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Titulo original: Manifest der Kommunistishen pariet © Versao brasileira do texto de Rodolfo Marcenaro: Edson da Silva Coelho Capa: Sonia Kawa Uma produgao da Versus Ltda. istragac e Radagdo Rua Prof. Alfonso Bovero, 815 Pompéia S. Paulo — CEP: 05019 22 Edigdo: Julho 1979 90 anos de Manifesto ‘Tradug#o: Omar de Barros Filhe Custa acreditar que s6 faltam dez anos para que se cumpra o centenario do Manifesto do Partido Comunista. Este panfleto, mais genial que qualquer outro na literatura mundial, nos surpreende ainda hoje por sua atualidade. Suas passagens mais importantes parecem ter sido escritas ontem. Com certeza, os jovens autores (Marx tinha 29 anos e Engels 27) tiveram uma maior visio do fu- turo que scus predecessores, sem, jamais serem igualados. JA no prefacio que escreveram juntos para a edigdo de 1872, Marx e Engels declararam que , embora o fato de certas passagens secundarias no Manifesto estarem ullrapassadas, consideram que ndo tinham nenhum direite de alterar 0 texto original, j4 que o Manifesto tinha se convertido, no periodo de 25 anos que havia transcorrido, em um documento hist6rico. Desde aquele momento, 65 anos ja se passaram. Trechos isolados do Manifesto resuliam ainda mais antiquados. Neste prefiicio, trataremos de assinalar tanto aquclas s do Manifesto que conservam todo o seu vigor, como aquélas que requerem uma alteragao ou ampliacZo impertante. 1. © conceito. materialista da historia, descoberto por Marx pouco antes e aplicado com clara habilidade no Manifesto, resistiu perfeitamente a prova dos fatos ¢ aos gelpes da critica hostil. Constitui, hoje, um dos insirumentos mais yaliosos do pensamento humane, ‘As demais interpretacdes do processo histérico perderam toda a significacao cientifica. Podemos dizer, com cerieza, que em nosso tempo € impossivel ndo so serum militante revolucionério, ¢ ainda um observador versado em politica, sem assimilar a interpretagdo matcrialista da historia. 2. O primeire capitulo do Manifesto comega com as seguintes historia de todas as sociedades que existiram ate nossos dias ¢ a historia da lita de classes, Este postulada, conclusio mais importante que se extrai da interpretagdo 10 de discuissao materialista da historia, conyerteu-se imedialamente num clemer na luta de classe. Ataques especialmente venenosos contra a teoria que subs «o bem comum», «a unidade nacional», ¢ as «verdades merais cternasy, pelos interesses materfais como. forca motora, foram langados por hipdcritas reaciondrios, liberais doutrindrios e democratas idealistas. Mais tarde, somaram-sc a eles individuos recrutados nas filciras do proprio movimento operaria, 05 chamados revisionistas, quer dizer, as que propunham rever («revisarn) o Marxismo no espirito da colaboragao de classes. Finalmente, cm nossos tempos, os despreziveis epignos da Internacional Comunista (os «stalinistas») seguiram, na a da assim chamada «Frente Popular» surge totalmenic da negacao das Ieis da luta de classe. Entretanto, € precisamente a época do imperialismo a que, levando todas as contradicOes sociais a seu ponto de maxima tensdo, da ao Manifesto Comunisia o seu maior triunfo teorico. 3. A anatomia do capitalismo, como uma etapa especifica ne desenvolvimento econémico da sociedade, foi exposta por Marx de forma acabada em O Capital (1867). Mas, ja no Manifesto Comunista, a5 linhas mais importantes da futura analise foram firmemente esbogadas: 0 pagamento da forca de {rabalhe como equivalente ao custo de sua reprodugdo; apropriagao da mais valia pelos capitalistas; a competicgo como lei fundamental das relacOes sociais; a ruina das classes intermediarias, quer dizer, a pequena burguesia urbana ¢ o campesinato; a concentragao da riqueza por um niémero sempre decrescente de proprietarios num polo, e © erescimento numérico do prolet ariado no ou cas para o regime socialista. ‘0; a preparayaa das pré- condigdes materiais € pal 4. Atacaram violentamente a proposi¢ao, no Manifesto, referente a tendéncia do capitalismo em baixar o nivel de vida dos trabalhadores, e ainda reduzi-los A pobreza, Padres,.professores, ministros, jornalistas, tcOricos social-democratas, e dirigentes sindicais, sairam para enfrentar a chamada «teoria do empobrecimenton. Invariavelmente, enconiravam sinais de crescente prosperidade entre os trabalhadores, fazendo passar a situagao da aristocracia operiria pela de todo o proletariado, ou tomando como duravel alguma tendéncia momentanea Entretanto, até o desenvolvimento do mais poderoso capitalismo do mundo, dos EUA, converteu milhdes de trabalhadores em mendigos, as custas da caridade federal, municipal e privada S. Contra o Manifesto que descrevia a crise industrial ¢ comercial como uma série de catasfrofes cada vez maiores, os revisionistas asseguravam que 0 descnvolvimento de trustes 4 nivel nacional ¢ internacional, asseguraria o controle sobre 0 mereado, levando gradualmente a terminar com as crises. O que caracterizou o fim do século passado ¢ o comeco do presente foi um desenvolvimento to tempestuoso do capitalismo, que as crises apareciam como interrup¢des «acidentais», Mas esta época se foi para nao voltar. Definitivamente, Marx eve raziio também neste tema. 6. «O Governo do estado moderno nao & mais que uma junta que administra os negocios comuns de toda a classe burguesa». Esta formula suscinta que os entes da Social Democracia consideram como um paradoxo jornalistico, de fato contem a linica teoria cientifica do Estado. A democracia criada pela burguesia nao & como acreditaram Bernstein ¢ Kautsky, uma bolsa vazia que pode ser enchida sem problemas por qualquer tipo de contetido de classe. A democracia burguesa sé pode sen burguesia. Um Governo de «Frente Popular» seja dirigido por Blum ou Chautemps, Caballero ou Negrin, nao € sendo uma junta comum que administra os negocios comuns de toda a classe burguesa. Quando este comité mancja mal as coisas, a burguesia o afasta a pontaés. 7, «Toda a luta de classe € uma Iuta politican.«A organizagio do proletariado como classe, (€) em consequéncia sua organizagio em um partido politico». Sindicalistas por um lado e anareo-sindicalistas por outro, durante longo tempo se distanciaram, ¢ ainda hoje tratam de fugir, da compreensio destas leis historicas. O sindicalismo puro agora sofreu um golpe demolidor em seu principal reftigi EUA. O anarco-sindicalismo sofreu uma derrota irreparavel em sua ultima praga forte: Espanha. Aqui também @ Manifesto demonstrou estar certo. 8. O proletariado nao pode conquistar o poder dentro do marco legal estabelecido pela burguesia. «Os Comunistas declaram abertamente que seus fins s podem ser alcancados destruindo pela forga as condigdes sociais existentes». ‘© reformismo tentou cxplicar cste postulado do Manifesto na base da imaturidade do movimento naquele momento, e do desenvolvimento inadequado da democracia. © destino que sofreram as «democracias» italiana, alemA © muitas outras, demonstra que a imaturidade ¢ © traco distintivo das idéias dos préprios reformistas. 9, Para a transformagio socialista da sociedade, a classe trabalhadora deve concentrar em suas maos um poder tal que a permita esmagar todos ¢ cada um dos obstéculas politicos que barram o caminho até um novo sistema, «O proletariado organizado como classe dominanie», esta € a ditadura. Ao mesmo. tempo ¢ a unica verdadeira democracia proletaria. Seu alcance e profundidade dependem das condigdes histéricas concretas. Quanto mais Estados tomarem o caminho da revolugao socialista, tanto mais livres c flexiveis serdo ay formas que a ditadura adotara, tanto mais larga ¢ mais profunda sera a democracia operaria. 10. © desenvolvimento internacional do capitalismo pré-determinou o carater internacional da revolucao proletaria. «A ago comum do proletariado, 20 menos dos paises civilizados, € uma das primeiras Condigdes para a sua emancipagaom. O desenvolvimento posterior do capitalismo uniu to estreitamente todos os sctores de nosso planeta, tanto «civilizados» quanto ando civilizadoss, que o problema da revolucdo socialista assumiu total ¢ decisivamente o cardter mundial, A burocracia soviética tentou bloquear o Manifesto no que diz respeito a esta questo fundamental. A degeneracao bonapartista do Estado soviético € uma esmagadora demonstragdo da falsidade da icoria do socialismo num s6 pals 11, «Uma vez que no eurso do desenvolvimento haja desaparecido as diferencas de classe € se tenha concentrade toda a produgio em maos dos individuos associados, 0 poder pablico perdera seu carAter politicon. Em outras palayras: 0 Estado se desvanece. A sociedade permanece livre de sua camisa de forca. Isto nao & outra coisa que o socialismo. © teorema inverso; © monstruose crescimento: da coercdo estatal na URSS é testemunha eloquente que a sociedade esta se tanciando do socialismo, 12, «Os trabalhadores ndo tem Patria», Estas palavras do manifesto mais uma vez foram avaliadas pelos filistcus como figura de linguagem. De fato, elas deram ao proletariado a Gnica dircgdo concebivel no que se refere & questao da «Patria» capilalista, A violacfo desta diretiva pela Segunda Internacional trouxe como conscquéncia AO apenas quatro anos de devastagdo ma Europa, massim.alem dissoa atual paralisia da cultura mundial. Em tazio de que a nova guerra & iminente, possibilitada pela traigdo da Terceira Internacional, 0 Manifesto ainda hoje seauc Sendo 6 conselheiro mais digno de confianga no que se refere a questo da «Patrian capitalista, Assim, vemos que a produedo conjumta e relativamente breve de dois jo autores ainda continua oferccendo diretivas insubstituiveis sobre as quesides mais importantes © candentes da luta pela cmancipacao. ‘Que outro Livro podcria comparar-se de longe com o Manifesto Comunista? Mas isto nao implica emque.depoisde 90 anosde desenvolvimento sem precedentes das forcas produtivas ¢ vasias lutas sociais, a Manifesto nao necessite de corregdes ou adendos. © pensamento revolucionario nao tem nada em comum com a adoragao de idolos. Os programas ¢ os prognésticos slo pasts A prova e corrigidos A luz da experiéneia,que é 0 critério supremo da razio humana, O Manifesto também requer sorregiies ¢ adendos. Sem diivida. como mostra a experiéneia histérica, estas corregdes ¢ adendos s6 podem ser feitas cam éxito, se estiverem de acordo com o método que se encontra nas bases do Manifesto. Trataremos de indied-lo em varias inst&ncias muito importantes. 1- Marx ensinou que nenhum sistema social desaparece da arena da histéria, antes de esgotar suas potencialidades criativas. O Manifesto consura yiolentamente o capitalismo por retardar o desenvolvimento das forgas produtivas. Sem davida, durante aquele periods, como também nas décadas seguintes, este airaso era sb de natureza relativa. Se fosse possivel na segunda metade do século XIX, organizar a economia sobre bases socialistas, seus ritmos de erescimento teriam side incomensu- ravelmente maiores. Mas, este postulado teoricamente irrefutavel, nao invalida o fato de que as forgas produtivas seguiram expandindo-se em escala mundial até as vesperas da guerra mundial. $6 nos tltimos 20 anos, apesar das mais modernas conquistas da ciéneia © da tecnologia, comecou a época de uma decidida contengio, e ainda decadéncia da economia mundial. A humanidade esia comecando a gastar seu capital acumulado, enquanto a guerra ameaca destruir as préprias bases da civilizagio nos anos futuros. Os autores do Manifesto pensaram que o capitalismo seria derrotado, muito antes de chegar © momento em que se transformaria de um regime relativamente reacionario, em um regime reacionario em termos absolutos. Esta transforma¢ao tomou sua forma definitiva somente diante dos olhos da geragdo atual, ¢ converteu nossa época, na época das guerras, das revolugées e do fascismo. 2- O erro de Marx ¢ Engels em relacdo as datas histéricas sui por um lado da subestimagao das possibilidades futuras, latentes no capitalismo, ¢ por outro, da supervalorizagao da maturidade revolucionaria do proletariado. A revalugiie de 1848 nao se converteu em uma revolu¢ao socialista como havia prognosticado o Manifesto, mas abrin para a Alemanha a possibilidade de um yasto ascenso capitalista no futuro. A Comuna de Paris demonstrou que o proletariado nao pode arrancar o poder da burguesia, se no tem para conduzi-lo um partido revolucionario. Entretanto, 0 periodo prolongado de prosperidade capitalista que se seguiu, produziu, nfo a educaciio da vanguarda revolucionaria, mas a degenera¢io burguesa da aristocracia operaria, que por sua vez se converteu no principal freio A revolugdo proletéria. A natureza das coisas tornou impossivel que os autores do Manifesto pudessem prever esta “dialética’’. 3- Para o Manifesio, o capitalismo era... @ reino da livre competicao. Quando fazia referncia a crescente concentragiic do capital, o Manifesto nao tirou a necesséria conclusio em relago ao monopélic, que se converteu na forma dominante de nossa época, e no mais importante pré-requisito para a economia socialista. Somente mais tarde, em O Capital, Marx estabeleceu a tendéncia da transformacao da livre iniciativa em monopélio. Foi Le: que f@7 uma caracteriza- ¢4o cientifica do capitalismo monopolista em seu Jmperialismo. 4- Baseando-se fundamentalmente no exemplo da “revolucdo industrial” na Inglaterra, 05 autores do Manifesto apresentaram de uma maneira demasiadamente unilateral o processo de liquidagdio das classes intermediarias, como uma completa proletarizagao do artesanato, das profissées menores ¢ do campesinato. De fato, as forgas elementares da competigde esto muito longe de ter completado esta tarefa simultaneamente progressiva e barbara. © capitalismo arruinou a pequena burgue: mais rapidamente do que a proletarizou. Mais ainda, o Estado burgués desde hi ito instrumenta uma politica consciente dirigida a manutencao artificial de estratos pequeno burgueses. No pélo oposto, o desenvolvimento da tecnologia e a racionalizagao da industria em grande escala, engendra um desemprego crénico e obstaculiza a proletarizaefo da pequena burguesia. Ac mesmo tempo, o desenvolvi- mento do capitalismo acelerou ao extremo o surgimento de legiées de técnicos, administradores, empregados de coméreio, em resumo, a chamada “nova classe média”. Em consequéncia, as classes intermedidrias, a que se refere o Manifesto de forma tio categérica, ainda que num pais tao altamente industrializado como a Alemanha, sio quase metade da populagao. Sem diivida, a preservacao artificial da antiga camada pequeno burguesa de nenhuma maneira diminui as contradicdes sociais, mas pelo contririo, investe-as de uma especial malignidade, ¢ junto com o exéreito permanente de desocupados, constitui a expressao mais cruel da decadéncia do capitalismo. S- Concebido para uma época revolucionéria, © Manifesto contém 10 consignas que correspandem ao periodo de transi¢do direto do capitalismo para o socialismo. Emi seu preficio de 1872, Marx e Engels declararam que estas consignas em parte tinham se tornado antiquadas, e em todo caso, eram de importancia secundaria. Os reformistas interpretaram esta avaliagdo no sentido de que as consignas de transicio revolucionaria tinham cedido seu lugar para sempre ao “programa minimo” social-democrata, que coma bem se sabe nao transeende os limites da democracia burgucsa, De fato, os autores do Manifesto indicaram com bastante precisio a correcao fundamental de seu programa de transicao, a saber: “A classe operaria ndo pode simplesmente tomar posse da maquina estatal cxistente ¢ p6-Ia em marcha para seus proprios fins". Em outras palavras, a corregio ia dirigida contra o fetichismo da democracia burguesa. Marx logo contrapés o Estado do “tipo"” da Comuna ao Estado capitalista. Este ‘“tipo” mais tarde assumiu a forma muito mais griifica de sovtets. Nao pode haver um programa revolucionario hoje, sem soviefs ¢ sem conirole operéria, Por tudo isso, as dez consighas do Manifesto que resultaram “arcaicas numa épeca de atividade parlamentar pacifica, hoje recobraram completamente seu verdadeiro significado. Per outro lado, o “programa minimo™ da Social-Democracia ficou irremediavelmente ultrapassado. 6- Baseando suas expectativas em que “a revolueiio burguesa alem... nfo serd mais que © prelidio de uma revoluglo proletaria imediatamente posterior”, © Manifesto faz referéncia As condigdes muito mais avangadas da civilizacio européia, em compararao com a Inglaterra do século XVII ¢ a Franga do século XVIII, e 0 desenvolvimento muito maior do proletariado. O erro deste prognéstico nao era somente a data. A revolugiio de 1848 mostrou, em uns poucos meses, que precisamen- te sob condigSes mais avangadas nenhuma das classes burguesas & capaz de levar a revolugdo ao seu fim: a grande e média burguesia tém vineulos demasiado estreitos com os latifundiarios, ¢ 0 temor as massas as imobiliza; a pequena burguesia se apresenta demasiadamente dividida c, em_suas camadas dirigentes, mostra-s¢ demasiado dependente da grande burguesia. Como o mostra tedo 0 curso subsequen- te do desenvolvimento na Europa e Asia, a revolugdo burguesa por si s6, em termos gerais, j& ndo pode consumar-se, Somente sob a condigao de que o proletariado, livre da influgncia dos partidos burgueses assuma a dirego do campesinato, estabelecen- do sua ditadura reyolucionaria, pode conceber a purga da sociedade de todo residuo- feudal. Por este fato, a revolucio burguesa se entrelaca com a primeira etapa da revolugdo socialista, para dissolver-se logo nesta filtima. A revolugao nacional sc transforma deste modo num clo da reyolug&io mundial. A transformagao das bases. econdmicas e de todas as relactes socials assume um cardter permanente. Para os partidos revoluciondrios em paises atrasados da Asia, América Latina ¢ Africa, ha uma questao de vida ou morte: a compreensio clara da conexdo orgdnica entre a revolugio democritica ¢ a ditadura do proletariado ¢, portanto, com a. revolugao socialista internacional. 7. Enquanto descreve como o capitalismo arrasta, em sua voracidade, paiscs barbaros ¢ atrasados, o Manifesto ndo contém nenhuma referéneia a luta dos paises. coloniais © semi-coloniais por sua independéncia. Dado que Marx e Engels considcravam a revolucdo social *‘pelo menos nos paises civilizados mais. importan- , como uma questao que deveria se resclver em poucos anos, para cles, 0 problema colonial estava resolvido automaticamente, mio como um movimento independente das nacionalidades oprimidas, mas sim come uma consequéncia da vitéria do proletariado nos centros metropolitanos do capitalismo. Portanto, no Manifesto nem sequer se faz referéncias de passagem, as questées da estratégia revolucionria em paises colonials e semi-coloniais. Sem dhivida, estas questOes exigem uma solugio independente. Por exemplo, é bastante evidente que, enquanio a quest4o do “‘nacionalismo'! se converteu no mais daninho dos freies histéricos em paises capitalistas adiantados, ainda permanece como um fator relativamente progressive em paises atrasados que se véern obrigados a lutar por'tma existéncia independente. “Em resumo, os comunistas’’, declara o Manifesto, “apéiam em qualquer lugar todo 0 movimento revolucionario contra 0 regime social ¢ politico existentes”. O- movimento das racas de cor contra seus opressores imperialistas é um dos. moyimentes mais importantes e poderosos contra a ordem existente e, portanto, ex 6 apoio incondicional ¢ ilimitado, por parte do proletariado da raga branca. O mérito pelo desenvolvimento de uma estratégia revolucioniria para as nacicnalidades oprimidas corresponde primordialmente a Lenin. &- A parte mais “antiquada"’ do Manifesto — nao no que se refere a métado, mas sim em material — é a critica da literatura “‘socialista” da primeira parte do século XIX, € a definiglo da posig&o dos comunistas em relagdo a varios partidos de oposico (Capitulo TV). Os movimentos ¢ partidos enumerados ne Manifesto foram varridos tio drasticamente pela revolucao de 1848, ou pela contra-revolugio poste- rior, que temos que buscar seus nomes em um dicioniirio histérico. Sem duvida, também nesta se¢io, 0 Manifesto esta mais proximo de nés agora, do que esteve para a geracdo anterior. Na época do florescimento da Segunda Internacional, quando 0 marxismo parecia exercer uma influéncia sem fissuras, poderia se ter considerado que as idéias do socialismo pré-marxista tinham caido definitivamente no passado. Hoje as coisas sio diferentes. A decomposigio da social-democracia e da Internacio- fal Comunista engendra a cacit passo, monstruosas reincidéncias ideolégicas. O pensamento senil parece infantil. A busca de formulas salvadoras, os profelas na epoca da decadéncia descobrem novamente doutrinas enterradas ha muitos anos pelo socialismo cientifico. No que se refere a questtio dos partidos de oposicdo, as décadas passadas introduziram profundas modificagées, nilo s6 no sentido de que os velhos partidos foram substituidos por outros novos, mas também no. sentido de que o préprio cardter dos partidos, e suas rela¢Ses mutuas, mudaram radicalmente nas condighes da época imperialista. Portanto, o Manifesto deve ser ampliado com os documentos mais importantes dos Quatro Primeiros Congressos da Internacional Comunista: a literatura bolchevique essencial ¢ a decisio da Conferéncia da Quarta Inicrnacional. Jé comentamos acima que segundo Marx nenhuma ordem social desaparece de cena antes de esgotar suas potencialidades. No entanto, mesmo uma ordem social ultrapassada, no cede seu lugar a uma nova ordem sem opér resisténcia. Uma mudan¢a de regime social pressupde a luta de classe na sua forma mais crua, ou seja, uma revolu¢ao. Se o proletariado, por um razfio ou outra, se mostra incapaz de derrubar com um golpe audaz a ordem burguesa, entdo o capital financeiro na sua luta por manter scu dom{nio instivel nfo pode fazer outra coisa sendo converter a, pequena burguesia, a qual empobreceu e desmoralizou, no exército fascista dos Progroms. A degenera¢ao burguesa da social-demoeracia, ¢ a degeneracdo fascista da Pequena burguesia, esto inter-relacionadas enquanto causa € efeito. Na atualidadea Terceira Internacional leva a cabo, em todos os paises, a tarefa de enganar e desmoralizar os trabalhadores, muito mais desenfreadamente que a Segunda. Ao massacrar a vanguarda do proletariado espanhol, os mercendrios de Moscou ndo apenas abrem o caminho para o fascismo, mas também executam uma boa parte de suas tarefas. A crise prolongada da revolugao internacional, que esti se convertendo cada yez mais em uma crise da cultura humana, se reduz, essencialmen- te, 4 crise de sua direcdo revoluciondria. Como herdeira da grande tradigio, da que o Manifesto do Partido Comunista constitui seu elo mais notayel, a Quarta Internacional esta educando quadros novos para velhas tarefas. A teoria ¢ a realidade generalizada. A urgéncia apaixonada em reconstruir a realidade social se expressa em uma atitude honesta para a teoria revoluciondria. O fato de que na parte sul do continente negro, companheiros com as mesmas idéias que as nossas_ tenham sido os primeiros a traduzir 0 Manifesto no idioma africano, constitui outra ilustragao griifica de que o pensamento marxista hoje vive apenas sobre a bandeira da Quarta Internacional. O futuro Ihe pertence. Quando se festejar © ccntenario do Manifesto Comunista, Quarta Internacional ter se convertido na forca revolucionaria decisiva do nosso planeta. Coyocan, outubro 30, 1937. Leon Trotski. RARL MARZ GRIBDRIGH GteEBS MANIFESTO COMUNISTA RO MARCEMAR® UM RINTDEMA FERCORRE A EURO | TORAS AS FOEGAS BA YELM EUROPA /NEMR-SE pet PA: ORM aA DO CaeNMO,| | Sdv7A Ceveana PARA COMBdTER B55e FAVES, os aEAe cons os suavecsivos! PRETEND APO DE Aie-28 28. 70m, Pa eh esses Pee g- os! 2 = OS PADICAS FHI CERES ~~ © Riva Cla dS Ex TVAGANTES UE! VMEICASOES, COCLE CO MECO DE Cable Reomiavee A doepee be WATS tw/8 17 = TS QUE Ader B= CABS pio Wide FOr QUE Rito Ds opesicls, POP sud vex, RoriisDo he Comrenisr Foe seus AdveRsAR Os F ie edwgod , Tantra hod 2ePResen/~ Vawres dis avanpibes como 4 seus a MPA GOS REA OVEROS , O EPTETD PEALE (ES TIO, ral ad erate nee Seek CS as FE COUPORTAS oe «he q pe geese oe Eesrernsia 7 SIGH WED S5eRA” ROG eadeospe GUE DESTE HATO PESULTA wa buBd codon. 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