You are on page 1of 140
tq TBC INFORMAOES TECNICAS € ADMANISIRATIVAS Materiais para Equipamentos de Processo Pedro C. Silva Telles 69 edigao = Materiais para Equipamentos de Processo Pedro C. Silva Telles 62 edigao EDITORA INTERCIENCIA Rio de Janeiro - 2003 Copyright® by Pedro Carlos da Silva Telles Direitos Reservados por Editora Interciéneia Lida, Capa: Interciéncia Ante Editoragao: Vera Barros Foto da capa: PETROBRAS\J6nio Machado CIP-Brasil. Catalogacio-na-Fonte indicato Nacional dos Editores de 275m bed Telles, Pedro Carlos da Silva, 192 “Materiais para equipamentas de processo 1 Pedeo C. Silva Tells. -6.e. - Rio de Janeiro: Interciénca, 2003, Apéndices ui bibliogratia ISBN 85-7193.076-7 1. Engenharia quimica - Equipamentose acess6rios 2. Processos uimicos - Equipaments eacessrios. 3. Matriais. I Titul 03-0077. cD 660.283 CU 66.03, E proibida a reprodugao total ou parcial, por quaisquer meios, sem ‘autorizagao por escrito da editora, Editora Interciéneia Ltda, Rua Verna Magalhies, 66 - Engenhio Novo - RJ -20.710-290 ‘Tels: (Oxx21) 2241-6916/2581-9378 - Fax: (Oxx21) 2501-4760 e-mail: editora@interciencia.com br Visi hosso site: www.editorainterciencia.com.br Impresso no Brasil - Printed in Brazil Nota Sobre a 6* Edicao A patir desta edicéo, a otualizacso deste fivro conta com a colabora¢so da equipe técnica da Petrobras, de acorde com 0 contrato tirmado entre essa ‘empresa e 0 autor. . Para a presente edicso, a atualizagso foi feita pelo Eng* Ademaro Marchiori, 2 quem muito agradecemos. Rio de Janeiro, dezembro de 2002 Pedro C. da Silva Telles 4 Prefacio da 3° Edicgaéo Pora essa nova edigso fizemos uma reviséo em protundidede de todo 0 livia, Tivemos, nessa revisdo, a inestimavel colaboracao do nosso colega amigo, prot. Mércio de Almeida Ramos, um dos grandes especialistas brasil 10s em assuntos de materials e a quem mals uma vez agradecemos. Foi consi derdvel a quantidade, extenséo e importancia dos comentérios e sugestées do prof. Mércio aos nossas originals. £ impossivel enumerar todos os acréscimos e moditicacbes feitas nesse seedicéo, bastando dizer que foram acrescentados ou completamente modifies dos 235 trechos do texto, fora um numero talvez maior de pequenes revisdes. Alem disso, foram inseridas sete novas figuras, substituidas duas ¢ 14 foram revisadas. Dentie os assuntos acrescentados, padem-se citar como mais importantes: = referéncia ao novo sistema americano de numeracéo de materia explicagdes sobre as “Espociticardes de Materiais”; — resistencia mecinica dos materisis ¢ recursos empregados para sua melhioria; = processes que conduzem a fathas dos materiais em sexvico: fuéncia em condigbes varidveis; corrasdo por gases em temperaturas elevadas; — martelamento como recurse para 0 controle da corrosio sob tensdo: — indices de pregos de agos do CONSIDER; = agas.iga Mn e apos micro-Neados; = emprego dos materiais plasticos em vasos de pressio; = materiais para emprego com acide fluortdrico. Alguns itens completos sotreram uma total reformulagso como, por exem- plo, os referentes aos fetores de influéncia para a selegdo de materiais, aos ‘meios de controle da corrosdo em equipamentos de processo e aos revestimen- tos internos. ' Além da coleboragio do prot. Mércio, queremos também agradecer @ todos 0s colegas que nos deram subsidios e sugestées, ou que apontaram falhas na edieéo anterior deste lvro, bem como as entidades que, gentimente, ‘nos cederam material para algumas das figuras novas deste edicto. Agradece. ‘mos, também, 20 sr. Gilberto Vasconcelos Freire pelo trabalho de desenho & ‘evisio de muites das figuras. Fio de Janeiro, dezembro de 1985 Pedro C. da Silva Telles vu | Prefacio da 1° Edicao Este liveo 6 dedicado 20 estudo dos materials usualmente empregados para a construedo de vasos de pressdo, caldeias, permutadores de color, for altos, tanques de armazenagem, tubulacdes © outros equipamentos de pro: cess0, bem como ao estudo dos principios ¢ eritérios de seleedo desses mate: Os equipamentos de processo sio a parte mais importante ¢ a maior parcela de custo de numerosas indistras, tais como refiners, terminals e ou- lias instalagdes petrolileras, indistries petroquimicas em geral, indastvias qui ‘micas, farmacéuticas e alimeniicias, centrais termoelétvicas etc, Esses mesmos equipamentos estdo também presentes, como itens de maior ou menor impor 1tancio, em quase todas as demais industrias Para os equipamentos de processo, a selecdo @ especiticagso correta dos ‘materiais & um dos problemas mais diticels e, a0 mesmo tempo, mais importan tes @ decisivos, devido 8s severas condicdes de trabalho a que esta sujeita @ ‘majoria desses equipamentos e 4 exigéncia que quase sempre existe de pertel. to desempenho e longa duragao, por cause do vultoso investimento que repre Sentam ¢ das condigées de seguranca necessérias e, também, pelo fato de serem essenciais ao funcionamento de indtistrias importantes. Procuramos dar a este trabalho um cunho essencialmente prético, com um minimo de exposicées tedricas © com numerosas recomendacdes @ dados prdticos sobre as propriedades, casos de emprego @ limitacdes dos diversos -materiais usuais. Queremos deixar aqui 0 nosso agradecimento a todos que nos fizeram Vaiosas criticas e sugestdes, bem como ao sr. Gilberto Vasconcelos Freire, elo trabalho de preparacéo das figuras deste live. Esperando que possamos ser uteis a protissionals e estudentes, ficare- ‘mos muito grates a todos por qualquer observagdo ou reparo sobre este livro. Rio de Janeiro, junbo de 1976 Pedro C. da Silva Telles indice Materisis para Equipamentos de Proceso 1.1 Equipamentos de Processo 1.2 Selocio de Materiais para Equipamentos de Proceso 1.3 Fatores Gorais de Infludncia 1.4 Outros Fatores de InfluBncia 1.5 Observacdes sobre a Selegio de Materais 1.6 Classiticag3o dos Materiais para Equipamentos de Processo| 1.7 Especiticag6es de Mater 1.8 Resisténcia Mecénica dos Mi Metélicos: 1.9 Recursos para Molhorar as Propriedades Mecanicas, dos Matoriais Metdlicos 1.10 Processos que Conduzem a Falhas em Servico an 18 Admissiveis das Normas de Projeto . 112 do de Custo dos Materiais. Efeito da Temperatura no Comportamento Mecanico dos Materiais Metilicos ei 2.1 Propriedades Mecdnicas dos Materiais Metélicos em turas Elevadas .. 22 da Fludncia .. 23 A Flubncia © 0 Projeto dos Equipomentos 2.4 Sarvios em Temperaturas Elovadas 2.8 Fragilidade & Baia Temperatura 2.6 Condipdes para a Fratura Frégil 2.7 Fatores de Influéncia para as Fraturas Frage 28 Temperatura de Transig&o ~ Teste de Impacto 2.9 Ocorréncia do Baixas Tomperatur 2.10. Servigos om Baixas Temporaturas ... Corrosio 3.1 Generalidades sobre Corosio .. 3.2 Corrosio Metdlica: Eletroquimica e Quimica 27 27 29 33 36 37 40 a 43 45 46 51 51 53 xt 33 34 35 36 37 38 39 3.10 an 3.12 3.13 314 3.15 3.16 ‘Agos-Carbono Cousas da Corrosdo Eletroquimica ~ Passivagio Formas de Corrosio Eletroquimic Corrosio Uniforme e Corrosio por Pitet Correséo sob Tensio Outras Formas de Corrosio . Corrosdo por Gases em Temperatura Elevada.. Fatores que Influznciam a Corrosdo i Controle da Corrosdo em Equipamentos de Proceso Meios de Controle da Cortosio : Detalhes de Projoto Contra « Corrosao. Margem para Cor Recursos para Controlar as Diversas Formas de Corrosao Corrosdo nos Materiais Ndo-metslicos ener i Fontes de Informagdes sobre Comportamento de Materiais quanto & Com Agos:Carbond at 4.2 Efeito da Composieso Quimica... 4.3 Soldabilidade e Tratamentos Térmicos a 4.4 Efeitos da Temperatura Elevada nos Agos-Carbono. 4.5 Efeito das Baixas Temperaturas nos Acos-Carbono . 4.6 — Corrosio nos Agos-Carbono . 4.7 Indicagdes de Uso para Alguns Meios Corrosivos 4.8 — Tipos de Agos-Carbono 4.9 Formas de Apresentacdo e Limites de Fabricacio 4.10 Especiticagées Comerciais de Agos-Carbono . Agos-Liga.. 5.1 Classticagbo ¢ Casos de Emprogo dos Avos ign. 5.2 Agos-Liga Molibdénio e Cromo-Molibdéni 5.3 Efeito da Temperatura nos Agos-Liga Mo e Cr-Mo. 5.4 Emprego dos Acos-Liga Molibdénio e Cromo-Molibdénio 5.5 Acos-Liga Niquel i 5.6 Outios Agos-Liga 5.7 Especiticardes Comerciais de Agos Liga G08 INOXIGBVEIS oer 6.1 Agos Inoxidéveis. 7 6.2 Agos inoxidéveis Austeniticos... : 6.3 Agos Austeniticos ~ Propriedades Gerais . : 64 —Acos Austeniticos ~ Corrosio em Geral ee 6.5 Acos Austeniticos ~ Sensitizagiio © Corrosdo Intergranular. 54 56 58 60 63 6a 69, 2 73 78 80 84 85 93 95 97 99 105, 109 110 13 113 115 119 124 125 126 128 131 131 133 138 138 140 7 10, 6.6 gos Austentticos ~ Corrostio com 08 Halogdnios encnnn 144 ‘Acos Inoxiddveis Ferriticos @ Martensiticos sess AB: 6.8 Agos Ferriticos Martensiticos ~ Corrosio em Geral nen. 149 6.9 Acos Inoxidéveis Especiais 181 6.10 Emprego dos Agos Inoxidévels em Equpamentos de Processo.. 155 6.11 Recomendagdes de Acos Inoxidéveis para Alguns Casos Espectficos 187 6.12 Especiticagdes Comerciais de Agos Inoxidéveis, 161 Outros Metais Ferrosos . 163 7A Ferro Fundido Cinzento sos i108 7.2 Ferro Maledvel e Ferro Nodular een | 7.3 Ferro Forjado @ Fertos Ligados Seer 167 Motais NB0-Fert0508 «neers Fase 169 8.1 Metais Ndo-Ferrosos.. 169 8.2 Cobre e Ligas. 169 8.3 Cobre Comercial . 170 84 Latoes.... _ 173 8.5 Bronzes 175 86 Cobre-Niquel 176 8.7 Aluminio @ Ligas 176 8.8 —Niquol e Ligas... 181 8.9 Niquel Comercial e Metal Monet eves 184 8.10 Inconel, ncoloy, Hostlloys e outras Ligos de Niguel... 184 8.11 Chumbo e Ligas x ‘ sees 185 8.12 Tit&nio, Zirconio e Ligas ie ecco 188 Materiais Poliméricos .. 189 9.1 Materiais Poliméricos 189 9.2 Classes de Materiais Poliméricos 192 9.3 Emprego dos Materiais Poliméricos 193 94 Poliméricos 194 95 195 9.6 — Matoriais Termoestaveis .. 198 8.7 Propriedades Fisicas e Quimicas dos Materias Piasticos .... 199 9.8 Elastémeros: 199 Revestimentos Internos 203 10.1. Revestimentos Intemnos 203 10.2 Revestimentos Metslicos aos 206 10.3 Cladeamonto ve 207 10.4 Construgdo com Chapas Cladeadas 208 105 Revestimontos do Calrizago e de Galvanizagio ». 213 xi " 106 10.7 Outros Revestimontos Metalicos 10.8 Revestimentos Néo-metdlicos ... 10.9 Revestimentos de Concreto e de Cerdmica Recomendacées de Materiais para Alguns Servicos Tipicos ... 11.1 Recomendagdes de Materiais para Alguns Servigos Tipicos 11.2 Recomendagss 11.3. Servigo com Agua Doce 11.4 Servigo com Aguas Agressivas 11.8 Serviga com Ar Comprimido.... 11.6 Servigo com Vapor i 11.7 _ Servigo com Hidrocarbonetos... 11.8 Servigos em Temperaturas Elevad 11.9 Servigos om Baixas Temperaturas 11.10 Servigo com Hidrogénic 11.11. Servigos com Gases em Geral 11.12 Servigos com Céusticos .. 11.13 Servigos com Acidos 11.14 Caldeiras @ Fornos 2 11.18 Outros Melos Cort0sivos sn... Apondices: Bibliogratia Indice Altabético xiv ‘A. ALGUNS EXEMPLOS DE SELEGAO DE MATERIASS ... 1. Torre de Destilagio Atmostérica em uma Retina de Petréleo 2. Resfriador do Aguas Acidas 3. Aquecedor de Hidrocarbonetos 4. Reatores com Exigéncia de Uso de Ago Inoxidével Tipo 304 B, DIAGRAMA DE EQUILIGRIO DA LIGA Foc Especiais para Aparelhos de Troca do Calor - . 225 214 215 217 218 221 221 223 227 229 ~ 229 231 234 236 241 243 248, . 246 253 255 . 259 259 260 261 sos 261 262 269 1 Materiais para Equipamentos de Processo 1.1 EQUIPAMENTOS DE PROCESSO Este tivo abrange 0 estudo dos materiais pera uso em equipamentos de processo e das propriedades desses materiais quo interessam especificamente a essa classe de equipamentos. Denominam-se equipamentos de processo 0s equipamentos usados em indastvias de processo, que sho as inddstias nas quais materiais sélidos ov fluidos sofrem transformagdes fisicas ou quimicas ou as que se dedicam & armazenagem, manuseio ou distribuigdo de fluidos. Entre essas indistrias po: domos citar as refinarias de petrdleo, as inddstrias quimicas e petroquimicas, grande parte das inddstrias alimentares @ farmacéuticas, a parte térmica das centrais termoelétricas, os terminals de armazenagem e distibuigso de produ tos de petrdteo, bem como as instalacdes de processamento de petrdleo e/ou de gas natural, om torra ou no mar. Os equipamentos de processo podem ser classificados em tes grupos gerais: 05 equipamentos de caldeiraria, as maquinas e as tubularbes, sendo que entre os demais equip: ‘mentos. Os equipamentos de ealdeiraria incluem os vasos do pressio*, em geral, @ também tanques, esforas, torres, reatores, gasdmettos, fornos, caldeiras, 0 cadores de calor, restriadores, aquecedores, filtros, separadores, silos etc. As ‘méquinas usualmente existentes so as bombas, compressores, sopradores, ejotores, centritugadores @ outras maquines de movimentar fluidos. Neste livro ‘do trataremos dos materiais para as méquinas, limitando-nos aos materiais para 08 equipamentos de caldeiraria e para as redes de tubulagbes. Nas industrias de processo existem wes condigdes especificas caracte: Histicas que tornam necessério um maior grau de confiabilidade para os equi: ppamentos (e, conseqdentemente, para a selerio de materiais para esses equipa ‘mentos), em comparacdo com © que 6 normalmente exigido para as dem: indastrias em goral: ‘Veja ovo Vasos de Pressdo, do mesmo autor = 4s inddstvias de processo trabalham quase sempre em regime conti ‘nue, dia e noite, durante muitos meses a fio. Os periodos de opera- ‘980 continua ~ denominados de “campanhas" ~ duram, em média, até 36 meses*, ao final dos quais hd uma parada para manutencio & revis8o dos equipamentos, a que se segue uma nova campanha. Os equipamentos ficam, assim, submetides a um regime de operacao muito mais severo do que em outras indistrias;** = 08 diversos equipamantos foram uma cadeia continua, através da qual circulam os fluidos de proceso. Desse modo, a falha ou parali segdo de um dnico equipamento, por qualquer motivo, obriga gera mente & paralisago, ou reducdo de producio, de toda a instalagso. & evidente que toda a paralisag3o no programada de uma industria resulta sempre em vultosos prejutzos de perda de producso e de ks cros cessantes, vindo daf a necessidade do maximo de seguranca e confiabilidade de funcionamento desses equipamentos; = nessas indistrias existom, muitas vezes, condicBes de grande isco, devido ao manussio de fividos inflamaveis, téxicos, explosivas ou em elevadas posses ou temperaturas, condig6es essas para as quais uma pequena falha ou vazamento pode resultar em um acidente gra ve, ou mesmo em um desastre de grandes proporees, Os equipamentos de proceso constituem no 36 @ parte mais importan- te da maioria das indistrias de processo, como, também, sio geralmente, 08 itens de maior tamanho, peso e custo unitério nessas indistrias. Esses mes: ‘mos equipementos estdo igualmente presentes, como itens de maior ou menor importincia, em quase todas as demais inddstrias de outros ramos Os materiais quo iromos descrever ¢ estudar nos capitulos a seguir apt cam-se as seguintes classes de equipamentos de processo: torres de destilacdo, de fracionamento, de retiticagsio, de absorcao ete. vasos de acumulagao e para outros fins; restores; esferas de armazenagem de gases etc.; vasos de pressio ~ ealdeiras ‘wocadores de calor propriamente ditos; refervedores; ~ ttocadores de calor 4 restriadores: aquecedores; condensadores etc, = fornos: ‘A Norma Regulamantadora NF-13"(caldirs ¢ vas0s de presstol, do Ministétio do Te balho, define os perodos méximos permissivuis das campanhas, de acordo com a classe esses oquipamantos. Em alguns casos, os servigos intermitontes podor resultar mais soveros do que 0 servo continuo, devide a problemas de fadiga mecérica,colapso incremental, eseamagd ete Isso ocote, principalmente, quando os perlodos de parada eo insuficientes 2a inspeso e manutenedo dos equlpamentos. ‘impo: = tanques de armazenagem e outros reservatérios apenas com pressio hidrostatica: tubulagées de processo; tubulacées de utilidades; tubulagées de transporte tubulagées de drenagem; et = tubulardes industriais, 1.2 SELECAO DE MATERIAIS PARA EQUIPAMENTOS DE PROCESSO. A selecdo do material adequado @ cada uma das partes de um equipa: mento de processo 6, freqientemente, um dos problemas mais di que se defronta o projetista ou o usudtio desses equipementos, Damos, a seguir, oS principais fatores que podem influenciar a escotha {dos matoriais. Esea apresentagdo no guarda nenhuma ordem de hierarquia ou de importancia relativa entre os fatores que 6, aids, muito varidvel de um caso para outro @ que, em geral, depende do caso especitico de aplicacao do materia da situacio de mercado e de outros fatores de natureza conjuntural. Além disso, existem quase sempre fatores que do conflitantes entre si. Por exem plo, © material melhor do ponto de vista de resisténcia & corrosdo 6 geraimente (© mais caro € vice-versa. Por esse motivo, cabe ao projetista, om cada caso, analisar os diversos fatores de influencia presentes, verificar os que forem contlitantes e decidir os que deve prevalecer, de acordo com a importancia tiva de cada um, dentro das circunstancias do caso em questio. Temos, também, alguns fatores que sio gerais, validos praticamente para todos 0 equipamentos ¢ suas diversas partes [os fatores (a) até i, a Seguir] e outros que so especificos de determinados equipamentos ou de algumas partes dos equipamentos, Em resumo, © problema ge I consiste em selecionar e especifiear um material que atenda com seguranca as condicdes de servico de uma determina {da aplicacso, com o menor custo possivel, levando-se em conta as proprieda des mecanicas dos materiais, resistOncia 3 corrosdo, facilidades de obtenca0 de fabricagio, vida util esperada ote. 1.3 FATORES GERAIS DE INFLUENCIA a) Fatores rolativos & resisténota mecfinica do material ~ Propriedades mecénicas do material. As seguintes propriedades mecé: ficas dos materiais podem, com mais freqiéncia, influir na sua selerao, deven- do, om cada caso, ser conhecidas as que se aplicarem: limites de resistancia de escoamento, ductilidade (medida pelo alongamento ou pola reducao de éreal, « 3 rosistOncia a fludncia @ & fadiga, tenacidade so entalhe, temperatura de transi 80, dureza e médulo de elasticidade. Voltaremos a esse assunto no item 1.8, a seguir." b) ores relatives ao servico’ = Temperatura em que o material deva trabaihar. Essa temperatura é, em {goral, igual, ou rolacionada, com a temperatura do fluido em contato com o material ~ Fluidos em comato. Deven ser considerados os seguintes fatores em telago aos fluidos em contato com © material: natureza, composiego quimnica @ concentrag3o do fiuido (ou dos tuidos! corrosividade em relagdo aos materials; caréter dcido ou basico (pH) @ oxidante ou redutor dots) fluido(s); impurezas e contaminantes existentes ou possiveis de exist; exis téncia ou ndo de gases dissolvidos e/ou de sélidos em suspenséi ppressio, temperatura © velocidade relativa do fluido em relagso 30 material; '¢ flamabilidade © ponto de fulgor © toxidez, explosividade ou outros efeitos deletérios do fluido. Com relagdo aos equipamentos de processo, os fluidos corrosivos em Contato a que estamos nos referindo s80 quase sempre os fluidos circulantes ‘ou contides no préprio equipamento, Em alguns casos, entretanto, a selecdo dos materiais para 0 equipamento pode ser influenciada ~ ou ditada ~ pelo ambiente externo ao equipamento: atmostera, agua, solo ete. = Apéo dos fluides sobre os materiais. Nesse aspecto, devem ser const dorados ndo 86 os diversos fendmenos de corrosio (que serao vistos no capi tulo 3), mas também outros possiveis efeitos deletérios do fluido sobre © material, como a fragilizagio, alteragdes quimicas @ metaligicas etc muito importante observar quo todas as propriadadas macSnicas dos materais vars ‘sompro em fungdo da tomporaturaWvoja capitulo 2), variagdo assa, Bs vezes, de grands amplitude. 4 resistoncia 6 corresdo tombe, om goral, varia muito com a tomperatura Por esse motivo, & sempre necessirio conhecer essaspronriedades er toda faixaprevst vvelde varacio de temperatura» que o material passa ser submetido. Para muitos Hidos, _2 propriedades fisicas e quimicas podem iqualmentevariar bastante em funBo da tempe- ature. “Todos 0s fatores relacionados com o servco Muidos em contatoe suas pressdes, tempe- ‘atures, propiadades etc.) eo, em ger, varidveis a0 longo do tempo, isto ¢, tom-se, ‘quase sempre, uma série de valores considerados normais, ou de regime, © uma fix, AS ‘vezes ampla, de vatiaco desses valves, inclusive para situacées tansitérias anoxmais ‘04 eventuais de service que possam ocover.Ineressa, portanto, para todos os fates, ‘conhecernBo 5608 valores de regime, como, também, os extremes, endo, frequentemen ‘te, neceasério conhecer a probablidade e a duragdo de ocorréncia deseas extrema. Em alguns equipamentos oxistem pecas em contato simulténeo com dois fluidos diferentes, como 6 0 caso dos espelhos, feixes tubulares © serpentinas dos aparelhos de troca de calor. Para esses casos, a escolha dos materiais ade- ‘quados 6, as vezes, bastante dificil, devido @ diversidade de efeitos corrosivos @ do tomperatura dos dois fluidos em contato, ~ Fleito des residuos conseqiientes da corroso. Qualquer processo cor- rosivo ~ ainda que moderado, ou até desprezivel - gera sempre residuos que vie contaminar 0 fluido citculante ou contide no equipamento. Por isso, em muitos casos, a solecdo do material sera determinada pelo maximo toleravel de contaminacao e suas conseqiiéncias sobre cor, 0 gosto, a toxidez ou sobre outras propriedades do fluido. O chumbo, por exemplo, é um material de alta resistencia 2 corrosdo, mas de emprogo limitado, porque doixa residuos alta- monte t6xicos. Os residuos da corrosio quando se acumulam no fundo dos equipamen- tos @ tubulacdes podem ocasionar sérios problemas de corrosdo por pites @ de corrosdo em frestas (veja capitulo 3) = Nivel de tensées no material, O material dove resistir aos estorcos solicitantes €, por isso, a sua resistencia mectnica deve ser compativel com © nivel de tensdes que se tena, isto 6, com a ordem de grandeza dos esforcos presentes, Para que as espessuras das diversas pecas sejam razodveis, é ne- cessdtio que sejam empregados materiais de grande resistencia quando 0s es- forcos forem grandes e vice-versa. Deve ser observado que, em qualquer equi amento, existem sempre numeroses esforcos além da pressao do tluido (que, as vezes, néo 6 0 vsforco predominante), tais come: pesos, apo do vento, reacdes de dilatacdes térmicas, sobrecargas extemas, esforgos de montagem ate © valor om si da prassdo pode também determinar, em alguns casos, & selecdo do material, como no denominade “sorvico com hidrogénio", que seré referido mais adiante (veja figura 4.5 e item 11.10) — Natureza dos esforcos mecénicos. Independente do nivel de tensées, a nnatureze dos esforcos existentes (tracdo, compressao, flex, estorros estati ‘60s ou dindmicos, choques, vibracdes, esforcos ciclicos etc.) também pode condicionar a escatha do material. Os materiais frageis, por exemplo, ndo de- vem ser utilizados quando ocorrorem esforcos dindmicos, choques ov altas concentragbes de tensbes. So exomplos de materials frégeis 0 fero fundido, © vidro, a cer8mica e alguns materiais metélicos em temperaturas inferiores & ‘sua temperatura de transicao dicti-frégil. ‘Tratando-se de materiais de boa ductilidade, os pontos de concentracdo de tenses, mesmo quando graves, podem néo ter maior importéncia porque o material deforma-se localmente, onde as tensdes forem elevadas e, com isso, hd um relaxamento que alivia ¢ redistibul as tensOes. Essas deformagdes nao Podem, entretanto, ser toleradas quando houver repetic8o ou inverséo cfclica das tensdes, devido & possibilidade do tvincas por fadiga. Em materiais frageis a deformagdo local ¢ 0 relaxamento das tensdes ‘do so possveis. Voltaremos a esse assunto no item 1.8. €) Fatores relatives 2 fabricacdo do equipamento Com excec&o do aco-carbono, todos os outros materials tam determina. das limitagSes quanto as possibilidades de fabticagio @ de montagem. Por essa razéo, independente de outras consideragdes, o tipo, © formato eo tama ‘nho da pega ou do equipamento j4 de si excluem o emprego de determinados imateriais, com os quais no seja possivel, ou ndo seja econdmico, fabricar ou ‘montar a pega ou © equipamento em questo, Sobre esse assunto deve ainda ser considerada a soldabilidade, usinabllidade & a faclidade de conformago do ‘material, Soldabilidade nio ¢ apenas a possibilidade do emprego de solda, ‘como também @ maior ou menor dificuldade de soldagom @ a necessidade ov ‘no de tratamentos térmicos e de outios cuidados especias, 4) Disponibitidade dos materiats ~ Facilidade de obtencso do material. Devem ser consideradas @ maior fou menor facilidade do obtencdo dos diversas materiais possive's, 8 necessida- dde ou no de importapaa, os prazos de entrega. as quantidades minimas para a compra, a existéncia de estoque ete. ~ Forma de apresentagao do material. As matérias-primas necessérias ppara a fabricacdo dos equipamentos de processo (ou de suas partes) podem se ‘apresentar sob varias formas, dependendo do tipo do equipamento ou da parte ‘ser fabricada: chapas grossas, chapas finas, tubos para condu¢do, tubos de ‘roca de calor, forjados, fundidas, acessdrios de tubulagio etc. Na pratica, com exceeao do ago-carbono, muitos dos outros materiais no s8o encontra- dos no comércio ~ ou no so facilmente encontrados ~ em todas essas for- mas de apresentagdo. Por esse motivo, dependendo da forma desejada da ma: téria-prima, alguns materiais deve ser preliminarmente eliminados, pars os quais @ forma necesséria ndo exista ou soja de muito dificil obtencao. e} Custo do material E evidente um fator importantissimo e, freqdentemente, decisive na es: colha, Para cada aplicagio pratica existem quase sempre varios materiais possi- ‘eis; © melhor sera © que for mais econdmico. Para a decisdo de qual o material mais econdmico, deve ser considerado nfo 86 0 custo direto do material, como também uma série de outros Tatores: custo de fabricacao, tempo de vida, custo de paralisagao e de repasigso do equipamento etc. Por exemplo, © custo por quilo de um aco inoxidavel austenitico tipo 304 6, aproximadamente, 2,7 vezes superior ao custo de um aco-liga 1% Cr-%i Mo, entretanto, a construcao de um ‘equipamento em ago tipo 304 pode resultar mais econmica do que em aco- liga, porque a soldagem do ago inoxidavel é muito mais fécil, além de serem dispensdveis os tratamento térmicos. Voltaremos a esse assunto no item 1.12. or um determinado material obriga, sempre, que se investi- gue © se ‘gncia prévia que possa vxistir com esse material no ‘mesmo servigo. Em casos importantes 6, om goral, muito arriscado decigir-se por um material para 0 qual ndo oxista nenhuma experiéneia anterior em servico semelhante. Voltaremos a esse assunto no item 1.5, 19) Tempo de vida previsto © tempo de duracao minima do material tem de ser compativel com o tempo de vida stl provisto para o equipamento ou para a peca. O tempo de vida Guil depende da natureza da aplicagie (equipamento principal ou secundé fio, paca de reposiego etc.}, da importancia do equipamento, do tempo de amortizagso do investimento, bem como do tempo previsivel de obsolescéncia do equipamento ou da instalag: hh) Voriagses toleradas de forma ou de dimensies Para @ maioria dos equipamentos de processo podem ser toleradas varia es rolativamente grandes, na forma ou nas dimens6es (da ordem de 1% ou, 8s vezes, mais), durante a vida util do equipamento, sem que haja prejulzo para 2 funcionamente, padendo, portanto, serem selecionados materiais capazes de sofrer tais variagdes, por efeito de deformagdes mecanicas, dilatacdes, desgas: te por corrosdo etc. Existem, entretanto, alguns componentes de equipamen: tos ~ ou mosmo alguns equipamentos ~ para os quais no se pode admitir esas variacdes dimensionais, devendo, por isso, o material solecionado apre: sentar maior estabilidade dimensional. Voltaremos a esse assunto no item 1.6 Seguranga Quando 0 risco potencial do equipamento, ou do local onde © mosmo so encontra, for grande ou, ainda, quando 0 equipamento for essencial ao funciona- ‘mento de uma instalago importante, ha necessidade do emprego de materiais, que oferegam 0 méximo de seguranga, de forma a evitar a ocorréncia de ruptu- ‘as, vazamentos ou outros acidentes, que possam resultar em custosas par ‘sages, ou mesmo em desastres. Como ja foi observado, so freqiientes os casos de equipamentos es- senciais ao funcionamento de toda uma instalago, que poderd sor totalmente paralisada se 0 equipamento sair de operacao, ‘S80 exemplos de isco potencial elevado os equipamentos que traba- tham com fluidos inflamdveis, t6xicos, explosives ou em temperaturas ov pres ses muito altas. Os materiais de baixo ponto de fusdo (materials plésticos, borrachas, aluminio, chumbo etc.) no podem ser empregados em equipamen- tos que devam ser 8 prova de fogo. Reatores nucleares @ outros equipamentos sujeitos a altos niveis de tadiago podem softer processos especificos de deterioragdo e sempre exigom condi¢des excepcionals de seguranca. Esses equipamentos esto, entretanto, fora do escopo deste liv, 1.4 OUTROS FATORES DE INFLUENCIA Para tubos em geral: i) Coot tos de atrito Esse fator aplica-se tanto aos tubos para condugéo como aos tubos de troca de calor. 0 valor da perda de carga admissivel é, 8s vezes, limitado, obrigando a que se adotem materiais de baixo coeticiente de atrita. Deve ser considerada, também, a possiblidade do aumento desse coeficiente durante a vvida do equipamento, em decorréncia do prépiio servico, devido a incrustagses, corrosio, depdsitos etc., que aumentam a rugosidade do material @ reduzem ‘roa atl de escoamento, Para tubos de troca de calor K) Condutividade térmica Este fator ¢ importante somente para os tubos de troca de calor de supericie estendida (alotados, pinados etc.). Para tubos lisos pode, em geral, ser desprezado, embora a diferenca de condutividade térmica entre os metais soja grande, porque os outros fatores que atuam como barreira térmica (carma- das limites, incrustardes etc.) so muito maiores, tornando pequena a parcela devida ao material 1) Método de fixago dos tubos aos espellios em aparelhos de troca de calor © material ‘dos tubos tem de ser adequado a0 método de fixago ser lempregado: mandrilagem, soldagem ete. 'm) Material dos espelhos ¢ das chicanas em aparelhos de troca de calor O material dos tubos deve ser compativel com o material dos espelhos das chicanas, tendo em vista problemas, por exemplo, de corrasio galvinica. Outros fatores especiticos de infludncia’ 1) Dureza e resisténcia & abrasio Este fator aplica'se as pecas sujeitas a desgaste superficial pronuncia- do, como € 0 caso, por exemplo, de tubulacdes @ outros equipamentos sujeitos ‘a0 escoamento de catalisadores, minérios, lamas, fluidos com s6lides em sus: ensfo, escoamento bifésico (g&s ¢ lquido), provocando o impingimento, ©} Possibilidade de solda com outros motais Para algumas partes dos equipamentos, a selegio de materiais poderé ser ditada pela necessidade de solda com outras partes, 0 que impde que 03 metais sejam soldévels entre si. E 0 caso, por exemple, dos suportes dos vasos, que devem ser de material compativel com a solda no casco do vaso. 8 1.5 OBSERVAGOES SOBRE A SELEGAO DE MATERIAIS Pora solugo do problema da escolha dos materiais, a experiéncia do projetista ~ ou do usuério do equipamento ~ 6 indispensével ¢ insubstituivel. 56 a experiencia passada, rosultante do acdmulo de informacées e de solupoes ‘adotadas em casos anteriores, ¢ capaz de julgar com objetividade e seguranca 6 rau de influéneia de cada um dos fatores mencionados acima, Para a maioria ddos servicos mais usuais, jé existem materiais consagrados pela tradicéo, pelo pratica dos projetistas, dos usuérios ou, ainda, pelas normas e cédigos exis tentes. Seguir, simplesmente, a tradi¢do 6 8 solugdo mais simples © segura, fembora nem sempre conduza a0 material melhor e mais econdmico. O projetis: ta deve ter o espifito aberto para o exame ¢ aceitago de novas préticas, porque 8 técnica evolut répido e, continuamente, est80 sendo langados novos materiais ou aperfeigoados os oxistontes,* Deve ser observado, entretanto, que quando se considera a experiéncia prévia de um determinado material, os dados de experi¢ncia sejam relativos a lum servico exetamente igual a0 que se tonha e nfo apenas semelhante, porque ‘as numerosas circunstancias varidveis (temperatura, velocidade relativa do flui- o, concentragéo, impurezas, pH etc.) podem modificar completamente 0 com- po'tamento do material, como veremos mais adiante ‘Quando as Gnicas experiéncias prévias existentes forem relativas @ um servigo nao exatamente igual, inclusive quando consistirem apenas em ensaios de laboratério, ¢ importante que sejam estudadas com cuidado as diferencas fem relacio a0 servigo real que se tom, bem como suas possiveis influéncias no comportamento do material, E importante observar que as experiéncias de ta- boratério ndo conseguem, em muitos casos, reproduzir fielmente as condigoes {do equipamento em servico; € 0 caso, por exemplo, dos fendmenos de fluéncia @ muitos dos fendmenos de corrosdo, que 36 sao observéveis ao fim de um longo tempo. Por esse motivo, os resultados de laboratério, mesmo quando confiaveis, deve ser considerados com cautel. Voltaremos a esse assunto no item 3.1 Em muitos equipamentos, algumas partes costumam ser feitas de mate- tial diferente © mais nobre do que o ompregado para a construgso do equira- mento propriamente dito. Entre esses casos, podemos citar: = tubos de troca de calor de caldeiras, foros, trocadores de calor ets. Esses tubos, além de estarem em contato com dois tides diferen: tes, devem sempre ter paredes finas, no s6 para melhorar a troca de Tojo em dia, alm dos materiois ja existontes - que podemos chamar de “materiais do pratelera"~ exstem também materais desenvolvides produzidos especiticamente pa tom determinade caso de aploapio. Sao os mateiaisraylored made. Esses materiis, ue inclem igas metdeas esnecias, bam como materia no-metslicos cerémicos © polimores, ‘io projetados efabricados especialmente pare apresentorem as qualidodes desejadas thas proporgbes deaejadas, O emprogo dassus materais&, entretanto, restito a alguns poucos cases, devi ao custo muito elevado. € uma verdadeira“alquimia moderna”, como homed por alguns autores calor, como, também, por motivo de reduedio de peso do conjunto do foeixe tubular. Por esse motivo, so, freqtlentemente, de material me: thor e mais resistente & corrosio: ~ pepas internas desmontéveis em vasos de pressio (bandejas, borbu Ihadores, grades, recheios etc.). Essas pecas sio, freqientemente, de material mais resistente 3 corrosdo, para permitir a ajustagem me- nica, a desmontagem e, também, paca que possam ter pequenas espessuras, reduzindo, assim, © peso, Como regra geral, as pecas internas nBo-desmontaveis (soldadas ou fixadas permanentemente 8 parede do vaso) so sempre do mesmo material do préprio vaso, ¢ as pecas desmontaveis podem ser de material diferente, quando necessério ou conveniente: = materiais de aparafusamento e de fixacdo (paratusos, estojos, por fas, arruelas, grampos, cfigs etc.) sdo pecas pequenas, sujeitas a grandes esforgos © que ndo podem softer alteracio dimensional nem desgaste por corrosao, que prejudicariam 0 aperto e dificutariam a dosmontagem; = pegas internas em vélvulas, purgadores, filtios @ outros aparelhos. Essas pepas silo, também, geralmente, feitas de material mais resis tente 4 corrosio, porque s80 de pequenas dimensdes, sujeitas a gran- des esforgas e nas quais ndo se podem admiti alteracées dimensionais, que perturberiam 0 funcionamento, devide avs ajustes e folgas aper tadas, Como jé referido no item 1.4 (h), para os equipamentos de processo om Geral permite-se quase sempre variacées dimensionais relativamente grandes. ‘sem prejuizo do seu funcionamento. 0 mesmo, porém, no acontece com pe cas internas desmontaveis em geral, pecas com ajustagem mecénica de certa preciséo (flanges em geral, por exemplo), materiais de sparatusamento © pecas fem movimento (eixos, hastes méveis etc.) - quando existentes, Para todas essas pecas, alterapdes dimensionais, mesmo pequenas, podem resuitar em vazamentos, em grave perturbacao do funcionamento ou em dificuldade ~ ou impossibiidade ~ de montagem e desmontagem, Para equipamentos importantes ou de responsabilidade, & conveniente ‘que, na selecdo final dos materisis, seja considerada uma certa margem de sequranca, para levar em conta possiveis desvios em diversos fatores, tals como defeitos no material, defoites de fabricagao do equipamento, falhas em dados de resistencia & corrosdo, falhas em sistemas de protecao etc... além de variagdes nfo-previstas de temperatura, velocidade relativa do fluido, concen traco e impurezas no fluido etc. Isto 6, quando a escolha recair em um material ‘que esteja em suas condi¢bes-limites de utlizacéo, convém que soja considera- da a possibilidade de uso de outro material melhor, que esteja, portanto, mais afastado das suas condi¢ées-limites. Resumindo 0 que foi exposto acima, podemos indicar a seguinte rotina para a selego de materiais de um determinado servico: 10 1, Relacionar ¢ estudar a experiéneia prévia existente para o servigo em + questi. 2, Estudar @ analisar todos os fatores que possam influir na selegdo do material. 3, Colocar esses fatores em ordem de importancia. 4, Estabelecer as caracteristicas que deva ter o material ideal 5, Conhecer os materials disponiveis @ suas limitapdes Tlsices e de fe- bricarao, 6. Realizar ensaios @ testes, caso posstvel e necessari. 7. Comparar os materiais que possam satisfazer, otimizando 0 custo. Finalizando, é importante assinalar que 8 solegio © especiticacio dos materials para um equipamento de processo é um problema de engenharia e, or isso, como para qualquer problema de engenharia, devem ser considerados todos 0s fatores éticos e sociais que possam estar envolvidos, ainda que de forma remota ou indireta Assim, além do aspecto de seguranca om equipamentos que apresentamn ‘isco potencial ~ que ja chamamos ateneao no item 1.3 (i) ~ devem ser conside- rados, por exemplo, possiveis prejulzos a terceires, danos ecolégicos, infra ‘960s de marcas @ patentes etc 0 engenheito deve ter sempre em vista que o seu projeto, ou a sua obra, vai ser realizado @ operado por pessoas humanas e deve ter, em ultima andlise, a finalidade de atender, 0 melhor possivel, a uma determinada necessidade social 1.6 CLASSIFICACAO DOS MATERIAIS PARA EQUIPAMENTO DE PROCESSO Existe uma variedade muito grande de materiais empregados na constiu- 80 de equipamentos de processo. Sem pretender, absolutamente, que s¢ja completa, podemos apresentar a soguinte classificacdo desses materiais: Aea-ebano Mewistenosoe {oan 1. aaa or vas do Aes ovis preston per wocadores toca reve Amiens tose tut araotenansa Leave stirs En " Niquel e tigas: Tei ei ose 2. Mains parocoleves ——_¢Aga-cabeno Comoe tele {im tot te pow wads = Tins eeiplscos tm poem set empregedos em ato xpi, oxeto ora feixe tubular " a 5. 2 Materiais para tanaue de armazenamentoe outros eservatérios Moterais para tubulacdes (tubos, valvulas, conexdes ‘acossorios de tbulacio} Materias para revest ‘mentos interes de vases, tanques, trocadores do calor tubulagbes > Rigumas madeira tame Meta ferrosos Metsie nfo-terrosos Materiaie ndommetilicos ota forrosos Metais ndo-tercosos Materais nfo-metilicos Metaieos io metatcas| podem ser emprogadas. Acostiga -Acos-carbono {ii Cobre etigas Aluminiosofigas {mnt armado Materiaisplésticos ‘Agos-earbono Aposstiga ‘os oxidavois Foros fundidos Ferro malosivet Fer frjodo Fowrosigados ‘Cobre eligas| Aluminio #igas CChumbo eigas| Niguel etigas Titinio, zc @igas ‘Matoriisplasticos Coneveto armed Cimento amianto Barro vidrado Video, coramiea Borrachos ‘Ages inoxidavois Zeco ‘Niquote toa Chunboetigas| Titnio, zene Haas Matorais plsticos Concreto Video, cerémics Borachas Gratta Astolto Trataremos, neste estudo, principalmente, dos materiais metélicos, que ‘880 de longo os mais importantes para todas as classes de equipamentos de proceso, (Os materiais motdlicos empregados em equipamentos de processo po ‘dem sor encontrados no comércia sob varias formas de apresentagao, sendo as seguintes as mais importantes: = chapas grossas (espessuras de 4,8 mm ou maior) laminadas @ quente (chapas planas, retangulares, avulsas); — chapas finas (espessuras até 4,8 mm), apresentadas como chapas planas avulsas ou como bobinas; — tubos para condueso (sem costura ou com costura: ~ tubos para troca de ealor (sem costura ou com costura); ~ acessérios © conexdes de tubulagdo (flanges, curvas, joolhos, tes, redugées, valuulas etc.}; ~ pecas foriadas: = pecas fundidas. Temos, ainda, como formas de apresentagdo menos importantes ~ ou menos freqiientes, no nosso caso -, entre outras, perfis laminados, barras, tras e arames. € importante observar que poucos materials so facilmente ‘encontraveis no comércio om todas as formas de apresentacao. ALASTM (American Society for Testing and Materials) juntamente com SAE (Society of Automotive Engineers) publicaram 3 norma ASTM-DS-56a (Unified Numbering System for Metals and Alloys], introduzindo uma nova humoragio sistematica para identificar os motais e ligas metalicas de uso co- ‘mercial, visando terminar com a balbrdia e falta de ldgica dos diversos siste- mas do identificagio de metais, em uso corrento nos Estados Unidos. Pela norma DS-56a, cada material metdlico diferente sord identificado por uma letra, seguida de quatro algarismos, sendo as seguintes as letras indicativas das diversas classes de materiais a" Arco: Aluminio @ ligas Meco: Metais ndo-ferrosos diversos Cxxxx: Cobre ¢ ligas Nroowx: Niguel ¢ ligas Foox: Ferros fundidos — Sxxxx: Acos inoxidéveis Kix: Agos-carbono de baixa liga Todas essar designagdes valem para materiais em qualquer forma de apresentacao. De todos os matoriais, 0 ago-carbono ¢, como veremos adiante, o material {de maior uso, sondo empregado na construcdo da maioria dos equipamentos de proceso, ficando a utlizaeo de qualquer um dos outros materiais restrita 20s ‘casos em que nao ¢ possivel o emprego do aco-carbono. A razdo desse fato é {que 0 aco-cabono, além de ser um material de boa soldabilidade, de facil ob- tenedo ¢ encontravel sob todas as formas de apresentacdo, € 0 material meté: fico de menor prego em relagdo sua resisténcia mectnica. Para mostrar Predominancia do a¢o-carbono, basta dizer que a produgdo desse material corresponde a mais de 90% da produgdo mundial somada de todos os materials Imetdlicos; em uma refinaria de petréleo tipica, a percentagem em peso de ago- carbono, no total de equipamentos e tubulardes, ¢ de cerca de 95%. ’ 13 1.7 ESPECIFICACOES DE MATERIAL Todos 0s materials, metalicos ou nlio, empregados nos equipamentos do processo devem ter as qualidades ¢ propriedades perfeitamente conhecidas €¢ garantidas ©, por isso, ¢ pratica usual exigit-se que todos os materiais obede. ‘cam a alguma “Especificacio de Material” Chamam-se Especificacdes de Material documentos normativos emiti- {dos por sociedades de normalizag’o reconhecidas, pablicas ov particulares”, fu por alguns fabricantes ou usudvios importantes de materiais, definindo os propriedades de algum material. Essas especificagdes contom, geralmente, as seguintes informacdes e exigéncias minimas = material abrangido pela especificacdo, com indicagdo de sua forms {de apresentacdo, finalidade de emprogo e, Bs vezes, também limites © tolerdncias dimensionais (p. ex.: limites de espessura de chapas ov de diametro de tubos); = processo (ou proceso) do tabricagdo © de acabamento: = composigo quimica do material e respectivas tolerdncias. Para mate- Fivis siderdrgicos 6 comum que sejam indicadas duas composicoes uimicas, chamadas de “andlise de corrida” ou de “panela” (heat analysis, laddle analysis} © “andlise de produto" ou “comprobatéria” (product analysis, check analysis), sondo ssa Ultima com tolerdncias, ‘mais apertadas: = propriedades mecdnicas minimas exigidas. Em goral so especiticados, ‘no minimo, os valores dos limites de resistencia, de escoamento e 0 ‘alongamento; eventualmente, outras propriedades podem ser especitica ‘das, como reducdo de dea, dureza, energia de impacto et = ensiios exigidos, ou recomendados, em corpos de prova para a deter: ‘minago das propriedades mecanicas e amostragem exigida para es- = eondigdes de reparo de doteitos observados: = condigdes de aceitaco e de rejeicao do material Em alguns casos, as Especiticagdes de Material podem ainda conter dados dimensionais, outras propriedados fisicas ou quimicas, exigéncias su -Sequintes algumas das organizacies quo emitem Especificacbes de Mat Bras 'ABNT (Associaeo Brasileira de Normas Técnicas) [ABRACO (Associacio Brasileira de Cortsio). Estados Unidos: ASTM American Society for Testing and Materials); ASI (American ron and Stee! Institute): ‘APL (American Petroleum Institute); SAE (Society of Automotive Enginoors). G18-Bretanha: BSI (Beitish Standards Institution), ‘Alemanha: IN (Deutehes institut for Normunal. Franca: ‘AFNOR (Associaton Frangaise de Normalization) "Algun usustios importantes de equipamentos, como é 0 caso da PETROBRAS, també ‘emitem Especiicapses de Material 14 plementares ou opcionais (ensaios suplomentares, por exomplo) condigées de ‘acabamento, de marcaco e de embalagem dos matorais. E comum as Especifica ‘goes de Material fazerem referéncia a outras normas, que deve também ser con- sultadas em cada caso. ‘As Especificagées de Material so designadas, cada uma, por uma sigla alfe-numérica, que serve também para designar os materiais por ela definidos. Cada especificagio abrange sempre materiais om uma dnica forms de ‘apresentacdo, de modo que um mesmo tipo de material, quando existente em diversas formas de apresentacéo, estaré enquadrado em varias especiticagdes. ‘como mostrado nas tabolas 4.1, 5.4 e 6.8. Chama-se atencdo, entretanto, que ' maioria das especificagées inclui no apenas um unico tipo de material, mas Varios tipos, distinguides entre si pelas denominacées de “classes”, “graus” ou “tipos”. Por esse motivo, para especificar corretamente um material, 10 basta citar somente a sigla da especificacdo, sendo necessério indicar também ‘classe, grau ou tipo do material, bem como as exigéncias opcionais que forem exigidas, quando for o caso. As Especificagdes de Material ~ como aliés qualquer outra norma de engenharia - so documentos dindmicos, sujeitos, poriodicamente, 3 revises para melhorias, acréscimos e eventuais corregdes. Por esse motivo, deve-se prestar atencio para o ano de edicao de uma doterminada Especiticacdo, princi palmente tratando-se de equipamentos antigos, ou de material adquirido ha muito tempo. Outro documento referente 3 qualidade dos materiais que também & prética corrente exigi-se para fodos os materiais que sejam empregados em ‘equipamentos de processo € 0 “Cortiicado de Qualidade", emitido pelo fabri- ‘conte do material. Esse certificados, que so numerados. datados e assinados or profissional habilitado, devem, obrigatoriamente, acompanhar cada lote de compra de qualquer tipo de material. 0 certificado deve conter, no minimo, as seguintes informagdes: quantidade @ tipo de material; sigla da Especificagao de Material & qual 0 material obedoce (com indicacdo de classe, grau ou tipob; fndmero e data da corrida ou da fundi¢do de producso do material; valores de composicio quimica e de propriedades mecénicas, obtidos de amostras do material, como oxigido na Especitica 1.8 RESISTENCIA MECANICA DOS MATERIAIS METALICOS A cesistencia mectinica dos materiais metélicos é caracterizada principal- mente pelos seguintes parametros: = resisténcia & tracdo; ~ resisténcla & fludncia; = resistencia & fadiga Como ja foi enfatizado no item 1.2, todas as propriedades mecénicas 08 materiais variam com a temperatura 15 A resistencia a tragao 6 medida nos ensaios de tragio, com procedimentos € corpos de prova especificados por normas,” onde sio determinados os valores dos limites de resistencia (LR) e de escoamento (LE}. De acordo com as normas, © limite de escoamento corresponde & tensao que causa uma certa deformagio plés- ‘ica no material, que é de 0,2% para os acos usuais; 0,1% para algumas ligas ndo- ferrosas e acos muito dures; €0,5% para os metais de grande ductilidade, como 0 aluminio ¢ 0 cobre, por exemplo. Embora cada cristal individual seja anisotr6pico, a resistencia mecanica de uma peca metélica é, em geral, a mesma om todas as direpdes, devido a fexisténcia de grande quantidade de gros orientados aleatoriamente. Mediante trabalhos de deformaco (laminacdo, forjamento etc.) é possivel conseguir-se luma orientagdo preferencial dos cristais, de forma a obter melhores proprieda des mecdnicas em uma determinada diregao. ‘A ductilidade, isto 6, a capacidade do material em se deformar sem se romper, € medida pelo alongamento (isto 6, a deformacao longitudinal sofrida pelo corpo de prova na ocasiéo da tuptural @ pela percentagem de redugdo de rea na ruptura (estrice8o}, ambos os valores obtides nos ensaios de traci Uma boa ductilidade muito importante para permitir que o material possa aceitar - sem se romper ~ deformacées locais resultantes de pontos de con: contragao de tenses, ou de um aumento subito de carga por qualquer motivo. ‘A boa ductilidade 6 também indispensavel para todos os materiais que devam sofrer conformago a fia, exigindo-se, nosse caso, um alongamento minimo d0 20%. ‘A tenacidade de um material ¢ medida pola energia de deformacio absor- vida pelo material até @ sua ruptura; esse valor corresponde & area total com- preendida sob a curva wisduidetunnerde, © & a capacidede do material de rosistir a um choque sem se romper. E facil de entender que um determinado material pode ter um grande valor do limite de resisténcia e pequena tenacida de, e outros, pelo contrario, grande tenacidade © um valor moderado de limite do resisténcia Chama-se dureza de um material a sua resistencia & penetracio superti cial, medida pelas escalas Brinel, Vickors © Rockwell. Para a maioria das partes {dos equipamentos de processo no € goralmente exigide grande dureza, que. pelo contrétio, costuma ser prejudicial por dois motives: 1) em geral, os materiais metdlicos de grande dureza so mais sujeitos & ‘corrosio sob tonsdo; 2) em geral, também, quando a dureza é elevada, a ductilidade & peque: nna e e350 ultima ¢ uma propriedade bem mais importante. Uma gran- de dureza pode, entretanto, ser necesséria para algumas partes alte- mente tensionadas ou sujeites @ grande desgaste superficial, como ssedes do valvulas, por exemplo. A dureza é, em geral, proporcional a0 limite de resisténcia do material Ts norma que dete o ensaio de tag uniialerespoctivos corpoe de provs, $30, pot ‘exemplo, MB4-77, da ANT, e€-8, da ASTM. 16 A fadiga mecanica é 0 fendmeno da ruptura de um material com tenses Inforiores a0 limite de resistencia, ou de escoamento, em consequéncia da aplicagdo de um carragamento ciclico. A resistencia 8 fadiga 6 medida pelo fnimero de ciclos necessérios para a ruptura, através de ensaios onde ¢ aplica ddo um catregamento variavel, geraimente senoidal. Para cada metal ou liga metélica tem-se uma curva rolacionanda @ tensio média no material com 0 rnvimero de ciclos para a ruptura (curvas S-N, ou curvas de Wahler!, como os cexemplos da figura 1.1. Para os acos em geral (apas-carbono, acos-liga e inoxids: vois), essas curvas apresentam um patamac, a partir, aproximadamente, de 10° ciclos de carregamento, de forma que, para tensbes inferiores a um certo valor, ddenominado de “limite de fadiga” (Se), 0 niimero de ciclos para a ruptura torna. 50 infinito, 0 limite de fadiga costuma ser cerca de metade do limite de resis tncia dos acos usuais. Por esse motivo, para a grande maioria dos equipamen: tos de processo, pode-se desprezar o efeito de fadiga, jd que, e % ‘eral, 0 ndme- ‘© > Ho oy Cy sl za ja £ Amin 0566 8 é to 10 0" 10 ot 1 NOMERO DE CICLOS DE CARREGAMENTOPARA A RUPTURA, Figura 1.1 ~ Curvas SN (Curva de Wolo, "7 ‘0 de ciclos de carregamento durante a vida util do equipamente nao & muito Grande, © @ tensio admissivel é inferior & metade do limite de resisténcia.* Para os metais ndo-ferrosos, a curva S-N ndo apresenta esse patamar, tendo uma queda constante, nao existindo, assim, o limite de fadiga A resisténcia a fluéncia © a resisténcia a0 Impacto, relacionadas com 98 fendmenos de tuéncia e de fratura frdgil, serdo vistas no capitulo 2, a seguir 1.9 RECURSOS PARA MELHORAR AS PROPRIEDADES MECANICAS DOS MATERIAIS METALICOS Para todos os materizis metalicos, as propriedades mecdnicas no sfio na earacteristica intrinseca de cada tipo de material,** porque podem ser profundamente modificadas por uma série de tatores. Em outras palavias, pode 80 dizer que essas propriedades dependem, em cada caso, do efeito isolado ou combinado desses fatores, entre 0s quais temos: composi¢ao quimica exata do material, processos de fabricapao, de acabamento e de conformacao, tama ho de gros da estrutura motaldrgica, espessura do material e tratamentos \érmicos realizados. Esses mesmos fatores de infludncia so, também, 08 re cursos que podem ser empregados para molhorar as propriedades mecénices de fem determinado material metalic a) Composicéo quimica ~ para quase todos os materiais motslices pode- se conseguir un grande aumento na resisténcia mecanica e na dureza, pela adigiio de elementos de liga***, que atuam de vérios modos: formacio de barreiras que dificultam 3 movimentagio das discordancias, formacio de novos Componentes mais resistentes”*** — como ¢ 0 caso da cementita e da martensita Ros acos ~ e precipitacdo de fasos sdlidas, em conseqiiéncia do resfriamento, ‘Como7d foi referido neste capitulo, a maiora dos equipamentos de pracesso trabalha em regime continuo, cam eampanhas de até 36 meses, Dessa forma, o nimeto de eiclos completes de pressutizapio v desprossurizagdo raramente sera superior a 35 durante toda a vida dtl do equipamento,e, portant, mato inferior ao lite de fadige Pera os materisis ndo metilicos(materias ceramicos, polinero et} podeinos tor tam bbém, em alguns casos, modificacdes nas propriedades mectnices pela aco de alguns dos mesmos fatores que etuam sobre a8 metais, mas sempre em proporedes muito menores do que ocorte com os materais metaicos Para exempiiicar esse fato, basta dizer que, onquamto os limites de resiténcia do ferro «do aluminio purs s80, respectivamente, 1.408 ko/em® (138 MPa} e 281 kglem? (28 [MPa), os limites de resisténcia das igas mais resictentes desses metais séo 18.900 ko! em? (1.860 MPa) e 5.480 kyfom? (538 MPa), ito €, valores 13,60 19,5 vezes maior. © aumento de resistencia 6 principalmente obtida pela formagto de componentes meta estévels coma a martensite, nos agasl. Os componentes om equiio estavel nba dao ‘grande aumento e cesistenca O limite de escoamento ¢ a tensdo para a qual a movimentagio de discordéncias no ‘material ¢ generalzada. Assim, para aumentarolimite de escoamento,procuta Se crat barreiras que itcultem e538 movimentagso, 18 que diminui a solubilidade de um metal no outro. A adi¢do de elementos de liga também pode aumentar a resistencia & fluéncia, 8 tenacidade © abraséo. Todas esses propriedades podem ser sensivelmente modificadas mesmo pela adicdo de pequenas quantidades de elementas de liga, inferiores a 1%, como setG0 vistos diversos exemplos nos capitulos seguintes deste livia. Em alguns casos rar0s, a adigao de elementos de liga diminul a resistencia mecanica. b) Processos de fabricacdo, acabamento & conformacio @ espessura do ‘material ~ todos esses fatores tém grande influéncia nos diversos aspectos da tesistOncia mecdnica. Por processos de fabricagio © de acabamento estamos tentendendo os processos de laminaglo, extrusio, treflacio, farjamento e fun: dicd0 ou variantes ou combinardes desses. Os processos que resultam em deformacées plésticas (todos os acima citadas, exceto fundigo), em geral, concorrem para aumentar a resisténcia mecdnica do material. Esse aumento seré tanto maior quanto mais severa tor a deformagso, porque cada passe sucessivo do dofermaco promeve uma redue3o no nUmero © na gravidade das discordancias, que assim vao sendo gradativamente reduzidas, bem como, em alguns casos, uma orientacao preferencial dos gros do material, dando maior resisténcia em uma determinada diregio. Por esse motivo, os materiais de pe: quena espessura (chapas finas, fios, tubos de paredes finas), que sofreram maior ndmero de passes de detormacao, tém maior resistencia unitéria do que 0 de grande espessura. © maximo de resisténcia ¢ conseguide nos arames & fios que sofroram 0 maximo de detormacao. Um grande aumento no limite de escoamento @ na dureza do material pode ser conseguido por trabalhos de deformacio @ trio no material (martela mento, calandragem, dobramento etc.), devido ao fendmeno do encruamento (strain-hardening), Eneruamento € 0 aumento na tensdo necesséria para causar , luma nova deformacao pléstica, davido as interfergncias mutuas entre as discordancias, em conseqiiéncia da propria deformacao. O encruamento causa, entretanto, uma sensivel redueSo na ductilidade do material e no é uma condi G80 estivel, porque pode ser modificada pela acdo do tempo ou por um ciclo térmico. Chama-se deformacio a trio & daformagdo realizada em temperatura inferior & temperatura de recristalizagio do material, © deformagio a quente a Fealizada em temperatura superior. Temperature de rectistalizagdo 6 a tempera tura em que ocorre um rearranjo completo dos étomos e a nucleacdo de novos eristais nao-deformados; para o aco-carbono, essa temperatura 6 de corca de 540 °C. Além do possivel encruamento, qualquer deformacao a frio introduz tensGes internas no material, que podem prejudicar a resistencia & corrosio (maior tendéncia & corrosio sob tensao) ¢ a resisténcia ao impacto. O que foi dito acima sobre as doformacées a frio © a quente, vale também para os diver: 505 processos de conformacdo do material (calandragem, estampagem, dobra- mento ete.) AS chapas muito grossas, além de menor resisténcia mecsnica unitéria e ‘maior custo por peso tém, também, maior incidéncia de defeitos internos, maior dificuldade no controle da qualidade, menor uniformidade metal ca através da espessura, ¢ maior dificuldade em se conseguir 0 efeito de trata- mentos térmicos. As grandes espessuras tm, ainda, maior restrigdo mecdnica ‘805 defeitos internos, o que resulta em menor resisténcia ao impacto (como serd referido no Capitulo 2), ¢ menor tamanho de defeito admissivel. Para fespessuras acima de 120-150 mm, é impossivel reduzir 8 gravidade dos defei- tos intemnos maiores (cavidades, Inclusdes etc.) somente pela pressao dos tolos de laminacao, sendo necesséria foriagem, quando for necessério um material de alta qualidade, ©) Tamanho de grao do material - 0 tamanho de gro da esteutura ‘metatigica tem também grande influéncia nas propriedades mecénicas, haven do um aumento na resistencia mecénica com a redugao do tamanho dos gréos, porque torna-se mais dificil a movimentacao das discordancias, devido a0 maior indmero de barreicas. ©) Tratamentos térmicos ~ qualquer tratamento térmico modifica em al ‘gum aspecto a resisténcia mecanica dos metais, porque altera a sua estrutura metalirgica, sendo a variagéo das propriedades mecénicas justamente a finali- dade geral dos tratamento térmicos. ‘Um grande aumento nos limites de resistencia e de escoamento, @ na dureza, pode ser conseguide pelo tratamento de tompera, para muitos dos 605, ou pelo tratsmento de endurecimento por precipitae3o, em alguns agos e outros materiais metélicos. A tempera 6 sempre seguida do tratamento de revenido, que melhora a ductilidade do material, embora reduzindo um pouco a resistencia mecdnica © a dureza ‘A melhotia na ductilidade @ na resisténcia a0 impacto, prejudicadas pelo encruamento resultante de deformagdes a trio, pode ser conseguida pelo recozimento, que também causa alguma reducdo na resisténcia mecénica @ na dureza. (0 tratamento de normalizagio, que refina os gros do material, @ 0 alivio do tonsées, que reduz 2s tenses internas, aumentam a tenacidade e a resis: téncia ao impacto, Deve ser observado que os tratamento térmicos de normalizacio © de twmpora © revenido so tratamentos ofetuados na matéria‘prima (chapas, tu bos, forjados ete., com os quais vai ser fabricado © equipamento, enquanto ‘que 05 tratamentos de recozimento ¢ de allvio de tensio so feitos no equipa: ‘mento pronto, ou em algumas de suas partes. Assim, os recursos para aumentar a resisténcia mecnica de um material metalico sao: = adicao de elementos de liga; = trabalhos de deformacao @ frio {encruamento}; = redugo do tamanno dos araos; = tratamentos térmicos (0s trabalhos de deformacao a frio contvibuem para aumentar a tenacida- de do material, enquanto que © refinamento dos gros contribui para melhorar a resistencia 8 fluencia, 20 € importante assinalar que hd um conflito natural entre © aumento da resistencia mecinica e a ductiidade, porque, para aumentar a resistencia mecd- fica procura-se diminuir a movimentagéo das discordéncias ©, para que haja boa ductifidade, & necessério que as discordancias possam se movimentar. O rofino dos gros € 0 Unico recurso que aumenta a resisténcia mecdnica, a0 ‘mesmo tempo que aumenta, também, a tenacidade (resisténcia ao impacto} Por todas essas razdes, no tem sentido a citacdo de valores de resis- tencia mecdnica de um determinado material gonérico (aco-carbono, por exem- plo}, sendo necessério, em cada caso, especiticar a que condicées de composi 80 quimica exata, tratamentos térmicos, processos de fabricagso e de confor mag, © espessura, referem-se tals valores. Com relagio ao tratamento térmi- 0, as chapas, tubos © outros produtos metilics so encontrados no comér cio nas condigdes de “como laminado” (as roffed), isto 6, sem nenhum trata mento térmico, ou normalizados, ou ainda, temperados e revenidos. As Espocificagdes de Material indicam sompre as valores minimos exigi os do limite de resisténcia e do limite de escoamento, ou a feixe dé variacio permissivel (maximo e minima} desses limites. Na maioria das vezes, esses valores referom-so a materiais sem nenhum tratamento térmico, Quando ha algun tratamento térmico, esse requisite 6 expressamente indicado na EspocificagJo do Material. AS especiticagses, em geral, néo determinam o pro- cesso de fabricacio que é, alias, muitas vezes uma mera decorténcia do tipo de material 1.10 PROCESSOS QUE CONDUZEM A FALHAS EM SERVICO Um material metatico pode falhar om service pala ago de um ou mais dos seguintes processos: ~ Processos mecanicos: © deformaco permanente, ou ruptura, por earregamento excessive: © fratura frag; © deformacao permanente, ou ruptura, por fluéneia: © fratura por fadiga mecanica; ® distoreao por colapso incremental (racheting) ~ fadiga térmica = Processos mecénico-quimicos: fadiga associado & corrosao; fragiizapio © outros danos causados pelo hidroganio: fragiizec30 por metal liquide: corrosao sob tensio; = Processos quimicos e eletroaut * corrosio goneralizada; * oxidacdo, carbonetacdo, sulfetaco @ outros processos corrosi vos em altas temperaturas: © corrosio por pites, em frestas, intergranular, seletiva ou outras for mas de corrosio localizada, 2 Amaioria desses processos de falha dos metais seré referido e estudado no capitulo @ seguir. Deve sor observado que a seles8o no adequada de um material pode ser 3 causa de qualquer um desses processos de falha. 1.11 TENSOES ADMISSIVEIS DAS NORMAS DE PROJETO As notmas de projeto das diversas classes do equipamentos de proceso estabelecem tens6es admissiveis para quase todos os tipos de materiais usual mento empregados, om fune’o das quais 6 feito 0 dimensionamento mecénico dosses equipamentos. Como na prética quase todos os equipamentos de processo s80 calcula dos e projetados de acordo com alguma norma, interesss para a seler3o de ‘materiais conhecer as tenses admissiveis das normas, que marcam o limite de Solicitagdo mecdnica que se permite a cada material. Embora a fixacso das tensdes admissiveis soja, de certa forma, arbitréria @ até, em alguns casos, con: traditéria, de norma para norma, os valores dessas tensdes dependem dos seguintes fatores, que também so regulados polas normas do projoto: = procedimento de calculo (mais preciso ou mais grosseito); ~ tipo de material (ddctil ou frégild; ~ tipo de earregamento (estatico ou dinamico, permanente ou transité riok; ~ grau do incerteza (variagdo estatistica) nas propriedades do material; = desvios entre a forma teérica e real dos equipamentos, e defeitos de fabricagio, dependentes das tolerancias dimensionais admitidas pela — procedimentos de inspocdo de matéria-prima e de fabricacso; — vatiagées possiveis nas condigbes de operacao; = qrau de riseo potencial do equipamento. Para cada material, as tensdes admissiveis variam com a temperatura, devido a variagdo da resistencia mectnica dos materials, que se observa com a Temperatura, como veremos no item 2.1. Em altas temperaturas (dentro da cchamada “faixa de fluéncis") as tensdes admissiveis dependem, ainda, da de: formagdo permanente residual que se admite ao fim de um certo tempo, como imbém veremos mais adiante, no item 2.2. Em cada caso, @ tensio admissivel do material sera o limite de vesistén cla ~ ou 0 limite de escoamento ~ dividido por um certo ndmero, que 6 0 cosficiente de seguranca. Assim, © coeficiente de seguranca tem por finalidade ‘cobrir erro devides a simplificagbes ou abstracdes de célculo, variagées de ccargas que possam ocorrer, desvios de qualidade dos materias, intensificarao de tensbes devido a desvios de forma do quipamento ou a defeitos no material etc. Por esse motivo, @ mesma norma que estabelece as tensGes admissiveis também estabelece, paralelamente, os procedimentos de calculo, tipo de care: gamentos, amostragem necessdria de ensaios de matoriais (através da Especi ficacdo de Material), tolerdncias de fabricac3o e de montagem, inspecdo neces satia de matéria-prima e de fabricagdo etc. Como conseqdéncia, uma determi 22 nada tensdo admissivel esta obrigatoriamente vinculada a todos esses fatores, © 66 pode ser empregada juntamente com todas as demais exigéncias da norma de projeto. € importante notar que a tensio admissivel no é uma caracteristica do ‘material e, assim, um mesmo material poderé estar associado a mais de um valor de tensdo admissivel, dependendo da norma de projeto. Damos, a seguir, na tabela 1.1, um resumo dos critérios de tensdes admissiveis, adotados pelas normas de projeto mais trealientemente emprega das para equipamentos de processo. Para cada caso, @ tensdo admissivel a uiilizar nos célculos seré 0 menor dos valores em cada quadro de qualquer das secdes da tabela, TABELA 1.1 Tenses Admissiveis das Normas de Projato f T Tenses odmisivis | etasso de | toxma do ; _} equpamento | "pajto” | Temperate abso [Temperatures dana | tacos aeinseaa | alei ono Coldiee ASME Sep. 1 JLRS, e6 | UNS, LET 6 - 1h 014 ASHE Sag Vl] URE LET tas. En Vososde pressio [Dt aoe frosederee do ‘ASME Sec, vi) UR, LEN 6 Aled to or Due {bar tostos primis | etablocis omantrana)| ‘r:880 [1.470 alan? para 5 tbasec) | aocearano de angus do nidde cert |amazenagem Aree 7-720 Kalen? pave z (Aoteiee 0) | ao-erano de L _|* laid ora) [Tnaocbesaevonor — [ASMERai.1 uns, LEn.6 ies. lam ew sanoe tt Tabla dear——(ASMERSTA | LRG S edegssee | Tulbulasdes om inves |ASMEB.ST.S [UN. LEN. ina. [eines quiica ranoe tt Os simbolos tém as seguintes significagdes: LR: valor minimo do limite de resisténcia (tenso de ruptura) do mate: fal na temperatura considerada ou na temperatura ambiente (0 {que for menor. LE: valor minimo do limite de escoamento, na temperatura considera da ou na temperatura ambiente {0 que for menor). 23 Tal: tenso que cousa uma deformago por fluéncia de 1% ao fim de 100.000 horas, na temperatura considerada (veja capitulo 2). Tf: tens8o que causa a ruptura do material, em conseqiiéncia da de formacao por fluéncia, ao fim de 100.000 horas, na temperatura considerada ‘A norma ASME, See. Vill, Div. 2, adota tensdes admissiveis mais eleva- das do que a Div. 1, porque exige, paralelamente, um céleulo muito mais preci 30 ¢ faz, também, exigéncias mais severas sobre detalhes de projoto, insperio do material e de fabricagio etc. A diferenca entre as tensbes admissiveis da norma API-650 (bésica) e API-650 (apendice D), deve-se a razdes semelha tos. ‘As varias segdes da norma ASME 8.31 estabelecem tensdes admissiveis diferentes, devido principalmente & diversidade de graus de seguranca (risco potencial) » cada uma das classes de tubulagdes: ‘Observe-se que 05 limites de 100.000 horas e de 1% de deformacéo residual permitidos para as tensées admissiveis na faixa de fluéncia so valores bastante arbitrérios, como veremos melhor no item 2.2. 41.12 COMPARAGAO DE CUSTO DOS MATERIAIS Como 0 custo é um dos fatores mais importantes na escotha do material mais recomendado para um determinado serviga, ¢ indispensével um estudo ‘comparative desses custos (0s precds dos diversos materiais (em particular dos materiais metalicos) ‘sio geralmente referidos a unidade de peso (preco/kg). Entretanto, devido 2 gran de diversidade de pesos espectticos e de resisténcia mectinica dos materiais, no tom muito sentido a simples comparacdo dos pregos por kg. A melhor comps ago seré entre os precos que teria uma mesma peca, capaz de resistir aos mesmos esforgos mecénicos, quando fabricada de varios materiais. A compa ragdo ser6, entlo, foita entre “precos corrigidos”, que serdo os pregos por ko imultiplicados pelo peso especitico © divididos pela tensio admissivel de cada material ‘Damos, a seguir, na tabela 1.2, os Indices de precos por kg para diversos materiais, considerando:se 0 ago-cabono como tendo indice 1,00. Note-se que ‘os dados da tabela séo indicagdes aproximadas, servindo aponas para dar uma order de grandeza das diferengas de precos, porque todos os pregos esto em Constante evolucdo, no sendo possivel a obtencao de niimeros exatos perms hnentes, Os valores da tabela 1.2 correspondem aos precos médios de cade material, porque os precos reais variam sensivelmente, conforme a forme de apresentagio do material; chapas grossas, chapas finas, perfis, tubos, pecas forjadas, pecas fundidas etc. Existe, sempre, também, um sobreprego pare materiais fora das séries de dimensGes padronizadas de fabricacio, ou pare ‘materiais com quaisquer exigén sate do que & normalment ‘pedido nas Especificagées de M 24 TABELA 1.2 ‘Custo Relative dos Materiais oes Maeias | cue, agocutbone etal 7-00] Aco ioniver to 32] 13.7 ao-urbone eusiint 118 || seo inoxtie! two 410] 6.0 ace-cotono sesimado (com ii| 1.25 || Few lunddo 095 coins % Mo 2.3, || ato de atmo 16 cwigy 1% Gr % Mo 3 tata teiantae 18 swine 6 Cr % Mo 45 |] cobreniqet 3010 | 22.0 agorge 3% Ni 30 |] coveniqu 70.30 | 27.0 ace inoxive ipo 304 2.6 |] Aumino 28 Age naxitve pe 304 133 Metal Monet a8 ago ioxive po 310 135 Thdnio avo ace oxidvel tipo 316 na Ilo 338 ‘Todos os precos da tabela referem-se a materais tabalhando na temperatu ra ambiente, Para temperaturas mais elevadas, os indices de precos relativos serdo bastante diferentes, devido 8 diversidade de variacao das tensdes admissivels dos ‘materiais em fungao da temperatura, Evidentemente, poderiam ser organizadas v4: figs outras tabelas semelhantes, considerando todos os materiais em outras faixas de tomporatura, Na comparaao de custos dos materiais, devem ainda ser levados em consideragio os seguintes pontos: = tesisténcia 8 corrosio dos diversos materials. Em um material que ~ s0ja menos resistente & corrosio, deverd ser acrescentada uma sobreespessura de sacrificio, aumentando, assim, espessura total e © peso do material, Reciprocamente, poders, em muitos casos, ser Conseguida uma economia de peso e de custo, com o emprogo de um material mais resistente & corrosso, ainda que mais caro. Voltaromos 8 esse assunto no item 3.13: = maior ou menor diticuldade de soldagem. Ha materiais que exigem {écnicas especiais de soldagem, tratamentos térmicos e também mé- todos mais rigorosos @ mais caros de inspegio das soldas. Todos esses fatores podem encarecer muito a fabricagdo do equipament = maior ov menor facilidade de conformacao e de trabalho do material; = necessidade ov no de alivio de tensbes. Quando a espessura do ‘material ultrapassa um determinado valor, ha a necessidade do trata: mento térmico de alivio de tensdee nas soldas, que encarece bastan- te a fabricacdo do equipamento. Em muitos casos, consegue-se uma economia global com © emprego de um material de maior cesisténcia mecénica, cuja espessura resulte abaixo do limite de exigincia do alivio de tenses. Voltaremos, também, mais adiante, a esse ponto. + 25 A tabela 1.3 mostra as percentagens médias do custo da matéria-prima e do custo de fabricago, no custo total do equipamento, para tees materiais tipicos de grande emprega em equipamentos de processo, podendo-se observar as grandes variagdes nessas percentagens de um material pars outro. TABELA 1.3 Percantagane de custo Material Fabricaeto | Aco-carbono (4285 Gr c} 0 0 Angoliga 1% Ce Mo 50 50 [Ago inoxidével tipo 304 65 35 4 (0bs.: Pata oaco-carbono no est incuide, no custo do fabvieaeo, nenhum tatament térmico, 26 2 Efeito da Temperatura no Comportamento Mecanico dos Materiais Metalicos 2.1 PROPRIEDADES MECANICAS DOS MATERIAIS METALICOS EM ‘TEMPERATURAS ELEVADAS Para todos os metais @ ligas metdlicas, as propriedades mecénicas so from grandes variacdes em funcao da temperatura, ‘De um modo geral, © aumento de temperatura faz diminuir o fimite de resistencia, 0 limite de escoamento, a dureza ¢ © médulo de elasticidade dos materiais, como mostram as figuras 2.1 ¢ 2.2. Para alguns materiais, como 6 0 6250 do a¢o-carbono, um aumento moderado de temperatura causa um aumen to, também moderado, do limite de resistencia, até ui certo ponto méximo de fonde comeca, em seguida, um decréscima rapido. Na figura 2.1 pode-se notar 2 grande diversidade das curvas de vatiago do limite de resistencia dos mate- fiais, onde se observam, inclusive, varios cruzamentos entre essas curvas. A variacdo do limite de escoamento @ da dureza com a temperatura acompanha, aproximadamente, a variago do limite de resistencia. Dovido principalmente a essa diminuicso de resisténcia mecdnica, todos (08 materiais tém, na prética, uma temperatura-limite de emprego, acima da qual 4 sua resisténcia esta to baixa que obrigaria a adotar grandes espessuras, ‘mesmo para estorcos mecanicos reduzidos, tornando antiecondmico 0 uso do ‘material. Existem, ainda, outros fatores que condicionam a temperaturs-limite de utiizagio dos materiais, tais como modificagdes na esteutura metalirgica, \wansformagées quimicas, redueso da resisténcia 4 corasio etc., como vere ‘mos adiante. Devido justamente a esses outtos fatores, © simples fato de um determinado material metélico ter boa resisténcia mecanica em temperatura ‘levada nao significa, necessariamente, que possa ser utilizado, na prética, em {al temperatura. Da mesma forma, ja referida nos itens 1.8 @ 1.9, sobre as Propriedades mectinicas dos materiais em geral, as propriedades em temperatu fs elevadas dopendom, também, fundamentalmente, dos tratamentos térmi 05 © dos processos de fabricagio do produto metdlico 28 ‘Tenpenarunas ¢0) Figure 2.1 Variecdio do limite de resaténcie com a temperatura A slovacdo de temperatura causa, também, um aumento na ductilidade dos materiis, 0 que & uma conseqiéncia da redugéo da resisténcia mecénica Esse efeito esta mostrado na figura 2.3. Tudo 0 que dissemos acima, refere-se 88 propriedades dos materiais obtidas em ensaios de tragdo a quente, de muito curta duracdo (short-time properties|. Na realidade, a3 propriedades mecdnicas dos materiais em tempe- ‘atures elevadas vaciam, também, em fungéo do tempo decorrido, de forma que 08 resultados dos ensaios de curta duracio no sdo representatives do com- portamento desses materiais quando o material estiver sujeito ao efeito de temperatura, durante um tempo longo, como vemos a seguir j mi TT} 4 ¥ @ " i 2 i z b \ 2a Fu] ie 3 z fe} HK SNe 4 : 7 © sconce nse H oinatiee aa aun ieee eosin rico (Cr, Mol eat venatunare inoxidéveis ferriticos Tewrenarn Row 2.2- varias do médulo de Fgua2.3- Vana do alongamono slsscidode com otempertira coma tomeratra pa ‘© aco-carbono, E importante observar que todos os fendmenos relacionados com tem Peraturas olevadas sequem leis de variago continua e gradual, como most 88 figuras 2.1, 2.2 @ 2.3. Por essa razio, a fixagdo de quaisquer valores numéri £08 de temperaturas-limites (tal como todos apresentados nos capitulos seguir {es}, embora seja um procedimento usual e mesmo indispensavel na prética, sera Sempre de certa forma arbitrria e, por isso, esses valores variam bastante, de scordo com a prética de projetistas @ usuarios, e com outros fatores. 2.2.0 FENOMENO DA FLUENCIA Denomina-se de “luéncia” (creep) a um fendmeno de deformacio per ‘manente, lenta e progressiva, que se observa nos metais e ligas metélicas, com ' 29 (© docorrer do tempo, quando submetidos a um esforgo de tragdo em tempera tura elevada. A faixa de temperaturas em cujo inicio 0 fendmeno da tlutncia passa a ser significativo, chama-se de “taixa de fluéncia” (creep range) do material metélico em questo. Em outras palavras, quando uma pega metélica é submetida a uma tragda em temperatura superior a0 infcio da faixa de tludn« observa-se que as deformacées vio sempre aumentando progressivamente com ‘9 passar do tempo, ainda que seja constante o esforco qualquer que seja 0 seu valor. Observa-se, também, que os acréscimos de deformacio, acima da doformacdo inicial (ist 6, as doformarbes por fluéncia), so sempre permanen- tes, ainda que a tensio inicial seja inferior ao limite de escoamento do materiat na temperatura considerada e, portanto, a detormagso inicial seja ndo-perma nente, Note-se que em temperaturas abaixo da faixa de fluéneia (como, por | ‘exemplo, em temperatura ambiente, para a maioria dos materiais metdlicos), as dofarmagées so independente do tempo: tanto as deformagées nJo-perma nentes decorrentes de tenses inferiores ao limite de escoamento, como as deformacées permanentes, devido a tensdes superiores a este limite. A temperatura em que se inicia a faixa de fuéncia é variavel de um material para outro, sendo, em geral, relativamente elevada. Sdo s¢ seguintes algumas dessas temperaturas-limites aproximadas: aluminio e tigas 208 °C titdnio e tigas 315°C aco-carbono © agos de baixalign 370 °C De uma forma aproximada, pode-se dizer que a faixa de fluéncia comega a uma temperatura de 0,3 Tf, sendo Tf a temperatura de fusdo do material metélico em graus Kelvin, © chumbo é un metal que, devido ao sou baixo ponte de fusdo, apresen- ta fluéncia mesmo em temperatura ambiente Rolacionando-se a progressio da detormacéo por fluéncia com o tempo decorrido, obtém-se uma curva com o aspecto mostrado na figura 2.4. Nesta curva distinguem-se os saguintes trechos: Figura 2.4 - Curva tipica de fluéncia, 30 A: esse trecho corresponde & deformacao que ocorre imediatamente ‘com a aplicacso da carga, independente de haver ou nao a fluen: cia, Essa deformacao seré eléstica ou permanente, conforme a ten ‘so inicial seja ou ndo inferior a0 limito de escoamento. Seria a deformago total obtida em um ensaio de traci a quente, para a mesma carga aplicada AB: 6 0 denominado 1° estigio da fludncia (a flubncia comeca no ponto AA), em que a progressao de detormacsa diminui com 0 tempo BC: corresponds ao 2° estégio da flugncia, na qual a progressso de ‘deformagdo ¢ aproximademente constante a0 longo do tempo. CD: 6 0 3° estagio da fluéncia, em que a progressao de deformsc3o & crescente, © que termina pela ruptura do material do ponto D. Caso a carga seja removida, em qualquer momento, haverd uma contra- ‘p30 EE", aproximadamente igual & parte eldstica da deformacaa inicial OA A reta tracejada AA' representa @ deformacao constante que haveria, ‘cas0 0 matarial estivesse em temperatura abaixo da faixa de fluéncia. As defor- mages por fluéncia, isto 6, as distancias entre a curva de fluéncia @ a reta AA’ ne figura 2.4, s30 sempre deformagdes permanentes @ irreversiveis, qualquor que soja a deformacge inicial correspondente a OA, © qualquer que soja a temperatura, desde que a temperatura esteja dentro da faixa de fluéncia. Tere- ‘mos, entdo, em temperaturas elevadas, deformactes permanentes mesmo com tenses muito sbaixo do limite de escoamento do material.” Para um mesmo material, as delormacdes por fluéncia serdo tanto maio- res e mais répidas quanto mais altas forem as tensées no material, ou quanto mais elevada for @ temperatura. A figura 2.5 mostra as curvas de fluéncis para 0 ago-carbono a 450°C, correspondentes 8 quatro niveis diferentes de ten- S65: 9.6, 11,2, 12,8 e 14,4 kg/mm? Na figuee 2.6 esto mostradas as curvas do fluéncia para um mesmo material e um mesmo valor da tensdo, em tés temperaturas diferentes. Como as deformacdes por fluéncia véo sempre aumentando com 0 tem o, terminaro, necessariamente, pela ruptura do material ao fim de um tempo mais ou menos longo, caso a carga se exerca indefinidamente. © tempo até a fuptura serd tanto menor quanto mais alta for a temperatura ou a tense no material. Nos niveis usuais de tensio © de temperatura, 0 2° estagio da fluéncia 6 normalmente bastante longo, da ordem de dezenas de anos; pode, entretan: to, nem mesmo existir, resumindo-se a um simples panto de inflexdo na curva e tuéncia, no caso de materiais de alta liga em condicdes extremamente inagBes por fugncia t6m vias causas: movimenta¢do das Giscordtncia (escala (em) disso atémica, sto 6, movimontagdo da Stamos om uma dogo prefrencial, pre chendolacunasna estutura cistaina, eesconegamonto do os uns sobre 05 outs. Todos ‘es2esfenomenos so ativados pola tomperatura o pola apicaco do cargas, eso, por nature 73, reversivis, dal dacowendo as deormagis permanentes no materia. 3 Figura 2.6 - Curvas de hubacia do ago-earbono a 480 °C. suet DeroRagko —e Figura 2.6 ~ Curvas de tludncia 8 tenséo constant Paca exemplificar numericamente 0 que representa 9 fluéncis, considere: mos uma barra cilindriea de aco inoxidével tipo 304, com 10 m de comprimento fe 12 mm de didmetzo. Em um ensaio de tracdo de curta duragao, a 650 °C, esse barra resiste a uma carga de 5 1, com uma tensio interior ao limite de escoa mento nessa temperatura e, poitanto, sem causar deformagio permanente Para essa mesma barra, a tabela abaixo indica os tompos necessérios para ums deformacao por fluéncia de 25 mm @ para a ruptura por fluéncia, em tes condi ‘e508, podendo-se observar a grande reduce nesses tempos com o aumento da carga de tragio e/ou da temperatura. Carga de tagéo | Temporatura "Tempe necessério para tka) eer deformagio de 25 mm | rupture 1.600 650 "04 meses: “4 anos 3.000 650 20 horas 5 dias 1.500 730 20 horas 5 dias 32 A figura 2.7 mostra as curvas da variaco da tensdo de ruptura por ‘quéncia, om fungao do tempo para a ruptura, para um mesmo material, em tres emperaturas diferentes. A ordenada inicial de cada curva é 0 valor do limite de fesisténcia do material na respectiva temperatura, Tete T, Figura 2.7 ~ Curvas tensio de rupturaX tempo pore 9 ruptuca (oval incl LR @ 0 limite do resistencia para cada temperatura), 2.3 A FLUENCIA E © PROJETO DOS EQUIPAMENTOS Os materiais dos equipamentos de processo nao devem nunca atingir 0 3° estagio da fluéncia ~ em que a progressao de deformarao se acelera ~ dentro do tempo de vida util previsto pare 0 equipamento, devendo 0 projeto, e inclu sive a seleedo de materiais, serem feitos de forma que isso nao aconteca. As tens6es admissiveis estabelecidas polas normas do projeto admitem, entretsn- 10, que se aleance o 2! estégio da fluéncia, que ¢ usualmente atingido nos equipamentos que trabalham em temperaturas elevadas. Como vimos no item 1.11, dontio da faixa de fluéneta as tensdes admissiveis eo baseadas na de: formacae de 1% a0 fim de 100.000 horas (cerca de 11.4 anos)" 0 que Cortesponde a um ponto no 2° estagio da fluéncia. Se tivermos, entretanto, um. equipamento projetado para um tempo sob carga superior a 100.000 horas, se1d tnivez necessario adotar-se uma tensao mais baixa, para que no se che: ue no 3° estagio da fluéncia. Note-se que, no compute do tempo, devem ser Sescontados os periodos em que o equipamento estiver fora de operacdo ou fm temperatura abaixo da faixa de fluéncia, porque durante esses periodos a feformacéo por fluéncia permanece estacionéria A deformagio final de 1% é, em geral, perfeitamente edmissivel para €2scos, tampos, pescocos, suportes ¢ outras partes da maioria dos equipa~ Mentos de processo ~ bem como para tubos & tubulagdes -, sem que haja TTF aos de tempo decomtide correspondem acerca de 12 0 13 anos de vida do equipa Ianto em seivigo,somando-s os tenpos de prada ene as diversas companas de luncionamento, projulzo para 0 sou dosempenho e funcionamento normais. Existem, entrotanto, guns Componentes dos equipamentos para os quais ndo se pode permitir uma deformagio dessa ordem ~ ou até deformagio quase nenhuma ~ deven do, portanto, essas partes serem construldas de materiais mais resistentes & fluéncia: 6 0 caso, por exemplo, dos parafusos @ estojos, que perderiam o aperto se sofressem qualquer aumento de comprimento. Deve-se, também, limitar as deformacdes em pecas de vedacdo, pecas com ajustagem mecanica de certa precisio (ligagdes flangeadas e pecas internas de valvulas, por exem plo), bem como para quaisquer pecas em movimento, existentes em alguns equipamentos de proceso. Como as deformagées por fluéncia 6 se observam ao fim de um tempo longo, pode-se permitir, no nivel usual de tensdes de trabalho dos equipamen 105, que 0 material soja submetido a temperaturas superiores 8 temperatura de projeto, durante pouco tempo, sem que haja prejulzo para o material. Dove ser observado, entretanto, que @ permanéncia, por muito tempo, em temperaturas acima da de projeto, pode causar graves danos ao material, mesmo que a diferenca de temperatures no seja grande, devido ao répido aumento de defor ‘mages por flubncia que decorre de um acréscimo de temperatura. Esso fato pode ocorrer por falha em sistemas de controle de temperatura, por previstio errada da temperatura de operacio de um equipamento, ou por operacso fora das condig6es de projeto. ‘A composi¢o quimica da liga metélica, sistema de cristalizagio © 0 tamanho dos gros da estrutura metakirgica afetam muito a resisténcia a thuGn: cia. De um modo geral, a granulacdo grossa (coarse grain) & mais resistente as doformagdes por flulncia do que a granulacdo fina (fine grain). Os metais ¢ ligas de cristalizaco cubica de face centrada so mais resistentes 2 tluéncia do que os de cristaizacdo cdbica de corpo centrado; por esse motivo, os acos austeniticos s8o mais resistentes do que os fertticos e martensiticos (voja Capitulo 6) ‘A resistencia & fludncia de um material metdlico pode ser methorada pelo aumento no tamanho dos gros, ou pela adicdo de elementos de liga que ‘causam precipitados no contorno dos gros, dificultando o seu escorregament. Para os agos, 0 principal elemento que conttibui para essa melhoria ¢ 0 molibdénio; a adigio de metais que precipitam carbonetos (nidbio*, titdnio, vanddio, tungsténio etc.) também produz um aumento na resisténcia & fluén: cla, sendo esse recurso aproveitado em alguns acos-iga @ inoxidéveis de alta resisténcia, como sera referide nos capitulos 5 e 6, Deve ser observado que a resisténcia 4 fludncia de um material no ‘guarda uma relagdo obrigatéria com a resisténcia mecénica desse material obti ‘da em ensaio de trado a quente A resistoncia 8 fluéncia é 0 fator predominante para as tensé ‘dos materiais om temperaturas acima de um certo valor. A figura 2.8 moste 1s admis siveis s 7 Denominado, ds vezes, de cokimbio (Cb), nabibiogea 34 dividido por 3,6, © da tensdo, que ‘causa 1% de deformagio por fluéncia em 100.000 horas, em fungio da tempera tura, para um determinado material. Esses dois valores sao justamente os princi pais ortérios de fixaco das tensées admissiveis, de acordo com a norma ASME Sepio VIII, Div. 1, para vasos de presslo, como ja nos teferimos no item 1.11 Pela figura, vé-se claramente as faixas de temperatura em que um ou outro desses valores é 0 mais baixo e, portanto, o predominante. ‘eo Domi tin tei gle tain ‘rensKo Abwissivet > ‘TeWrenATURA—> Figuia 2.8 Dovido a impossibilidade pratica da realizagSo de ensaios de fluéncis com 0 tempo de vida util dos equipamentos, foram desenvolvidas varias técnicas de @xtrepolagao dos resultados obtidos em ensaios realizados em tempo mais curto, Essas extrapolagdes conduzem sempre a ertos, que sao maiores para os ensaios ‘com tenses baixas; de um modo geral, nlo sio confiveis as extrapolagdes com {tor superior a 3, Os resultados de resisténcia 8 flu@ncia obtidos em uma amostra de um ‘material de uma determinada especificacdo, podem ser bastante diferentes dos ‘resultados de outra amostra de material da mesma especificago, porque pe- quenas diferencas na composi¢8o quimica ou na estrutura metalirgica podem lwvar a geandes diferencas no comportamento a fluéncia, ‘A norma API-RP 530 (do American Petroleum Institute) ~ relative 30 Projeto de tubos para fornos, utiliza o “pardmetro de Larson-Miller” como téc- fica de extrapolagio de resultados de resistencia 4 tluéncia, Esse pardmetro & fungé0 da tensio de tracdo no material © ¢ determinado em gréficos dessa Forma, para cada material. 38

You might also like