You are on page 1of 2
) Nota TECNICA 1 Emprego de HPMC como Excipiente para Capsulas em Formulacgoes Magistrais Hiélio Martins Lopes Jinior Farmacéutico — Proquima Laboratério Ltda A utilizagdo de hidroxipropilmetiicelulose (HPMC) como ‘excipiente para a forma farmacéutica cépsula em prepa- rages magistrais requer uma avaliacio adequada de sua aplicacio pelo farmacéutico, em fungio das caracteristicas gerais da formulacdo, dos ativo(s) empregados e das con- digBes requeridas para liberacdo do(s) férmacos constantes da formula, Entre 0s problemas mais incidentes encontrados na pre- paragde de cépsulas esté a escolha inadequada dos exc!- pientes. Assim, é de fundamental importancia considerar as, caracteristicas do férmaco e/ou da formulacao para eleger tum excipiente que seja mals adequado para cada caso. Baseado nas informagées de literatura oficial abaixo des: critas, observa-se que 0 uso deste excipiente em cépsulas ‘manipuladas deve se restringir a situagdes especificas, como por exemplo, nos casos em que se necessita a obtenco de lum produto de liberacdo retardada ou prolongada. Por meio do monitoramento de controle de qualidade que a Anfar- ‘mag efetuou por melo do projeto SINAMM, no qual cente- nas de amostras das farmécias participantes foram avalia- das, observou-se que nem sempre o crtério de utlzacio da HPMC estava correto ou seu emprego deu-se em concentra- ‘Bes inadequadas, demonstrando — em alguns casos ~ que ‘0 farmacéutico ndo fer a escolha do excipiente baseada em referéncias ou estudos consistentes para tal aplicagio, A seguir estdo descritas informacdes sobre a HPMC, res- paldadas em literatura ofcialmente aceita"!: DADOS GERAIS ‘A. FORMULA ESTRUTURAL. HPMC: RE-H, -CH3, -CH2C{OH)H-CH3 Peso molecular: 10.000 - 1.500.000 Numero CAS. 9004-65-3, DCB: Nao ha Obtencio Da Hpme ‘A forma purificada da celulose obtida do algodio & co- locada sob reaco com solucdo de hidréxido de sédio, pro- duzindo uma celulose alcalina que & mais reativa do que a celulose nao tratada. A celulose alcalina 6, entio, tratada com clorometano e 6xido de propileno para produzir os éte- res de metilhidroxipropilcelulose, os quais s¥o purificados e {quebrados em grumos. Na sequéncia,tais grumos passam por tratamento de uniformizacdo, transformando-os em grdnulos ou pé. 22] REVISTA TECNICA DO FARMACEUTICO uso DA HPMc [APMC 6 utilzada para varias fungbes, dependendo do contexto da formulagio, entre as quais como agente de re- vvestimento, formador de filme, matriz para liberac30 con- ‘rolada, agente establlzante, agente suspensor, aglutinan- te, agente de viscosidade. Adicionalmente, também pode ser empregada na manufatura de cépsulas como adesivo, plastficante e agente umidificante. Na concentragio de 2 a 5 %, 6 empregada com a fungi de agente aglutinante tanto para via timida como seca para ‘comprimidos. J8 em altas concentracées (10 % 2 80 %), & ‘empregada para a liberagio retardada em comprimidos ou cpsulas, DESCRIGAO DAS PROPRIEDADES FISICAS DA HPMC ‘Acidez/alcalinidade: pH 5,5 ~ 8,0 para solucdo 1% (p/p) de solusdo aquosa Densidade (bulk): 0,381 g/cm* Densidade (topped): 0,557 g/cm* Densidade (true): 1,326 g/cm? Umidade: hidroxipropilmetilcelulose absorve umidade da _atmosfera, sendo que a quantidade absorvida depende do ‘conteiido de umidade inicial, temperatura e umidade rela- tiva da atmosfera, Densidade especifica: 1,26 g/em* INCOMPATIBILIDADES A Hidroxipropilmetiicelulose € incompativel com alguns agentes oxidantes, desde que estes sejam ndoidnicos. A hidro- xipropilmetilcellose no complexa com sais metalicos ou mo- Iéculas organicas ignicas para formar precipitados insoliveis. conctusio As informardes sponbiadas acima devern nortear 0 for actutico acerca do uso correto da hicroxipopimeticeluose (HPMC), baseada em critérios cientificos e referéncias confiaveis: ve indiquem quand este exiniente deve ser uilizado e como deve ser sua uaa em cada caso, © estudolevantado a por tir de dads cnterplas por meio do Programa de Controle de Qualidade do SINAMM identificou que algumas vezes este exci- plente foi empregado incoretamente. Sugerese, a pari dss, que o farmacéutico sempre observe a formulagio desejada, o(s) ‘farmaco(s) que comporao a formula e as condigdes especificas de cada pescricSo para a elaboragao comet ecoerente da prepar- Bo magisral queatends especcidadedecadapacete. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 1, Handbook of Pharmaceutical Excipients, 3° Ed, p. 252. 2. Farmacopeia Japonesa. 15* Ed. - Disponivel em . Acesso em: 08/05/2013. 3. Farmacopeia Europeia ~ Disponivel em , Acesso em 08/05/2013. Gostou deste artigo? Opinides, duvidas, sugestdes ou criticas, escreva para revista@anfarmag.org.br. 123

You might also like