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olusao historiografica até icana: as principais correntes todologia e Epistemologia da Histéria Os métodos da Historia e as suas operacées (Heuristica, Critica e Her Pags.62 49 disciplinaridade ou Interdisciplinaridade = Nocdes sobre Epistemologia da Historia As relacées entre 0 sujeito e 0 abjecto do conhecimento da Histéria ~ ARelatividade do conhecimento Hist6rico Conceit estudioso de Historl comum de encontrar epoca encontramos 0 de Historia a 6 uma pergunta que qualquer estudante , coloca a si mesmo. Apesar de ser Uma pergunta 4. ; vsta a mesma n&o é linear. Passando de y dj de escolas diferentes, ou até nn? ria? Est O que éa Historia? 2 historiadores sma tendéncla historiogr ‘de uma mesma wie utra, ent Par ‘as mais diversas de as definigoes de Vejamos algun nico, a Social por cA HistOria€ a ciéncia dos Homensino tempo.» Marc Bloch Podiamos, certamente, prosseguir com a lista; encontrariamos maise mais definigbes, todas elas diferentes mas...com algo em comurn. De facto, na definic3o de Historia ven sempre ao de cima a complex dade do conceito e da realidade historica; porém, nenhuma defi reflectira a Historia se nao fizer referéncia a0 Homem (ou, melhor Homens), ao tempo e, também, ao espaco. Portanto, sem pretendermos apresentar um enunciado inabal definicéo de Histéria, importa notar que é possivel definir Historia das m variadas maneiras; porém, qualquer definicéo que se pretenda cored deverd induzir 8 percepcao de que se trata de gmalelsncialquerseictupaids Ora bem, esta percepcao, cientifica, € a que hoje domina, em geral 2 Pensamento histérico, mas nem t4o-pouco corresponde a Unica visio a se teve da Historia desde que ela surgiu. ‘tentes! Desta premissa re tose efor a en esltaram tentativas para aleancar esse objecth® 2s condigoes eoneg 2, desde os tempos mais remotos, de acordo co” s de cada época, que determinam 0 tipo de mees disponivels, os con 05 Conhecimentos cie eas mentos clentifico-técnicos existentes, as influéncis SUrgita no sécule Mie a Hora, como ciénela na acepgBo actual do tem Gas suns ares ea Um longo perodo de apes deservlvmenis do Ppa octane, das metodologias, acompantanse ° i ©, a cada etapa de dese dev uma forma propria es o880¥0Imento da socledade comePo de historiografia Allds, arena © (42er Hist6rla, ou seja, um tipo pron HS Edifer (12Nte. pols a maneira de pensat & ‘aa que se tng 2 forma de pensar no século XX! 8 i810 SécUlO XX. Eo maar a 88 cle Média & diferente daquel ‘we dizer que a Histéria tem a sua histo™ M Na Antiguid, de 6 diferente Historiografia A historiografia pode ser definida como 0 conjunto de obras concer- nentes a um assunto histérico, produzidas numa determinada época e/ou num determinado local. Quando se diz historiografia mocambicana, refere-se as obras escritas sobre a Historia de Mocambique, tanto por autores nacionais como estrangelos, A historiografia envolve tudo quanto foi escrito para proporcionar informacdes sobre o pasado humano, como seus testemunhos. integram esta literatura os relatos autobiograficos e memoralistas (da sociedade Como um todo € nao pessoais), a Historia oral (desde as tradigées histricas transmitidas oralmente, até ao registo escrito ou gravado de depoimentos orais de autores ou testemunhas de acontecimentos historicos), No sentido mais amplo, inclui também trabalhos de metodologia, a Publicacao de documentos, o ensino da Histéria e a apreciagéo de obras literdrias de teor historico. O surgimento da Histéria Durante varios milénios de existéncia humana, 0 passado foi sendo trans- Imitido de geracao em geracao por via da oralidade e da experiéncia. 0 registo do passado dos seres humanos comesou por volta do IV milénio ain.e., quando surgiu a escrita. aparecimento da escrita permitiu aos sacerdotes dessas antigas cul turas fixar por escrito o passado religioso, até ai conservado e transmitido Por via oral. Igualmente, comecaram a ser registadas as memeérias dos anti- gos herofsmos guerreiros (a tradicao épica). Neste processo foram produzidas as primeiras formas de literatura hist6- rica que se conhecem, as cosmogonias € mitografias. «A Histéria (=inquérito) nasceu do mito como a filosofia e a ciéncia». Com estas produgées deu-se um importante passo na conservacéo das antigas producées cosmogénicas e épicas, reduzindo-se 0 perigo de esquecimento ou deturpacao. As cosmogonias ‘As cosmogonias so os registos das primeiras tentativas, pré-cientifi- cas, de explicacdo do universo. Essa explicacao inclui tanto elementos natu- rais como sobrenaturais. UNIDAD 5 seu pai, An, levava 0 céu, Entil levava fp Terra e, enquanto 0 seu pa eu Eni evave 2 Te A ee fol a origem do universo organizado - a criag ; clvilizacao.» parou oc re a sua mae, 2 T estabelecimento da 4. Eni, o deus do ar, se mie. A unio de Enil dos animais e das plantas € 0 Samuel Noah Kramer, A Historia Comega na Sur de aplicagao Oumz Retire do texto os as pectos que mostram que este texto é uma cosmogonia. As mitografias Por mitografia entende-se a narracao de factos com recurso a seres sobrenaturais. WS documento ‘O Mito de Osiris (0 deus Osiris era um grande re, que sucedera ao seu pai, Geb (a Terra); de parceria com a sua mulher, a deusa- -mésgica lis ensinou aos Homens a agrcultura,inventou 0 pao, o vinho e a cerveja (elementos essencials da alimen- {acdo de povo Egipcio) revelou-Ihes a metalurgia. Mas 0 seu irmdo Tifdo ou Sete mata-o: afoga-o no Nilo, corta-o em ppedacos, que espatha pelos canavials. Entdo sis procura-o, recolhe-o e reuine os membros separados, refaz 0 corpo {conve mumia)e, usando da sua ciéncla magica, ressuscita Oss, que viverd agora eternamente, mas no céu. Vingan- 0-0, seu flo, o deus Hérus, combate e vence Sete, esucede ao seu pai no trono do Egipto. Dele recebe em heranca ‘este reino dosrels humanos ~ 0s Faraés -, que assim tém cardcter divino. Freitas, Gustavo de, 900 textos e documentos de Historia. Antiguidade e Idade Média. tecinniectve Principal da’ producao desta literatura/era’narrar‘os/acon- tecimentos, com vista a transmitir para a posteridade e exaltar os nomes 10s reis e dos homens importantes e suas facanhas épicas, ! Em jeito de sintese, | Seguintes termos: Podemos caracterizar a historiografia oriental nos + Esta associada a uma Historia mi striata ete em mitos € cosmologias, ee +O seu objecto de estudo eram o: Naicerados tinicos responsdveis pela evolugio da sociedade. Pois, sustentava-se s deuses e os Homens importantes, Apesar de Gee pone area verdadeira ciéncia, a producao deste tipo de lite- forms: eonhecimento da Histéria do Oriente Antigo, So asd aster aes Hise dal regia morn bog geome npr rteeees tes ce oD — A historiografia judaica oriografia oriental antiga é-nos dado pe afia judaica antiga baseia-se no Velho Testa- mo tal, a Biblia constitui literatura Povo judeu e, portanto, uma importante fonte de informagao idaica e dos povos com quem os judeus estavam em contacto endimento entre os dois poderes resultava do facto de os sacerdotes pretenderem manter a tradico do povo judaico, recusando, por 'ss0, 0 contacto com outros povos, enquanto os reis davam prioridade 20 alargamento do territério integrando as populacées vencidas, o que signifi cava a juncao dos deuses dos vencidos com os dos judeus. A Biblia funcionou, portanto, como instrumento dos objectivos da classe sacerdotal, em especial a defesa da tradicao judaica e 0 ataque a tudo o que the fosse estranho. Tendo como base a Biblia, a historlografia judaica teve como principal caracteristica a incapacidade de aceder a uma concep¢ao universalista do Homem, ou seja, a limitag3o do Homem ao Homem judeu. Como livro sagrado dos cristaos, a Biblia teve credibilidade quase uni- versal constituindo, até ao século XIX, a nica fonte da Historia dos judeus e dos povos do Médio Oriente, com quem estiveram em contacto, 56 no século XIX, com a decifracao dos escritos egipcios e suméricos surgiu uma alternativa para as fontes da Historia judaica. A Biblia passaria a ocupar um lugar secundério como fonte histérica. Exercicios de aplicacao 1. Diferencie mitografia de cosmogonia? 2. Explique em que reside a importancia das mitografias e cosmografias para a Histéria. 3. Explique porque se considera que a principal caracteristica da Historiografia judaice € a sua incapack dade de aceder a uma concepcao universal da Historia? * a Ahistoriografia grega O Mito das Cinco idades Na Gréca também existlu uma abordagem mitica e teocratica da Hiss ‘be ouro foi a primera raca dos homens dotados de voz que oF Imortais ciaram, ees que s80 habitantes do Oimpe (~) para thes tudo ea pert: sl th ‘ferecla-thes, por tos name icere sundae vn con, UTE oe Te SS nao de bens inumeros. que, nesta altura existia ciéncl ica. -_ segunda rca a vie a de rata Sempra are ean 4 leva falar do surgimento da Histeriana Grecia a es enn Ones. No século V a.ne. a Grécia era uma sociedade democratica, ; cei modelou sinds una we cerca de tr8s séculos de reformas, iniciadas por Drécon, que vivera dos Zeus pai ainda uma te ‘de homens dotados de Séculos antes. E ei a Na democracia ateniense, o poder era exercido por uma a Depo qe ater encobrit esta Bulé ~ que exprimia directamente, nao através de deputados, a vontace ca, Zeus Crénida modelo nacional, Decidia sobre a guerra OU 8 paz, as stra eo a e = Sao tos, julgava certos crimes, etc. Cada pessoa podia tomar propor ‘Agora & roa de fre Nem ces uma decisio ou emenda. Os magistrados eram simples servidores do povo. Goes nem, de noite, de serem A justica estava, igualmente, nas mos do povo. Jé nao era preciso ser de Consumidos pelos duros cuida- ofigem nobre para se ocupar de questdes importantes da vida do pais. 0 | dos que hes oferecem os deuses. importante era agora a competéncia e a capacidade individual. — ‘No entanto,algum bem sera" abertura da vida nacional a todos os cidadios levou ee ee eee ve age €ar-se em varios dominios da vida e do pensamento. A pers duane eves: mento grego da época reflectiu-se no desenvolvimento de VT) Berdo "oe abe: «os Dios. incluindo a Histéria. fe ciéncia,n4o podemos dizer Herédoto, 0 «pai da Historia» ~ O surgimento e desenvolvimento da Histéria, na Grécla, deve-se, em grande parte, ao papel de Herédoto (484-424), 0 «pai da Historia», o primeiro a adoptar uma atitude cientifica em relagdo a Histéria, Herédoto tentou escrever uma Historia mais universal, pois para além de escrever sobre os gregos, falava, também, dos barbaros. Era a passagem da historiografia gentilica & historiografia ecuménica (universal). Outra inovagao trazida por Herédoto foi a explicagao da razio dos fac tos que descrevia, Finalmente, Herédoto escreveu, sempre, com base em testemunhos fidedignos, ou seja, dignos de crédito, Assim, ele preferiu utilizar a tradici0 ‘al, mas sempre aquela acontecimentos, bem cor bem Alem de Herédoto, o inicio da cientficagéo da Histéria deveu-se ta” 8 Tucidides, a quem se atribui o inicio do questionamento das fontes / visando apurara sua veracidade e credibiidade: | Outros historiadores gregos foram Xenofonte, Plutarco, foro, et sua nas a Herédoto e Tucidides, a Histérla comecou a caminnar pa? t uo Clentiicagto, adoptando um abjecto de estudo, uma metodologia P®™ =! pr uM objectivo bem definido; ‘sendo, vejamos: prestada por protagonistas ou testemunhas dos MO 0 seu testemunh ‘ Introdugé Bstudla-se © passado ¢ © presente dos seres humsiios OU) eomaneni garmente se diz, do Homem. ~ Alatue-se a nocto de fonte histérica que, paral além ida EmeleRoreal Passa a considerar os testemunhos oculaves, * Cfia-se uma metodologia que envolve a recolha de dados através da obsetvacao e da informasio, a reflexio, a andlise critica a compara 40 das fontes e, finalmente, a sintese. * A sua finalidade é, sobretudo, a verdade historica, pelo que defende @ objectividade e neutralidade na andlise. Portanto, na Grécia Classica temos uma Histéria humanista (0 seu cobjecto de estudo € 0 Homem), cientifica (inicia-se neste caminho), auto-reve_ ladora (procura a projec¢ao do presente no futuro, ensinar aos individuos o seu passado e a relacao entre o passado e o presente, para revelar o sentido da acsao humana) e pragmdtica (porque tenta tirar do ocorrido uma licso til para o futuro). Embora demonstrando notaveis progressos, a historiografia grega revelava ainda algumas insuficiéncias. Os historiadores gregos viram-se confrontados com a contradico entre o ideal da Historia Universal, baseada em fontes fidedignas (que defendiam) e a incapacidade de falar de regides relativamente afastadas, devido a escassez de fontes. Deste modo, sentiram-se obrigados a fazer uma Histéria regional e nao a universal que defendiam. Por outro lado, as fontes orais e as testemunhas oculares nao permitem abarcar periodos relativamente longos, sendo dificil manter a fidelidade ‘aos eventos originais; numa Historia que buscava de facto a verdade, perce- be-se que ficassem também a este nivel limitados. A Historia grega é limitada no tempo e no espaco. A historiografia romana © estudo da historiografia romana remete-nos, antes de mais, para um breve relance sobre a formacao do Império Romano, fase de maior desenvol- vimento politico, econémico e social da Roma Antiga. A formagso do Romano resultou da conquista romana de varios estados, na Europa, Asia e Norte de Africa. d A constituicao do império conduziu a uma miscelania de povos, costu- ye 7 mes, formas de vida, etc., num s6 Estado, que adquiriu a designagao de | Império Romano. Deste modo, 0 desenvolvimento social de Roma foi bas- se {ante influenciado pelas civilzacBes, com a5 quals os romenos estiveram 1 em contacto. c No que se refere a Haat os ialiyineh es, oreo de Js, que tinham avai campo do saber. ee venience nbcree lnmitarata’® Gop lage ae naets eter grega, procuraram fazer uma Histéria propria, tipicamente romana que, __ apesar de ter alguns tracos comuns a grega, tem as suas particularidades. Com efeito, a Historia romana tem como caracteristica a forte a0 passado, considerado, nesta época recuada, 0 centro das Racionais. Por outro lado, esta er, uma Historia predominante. mente politica, feita por homens politicos, que aborda va assuntos politicos e com fins politicos. : para os romanos a Historia 6 em geral, uma exaltacao da Cidade e do império, 0 que a Teva a assumir um cardcter nacional e patristico. €, — portanto, uma Hist6ria apolo: gética. Por outro lado, é uma Historia pragmatica. O carac- ter nacional da Hist6ria roma- na explica a predominancia dos anais (anotacdes dos prin- cipais acontecimentos politi- os) nos escritos que Ihe do corpo. Os principais historiadores romanos Polibio (203 a.C.-120 a.C.): grego, que viveu como prisioneiro em Roma, onde produziu toda a sua obra histérica, levou a Roma as tendéncias racionalistas da historiografia grega. A principal contribuigao de Polibio foi a aplicacao do modelo de ciclo a Hist6ria, conduzindo 8 concepgao de que esorato« nstorader rege, a Historia & 0 conhecimento do geral, daquilo que se repete, que obedece a lels e, por isso, é susceptivel de previsao. Figs Pol quesedebrucava sobre a historia Sree eergeranes no pete Tito Livio (59 a.C.-17 d.C.) intelectual ao servico da politica imperial, Ge Je 220 ac. 140 2c. ine. tinha como principal preocupacao elevar bem alto o imperador e o impérlo. tamber atrbuida a invengie de romanos, nao hesitando em sacrificar a verdade para alcancar esse set asst ciptoatscode vane de Histéra. Fol um tipico Mistoriador romano. a Tacito (55 d.C.-120 d.C) politico e homem das letras, autor de uma |, vasta obra histérica, por vezes confundia a Historia com a literatura | 0 seu maior defeito fol ter feito uma comparagao parcial dos roma- ‘nos com os barbaros, ao apresentar uns como tendo costumes mals Pros e outros como sendo mais corruptos. Outros autores romanos foram: Flavi , | co soensce uaes fomanos fram: Févio Jsefo,Saistio,Plutar 1. Explique 0 papel de Herédoto no seguimento da Historia 2. Herédoto € considerado o «Pal d Hi al da Historian, + Expique a valdade deste idea, tence meiras formas de literatura historia," OT" Que Jé antes de Herédoto foram produzidas as pr : . luzidas as pr 3. Indique os aspectos comuns da *orlografia romana e da grega Introdugéo 4 Historia 5. Face corresponder os aspectos historiogréficos da coluna A ao seu equivalente em B. A — A.Gentilsmo 1. Consists nur particuarsmo excluivista na elaboragdo da Histéra, 2, Produgo de uma Historia da humanidede embore pecando, sobretudo, B.Judeus pelo seu cardcter genic, a 2. iso Universalist do Hist da Humanidade,utapasando as bares Gregos fo gentismo, eae ‘Procspouse bastante pls casas dos acontecmentos 2 bua de verde recorrendo a testemunhos fdedignos. meee 5. Inicio de uma historia da humanidade com grandes avangos de clentica- i ‘séo mas limitada no espago eno tempo. F.Ecumenismo 6: ntrocuaiu 0 modelo ccico ne Histéia. A historiografia c ta antiga O cristianismo surgiu na Palestina no momento da conquista daquele Um dos seus pensamentos mais territério pelos romanos. Da Palestina, o cristianismo propagou-se para as covhecdos: «Todas as cosas que restantes partes do mundo, 0 que fol facilitado pelo facto de transportar o% valorizagado dos mercadores, ‘co. Construiram fabricas, emprestarany dinheito, Europa e Asia, ete. Também “em torno das antigas cidades, 0S burgos de que resul ‘No século XIV, a burguesia era consideravelmente forte a nivel social econémico e cultural, mas 0 poder politico continuava nas mos da nobre crore clero, detentores dos bens fundisrios. Iniclava-se entdo a luta da ‘burguesia pela tomada do poder politico. acompanhando a evoluco histérica da época, surgit, a partir de finals do século Xill, um novo tipo de historiografia, designada palaciana, produ zida Gee Ee pees ou dos principes. era, uma Histéria que, em geral, estava mais da em apresentar uma imagem positiva sobre a instituigdo MEVAiTpelo co fila do mecoma verdadeeobjectvidade tos fctns giaseccoes eae aaa core 0 inicio do See eeeone pea java a narracdo sobre a investi os : expostas eram quase sempre favoriveis aos No centro da anélise dos Ra historiadores estavam os deuses, os senhores 2. Explique porque se conside 3. Caracterize a historiografia p A historiografia nos séculos XV-XVI Prosseguindo os progressos iniciados na Baixa Idade Média, assistiu-se nos séculos XV e XVI a grandes transformagbes: + Annivel econémico, foi o tempo da expansio europeia, do comércio colonial e do surgimento de novas teorias econémicas. + Politicamente, foi o tempo do surgimento dos regimes absolutistas. +A emergencia das ciéncias constitula 0 essencial da tendéncia de evolugao na arena cultural. +A nivel social, registou-se a afirmacao progressiva da burguesia, cada vez mais forte economicamente. No campo religioso, ocorreu a reforma protestante, um dos aconteci- ‘mentos mais marcantes da época, Em sintese, 0s séculos XV e XVI foram marcados por grandes transfor- magoes que levaram a uma verdadeira Revolucao Cultural, marcada pelo desejo de mudanca ~ 0 Renascimento - cujo aspecto mais saliente é a ten- tativa de o Homem sair da sua menoridade, ou seja, abandonar a conviccso de que é incapaz de atingir, por si préprio, afelicidade. ‘Alluta da burguesia pela sua emancipacao politica e espiritual estava assim a comecar, tendo como pano de fundo a rejeiga0 do regime catélico ~ feudal - e a implantagao de uma nova ordem mals ajustada ao desenvol- vimento da burguesia, A evolugao da historiografia ‘A evolucao dos séculos XV e XVI favoreceuo surgimento de um pensa- © mento humanista que defendendo o livre arbitrio, o valor da experiéncia e <> (0 desejo de gléria individual, conduziu & Historia humanista, reduzindo o tore responsével do processo historico. ‘0 pensamento humanista deu, também, lugar & ideia da relatividade das colsas, e a experiencia passou a sero citério de verdade. ‘Assim, desenvolveu-se uma nova consciéncia do mundo e da vida, ‘allada ' idealizacao da Antiguidade, com tentativas de secularizacso da Historia, ‘Nesta altura, escrever Historia j6 ndo era trabalho dos monges, mas sim dos poetas:literatos, diplomatas, que abordavam criticamente 0 pasado nacional ou urbano. *A tematica hist6rica alargou-se, embora os aspectos politicos conti- ‘nuassem com maior expressso. Pata além de mudar 0 objecto, substitulram a cr me oe cant a opal como pina fora ‘exposicio historica. ‘Alem da Historia humanista, desenvolveu-se também uma | chamada «exemplar», cuja principal preocupagao era servir ‘ideotogia (normaimente a do poder), podendo ate sacrificar ‘conseguir tal fim. sociaise papel de Deus. © Homem ir-se-la, assim, sentindo cada vez mais o consttu- Sr. novos’ iste dewey ist xr eracentta 3) que cOmeso! 3 rogico, 2 jo ; ‘Anivel metodo! a Flavio Blond? Or itico, a Calchi, pione'r metsaica das fonts, °°. com algu™ aN ia (1407-1457) 0 Primeir 0 soe ceca lege € a Vincerubmetendo todos 0 oe Fe radigao 8 ertca da sua POs Orica objectiva iste biidade de aPla6 ntes da Historia humanista javel (1469-1527): defendeu Un? nova concepcao de Representa! independente da igreja, centralizado ¢ Nicolau Maqui Estado: 0 Estado temporal, soberanos unico. jrava a for ista, na qual a burguesia asP! Isp ra socedade autocet > conomicamente intesf2g0s Do ‘macéo de mercados nacionais, ‘Maquiavel defende que Fane vassegurar alive drculagao dos seus produtos, Magic ortgme repubcano com eleiso de drigentes éo/deal do fstado. eas Discorsi sopra la prima deca de Tito Livioe If Principe Maquiavel adopta jé uma atitude cientifica, procurando explicar os fend menos socials que descreve pela intervencao de factores naturais como o clima, a natureza humana, etc. Lorenzo Valla (1407-1457): escreveu De falso credita et emeritita Constantine, marcando 0 surgimento de um dos maiores instrumentos de critica historca: a filologia humanistica (comparacéo de estilos documen- tals, erros de traducéo, etc). Francis Bacon (1561-1626): defendeu a superioridade dos tempos em {que viveu, em relacdo aos antigos, e a ciéncia experimental sobre as concep- ‘sOes tebricas do pasado. Para ele, as ciéncias devem ser renovadas e coloca- das ao servico do progresso da humanidade através das leis da Natureza. cca es oe Sha dere cance Sua RR ree quem a ela se dedica iguineite s Eauinca doOMOHEL tt ate eee Homens. ‘@ natureza fisica e psiquica dos Ferndo Lopes (1380-1 ): + 1459): escreveu A crénica de D. Jodo |, na qual esta pater if cpt esa independ do historiador perante as autorida- Lopes, o motor da Histra a sociedade no seu corineg ooo Fee mente, o povo, NO seu conjunto ou, mais propria- Nalguns casos, princi 1 equidistancia entre o¢ Carpe quando os reis tratavam a Nagao com certa medida a ideologia a nobreza, o historiad Heneigisge bane on esfocaverse pobehant oe, epi en into, uma das : formulagao d ™aiores conquistas teria de nce 08'2 de Ouro da Historia, a ae do século XV foi 2 iquele que escreve His- encadear ntecimer Projectos e os. reo deve conhecer ¢ : : '0s, as datas, 05 Introdugéo 4 Historia | 1.Caracterize a Historia Renascentista quanto ao objecto de estudo e a metodologia. | 2.Explique o papel de Lorenzo Valla na historiografia renascentista. Os séculos XVII-XV! Apartir de meados do século XVII o ambiente seria ainda de transicao do Feudalismo ao Capitalismo, mas a luta entre regimes era agora clara- mente favoravel aos burgueses, embora nio na mesma dimensio em todos 1s paises da Europa. A Inglaterra adiantou-se, fazendo emergit 0 Capitalis- mo Industrial, enquanto a Franca se destacava no ambito da consciéncia revolucionéria, com os antagonismos entre a burguesia e a aristocracia. século XVI seria também marcado pela constituicéo de impérios coloniais pelos holandeses, franceses e ingleses, que jé detinham a supre- macia nos mares, depois de suplantarem os portugueses e os espanhéis. Neste periodo, dar-se-ia também uma grande evolugao material, com © aparecimento dos correios e de vias de comunicagao organizadas, de arquivos publics, etc., bem como uma evolucéo cientifico-técnica, com a formulacao da duvida metédica, a exaltagéo do valor da experiéncia na construcao da ciéncia e a afirmacdo do método cientifico. © Iluminismo ive age 3 FEI foe 2) SS acionalista py desenvolveu-se a partir do século A historiografia Fr ‘Tendo como fundo 0 luminist na Ha peta 0 Cr ie cc storia deixa : a rocesso essai ee seu aspectmrbora continuosse a defende’ 2 0196 ae aries burgueses tentavam fazer uma Historia dirigida contra a Iareja © que defendesse a origem popular do poder. ‘No campo metodolégico iniciou-se um tr2 profundo das ciéncias auxlares, nomeadamente 2 pra, Com os ranceses, 2 construcao histérca comesara om 2 018 Soo dos fctos sua classificagao por épocas e por temas, 9 critica filolégicae Sorganizacao em reportorios ou dicionarios. Mi no século XVill a temética historica alargou-se, passando a abarcar as grandes linhas de evolucéo da sociedade (politica, econ6mica, cultural, tc), com 0 surgimento de uma Historia da civilizagdo material. A Historia deixava de ser limitada a0 campo politico-militar. “ Arivel metodoligico, a Histéria do século XVI evoluiu rumo & critica rminuciosa para o apuramento da autenticidade, veracidade e exactidao das fonts Acurosidade ea divide passavam entio 2 ser os ‘maiores impulsio- res da busca do conhecimento hist6rico. Pretendia-se uma narrativa one racional e objectiva, que recusasse 0 secundério eo supérfluo. ae gage Sande 0 Histivia de serv sue /poderosas), individualment iguesia, como classe, €0s seus ideais sociais € pol tamento mais cuidado ¢ diplomitica e a paleo: coma investiga Representantes da Historia racionalista Char 4 (1699-1755), ae de Secondat (conhecido por Montesqui Ctesn 222) Preocupou-se com o estudo da Filosofia Plt ‘hed ‘ nium determinismo cientfico, prestando particular eto aten- Uma das suas obras mais importantes, O determinista e essimista, MJ. Antoine Nicol Sng. rota historca R. Jaques Tur eid, tier ol Por Condorcet! toatl ls precrsoredo peng emo Pala le com 4 Contra os val pot do Home semana 23 Valores tradicionais da da realidade histonea e oulndo, seete € da personalida- ail Para uma compreensa0 No século XVIII surge a verdadeira consciéneia histérica, Justifique a afirmagso, A historiografia dos séculos XIX e XX A historiografia do século XIX O século XIX ficou marcado como aquele em que a Histéria adquiriu 0 real estatuto de ciéncia, na acepcao actual do termo. Vejamos, entio, 0 contexto histérico que favoreceu essa evolucdo. Na segunda metade do século XVill, assistiu-se na Europa, a dois gran- des acontecimentos ~ a Revolucao Industrial e a Revolucio Francesa ~, com repercuss6es na vida politica, econémica, sociocultural e ideol6gica, Em sintese, as transformacdes do final do século XV e principio do século XIX significaram 0 estabelecimento definitivo do Capitalismo. Com efeito, a Revolucao Francesa pds fim ao Absolutismo e levou a implantacao do Liberalismo, enquanto a Revolucdo Industrial, além do aumento da pro- dus, conduziu a afirmac3o de duas novas classes sociais (a burguesia e 0 proletariado), agudizando-se os conflitos socials, ‘Anivel do pensamento, a euforia do principio do século XIK levou a0 surgimento de varias correntes, nomeadamente o Romantismo, o Positivis- mo, 0 Historicismo e o Marxismo. © Romantismo Os acontecimentos ligados & Revolugao Francesa alimentaram as mais. diversas reaccées entre as diferentes classes socials. De facto, a queda da Bastilha, a nacionalizac3o dos bens da lgreja e da nobreza, a abolicao dos direitos feudais, a execucao do rel, entre outros acontecimentos, desperta- ram emogées politicas que favoreceram o Romantismo. ‘© Romantismo, assente na ideia da liberdade, teve as suas raizes no século XVIll, quando Jean-Jacques Rousseau defendeu a ideia do «bom sel- vagem», que vive de acordo com os instintos, iniciando, entéo, a rejeigao de ‘tudo quanto fosse premeditado, feito segundo formulas pré-concebidas. © Romantismo desenvolveu-se em trés direccdes, de acordo com as rincipais tendéncias face & Revolucao Francesa: + Romantismo Conservador: defendido pelos aristocratas, as classes privilegiadas antes da Revolucao Francesa e que se opunham & Revo- lucao, que consideravam um retrocesso. + Romantismo Liberal: defendido pela burguesia, a classe mais benefi- ciada com a Revolucao e que considerava que a revolucio alcangou 05 objectivos. + Romantismo Socialista ou Socialismo Ut6pico: defendido pelos sans- -culottes (as classes mais desfavorecidas), os que foram «came para canhio» durante a revolucdo, mas nao obtiveram beneficios com a ‘mesma. Para estes, a revolucdo devia prosseguir até se. tiga ea igualdade, principios que nortearam a revolucio. x i Fig. 20 Auguste Comte Evolucéo da historiografia Sob influéncia do Romantismo, 2 Histéria registaria na primeira meta- de do ceculo XIK varias alteracées, nomeadamente: 0 alargamento da investigacéo histbrica: 0 passado, em especia! 2 Idade Média, passa a estar no centro ‘das atengoes dos historiadores. «A alteragao do abjecto da Histori 6m dos factos politicos € indivi duais, a Histéria passa a interessar-se pelos factos ideolégicos e men tais, bem como pelas sociedades ¢ suas instituigdes e, ainda, pelos Giversos paves e civilizagbes e respectivos costumes. «A adopcao do método cientifico: que defende uma cuidadosa obser- rare actos e 36 fazendo generalizagbes lentamente 2 medida Gus os factos vao sendo conhecidos. Os historiadores romanticos rancols Guizot (1787-1874): foi defensor de um novo conceito de fact nse itnao assentasse apenas no acontecimento mas também facto ase acontecimentos, ou sje, 0 facto historico no apenas Po re eto politico mas também como facto da cvilizacso nestosin Thlerty (1798-1874): fl defensor de uma Historia das mas sas eae dos grandes homens; revelava, porém, fraco rigor na critica asfontes. ‘Jules Michelet (1799-1875): foi precursor da Histéria total, que procu- tava debrucar sobre todos 0s aspectos da vida da sociedade. Recorria a a cess fontes para a reconstituigao do passado, mas por vezes perdia-se no Imaginsrio e superfiuo e revelava parcialidade politica. "Alsnandre Herculano (1810-1877): foi o maior expoente da histor grafa portuguesa, contemporsneo e seguidor de Guizot e Thierry. Na sue Sora histérica deu grande valor 20 devir das sociedades, 20 povo trabalha- dor e as origens da burguesia. O surgimento das ideias cientificas na segunda metade do século XIX Se na primeira metade do século XIX a historiografia evoluiu soo influéncia do Romantismo, na segunda prcoateecormieeepe O Positivismo © Positivismo sur Auguste Comte (1798-1857) ne amleanae 2 contribuicso # itentativa de explicar E estados. comm tentative de explca a evolugio intelectual da humanidade, Mi Partindo da lei dos trés estados posit dal dos ts extdos e sobretud, reconhecend® 0, | Auguste Comte defende que a evolugao da sociedade rege-se pelas mes mas leis da evoluco da Natureza e, por Isso, as ciénci seguir os mesmos métodos das ciéncias exacta humanas deviam Para os positivistas, as ciéncias naturais consistiam em dois proced) mentos basicos: a determinacao dos factos e o estabeleclmento de les, Par tindo desta percepcao de cléncia, surgiu a chamada historlografia positivista cujas principals caracteristicas eram: Jefesa de uma critica exigente as fontes, tal como acontece nas cién: cias exactas, + Rejeicao do papel interpretative do historiador. £ a defesa da object Vidade absoluta. O importante para o historiador era descrever 0s factos tal como aconteceram. Nao devia emitir qualquer julzo pois 05 factos falam por si». + A limitacao da nocao de documento histérico ao documento escrito. Em Historia, a opcéo pelos métodos das ciéncias exactas fez com que 6 as fontes escritas se prestassem ao trabalho do historiador posit- vista, +0 objectivo do historiador era obter do pasado uma imagem, o mais fiel possivel a realidade e nao propriamente conhecer 0 passado. *Defesa de dois géneros de narrativa, nomeadamente a Historia epi sédica ea Histéria-quadro. Com base no programa positivista, os historiadores adoptaram como procedimento bisico a determinacao de todos os factos possivels. O resul- tado foi uma enorme quantidade de material disperso, produzido com base num exame culdadoso e critico das fontes. Ao historlador exigia-se apenas a descric3o, o mais fiel possivel dos {factos. Nao era tarefa do historlador interpretar esses factos. A Histéria uni- versal foi vista como um sonho vio, e a literatura histérica tipica passou a sera monografia, Partindo do principio de que as ciéncias da natureza comegam por determinar os factos, prosseguindo depois até & descoberta das suas cone- x6es causais, Comte propés que se formasse uma nova ciéncia chamada sociologia. Assim, a Historia teria a tarefa de descobrir os factos, enquanto a sociologia descobriria as conexdes causais entre estes factos. A sociologia seria, assim, uma espécie de super-historia, elevada & categoria de ciéncla, 20 pensar cientificamente sobre os factos acerca dos quais a Histéria pensava apenas empiricamente. Os historiadores positivistas Ernest Renan: usando as bases historlograficas dos positivistas tentou ‘explicar racionalmente os milagres descritos na Biblia, Hippolyte Taine: teve o mérito de reservar, nos seus escritos, um lugar de destaque aos factos econémicos. A sua obra fol ensombrada pela sua parcialidade politica e pelo uso de fontes suspeitas. Fustel de Coulanges: defendeu 0 estudo minucioso e imparcial dos documentos escritos porque, segundo diz «a Histéria ndo é uma arte, éclén- cla puras, embora seja pouco rigoroso na investigaco da credibilidade & roveniéncia dos mesmos. Introducae @-Historie. mente por tits estados teéricos abstract estado cient ou spite humana, (..),magina dos pela aceo directa e continua (bo arbitréria explica todas as Snarentes anomaias do universo. No estado metafisico que, no fundo, néo & mais do que uma simples modieagao gera do matto, os agentes sobrenaturais forma: abe Fentes aos diversos seres do ‘mundo # coneebidas como capa- 225 de engendrat por si propras todos of fendmenos observados, cuje explicagao consiste entao fem atribuir a cada um a corres: pondente entidade. Entim, no estado postive, tendo ‘© espirto humane reconhecido a Impossibiidade de obter nogdes absolutas, renuncla a procura da ‘origem e do destino do univers eo conhecimento das causas Irtimas dos fendmenos, para un ‘amente seater e descobrit, pelo ‘uso Bem combinado do racioc ‘Fig. 21 Leopold von Ranke (1795-1886) Fig aan 1818-1883) critica & historiografia positivist Embora seja legitimo que se rl, especialmente no que se Fe positvistas merecem FePa" ibuto dos positivistas jor na critica as fontes, sem que incidem as se reconhega 0 cont! je se refere a0 rigt para a Hist ea Sigua ls sinc rlrs vadnsiadeenconar = Sea eos aspects nsttuconaie pois dor er Pe erpretativo do histor : + Aaustna da papel tas avel dos eventos dacurta Gurado TAprecariedade do facto histérico jas anivel O Historicismo utra comrente historiogrdfica da segunda metade do século XIX fot o Historicsmo, O seu principal teérico foi o alemao Leopold von Ranke. No Que se refere 20 tratamento dos factos, 0 Historicismo herdow as ideias positivistas. Entretanto, para os historicistas, as cléncias exactas, que formu- fam leis gerais e abstractas, sio diferentes da ciéncia histérica que descreve factos individuais, particulares e Gnicos e que, por isso, se opde a generali- zacio dalei. Contrariamente aos positivistas, para os historicistas ndo bastava estabelecimento de relacdes causais entre 05 factos histOricos, era preciso ‘compreender 05 factos histéricos; como diziam: «os factos devem vibrar na mente do historiador». into, para o Historicismo, o conhecimento histérico pressupunha esc ro,o cometig ares esis Critica ao Historicismo co tea reoes valoiacio de personalidade do histor Historicismo inho ao Subjectivismo e ao Relati ont ‘20 Relativismo. out ese: a singulaidade dos factos historicos, opondo-se& gene lendo uma Histor i sto cismo acabava negando a Historia oestatuto de ciencia, OS O Materialismo Histérico racer aa’ do Sindcalsmo, etc. ismo, pelo triunfo dos movimentos ic abn designado Mar Drincipas tebricos Karl Mare Frei eo, Matetialismo Histor Partida as ideias do filésofo, cae h Engels, pile aren ‘tv com ° WW. 7 ou seja, accéo. dialéctica, das ‘vontades humanas. peer », Marx defer eee ressam as ideias se transforma 4 editcandonne m modificando-as, Introaucao a mistorne Para Marx e Engels, as transformacées sociais sao essencialmente motivadas pela realidade exterior. Portanto, 6 as realidades econémicas que cabe 0 papel motor da Historia, visto que é a realidade econémica que determina as relacoes de producao que, por sua vez, geram relacbes socials cespecificas. Estas relagdes sociais, movidas por interesses antagénicos, conferem ‘20 processo hist6rico a sua dindmica propria - a dinamica da luta de classes, Partindo destas ideias, o Materialismo Hist6rico produziu a sua propria s concepgao de Historia, que assenta no seguinte: | +A Historia das sociedades humanas revela uma sucessio de modos u de producéo (esclavagismo, feudalismo e capitalismo). igh 38 FrIGATEN Ege + Em cada modo de produgao a estrutura econémica sobrepoe-se 8 1g70.1895) superestrutura juridica, politica e ideolégica, embora haja ac¢do € reacgao de todos esses factores. + Appassagem de um modo de producéo para outro resulta da oposi- so, contradigao existente na infra-estrutura econémica, quando as forcas produtivas entram em confronto com as relagdes de produ- fo. +Do proceso historico extraem-se leis de evolucao que permitem rever o futuro da humanidade. Com os marxistas, a Histéria registou notaveis progressos, tanto nivel do objecto, como das metodologias. A nivel do objecto, os marxistas propuseram uma Historia que se debruce sobre as massas e nao apenas sobre os protagonistas da vida piiblica que nao se limite a esfera politica, mas antes alastre a todos os dominios da Vida, se bem que os marxistas prvilegiem as estruturas econémicas. No &mbito metodolégico, os marxistas contribuiram para o incremento da investigacao histérica ao proporem a interdisciplinaridade e a proble- ‘matizacéo, além de seguirem o rigor em relacao & critica das fontes. ‘Nao obstante o notdvel valor das ideias marxistas para a Historia, tanto a nivel metodolégico como da concepgao da mesma, esta corrente histo- fiogréfica nao se impés senao a partir das décadas 20/30 do século XX. Com efeito, o Marxismo, para além de ser uma corrente de pensamento, foi, igualmente, uma doutrina militante anticapitalista, o que o tornou alvo do que se chamou ebloqueio antimarxista». Portanto, por razdes de ordem ideolégica, 0 Marxismo viu-se barrado, = tanto sob o ponto de vista cientifico como politico. 11. Uma das maiores realizagées do Romantismo fol a introducdo do método. + Refira-se a esséncia do método cientifico, 2. os rafica, 0 fac facto histori, Por oa cabe, Sendo integrado seuma alo a enorme storico é uma Cri Bee° tn jocumento: co facto Me widade dos historiadores perante ta do docs por colar fi 2 PASSION Gorendem uma acco Sree jos historicistas, Annales exon sem os exageros dos hist eonheci ‘construcio do wad historia 98 nec ats aca do Mets aales efendram a chamada Ws nha ce pensar wo deacrves, sen resolves, P yento histérico. Nesta hist6ria-problema. colocar proble jonalizagao da Historia Nova ucien Feb, Jes exteve sob a dreccao de Lucien Febvre, Ba \des historiadores da época como: ternand Braudel © outros. A instituci De 1946 a 1956, a revista An ‘que contava com a colaboragao de gran: Robert Mandrou, Marc Ferro, Charles Morazs As novas propostas A procura de novos objectos para a Historia ‘AHistéria Nova, porque pretendia ser uma Histéria global e total, era uma Historia obrigada a buscar novos objectos, debrucando-se sobre ques- 108s até af estudadas em outras ciéncias socials como a Antropologia, Geo- fafa, Economia, Etnologia e Psicologia. Por outro lado, o estudo das massas, no lugar das figuras publices, levaria a que marginais, mulheres, ‘camponeses, operérios, etc, comecassem a ocupar na Historia o lugar antes reservado 20s res, querreros e outtas figuras publicas. Era o surgimento de novos herdi ‘Oalargamento do ambito cronolégico da Histéria ‘Aevolucéo cientifica em geral e, em especi fale, em especial, o surgimento das ciéncias. aesuates da Histria, permitiram & Histéria aprimorar os seus métodos ¢ Gumentavng novas técnicas e meios de investigagao. Assim, a Histéria resto ibe © niimeto de fontes e, desse modo, alargava o seu tempo Até 8 década i 4 de tae Hist6ria ocupou-se, quase exclusivamente, dos cares e Nasbes considerados civilizados - oe europeus. Os outros povos ‘que estiveram em contacto com os AProposta historisgratica ara uma Hsia Universal ae oper 40/50 f0l portanto a de se avancat anda ramp Para 2 imiasse a ser um desfile de povos vacterzava a Hist, ey unha-se ao eurocentrismo, que salidade. ropunha uma nova tendence Ppeauians. sue Introducéo 4 Historia Nesta nova perspectiva, a Historia alargava 0 seu ¢ judo a una multi plicidade de civilizacoes e culturas de todo o mundo. O terceito mundo sur. gia, assim, como um dos novos alvos de interesse da Historia Fernand Braudel (1902-1985): storia tranchs we os mal AHistéria estrutural de Braudel Pritiberpp tins chamada +€scola dos Annales Um ‘Apés a morte de Lucien Febvre, em 1956, a Historia iniciou, em 1958, uma nova etapa sob a lderanga de Fernand Braudel que tinha como maiores Weuienine « » Mundie Mesh colaboradores Charles Morazé (1913-2003) e Georges Friedmann (1902-1977). rine: ra (sora de Feipe te No seu artigo «Historia e Ciencias Socials: a longa durago» publicado %9#ndo # elas os cles em 1958, Braudel apresentava as idelas-chave de uma nova Historia~a His- Qo" (e Saude! descars a téria estrutural, baseada na longa duragao, se aproximar mals das ovtras Entretanto, ser a partir de 1969, quando os Annales foram confiados acinus soi const te uma nova equipa ~ André Burguiére, Marc Ferro, Jacques Le Goff, Emma- ele chamou de ou «grandes permanéncias». S80 05. tendem a permanecer e que quando portanto, quando se fala de = pel o trabalho em equipa ‘a0 trabalho em eauiPa. ;nhecimento. 20 wrplinar & imprescindh us diversas reas de CO! Oe dsceds de 1070 Nor 2002 de wtoivede creas ‘souxeram & Historia Novos ade os Mada mals zeram se : i ss clencias. Portanto, e552 mudanga nao se ana sora. ida Historia @ ‘comeca a dade - os Annales Astendénclas Aya tia NOV? Fata de orga Ebjectos e novos sbientos de outtas Ci tere ma verdad nova As novas propostas a partir da década de 1970 os eticos da Histéria Nove trariam, a partir dos anos de 1970, novas propostas que podem ser. ‘designadas Novo Estruturalismo, que tem como Pinepescaractersticas = Oretomo a narrativa e a visdo linear e cronolégica da Historia, + Revalorizagio do facto histérico + Oretomno a Histéria politica Ticks rs ors cee 2. «Nao 36 descrever, send = anion son mapa menos tes 1 Riess eas meprerege soba he * Caracterize a Historia Nova quanto ao objecto de estud: =e ae CO interior, entre o m fazer-se sentit sao em nti Das origens até ao século XV 05 primeiros trabalhos sobre a Histaria de Africa datam da época do sur: sgimento da escrita (IV milénio an.e). Nessa altura, surgiram no Egipto (e de forma geral em toda a Africa do norte), tal como em todo o oriente, as mals antigas formas de literatura historica ~ as cosmogonias e as mitografias. ‘A expansio do Isléo e 0 comércio proporcionaram, tanto na Antigul dade como na Epoca Medieval, um contexto favoravel 8 difusio de idelas, inclusive a nivel da Historia. O Egipto fol referéncia nas obras dos autores classicos como Herédoto e outros © resto do continente, que ainda desconhecia a escrita e tinha escas $08 contactos com outras civlizagées, nao produziu muito neste dominio. ( saber era, via de regra, conservado e transmitido por via da oralidade e dda experiencia, Durante este periodo, o estudo da Africa tropical fol bastante limitado, e as informacoes eram rares e pouco credivels, Exceptuam-se desta realidade 2s fontes classicas sobre o mar Vermelho e 0 aceano Indico produzidas por mercadores, Sobre a Africa ocidental, norte do Sudao e Africa oriental, as melhores informiagdes dos séculos X|-XV s80 da autoria de mercadores rabes como Al- (Masud, A-Bakri, Al-ldrisl, bn Battuta, Hassan Ibn Muhammad al Wazza’n (0 Ledo Africano, ete Embora nos pareca ter havido nesta época algum dinamismo no pro- cesso de elaborago, a verdade é que estas producées nao passaram de descricoes de regides de Africa a partir das informacoes possivels na época. Nao existia, pois, nenhum estudo sistemtico sobre as mudangas ocorridas 20 longo do tempo e as informagdes eram em geral duvidosas, ‘Um dos primeiros e mais importantes historiadores de Africa foi bn Khaldun, Estudou Africa e as suas relacdes com 0 Mediterraneo @ 0 Préximo Oriente, introduziu na Historia de Africa o modelo de ciclo e tentou chegar a verdade histérica através da critica e da comparagdo, Estudou, igualmen- te, o Mall, com base na tradicio oral da época, Quando 0 Isld0, e com ele a escrta, chegou a Africa oriental, os negros africanos comecaram a conservar a sua Historia através de textos escritos, Foi assim que surgiram o Ta‘rikh al-Sudan, Ta'ikh al-Fattash, a Cronica de Kano, a Crénica de Kilwa, et. Do século XV até ao século XVIII | No século XV iniciou © contacto dos europeus com 2 costa afticana ue deu lugar & producéo de obras lterdrias com algum valor histérico, Sobre a costa da Guiné e outras regiées de Aftica foram produzidos, espe. ep odiusan 6 “sonuou “opepiuewny enossed a ered soaiew ap Wwonlos anb 13, couoraty oskuon 0 aiqor nR2=Ua1 seul nD 59:0 10) oouoisiy oder 0 2a cannon ian uu oduias op on5|pa! 1408514 aan ‘oduiay ap sepepiun 12:98 EE te Os métodos em Histéria Um método é um conjunto de regras e normas que dizem respeito ao proprio desenrolar da cognicao cientifica e que o clentista aplica consclen. temente, em conformidade com as variedades das tarefas da pesquisa, Importancia do método Oestudo metodolégico de uma disciplina é organizado de forma que © estudante nao assimile mecanicamente o contetido da disciplina, mas desenvolva nele a iniciativa e a actividade criadora, alladas a0 desejo de aprender cada vez mais os fenémenos da Natureza, da sociedade e do pro prio Homer. «NOs nao estuciamos um documento por ele mesmo, mas esperamos atingir, através dele, o passadov, Marc Bloch, Introdugdo& Hstvia, Publ EA, 2:ed, Lisboa 1974, pp. 25-29 Os métodos especificos da Histéria Comecemos este pardgrafo com duas citagdes de dois notéveis histo- riadores: «A Histéria actua através da interpretagio das provas, que sSo a expres- so colectiva das coisas, que singularmente se chamam documentos.» R.6.Colingwood «Pensei nada dever escrever sem ter submetido a investigacSo mais exacta cada um dos factos, usando maior rigor tanto para o que eu proprio tinha visto, como para o que conhecia por ter ouvido» Tuclddes Os dois extractos consubstanciam uma idela geral em Histéria, segundo 8 qual ¢ imprescindivel a exsténcia de factos para o estudo da Historia, 0 ‘que significa que o trabalho do historiador nao se desenrola senéo em volta desses mesmos factos ou acontecimentos, Oa sua anélise em procedimentos (métodos) proprios e com fins especificos, Em geal a cincia historia socorre-se da heuristic rica sites, ‘A Heuristica - € a procura de documentos, ou seja, 0 ‘ecolha de fontes histéricas. A heuristica é uma arte com as trumentos, modos de trabalhar; por isso ser historiador acto, pericia. Muitas vezes, os documentos sé se revelam ‘iador os reclama, procura, faz surgit por Para isso imaginados. A seleccao de fontes inclui abordar. Portanto, no inicio do seu uanto existe sobre o assunto que vai Introdugéo 6 Historia entre as ciéncias horde o Homem sob diversos lzada com recurso ao conheck nica da duragao. sobre epistemologia da Histéria = 9 ser humano cepta a realidade que 0 circunda através dos judicde, gosto © tacto. © seu cérabro res fixa-a através da meméria. instrumentos cientificos, jundande tal em seu pro- Epistemotogia: disciplina que b> epuasss anole at aBeu! OeSnpord e eruee ed ein| EP oxo Spepieu se ua epepeisos © w een” Neqen ? iu WOH Sop epepianio’ € SpucdeeueN ee euuosuen, op Os0n10U ewiorsis 0 ~ eoyosoy s Dreamy Se eeeells 2524 euun wien crustuisoques 2H SP, E2RPISL © » O0q win teinten opts cea 2 Lguosuss cuuotuinodues O epeimenns eeu epemunoe i ‘OPCIA) cane eles gas Gago age cn eee otteuDeyue> op erodas owo> DoNIDId y ‘eweuuipeiuoze uin 9p ogsnposdas e :eiuausolsue pinta ote ee 2p ‘ouewiny 19s op epugissuos eu ‘opsnpeee eiuaeasdos seusaixe sopepue|nsivied 9 soxsedse snes cols aaa -U9s opepuboaut eu otmeige o moueu ewios € 9 Opddonsod y “Ogseausssidey 0 oesceied coder jee sesiout sud s2 enb soulin ‘ois DayUO> Op e>NrPUIa/qoId e WaBepioge essoU EN, OIpeNSge © 2 Je}osuas OWSUNJ204U0> © WepuEdidulo> a1sep st a eee ee a PS iiet rae “ouewny 425 op: pelea aes eee afc eae nog a panbeibewal ee aay ce 9 an oe ole anes oretage cen jee Mua op sequewuosaides 60 “OvUeIU2 ON go cuvette su ue gp ‘ieee sagen se ene ops ino un oversaw 2 Sat ennai Sl ae ara cies MeN ep sosequausayduo> SOUs Pep oyusuiaow! © 194 PRET cL BUSISIH B ODSnpo.4UL igo o3s1xe OND OPUNW O O1>91}91 onb > cue eusorsis OpunBes o "wewoH reangid ep or1193514 osse2010 e51U5o> © anbeasop we ved ean! je oxayjau © > ‘opepuB=ru eusld pugpuodselio> e 9 enb ‘eaneles pep. 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