventiva nessa empresa Com base nas entrevistas realizadas e na andlise dos equipamentos realizados direto na planta, foi feito um levantamento dos tipos de equipamentos ela detém e que tipos de manutengio esses equipamentos necessitam. aborou-se um plano de manutengao preventiva e criou-se uma planilha eletrénica para facilitar o controle das atividades, bem como armazenar dados de falhas e quebras para anilise posterior e programagao da manutencio. Janus, Lorena, 9.23, Jan-Jun, 2016. 19 20 DESCRICAO DOS PROCESSOS DA EMPRESA produto principal da empresa éa farinha de trigo. Farinha essa que pode ser produzida em quatro granulagoes principais: grossa, média, média-fina e fina, Também sao processados na fabrica cevada, centeio, farinha de quibe, gergelim (grao preto e grao branco), arroz integral ce arroz vermelho. A farinha de trigo passa pelos estagios de pré-limpeza, separagio e, por fim, moagem (tritura¢ao). No processo de pré-limpeza os grios de trigo, recebidos direto do produtor rural, sao elevados por um elevador até um silo. Em seguida, descem pasando por uma peneira que separa os gros de impurezas maiores. Em seguida, os grios passam por um equipamento denominado “densimétrica’ onde os graos maiores sao separados dos menores por agitag4o de uma peneira. Na parte superior existe um sistema de exaustio que gera um vicuo sobre os gros, fazendo que os mais leves flutuem acima dos mais pesados. Assim os mais pesados e os mais leves sio separados e embalados individualmente. Por fim os graos seguem para os moinhos onde sio triturados e peneirados para obter a farinha de trigo. O controle da granulacao da farinha (grossa, média e fina) se da pela selegao da peneira desejada. Depois de peneirados, os produtos sio embalados e encaminhados para o embarque. Os produtos que sao tostados nao param pelos demais processos. Apenas séo desembalados e inseridos no tostador e logo apés so embalados novamente e encaminhados aos clientes. A seguir segue o fluxograma , Figura 1 GRAOSESTOCADOS, PRE-LIMPEZA T DENSIMETRICA q -Moiino bE ROL: romnone croaue 4 EMBALAGEM Figura 1: Fluxograma de Processos Fonte: © Autor, 2016. Janus, Lorena, n.23, Jan-Jun, 2016 DESCRICAO DOS EQUIPAMENTOS DA EMPRESA. A produgao direta emprega tipos distintos de equipamentos: peneira de pré- limpeza, seletor densimérico (Densimétrica), seletora eletrénica, moinhos (de choque e de rolo) e tostador. PENEIRA DE PRE-LIMPEZA A peneira de pré-limpeza (Figura 2): trata-se de uma maquina cujos graos recebem seu primeiro tratamento assim que chegam & industria, Por meio de um elevador de canecas os graos so depositados na parte superior do equipamento, Em seguida descem para uma peneira agitada que filtra as impurezas maiores dos grios para dai seguirem para os outros estagios do processo. Figura 2: Peneiras de Pré-limpeza Fonte: © Autor, 2016. SELETOR DENSIMETRICO. A “Densimétrica” consiste em uma mesa vibratéria com a possibilidade de ser angulada nas quatro extremidades, formando assim uma rampa inclinada que recebe os graos pela parte de cima. Alem disso a parte de baixo do equipamento recebe uma rajada de ar vindo de um soprador e a parte superior recebe a ago de um exaustor que suga Janus, Lorena, 9.23, Jan-Jun, 2016. a ax, formando assim uma atmosfera de pressio negativa (vacuo). Com a vibracao da esteira inclinada na medida certa sob a acdo da corrente de ar sempre para cima, faz-se ‘com que os gros mais pesados (mais densos) tendem a escorrerem para parte de baixo esquerda (Figura 3) ¢ os graos mais leves (menos densos) tendem a escorrerem mais pelo. lado direito do equipamento. Tornando assim possivel a selegao dos grios mais densos pelos menos densos Figura 3: Seletor Densimétrico Fonte: © Autor, 2016. Ointuito é sempre obter os gros mais leves (menos densos) como produto acabado, Os mais pesados retornam a maquina ou sao direcionados para outros processos. MOINHO DE ROLO A empresa em questo possui dois tipos de moinhos. Um modelo faz a moagem por meio de dois rolos cilindricos dispostos bem préximos. Uma medida menor que o proprio grao do produto. Em movimento os rolos trituram os graos no momento em que 08 gros passam por eles. 2 Janus, Lorena, n.23, Jan-Jun, 2016 MOINHOS TIPO “ROTOR DE CHOQUE” © outro tipo de moinho é chamado de “rotor de choque’. Um rotor com varias placas de metal acoplado a um motor elétrico de alta rotagao recebe os gros diretamente. No movimento em que as placas se chocam com os graos, esses sao quebrados em particulas menores. TOSTADOR © tostador é composto de dois tambores de metal montados na horizontal que recebem 0s graos no seu interior. Na parte inferior dos tambores sio instalados queimadores de chama (semelhantes a uma boca de fogao de cozinha). Esses tambores também sto motorizados por motoredutores e correntes. Quando em movimento sob a chama dos queimadores manteem os graos em constante agitacao e movimento fazendo 0 calor tostar os gros aos poucos por igual. Depois de atingido o tempo de tostagem os gtdos so vazados dos tambores e descem para serem embalados, Figura 4. Figura 4: Tostador Fonte: © Autor, 2016. Janus, Lorena, 9.23, Jan-Jun, 2016. 23 SELETRONICA A Seletrénica é um equipamento usado para fazer a selecao de graos de gergelim pela cor. Bla faz a separagao distinta de graos pretos e brancos processo se di através de uma série de “sensores de cor” que ficam no interior de seu cabecote. COMPRESSOR DE AR A empresa também possui equipamentos que empregam 0 uso de ar comprimido, Esse ar é gerado por um compressor de ar modelo de “pistoes’, que fica na parte do fora do galpao em sala propria. PROPOSTA DE IMPLANTACAO DO PLANO DE MANUTENCAO PREVENTIVA A implantagao do Plano de Manute: modo que os resultados fossem visiveis a curto e médio prazo. As etapas foram divididas como a seguir: sao Preventiva foi organizada e estruturada de IMPLEMENTAGAO, SUPORTE E TREINAMENTO DE UMA PLATAFORMA DE ABERTURA DE ORDENS DE MANUTENGAO Para tal foi proposto o cadastro dos equipamentos para 0 monitoramento das ordens de servigo em uma planilha eletrénica para documentar, a partir da implantagao, 0s trabalhos de manutencao realizados na empresa PREPARAR E ARQUIVAR A DOCUMENTACAO TECNICA E CATALOGOS DE CADA EQUIPAMENTO Num segundo momento, foi feito o levantamento de toda ficha técnica dos equipamentos que constam nos arquivos da empresa, Para cadastro de pecas de reposicao, digitalizacao de desenhos técnicos, diagramas elétricos entre outros. Dos que nio constarem seri feito cadastro gradual de acordo com as brechas em paradas programadas ou nio, com coleta de dados pelos manutentores. CRIAR PLANOS DE MANUTENGAO PREVENTIVA PARA CADA EQUIPAMENTO Como quase todos os equipamentos possuem partes semelhantes o plano proposto em planilha foi catalogar os itens com verificagao didria, semanal, quinzenal, mensal, 4 Janus, Lorena, n.23, Jan-Jun, 2016 trimestral e em alguns casos anual. E assim programar a parada de cada equipamento de acordo com o prazo determinado para cada parte critica, Ou como no caso dos moinhos que nunca sao usados mais de um ao mesmo tempo, aproveitarem o tempo de parada dos que nao estao produzindo, para efetuar a preventiva total. DETERMINAR INDICADORES PARA CONTROLE DE DESEMPENHO DA MANUTENCAO A partir da implantacao do plano passa-se a fazer registro de horas continuas produzindo como equipamento e registro de horas de paradas por manutengo corretiva nao planejada para poder assim fazer a relagao dos indices. TREINAR TECNICOS E OS GESTORES DA MANUTENCAO Treinar os técnicos, gestores, manutentores ¢ todos os demais envolvidos no proceso de manutensao dos equipamentos, nas técnicas de manutengao sugeridas no artigo bem. como a operar e fazer uso da planilha para programar suas atividades, Figura 6 Plano de Manutencéo Preventiva Seo ES mses — fens sr fea ST aE Figura 6: Planilha Interativa de Manutengao Preventiva Fonte: © Autor, 2016 RESULTADOS ESPERADOS ‘Todas essas medidas fazem parte de um plano de manutengao preventiva proposto, que se adotado pela empresa, aumentaria a produtividade em funcao de se ter uma baixa Janus, Lorena, 9.23, Jan-Jun, 2016. 25 no indice de quebras e um aumento real na confiabilidade e eficiéncia dos equipamentos. E conseqiientemente aumentaria a confiabilidade da empresa no mercado, uma vez que trabalhando dessa forma, ela pode atender melhor seus clientes quanto ao cumprimento de prazos ¢ qualidade dos produtos produzidos. Espera se que apés implantagao do plano a empresa consiga manter uma rotina de manutengao periddica nos equipamentos conseguindo se antecipar as quebras mais graves e prolongando a vida util dos mesmos com um melhor controle dos ativos. CONCLUSAO Através de todos os dados obtidos na empresa, conclui-se que a mesma em questo nao possui um sistema de manutencao padrao, Visando; posteriormente, a viabilidade de aplicagao de sistemas mais complexos, sugerimos um modelo de plano de manutencio preventiva padrao. Pode-se entao perceber que medidas mais primordiais devem ser tomadas de inicio, para que, apés toda a uniformizagao, outras aplicagdes que visam & melhoria continua possam ser implantadas, como melhoria de layout, melhoria das técnicas de trabalho, ergonomia entre outros. Em resumo constatou se que hé uma real oportunidade para se melhorar o sistema de producio mesmo que aparentemente pela lucratividade da empresa nao se percebam as falhas. Esse € 0 momento ideal para se implantar um programa desse porte e dar inicio a uma nova vertente dentro do esquema de produgao dessa empresa. REFERENCIAS CARVALHO, M. et al. Implantagao de Sistema Informatizado para Planejamento e controle da manutengao, Governador Valadares, 2009. 91 CASTELLA, M. C. Anilise Critica da Area de Manutengao em Uma Empresa Brasileira de Gerasio de Energia, Florianépolis, 2011 FERREIRA, A. B. D. H. Dicionario Aurélio Basico da Lingua Portuguesa, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988 FILHO, G. B. A Organizagao, o Planejamento e o Controle da Manutengio. 1. ed.Ciéncia Moderna, 2008. KARDEK, A. NASCIK, J. Manutengao - Fungdo Estrategica. 4. ed. [81]: Qualitymark, 2012. MOUBRAY, J. Reliability centered maintenance. 2. ed. Nova York: second, 1997. NOGUEIRA, C. F; GUIMARAES, M, BRAZ, M. D. Manutengao Indistrial. implementagao da manutengio produtiva total, Belo Horizonte, 30 jul. 2012. 23. PATTON JR, Preventive Maintence, Instrument Society of America. 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Janus, Lorena, 9.23, Jan-Jun, 2016. 27

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