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[ LUIZ CESAR DE QUEIROZ RIBEIRO DOS CORTICOS AOS CONDOMINIOS FECHADOS As Formas de Producéo da Moradia na Cidade do Rio de Janeiro PE 440403, BX. AF 001.2190. moe one ER BepL3E 4 Cong 019965 yi Ct eC Ri Coffin de Lceata ———_ ‘omni: Bens Catal St eee erm 9 Cobol? {pres no Bs Bite Pe “ Pred in Brat - (bao a2, | 2a/o2/t72|) 10 /ocdtpecs css Caner sind lo ins i Ts nie Cone a Qo es aC ns es tou ems 2a de more tee eg sto RS ‘pie acs roo use 0. sn bon, ew esaoass ae ree emmngenatiingn2 rai etic maa eaat aaa ‘ie tence elem Stic es sce elena espana so coo nit sais 0188 eve ritsas3) “otasos dos sess pela DoD UNIAD DE EDITORAS S.A Be rnc, 9920" nat Cent ‘iene Rig de aso 1D aaa) 2682082 Fs: (O21 2626012 imprest no Basil pele ‘err Cameron septs Grea Sen ata RECORD DE SERVICOS DE IMPRENSS DISTRIBUIDOT NppyaTa80 Rode leer, RS—Tel: 585200 on cumin eda wa pl esac or UT ‘i er anim pr eit a _Atendemos pelo Reombotso Post Sumario Apreventagdo-1 we... eee a8 Apresentagio-2 .........4, tee 19 Introdugéo......, 2 PARTET Capital, Propriedade Fundiéria e Producto da Moradia: Enquadramento Teérico EF Capttuto 1 A Urbanizactio e a Questo Fundidria....., 4.1, Espago Urbano ea Produpéo de Mercadorias .. . , 1.2. Coiititigss dt Urbanist Capitatisia 1.8. Propo da Terra e 0 Uso do Sola Urbario Capituto 2 Capital e Propriedade: A Renda da Terra na Produgéio do Espaco Construtdo « « 2.1. Questbve Metodoldgions - » 12.2. Renda Pré-Copitalista e Renda Copitatista 29, As Formas de Ronda Capitalista : 244. A Renda na Cidade: capital e propriedade fundliria na predugdo e apropriagao do espago construido « « Capitulo 8 ‘A Produgdo Capitalista da Moradia . « «+ + +» 1. Os Impasse da Prduo Coitalista do Inobilidrio . . sey 22, On Limite Vetorizago do Capital Invetido nna Construgdo de Moradias . 98. O Inconporador: descrigéo empirioa « ‘844. A Incorporagdo Imobilicria: discussio terion 5. As Relagive entre Incorporador es cutot ‘Agentas ss Capitulos ‘Lucros, Rendas e Espaco Urbano: Bases para @ ‘Compreensao das Prditicas do Incorporador « « 4.1. Os Cireuitos das Capitais na Produiioe Gireulagéo da Moradia 4.2, Lueros e Sobrelueros Imobilidrias coi dos ‘ganhos de incorporagtio 5 51 v4 58 6 94 92 97 103 108 . 108 4.9, Capital Incorporader e Bspago Urbane: natures dos ganhos da incorporapao » « « « 44, Capital Incorporador e Propriedade “Rundidrias isputa pelos ganhos de incorporagao « - « 48, Pritoa dos Inerporadiores¢ 08 Submercdce da ‘Moradia .. ++ 46, Prion dos Incorgoradoes¢ roma Urbanas ... - Conolusdo da Parte I ‘Da Propriedade da Terra ao Capital de Incorporagdo: As Formas de Producti da Moradia . . - : Questio da Moradia: dimensio histérica « Questo da Moradia: dimensio estratural « ‘Emergénela da Producto Cotati da Moradia. . Formas de Produgio. «+ + ee Parte II Capital, Propriedade Fundidria e Produgio da ‘Moradia no Rio de Janeiro. . + +++ 5.1. Emergéncia da Escassez da Moradia — 1870/1890 52, Bmongéncia da Crise da Mora ~ 1690/1905 5.3. Expansdo da Matha Urbana ~ 1906/1920 5d, Expanstio do Parque Imobilirio ~ 1920/1989 . 12 119 123 . 128 137 138, . ue 160 158 165 169 178 . at 183 Capitulo 1 A Urbanizagao e a Questao Fundidria debate em tamo da questiio urbana no Brasil, pouco a /pouco, passa a tex como contro a defesa de uma politica fundiéria, Tenta-se demonstrar toorieamento como tal inter ‘vengio do Estado é neoeesivia para resolver os impasses do desenvolvimento urbano brasileiro e promover a justica 60> cial. O fundamento da argumentagao é a erenga de que 0 mercado de terras 6 0 principal mecanismo gerador dos problemas urbanos: dispersia/hiperconcentragio, deficit hhabitacionsl, erescimento periférico, alto custo dos equi pamentos urbanos, ete. A relagio entre mereado de terras @ 0 provesso de ccatruturagdo das eldades é vista como decarrente, de um : lado, das imperfeigSes de funcionamento deste mercado, que om aliviar as tensies sociaisdecarentes das 3s sociais nas cidades. Alguns chegam a pensar 2a formato do um pacto de interestescapitalistas contra oa {ntaresses dos proprietvie. i [Nio obetante a coeréncia da argumentacdo, 0 que pre senciamos 6 uma incapacidade do governo em intervir de ‘maneira efieaz nos mecanismos de Valorizagio da terra, no semenig no Brasil, mas tanbim noe panes lalio emer ccanos{fim muitos, exiale mesmo tm conjunto de instrumen. tosjuridicosinsttucionsisdo intervengio que formalmento permitiriam um controle do desenvelvimonto urbana, No 7 Newie loe de desigualdades sociais entanto, nestes paises é muito acanhada a atividada plane- movimento eric, tim sido incorporadas alu jadorae o creseimento urbano continua a produziy“irraco. u ‘mas orientacées da Roonomia doBem-Eetan, cued, ‘qual: nalidades” na ccupagio do solo. / ie Por néo acreditarmos na existéncia de um ‘canitor tage”? ‘terra no pode ser sisimilade a um fator de pro- ‘tropical’, que explicaria estes impaages entre intencio © io; esto, pensamos ser necessario aprofundar a discussao sobre a natureza da questi fundiria. Ao noseo ver, mesmo con: siderando haver avangos nas reoentos formulagées todrica, ia 7 °° proprietirio nao despando esforgos para | pee . geeag merece ee eee 8 proces fandidroe od q ppago Urbano o mercado de tera A nocd de espe ‘Pragiode eoonomias externas mie ge ees Pela apro- Jagao, que tarnou-se pedra de toque do debato, serve mais Piblico; las, eobretudo, pelo poder para confundir do que para explicar, pois remete a relagiio a ‘nize ‘uma indeterminacdo econémice, sobretude quando so quot vert carts Mein intango g sstaolcrsparaio ene gatos nse tes 29 to do eco © de promiover wea tee nates Bam nossa opin, o debate amen tomaréeaminhos Seioespacal dain & eatidade na diteibugi ‘als proficuos ee partir do uma constatacicfundaman‘al / fato da que a terra é um bam néo produtido que, portant, - rotates ‘io tem valor, mas que adquire um prego. Ora, wn bem ni) age atementao ericajuntamsealguman consider pproduzido néo pode ter seu prego regulado pela lei da oferta, cos gang martin. Tentase demonstra quay comb Pois nao ha let regulando a sua oferta. B a procira qu tratando deco 8 Promiotivios sera possvel marine Suscita 0 prego da tarra e niio o encontro do mercado slo contaria coats tnalimitacdo do direito de propradeda ie “produtores e compradores de solo, E necassiivio esclaincer © apoio das fragies capitalistes da sociedacle que nio é a demanda final formada pelos consumidloros ie A Urania — See sa ee eee rage as utilic varias 7 st prego | rasioasuildado du viva pogo de slogan 0 a aia-ce da demanda captalista por solo/ Em ain moa mani Sas are eee Sheed s pon oe ene secloallr a Sri teenpann Bigoe eens oieat ate ss isa aera ee shbaerg scat toennanane coe a eee das cidades, passa, necessari ‘mente, pela andlite das relagies entre valorizagio. dos capitais e uso do solo. / eee wt op aan ei Paes ems Sno eterna ae izam na cidade./O prego da terra é somente um risen een Snemlse rasansrapabac oes OTe dat tl 0 nm cu gees ecgren octet oe sitter icp iaaeninnottae es frente dere me eta de capitais e valorizagio da propriedade/A primeira é con- tile cereale nice Sekai eecctes (aay eee eanes Pope eee ciraulogio dos objetos imobiliérios que equipam o esp: 5 shir cemsnne yates = Para estes «iltimos 0. uso e transformagao do espago reopen eeree rer constituido destes agentes: o proprietério da terra, o ineor- 40 f ‘Dea Cone ase Conominls Fehon porador, 0 construtor, 0 financiador e o Savestidor imo- Diliério| Nos capitulos seguintes, estadaromos as relagies aarcerteg agente estabelosem com os mecantsmos de valori= SES doe wérios capitals que intervim na produgio © na “Timulagdo demonadia eda propriedade das terrasuiizadas para fins residenciais. 111. Bapago Urbano ea Produgio de Mercadorias ‘A anélise do papel econémico da cidade foi durante lgum tempocbjeto de preocupario des oconomistas,embora tenha softido um relative eclipse apés os trabalhos de James Stuart, o, pesteriormente, no decurso do aéoulo XX." Ela Teaparecs através de uma série de trabalhos que buscam ‘atribuir eo agrupamento espacial das atividades econdml- ‘cas, propiciado pela cidade, um papel multiplieadar dos Gfetios de massa e de justaposigio de agentes ¢ do fatores Sséelo-ccontmicos prodiizidos pela aglomeragio urbane.” ‘Algune proptem uma explicagio formalizada destas ‘vantagens, através do concsito de externalidades. Modelos tio desenvolvidos para explicar (eorientar) alocalizagio das ‘empresas noespago trbano, uma vezque, devido hexistincia Gas economias externas, a implantagio na cidade permite ‘Yontabilidades diferenciais, Nio preocupa aos teiticos da Tocalizagio 0 estudo dos processos de criagio das externali dades proporeionadas pola cidade. ‘Uma das razies desta “despreocupagio” esté na inca- pacidade da economia neocldssica, cujos pressupostos 1] DERYCKE, Phere Hans - Eeoomle et Phnifiaion Urbain, Pars UF, 1979 2 eee engl REMY, Je @MOLS, int "Bonaning Esko t CERES URGE ReueBeenomique, Volume XXII £6 “a reslizardo, A taxa’ desies sgentes, capitaisimpado. nee i dl gto gs SRR hs te lees aa seem etl teats eretano ht minora oe ca mses 2 EE: hl De Conde nie Partiremes da seguinte constatacio: para queo capitale inheiro converta-se em capital-produtivo, ou seja, nos meios de produgio ona forga de trabalho, énecesccrio que o agente capitalista tenha acesso a um eonjunto de condigies que ‘permita a utilizagio da forga de trabalho com a finalidade da produgio da mais-valia. K necessério, por exempla, quoo ‘empresdrio tenha acesso & matéria-prima que serd usada no Processo produtivo, ou que a forga do trabalho esteja dis. ‘Ponfvel: expropriada, concentrada e qualificada para exer. ‘cer fungdes no processo produtivo. Dito de outra forma, ara que 0 capital-dinheiro converta-te em capital-produ. tivo 6 nesessério 0 controle sobre um conjunto de valores de uso que, combinados de uma determinada forma, pro- duzirdo um valor superior ao do eapital-dinheiro inicial- mente empregado, Uma parte destes valores de uso é produzida como mercadaria, como é o caso da matéria-prima e dos instru rmentos de trabalho. O acesso a esta eatogoria de valores de uso depende das leis econdmicas que regulam es trocas entre os agentes econémicos. Isto significa que estes bens, embora nio sendo livres, néio possibilitam a eriagio de situagdos de ‘monopélio, uma vez que eles siio indefinidamente repro- dutiveis, Podemos, entio, conclulr que a exiagio destas con. digdos da produgao é assogurada pelo movimento da pripria o no seu conjunto, Hi, porém, uma outra categoria de utilidades que no sendo reprodutiveis, nio se transforma em mercadarias e como tal a sua emergéncia ndo esta assogurada pelas leis que regulam a produgio de mercadorias. Estas utilidados ‘surgem quando um agento econémico controla propriedades de objetos, configuragio de objetos a/ou proeessoe que per ‘item aumentar a rentabilidade do investimento realizado, seja aumentando a produtividade do trat minuindo o tempo de imobilizagao do capital. A Uikanteto 00 Questia Bindi O aque earactorza estes valores do uso 60 fato de ndo gerem mereadorias, Portanto, o seu consumo preutive nao ‘implica em transmissio do valor, embora conteibus pore diminuir o tempo de trabalho newsedrio& produgaa: Hotes ‘alors de uso poiam paroer como “propiedad de capital ‘quando a sia criagd ae reliza no fnterlor do un perce do trabalho. Esto 6 0 caso da covporapao do ttt grande rimero de trahalhadores concontradon numa incue cot Presa, que pormito aumentar a forga produtiva con tees argSes superiores soma das forgas de trabellio individual Por exemplo: se uma empresa emprega 100 trabalhedencs Para produsir 1.000 unidades, e multipliear por cinco a quantidade do trabalhadores, ela podara obles tne eo Alugdomaior que 6000 unidades, deal que haa una ongent 2zagiodoteabalhoea uiiengio dena tecnologia aden, O soessoa estes “eeltonitei” depondard exoluaivamente de srandeza do capital emprogedo, desde que nenhum che, culo exterior ao capital impoga uoo dos presedimetac tomoligios eda organizagdo do trabalho que panmitam a sua ger Ti, porém, outrs tives de valores do uso nocessério ‘rodusio que surgem como ‘propriedadee da natureea" na medida em que a sua criagio nao pode realizar-e no interior de um prosesso do trabalho. Trata-se de utlidados nao controladas per nenhumna empresa iselada, pertants nde reprodutiveis. Og “recursos naturals” slo exomplo tines deo alae de. Os cn ies de agomeero so outroexemplo, uma vez que para um capital islado raters de uma utlidade naorepredutie, natura Por defsitostiteis do aglomeragio entandemos o valor de wo resultante da artiulagio quantitaiva, qualitavare espacial de virios process de produgio ede areulagio de mereadorias © da'configuracio especial de ctjics ime Ualitios quo servem como suporteiquela atialagion Necoo “ Dax Corti ons Contomirns Fahad sentido, podemos pensar que a cidade seja um valor de uso complexo;* cuja formagdo nasce da combinagio de outros valores de uzo simplos. Quais edo os clamentos deste valor de uso complexe? ‘A cidade, enquanto valor de uso complex, torns-se, assim, uma forga produtiva social espacial, diferente daquela nascida no interior de cada processo produtivo, A. sua utilizagio permite aumentar a produtividade do tra- balho e diminuir o tempo de rotacio do capital, © quo so teaduz em maior rentabilidade dos investimentes realizados. Entretanto, vevficamos que o acesso aos efeitos ites de aglo- meragio é desigual na modida om que hi atendincia & ‘concentragio espacial dos elementos que entram na formagio o valor de uso complexo, A consoatigneia 6 que as empresas ‘procurai localizar-se naqueles pontos do espago urbano me~ Thor dotados destes elamentes (do ponto de vista quantitative, ‘qualitativo e espacial) e, asim, beneficiaremse de condigées fexcepeionals de rentabilidade, iso 6 de eobrelucros de loeali- ogi. 1.2, Contradigées da Ureanizagio Capitalista A “internalizagio® dos elvitostiteis de aglomeragio é 0 objeto de intarease dos agentes econdmicos quando deeidem. onde devem Ioealizar seus empresndimentos. O sentido fecondmico desta decislio é a busea do controle de certas, ccondigées da produgio nio-reprodutivels, portanto, monopo- Wedvels, geradoras de scbrelucros de localizagao. “4 Ch PRETECEDLE, B, -Za Plnifoation Urbaine, Pai, Centre do Seusapia Ubeize, i974 LOIKING, JL Biot Le Morsiamee Urbain Pale PUF, 181, 'TOPALUV, 0. ~ Capital tProprcé Fonir Pao, Cntr do Socloge Urbane 1975. 6 A Vrbanianatoe Quan Pura orn ananassae tante para a produgio e circulagdo de mercadorias e, no i pos ra meni eee cect ec See ese aeons Faroese tener eet geeremna Spe ee re ‘condigies da sua prdpria reprodugo na quantidade, quali- dade e na articulagdo espacial necessirias, e menos ainda pep ecce ce meysane reac oom mt eae ar ‘se beneficie de condigges extraordindrias de rentabilidada. — A sr me arin feria produzidos aqucls objotonimobifarioe que creo canes pe sepia: ou seja, 20 menos a taxa média Ae ert Gi mata celotivos # elemento da infra atrutura urbce cio eee se ee wn rn mts piccieseeneme man ee ease aor baa ts sovpeb pel peo te do queso emvensonochamarplagiamento ban f 8 [cate aga se rvesiva: ni hd nenbure pcre er ae ein a eects Encontramos hoje omtos equipamentos que me Saran eigerat ‘Etta de eaten ears, Encniramcetashen wee cae tion Bra relat cnn qe xp ‘enw fra ini pablo ds org ety ‘abano um bam exmpsD gue tana sete Sane rentals ou ssa 6 Dea Cotgn asa Cendominios echo ‘Ein segundo lugar, a formagiio e renovagio do valor de ‘uso complexo dependern nfo s6 da existéncia dos objetos Jmnobilldrios, mas também da sua articulagio espacial Tsto ‘esbenra no fato de rauitos dastes objetos serem produzidos {oridos enquanto mexcadarias, portanto a partir das necos- sidades de cada empreaa em obler a rentabilidade do inves timento realizado. Nao ha um plano quo estabelega regras {que orientardo cada processo produtivo de forma a gaxantir ‘que oconjunto de cbjetos imobiliarios tena ums articulagao fespacial. Isso contrasta com 0 que ocarre no interior de cada ‘prosasso produtivo, onde o capital impSe uma ordem coerente ‘com as suas necoasidades de lucro.® Emm terceiro lugar, a coneorréncia entre as empresas na ‘busca do controle das condigées que permitem o surgimento de gobrelucros de lecalizagio gerard uma competigio pelo ‘uso do espago urbano, gerando uma tendéncia & eoncon- ‘ragio espacial dea atividades 0, conseqiientemente, dos equipamentos e da infra-estrutura. Por iiltimo, a propriedade privada do solo urbano #0 coloca como obstécule it formagao erenovapio do valor de. ‘eomplexo, Ela representa, de um lado, uma apropriagio ‘parcelada do solo urbano, o que torna dificil a produgo dos Cquipamentee e da infra-estrutura com a necesséria artiou- Tagdo espacial, uma vor que ala exige grandes extensdes ‘continuas de terra, Por outro lado, como o desenvolvimento dda cidade é diacrénico, a propriedade privada da terra ur {meno riba outeos dsiteeeanion. (6 "Namantfstur aleidefare da propacnolséadesuteta dtensina (Guntlindes do fabalbadaen © etainadas ngs movie ‘EGE states eomapate rent nu pap na eee dt io ds dane ‘radeones de maradavins¢do aus mean de post Znos de bale otal” In MARK, K » O Copia Bound Broo, Lie yoke $07 a” bana representa mutas veoes a eristalizagao juridica de relagées sociais sobreviventes de etapas anteriores do capi- taliemo,o que podereprecantar obstéculos para que ocapital tenha acesso a0 solo. O pequeno camponés instalado na pperifaria da cidade, o poqueno caméacio e o artesanato slo exemplos de propriedades que expressam contetidoe diferen- ‘tes da terra utilizada polo capital. Enquanto, para o pri- ‘melro, a posse do solo é um moio demanter-ee come produtor independente, para o segundo a propriedade é um instru- miento de valorizagao do capital, Um pequeno comercianta instalado no contro da aglomeragio trbana sobrevive na ‘competico com o grande caméreio na medida que mantém lum acesso privilogiads & cliontela, Neste caso, vender a. propriedade poder significar pender a condigdo de produtor independente, pois dificilmente terd condigSes de instalar-s0 ‘em outros pontos da cidade, condigio de pequeno camer ciante. A decisio de vender para estes proprietarios nao 6, desta forma, decorrento do um eéleulo econémico, 0 que coloca na relagio entre espital e propriedade um elemento estranho & racionalidade econémica predominate, Para tor- nar mais clara a nossa argumentacao, imaginemcs um cexemplo oposto. Um capitalista que queira comprar um. terreno para instalar-se como comerciante de sapatos. Se esta terreno for de propriedade de outro comerciante, die gamos de géneros alimenticics, a venda do terreno concreti- zar-ee-4 na medida em que 0 prego compensar a perda do sobrelucro de implantagio e 0 custo de nova implantagio, ‘cas0 queira continuar investindo eeu capital notmesmoramo de coméreio. O comprador do terreno, por eua ver, estard disposto a pagar um prego que we site até o limite do sobrelucro que a localizagio do terreno no espago urbano proporciona aocomércio de sapatos. Assim sondo, quando se ‘trata de “propriedade capitalista’, ha uma racionalidade fecontimica que fundamenta a relagio entre comprador & vvendedor. O mesmo niio acontove quando se trata de “pro cote oo Condoms un f-ing ma ns iis; mira ror ne teicmraghtrceaes necator geen smear sr nin tse summon orn an ree col can rr cen 1.8, Prego da Terra e 0 Uso do Solo Urbano /o yonszent que tem sida doinante nes dca smaleyecentn bre aquestzo bana aponta preseda torre Sahoo meceniany comico repented ple conataso do espago urbano ¢ pela segregagio social na cidade. A eas veda face set, cesda como casa Pepa din mals sion pals dae eptalia A veins qe zm sobre capone qu sao na base da cee a seortisteedasruscortradgis—intzam, mie que utlzoso cptaista do caap hana oars 3 repaid pivada da tara tn vl Seas pa serns oscuro age um proses oe eeviragentscantlsanetablecom uma consensa oe iar an enon erate gun porno 08" Mono dec cxtrondindoe ‘vgn det Irs extrornin et no azn diferenciado que a localizagao dos terrenos propicia ao uso Gaslr duo complom ue representa clade, Norte oe tl roe tra nag uma ene ce oor ative do eel de Teazon Teo ateon que ao movimento do capa qu cnfore ih setdo doen popisdead da trra win Geese papel do mesma de dts ori 0 A Witanseco oa Questo Funtiria ds atvidades enquanto ref ’ exo da concrrinia ents oo Antes catalog pla urbanisation ee ee investigagao ctlavidades in 00% 8 fnalidade do comprocndr as fess iclaridadon dowel este oor depen, ALP dara Capitulo 2 ital e Propriedade: A Renda da Capit Terra na Producao do Espaco Construido io pretendemos neste capitulo realiaar uma exegeca do ivro III da principal obra de Marx. No temos esta ‘ousadia @ nem screditamos tar alguma utilidade para 0 ‘noseos presentes propésitos. Sentimo-nos, porém, obrigados ‘fazer algumas colocagies gerais a propéaite da “Teoria da Renda da Terra’, antes de entrarmos numa discussio sobre a produgio capitalista da moradis, em vaio da necessidade deexplicar a maneira como apreendemas as catogorias form Jadas: enda fundiévia, prego da terra, ronda diferencia, endl absoluta e renda de monopdlio. Por outto lado, este capitulo ‘permitiré pingar alguns elementos tesricos para a discussiio das condigGes @ limites da produgo capitalista da moradia, 2.1. Quostioe Metodoligioas im primero ge, vale hoe qu ertamas onecenten dos antrage tee prnentas nu formuagie marta soba vena a tory ton doen do le ‘problema da transtomap Con eft oan pets clave da trannornagio do aleres om ren ata prs ten nana davon na modi om qua vorayso da ‘ropriodae dn nr, cre mocansno “aroma coment {piven interior da tata do valrdrabelb pla dow clalo entre pape vala io bt, panne ques faamos uma “tara qualitativa” da obra de Mars, pecamoy ieereanes Resi Ings camo struentee aniie ds procter dol zetia dos n,n prgun om ef neta St categorias todricas formuladas por Marx expressam. ‘8 Te Ingen seit quefvadam a socedads cpa Aa, cil err velar marin nd categorias do pensamento que visam dar conta d conju ; ina de cnt So slain oganinnnceroneam son cpt, lista seas ent popitrce don mci do prurioo traathadares ent on roa soentoe do ropeetnien do ‘meios de producdoe entre capitalistas ¢ uma outra categoria tepetal da ror ionxitentena eldedo cpa 03 proprietarios de terre " 1A teria da renin da tera e omst, ents, num conjntorticlnd do eacton gus tam como aldade der conta da fli epee qu we etatlene ent ah. {alist eprops dn tra no nari da sss de Rena Fi xa tai, eon edu qee tena soa dear it ‘RUBIN, Tanck Tlish --A Teoria Marsista do Val ;. Mense, 1980, p. 68. (2 Nel Se Pale Bae copitalista, Por que especial? Porque os proprietdtos fun ‘igtios edo uma categoria cocial herdada de fazes anteriores {do capitalismo no momento em que a produgdo capitalist tornacce dominante, ¢ que sabrevivem et razio do papel {iibio da propriedade da terra na constituigo mesmo deste modo de produgio. ‘Tal dubiedads pode ser perecbida claramente nas pas sagens que transerevemos abaixo. onopélio de propriedade undiria éum pressuposto ‘stariso® continua sendo fundamento permmento 40 todo de produgio capitalist, bem como de todos cemodoe {Bs produedo anteriores quo eo baseiam, do uma mancira ‘Sa do outre, na exploragso das maseas, Mas a forma em {Gus o nciplente mode do produsio capiialiata encontra.& fropriedade nao The 6 adequada. 86 elo mesmo o Rika que the é adoquada, por melo da subordinasio da fagricultura ao capital, com i860, entio, « propriedade ‘indiiria feudal, propriedado do cla ou a pequena pro- ‘JMedade camponesa combinada com terran comunnlsy Pre tambam transformadas na forma econémiea ade- ‘Queda a cose moda de producto, por mais diversas que ‘Sgjam ateaformna uridican”= Bate trecho significa que a propriedade fmdiiria tal como passa para a fase copitalista é uma necessidade [istdeica, pois participa do processo de criaglo da relagao de cexploragdo, pela expropriagaio dos produtares diretos. Entre tanto, ela representa para o capital 0 monopélio sobre uma condi¢ao neceasdria & produgio (a terra), nio-reprodutivel, fe palo qual o seu detantor pode cobrar um tributo. Neste tsentido, propriedade e capital estéo numa relagéo eccial contraditiria, edja resalugao 6 a transformagio do contetido da propriedade. Os conceitos de renda diferencial e renda 2 MARK, KO Cepia pct. 12/125, fia Abe Calta aptate Preprints absoluta expressam a submissio da propriedacle ao movi- mento do capital, deixando a ronda da eer um tributo para ser uma categoria econdmica ubmetida aovelor. Para tanto, serd necessario, em muitas situagées histéricas, transfor. ‘mages institucionais no estatuto juridico da propriedade, para dela retirar os elementos quo a configuram numa si tuago de monopélio. A teoria Ua renda da terea prossupée, portanto, uma situagdo na qual jd tenha se instalado a moderna proprio dade, entendida esta como a que “diasocia inteiramente a propriedade fundidria das relagdes de dominagao e eer villsmo foudais, © ainda separa, por completo, o solo, en- quanto condigdo de trabalho, da propriedade fundidvia e do senhor da terra, para o qual a terra representa apenas um {tibuto om dinheivo, que par melo de seu menopslo ele arrocada do capitalista industrial, o arrendatsrio" 2.2, Renda Pré-Capitalista 0 Renda Copitalista A explicagio do surgimonto da renda fundiéria na so- iodade capitalista, isto, onde a economia é regulada pela lel do valor, ¢ problemitioa. “A dificuldade estdé em demonstrat: donde provém o suplemento de mais-valia pago pelo capital ‘empregado na terra ao proprictario desta, sob a forma da renda, depois da mais-valia so igualar, para os diferentes capitis, aonivel dolucro médio..., depois de aparentomente consumada a distribuigdo de mais-valia toda a reperti Para Marx, a questo estava om procurar explicar as condigbes que permitiam na agriculturao surgimento de um, suplemento de Iuero sobre o lucro médio e @ sua transfor= magio em renda da terra, a mais-valia. f 3 Taam, 5.125 : 4 emp. 697808, me mate se ons ro pan sah ls Se ene rt panes Se crm cpm Pee are Se es cae no Yl ee ees fe 9 a feudal smo, a renda é a forma que toma Conreeny tla 8 ot kr ae Reta carat Tarte rina co nota ene cn e So a i a ee eine Steet ctr a a en re mae a pens Sel a eee oe ine se nc ea oa cee ee tnt et erect al a eda Cn i cape ene Sy de ee ‘A forma atual da renda tem suas bases ‘na renda ba oe te nae i re a sar ne Se oo @) A Renda Pré-Capitalista Nas condigées de um fraco desenvolvimento das forgas _produtivas, quando as stividades produtivas slo concentradas somente na agricultura, quando a diviso social do trabalho é ‘pouco acentuada, a separacio dos produtares diretos do acesso [terra garante que oproduto do sobrotvabalhoseja apropriado ‘pelos nilo produitores, O fraco desenvolvimento das forgas pro- dutivas so caractoriza pelos seguintes fatost © 0 nivel de conhecimento téenico para produzir & redusido: eagar, pescar, mesmo para cultivar, por- tanto, 0 monopélio do conhecimento nio permite ‘uma dominagio de classe e, desta forma, a apro- ‘prlagio privada do produto do sobretrabalho; ‘© ceinstrumentos de trabalho si aindaradimentares (Grado, animats de tragio, reda, carrora, et); tais {nstrumentos nfo exigem muito eanhecimento nem sgrande quantidade dotampo pars serem produzidos, © quo significa dizer que sio facilmente reprodusi- des, Desta forma, a separagio dos produtoresdiretos dos instrumentos de trabalho no 6 suficiente para criar condigies que pormitam a epropriagio privada do produto do sobretrabalho; «a2 forgas produtivas naturals da terra eGo oprincipal instrumento de predugio; com efeito, em momento de balxo desenvelvimento das forcas produtivas, a produgio se constituia fundamentalmente na api agio de trabalho em forgas produtivas naturaie; assim vendo, a condigio bisica para que um grupo sonal se sproprie da parleda produgio éaseparagio do produtar das condigdesnaturais de produgao. Isto 0 realiza pelo menopilio quo um grupo passa a cexeroer sobre a tera, alvavés da propriedade; ‘Dos Cortins ase Candominon Pedhaion “e bpor isto que a propriodade da terra é uma relagio fe produgio, pois ela permite comandar 0 fluxo do sobretrabalho. Nose itaso,apopidade nia uma wo tae ie peronagei 0 propio CO efor aoe Grminmni produ, o pol daminad, Bato ‘Gltimo, mesmo controlando 0s instrumentos de trabalho, Stns, meen yao donno, pol a ea ona Contin tea ae proagio. A pate she 0 rodutor Force chamerse ronda fia 0) A Renda Capitalista: observagées preliminares ‘© estudo da renda eapitalista deve cbservar os sequin: tos prestupostos da anise de Marx sobre @ produsio capi talista: 4 capredutos xa produgoengendra osurgimento de 2oere fundiaia obo vendldos oo proo gurl do Pr dco; «sa propria privada tara supe que corte 2 oop mono sore poses Go 1h eons ty cfoas pivaivn da aun woniade tere, om extn de todas a mai tr pooguizadavenda deve-e concentra portant nt ‘explicagio da valorizagao deste ‘monopolio na base Stach cpitalieta do merendeiat fri fundti ssivo na «oproptit i fund tem um papel De os opitelista de mercadoras) esto de Pro ie condigbes econdmicas complotamente Pande a vontade do propeetérofundisrey ume cE pita ‘vor quoa torra nfo é mais o inst fergiestores strumento fundamen- arenda nada tem a: 2 1 aver com o pagamento pelo arren- datario de quantia pelo capital fixo inoorporado terra, o que Marx chama de “terra-capital”? + e.prago da terra no 6 diferagte de rend, conti tuindo-so na sua cepitalizagdo a uma oerta taxa do Juros; como esta é regulada pela taxa de Iucro que ‘presenta a tendéncia a sua queda, o progo da terra tende por sua veza subirnas soclodades capitalistas, 2.3. As Formas da Renda Capitalista Como pode surgir a renda diferencial ac vendidos ao sou Seis Gan ome, Gatos ernie nae — diminuigao dos saldrios? amc rogados nun ramo de produgéo terem fertilidede maior em Fefagao aos investimentes do capital que esto excludes © excepeionais condigses favordvels criadas pela (6 Har, bier, p. 7. aaa tae ann nee ETE SE ESE [A forga produtiva natural da tarra nio é fonte de ucro suplementar, mas base natural dele, por sor base natural da produtividade excepeionalmente acrescida do capital. A fonte &a produgio capitalista de mercadorias. direito de propriedade sobre condigtes naturals de produgio nada tem a ver de per si com a eriagio do hucro Suplomentar obtido com a produglo de mercadarias com 0 fauxilio das condigdes eoondmicas excopcionais. Ele existixia ‘mesmo gem a propriedade privada da terra, ‘Todos os tipos de wenda diforencial funcionam sobre ‘mesmo principio, ou ecja, sua origem é o fato de um capital ‘ulilizar gratuitamente condigées excepcionais de produtivi- ade, oa Ihe permite produ ‘condigies superiores & ‘As caracteristicas de renda diferencial sic: 4) oprego de moreado érepulado palo predutor cloeado na pior condigao de producio; entretanto, é importante as- sinalar que a regulagao depende 1) da demanda salvével ¢2) dos valores diferenciais de produsio em cada terreno; b) ovelume do suplemento de Iucro depende da posica do presi no gradient do conten dfrensns do P= dugio; a entrada de um produtor, situado em eondigdes piores, altara a posigio de cada capitalista; ) a magnitude do sobreluero que se transforma em xenda depende da relagio de forga entre cuptalstase pro- ‘prietérios; quanto maior a concorréncia entre capitalistas para cbter o uso de um terreno, maior serd o poder do ‘proprietdrio para impor um nivel de renda que se iguale ao Sobreluero; a0 contrério, quanto menor a concoréncis, menor este poder, pois o proprietério fundiario, sendo um agente eoonémico vivendo da apropriagdo da tends, nfo, terd interesse em manter sou terreno sem produgdo por 0 1 rongo periodo, esperendo que as contin erent tone tem a competicio entre capitalists - @) esta stangio depende do grau de coneentraise da Zedado privada da torr ; sie nn enka el van eyisttar, mas no conjuno da economia SS ne a ponteco pore 08 produlae agrisclas, is ee tom a limentagdo da popolacto oparésin, A ous egos Be 9 Bixados pol pro do produgio do pio errno © ae rlan eandigbee médias de produtividade jon, com base ‘Todo mecanismo que deserevemos funcioné ‘em dats prinepioe: do um lado, a livre conconnc centre sapitalistas pela aprepriagio do maicros ‘patoelas de mais: cin Go ei da aie: A ea selva omen yn lial © sobrelucro ‘enc jem dovorte,aterando apenos o fate 20 pio se transformer em rend, fo a ser aproprisdo fsamente pelo eapitalista. b) ARenda Absoluta AexplieasSo da renda gorada no por terreno Poti seguir dois carninhos. ex tormos de fertii- 4) capital que supa a pir terra em tors dade2h relizagao s,aomesme tempo, propeek ZO dade ado, portant a renda; esta é una SCAG Te 20 Pe shdo na realidad, poimuits das lores 2 eeemploradas pelos préprios proprictrios toy ‘noentanto, 6 ee Contac Propide io resolve o problema taco, na medida em que sempre 6 Possivel pensar a pio forza apropriada por agen diferenta do capitalista; 2) outraexplicasdo possivelé ponsar que parte dolucro do capitalistalocalizado na pior terra serve para pagar & ends é também uma situacio posivel porque eneontramos ‘na agricultura exploragSos que edo sub-remuncradas, geral mente, as pores terras (pr exemplo,aexploracio familia), ‘também ceta uma explicagio que nfo resolve toricamente problema. O conceito de renda absoluta desenvolvide por Marx tenta resolver teoricamente esta questo. Para compreender ©conceito de renda absoluta & necessdrio rever o conceite da Tei da perequagio da taxa de luero, Ela significa que: as mercadorias so vendidas ao valor sccial e no 20 seu valor individual, doterminado pelas condigées médias de produgiio; ~ isto faz com que alguns ramos vendam suas mer cadorias a proges inferiores ao valor criado, quando ‘encontram-so em situagio de produtividade inferior {a média, © outros a pregos superiores, quando estiio ‘om situagies mais favordveis; ~ 4 portanto um movimento de equalizagio da masea dda mais-valia entre os ramos; ~ este movimento de distribuigio 6 detaminado pela ‘composigaoorgiinica do capital, na medida em que ela indica maior ou menor produtividade do trabalho. ‘Omecanismo de perequagio da taxa de lueros tem como pressuposto fundamental a existéncia de total mobilidade do capital entre os ramos na busca do melhores condigios de - rentabilidade. Se em algum ramocolocam-ce barreiras para @ Dasari dominios a.entrada do captas eos remo ted conde do exclu a ‘mais-valia ‘ele eriada ‘do movimento da sua reparticfo, eri a quantidade do trabalho sell wilzado, A pro Seectnde priveda da terra Gum dosooscbeteslos. upeenfepembn int gn creo ( temperdso, pede a livre concorréncia dos capitals ~ par cer ero cred no et ean a chore setae es terete ae iva notre ram pot todas aa oferas exploradas pelo capt fal Se ao contra sucodo, chocando-weo capital com una fae eetrsne, que de aneir nonbuma oa apenas en a ee ee men eel de a cicero Sela eta ec rt gente sea ee re ce nee ren ae ao ro Sepa cts ee ar anlar oo He re Ce afeestrae ie ample ede ater ere Seis Ce a areca i oe de iden, p87. Conta Proorisdade Como a propriedade fundidvia atua como ompecilao & perequagio da taxa de lucros? “Bava o propeiatnio da teres, a mera propriedade jurdica ‘ado gera vende. Confor Iho, entrtan‘s,o pedzr de impedir ‘ exploragio do sua tera alé quo as eondiios eomémnicas ‘ropiciem valorizagio donde retire o excedente, aja a terra aplicada propriamente na agriculture, soa em outros ames ‘do predugao, como constusio, oe, Nao pode aumentar nema ‘Giminnir a quantidade sbeotuta doses campo de aplioag, ‘naa pode altera a quantidadeexstanto no mercado" Este poder de limitaciondoé, port, abscluto, pois est eondicionado em alguns fatores, a saber: @) maior ou menor concentra da propriedade fundidria; , 8) aplicaglo de capital adicional nos velhos arrenda- rmentos aumentando a oferta de mereadorias; ©) a concorréncia dos paises estrangeios; @) necessidades possibilidades de pagamentodoscon- ssumidores;o, inalmente, __@) © poder limitador da propriedade privada esti tam- ‘bémn condicionado ts préprias necessidades de consumo do proprictirio, isto significando que ele nio pode eter terras durante um longo perfodo & espera de uma alta nos pregos dos alimentos e dos bens agricolas de maneira geral. Como so traduz oste ompecitho? Num agravamento dos progoe dos produtos agricolaa, que, no mereado, so mai dos por um tribute. Na vardado, os produtos agricolas nao ‘io vendidos ao prego de produglo da pior terra, mas a esto pprogo aumentado do um tributo quo é a ronda absoluta, 8 Ta, siden,» 870, ow Bes Cong oseCondominls Pecan Como isto possivel som alterar ali do valor? Ouse, co prego dos produtos agrcolas pode atingir nivels superiores fo valor eriado na sua produgio? Se tal acontecesse tstariamos diante de um tipo de produgio néoregulad pela {el do valor. A possitlidade é dada polo fato de que a pro- priedade fundiévia impede que a apricultura sea subenotida a {ai do repartigao da maisvalia proporcional ao trabalho ocial utilizado. Em outtos tarmce, na agrcultura é uilizada uma fquantidade de trabalho euperice ao socialmante neceesrio, Sequndo as condigSee médias do produtividade, som serponali- ‘eda com a transferéncia daparte demais-valiaexcodente Isto fe traduz no fato de que a composi orginica do capital na sgzicltara é muito inferior a sotor industrial Catrasono desenvolvimento das forgas produtivasé daudo histérico, pelo simples fato de que 0 capitalismo Gecenvolveu postariormento na agriculture. Entrotanto, ‘eto dado passa a sor extrutural pelo papel da propriedade fundiria, Desta forma, a baixa composigao do eapital na ‘agvicultura, comparativamenta & Indistria é, 20 mesmo ‘ampo, condigio e conseatiéncia da propriedade fundiria. Concluindo:arenda abscluta provém da diferenga entre prego de produgioe valor das mereadorias agriolns, que 80 antém como fendmeno mals ou menos duradouro pela txisténcia da propriedade fundiria. A parcola da diferonga tenire progo de produgao e valor das moreadorias agrioolas Gque ee transforma em renda abscluia depende de alguns fatores,fundamentalmente 1) da relagio ontre oferta e pro- eure, 2) da extensio das torras cultivades. “Quando arenda ‘slo absorve todo excedente do valer dos prodntos agricola ‘sobre 08 precos de predugio, parte dele entrar no nivela- ‘mento goral ena eparticio proporcional da mais-valiacntre Capitais existentes, individualmente considerados." 9 Wao, idem, p. 876. Gaptate As diferengas ontre a rend difereneial e a renda absor luta podem ser percebidas nos seguintes confrontos: RENDA DIFERENCIAL 1. ~ Resultado do cardter capitalista da produgio produtos agricola, fo es 2 = Continuaria a existir, na forma: lucro, 22 solo fosse nacionalizado. ae 8 = Nao determina oprego de produgéo, antes osupie, 4 ~ Resulta das diferencas entre: i oe srengas entre os pregos de produgio 5 ~ Nao tam impacto dso acre o salsce ds ope- varios industriais. sovope RENDA ABSOLUTA 1. ~ Resulta da propriedade privada da terra. 2 ~ Desapareceria se 0 solo fosse nacionalizado, 3 ~ Determina o prgo do produ, ou ej, o peso pelo qual sio vendidas ax mercadarias, ° a 4 Resultado da diferengn entre valor eo pogo gurl de produgio. meee 5 ~ Tom impacto direto sobre os ealérios industriais. ©) Renda de Monopstio. ee eee ree diferenga entre o prego de produgio regulador do mercado e ‘ovalor das mercadorias. Neste caso estamos diante de bens 66 pesca Boch {que nio so mereadorias no sentido eetrito do termo, Trats- wee cbjetos, como por exeraplo, obras de arte cujo Prego nko 6 regulado pela lei do valor, mas pelas necessidadet Tesejon © capacidades de pagamonto dos compradores ‘Segundo nosso ponto de viste, oago de monopelio nasce jquando tom-ee um bem nfo-reprodutivel ou parcialmente Seprodutivel. Neste sentido, cria-se verdadelramente um pree de monopélio. Kata 6 a interpretacio da seguinte passagem: -Bntendomos por prego de menopétioodeterminado apes ‘Pelodeosjoe pela capacidadedo pagamento doscompradonss Eom depends do prog geral de produto ou do valor dos ‘Sethatas, Uma vinha onde se obtem vinko de qualidade Pregttional e que 66 pode ser produzido em quantiade ‘SMalvomerte reduside proporiona prego de monopélio. O caricate deose progo sobre o valor do produto 6 deter ‘SEs unteamente pela rquoca e pela pao dos bebedores ‘Peuintados de vino, © em vrtude de tl prego o victor 7eila importante cro suplemontar.ExseTucro suplemsas Tar que deriva do prego do monopelio converte ee ex rend ‘Mutlecta formacalbe ao propretrode terra, em vreude do Sec irl ese ent, podago do labo terete dotado de ‘gualidades expec” ita pansagem nos fomace alguns elem do 7—- erin se ttmoremos mais ttle, quando analisacs & Bove 6 rocecn do profgio o obeulap da moercadaria veart nil Cosarames apenne de avangaralgumes onside a nein quo prey do mmonopaio nance d0fat0 vee eae ter produ un valor de uso especial algums i ooo ageion capitan a ci a ots poder produ, Hn tras pala OPE aan eid fundamentado na nao weprodutidade 10 Tar, in. 690-pifor noon 67 Coptate Promos do um valar de uso, Se levarmos em considaragio 0 papel importante da loclizaglo para a detaminagio do seu valor de uso, em tarmos de acasso ao sistema espacial de objetos {mobilitioee ee levarmos em considorago que esto acesso 6 desigual segundo. ponto do eepago om que a moradia est Ioealizada, temas af que cada habitagéo tende a apresentar uma singuaridade enquanto valor do uso, Pera afinar mais a colocagio driamoe quo as habitagios se diferenciariam segundo micromercadcs. Este seria o motivo por que 08 propos da habitagio iendem a go dferenciar consideravel- aonte dntro de tum remo bairso. Ou soja, fatares micro- Iocacionais tendem a ter frte in Tudncia na determinagio do prego das habitagies. A segunda consideragio que fostariamos de fazer é quanto A limitada oferta deste bam, ‘condigdo para o surgimento de pregos de monopdti, Com efelto, e houver uma grande quantidado ofertada no mer cade, capactdade do produtor em impor um prego é menor. Ttotambém acontece com as moradias, se consideramos que hd uma descontinuidade no tampo e no eepago da produgko da habitagio, Ou seja, um eomprador que queira comprar ‘urna moradia nao tem ante dele todas as opgies em termos de Teealizagio e quantidade, endo uma situacio muito propicia A formagio da progos manopotistas. Vollaremos @ esta discussio mis adiante, ‘As diferencas entre a ronda absoluta ¢ a renda de ‘monopdlio podem eer sintetizadas da seguinte mansir: RENDA ABSOLUTA 1 ~ Bazenda que gera um progo de monopéiio. 2 ~ Tem como limite o valor das mereadorias, os Carts ors Condemtnios Pchadon FENDA DEMONOPGLIO 1 ~ Eopregodomonopélio que gera arenda. 2 ~ Tem como limite o desejo ¢ a capacidade de pa- gamento dos compradores. 24. A Renda na Cidade: capital e propriedade fundidiria tna produpio e apropriagto do expago conatruido Fizemos até aqui uma analise do esquoma tosrico do- senvolvido por Marx para o estudo da renda fundiéria agricola: Vimos que a preocupacao de Marx é demonstrar ‘como arenda fundidia,eatogoria econdmica pré-capitalista, 6 erticulada e submotida i lel do valor. Neste sentido, busca evidenciar como a renda nfo tem eomo fonte a propriedade privada da terra, mas a propria produgio capitalista de mereadorias. A propriedade privada da terra, portanto, nlio 6 em si meema fonte de ronda, mas condigio para a apro- priagio de uma parte da maie-valia. ‘A aplicagio do eaquema teérico da renda fumdidria 20 ‘caso urbano nfo pode ser realizada sem que se levem em consideragao algumas especificidades do uso do solo na ci- dado. A aniliso destas especificidades $ 0 objetivo desta parte do capitulo. Para justificar esta afirmagio podemos, ‘avangar a idéia de que nem toda a terra urbana é utilizada para fins rentistas. Por outro lado, é usada e disputada por capitais submetidos a condigdes de valorizacio diversas ~ ‘capital comercial, capital industrial, capital bancério. ‘Em termos mais gorais hd uma diferenga de fundamen- tal importdncia: 0 fato de que na cidade encontramos dois, ‘mecanismos responsdveis polo surgimento de rendas. O pprimeiro ligado aos processos capitalistas que utilizam 0 ‘espaco construido ~ a produgio e circulagao de mercadorias CI Soptale Propriedade «em goral ~ 0 0 sogundo ligado aos processos de produgio des__ ‘valores de uso que entram na formagio do espago construido. Faz-ee nocessério separar estes dois mecanismos para fins de analise, pois cada um remote a velagées diferentes entre capital e espace, a) Especificidades Urbanas: as demandas diferenciadas pelo uso do solo urbano A teoria neceldssiea compre fundamentou as anélises do mercado de terras como um mecanismo capaz de garar uma distribuigio étima das atividades no espago, Nam a especulagio com a terrae nem a elevagio dos preges fundidrios para niveis superiores aos pregos gerais seriam fondmenos em si mesmos negatives. Sob cortas condigées, a especulacio seria mesmo desejada, pois carrespandendo a uum dosequilibrio entre a oferta e a demanda, ela influen Giaria na formagio de um espago urbano mais equilibrado. No contro dae aglomeragées, por exemplo, a especulacao seria benéfica na medida em que permitiria rosorvar tor- rren0s para usos mais intensivos e produtivos. Na periferia, aa retengio de terrenos taria como resultado a contengio da ‘expansio urbana. Ezstas colocagies tim sido atualmente objeto de criticas entre of préprios teérioos noocldssioos. Postula-se que © mercado ndo é um mecanismo capaz de gorar uma dis- ‘tribuigdo dtima das atividades no espago. Pelo contraxio, 0 seu funcionamento, gerando ineficiéncias no uso do solo, 6 esponsavel pelo estabelecimonto de desigualdades eociais. Resumidamente, o mercado fundiério 6 visto como imper- feito, tomando necesséria a intarvengio do Estado para ‘corrigir tals imparfuigaes, Siew Oselementos teéricos que sustentam esta efarmulagiia os pressupostos da economia do bem-ostar: 1) a terra Do Cortes oo Condemiioe Peshade oixa de ser cclocada como.um fator de produ: da terra passa a ser docorrente do monopélio exercido pelo proprietério fundidrio; 8) o rendimento da terva proporciona um nivel de bem-estar superior, na medida ‘em que o proprietario no realiza nenhum esforgo para auferi-lo. Embara poseamos identificar uma evolugio em relagko as formulagdes neveldssicas, as recolocagSos da economia do ‘bom-estar deixam intacta uma questi Fundamental: 0 fato de que a terra néo é um bem preduzido que, portanto, néo tem valor, mas adguire um propo. Dizar isto significa aban- donar a iddia de quo o progo fundidrio nasce do encontro da Jel de ofera com a lei da procura por trras, Com efeito, iio hhavendo a produgio do tarras néo podo haver lei de oferta. Ea demanda por tras quo sussita a oferta, o que equivale a dizer que o prego da tora é determinado pela domanda. Entretanto, 6 necessério esclarecor quo nfo é a “demanda des consumidores finais, que, de posse de uma certa soma de recursos, tentam maximar a eatisfagio do suas necesei- dades”, mas adamanda capitalista portervas que determina o-prego fundisrio, Dito de outra maneina, o8 pregos fundidrics si far mados a partir da domanda des agentes capitalistas que necessitam de terres para valorizar seus capitals, A con- seqiéncia & que © estudo dos progos fundiérios passa pola andlise das condigies do valorizagio dos diversos capitais, Usando o mesmo principio da ronda fandiairia trata-ce de estudar as condigées que permitem aos capilais abterem sobrelusros decorrentes do. uso do solo urbano. © catudo destas condigées tem que levar em cons idexagio que\capitais empregados:om esferas diferentes namo elo urbane ede area Yn ipncado a frente. n capltateP Capital Construtor terra como suporte da produgiio dos objetos imobilidrios. Capital Industrial _ terra como suporte da produgio e civoulagdo do moreadorias. nes eee ae Sarr prem cone ae ee ese eee ee es Paes ee ea ppm tt a A exert ry o estudo da renda fundidria ee Sera Se eee ae tala alee ca cee Es So eran! Seon eas ore seepage ome nel ttn ers cea ae cee a near ee eae oes eae coe sn seco ee eee eee ae a maior ou menor prego de produgao. A localizagao sera ee eee eer nm Dest Condominies Fehr papel particular para a canstragio habitacional, ume Yes ve, endo uma produgdo de bene imdoee, a cada proceso ‘odutivo 6 nocessério novo solo. Tato faz com ave 8 Pro" Friedade privada da terra urbana se apresente como 0 pital investidoneste ramo, fazendo da produsio capitalista de moradias ‘Valtando ao primeiro mecanismo de renda, ou sei, @ renda gerada na produgio © cieulagio de mereadariss, ¢ (0 fit de que ha demandas diferentes por solo wrbano, {que se definem, por tum lado, plas cndigien epociions ¢¢ Srieagio dos capitals e, por aut lado, pala importineia ‘Wrorente da localizagiopara cadaum deles,fazcom que aja caret tendéncia a se construix uma bierarquia de morcados Fandidrios om fungio dos produtos finsia,e, eonseatienter monte, uma hierarquia de uso do solo urbano, izer, quando afirmamos que ha uma. tendéncia b constituigdo de uma divisio econémica do epago, que oe traduz pela concentragao eapacial das ai re conémicas? Coneretamente, a manifestagio da visto eoondmiea de espago é ofatode que encio-e suas melhorias so freqientomente valorizados de eeedo com seu melhor e mais alto uso", tendo menor nportdncia seu uso ea. Istopode sor percebido na prition impomta dow agentes econdmicos, por exomple, quando o (ropritrio de um imével prefere roto deterirade do a9 Trobe melhorias © altugiclo a um prego maior, porque sabe quo ema decorrneia de transformagies na dvisio exonémicn Ty HABEEY, Ded - Urtonisoy Dosguaad Socal Mass, Sel Vel {hun Binoy, 1077, p16, 8 Ceptate Propredade do espaco, sua propriedade alcangaré, futuramente, pregos superiores (na venda ou no aluguel) em fungiio de ser pro- ceurada para fins comorciais. Em outras palavus, a tendén- cia équeo solo seja ocupadopolas atividades eoonémions que ‘mais podem pagar polo seu uso, o que é detorminado pelo papel que a localizagio do terreno ascume na geracio de sobrelucro. Esta localizagio significa o acesso acs efeitos \iteis de aglomeragao, Graficamente teriamos: EFErTOS UTEIS DE ASLOMERAGEO DFERENTeWeNTe ACESSIVeIS SEGUNGO "ALOCALIAGAO DO TERRENS HIERARQUIADE D=UANDAS ‘coNDIgdES ESPECIFOAS FOR SOLO URBANO DETER. De vaLORZAgHO TMWNADA Pets SOoREL. {CROs DE LOCALZAGAO Diveh0 ECONEMICA DO ESPAGO URBANO A tendéncia i existéncia de uma divisdo econémica do ‘espaco urbano somente ndlo se concrotiza de forma absoluta porque a estruturacio da cidade cbedece a um processo diacrénico, vale dizer, dotarminado por légioas que niio sao contempordneas, o que crla barreiras para que 0 uso raflita de maneira perfeita a ligica do capital na sua fase mais recente, Em outras palavras, a organizagao das cidades é ‘também determinada pela heranga histérica, mareada pelas ” Dox Corti oon Condoms Fear necessidades @ condigées de localizagio presentes em mo- mentos antariores da divisio do trabalho. Tentando especi- ficar mais: as fragdes do capital em seumovimentono espago urbane, na busca de melhores condigées de rentabilidade (obreltcros de localizagio), defrontam-se com usos do solo determinados por atividades econémicas que sao sobreviven- clas de momentos anteriores da divisio social dé trabalho. Em muitos casos, sobrevivem exatamente por estarem lo- calizadas em caxtos pontos do espaco urbano que as tornam. competitivas, o que significa que a decisio de vendadosolo nilo passa necessariamente por um eéleulo econémico. Km ‘reaumo! o capital encontra obstéculos em sew movimento ‘espacial na busca de sobrelucros, o que impede, ao menos pareialmente, que a organizagio da cidade seja o reflexo Perfeito das necessidades do capital. Tais obstéculos se ‘traduzem em propriedadss que cristalizam relagies sociais| contraditérias com as relagies capitalistas. Isto 6 0 que veremos a seguir. b) A Propriedade Fundiéria Urbana: pluralidade de relagées Por vazies histéricas, que aqui nilo examinaremos, a propriedade de terra urbana sfalian relegdes sociais do natureza diversa, embora juridieamente seja definida de maneira abstrata: direito ao usufruto. O que diferencia estas trelagées 6 0 lugar social ccupado pelo proprictério na estrus ‘tura social. Sio diferentes os ignificados da propriedads para: ‘¢ um poqueno produtor rural periurban © um industrial; um poqueno comercianto; 6 (Copia e Pree ¢ unoperério; © um proprictério imobilidrio-rentista, E por esta raz&o que, ao nivel juridico, busca-se esta- belecer uma igualdade entre estes agentes. Alids, esta é uma tendéncia do direito na sociedade capitalista, ou seja, igualar formalmente os individues, porque sio diferentes econom!- camente. Por exemplo: um burgués ¢ um operdrio sao iguais porque so os dois vendedores e compradres. Esta colocaglo tom anarma importéncia do ponto de ‘vista econémico: na cidade nfo podemos dizer que, como na ‘egricultura, haja um enfrentamento entre a classe capita- lista x classe dos proprietdrios fundidrios urbanos, pois a rropriedade fandidria estéertculada a miltiples relagies sowie. A Propriedade Copitalista © propretirio eapitalista 60 agente para o qual a terra 0 suparte de valorizagio do um eopital. A Iga da gosto da propriodade so bascia no fato de qua a deoisio de venda ‘sid condicionada ao fato do o prego cbtido pelo terreno ppermitir ow nio colocar 0 seu “capital” em outra forma de {nvostimento mais rentvel. Feta dlaulo ecandmico tendo a Tevar em consideragio o valor futuro da propriadado, Por cexomplo: quando eo trata do um capitalista imcbilidro, quo ‘explora seu imével através do alugual o prego de venda da ‘sua propriedade tende a inclu o que le ganharia no futuro, fem fungéo do modifieagSes urbanes pesteriores que valo- zara o seu aluguel [A propricdade capitalista do slo faz am que hala hejo, 1um prego fundideio dependento do prego regulado pela en % Dest onde nias Pecado tabilidade do capital no uso atual e futuro, Neste caso, nfo ‘hd venda e nem mudanga de uso do solo se o sobrelucto do ‘novo uso nio for superior ao sobrelucro anterior. ‘A Propriedadle Néio-Capitalista: cbstdculos ao ao2se0 do ‘capital é terra urbana Este tipo de proprisdade representa um obstéculo 00 ‘capital. Podemos identificar 0s seguintes tipos de proprie~ dade urbana que nio expressam a posse de um suporte de valorizagio do capital: ~ Propriedade Camponesa ‘Si0 os produtores inetalados na fronteiva agricola da cidade, Para eles, a texra 6 um meio de producto. Perdé-la, significa a perda da oondigiio de trabalhadores livres. Estar lsposto a vendé-la se isto Ihe possibilitar continuar como {rabalhador livre ou mesmo tomar-se um pequeno patrio, ~ Propriedade de Artesiio e Pequeno Comerciante ‘Acedificagio é um meio de trabalho gratuito nfo neces sitando amortizagao. Muitas vezes, o pequeno comércio © 0 fertosanato estio inalalados ha muito tempocem cortas zona da cidade, constituindo-eo na obrevivéneia de relacies fecondmicas do fasce antariares do capitalismo, Tal sobre~ Vivéncla é possivel na medida em que as zonas onde estiio Tocalizados mudam de uso, possiilitando o acesso fcil @ fomocedores 0 & clientala. Ha estabilidade destas relag’es quo permite a sobrevivineia destas categorias de traba Ua Inadores. A venda do local obrigard o axtesio ou 0 poqueno ‘comerciante a comprar nove local, em zonas onde nao des- frutard destas vantagena. A.despoasessiio destes agentes pode so day com a reno- vagio da zona onde esto instalados, sem precisar retirar Ihes a propriedade, Neste caso, pardem a clientela e os fomecedores. Mas quando tal niio acontece, 0 artesio @ 0 ‘pequeno comerciante recusam vender a propriedade. Muitas ‘vores sor necesssria a intarvengio do Estado através deum programa de renovagio urbana. (Os elementos que pingsmos da “Teoria da Renda da ‘Terra’ permitem-nos concluir que o capital encontra di- ficuldades eapecificas para sua panetragio na cidade. Com feito, azenda da terra capitalista, tal qual Mars aformulou, necestita da transformagio do contatido social da proprie- dade da terra, da relagio social de produgio para relacio de distribuigio da mais-valia. Entretanto, no espago urbano ‘convivem varios tipes de propriedade fundiéria cuja gesto no se orienta por um edleulo econémico. Estamos ai diante de obstdculos extarnos ao capital, cuja superagao nio passa pela “racionalidade do mereado”, Por outro lado, verificamos também a existéncia de propriedades capitalistas submeti- das a condigées de valorizagao diferenciadas, resultado das pparticulares relagGes que enda eafera (produgio, cireulagao, distribuigio) ¢ cada setor (comércio varejista, comércio de atacado, coméreio de roupas, comércio de automéveis) esta- ‘beleoem com oeepago urbano, enquantoefeito itil de agiome- rragio, Agora trala-se de obstdculos internce ao capital. Utilizaremos estes elementos para analisar os impesses da produgdo capitalista da moradia, base para compreensio do capital de incorporacio.

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