You are on page 1of 20
Poluigéo do ar em interiores: efeitos sobre materiais culturais e histéricos* Norsert S. Baer & PAUL N. BANKs Tradicionalmente, a conscientizagao dos danos causados aos artefatos cul- turais pela poluigdo atmosférica tem sido associada as observagées feitas por Michael Faraday na Londres da década de 1850. Ele atribuiu a deterioragao das encadernagées ¢ poltronas de couro do Clube Athenaeum as emissdes de SO, da iluminagao a gas, eas manchas dos quadros da National Gallery a particulas provenientes da fumacga (Eastlake, Faraday e Russel, 1850; Parker, 1955). Entretanto, Brimblecombe (1977, 1978a, 1978b) demonstrou que tais preocupagées ja tinham sido assinaladas em 1284, quando uma Comissao Real foi nomeada para investigar a poluigado atmosférica do carvao usado como combustivel nos fornos de Londres e Southwark. No século XVII, fizeram-se muitas referéncias 4s manchas causadas nos materiais domésticos. Em 1658, Digby escreveu: “Este carvao tem em si uma grande ‘quantidade de sal volatil Muito dcido, o qual, ao ser levado pela fumaga, dissipa-se e enche o ar [...]; ele estraga camas, tapegarias e todos os outros materiais domésticos” (id., 1978b). Do mesmo modo, em seu Fumifugium, de 1661, Evelyn escreveu: —_ Attigo originalmente publicado em International Journal of Museum Management and Curatorship, Oxford: Elsevier Science, v. 4, n. 1, p. 9-20, 1985. Digitalizado com CamScanner [0] viajante fatigado, a muitas milhas de distancia, mais fareja do que avista a cidade a que retorna, Trata-se da fumaga perniciosa que Ihe macula toda a gléria, fazendo com que uma crosta ou pele fuliginosa se superponha a todas as suas Kimpadas, estragando os objetos pes- soais, manchando a prataria, as douragdes ¢ os méveis, e corroendo até mesmo barras de ferro © as mais duras pedras com os vapores acres ¢ penetrantes que acompanham seu enxoffe, ¢ destruindo em um sé ano um niimero maior deles do que em centenas, se ficassem expostos a0 ar puro do campo, [...] Por tiltimo, ela espalha uma tonalidade amarelada sobre nossos mais belos quadros, cortinas ¢ tapegarias. [...]. (Ibid.) Apesar dessas observagées sobre os prejuizos materiais e das adverténcias sobre as graves consequéncias para a satide, os niveis de poluigao continuaram a se elevar na Inglaterra em processo de industrializagao. Brimblecombe, utilizando um modelo simples de uma caixa tnica para calcular a média anual de SO, e dos niveis de particulas no ar de Londres, estimou que 0 SO, elevou-se a niveis médios anuais de aproximadamente 150 mgm? ja no fim do século XVII, e s6 comegou a cair no final do século XIX. Os niveis das particulas seguiram um curso paralelo, atingindo um pico do valor médio anual de 125 mgm por volta de 1880. Somente ha cerca de cinquenta anos, com o desenvolvimento dos sistemas de refrigeracao central, foi que se comegou a prestar atengao ao controle efetivo do ambiente dos museus. Em 1933, o National Bureau of Standards (Bureau Nacional de Normas e Padrées) fez um estudo de sistemas de filtragio alcalina para retirada do SO, dos ambientes das bibliotecas (Kimberly e Emley, 1933). A Folger Shakes- peare Library, em Washington, instalou um desses sistemas na década de 1930, mas o abandonou em decorréncia dos problemas de manutengiio. Desde 1941, a Galeria Nacional de Arte de Washington tem um sistema de filtragio alcalina. Até recente- 278 —— CONSERVAGAO: CONCEITOS E PRATICAS mente, no entanto, o interesse pela purificago do ar continuow restrito. Um levan- tamento abrangente de 429 museus e galerias do Reino Unido, realizado em 1973 (International Institute for Conservation, 1978), revelou que apenas cerca de 9% das dreas de exposi¢ao e 2% das vitrinas tinham controle da umidade relativa (UR), com estimativas semelhantes de filtragaio do ar. Apenas 10% das instituigdes dotadas de equipes de conservadores controlavam os poluentes atmosféricos que provocam prejuizos quimicos e fisicos aos acervos. Mais recentemente, a Library of Congress @iblioteca do Congresso — Washington — Prédio Madison), a Newberry Library (Bi- blioteca Newberry — Chicago), 0 Museu do Prado (Madri) e a Biblioteca Nacional (Caracas) instalaram sistemas de alumina ativada, enquanto a National Gallery (Lon- dres — Prédio Leste) tornou a instalar um sistema de filtragao alcalina para a retirada do SO,. Agora se comega a reconhecer que, além dos gases acidiferos, os poluentes oxidantes podem causar prejuizos significativos aos bens culturais (Thomson, 1978). Outras preocupagées incluem as emissdes dos materiais de construgao, a introdugdo de substancias quimicas anticorrosivas, provenientes dos sistemas de umidificagdo, e arecirculago dos vapores dos produtos quimicos usados no processo de conservagao. POLUENTES DE INTERIORES Os poluentes internos das bibliotecas, museus e prédios historicos originam- Se, em sua maioria, da emissio de gases dos materiais estruturais ou decorativos, dos sistemas de aquecimento, das atividades de visitantes e funciondrios ¢ da intromissaio de poluentes externos. Em alguns casos especiais, os proprios artefatos podem emitir poluentes. Os tipos de danos obser- uantidades expressivas ¢ até perigosas de gi vados, os principais poluentes atmosféricos implicados ¢ os métodos de quantificagao Pouuicko bo ar em inreRiones + Noxwear S, Baek ¢ PAUL N. Banks 279 Digitalizado com CamScanner dos prejuizos dos diferentes materiais sfio fornecidos no Quadro 7 (Yocom e Baer, 1983). A discussio que se segue é pautada na origem das emissées poluentes, uma vez que as estraté; de controle e as providéncias mitigadoras a serem tomadas devem ser determinadas, em geral, de acordo com a fonte. POLUENTES EMITIDOS PELOS MATERIAIS DE CONSTRUGAO Numa série de artigos, Toishi e Kenjo (1967, 1968, p. 213-214, 1975, p.213- 214) relataram que o ar nos prédios novos de concreto costuma ser alcalino, ocasio- nado pela presenga de particulas diminutas de aerosséis. Essas particulas situam-se na faixa das particulas ultrafinas (cerca de 0,01mm). Entre os efeitos prejudiciais atribuidos a esses aerossdis alcalinos incluem-se o escurecimento das peliculas de tinta a 6leo, a perda da resisténcia a tragdo na seda, a descoloragiio de tinturas e pigmentos ea perda de precisdo dos higrémetros que usam fios de cabelo. Em geral, as concen- tragdes internas de formaldeido ultrapassam as concentragdes externas. A espuma de ureia-formaldeido usada como isolante térmico é a fonte principal do formaldeido. Outra fonte sao as diversas resinas de formaldeido usadas na madeira compensada, nos aglomerados e noutros materiais de construgao. Quando ha uma intensa utilizaga0 desses materiais em divisérias e méveis, as concentragdes de formaldeido podem atingir 1 ppm ou mais, o que é suficiente para provocar irritagdes nos olhos e no trato respirat6rio superior (National Research Council, 1981). POLUENTES INTRODUZIDOS PELOS SISTEMAS DE UMIDIFICAGAO, VENTILAGAO E REFRIGERAGAO (UVR [HVAC]) Grande parte do SO,, do NO,, do O, e das particulas de matéria identifi- cadas no ambiente das bibliotecas ou museus ¢ introduzida pelos sistemas de UVR. 280 > CONSsERVAGAO: CONCEITOS E PRATICAS Digitalizado com CamScanner QUADRO 7 - PREJUIZOS CAUSADOS AOS MATERIAIS PELA POLUIGAO ATMOSFERICA DE INTERIORES MATERIAL TIPO DE IMPACTO PRINCIPAIS OUTROS FATORES METODOS DE POLUENTES AMBIENTAIS MENSURAGAO ATMOSFERICOS ‘Metais Corrosio, manchas —_Oxidos de enxofre, Umidade, ar, sal, Perda de peso Pinturas e revesti- mentos orginicos Papel Descoloracio, apare- cimento de nédoas Fragilizagao (as- pecto quebradigo), descoloracao sulfeto de hidrogénio outros gases, acidificantes Oxidos de enxofre, sulfeto de hi- drogénio, aerosséis alcalinos Oxidos de enxofre particulas, ozénio Umidade, luz solar, oz6nio, particulas, micro-organismos Umidade, desgaste fisico, materiais acidiferos introduzi- dos na fabricagao apés a retirada dos produtos da cor rosio, alteragdo das caracteristicas da superficie Perda da reflexibil dade das superficies, anélise quimica Perda de resisténcia as dobras, mudanga do pH, medigéo do peso molecular, resisténcia a tragao Materiais fotogréficos Produtos téxteis Tinturas téxteis ‘Manchas microscépi- cas, *sulfetacao” Perda da resistencia a tragio, apareci- mento de nédoas Desbotamento, alte- ragio. da cor Oxidos de enxofre, sulfeto de hidrogénio Oxidos de enxofre € ritrogénio ‘Or6nio, dxidos de nitrogénio Particulas, umidade Particulas, umidade, luz, desgaste fisico, filtracao Luz, temperatura elevada Exame visual e microscépico Perda da resisté aaul quimica (por exem- plo, peso molecular), teflexibilidade da superficie Medigdes da re- fletincia e do valor colorimstrico Couro Borracha Fonte: Adaptado de Yocom e Baer (1983), Powuicio po Ak em inTexionts » Noxoter S. Bat Enfraquecimento, granulagio Rachaduras Oxidos de enxofre Oz6nio Desgaste fisico, Acidos residuais introduzidos na fabricagio Luz solar, desgaste fisico ER E PAUL N. BANKS. Perda da resisténcia A tragio, anslise {quimica, encolhi- mento da superticie Perda da elasticidade e da forca, medigao da frequéncia e profundidade das rachaduras 281 Digitalizado com CamScanner Mesmo nos prédios em que tais sistemas de UR nao tém capacidade de climinagag dos gases poluentes, a proporgiio das concentrag6es internas ¢ externas € tipicamente inferior a um, devido a reagiio dos gases com as superficies do prédio ou com objetos dos acervos. ‘A introdugdo de um sistema de filtragio de poluentes que seja eficaz ¢ tenha boa manutengdo permite que se eliminem praticamente todo 0 SO,, o Oe as particulas que entram na composi¢ao do ar (ver Quadro 8). Persistem, porém, algumas dividas sobre a eficacia da eliminagdo do NO,. Muitos procedimentos de conservagao envolvem o uso de solventes téxicos, como a acetona, o benzeno, a N, a N-dimetilformamida, 0 tolueno, o tricloroetileno e o xileno (Baer, 1984). Ao posi- cionar as entradas de ar dos sistemas de UVR, é preciso tomar um cuidado especial para evitar a entrada de vapores emitidos pelos sistemas de descarga dos solventes. Em 1982, o Museu Herbert F. Johnson, da Universidade de Cornell, descobriu uma extensa camada de dietilaminoetanol (DEAE) sobre as pegas de sua colegao de objetos de arte. Determinou-se que a sua fonte era 0 DEAE habitualmente colocado nas tubulacdes de vapor para impedir a corrosao. As tubulagdes de vapor tinham sido canalizadas para fornecer umidade ao sistema de controle climatico do museu. Em agosto de 1983, o museu foi fechado para uma limpeza geral, depois que a maioria dos funcionérios relatou irritagdes oculares e respiratérias, erupgdes cutaneas e outros problemas de satide (Biddle, 1983). O dxido de etileno (EtO) tem sido um fumigatério rotineiro em alguns arquivos ¢ coleg6es etnograficas. A preocupagiio crescente com os efeitos da exposig4o ao EtO sobre a saiide, bem como a observagiio de que muitas camaras de fumigagao tinham manutengao, operagio ¢ ventilagiio inadequadas, reduziram @ utilizagao dessa substancia na pratica de conservagiio (Ballard e Baer, 1984). 282 CONSERVAGAO: CONCEITOS E PRATICAS Digitalizado com CamScanner QUADRO 8 - NIVEIS MEDIDOS DE POLUICAO INTERNA E EXTERNA EM ARQUIVOS, BIBLIOTECAS E MUSEUS INSTITUIGAO_ POLUENTE | DATA DAS | CONCENTRAGAO | CONCENTRAGAO | SISTEMA DE MEDIGOES | EXTERNA INTERNA, FILTRAGAO + TNARSIS SO, Nov. 1977, | 32-40 ppb <3 ppb Particulas: (Prédio dos Arquivos) (redugao de 10x) INARSI © So, Dez. 1982/ | 7-34 ppbe 2-25 ppb Partfculas (Prédio dos Arquivos) jan. 1983 | (média didria) National Gallery so, Fev. 1983 | 7-34 ppb® <1 ppb Filtragao (Prédio Leste) (média didria) alcalina Biblioteca do Congresso | SO, Jan. 1983 | 7-34 ppt <0,5 ppb Purafil Edificio Madison) © (média didria) Tate Gallery ¢ so, 1980-1983 | 12-80 ppb 0-4 ppb Carbono (Londres) ativado Victoria & Albert# so, Jane. 22-60 ppb 3-42 ppb Nenhum (Londres) 1983 INARS] © NO, Set. 1977 | 41 ppb 20-80 ppb Particulas (Prédio dos Arquivos) (média) INARS] « NO, Dez. 1982/ | 10-527 ppbt 10-252 ppb Particulas (Prédio dos Arquivos) jan. 1983 National Gallery © NO, Fev. 1983 | 40-92 ppbt 7-50 ppb Filtragao io Leste) alcalina Biblioteca do Congresso® | NO, Jan. 1983/ | 46-318 ppb 4-154 ppb Purafil fev. 1983 , Set. 1977 | 97 ppb 0-42 ppb Particulas Prédio dos Arquivos) INARS}« , Dez. 1982/ | 1-21 ppb* <0 Particulas (Prédia dos Arquivos) jan. 1983 National Gallery © , Fev. 1983 | 1-21 ppbe <0 Filtragao (Prédio Leste) alcalina Eibliotece do Congresso® | O, Jan. 1983 | 1-21 ppbe <0 Purafil (Edificio Madison) Muses do Condado °, jul. 1982 | 200 ppb <10 ppb Carbono de Los Anj (média) ativado {UA County nauseum) (Los Ange Sainsbury Centre °, Set. 1981 | 56 ppb 40 ppb Particulas LiNonwich, Reino Unido) naximo) (maximo) L | a) Davies et al., ©) Medido nas ruas 24 ¢ L, NW, pelo Distrito de Coltimbia, Pouuicho bo Ak um nitions « Nowuukr $, Bark PAUL N. BANKS 283 19864; b) Shaver, Cass e Druzik, 1983; €) Hughes © Meyers, 1983; d) Hackney, 1984. Digitalizado com CamScanner POLUENTES EMITIDOS PELOS ARTEFATOS E POR VITRINAS DE EXPOSIGAO, NO, proveniente dos nitratos celuldsicos O nitrato de celulose, produzido pela reagfo entre a celulose purificada das fibras de algodao ou a polpa de madeira purificada e o dcido nitrico na presenga de 4cido sulfarico, é uma fonte conhecida das emissdes de NO, nas bibliotecas, arquivos e museus. Foi descoberto no século XIX e alguns produtos ainda s&o produzidos a partir dele. As preparagdes de nitrato de celulose figuraram entre os primeiros plas- ticos a serem inventados e, com isso, encontraram uma imensa gama de utilizagdes até serem substituidas por materiais mais satisfatérios. Os produtos a base de nitrato de celulose com ampla utilizagiio incluem os filmes fotogréficos (Weinstein e Booth, 1977; Sargent, 1974), os discos de “acetato” (Pickett e Lemcoe, 1959), a seda ar- tificial, as lacas, os adesivos e os tecidos revestidos ou impregnados de piroxilina, inclusive o “couro artificial” pré-vinilico (Johnson, 1976). O nitrato de celulose emite NO, continuamente ao envelhecer. A maior fonte e potencialmente a mais devastadora das emissdes de NO, nas colegdes de bens culturais sio os materiais fotogrificos. O Manual de protegdo contra incéndio, do National Fire Protection Agency (Servi¢o Nacional de Proteg4o contra Incéndios) observa que, “[...] quando uma grande quanti- dade de filmes de nitrato se decompée num aposento ou numa cAmara pequenos, que n&o sejam providos de ventilagao adequada, a pressiio dos gases pode ser suficiente para causar a exploséo das paredes de alvenaria” (ibid.; Miles, 1955). O nitrato de celulose foi a primeira base flexivel dos filmes, superando as laminas de vidro e to- dos os primeiros filmes da industria cinematografica, assim como muitos negativos 284 CONSERVACAO: CONCEITOS E PRATICAS Digitalizado com CamScanner foram feitos com peliculas a base de nitrato. A fabricagiio de peliculas fotograficas 4 pase de nitrato continuou até 1951. O problema mais grave ocorre com as peliculas cinematogriéficas 4 base de nitrato por causa das massas grandes e compactas de fil- mes, frequentemente em recipientes fechados, que impedem 0 escapamento do NO,, criando uma reago autocatalisadora cuja conclusao, nos casos extremos, pode ser a combustao esponténea (Cummings, Hutton e Silfin, 1950). Muitos incéndios desastrosos foram provocados pela combustao de pelicu- las cinematograficas a base de nitrato, e por isso ha necessidade de precaugées rigo- rosas — inclusive reducdo da temperatura, inspegdes frequentes, para verificar o grau de deterioragaio, e amplo suprimento de ventilagdo dos gases que se desenvolvem — para que haja uma armazenagem segura desse material (National Fire Protection As- sociation, 1974). Além disso, o NO, emitido pelas bases de nitrato das peliculas é um tisco conhecido para outros materiais fotograficos e/ou cinematograficos que estejam em suas imediagdes (Carroll e Calhoum, 1955; Eastman Kodak, 1979). As emissées de NO, dos plasticos feitos com nitrato de celulose em outras aplicagdes industriais sfo reconhecidas numa norma de prote¢&o contra incéndios que recomenda uma ampla ventilagio (National Fire Protection Association, 1980). Os tecidos revestidos ou impregnados de piroxilina so quase universalmente utili- zados nas reencadernagées das bibliotecas e, em menor grau, nas encadernagdes das editoras, desde que foram introduzidos em 1922 (Tauber, 1972). Especulou-se que os niveis mais altos de NO, encontrados na verificagao do ar nas estantes da Biblioteca do Congresso, em Washington, talvez, grande quantidade des »jam causados por emissdes provenientes da 3 tecidos (Williams, s.d.). PoLuiGaAo bo AR EM INTERIORES » Nokwert S. Back € Paul N. BANKS = 285, Digitalizado com CamScanner ACIDOS VOLATEIS PROVENIENTES DE MATERIAIS DE ARMAZENAMENTO O carvalho e 0 abeto de Douglas encontram-se entre as espécies de madeira que emitem os Acidos acético, formico e tanico. Estes tem causado prejuizos signifi- cativos a objetos de chumbo, os quais, em alguns casos, sao inteiramente convertidos em massas amorfas de carbonato de chumbo, depois de armazenados por muito tempo em armarios de carvalho (Plenderleith e Werner, 1971). Alguns adesivos, como as emulsées de poliacetato de vinila, podem acarretar efeitos semelhantes. Observou- se 0 crescimento de formiato de chumbo em projéteis expostos no National Air and Space Museum (Museu Aeroespacial Nacional), numa vitrina cujo fundo era de madeira compensada pintada (Padfield, Erhardt e Hopwood, 1982, p. 24-27). Outros efeitos associados as emissdes de Acidos pela madeira sAo a corrosdo do zinco e dos esmaltes vitreos, criando formiatos (Fitzhugh e Gettens, 1971). Nockert e Wadsten (1978) identificaram 0 formiato de sédio nas tampas de vidro de caixas lacradas, utilizadas para guardar fragmentos téxteis arqueolégicos. Esses autores determinaram que a origem do problema era o papeldo que havia nas caixas. Padfield (Padtield. Erhardt e Hopwood, 1982, p. 24-27) encontrou acetato de calcio e formiato de calcio numa crosta de corrosdo de 1mm de espessura sobre uma concha de cauri aragones3 guardada numa caixa de abeto de Douglas com tampa de vidro. A formagéo de manchas na prata tem sido associada aos sulfetos emiti- dos por algumas borrachas, tintas, caseina decomposta pela ag’io do Thiobacillus & e Werner, produtos téxteis acabados, usados na montagem das vitrinas (Plenderleith 10 de 1971; Werner, 1972). Observaram-se manchas negras de corrosiio pot sulfet cobre em artefatos arqueolégicos de bronze em museus da Escandindvia, do Rem 286 Constvacho: CONcEITOS € PRATICAS Digitalizado com CamScanner Unido, da Alemanha, da Franga ¢ da Itdlia (Madsen ¢ Hjelm-Hansen, 1982; Oddy e Meeks, 1982; Hjelm-Hansen, 1984). Embora se presuma que essas manchas sejam resultantes da reagao entre 0 H,S e¢ 0 cobre da liga, a origem do H,S ainda nao foi identificada, e as possibilidades incluem a poluigdo atmosférica invasiva, a decom- posigdo microbiolégica de materiais orgdnicos, a emissdo de gases pelos materiais das vitrinas ou o sulfeto de carbonila (Hjelm-Hansen, 1984). Numa série de artigos, Graedel assinalou a importéncia do sulfeto de carbonila na sulfetagao do cobre e de outros metais. Propés também a hipdtese de que tais reagdes seriam disparadas pelo ozénio (Graedel, Kammlott e Franey, 1981, p. 663-665, 1983 e 1984). Um exemplo sumamente interessante desse fenémeno ocorreu quando se observaram manchas negras e sulfeto de cobre num espécimen metalografico polido que passou menos de uma semana sobre um banco limpo, numa corrente de ar filtrado a 100 pés por minuto (Goodway, s.d.). Observaram-se manchas ou ndédoas coloridas, microscopicamente pequenas, em microfilmes de gelatina de prata apés um periodo de armazenagem de dois a vinte anos. As manchas, neste caso, foram atribuidas 4 oxidagao local da prata da imagem, que resulta na formagao de prata coloidal colorida. Os possiveis poluentes atmosféricos responsaveis por esse prejuizo sio os perdxidos, 0 ozénio, o didxido de enxofre, 0 sulfeto de hidrogénio e os 6xidos de nitrogénio. Recomenda-se a ar- mazenagem em ar seco e frio, livre de gases ou vapores oxidantes, para prevenir o desenvolvimento das micronédoas (Henn e Wiest, 1963; Henn, Wiest e Mack, 1965; Eastman Kodak, 1981). Descreveram-se alguns testes simples para verificar a ago enodoante ou corrosiva dos materiais propostos para uso em vitrinas ou nos procedimentos de con- servacdo (Plenderleith e Werner, 1971; Collings e Young, 1976; Oddy, 1973, p. 27-28). PoLUIGAO DO AK EM INTERIORES » Norwerr $. Bate & PAUL N. BANKS = 2877 Digitalizado com CamScanner Esses testes devem ser interpretados com cautela, pois raras vezes ocorre m Unico processo simples durante a testagem. E provavel que o pH local e a ativi- dade potencial local ¢ catalisadora da superficie afetem a cinética do enodoamento (Kuhn e Kelsall, 1983). Num estudo recente, Dawson (1984) demonstrou que muitos pesticidas rotineiramente utilizados nos museus causam danos irreversiveis a uma vasta gama de artefatos. POLUENTES ATMOSFERICOS INVASIVOS Os poluentes usados como critério, SO,, NO, e O,, bem como 0 total de particulas em suspensdo, representam uma forma significativa de poluigao interna. Todas as instituigdes com sistema de controle climatico fazem pelo menos alguma filtragdo para eliminar a matéria sob a forma de particulas. Algumas instalaram sistemas para eliminar 0 SO, e, nas Areas por ele afetadas, 0 ozénio. Atualmente, 0 NO, sé é removido como um subproduto da filtragao dos outros poluentes usados como critério. Um conjunto crescente de provas indica que esses poluentes devem, com efeito, fazer parte das preocupagées de arquivistas, conservadores, curadores & bibliotecdrios. Entretanto, a bibliografia especializada revela poucas relagoes quanti- tativas — se é que elas existem (fungées dos danos, relagGes entre a dose € a reagao etc.) — entre as concentragées de poluentes ¢ os prejuizos causados. Oxidos de enxofre (SO,) A influéncia do diéxido de enxofre na deterioragaio do papel é aceita desde is (Langwell, 1952 e 1953) pautaram-se em concentragées irrealisticamente clevadas de SO,, na faixa de 5.000 ppm, em interagao a década de 1930. Os experimentos inicia 2BB —_CONSERVAGAO: CONCEITOS E PRATICAS Digitalizado com CamScanner com o papel imido. Trabalhando com Concentragdes de 10 ppm, Grant (1963) mos- trou que a deposigao de SO, aumentava proporcionalmente em relac¢io ao aumento da engomagem do papel com sulfato/resina de aluminio. Um estudo comparativo de exemplares idénticos de 25 livros dos séculos XVII e XVIII em duas bibliotecas inglesas — uma situada na atmosfera normalmen- te néo poluida de Chatsworth, na drea rural, outra na atmosfera urbana sumamente poluida de Manchester — revelou um nivel significativamente mais alto de acidez do papel nos exemplares da biblioteca de Manchester (Hudson, 1967). Essa acidez era maior nas bordas das paginas e se reduzia significativamente no centro delas, o que pode ser considerado como a acidez inicial das folhas. Os papéis de parede compdem uma parcela importante da drea de superficie interna disponivel para a sorgao de SO,. Spedding e Rowlands (1970) mediram as caracteristicas de sorgao do policloreto de vinila (PVC) e dos papéis de parede convencionais ao serem expostos a concentragoes maximas iniciais de SO, de 150mgm*. A sorgao revelou depender basicamente do acabamento e da padronagem da superficie, sendo maior quando feita pelos papéis de parede convencionais. Os pesquisadores sugeriram que a sorgao de SO, acelera a deterioragdo do papel de parede. Observou-se que 0 couro, inicialmente livre de acido sulftirico, acumula anualmente até 1% de Acido por peso quando é exposto a uma atmosfera que conte- nha SO,, Acredita-se que 0 mecanismo envolva a conversio catalisada do ion de metal em Acido sulfarico do SO, absorvido pelo coligeno do couro. Usando SO, marcado por enxofre-35, Spedding, Rowlands ¢ Taylor (1971, p. 68-70) mostraram que ele & uniformemente sorvido na superficie do couro, e que o fator limitante na absorgdo é a difusdo da fase de gas pela superficie. Os dxidos de enxofie silo capazes de causar PoLUiGAO DO AR EM INTERIORES + Nonwerr S. Back € Paul N. BANKS = 289 Digitalizado com CamScanner deterioragdo de fibras naturais ¢ sintéticas. O algoda&o, que é uma fibra celulésica como 0 papel, ¢ enfraquecido pelo didxido de enxofre. Nas situagdes em que o dci- do sulfirico entra em contato com uma superficie celulésica, 0 produto da reagio é soltivel em agua e tem pouca resisténcia a tragdo (Petrie, 1968, p. 62). Em testes de campo realizados em St. Louis, 0 brim de linho, exposto a niveis variaveis de SO,, mostrou uma relagio direta entre a perda de resisténcia a tra¢ao e o aumento da con- centragio de SO, (Brysson et al., 1967, p. 294). Zeronian (1970, p. 695-698) expds tecidos de algodo e rayon a condigées de envelhecimento acelerado pela luz e por borrifos de agua, com e sem 0,1 ppm de SO, A perda de resisténcia foi de 13% na auséncia de SO, e de 22% em sua presenca. Num estudo de tecidos de nylon expos- tos a 0,2 ppm de SO, em condi¢des similares, Zeronian verificou que os tecidos de nylon perdiam 40% de sua resisténcia na situagao sem SO, e 80% na presenca dele (Zeronian, Alger e Omaye, 1971). A degradagao do nylon 66 pela exposigao 4 luz e ao ar aumenta com 0 acréscimo de 0,2 ppm de SO, ao ar. Tanto as propriedades quimicas quanto as propriedades de resisténcia a trago refletem esse prejuizo (id, 1973). Os resultados demonstraram que a forma da degradacao nio se altera, embora © SO, acelere a velocidade da rea¢4o. Entre os téxteis proteinados, a seda ¢ 0 mais vulneravel aos efeitos da luz, da acidez e do didxido de enxofre, demonstrando uma perda muito maior de resisténcia do que a 1& (Leene et al., 1975). Em condigées normais de temperatura e umidade relativa, 0 papel, os fil- mes de acetato ¢ outros materiais fotograficos oxidam-se muito lentamente. Um dos fatores mais graves na preservagiio do material fotografico é a presenga de grandes quantidades de gases oxidantes sulfeto de hidrogénio, didxido de enxofre e, em menor grau, perdxidos de NO, ¢ oz6nio (Eastman Kodak, 1979), O efeito desses poluentes 290 Constevacao: CONCHITOS E PRATICAS Digitalizado com CamScanner costuma ser 0 amarelecimento e 0 desbotamento da prata da imagem. A base de papel também pode decompor-se e manchar-se. Os gases acidiferos decompdem a gelatina, o papel e a base da pelicula dos negativos (ibid.). Oxidos de nitrogénio (NO,) Os prejuizos causados aos produtos téxteis tém sido atribuidos ao NO, (Harrison, 1975) e aparecem sob a forma de uma perda da resisténcia das fibras e um desbotamento dos corantes téxteis. Uma redugio significativa da resisténcia 4 ruptura e um aumento da fluidez da celulose foram observados em fios de algodao penteado expostos ao ar no filtrado, em Berkeley, na Califérnia, comparados a exposi¢ao ao ar filtrado por carvao ativado (Morris, Young e Molvig, 1964, p. 563-564). Os dois conjuntos de amostras ficaram fora da sombra e expostos num Angulo de 45 graus, voltado para o sul. Embora os autores nao tenham isolado os efeitos de cada um dos poluentes, eles deixaram implicito que os compostos associados ao smog fotoquimico, especialmente o NO,, foram a causa provavel do aumento dos danos. Num estudo em compartimento fechado sobre os efeitos de poluentes individuais em vinte tecidos tingidos, realizado pela Agéncia de Prote¢io Ambiental (Environmental Protection Agency — EPA), demonstrou-se que o NO,, em concentragdes de 0,1 a 1,0 ppm, pro- duzia um desbotamento considerdvel das tinturas, e que o SO,, entre 0,1 e 1,0 ppm, provocava um desbotamento visivel dos tecidos de 14 (Beloin, 1973). Concluiu-se também que as temperaturas ¢ a umidade relativa mais elevadas aumentam o des- botamento dos corantes, e que a velocidade do desbotamento em razio do tempo de exposi¢ao parece nao ser linear. PowuicAo DO AR EM INTERIORES «» Norsert S. BAER E PAuLN. BANKs 291 Digitalizado com CamScanner Ozénio (O,) $6 recentemente os conservadores manifestaram sua preocupagdo com as concentragées crescentes de ozénio, especialmente nas Areas sujeitas ao smog fotoqui- mico. As medigées feitas na National Gallery (Londres) mostraram concentragées de 0,5 mgm: nos saldes de exposi¢4o, quando as concentragées ambientais atingiam 80 mgm (Thomson, 1978). Num estudo recente (National Bureau of Standards, 1983), nao se encontraram concentragées significativas de oz6nio no Arquivo Nacional, na National Gallery (Prédio Leste), nem na Biblioteca do Congresso (Prédio Madison), nos Estados Unidos. Esse estudo foi conduzido nos invernos de 1981 a 1983, quando a concentragio maxima de oz6nio registrada em Washington, D.C., foi de 21 ppb, substancialmente inferior 4 que se esperaria no verao ou no outono. Nas dreas sujeitas ao smog fotoquimico, como em Los Angeles, as concentragdes de oz6nio no interior de prédios tipicos mostraram-se mais breves e de valor um pouco menor, embora, em algumas ocasi6es, ultrapassassem 200 ppb — cerca de 70% dos valores ambien- tais — num prédio tipico de escritérios e num laboratério (Sabersky, Sinema e Shair, 1978). Uma proporgao semelhante foi registrada no Centro Sainsbury de Artes Visuais, inaugurado em 1978 na regiao rural do leste da Inglaterra, onde as concentragdes de oz6nio nos interiores corresponderam, tipicamente, a 70% + 10% das concentragdes ambientais durante o periodo de medigdes de verfio, com uma concentragao maxima interna de 40 ppb. Durante um episédio de smog fotoquimico, o nivel nesta galeria chegou a ultrapassar 70 ppb durante muitas horas (Davies et al., 1984, 135-137). Uma filtragdo eficaz do oz6nio por carbono ativado foi observada na Galeria da Biblioteca Huntington, em San Marino, e no Museu de Arte do Condado de Los Angeles, onde as concentragdes de oz6nio se mantiveram abaixo de 10 ppb (Shaver 292 Constrvacho: CONCEITOS € PRATICAS Digitalizado com CamScanner Cass e Druzik, 1983). Em experimentos de laboratério, a borracha, os tecidos e os plasticos pareceram reagir ao ozénio (Sabersky, Sinema e Shair, 1978). Cass e seus colaboradores, estudando 0 efeito nos pigmentos das aquarelas, concluiram que 0 oz6nio, nas concentragdes encontradas no smog fotoquimico, pode desbotar ou alterar a cor dos pigmentos, em particular as lacas a base de alizarina e os pigmentos ama- relos usados nas gravuras japonesas sobre madeira e nas aquarelas; e também que 0 ozénio pode representar uma ameaga a preservacdo das obras de arte (Shaver, Cass e Druzik, 1983; Drisco, Cass e Druzik, 1984). Matéria sob a forma de particulas As particulas e aerosséis constituem uma classe ampla de poluentes preju- diciais aos bens culturais. Poeira, fuligem, resi de tabaco, aero: alcalinos do_assentamento do concreto e fibras téxteis, tudo i isso é encontrado nas manchas das obras de arte. A unica protegdo eficaz para os acervos em geral é a tefrigeracio completa, por meio de ductos, com filtragdo para climinar as particulas € pressurizagao para reduzir as infiltragdes (Thomson, 1978). Entretanto, a eficdcia desses sistemas fica muito reduzida quando n&o ha uma manutengo adequada, ou quando nao se tomam providéncias para controlar os poluentes introduzidos pelos visitantes. Um problema que obviamente pode ser evitado é 0 fumo nas bibliotecas ou nos museus, quando os saldes de exposi¢ao sio utilizados para recepgdes. Os quadros dos salées dos clubes frequentemente exibem uma mancha marrom alcatro- ada, soltivel em Agua, associada ao fumo (ibid.), Entre os 2 mil ou mais compostos emitidos pela fumaga do tabaco encontram-se 0 monéxido de carbono, a acetona e 0 cianeto de hidrogénio, enquanto o alcatrio e a nicotina dominam as matérias em forma PoLuicAo DO AR EM INTERIORES » Norbert S. Batre PauLN. Banks 293. de particulas (National Research Council, 1981). Sao pouquissimas as informagies disponiveis sobre a composigao quimica das particulas encontradas nos interiores. As concentragées de chumbo costumam ser baixas, embora concentragdes de até 2mgm? tenham sido medidas em aposentos pintados com tintas com pigmentos de chumbo, ou situados nas imediagdes de grandes rodovias (ibid.). CRITERIOS DA QUALIDADE DO AR NOS INTERIORES A grande parte da atengiio para com as normas de qualidade do ar nos inte- riores, no que concerne aos bens culturais, tem-se voltado para os poluentes invasivos: SO,, NO, e particulas. As perguntas essenciais s&o: * Quais sao as relagdes entre as concentragdes nos ambientes fechados ¢ os niveis ambientais externos? + Que estratégia de filtrago é apropriada e eficaz em termos de custos? * Quais sfo os critérios ambientais adequados? Para responder a essas perguntas, sao fundamentais as medi¢des da qualida- de do ar nos interiores e o desenvolvimento de relagées quantitativas entre os niveis de concentracao dos poluentes e os prejuizos causados. No momento, muitos dos dados disponiveis sao qualitativos ou até episddicos. Os resultados tipicos das medigdes ou das concentrages de polui¢ao atmosférica invasiva em museus, bibliotecas € arquivos sao fornecidos no Quadro 9. 294 CONSERVACAO: CONCEITOS E PRATICAS Digitalizado com CamScanner QUADRO 9 - CRITERIOS DE QUALIDADE DO AR PARA ARQUIVOS, BIBLIOTECAS E MUSEUS. INSTITUIGAO sO, No, oO. PARTICULAS RESPONSAVEL * S ‘ANSL-PH? Purificadores ou absorventes adequados De preferéncia, HEPA ASHRAE® Filtros de aspiragao ou purificadores de poluentes quimicos 85% DSM do ar externo em forma de vaporizadores BML’ 0 0 0 0 cars Nao deve ultrapassar 10ppb. 95%? Imm. ASHRAE® Considerar a purificagao central no ar nas éreas 50% 0,5-1mm. ambientais de altura elevada ic Utilizacao do sistema Purafil 95% NBS? 01mg m? 05 mgm? 0 25 mg m? 075 mg m? (0,4 ppb) 2,5 ppb NO.) (13 ppb) TSP (HiVol) N-PNB® <10 mg m? S10 mg m? <2 mg m? Alta proporgao no DSM ROM-C* Filtragdo com carbono ou equivalente, para eliminar 0 SO, 99%? 10 mm 0 NO, e00, 95%? Imm a <10 mg m? 10 mg m? 0-2 mg m? 60-80% MBT 2) American National Standard Institute, 1981; b) National Bureau of Standards, 1983; c) Lafontaine, 1978; d) Lafontaine, 1979; e) Banks, 1980; f) Thomson, 1978. Abreviaturas: ANSI-PH = American National Standards Institute ~ Photographic Standards [Instituto Americano de Normas Nacionais - Normas Fotograficas]; ASHRAE = American Society of Heating, Refrigeration, and Air Conditioning Engineers [Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeracao e Ar Condicionado); BML = British Museurn Libraries [Bibliotecas do Museu Britanico}; CCI = Canadian Conservation Institute (Instituto Canadense de Conservagaol; LC = Library of Congress (Madison Building) [Biblioteca do Congresso (Edificio Madison)]; NBS = National Bureau of Standards [Bureau Nacional de Normas e Padrdesl; N-PNB = Newberry Library ~ PN Banks Planning Study [Biblioteca de Newberry ~ Estucto de Planejamento de PN Banks]; ROM-C = Royal Ontario Museum Conference [Conferéncia do Museu Real de Ontériol; T = G. Thomson; DSM = Dust Spot Method [Método da Mancha de Poeiral; e MBT = Methylene Blue Test [Teste de Azul de Metileno}. PoLuicao DO AR EM INTERIORES » Norbert S. Baer € Pau N. BANKs = 295. O Bureau Nacional de Normas ¢ Padrdes (National Bureau of Standards — NBS) (1983), mediante contrato com 0 Arquivo Nacional ¢ com 0 Servigo de Regis- tros, promoveu um seminario de especialistas que sugeriu critérios da qualidade do ar para o armazenamento de registros de arquivo baseados em papel. No Quadro 9, esses critérios sfo comparados a outras normas € especificagdes vigentes em bibliote- cas e museus. O Subcomité R do ANSI Z39, da Organizagao Nacional de Normas de Informagao, vem redigindo a norma das “Condigdes ambientais para armazenagem de bens de bibliotecas e arquivos baseados em papéis”, que se fundamentam, em parte, no estudo do NBS. CONCLUSOES Ha indicios substanciais de que a poluigao atmosférica nos ambientes fe- chados acarreta prejuizos significativos para os bens culturais. Alguns materiais sen- siveis, como fotografias, objetos de prata, papel, couro e tinturas, demonstram efeitos de importincia imediata. Na falta de relagdes quantitativas entre a dose e a reagdo, a tendéncia tem sido a adogao dos critérios das melhores tecnologias disponiveis com respeito ao SO,, ao NO,, ao oz6nio e as particulas. Os outros poluentes sio consi- derados caso a caso.' Este trabalho recebeu 0 apoio parcial de uma yerba concedida pelo National Endowment for the Arts (Dotagiio Nacional para as Artes), ¢ 0 texto bascou-se num artigo apresentado na 77 Reunitio Anual da Asso ico de Controle da Poluigio Atmosférica em Sao Fran- cisco, California, em 24-29 de junho de 1984, 296 —— CONsteVAGAO: CONCEITOS € PRATICAS Digitalizado com CamScanner

You might also like