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. | CSN - BIBLIOTECA ve: 3397 223., Apresentamos aqui uma coletGnea de importantes tépicos sobre lubrifi~ cago’ de engrenagens industriais, procurando trazer subsidios para _aqueles que trabalham diretamente ligados is Zreas de manutengao, operagao e projeto de, equipamentos. A lubrificagZo desempenha hoje um papel fundamental no funcicnamento da indistria mundial e as engrenagens, como elementos para transmissio de for ae movimento, tem exigido,cada vez mais ,lubrificantes com as mais variadas mais variadas diversidades de aplicagoes caracteristicas,para atender i regimes de servigo. 0s requisitos necessarios a um lubrificante para engrenagens, os para mettos para a selegdo do lubrificante e os possiveis problemas de lubrifica glo de engrenagens sao colocados neste trabalho de modo a fornecer as informa goes necessarias a elucidar.os misteres que envolvem a lubrificagao de engre~ nagens industriais. (2) Coordenador da Equipe de Lubrificacao do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Manutengao Mecanica. (jens INDUSTRIAL GEARING LUBRICATION ‘AUTHOR : Antonio Baeta da Cruz (1) ‘SUMMARY A collection of important topics about industrial gearing lubrication is presented herewith, aiming to help those who are directly with field mainte- nance, operation and equipment design. Lubrication plays an important paper in world industry operation nowadays and the gears, as power and motion transmitter have needed lubrication with increasing variety and caracteristics to comply with the great nuuber of @ifferent aplication and working regime. ‘The necessary requirement to gear lubrication, the parameter to a lubri- cant selection and the possible gear lubrication problems, are covered in this work to furnish the necessary information to elucidate the secrets in ~ volving the industrial gearing lubrication. - (1) Lubrication Coodenator of the Mechanical Maintenance Technical Deve ~ lopment Department. 1, INTRODUGAO © avango tecnolégico tem exigido, cada vez mais, aprimoramento dos equipamentos que impulsionam a indistria mundial. Maquinas complexas e com * um campo de agao cada vez mais amplo sao exigidas para atender as necessida - “des da industria. Sao aperfeigoados elementos de maquinas para atender a regi mes de servigos cada vez mais severos, exigindo portanto que cada pardmetro ' “= para o bom funcionamento do equipamento seja devidamente equacionado, de modo que o homem-possa entao dominar e levar avante todo este desenvolvimento. Dentro deste contexto, as engrenagens ocupam, desde as primeiras ' maquinas construfdas pelo homem, papel importantissimo no desenvolvimento in — dustrial, Hoje sio necessirias engrenagens de precis%o, dé fabricago acurada, de maneira a proporcionarem altas taxas de produgao e eficiéncia operacional . Essas engrenagens exigem lubrificantes de qualidade, para assegurar desempenho sdequado e por longos perfodos. As engrenagens, como elementos para tranemissZo de poténcia mecdni- ca e movimento, possuem uma diversidade de aplicacces muito grande,isso requer que sejam fabricadas em amplas variedades de tipos, dimensoes, operando nos mais variados ambientes e sujeitas a uma infinidade de tipos de esforgos, velo cidade, temperaturas, etc. Estas variaveis determinam os requisitos de Lubrifi cagda das engrenagens e a necessidade dos varios tipos de lubrificantes para atendé-las. - i Selecionamos para este trabalho. alguns tdpicos sobre lubrificagio de engrenagens, que julgamos serem os de maiores interesses para aqueles que labutam nesta area, procurando ebordar os assuntos da maneira mais simples e¢ clara possivel, de modo a factlitar o seu bom entendimento. One 22. 2, FUNDAMENTOS DE ‘LUBRIFICACAO ‘DE “ENGRENAGENS A teoria da lubrificagio teve como pioneiro os estudos efetuados por Reynolds que posteriormente .sofreu diversas evelugdes efetuadas, principalnen te,por Grubin e Petrusevich (Russia ~ 1949/51); evolugdes estas que origina ~ ‘ram a teoria Elasto-hidrodinamica. A teoria Elasto-hidrodingmica prediz que a interacio entre 0 fluxo de lubrificante com a deformagao elastica superficial do corpo lubrificadoe 0 aumento da viscosidade do lubrificante com a pressio, influen diretanente na formagao do filme lubrificante. Esta teoria apresenta solugdes numéricas que . . Predizem a espessura do filme de lubrificante necessaria quando variaveis * operacionais (carga, velocidade, etc...) sao conhecidas. Baseado nos estudos de Grubin e Petrusevich foi desenvolvido, mais re centemente, por Dowson e Higginson, um novo modelo de andlise matematica de lubrificagao elasto-hidrodinamica, traduzido pela formula. R 0,43¢g1)0,03 h=1,6. Cx v7 0,13 (0,10 w Onde h-= espessura minima do filme lubrificante na regiao de carga R © raio de curvatura relativo das superficies em contato, definido por R= Ry-R 2 onde Ry e Rp sao os raios de duas superficies Ry thy 7 W= carga por unidade de comprimento da linha de contato E'= modulo de young para o material que compoe as superficies de conta- to. Representa as propriedades elasticas de dois corpos sdlidos em contato direto, representado pela formula: 1 = 1 (1- + in ) BYo2 By EQ *. onde Ee representam o modulo de young e a relagao de Poisson res. pectivanente. 3. = viscosidade do lubrificante na pressdo atmosférica e na temperatura de funcionamento da engrenagem, X = coeficiente que representa a variagao de viscosidade com 0 aumen — “ to da‘ pressao na zona de conjungao das superficies em contato. V = velocidade de rolamento expressa pela equagao V= VA, et : 2 3. TEPOS DE LUBRIFICAGAO 7 HG trés tipos de regimes de lubrificagao: lubrificagao plena ou hidrodinmica, também denominada de lubrificacao por pelicula fluida, lubrifi, cagao limite e a lubrificagao por pelicula mista. Na lubrificagao hidrodinamica as superffcies estao separadas por um filme continuo de lubrificante sem haver contato metal-metal. No caso opos, to, da lubrificagao limite, as superficies esto separadas por uma tenue cama da lubrificante de dimensdes moleculares havendo 0 contato metalico. Na lubrificagao mista parte da carga é suportada pela pressao de — senvolvida na pelicula lubrificante e parte pelo contato das superficies. © acabamento superficial dos dentes das engrenagens tem influéncia no regime de lubrificacdo predominante em um conjunto de engrenagens em fun ~ cionamento. _-A relagio (1@mbida), entre a espessura da pelfcula de dieo (h) e a rugosidade superficial combinada (S') das engrenagens, define quantitativa— mente o regime de lubrificacao no conjunto de engrenagens. Tal relagio € mos- trada na equagao = h/s' Como regra geral considera-se: 4 - corre a lubrificagao hidrodinamica . 2 - ocorre a lubrificagao limite 2 = ocorre @ lubrificacao por pelicula mista Ae Cat |- LUBRIFICAGAO POLAR Sob condigoes de lubrificagao mista, certos produtos tais como acidos graxos (gorduras) ou outros agentes de oleosidade sao eficientes na redugdo do atrito. - A molécula gordurosa, que tem a propriedade de oleosidade, possui uma de suas extremidades altamente reativa e tem a capacidade de estabelecer uma fonte uniao com a superficie metalica, Ela @ denominada molécula polar pois & atraida pela superficie metélica. Nos casos em que grandes cargas, baixas velocidades ou operagées in - termitentes impedem a formacao de uma pelicula espessa, @ muito recomendavel que contenham agentes de oleosidade do tipo polar. 3.2- LUBRIFICAGKO DE EXTREMA PRESSAO Nas condigées de lubrificacgao limite, nas quais os Gleos minerais con tendo aditivos polares ja nio sao eficazes, os lubrificantes de extrema pres, sao (EP) podem ser necessrios. A finalidade dos aditivos EP's & modificar as superficies de atrito de tal modo que se evite a soldageme as escoria - g0es devido a inadequada resist@ncia de pelicula do lubrificante nas super ~ ficies. Sob condigoes de contato metal-metal originam-se altas temperaturas ' devidas ao atrito, nestas ciscunstancias a pelicula de lubrificacao limite @ formada pela reagao quimica entre os aditivos EP's e as superficies meti licas. 4, TIPOS DE LUBRIFICANTES PARA ENCRENAGENS 4.1-OLEOS RESIDUAIS So 0s Sleos provenientes dos residuos da destilagao das fragoes mais leves de certos tipos de petrdleos. © Consistem de produtos ' residuais pretos, encorpados e pegajosos, possuindo viscosidade entre 460 1500 CST a 1009C e, os.tipos de maior viscosidade tém que ser aquecido para tornar possivel a sua aplicagao. Podem, também, ser misturados com substan - cias gordurosas ou outros materiais polares para Ihes conferirem maior resis téncia de pelfcula, constituindo-se os chamados Sleos residuais compostos. Para maior facilidade de aplicagao, os Sleos residuais puros ou com — postos podem ser diluidos com solventes. 4.2-OLEOS MINERAIS So 0s Sleos provenientes do petrSleo e geralmente possuem viscosida— de que’ pode variar de 68 a 680 CST a 1009F, Devem possuir resist@ncia a oxidacdo, aditivos antiespumante, boas ' caracteristicas de separagao da agua e oferecer protegao contra ferrugem. Estes lubrificantes atendem a lubrificagao da maioria das engrena ~ gens operando com cargas e velocidades moderadas, exceto as engrenagens hi- poidais. 4,3-OLEOS COMPOSTOS. Sao misturas dos Gleos minerais com Sleos graxos. _ Proporcionam melhor lubrificagdo nas engrenagens que operam em condi, goes de lubrificagio por pelicula mista. Sao utilizados principalmente nas engrenagens tipo sem-fim (bronze - no-ago), onde o atrito de doslizamento tende a arrastar a pelicula lubrifi- cante. at 4.4-OLEOS DE EXTREMA PRESSAO © So Sleos que possuem aditivos que lhes conferem maior resisténcia ' de pelicula. Sao usados em equipamentos que operam sob condigdes de cargas de choque e de extrema pressao. Podem ser classificados em antidesgaste , EP suave e forte EP, de acordo com o grau de atividade dos aditivos que os coupoem, Os aditivos antidesgaste atuam pelo efeito quimico do polimento , rzagindo com o metal e formando uma pleicula plastica de menor coeficiente de fricgao, diminuindo 0 desgaste.A lubrificagao EP envolve um ataque qui ~ mico sobre as superficies como resultado da elevada pressao, alta velocida — de deJdeslizamento com consequente geragao de calor, formando um filme de baixo coeficiente de fricgao, evitando assim o grimpamento, a deformagao ou a soldagem do metal. Os aditivos EP's nao sao muito eficazes com ago em contato com me ~ tais macios como o bronze, o latéo, o babbit, o cidmio, o aluminio, etc... 5 pois ‘estes quando submetidos a cargas severas, deformam-se ligeiramente aumentando as dreas que suportam.cargas e, em decorréncia, & possivel que a temperatura nao alcance niveis suficientemente altos para que ocorram as teagoes EP's. Em alguns c: : 08, 08 aditivos EP's podem ser demasiadamente ativos, tanto para metais ferrosos como para os nao ferrosos e, emtais ca~ 08, € possivel que ocorra aceleragio do desgaste corrosive. Portanto, os aditivos EP's devem ser cuidadosamente selecionados. 4,5-OUTROS LUBRIFICANTES Embora os Sleos minerais abranjam a maioria das splicagdes para 1u - brificaggo de engrenagens, taubém sao usados outros tipos de lubrificantes ' tais como as graxas, os lubrificantes sintéticos e os lubrificantes sdlidos. As graxas sao usadas quando nao é possivel assegurar suficiente veda~ ga capaz de-reter o dleo. 7 0s lubrificantes sintéticos sao usados em condigoes especiais de ten~ peraturas extremas. Eles sao geralmente poliglicdis, hidrocarbonetos sinteti tizados e silicones. 0 uso de lubrificantes sdlidos é limitado devido as suas fracas pro ~ priedades de dissipagao de calor e a curta duragéo do filme lubrificante so~ bre a superficic.0s wais comumentes usados sao 0 grafite ¢ 0 dissulfeto de nolibdénio. : 5. ADITIVOS PARA OS LUBRIFICANIES DE ENGRENAGENS 5. 1-ADITIVOS ANTIOXIDANTES . Evitam a formagao de borras e vernizes nas partes metalicas e evitam a corrosio. | Os compostos mais empregados como antioxidantes sao os compostos orga nicos contendo enxofre, fosforo ou nitrogénio; como aminas, sulfetos, hidro- xi-sulfetos, fendis , metais como estanho, zinco ou bario muitas vezes incor~ porados.. 5, 2-ADITIVOS “ANTIFERRUGINOSOS Sao compostos quimicos contendo grupamentos polares, que sao absorvi- dos na superficie metalica, constituindo um filme oleoso de grande aderéncia. Agem evitando a ferrugem das partes metalicas, causadas por componentes ci dos e agua presentes. Os compostos empregados como antiferruginosos sao: sulfonatos, a1 nas, Gcidos graxos, fosfatos, derivados de acidos graxos, etc. 5,3-ADITIVOS ANTICORROSIVOS Atuam neutralizando os produtos Scidos presentes no 6leo lubrifican - te ou formando uma pelicula protetora na superficie do metal, prevenindo o contato deste com o agente corrosivo. Os principais inbidores do corrosao s40: ditiofosfato metilicos, di ~ tiocarbonatos met@licos ferpene-fosfo-sulfunados e outros compostos organi - cos contendo enxofre ativo, fosforo ou nitrogénio. 5,4-ADITIVOS INIBIDORES DE ESPUMA Agem reduzindo 2 tensio interfacial entre o Sleo e o ar dissolvido, fazendo com que as bolhas formadas se unam umas as outras indo & superfi- cie e desfazendo-se rapidamente. Sao usados como antiespumante os polimeros do silicio. ‘= ~--5.S-ADITIVOS DE OLEOSIDADE Sa0'os destinados a reduzir o atrito sob condigoes parciais de lu - brificagdo limite (lubrificagao mista). Sao, também, materiais polares que conferem maior untuosidade ao Sleo lubrificante. 0s mais usados sio os Zcidos graxos, Sleos graxos, aminas graxas ¢ ceras oxidadas. 5,6-ADITIVOS DE EXTREMA PRESSAO Sao usados para reduzir 0 atrito e evitar o contato direto metal - metal sob severas condigées’ operacicnais. 0s mais commente usados sio: compostos organicos contendo enxofre, _compostos organicos contendo cloro, compostos organicos contendo fésforo , compostos organicos contendo enxofre e cloro ou mistura de compostos de “enxofre ‘e cloro, compostos organicos contendo chumbo, etc. . Em geral os Sleos a base de aditivos de chunbo nio podem ser usa ~ dos em servicos cuja temperatura excede 759C, devido a sua tendéncia a formar borras. Os Sleos EP's & base de fosforo, enxofre ou cloro, podem ser usados om temperaturas de até 1409C. 6 .CLASSIFICAGAO DE OLEOS PARA ENGRENAGENS Os Sleos de engrenagens sao classificados em dois tipos, de acor~ do com suas aplicagées: Gleos para engrenagens automotivas e Sleos para engrenagens industriais. Para os Sleos de engrenagens automotivas as normas mais usualmente em~ pregadas so a classificagao SAE de visrosidade de lubrificantes para transmis. soes e diferenciais, e as designagoes de niveis de desempenho do American , Petroleun Institute (arr) para Sleos lubrificantes de engrenagens automotivas. Para informagoes mais detalhadas sobre estes lubrificantes, deve ser consultada a fltima edigao do SAE Handbook - Procedimentos Recomendados SAE J 306a e SAE Information Report J 308b. Para os lubrificantes de engrenagens industriais, a norma mais adotada @ a da American Gear Manufacturers Association (AGMA). A AGMA publica normas de especificagao de lubrificantes para engrena - gens industriais abertas (AGMA 251-02) e engrenagens industriais fechadas (AGMA 250-03), cujo resumo vemos na tabela I em anexo. 7.FALHAS EM ENGRENAGENS ‘A norma AGMA 110-04 "Nomeclature og Gear Tooth Failure Modes" descre ~ ve os diversos graus de severidade de falhas em engrenagens. Com as engrenagens em boas condigoes mecanicas e corretamente lubrifi- cadas, 0 atrito @ reduzido, o desgaste fica praticamente eliminado, entretanto mesmo assim, certas condigdes mecSnicas de funcionamento podem causar o desgas te ea destruigo prematura dos dentes. Por isso, mesmo com lubrificagao cor reta para servigo normal, as superficies dos dentes podem ser arruinadas por sobrecargas, superaquecimento, cargas de choque, matérias abrasivas, cavaco , flexdo do eixo ou das caixas, desalinhanento ou ainda por mas condicies mecd — nicas. ‘A destruigao da superficie dos dentes das engrenagens & consequéncia de uma ou mais modalidades de falhas classificadas pela ACMA como: desgaste , fadiga, escoamonto plistico, fraturas e causas ascociadas: +10. 7,1-DESGASTE As principais causas do desgaste de engrenagens sao: abrasio, esco - riagio e corrosio. © desgaste pode ser normal ou destrutivo. No decgaste normal ocorre © polimento das superficies, dando um acabamento liso e uniforme. Este tipo de desgaste & chamado corretivo e nao € perigoso. No desgaste destrutivo o perfil envolvente do dente é destruido, o que impede a correta acao dos dentes das engrenagens como mostra a figura I em anexo. 7.1, 1-ABRASAO Ocorre quando material abrasivo entra nos dentes que se engrenam . superficies, dependendo da natu © esmerilhamento pode polir ou arranhar xeza do abrasivo. Em qualquer caso o desgaste sera anormal. A abrasao é ca ~ xacterizada por numerosos arranhoes finos que se entendem da raiz ao topo do dente, sobre uma superficie levemente desgastada, como mostra figura IT em anexo. Em tais casos a simples limpeza do. sistema é a solugao dbvia, de- vendo-se também tomar medidas preventivas que evitem a entrada e o aciimulo' de contaminantes no Sleo, tais como a colocagao de filtro respirador e fil- tro magnético. 741, 2-ESCORIACAO £ o desgaste decorrente do contato metal-metal devido & falha da -_ . pelfcula lubrificante. Pode tanbém ser devida Gs condigoes que nada tem a ver coma lu - brificagio, como por exemplo a escoriacao causada pelo des: jLinhamento, figu 14 III em anexo (neste caso as escoriages serdo localizadas) ou por un acabanento de superficie excessivamente dspero. eli. Pode ser também por sobrecargas ou por escolha incorreta do 6leo,ori ginando o chamado escoamento. 0 escoamento € indubitavelmente devido ao rompimento da pelicula do Bleo, 6 que résulta em atrito excessivo e fluxo plastico da superficie meta lies Nesta avaria os dentes se apresentan’com se tivessem sido soldados aos dentes da outra engrenagem e depois a solda se rompeu, deixando a super ficie dos dentes asperas. Estas condigdes se caracterizam pela produgio de calor excessivo nos pontos de contato. De modo geral, 0 escoamento se alas ~ tra'de forma bastante rapida nas extremidades externas dos dentes (topo) nas engrenagens motoras e nas raizes das engrenagens acionadas, locais onde as condigdes de carga e de velocidade de deslizamento sao as mais elevadasm ten dendo a se espalhar,na diregao da linha primitiva - fig. IVa e IVb em anexo.. A-escotha, por parte do projetista, dos materiais das engrenagens , a respectiva microestrutura, dureza (témpera), acabamento superficial, assim como a escolha do lubrificante correto, sfo muito importantes em relagdo a resisténcia das engrenagens ao escoamento. Exemplificando, os dentes fabricados com materiais mais duros mais resistentes ao amaciamento, o que faz com que estas engrenagens fiquem expostas a um perigo maior de escoamento, para estes casos recomenda-se usar Sleo EP ou dleo de alta viscosidade. Qualquer fator que cause uma redugao local ou geral na espessura da pelfeula de Sleo pode causar o escoanento, entre estes fatores encontran- se principalmente a sobrecarga, o aumento da temperatura de operagzo das engre~ nagens, o suprimento inadequado de dleo & superficie de atrito e quantida - de insuficiente. Devemos considerar também, a resisténcia de pelicula do Bleo que depende principalmente da viscosidade e dos aditivos que este pos~ sa conter. ~ wz, 7.1.3-DESGASTE CORROSIVO Causado por reagao quimica do lubrificante ou de contaminantes ' tais como agua, acidos e @lcalis com a superficie dos dentes. A caracteristica principal do processo de corrosio @ que as super ficies de contato aparecem polidas podendo nao aparecer pites ou depressoes embora possa ser evidente a corrosao em outras Greas das engrenagens ou nos mancais. 7,2-FADIGAS DE SUPERFICIE Estas falhas ocorrem mesmo com lubrificagao adequada e sem ruptu- ra da pelfcula do dleo. £ © resultado de repetidas tensoes nas superficies das engrena ~ gens até formar uma trinca na superficie ou proxima dela. Esta trinca aumen ta progressivamente até formar um pite ou cavidade. De um modo geral considera-se que a fadiga ¢ basicamente fungao ' do projet da engrenagen e do material, sendo o lubrificante um fator de me nor importincia. As falhas por fadigas sao conhecidas como Pitting ou crateragao e escamagao ou Spalhing. 7.2, 1-BITTING OU CRATERAGAO Como mostra a figura V em anexo, a superficie @ marcada com cavi~ dades discretas. 0 pitting @ causado principalmente pela aspereza da super~ ficie e pela variacao da dureza superficial. Este fendmeno ocorre na regiao da linha do circulo primitivo ou pouco abaixo. -13, 7.2, 2-ESCAMAGKO OU SPALLING Como mostra a figura VI em anexo, a escamagao por fadiga € carac~ terizada pela formagao de cavacos ou escamas que se desprendem dos = dentes deixando grandes depresses na superficie. Com os metais mais macios, ocorre uma distengao por rolamento, desprendendo-se finas escamas, deixando as su ~ perficies polidas. © @ causada principalmente por sobrecarga, vibragoes , A A escamag’ trincas, desalinhamento e abrasao. 7.3-ESCOAMENTO PLASTICO 1 foi sub £ resultante de sobrecargas excessivas a que o ‘mater: metido; acima do limite de elasticidade do metal na zona de contato, Este ' fendmeno € caracterizado pelo aspecto martelado ou laminado da superficie ' dos dentes, semelhantes @ cabega de talhadeiras que se expandem sobre ° efeito de marteladas sucessivas. A superficie pode assumir também o aspecto de ondulagoes. 7,4-FRATURA A fadiga por flexao,impacto ou sobrecargas podem fazer com que os dentes das engrenagens se quebrem. A avaria por fadiga geralmente & causada por uma trinca que pro~ gressivamente aumentou de tamanho. A forma dos dentes das engrenagens é tal que a carga aplicada origina a maxima tensao de flexao na raiz do dente e virtualmente sempre abaixo da superficie de contato. Assim, @ provavel que a ruptura de qualquer dente na raiz, seja uma falha devido & flexdo. Geral~ mente a superficie do dente que quebra apresenta uma textura de laminagio ' lisa, exceto a parte que quebrou; e pelo comm, a trinca ot ponto que cau ~ sou a falha pode ser seguida até sua origem pelo exame da face da fratura . : . 7 A corrosao também pode alimentar a fadiga a causar a fratura. De modo geral, pequenas quantidades de manchas vermelhas podem servistas nas partes laminadas da superficie quebrada do dente que sofreu avaria devido fa~ diga por corrosao. Na fratura por impacto ou sobrecarga, geralmente a superficie do metal fica mais aspera do que nos casos de fadiga por flexao. As principais * causas desta falha sao: transmissao de choque, vibragao de torgao, desalinha~ mento, deformagao- da carcaga ou da base, deflexao excessiva do eixo, desgaste do mancal, ete. 7,5-EALHAS ASSOCIADAS Geralmente decorrem da fabricagao inadequada, ambiente agressivo e manuseio incorreto. 8.PROBLEMAS DE LUBRIFICAGAO EM ENGRENAGENS. Dentre as falhas possiveis de ocorrerem nas engrenagens aquela que mais evidencia ser um problema de lubrificagao & o escoanento. ‘As causas mais frequentes de falhas por lubrificagao sao: nivel de Sleo incorreto, presenca de espuma, presenga de impurezas, super-aquecimento, lubrificante inadequado, falha no sistema de lubrificacdo e falta de lubrifi- cante. Analisaremos, a seguir, as implicagoes que estes problemas trazem * ao funcionamento dap engrenagens. 8,1-NIVEL DE GLEO INCORRETO : £ um dos problemas mais comum 3s falhas de equipamentos devido a lubrificagao. Um nivel de leo acima do normal causa superaquecimento e perda de poténcia devido ao atrito fluido dentro da caixa de engrenagem. Isso oca — +15, siona deterioragao.prematura do lubrificante, danificagdo das vedagoes devi- do a alta temperatura, vazamentos @ danificacao.dos retentores devido a so — brepressao dentro da caixa. Devido & fadiga térmica vai ocorrer também dimi- nuigdo da vidd Stil do equipamento. Por outro lado, um nivel de leo abaixo do indicado causa suprimento insuficiente de lubrificante ocasionando o desgaste progressivo da superfi - cie dos dentes. Neste caso vai haver superaquecimento suficiente para provo~ car deformagoes térmicas no material dos dentes e diminuicdo da resisténcia de pelicula do Sleo lubrificante, danificando seriamente a engrenagem. Uma quantidade de leo insuficiente € caracterizada pela queima da superficie devido a alta temperatura desenvolvida, que deixa tipicas bordas azuis ou escurecidas nas superficies em contato ou proximo delas. Nas engrenagens lubrificadas por sistemas circulatérios, um nivel ' muito baixo no reservatério também pode ser problematico para o equipamento. Neste caso, pode nao haver tempo suficiente para uma troca térmica no reser vatdrio e o lubrificante ser bombeado muito quente para o sistema. Pode tain ‘bem nao dar tempo do leo decantar todas as impurezas adquiridas no sistema, e estas irem até as engrenagens. Pode ocorrer formagao de vortices nos re — servatdrios devido a sucgao dsa bonbas, causando acragdo excessiva nas bom- bas e diminuigao da resist@ncia de pelicula do lubrificante. 8.2-PRESENGA DE ESPUMA Pode ser originadas pelas seguintes causas: a)Depreciagao dos aditivos antiespunante do Sleo - neste caso o Sleo pode ja ter vindo com problema de fabricagao ou ter ficado longo tempo em esto aque e/ou adquirido contaminantes durante a estocagen. b)Aeragao excessiva do sistema - pode ser ocasionado por: nivel muito baixo Ro reservatorio dos sistemas de lubrificagao recirculantes, entrada de ar na tubulagao de sucgZo das bombas ou também reservatdrio mal dimensio~ +16, nado. ¢) mistura de lubrificantes incompativeis - neste caso vai ocorrer reagdes quimicas entre os aditivos que compoem os lubrificantes, com deprecia - ao dos aditivos inclusive os antiespumantés, formagao de produtos com tendéncia a espunar gases, residuos insoliveis, ete. 4 )Contaminagao do Sleo lubrificante - a contaminagao do Sleo com agua e outros contaminantes sdlidos, particulas metalicas, etc. pode também ' . ocasionar depreciagao dos aditivos antiespumantes e formagao de produ - tos sapondceos com caracteristicas espumantes. £ comm também, nos equipamentos novos, o fato de virem protegidos de ‘Hiprica com leos ou vernizes protetores. Nestes casos deve-se renover estes produtos antes de se encher as caixas, pois pode haver incompati- bilidade com o lubrificante e formagao de espuma. Os problemas que o excesso de espuma pode ‘ocasionar nas engrenagens sao diminuigao da resist@ncia de pelicula do Sleo devidoas bolhas de ar dis solvidas, quantidade de Sleo insuficiente sendo bombeada para o equipa~ mento e nivel falso de Sleo dentro das caixas. 8. 3-PRESENCA-DE IMPUREZAS A presenga de impurezas, principalmente impurezas sdlidas, no lu~ brificante pode ocasionar a falha por abrasao nos dentes das engrenagens , além de deteriorar 0 6leo provocando o aumento da acidez e o consequente * + ataque corrosivo as superficies metalicas. 0 excesso decontaminantes sdli- dos tanbém aunenta a viscosidade do Sleo © dificulta a transferéncia térmi ca gerando superaquecimento nas engrenagens A contaninagéo por Agua, além dé diminuir a resisténcia de pelfeu la do Sleo, provoca a corrosao e a depreciacao dos aditivos que o compoem. 8.4-SUPERAQUECINENTO Este fendmeno normalmente @ um sintoma indicativo de que algo nao esta funcionando bem nas engrenagens. é . an ‘As causas mais proviveis de superaquecimento sao: nivel de Sleo abai- xo do indicado ou muito acima do normal, viscosidade excessiva do Gleo que gera calor por fricgdo interna e perda de poténcia no equipamento, falta de circulagdo de ar dentro da caixa, excesso de impurezas sdlidas que dificultam a troca térmica, obstruem os respiros das caixas e aumentam a viscosidade do leo, problemas mecdnicos tais como sobrecargas, velocidade excessiva e desa- linhamento; falta de resist@ncia de pelicula do Gleo devido viscosidade muito baixa ou falta de aditivagdo necessaria e finalmente por radiagées calorifi ~ cas de fontes externas. Seja qual for a sua causa, o superaquecimento é maléfico para as engre nagens, podendo ocasionar deformagoes térmicas na superficie dos dentes com o seu consequente enfraquecimento. Com o superaquecimento ha a diminuigao da re sist@ncia de pelicula e deterioragao do 6leo lubrificante, ocasionando maior atrito met@lico e formagao de produtos acidos causadores de corrosao. Ocorre, também, vazamento devido a diminuigéo da viscosidade do dleo e @ deforma - | ges térmicas nas vedagées das caixas. 3,5- LUBRIFICANTE INCORRETO Pode ser ocasionado principalmente por erros de manutengao ao se execu tar as rotinas de troca ou reposigao de niveis, por falta de qualidade do lu- brificante devido a erros ou falta de tecnologia na sua fabricagao ou erros ' de projetos com a recomendagao do lubrificante indevido.. ‘As duas primeiras causas podem ser éliminadas e/ou detectadas pela and Lise fisico-quimica dos lubrificantes e tomando-se o cuidade de usar somente' lubrificantes e fornecedores previamente qualificados. £ importante, também , que as pessoas envolvidas com os servigos de lubrificagao tenham conhecimento adequado do servigo, no esquecendo que a lubrificagao organizada e bem plane jada sao condigdes inalienaveis para uma correta manutengao. Quanto a erros de projetos, & muito importante, af,a presenga de pessoal tecnicamente gabaritado,que com sua experiéncia podera evitar estes casos. 8.6- PALHA NO SISTEMA DE LUBRIFICAGAO 18, Os efeitos imediatos que causa & a falta ou insuficiéncia de lubrifican te ou até mesmo o excesso de lubrificante nos pontos & lubrificar, dependendo da natureza do problema. Por isso os sistemas de lubrificagzo devem ser inspe- cionados periodicamente para verificar se todos os seus componentes estao fun- cionando devidamente. 8.7 FALTA DE LUBRIFICANTE Pode ser ocasionado por falha humana ou falha no sistema de lubrifica - gao. A falta de lubrificante € fatal para qualquer equipamento e o principal ' sintota que evidencia esta falha nas engrenagens & 0 artastamento do metal com queima das superficies em atrito, pelo violento aumento de temperatura.A super ficie fica com aspécto azulado a escuro e aparece vestigios de lubrificante completamente queimado. . 9. SELEGKO DE LUBRIFICANTES PARA ENGRENAGEM A Associagao Americana de Fabricantes de Engrenagens (AGMA) tem publica do diversas padronizagoes nas quais determinait o grau de viscosidade do lubri- ficante nas condigoes de operagao. A recomendagao cobre aplicacgoes para engre~ nagens industriais abertas (AGMA-251-02) tabela II e III,em anexo,e engrena ~ jens hipoidais (AGMA~250-03) t: gens industriais fechadas exceto para engre! bela III em anexo. Estas normas indicam somente o grau de viscosidade do dleo que deve ser usado, néo nos dando um método para determinar quando um Oleo EP se faz neces~ sario. Ht £ possivel determinar a necessidade de propriedade EP através de al - guns testes experimentais que nos dao respostas bastantes fiéis.Uma estimativa aproxiuada da possibilidade de desgaste pode ser feita pelo cilculo do “INDICE DE DESGASTE".A tabela 1\yjem anexo,extraida do "Gear Handbook",nos da uma formu- 1a para o cAleulo do indice de desgaste, e Lista nimoros eriticos para os di- versos lubrificantes a varias temperaturas.Se 0 niimero calculado excede o nime ro da tabela, o desgaste & provavel e deve ser usado um. dleo EP. NA sonic Nlo-Atcavet ‘SUMARIO DAS NORMAS DE LUBRI IRCAGAO OA AMERICAN GEAR MANUFACTURERS |” : + Mine ee (0) Espeifcardes arenes spresantam macosiades om SUS a 100, {B) Fara Secs EP wterpertura de aaa toro prota, sar edule 4 212%, 8) Revato Tabela IV Critério para ediculo do indice de De: i aaperetare * de operasfo oor? | 1508F indices, 6,cco 000 30,0c0 32,000 24,0c0 32,0c0 grou 2010-=11-¢~6c82a); 2'cco |g scc0 Sintésico (Turbo 35) 44,cco 32,00 | onder Ye Lorgure da fee de contato, eiiee el de Deogaate eriticos 1 3,000) 5,000 | 5,000 | 2,000 7.000 | «,000 9,000 | 6,0c0 n1,c¢0 | 8,0c0 seco | 6,000 6.000 | 2,c00 anrece | 2,eco | 5,cc0 9,0¢0 3.¢¢0 cures joneial,2» Fotngée de pinhlo, rpm paseo disnetral Tabela II fo ~~ NORMA AGMA, ESPECIFICAGAO 250.03, JAN. 1972 7 inal LWwBRIRCACAO DE ACIONAMENTOS POR ENGRENAGENS INDUSTFIAIS. FECHADAS Recomendagées de Lubnficanes, por Numero AGMA. para Acionamentos por Engrenagens Fechadas, dos tos Helicoidal, Espinna-de-Peixe, Coniea de Dentes Retos, ‘GOnica de Dentes em Espira o Clinica de Denies Retos "To a esas Dinanooes ou Urcace ae do tance AGW 7 f Tenpermare Ambir a . Sweat “wees seg, ngrcwgen Pte Daea Winton Camroe (ens eR! orn A) | sees pan 8 $ 1 3 3 Trin uwepednmee OSC ‘eimugnaponea 2500 s 5 : semace abst H 8 “Ties Punnien panantonwmteeSSSCSRSSSCSC*~<~ a "femace spaces pa B 8 fens 2 2550 & s gee eee ‘Wate pareogera petra 7 US OSBtinies Ena abe se pot 8 Pa [2 Biers Ene a cuonsermceigea, oe a : : {. “Veledns de maregrecincm Femeemtpee ‘Seika Sotoce i Wego a eg: Bina do cone sama ae 12 ol # & Ey s i # i i Tabela IIT - ~~ - . “NORMA AGMA 251.02; NOV. 1976 LLUBRIFICAGAO DE ENGRENAGENS INDUSTRIAIS, ABERTAS 5 = Lubrifcantes Recomendados pela AGMAS {Para Métodos de Aplicagao Continua) > eae aot BC. Gag es = epee \eocdee etre Pinna heen ioe ge onto nag sib Paritin, 1000 Feanitn, $oearerin Penn, ean, Tein GoninunSeusey acter bouser scuseh 0 7 onse fmneai ou PEERS eeeEE eee eee eae “raaee a 7 Poscet’ SouSEP Aauder- Tou7EP euser gener Freier ie Tevet Coninse Tester poutkh Tou? bovter ener” eéiarto ou Srerises 109 ae Ponda” Tou7E® —GquSEPGERIDEP BEPHER TOUTED Frese — aa ta nes ms ttre aon a

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