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Principios de Financas Publicas Jodo Ricardo Catarina 2011 ALMEDINA + a estabilidade orcamental exige que do organ dade de leiture, um entendinento e uma coeréncia percepcioniveis em todos os seus aspectos. Estende-se a todos os momentos, da el Doragio ¢ aprovagio d execucao orgamental, no bastanda uma cls reza formal, mas uma clarividéncia substancial, perceptivel e néo meramente coerente no plano formal. A estabilidade é um requistio que resulta ainda do papel do orgamento na vida dos agentes eco- némicos, do Estado e das suas fungdes. + asolidariedade reciproca entre todos os subsectores financeiros € niveis de administragio puiblica, que requer um engajamento de todos os departamentos do Estado na procura de maiores nfveis de raciona- lidade e eficiéncia dos gastos do Estado; + a transparéncie orpamental, obrigando 4 melhoria qualitativa ¢ quan. titativa da informacao prestads pelos servigas ptblicos, estabe Iecendo-se como sangao para o seu ineumprimento ou cumpri- mento defeituoso a suspensao das transferé: ‘Nao se trata tanto de fornecer mais informagao mas de melhorar a sua vertente qualitativa, adequando-a As necessidades de gestto piblicas. Informagio mais rigorosa é uma informagio capaz de suportar deci- ‘s6es mais esclarecidas e melhor sintonizadas com as grandes linkas de orientagio estratégica dos Estado, quaisquer que elas sejam. jas orgamentais, 3.2. O equilibrio ¢ a consolidacao orgamental © equilibrio orcamental é um dos temas mais importantes das finangas piiblicas da actualidade e um desafio para os Estados nos préximos anos. peso crescente dos Estados nas economias ¢ a necessidade de inter- vengio em intimeros programas ¢ regimes de intervencao fizeram disp2- sara despesa piblica e, consequentemente, os défices pablicos um pouce portodaa parte. Aconsolidagio orgamental é fundamental pois ela gera uma situa de equilibrio orgamental e este € uma condigio importante (ainda que no suficiente) para o crescimento econémico de um Pais. Por outro lado, em situagio de (maior) equilibric orgamental, qualquer pais tem tendén- a diminuir os valores da sua divida publica, Bem vistas as coisas, facil- mente se compreende que um pais excessivamente endividado que fice dependence dos mezcados financeiros, dos seus credores e acaba por 14 ‘oxganEnTo newstaRe pagar mais pelos empréstimos que necessita contrair, perdendo capaci- | dade de negociagéo face aos investidores intemnacionais. No Sinbito da Unido Europeia registou-se, numa primeira fase, uma evolugio sensivel com a introdugio da moeda \inica em resultado da "unit econémica € monetézia. Nesta, os Estados-membros passaram _ qestar sujeitos a uma maior disciplina orgamental, monetériae financeira ros termos do artigo 104.” do Tratado da Unitio Buropeia, do préprio - pacto de Estabilidade e Crescimenta ¢ das orientagties da politica euro- ppeia, ¢n0 dominio das financas piblicas, em especial no quadro da Unido ‘Monetiria, ‘No nosso caso especifico, tendo em conta 0 défice global e estrutural da SPA ~ sector piblico administrativo, Poreugal consegniu quoalificar-se para incegrar 0 bloco dos pais fundadores da moeda viniea. Mas, como se tem +sto, tal edesio traz consigo responsabilidades acrescidas em matéria de + OsEstados membros obrigaram.-se a evitardéfices orgamentaisexcessivos, entendendo-se, como tal o conjunto do SPA em geral, isto é, o Go- verno Central, 0 Governo Regional ou Locale 0s fundos de Seguranga Social, com exclusdo das operagées comerciais, tal como definidas no Sis- rema Europeu de Contas Econémicas Integradas; Ovalorde referencia para avaliaros défices excessivos é 0 de 3% para a relagdo entre o défce orcamental programado ox verifcado 0 produto interne brato (PIB) a pregos de mercado; Conforme definido, considera-se excessivo o défice que ultrapasse 3% do PIB. © que fazer nos casos em que qualquer pais ultrapasse os limites? O Tratado € 0 Protocolo fixaram um procedimento misito minucioso a ___adoptar pelas instituigdes comunitarias, nos termos do qual: _-» Passou a competir & Comissio Europeis o acompanhamento da evo- lugdo da sieuacao orgamental nos Estados membros; + Estes devem informar sobre 0s seus défices, em termos de planea- mento e de execugio {programados verificados);, + Nos easos em que qualquer Estado ultrapasse 0 critério do défice, compere & Comissao claborar um relatério sobre 0 qual o Comité Econémico ¢ Financeiro produz um parecer; pRincisios Bs rmsascas Pumizcas + Estes documentos séo remetidos a0 Conselho ECOFIN (Consethe cconémico € financeiro composto pelos Ministros dos Estados. -membros), para tomar a deciso formal, por maioria qualificada de votos e sob proposta da Comissao, sobre se existe ou nao défice excessive; Nos casos em que o défice excessivo seje reconhecido, © Tratado prevé que o Conselho Europeu possa tomar, por maioria de dois ter. 0s, um conjunto de acgbes, progressivamente mais severas, dest. nadas A correega0 do défice. © Pacto de Bstabilidade e Crescimento veio a impor aos Bstados- membros que aderiram 4 moeda tinica 0 dever de apresentar is instirui- Ges comunitérias programas de estabilidade plurisnuais indicendo as medidas necessirias pare alcangar, pelo menos, a médio prazo, o equi brio orgamentel. Os Estados que integram a moeda tinica ficaram obrigados a apresen: rar UE, programas de estabilidade por periodos de trés anos, 20 prazo maximo de dois meses apés a entrega, pelos Governos nacionais, da sua proposta de orgamento, sendo sujeitos a cuidadoso exame de 2compa- nhamento pela Comissao. E nesse sentido que se insereve 0 Regulamento CE n* 1466/97, do ConseSho, de 7 de Julho,” com as alteragdes introduzidas pelo Reguls- mento CE n* 1055/2005, de 27 de Julho,” 20 determinar no seu artigo 22 que “considerar-se-d que o cardcter excessive do défice orgamental em relagaoco valor de referéncia é excepcional e tempordrio, na acepgao do n* 2 altnea a), segundo travessdo, do artigo 104%, quando resulte de uma circunstéincia excepeional nao con- srolével pelo Estado-membro encausae que tenha un impacto significative na situe- fo das finangas pblicas, ou quando resulte de uma recessdo econdmica grave”. Aiéin disso, considera-se tempordrio o cardcter excessivo do défice em relagao a0 valor de referencia seas previstes oreamentaisfornccidas peta Comisslo indicarem que o défice se situaré abaizo do valor de reféréncia, uma vex cessada a circunstncia excepcional ou a recessito econdmica gray Relative 20 reforgo da supervisto dss situagies oxgementais & supervisio « coacdenscio dss politicas econdmicss, JOL n* 209 de 2 de Agosto de 1997.Ver também o Regulamente CE 8°1467/97, do Conselho, de 7 de Julho, elativo A aceleragio e clasifcagio do procedi- mento sobre défices excessivon, “JOL #174, de7 de Julho de 2008. 156 ‘ooRcaMENTO DO ESEADO © Regulamento defere Comissio ¢ o Conselho Europeu a compe- éneia para apreciar e decidir sobre a existéncia de umn défice excessivo, _ eopoder de considerarem que o excesso em relacio ao valor de seferén- __ cjaresultante de uma recessio econdmica grave tem um caréeter excep- cional, quando resultar de uma taxa de crescimento anual negativa do. volume do PIB, de uma perda acumulada do produto durante um perfodo prolongado, ou do crescimento anual muito reduzido do volume do PIB relativamente ao seu crescimento potencial. Independentemente, porém, das condicionantes ¢ abrigagdes que emergem das imposigGes comunitérias, o equilibrio orgamental tem int meras vantagens pois reflecte-se na sanidade das contas puiblicas e per mite alcangar melhores niveis de consolidagio das mesmas. Assim, em. primeiro lugar, a adopcao deum critério mais rigido em matéria de equi- prio orgamental permite eliminar ow reduzir para niveis baixos 0 défice __ piiblico, permitindo que a politica financeira seguida pelo Estado con- tribua para o reforco da seguranca dos agentes econémicos, reforcando as expeciativas de estabilidade essencizis para garantir um crescimento -sustentével ¢ 2 criago de emprego. Por outro lado, uma situacSo financeira cquilibrada contribu para um __ melhor desempenko da politica monetiria a cargo do Banco Cencra] _ aropea (BCE). Um equilibrio orgameintal mais rigoroso permite ainda ‘uma redugio mais répida do peso da divida publica sobre a economia, = contribu para a redugda das pressOes que o financiamento dessa divida _exerce sobre as taxas de juro e amplia 0 espaco para 2 iniciativa privada e _ ofinanciamento do sector privado. Do ponto de vista estritamente orgamental, a reduedo da divida supoe uma redugao do peso dos encargos correntes da divida, permitindo liber- tar recursos orgamentais para outras despesas (capital, mas nfo s6), com __ maior impacto na economia. Finalmente, o equilibrio orcamental faci tard a concretizagao de uma politica de rigor na execucdo da despesa _ piiblica, ampliando a margem de manobra, por exemplo, no plano da _ politics fiscal, permitindo a redugio de impostos, a constituig3o de novos .centivos 4 poupanca, proporcionando um maior desenvolvimento __empresarial,a criagio de mais emprego, dando um impulso decisivo para “aactividade econémica. *

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