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Reamer Cr rn ea eee et eee eee eens eee ee end teoras e pric linguisticas, Sto obras eseritas ee modo ee eee Cer ad ee ere See en ete ee et ons cee eee ee ee te Pe ey Pee rn eter Ueto Sete eer es ccaracteriticas linguisticas e formais, intencionalidades Penner eter te auto ttd partem do conhecimento de mundo dos alunos, passan Perea eer et eer eee ee ee ee te eee ee eee ed > Fle) ios ea toed frenetic fore tcRre) PE wee cole [te To) de textos “GprirO TT ne eae Vik ‘des ‘ize gine imamate adie te’ arent Sr sole ct onto eign Ra ae Tis pac a Dimer Pky a in Aa ‘Teas eletor ulrapassam a slid diol para se enlacarom pela nteragies Ler ésomarse ao ‘mud, umn com a claridade dof decade Bereeré dors. Cada palaera descortina tn Dorizont, cada frase anuncia cure esta. Fes os, tomanudo as rides, abrom camino, entre lbs, pans ‘a agens lo pensamento, ‘Bartolomeu Campos Ques os nosos colegaspnfesors, somprelutando para melbortra enna, _Atwalmente, € consenso que a eficiéncia do processo ensino- aprendizagem de lingua portuguesa depende de um trabalho sis- {eamtico com os diferentes generos textuais. Dess forma, sendo 0 texto hase do processo,enfatizamos, nest lvro, que devemos to -mar, como contetido do ensino de lingua, conforme preconizam os Pardmetios Curiculares Nacionais (x), 2integracio das tes pri cas de linguagen: letra, producto textual ¢ analise linguistica, (© nosso objetivo € ausiliar 0 professor de lingua portugues do ensino fundamentals (620 9 ano) na area de torn seus al ‘nos competentes letorese produtores de texto, Paria abortagem dos topics, dividimos a obra em cinco cupitulos, que apresentam. sequencias de atividades sempre partindo dle textos e seguidas de ccomentirias que destacam os objetivos e os contetidos estudados, No capitulo "Priticas de inguazem € rex: o ensino de lingua izemos uma breve reflexio sobre o ensing dessa 2 Ih, liseiplint no ensino fundamental, tratando de conceitos referer {es 0 texto, como coesio, coeréncia,tipos © géneras textual, fundamentais para 0 professor trbalhar as ativklades propostis nos demais capitules. Mostramos que os diferentes generos text ais (omis e esertos) Slo formas disinas de textualizagao0, que se constroem de acordo com as variadas situagbes de inteslocucao & atendem 2 objevos sociointericionais. Devidlo 2 impossibilidade de abordarainfinidade de géneros existentes, escolhemos alguns doles, mais pr6ximos aos alunos e comuns em livros didicos, para cexplorarmos as caracteristicas linguistic e formals, objetives, i= tencionalidades e fungSes socias. Para nto, sugerimos sequéncias, de ativdades que partem do conhecimento de mundo dos alunos, Trzendo-os passar pela analise detalhada dos diferentes aspectos dos textos aléchegar 8 escrita coletiva ou individal, momento em {que os alunos colocam em pritica, em suas proprias producoes, (0s conhecimentos adquitidos, No capitulo “Pritica de leiuea de textos ons e esis", foc lizamos a Jeitura em sua acepcio mais ampla, que inclu qualquer texto or ou escrito, verbal e nao verbal. Buscamos, portanto, &<- pandiro conceito de alfabetizacio para 0 de leramento, mosteando 2 importincia de levar os alunos a acionar seus conhecimentos prévios, assimilados na interacio social, e 2 utlz-los para fazer inferéncias,levantar hipoteses e conséruir semis ~ estratéyias, cognitivas indispensives para aformagio do ler eritico. Asetipas « estrategas de leita, englobando atividades prétextuais,textuais, « pés-textuais, s40 sugestoes de trabalho com o texto que levamn & ‘um mergulho mais profundo na estrutura textual € nas suas relacoes ‘com contexto. Assim, os alunos aprendem a valorizar a eseolha ocabular, 0 dito € 0 inferido, para esbelecer relagdes texts No capitulo “Pritca de anise linguistica”, mostramos as di- Jerentes abordagens no ensino de lingua portuguesa e, de maneiea mais especifiea, no ensino de gramitica. Conhecendo-as melhor, acreditamas que 0 professor podleri escolher, mais consciente ‘mente, as abordagens mais prodtutivas. Concordando com os res quanto a necessidade de haver uty trabalho de reflexdo sobre os sos linguisticos, esse capitulo enfatiza a ands linguéstiea como pritica indissoctivel da Teitura ¢ da producio textual. Afnal, 110 basta ensinar os alunos a ikdentificar um determinado elemento do texto (substantive, adjtivo, verbo et), mas é importante, também, levi-los a perceber como esves elementos funcionam, quais as intencionalidades por detris de seu uso, de que forma cooperam, para promover o encadeamento ou a progressio textual Panindo da mudanca dle priticas do paradigma tradicional para as haseadas em una Visto interacional e reflexiva das com> peténcias comunicativas, o capitulo “Produgio de textos ors & teseritos”evidencia a importincla das interagbes sociats para o d= senwvolvimento da linguagem e 0 papel desta no desenvolvimento cognitivo da criana, baseando se fas teorias sociointeacionistas de aprendizagem, de letrumento e de texto/discurso. Nesse capitulo, também so aprofundados os critérios de textualidade, bem como. producto textual, vita como um processo ¢ organizada em par auxilar 0 professor e facia o aprendizado dos alunos. Alem. disso, apresentamos sugestoes para 0 professor elaborar projetos de leitura,envolvendo outeasdisciplinas, e propostas ce atvidaces {que auxiliam os alunos a organizar melhor seu proprio texto ‘Novlitno capitulo, sugerimosatividades varada que integram as ues pics de linguagem apresentadas nos rex e abordades nos ‘apitulos anteriores ~ letra, produgo textual e anise linguistica- Focando textos orais¢ escrito. (s textos analisidos nese livro servem como exemplos, € 4 atividades, seguidas de comentirios, podem ser adaptadas a diferentes géneros textuais, SugestOes de respostas para ovtentar © professor em sala de aula encontram-se na pagina eletronica do livro no ste da Editora (www-edtorscontexto.combr “®). Dest ccamos que algumas questoes estdo elaboradas como enunciados ‘que poxlem ser repassidos diretamente 20s alunos; outras S20, ha verdade, orientagdes para © professor. As propostas também podem ser adaptachs ao nivel ¢ Bs necessidades da tusma, € 0 professor pode aproveitr todas as questOes ou apenas algumas, na fcem que achar melhor. A indicacio do ano de escolaidade, em a alguns textos ou atividades, € apenas uma sugestio, mas cumpre destacar que algumas atvidades ji foray aplicadss com éxito em sala de aula, No decorter do livo, diversos géneros textuais $10 ‘uabahades, como conto, histria em qusdrinhes, resena,nincio ublicrio, receta orale eset, noticia, repontagem, editorial de Jornal, conversa, dente outros. Enfatizamos que, na perspectiva adotada neste livro, a ga inten € considerada instrumento para reflexio Sobre 0880s lin- guisticos, visando mao s6 a ampliar 0 conhecimento terico sobre a Tingua, mas também 2 ajudar na compreensio dos textos e na rmelhoria dt qualidade das producdes textuais dos alunos. Assim sendo, 0 papel do professor & fundamental, pois ele & 0 mediador entre os alunos € 0s textos. Sabemos, no entanto, que nem sempre € facil para 0 educador planejare operacionalizar atividades que, de fato, desenvolvam as habilidades e os conhecimentos linguis- ticos dos seus alunos. Dai a importincia deste livro, produzido para auxiliar 6 professor. Este material conden algumas teorias importantes para o ensino de lingua portuguesa e mostra, por meio de atividades com diferentes géneros textuais, como ¢ possivel realizar um trabalho mais saisfatéro de leitura, produgo textual ce anilise linguistics. Abibliograia cit ao final deste veo poe se constiuirem um Ponto de panda para o professor aprofundar o esudo dos conceitos Tundamentas para o ensino mais produtivo de lingua portguess. Assim também as revista, 0s jomais on-line, 0s filmes, os videos € 6 sites citados nas atividades, além de servirem de apore para a criagao de novas propostas, podem ampliar 3s perspectivas dota balho pedagégico, na intedlace com outras disciplinas do custculo. Proxiuzir material pedagégico para a prtica cotidiana nto & ‘arefs fie, demandla tempo ¢ exige do professor estudo, pesquisa ce uastantecriatvidade. Cabe relembrarmos sempre que, em set tando de linguagem, nao podemos prescindit de uma abordagem textual. Por isso, com este livro, esperamos contribuir para que © professor desenvolva atividades que auxiiem seus alunos a se tomarem comperentes leiorese proxlutores de texto, Praticas de Linguagem e PCN: © ensino de lingua portuguesa 1. Lingua portuguesa no ensino fundamental [Neste capitulo de abertur, ulgamos necessrio Fazer algumas reflexoes sobre 0 ensino de lingua portuguesa no ensino fun ‘damental, pontuando conceitos essenciais para que o professor possa tabalhar com maior seguranca as atividades propostas nos demas eapitulos. (0s Parimetros Guticulares Nacionais (Breil, 1998b) de Lingus Portuguesa apresentam propostas de organizacio de contetidos & dlimitacio de objeivos que visam 3 forma dos alunos como coautores do conhecimento, nio somente reproduzindo termino Jogia gramatical tal qual se ¥é no ensino mais tradicional ~, mas principalmente fazendo com que os alunos efitam sobre su Kinga (Souza, 1983). Assim, percebemos que os Parimetros defendem «dea de que ensinar portugués nos niveis Fundamental e méetio 6 az sentido com base em textos orais ¢ escitos, buscando uma interacao entre letura, produeao textual e anise linguistic, ‘Se, pontm, essa perspectiva parece serconsenso entre pesqui- saadores e especialistas em ensino, nem sempre na sala de aula 0 trabalho com textos € uma reaidade: 0 foco nas aulas de portugues ainda costuma ser em regras normativas ¢ nomenclatura. Embora sea importante que os alunos conhecam terminologia gramatial e rhomia cult, professor precisa mostrar como se usa lingua, em “que contexto se opta por uma ou outta construed. Fsst aboragem, ‘que considera a diversidade de textos -lidos/ouvidos e produzi- {dos pelos akinos ~ as sinuagdes coneretas de comunicacao, pode colaborarefetivamente para desenvolvera competéneia lingustica dos educandos, objetivo principal do ensino de lingua portugues ‘Assim, quando se defende uma abordager textual, entra em questao 0 uso de textos como vnidade de ensino, e mio como mero pretexto para destacardigeafos, substantivos abstratos ou sueitos, por exemplo, Textos atfcnis ou em formato de frases sols, que Frequentemente viamos em carihas, como “Ivo viu a uva" ou “Vov0 viv a vow", nde colaboram para a percepeio linguistica dos alunos, ‘nem para sis Formato como litres. Exemplos assim representam, ra verdade, pseudotextos, fl que estio descontextualizados, Ser ‘uma situagio real na qual possam ser usados como elementos de Interagdo, Sto meras atvidades de “leurs”, provavelmente para treinar a eserita de slabas ou palavras com determinado fonema, sem formar um tod significativo. ‘ez disso, 0 texto como unidade de ensino pressupoe un trabalho que congregue as és priticas de linguager apresentadas nos Parimettos: pica de letura de textos orais/esertos, prea de produto de textos orais/escrites,pritca de analiselinguistica, Ei comum ente elas, o pressupeosto de que somente relacionando rso-werx40-180€ possivel pensar um ensino de lingua portuguesa produtivo, em que o aluno passe da condicao de aprendiz passive para a de alguém que constrsi seu proprio conhecimento ~ com py i AS 4 ajuda do professor, & claro, por observar 6 funcionamento da ‘strata da lingua nos mais diversos generos textual, lidos € pro duzidos por ele, O desafio que se apresenta 20 professor é,entio, traballar as és prticas de linguagem apresentadas nos Parimetras de maneia iotegraa, Texto, coesao e coeréncia (© texto € considerido elemento de interagl0, marcado pela coesto entre seus elementos e pela sua coeréncia interna/extema ‘Tima sequéncia de frases nao pode, portato, serchamada de texto se no houver uma relacto de significado enare ela. Nas palavras de Schmid citado por Koch (2002: 10)-texto & “qualquer expressio de ‘um conjunto linguistico nom ato de comunicac0 [| ematicamente ofientadoe preenchenclo uma funcio comunicatva reconhecivel ‘A coesdo contere leghilidade ao texto, mas mo € quest in lispensvel para caracterzi-o com tal. Um bilheteeserto por uma cxianga recémvalfabetzada, por exemplo, pode no ser perfeito quan toAcoesto cumprirplenamente seu papel no ato communicative, por estabelecerinteraga0 com o letor, que atribuiri sentido a esse texto, Esse sentido que se procurs em wm texto & sia coeréncia, que nao depende apenas da relagio de significado entre 0s compo- pentestextuas, mas & defini, prinepalmente, pela ineraao com © leitor. Um texto pode ser eoerente partum leit e incoerente par outro, se eles tiverem experiencias diferentes de letra, como. lembra Rivero (1991; 6); "Sendo 0 texto mais do que a soma dos cemunciados que o compoem, sua precucto e compreensio deriva de uma competncia especifica do falante ~a compet@neia textual Pode-se dizer, portanto, que coesdo ¢ coertneia esto in- timamente ligadas, pois dependem do conhecimento de mundo do letor © da sua capacidice de decifrar as ligagoes existentes “entte os componentes linguisticos. A coertncia, pomtanto, no esti apenas 10 {exTo em si, nem ampoUCD no Tetor, mAs ma re Bi fin cexistente entre ambos, desencadeacl pela leita. E, uma ver que 4 letura pode confi significado a uma sequéncia de enunciados aparentemente incoerente, consents que no existe 0 mo texto: a situaglo em que se produziu ou se leu um texto considerado Incoerente pode mudar ese julgamento, Como exemplo, pocemos citar os poems dadaista, propesitalmente desprovidos de coesio ‘caparentemente incoerentes, mas cuja coeréncia se consti pela propria proposta desse movimento de vanguard E necessirio destacar, porém, que ha casos de problemas de coeréncia items que dificultam a compreensio. sso ocorre, principalmente, quando nao ha organizacio das informacoes ou ‘quando hii contadigdes. Por exemplo, se um texto se inicia de- fendendo a pena de morte, apresenta diversos argumentos a favor desse ponto de vista e termina com posicionamento contritio, hi problemas de coertacia. Nesse caso, ainda que texto como um {odo poss ser compreendido, alguns trechos apresentario proble ‘mas edificularo a leiturs Beaugrande e Dressler (1981) definem outros eriérios para a texwalidade, como veremos no capitulo "Producio de textos orais escritos”. Porém, destacaremos aqui a coesio, assoeiando-t 2 coeréncia, devido 3 importincia de relacioni-las anil inguistiea 2 producio textual & importante frisar que, em trabalhos mais Antigos sobre coesio, era comum apenas destacar as retomadas de elementos textuais para mostrar que o texto era coeso ~ prea ci muitos livros diditicos, nos quais predomina 2 nomenclatura “coesio referencial”e “coesio sequencia. Atualmente, além desse procedimento, busca-se entender 0 orqué ds escollas fezas, pois cada uma delas implica abando- no de outrs, €a selecio depend da intencionalidade do texto, Assim, autores mais recentes uiizam os termes “referenciacio” & “sequenciago", quando tratam de aspectos coesivos, Essa cferenca de terminologia & importante, porque “referenciacao” e “sequent cago” referem-se a uma atividade discussiva de construcio de sentidos ~ associada, portanto, 2 coerénci, ‘comum, ain, Vejamos um exemplo,retido de um relato de jogo da Copa do Mundo de 2010: ‘Texto 1: Passaram os dois (Cle pede para a Espana, termina em segundo eserd 0 ria do ‘Basi Timede Bila fot sao, ra apreenton erro fats (Chie fo dered por 2.1 pa apna, Ped idean bo Grupo Ht para ual a fi beneicia po espe da Sea fm Honduras Avangou rm segundo igi ser aah a Sele nse aus onavs de falda Cops do Slo. est sober qual a estate que os Lasas de Beka tere conta braslcfos. Anal les slo capazes de tio, Nas des Primelesrodadis se lana ao ataquc © venceram sem ce ‘So Honduras © Suis, One, encanndo una Espana, que pela princi vez teve seus quo sues desde 0 ico (Navy Iie, Wille Tones), tataram de sfocwe aa, mesmo 56 preceand dloempate par sana sem tomar conhcena do ogo sui. Ma, apesar de ods sia-etatégin cusada ~ dest vez Gc Jpeadores locales no alge = 0 Cle motrow deicéncay ue form fstise que devem sr bem obwervadss por Dungs © pels ceomissto da Sekt ‘ina dea minigao € mito vn io oasona un camino de catbes Tana eo tine tinh oo pends ote. Eats dos vite minton, Made, Ponce e fata extvan snelado ‘liso Chile fot ina slo que Fez 20 mas falas em todos Naso enzo toque de boa er eros de pases qe ges contratuques, Foi soon aos 24 Valve a-Biaa Hou © ‘oma ataque pats Fermando Tones pela exquends, com pede uh ta marcapto fro gle Bavo si atbalboadament pars 2 didi que sbrou para Vila cuts neem, de pry tam ance de eles ¢ proc. Ld. ee x tn Pm ae Roe i 8 esse relatoesportivo, os termos sublinhacos colaboram par «1 compreensio do texto, mas dependem de um Iitor atentoe, de preferéncia, conhecedor do que acontece no futebol. Expressoes fh como “Time de Bielsa” ¢ “Locos de Biclsa" podem se referr tan to aos jogadores do Chile quanto aos da Espanha ~ entretnto, referemse 40s primeiros. Da mesma forma, 0 pronome “eles, no inicio do 2" parigrafo, morfossinaticamente, pode se referir 40s chilenos ou aos brasileitos, mas percebemos que os chilenos & {que ‘Slo capazes de tudo", pois 0 tema do parigrafo &0 resultado da selegio chilena. Mais frente, 0 termo “a Fria” sO pode ser fsociado 2 selecio espanhola por quem acompanha 0 futebol internacional. Assim, todos esses s20 exemplos de mecanismos de ‘coesio (substitute por pronome ou por outro substantive) que retomam elementos ji citados, mas, para serem percebidos dessa forma, precisim de un leitor que contextualize 0 texto € faga as inferencias (associacio de ideias decorrentes de nossos conbeci= mentos prévios sobre o tema e de nossa experincia como leitores) necessirias para compreendé-l. “Tambeém precisamos fazer inferéncias 20 lermos “rival? Gque aparece no texto ts vores) ¢ “estatégia ous” mente usados no campo semntica de guerra © com frequencit presentes em textos sobre esportes val & 0 outro time; estratégia Ea maneira como os jogsidores preparam seu jogo. Ao usammos terms do campo semntico da guer em textos sobre esporte, ‘riamos a imagem de que "esporte é guerma’ ~ ¢ é assim que 0 leitor acompana o relato espontvo: como una bata 'Nesses exenplos, portanto, constatamos que nao basta identi Fear a que elemento no texto determinado pronome ou substantivo se refere, porque, muitas vezes, hi mais de um elemento morfos sintatcamente capaz de associar-se a esses termos. Para compreen der um text, é necessério relacionar os elementos de retomada 2 construgio de seu sentido; & 0 que chamamos referencia. ‘Quanto & sequenced, cla consttul uma série de ativdades liscursivas que colaboram para progressio textual. Podemios dizer {quea sequenciago, com indicam Koch e Elias (2006), realiza-se por meio de encadleamentos (uso de operadores argumentativos ~e, mas, portanto etc; por meio de repetica0 de palavras e expres- s0es (reconréneia de termes), estruturas (paralelismo) e contetddos fii _seminticos (pariffase); por meio de progressio tematic. demos perceber algumas estratgias de sequenciagio na exbnica a segu ‘Texto 2+ Bu sel, mas nao devia Eu sei que a gente s acostuma. Mas mo devi | gente se aonsuma a morarem apartamentos de funds © no ter outa vista que nio as nels a0 recor, porque n20 tem vista, Togo se acostuma a mio ollie para for. E, porque no ol para fort, Jogo se acostuma a no abide td as cotinas porque nao abe aS cominas logo se acostuma a acender mais cedo a uz, medida ‘que se acosua,esquece oso, esquece o af, esquece a amplido Agente se acostima a acordar ce man sobresskaco porque ‘esti nt hom. A tomar 0 cae corend pore est arto. A er Jomal no Gnibus porque nao pode perder o tempo da viagem. A comer sinduche porque no para almocat Asti do teabalbo porque note. A coehar no Geb porque est cansado, A dear ‘edo e dormir pesado sem ter vivo 0 ei Agee se eostuma a abrir o jena ea lr sobre a guetta E aceiundo a guerra, aceis os motos © que hat simetos para of ‘mortos ,acetando os admeros, aceita no acer ms Negoci ‘tes de pa. E, no acredcndo as negocagbes de pa, acc er todo da de guern, dos imeros, da longa duc. ‘A gente se acostuma a expert dla inteto ¢ oir no teeone: hoje mio pass i. A sorrir para as pessoas sem reeeber um somo devols. A ser ignore quando precisa tanto sr vist, ‘A gente se acosuima'# pagar por tudo o que descia ¢ 0 de ‘que necessia. Ina para ganhas o dnheigo com que pagar Ea ‘inkar menos do que precisa. Fa fazer fa para pag. 2 pags mais do que as coisas valem. Ea saber que cada vez pagar mais. E 4 procurir mas tabatho, para ganhar mals cinbeio, para ter com ‘que pagar nas fas em que se cobra. {AX gente se acostuma a andar mi nua e ver canes. A abrie as seviaas e ver anincios. A liga a fleviio © asi a comers. ‘20 cinema e engolit publicidade. A ser iasigudo, condurie, esnoneado, ngido na inindavel carat das proces “A gente se acosuma 3 poluieno. As sal fechadas de a-cond- conado e cheiro de ciao. luz artical de ligeiro wemor. Ao ‘hoxtue que os olbos levi ma Ie natural. As bactéras ca gn f{\—————— potivel. A contaminagio da gua do mar. A lent morte dos Hos. Seacostma a ao ouvir passarinbo, a nao ter galo de madrugida, 2 emer a hidrofbia dos ees, a mio coer fut no pé, a no ee quer ua planta WA gente se acostuma a coisas demas, para mo softer. Em do- ses pequenas, tentanlo no pesceber, va afatando uma dor aq thm ressentimento al, uma revolts acold. Se 0 cinema esti cheio, 2 gente sent na primeira fae tree um pouco © pescogo, Se 2 pra est containada, a gente molha 6 os pés e sua no testo do Corpo. Se trabalho até duro, gente se consola pensindo 90 fim de semana. E se no fim de semana no hé muito o que lazer, gente vai dormir cedo ainda ic satseko porque tem sempre ono strasio. Sh gente se acostum para no se ralar na aspereza, para pe= sewar pele. Se acostma paca evar frida, sangramentos, para ‘eajultarse ds fica eda baionet, para poupar © pelo. A gene se Sct pats poupar a vida, Que dos poucos se gst, ¢ qUe, Bast ‘de tunto senstimat se perde desi mesma, Pee: Case, Main a marin cna Se ate: Re, 86.9.9) esse texto, encontiamos: + encadeamentos (uso de operadores argumentativos): ‘uso continuo de "E” indica uma adiciofrenética de "cos- fumes” da via moderna, Além disso, 0 "Mas", no inicio da ‘rOnica, mostra contraposio entre "A gente se acostuma™ fe “nao devia” [se acostumat «+ repetigao de palavras © expresses (recorréncia de termos):€ 0 que acorte com “a gente" e com quase todos 0 inicios de frase, que retomam 0 final da anterior. repeticao de estrutueas (paralelismo): hii parlelismo {quando estruturas semehantes ou idénticas sto repetidas, geralmente, com efetoesilisico.F 0 que vemos nas extus tivas repetigoes de “A gente se acostuma’, que iniciam os pardgrafos, © nas estruturas do, peniimo parignifo CSe ‘o cinema esti chelo, a gente senta na primeira fla € tce ‘um pouco 0 pescogo. Se a praia esti contaminad, a gente molha $6.08 pés e sua no resto do corpo. LJ"), me i paralelismo marcado em “Se x, a gente fz y + progressio tematica s setomnacas de cal final ce ese na frase seguinte e as recort@acias de termos € esti ccolaboram para a progressio tematica (costumes «vit ‘modema) ao longo de todo 0 texto Como pereebemos, coesto € cocréncia inter-elacionamns¢ | ‘eapacidade textual do leitorfaz.com que cle consiga observ esis relagdes no texto, possblitando sua compreensio/inte Nao 6 copiando e repetindo partes do texto lido como respst as questoes de “interpretacao" —téeniea comumente usd 1 ht de aula ~ que se formario leitores competentes ¢ criicas capes de ler e produzir textos de qualidade: formamos letores ‘mostramos como os elementos presentes no texto colaborn part a construco de sentido, 3. O texto como unidade de ensino Para que a escola enfatizeo texto como unidade de ensino, ¢ necessirio, primeiramente, que 6 professor repense 0 concvito ce texto. Geralmente, quando perguntamos a alguém 0 que & ext, A resposta refere-se a qualquer material escrito, como cart, aoc de jornal; quase ninguém se embra da conversa ao telefon oi do brate-papo ns mesa de um bar. Porém, quand os vex defen ‘ensino com base em textos, trala-se de textos ois e erie. Ns ‘que isso: para compreendler centos textos, & necessirio obs ‘outa linguagens além da verbal. Por exemplo, quem preten analisiruma trina, como as que se seguem, ce Mauricio de Sexist precisa perceher diversas aspectos, como: + a rolagio imagem/exto verbal, que confere humor 3 Ui fnhas: 0 texto verbal, sozinho, no di conta dese In eee eee potivel. A containagio da fgua de mar. A lenta mone dos Hos. Se'acontuma a nto ouvir passrinho, 2 io tr galo de madmgada, 2 temer a hidrofobi dos ces, a nto coer ruta no pe, 2 mo ter Sequer uma planta ‘hente se acostuma a coisas demas, para nao softer. Em do ses pequenastentando io perceber, va afastando una dor agu, fim resentineato al, uma revel aco. Se o cinema esti cheto, 2 gente senta na prin ls force wm pouco 0 peseogo. Se & pa est contamina, a gente moa 56 0s pése sua no resto do {orpo, Se-0 tbalho est duro, a geme se consola pensindo no Fim de semana, Ese no fim de senna no hi muito o que fazer, 2 gente vi donnie cdo € sind fcasatsfeo porque Tem sempre Sono stasido, ‘Agente se acostuma para no se rar na aspereza, para pre sear a pele, Se acostuma para ear Frida, sangramento, para tsuivarse da faca eda biome, paca poupar o pelt. A gente se Scostuma para poupara vida. Que aos pocos se gst, equ, pasta Ge tanto aeostumat, perde desi mes Pam: Cs, Mi, Bs mami cl Re ea Re, 196,79) esse texto, encontramos: + encadeamentos (uso de operadores argumentativos): ‘uso continu de “E" indica uma adiciofrenética de “cos- tumes” ca vida modesna. Além disso, 0 "Mas", no inicio tt ‘rina, mosira a contraposico entre *A gente se acostumia® ce endo devia” [se acostuman + repetigio de palavras © expresses (recorréncia de termos): & 0 que ovorse com "a gente” e com quase todos (08 inicios de Fase, que setomam 6 final da anterior. ++ repetigio de estruturas (paralelismo): fi paraleismo «quando esteunusas semelhantes ou identicas Sto repetidas, geralmente, com efit esilistico, Eo que vemos nas exaus ‘A gente se acostuma”, que iniciam os tivas repetides de parignifos, © nas estruturas do pensikime panigrafo CS 6 cinema esté cheio, a gente senta a primeira fla torce jum pouco 0 pescoro. Se a pra est contaminada a gente molha $6.08 pés e sua no resto do corpo. [1° em que hit paralelismo marcado em "Se x, a gente faz 9 + progressiio tematica: as retomacas de cada final de frase na frase seguinte © as recorréncias de fermos e estrtunas colaboram para a progress tematic (costumes da vida radema) a0 longo de todo o text, ‘Como percebemos, coestoe coertnca interselacionam se, © a ‘capacidade textual do leitor faz com que ele consiga observaressts relagoes no texto, possbiltando sua compreensia/interpretag2o. Nao € copiando e repetindo partes do texto lide. como resposta as questoes de “interpretagao” — técnica comumente usd a sala de aula ~ que se formarao leitores competentes ¢ criicos capazes de ler e produzit textos de qualidade: formamos letores quando mostramos como os elementos presentes no texto colaboram par 2 construct de sentido, 3. O texto como unidade de ensino Para que a escola enfatize 0 texto como unidlade de ensino, & necessiri, primeiramente, que o professor epense 0 conceito de texto. Geralmente, quando perguntamos a alguém 0 que € texto, a resposta eferese a qualquer material escrito, como carta, noticia dle jomal; quase ninguém se embra ca conversa ao telefone ou do bate:papo na mesa de um bar: Porém, quando os rox defendem 0 tensino com base em textos, trata-se de textos ors e eseritos. Mais, {que isso: para compreender certos textos, & necessirio observar fours linguagens além da verbal. Por exemplo, quem pretend snalisarumatsina, como as que se seguem, de Mauricio de Sousa, precisa perceber diversas aspects, como: + a relagio imagem/texto verbal, que confere humor & nhas: 0 texto verbal, sozinho, nao ci conta desse humo + a intentextualidade presente mas tirinhas, que miscuram 0 personagem Pinéquio com as crlangas da Turma da Monica: ‘onariz de Pindquio cresce quando ele mente, & ese recurso é-usado" por Cascio e Magali para ajudi-los a, respectiva- sente,escapar le um riacho ¢ coher macis. “Texto 4: Tiriaha do Cascto (Pon Dupenel em: tp ube mona com bromine, ‘Rewiocm 23h 204") “Texto 4 Tirioha da Magalt (Fre Dione em

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