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Contabilidade Nacional (O estudo da Macroeconomis exige o conhecimento do si eis, tais como 0 consumo, ‘0 investimento, as exportagdes, as importagfes, o produto, etc., bern como das relagdes contabilisticas entre elas. E sobre estes assuntos que versa este capitulo, ‘MEDICAO DO PRODUTO ‘Numa economia é possivel identificartéstipos de actividades: produedo, despesa (nos bens © servigos' produzidos) « distribuiggo do rendimento (gerado na producto). A estas trés actividades correspondem as trés Spticas de medigdo do produto: Optica da producZo; éptica da despesa;e Optica do rendimento. Optica da produgio ‘Ao valor dos bens e servigos finais produzidos num pais liquidos da sua componente importada chama-se produto interno bruto (PIB). Bens e servicos finzis slo aqueles que se destinam a ser consumidos, investidos ou exportados, ‘endo a ser consumidos na produgdo de outros produtos. O seguinte exemplo permite clarificar 0 conceito de PIB. ‘Uma economia & composta apenas por trés produtores. O Lavrador produ trigo no valor de 50 u.m. Na pro- ug do trigo so consumidos varios produtos, todos eles importados, no valor de 20 u.m. O trigo é comprado pelo Moleiro, que o transforma em farinha no valor de 75 v.mn. A farinha é comprada pelo Padeiro, que a transforma em pio no valor de 100 um. O valor des vendas totais desta economia € 225 um. (Quadto 1.1), (Quadro 1.1: Vendas na economia Trigo ‘SOum, Farina 750s, Pho Toral "Bens e servis também se designam por prods OMesraw it 2 CONTABILIDADENACIONAL [cart No entanto, epenss o plo é um produto final. O trigo a farinha sio consumidos na produglo de outros pro- utos. Para obter o valor do PIB deste economia é ainda necessério retirar ao valor do pio o valor dos factores de Produpto importados utilizados na produglo do trigo, Assim o valor do PIB & 80 u.m, Outro método mais habitual de caloular 0 PIB, mostrado'n0 Quadro 1.2, 6 através da soma do valor acrescentado bruto (VAB) de cada produtor. © YAB de um produtor ¢ igual go valor éas suas vendas,liquido do valor dos produtos comprados e consumidos na produgdo, A estes iltimos produtos chamamos consumos intermédos Quadro 1.2: Valores acrescentados brutos ee eee Consumes Prodntor — Vendan = Comtumes ap Lavrador se 2 = 30 Moleiro sete sx = Padeiro wo - Bo - ws a Total a5 ie Ce) ‘Na produgdo intema, isto ,realizade dentro das froneiras do pais, so utilizados alguns factores de produgo Propriedade de nko residentes, ao passo que factores de produgio de residentes sfo utiizados no estrangeiro. Se 20 Produto interno bruto adicionarmnos os rendimentos transferidos para 0 nosso peis de factores de produgdo que 08 ‘esidentes possuem no estrangero subtrairmos os rendimentos trnsferidos para fora do pais de factores de pro- Gusio de no residentes, obtemos o produto nacional bruto (PNB). Note que 0 que distingue o PNB do PIB & a residéncia do produtor endo a sua nacionalidade, Por exemplo, a produglo dos emigrantes portugueses em Franga ‘io faz parte do produto nacional brato portugués mas sim do francés, pois esses emigrantes sio residentes em Franga. Se uma equipa de téenicos residents em Portugal (Sejam eles portagueses ou nlo) se deslocar a Franca, ‘or apenas algumas semanas, para instalar uma méquina, os servigos desses téenicos jé fardo parte do produto nacional bruto portugués, embora facam parte do produto interno bruto francés, pois a produgao dos servicos ccorrerd em territério francés, Durante 0 processo produtivo, o equipamento utilizado na produgdo desgesta-se ou, mais teenicamente, ‘epresia-se A reduedo do valor do equipamento chama-se amortizagées, Se ao produto interno bruto subtrairmos 38 amortizagGes, obtemos 0 produto interno liguido (PIL). Do mesmo modo, o produto nacional iquido (PNL) ¢ igual 2o produto nacional bruto subtraido das amortizagées, © produto, nacional ou intemo, liquido ou bro, pode ainda ser valorizado a custo de factores (ef) ou a pregos de mercado (pm). © produto custo de factors inclu apenas a remuneraglo dos factores de produgio, O produto ' pregos de mercado é igual ao produto a custo de factores acrescido dos impostos indirectos ¢ diminuido dos subsidios, Optica da despesa (Chamna-se despesa interna (DI) a despesa feita em bens e servigos finais produzides intemamente. Nao se deve confundir ¢ despesa interna com procura interna, Esta iim & despesa feta pelos residentes quer em produtos ‘ntemos quer em importados. A despesa feita em bens eservigos finas classifica-se do seguinte modo: — Consumo privado (C). fa despese nos produtos consumidos e pagos directamente pelos residentes; ONeGime tit re capa) CONTABILIDADENACIONAL a peek 24 SMS deat — Consumo piiblico (G, de Governo). £ a despesa feita pelo Sector Piblico Administrative em produtos, essencalmenteservigos, que fomece gratuitamente ou nko, as eomo educasio,policiamento, recolha de 1x, ete; — Investimento (1). Este divide-se em formagao bruta de capital fixo (toda a despesa em aumentos de magui- nara, edifcis outro capital produtivo) evariago de exsténclas (a varagfo dos bens que se encontram armazenados e ainda ne vendios); — Exportagées (Ex). E a despesa feita pelos no residentes em bens ¢ servigos vendidos por residentes. ‘A procura interna é, portanio, soma do consumo privado, do consumo pilblico € do investimento, As expor- {agdes constituem a procura externa, A soma da procura interna ¢ da procura externa 6 aprocura global, Parte desta, procara global ésatsfeita por importagées (Im) e nfo por bens e servigs produzidos intemamente, A despesa interna 6 portanto, igual & procura global subtraida das importagBes: Die C+G+I+Ex-In, Como a despesa interna & a despesa feita em bens e servigos produzidos internamente, incluindo os bens produzidos e nto vendidos, que se incluem no investimento, a despesa interna coincide com o produto intemo bruto. Mais exactamente DI= PlBpm, uma vez que as componentes da despesa so valorizadas ao prego de venda a0 utilizador final, que jé inclui os impostos indirectos, liquidos de subsidios. Se & despesa interna adicionarmos os rendimentos liguidos recebidos do resto do Mundo, obtemos a despesa nacional (DN). Portanto, DN = PNBpm. Optica do rendimento ‘A diferenga entre as vendas ¢ 0s consumos intermédios de um produtor &, como vimos, 0 VAB. O VAB é valorizado ‘a custo de factores, pois os impostos indirectose os subsidios apenas afectam aquilo que o utlizador final page, e nfo ‘o.que 0 produtor recebe, Do VAB, uma parte destina-se a suportar as amortizagbes, ¢ 0 resto destina-se a pagar saldros, juros e rendas, ¢ 0 remanescente é lucro. Ou seje, o VAB subtraido das amortizacdes divide-se em rendi- ‘mentos de diversas categories. A soma dos rendimentos gerados no pais é portanto igual a soma dos VAB subtraidos das aniortizagdes, ou seja, ao produto interno liquido a custo de factores (PIL¢f). Somando # estes rendimentos os rendimentos recebidos do resto do Mundo liquids dos rendimentos pagos ao resto do Mundo, obtemos 0 rendimenton nacional (RN). Temos portanto que RN= PNLef. Ndo existem em Portugal estimativas fiéveis das amortizagées, pelo que nio existe qualquer esttistica oficial do rendimento nacional. O mais aproximado de que dispomos & 0 PIBef co PNBcf. O valor destas varidveis, assim como o das componentes da despesa intema, encontra-se no Quadro 13, 0 rendimento disponivel (dos particulares), ¥, & a parte do rendimento de que as familias efectivamente dlispBem. O rendimento disponivel obtém-se do rendimento nacional, de que se subtrai os Iueros nto distribuidos (ou poupance das sociedades)e os impostos directos e contribuigdes pera a seguranca social (T) pagos pelas familias ea que se adicionam as transferéncias recebidas do Estado (TR), tais como pensdes de reforma, abonos de familie, ‘te, ¢ as transferéncias liquidas recebidas do resto do Mundo (RE de Remessas de Emigranies). Portanto & a ¥,= PNLef— Lueros néo distribwidos ~ T+ TR+ RE, Parte do rendimento disponivel financia o consumo e a parte restante é a poupanga (S do inglés saving). msc Had 4 CONTABILIDADE NACIONAL [cara ‘Quadro 1.3: Contas nacionais portugueses, 1999 ‘Milhies ——-Milhies ~~ do decontos _deeuros——_PrBpm ‘Consumo privado 13912 69392, 649 Consumo pablico 4198 20940 19.6 Investimento 567 B4I7 266 FBCF 549 27309 256 Variagdo de exsténcias 218 1088 1.0 Exportagtes: 6491 32375 303 (©) Imporagoes 8871 44246 aa lpm oa DI 21472 1068771000 (A) Imposiosindirectos ~ Substaios 3214 16032 150 PIBef 18213, 9084s 85,0 Rendimentos obtdos no resto do Mundo (iquidos) 291 1453 A PHBE 17921 89392 36 88 te: Relic do Banco de Prag 199. PREGOS CORRENTES E PRECOS CONSTANTES (© PIB, tal como as outras grandezas macroeconémicas, pode ser valorizado a pregos correntes ou a precos cons- tantes. O PIB é velorizado a pregos correntes (PIB nominal), quando os bens ¢ servigos produzidos em cada ano ‘Sto valorizados a pregos desse ano; é valorizado a pregos constantes (PIB real), quando os bens e servigos produzidos ‘nos: diferentes anos sdo valorizados a prepos de um mesmo ano, Na Figura 1.1, 0 PIB a pregos constantes foi valo- rizado a pregos de 1995. MQ ] =O Pip preps = ee http, pes cones 61585 ee Unidad: Mi ier de eos. Fonte: Relate do Banco de Portage 196, 1957, 198 199. 1 Figura 11: © PIB em Portugel, cara CONTABILIDADE NACIONAL AA série do PIB a progos constantes permite avaliar a veriagZo real do produto, ov sea, a varies das quant dades de bens e servigos produzidos. Pelo contrétio, a série do PIB a pregos correntes permite apenss avaliar a variagfo nominal, que é o resultado das variagSes das quantidades e dos pregos. Da observagio da Figura 1.1 conclui-se que, em 1999, o PIB nominal era aproximadamente 50% superior ao de 1993; 0 aumento do PIB real no mesmo periodo foi bastante menor. A diferenga & 0 aumento dos preyos.? A varias do nivel de pregos obtide pela comparagio do PIB nominal com o PIB real chama-se deflator do PIB, O deflator do PIB & um indice de pregos ecbtém-se, precisemente, dividindo o produto a pregos correntes pelo produto a pregas constantes, como se exemplifica no Quadro 1.4. Este deflator (linha 3) indica portanto a variaglo do nivel de pregos entre o ano base, no exemplo 1995, ¢ 0 ano corrente. A veriagfo anual do deflator (linha 4) uma das medidas da inflagdo, : Os indices do nivel geral de pregos, como 0 deflator do PIB, séo médias ponderadas dos indices dos pregos dos bens e servigos individusis; os ponderedores sfo as quantidades. Como normalmente as quentidades dos dife- rentes bens e servigos do ano base sio diferentes das do ano coment (¢ as proporgGes em que variam sto também diferentes), obtEm-se indices diferentes consoante os ponderadoressejam as quentidades do ano base ou as quanti- dades do ano corrente. O exemplo seguinte, Quadro 1.5, permite claifcar este assunto Quadro 1.4: Céleulo do deflator do produto ba _1988 1, PIB® a pregos corventes m4 1005 2, PIBY a pregos de 1995 4 910 3. Deflator do PIB (1/2) 1057 1,104 4, Crescimento dos pregos 44% Tae ‘Fone Relig do Banco de Pol 1997, 198 «199. ‘Quadro 15: Indes de progos — Paasche e Laspeyres ‘ho as ‘Ano orrente ‘Gianiidde Preso@ig — Quanidade Prep Chg Plo 10Kg €1,00 12g 2120 Mantiga Lg €5,00 ogg 640 Tacos de progos: dePaasche 1,000 47 e Laspeyees 1,000 116 0 indice de pregos de Paasche (P,) obtém-se com os ponderadores do ano corrente (q indica quantidade; ‘Py prego; c, corrente; ¢ b indica base): . DPeXM_ _1,2x12+5,4%0,8 Saxg, 1x12+5x0,8 * Diiuldades em evar a variago da qualidade dos produtos resulta provavelmente numa subestimagSo do crescimento res do P28 econse- uentemente ume ecbrestmagfo do aumento do indie de props. ONeGrae i (mr ER 6 ‘CONTABILIDADE NACIONAL [cap O indice de pregos de Laspeyres (P,) obtém-se com os ponderadores do ano base: -LPx Sa deflator do PB, tl como caleulado enteriormente, um indice de Paasche: obtém-sedividindo as quantidades ‘do ano corrente valorizadas a pregos do ano corente polas mesmas quantidades velorizadas ao prego do ano base. Otro indice de pregos usado frequentemente para avalir a inflagio&o indice de prevos no consumnidor, IPC. O IPC é caleulado mensalmente, Todos os meses Instituto Nacional de Estatsticareealhe os pregos dos bens ¢ Servigos cum eabaz que se pretende representativo do consumo da familia portuguesa média. A composigio do cabaz, bens ¢servigos que o compdem eas respectvas quantidades& determinada por inquérito ds despesas dos Gonsumnidore, A sua actualizasto so € feta de anos a anos, O eabaz actual est em vigor desde 1997, Portanto,o [PC é um indice de Laspeyres: os ponderadores dos pregos sto as quantidades do ano base, presentemente 1997° Em 1999, a variaydo média do JPC foi de 23% enquanto a varia do deflator do PIB foi de 32%, Esta diferene resulta no tanto de o primeira indice ser de Laspeyres eo segundo de Paasche, mas de outradiferenga des onderadores o deflator do PIB é um indice dos pregas dos bens e servigosproduzidos em Portugal, enquanto © TPC bum indice dos prezos dos bens eservigos de um cabaz de consumo, Entre outras dferengas, este cabaz inclu; Produtos nfo produzidos intemamente ¢ exclui bens produaidos internamente mas nto consumidos, 0 CIRCUITO ECONOMICO. Os fluxos de rendimentoe despesa formam um cireuito que passamos a representardiagramaticamente, Antes, "ipétesessimpliiadoras Porém, convém pra msorcareza dos diagramas, esabelecer algunas hipéesssimplnesdoren l 1) Nao existem impostos indirectos nem subsidios, pelo que a valorizasio a pregos de mercado coincide com a valorizaglo a custo de factores; 2) As amortizagdes so nulas, pelo que os produtos liquido e bruto so iguais; 3), Nio existem rendimentos recebidos do, ou pagos ao, resto do Mundo, pelo que produto e rendimento ‘ntemnos sio iguais 2o produto ¢ rendimento nacionais, 4) Tode.aprodueio é realizada pelas empresas, incuindo os servigos destinados ao consumo pibico: o Estado page a empresas para prestarem servigos de educeedo, policarruas, cobrar impostes, ete; 5). Apenas as families pagam impostos as empresas distribuem todos os seus Incros, de modo que todo © f rendimento ¢reeebido pela familias, ainda que depos erham que pagar impostos sobre esse rendimento, ©) Apenas as empresas realizam exportagGes ou imporiagdes; 7). Apenas as familias recebem do, ou enviam transferéncias para o, resto do Mundo, ‘Das és primeiras hipdteses, que habituelmente sto wilizadas nos modelos macroeconémicas, resulta que PIBef= Pliipm = PNBef= PNBpm = PlLef = Pli.pm = PNLef= PNLpm N= RN live Pimaver e200, oINE lever cto um nove ogusi aos Orramenos Familia plo qua ave ponders entaian ogee t “Oca resto donque en 1994 1985, at sido 0 lel don de res seas ese 997, dd ein dave | alga eno deel | Omori cant CCONTABILIDADE NACIONAL Qualquer destas grandezas passe 88 representada por Y. ems portato a0" yeC+Gtl+Bx-Im ou yec+@+l+NX \ em que NX= Ex Im, ou Se}8, 8 exportagées liguidas (do inglés ‘Net eXports). Das hipéteses 5) & 7) resulta que i y,sY-T+TR+RE. \ ‘Como o que nfio ¢ ‘consumido ¢ poupado, temos ‘ nsideremos uma evnomia sem rages com 0 exten © °F estado, As empresas proguzem bens © Ser¥i605 \ de consumo no valor de 100, uilizando trabalho e capital fornecido pelasfamilins Por estes factores de producto i de is reobem salrios, jum, ners ¢ endas ne VSO Ge 100, Este rendimento € utlizado pare cOmPr 8 wFagura 12 utr sta economia, Os axosmanciios representan-se por trago fino © } \ ‘Bconomia fechada sem Estado produgdo das empreses. ‘os fiuxos de bens ¢ servigos por trago rosso. Trabalho, epi (Setérios Inros, Femiias Empress Bens vigos de consu0| Figura 1.2: Economia fchada sem Estado I Consideremos agora uma economnisigualment= echadne sem Estado, as que produz bens de consi & ae avensinento, As empresas de tipo C produzem Pent ves gonsurno e as empreses de tipo J proguzem Pens ae ‘nvestimento (Figura 1.3). (O rendimento €Y= Yo Y= 100. Deste,20 sto poupados ecanelzados através dos mercados financ as empresas que com eles financiam 0 se ‘avestimento, Deste exemplo verificarse gv & poupanga € igual 6° jnvestimento, Isto & sempre verda mia fechada sem Estado. Vejamos: ciros para .de uma econ! eget op Int-G © Saycer-G We Iss. ocr 3 cman nese tom 7 7" is mat | ce —{ wwe} [ : com i ee a ; sen Financiamento =20 Figura 1.3: Economia fechada sem Estado Il. Economia fechada com Estado Na representagio dos fluxos desta economia omitimos os fluxos de bens eservigos e mantivemos apenas os fuxos | monetirios. O Estado cobra as familias impostos no valor de 33, realiza transferéneias pare as families no valor {| de 18, ¢ compra as empresas os servigos pibblicos no valor de 17, que fornece gratuitamente as familias. As empresas | ‘comprar bens de investimento no valor de 20. Este fluxo nfo esté representado, pois ndo fizemos a distingo entre | ‘empresas de bens de consumo e empresas de bens de investimento, No entanto, representimos 0 financiamento deste | investimento, que esti assinalado por J (Figura 1.4). | Figura 1.4: Economia fechada com Estado, OMG capt] CONTABILIDADENACIONAL ‘Temos Y= C+ G+ I= 100. 0 rendimento disponivel ¢ ¥, = Y- T+ TR= 85. A poupanga é $= ¥,~ C= 22. (O seldo orgamental é SO = P— G—TR=-2. A poupanga ¢ canalizada pelos mercados financeiros para financiar © investimento das empresas e 0 défice orgamental (o défice orgamental, DO, é o simétrico do seldo orgamental). ‘A igualdade entre a poupenga ea some do investimento edo défice orgamental veifica-se sempre numa economia i fechada: . Se¥,-Cx¥+I-T-C=C+1+G+1R-T-Cel+G+TR-T=1+ DO. ‘Nao é impossfvel que o Estado tens um orgamento superavitirio, Se isso acontecer a identidade anterior teré t ‘uma interpretacdo intuitiva mais facil se for rearranjada do seguinte modo (records que SO = -DO). S=I+DO @ S-DO=I @ S+SO=1 oh Neste caso, o Estado tem receitas superiores as despesas, pelo que gera uma poupanga no montante SO. Podemos entio dizer que a poupanga total, soma da poupanga dos particulares e da poupanga do Estado, i (Ginancia) o investimento. al ‘Vamos supor que as empresas desta economia exportam bens e servigos no valor de 28 ¢ fazem importagbes no valor de 38, ¢ que as familias recebem transferéncias do exterior RE no valor de 7. 0 investimento é agors de 27 ¢ 0 ‘consumo de 66. Temos portanto Y=DI=C+1+G+Ex-Im=100, S=¥,-C=26. 0 seldo da balanga de transacedes correntes (BTC) & a diferenga entre os recebimentos correntes do exterior © 05 pagamentos correntes ao exterior. Neste caso & BIC= Ex—Im* RE: ‘Os pagamentos excedem os recebimentos, o que significa que o exterior faz uma poupanga nas suas trocas com ‘a nossa economia, Esta poupanga, a que chamamos poupanca externa, juntemente com a poupange das familias financia, através dos mercados financeiros, 0 investimento ¢ o défice orgamental. A igualdade entre @ some da ‘poupanga externa (défice da balanga de transacgBes correntes) eda poupanga interna ¢ a soina do investimento e do défice orgamental verifica-se sempre: $= ¥,- Cw Y-T+7R+RE- Cs C+1+G+Ex~Im-T* IR+RE-C 21+ (G+ IR-T)+ (Ex-Im+RE)=1+DO+BICS ¢ 9 S-BIC#1+DO. (CONTABILIDADE NACIONAL, cap. ‘Na Figura 1.5 representimos 0 fluxo monetério resultante do saldo da balange de transacgdes correntes por Juma seta que vai dos mercados financeiros para o exterior. O valor assoviado a essa seta é negativo, BTC =-3, Isto significa um fluxo (positivo), no valor de 3, do exterior para os mercados financeiros. De facto, quando a balanca de transacgBes correntes & deficitéria, é 0 exterior que financia o nosso pals. Se a balanga de transacgdes correntes fosse superavitiria, seria o nosso pais a finaneiar o exterior. externa (= O leitor deve manter presente que, embora possamos faler de poupana do Estado (= SO) ¢ de poupanea ‘BIC), 0 termo poupanca, sem qualquer adjectivo, ¢ 0 simbolo correspondente, S, designam apenas a Poupanca dos particulares. A powpanga fora! &a soma daquelas trés poupangas 1 TR=18 Ei T=3 Exado Famflias 7100 Beate c= 66 Exterior Xe 5-26 Don? Figura 1.5: Economia aberta com Estado, Exercicios resolvidos A Ruriténia € habitada por $ familias. As transacgOes efectuadas anuslmente ne economia ruritena so as seguintes: — A familia Lavrador produz trigo no valor de DSO (D o simbolo do dobrio, a moeda da Ruriténia), que vende 20 moleiro; — A familia Moleiro transforma o trigo em farinha, Parte da farina, no valor de B40 6 vendida ao padeiro ¢ 4 parte restante, no valor de B30, & vendide para @ Urbiténia. A familia recebe de um dos seus membros emigrado na Urbiténia D7; t — A familia Padeiro transforma a ferinha em plo, que vende por B60 acrescido dum imposto de 15%. A receita deste imposto ¢ utlizada para pagar o trabalho da familia Servo. A familia Padeiro recebe dos seus inves- ‘imentos na Urbiténia um rendimento anual de D5; — A familia Pedreiro faz diversas construgBes no valor de B30, Sé metade deste valor corresponde a novas construgtes, correspondendo a outra metade & subsituigdo de construgies degradadas, McGrail CONTABILIDADENACIONAL ‘A familia Servo educa a criangas e administra os essunts comunitros. Pr estes sevigs ecebe uma contrbuigdo de D4 de cada uma ds restates familias ea recsta do imposto sobre o ge: "Nasltura da cei, o Lavrador conta trabalhadores da Urbitiia, aos quai aya D1S, eas diversas familias compram a Urbitinin artigos de consume no valor de D1, Caleule 0 VAB de cada familia e 0 PIBef. Caloule 0 PNBef. Calcule 0 rendimento nacional, Calcule o saldo da balanga comercial ¢ o saldo da balanga de transacgbes correntes, Identifique e quantifique os componentes da despesa interna, Caleule o rendimento disponivel e a poupanga, 0 VAB de cade familia ¢ a diferenga entre as vendas e os consumes intermédios, No easo da familia Servo, que nto fectua vendas, 0 VAB é a remuneragso de familia, Esta remuneraglo é 0 total de impostos cobrades. Os impostos indirectos (sobre 0 po) sBo 15% x B60, ou seja, BY € os impostasdirectos s80 D4 por cada uma das restanes 4 fanilas, (04 seja, BIS, A remuneragio de familia &,portanto, B25, Assim tems: CAleulo dos VAB e do PLB (em dobres) Consumes Produtor Venda = Cansumas Lavrader 0 = 50 Moleiro 50 20 Padeiro 40 20 Moleiro o 30 Padeiro 0 25 Total 90 Cone explode ste ee aor a uma ved © PiBefé # soma dos VAB, que é D145, (Os rabalhadores urbitanos contratados pelo Lavrador si nfo residentes, uma vez que se deslocem & Ruritnia por um periodo de tempo curto, pelo que o rendimento auferido por eles (B15) ¢ um rendimento pago ao resto do Mundo, (O rendimento recebido pelo Padsiro do seu investimento ne Urbittnia (BS) é um rendimento recebido do resto do ‘Mundo, Assim em termos liguidos, hé um pagamento de rendimentes ao resto do Mundo de D1O. Pertanto, mos PNBef= Piief~ Rendimentos pagos ao resto do Mundo = 145 ~B rendimento nacional é o produto nacional liquido a custo de factors, PNEcft PNLef'= PNBef— Amortieagbes. ‘As amortizagbes, depreciago do capital produtivo, so nesta economia o valor das construgdesdestinadas a subsituir 8s construgdes degradadas, D1S (metade do valor de todas as construybes do Pereiro). Entdo PNLef= PNBef— Amortizagbes = 135 — 1 OMeGremt ii, | 2 ‘CONTABILIDADE NACIONAL, [cart 2 O sald dabalange comer & difrenga ete as enportastes, 20 (rina vendide era a Urbina), eas importa- $828 D10 (artigo de consumo imports). portanto NX= Bx Im= 30-10 “20. ( saldo da belanga de transacgées correntes & BTC“ NK Transferénctas nateraisrecebidas—Rendimerioe pags ao resto do Mundo iguidos) =20+7~10=D17, ©) Oconsurno privado€a despese feta nos artigos de consumo irectemente pelo uilizador.Portento G= D25, O investimento é& despesa ita nas consrugdes do Pedrero. Logo. Coro jf vimos na alin anterior, a exportagboesio B30 ces importacces D0, DIN C+G+I+ Bx~im=79 +25 +30430- 10=DIS6, Podemos confirmar este valor através da identidade Pllipm = Di. 45+9-0= Dis ‘nacional, PNLaf,subtraido dos impostos directo, 7, ¢adicionade i exemplo nlo existem, e do exterior, RE: ¥,= PNLef-T+ RE= 120-16+7 J entfo nem tudo o que {i produzido ¢ procurado, aumentando assim os stocks das empresas. Mas como, em termos contebilisticos, 8 variaio dos stocks (existéncias) é ineluida no investimento, conclui-se que, expos, ouseje, depois de realizada 3 4 produgio, « poupanra é sempre igual ao investimento, " Supondo que a despesus so elizadas em bens eservigs fins. oMccrawsit | 20 ‘O MERCADO DE PRODUTO Iear2 ‘A Tepresenagto grfi deste modelo encontr-sena Figura 21, onde se poe verfcar equivaléncia entre &s condi¢des de equilibrio ¥=D eS 1. Pode também verifies eto multiplicader do ‘nvestimento (0 rendi- ‘Denlo aumenta de Y, para ¥,, que é um aumento bastante superior difeenga ~/, Como é tradicional, epresenta- sr rode de pleno emprego ¥, pare dieita do rendimento de equilib, Isto serve para sllenae uma das Drineipais mensagens de Keynes: a economia pode es Ser cficil as devises de poupare de investi so realizadas por agentes diferentes Dor S Poupanga) Investimento ‘Figura 2.1: O modelo simples keynesiano — efeitos de um aumento do investimento. INTRODUCAO DO ESTADO NO MODELO ‘Quando se introduz o agregado Estado no modelo, parte do Estedo (G), os impostos que arrecada (J) OmeGrawtit car] (MERCADO DE PRODUTO 21 variam directamente com o nivel de rendimento Y, para além de trem uma parte auténoma, Esta parte aut6noma poder estar a representa, por exemplo, os impostos lump-sun?. © aumento de imposts resultante de um aurnento _mnitério do nivel de rendimento ¢ designado de 1axa marginal de imposto (em termos matemticos, 6 derivada dos impostos Tem relaglo ao rendimento 1) A fungéo de imposto ¢ ento T=T+y o com ¢ (taxa marginal de imposto) > 0.e <1 Com a introdugao de actividade do Estado, as decisdes de consumir e poupar passam a depender nfo do rendi- mento ¥ mas sim do rendimento disponivel dos particulares. O rendimento disponivel ¥, é igual ao rendimento ¥ ‘ que se subtrai os impostos e adiciona o saldo das transferéncias com os particulares (Yd= Y- T+ TR). ‘O modelo na sua forma estrutural é agora o seguinte: c+I+G y As varidveis endégenas so agora o rendimento ¥ (igual a despesa D), o rendimento disponivel Y., os im- postos 7, ¢ 0 consumo C. A forma reduzida do modelo em relago ao rendimento Y pode ser obtida através de substituigdes sucessivas do seguinte modo: 1 aaa ar arara oS SS " YoY +aY [i-c-s)]v= ~cT +cTR+T+G oF +cPR+I+G oF +cTR+T+E I=e(I-2) bg ‘O numerador da fracgdo ¢ geralmente designado por despesa auténoma, ¢ é normalmente representado por A. > Ouseis, per capita, no dependendo portanta do rendimento ou de qulqver our vrivelendégens Our —— 22 (© MERCADO DEPRODUTO Icar2 Sendo assim, a forma reduzida do modelo pode ser escrita de maneira simplificada, como sendo 4 10 i-e(i-1) eu com A=C~cT +cTR+I+6. (Os multiplicadores podem ser agora facilmente deduzidos a partir d tilkima equagdo de (9): ay _ay _ar ae U1 ar my 0u seja, o multiplicador do investimento, 0 dos gastos e o do consumo autonomo slo iguais e apresentam 0 valor de c. O multiplicador ¢ agora inferior ao obtido no modelo sem Estado. A razBo é que existe uma fuge adicional a0 rendimento gerado na produgdo: uma parte vai para os impostos que s8o cobrados pelo Estado. Se continuarmos & supor que propensio marginal a consumir éjgual a0,8 ese a taxa marginal de imposto for ¢= 0,25, o multiplicador do investimento passa a ser igual 2 2,5. (Os multiplicadores dos impostos auténomos ¢ das transferéncias auténomas sio simétricos ¢ iguais a oF mel w (=) a ( ‘Repare-se que o multiplcador dos gastos & superior ao multiplicador das transferéneias: oo le 8G I=c(l=1) ~ OR I=c(I= 3) Arraziio devesse a que, quando o Estado aumenta os seus gastos, a produglo, e, portanto, orendimento nacional, ‘aumente imediatamente. Quando as transferéncias so aumentadas, existe ndo um aumento imediato de produc, ‘mas sim um aumento de rendimento disponivel dos particulares. Esse acréscimo de rendimento disponivel s6 no periodo seguinte int dar origem @ um aumento de consumo, ¢, portanto, a um aumento de rendimento e de produgéo. Estes factos sto salientados na dedugdo dinimica de ambos os multiplicadores: Em relago ao multiplicador dos gastos: AY =AG+e(t~1)aG+[e(1-1)f ace efi+e(t-1) +(e) +} aa OMeCrew Hi CAR 2] (OMERCADODEPRODUTO 23 quando n tende para infinito. Quanto ao multiplicador das transferéncias: AY =cATR+eATR[c(I~¢)]+e ATR [oC] + =camefi+e(t-1)+[e(t-)] + } as) wean LIT are —, elit) Tella) também quando m tende para infinite. ‘© multiplicador da texa marginal de imposto é igual a [da Equacéo (10)}: | oY | or B evidentemente negativo, e depende do nivel de rendimento ¥. Saldo orgamental ‘No Capitulo 4 vamo-nos debrugar com algum pormenor sobre o problema dos saldos (superdvites ou défices) orga- rmentais, bem como sobre « divida pOblica. Ter interesse anelisar equi como se comportao saldo orpamental neste | modelo, em resposta a algumes medidas de politica, | ‘Sendo o saldo orgamental (SO) igual diferenga entre as receites totais cobradas pelo Estado e as suas despesas totais, @ sua expressdo neste modelo é # seguinte: S0=T-G-TR=T+1¥ -G-TR. an Isto implica que o seldo orgamental varia positivamente com o nivel de rendimento, considerando tudo 0 resto constante. A representago grfica desta fungio encontra-se na Figure 2.2. corgamentl | | Figura 2.2: 0 saldo orgamental em fungi do nivel de rendimento, eG il 24 (OMERCADO DE PRODUTO Icar2 A recta obtida tem, evidentemente, ume inclinagio igual 4 taxa marginal de imposto f. 0 aumento dos gastos © aumento das transferéncias, ou a diminuigo dos impostos auténomos, provocam deslocagées paralelas da recta para baixo e para a dreita; e diminuigdes dos gastos e a diminuigGo das transferénciss, ou aumentos dos impostos sautéinomos, provocam deslocagdes paralelas da recta para cima ¢ para a esquerds. ‘Tentemos agora responder a uma questdo interessante: um aumento dos gastos (G) provoca uma melhoria ou uma deteriorago do saldo orgamental? A primeira vista parece que implicaria uma deterioragio, visto que um aumento dos gestos representa um aumento das despesas totais do Estado. Convém no entanto ndo esquecer que, ‘no modelo que estamos 2 considerer, um aumento dos gastos provoca também um aumento do nivel de rendimento de equilibrio ¥, e que esse aumento induz um aumento automitico dos impostos arrecadados, pelo que nto & ébvio qual 0 efeito global. ‘Vejamos ento como resolver este problema, Afinal o que queremos & determiner se 0 efeito de um aumento de gastos sobre o saldo orgamental¢ positivo ou negativo, ou seja, queremos determinar se & positivo ou negetivo ‘© multplicador dos gestos em relagao ao saldo orgamental. De s0=1-G-mR=F+tv-6-IR, ay) ‘entéio as) Mas sabemos que plea 1 (i=1) 3G Tel) aay a visto que 0 denominadar ¢ positivo, ¢ o numerador & negativo. Conclui-se assim que o aumento dos gastos tem um efeito inequivoco de diminuigdo do saldo orgamental.* ‘Teorema de Haavelmo ou do orgamento equilibrado (O saldo orgamental equilibrado néo é neutro em relaglo a actividade econémica; se, por exemplo, o Governo tiver © orgamento equilibrado ao nivel de 100 u.m. (receitas totais - despesas totais ~ 100), e decidir aumentar essas receitas ¢ despesas para o nivel de 150'u.m., entéo isso implicard um aumento do nivel do rendimento de equilforio precisamente de 50 u.m., ou seja, 0 multiplicador dos gastos em relagdo ao rendimento seré igual a 1', como pas- samos @ demonstrat. Os efeitos de variates dos imposts e ds tansfertneas no sldo oreametal sto estudados ns exerecosresoividos deste capitulo, * Note-se que ete valor para 0 maultiplicador do orarentoaquilorag 46 &verdadeir no modelo que estamos consicear. Em geal, mul- Uplicador esl compreendideenze 0 |, Veu-e o Enercci eslvido 3.1 do préxime capil, © MeGraw at caP.2] (© MERCADO DEPRODUTO No modelo D=C+I+G C=CHere yea¥-T+TR T=T+y TR=7R 1-7 G Y= val passemos a exigir que o orgamento esteja sempre equilibrado. Isto significa que G+ 7R-T'=0, ou-G=-T+7R, pelo que a fungdo Y,= Y- T+ ZR pode ser eserita como sendo ¥,= YG. Ao fazer isto, as equagbes dos impostos ¢ das ransferéncias ficam redundantes, 0 modelo em que se impde que o orgamento esteja sempre equilibrado passa agora a ser: Cte iT TR-T= -G com a forma reduzida GsI40-06 y. -e Donde se conelui que o multiplicador do orgamento equilibrado & alg lve reo) 24 ce (2a) 'Nio ¢ necessérioexigir que o orgamento este sempre equilibrado para obter est resultado se exist algum <éfice ou superdvite no orgamento, basta exigir que esse défice ou superdvite se mantenha constante ao longo do tempo. Se, por exemplo, existir um défice de 100 u.m., um aumento dos gastos em 200 um. contrabalancado por um aumento dos imposts totais no mesmo montante, também i implicar que o rendimento de equlibrio aumente 200 usm 26 ‘O MERCADO DE PRODUTO [capa ‘A hipétese mais geral em relagdo ao orgamento é entio a de que G+ TR-T™ constante, em que a constante pode ser positive, negativa ou nula. O rendimento disponivel & agora escrito como sendo ¥,=¥-G-+ constante, Substituindo esta expresso no modelo acima, verificamos que o multiplicador dos gastos em relagio ao rendimento (quando se assegura que 0 saldo orgamental permanega constante de periodo para periodo) continua a ser igual a1, jé que a Gnice modificagdo na forma reduzida do modelo é 8 introdugo no nume- rador de parcela ox constante, Exercfcios resolvidos 2.1 Suponha que se verificam as seguintes relagBes numa dada economia: C=100+06 — 1=300 4) Dign quais os valores de equilibrio do rendimento, consumo e poupenga. +) Seo investimento aumentar de 50 u.m., qual seré o aumento no rendimento de equilibrio? ©) Represente graficamente, utilizando papel milimétrico, o equilibrio inicial eo final deste modelo (alineas @ ©), utilizando as condigdes de equilibrio Y= De S=T. 4) Suponha que as pessoas, para cade nivel de rendimento, resolvem poupar mais 10 u.m, Calcule os novos niveis de poupanca e de rendimento de equilibrio. 4) Sea propensto marginal ao consumo aumentar pera 0,8, qual serd o novo rendimento de equilibrio? 2) A forma estrutural do modelo escreve-se Dace C+e¥ sendo a forma reduzida igual 2 como constatou no resumotedrico deste capitulo, Substtuindo pelos valores do enunciado, ¥= (100+300) 0,4 = 1000. (© consumo total & igual a C= 100 +0,6 x 1000 = 700, pelo que a poupanga total S= 1000 ~ 700 = 300. ») Como © MeCraw it car, 2} ‘O MERCADO DE PRODUTO 7 ©) Ne representa gritic, a fungdo poupanga& igual a § | 6 0,4¥—100 = 300, vem ¥= 1000, 4) A funsto poupanga inicial era $= 0,47 — 100, {O unidedes, entfo a nova fangto poupanga pa | consumo C= 90 + 0,6¥. 0 nove rendimento | total $=0,4% 975-99 ~ = ¥- 100 -0,6Y = 0,4Y- 100. De ou sea, Se para cade nivel de rendimento a poupanga vem Sst aser $= 0,47~ 100 + 10=0,4Y~ 90, «que comespond = equillrio € agora igual a ¥= (90 + 300) 0,4 =975, sacrescida de fe uma fungdo © poupanca *: Se todos quiserem poupar vel de rendimento, com uma poupana total igual ine i neces fet de qu se todos quiserem poupar mais, entio o consume eon iminuirg, A procure pooper ik diminuir também,o que origin um deréscime de produsde «de rendi oupar mais se exerce sobre um rendimento inf modelo S 6 igual a, eo investimento ndo varou, ent ©) Da forma reduzida to; € como a tendéneia para ® Povpanga total nfo aumente necessariamente. Como neste ©-4 poupanga total permanece constante ‘substituindo C por 100; 7, por 300; 6, Por 08, obtemos © novo valor de equilibrio de 2000, Para o rendimento. + 2-2 Suponha agore que as transferéncias TR passam a ser endégenas, Adimita que z pode ser postivo ou negativo, @) Escreva o modelo xistindo a seguinte relag feréncias, | ¢) Que sinal deve ter = para que as trnsferéncas constituam ‘um estabilizador automético nesta economia? | Justifique. i 4 Senume dada economia se verficarem as seguintes relagdes: C=100+08Y, — y=200 T=504025Y = 3909, TR= 80~0,125Y ©) A forma estrutural do modelo & D=C+I4G C=S+ex, Wn¥-ram j raTsy | TR=TR+z¥ i 17 ont Y=D, OMe Hit nN 28 OMERCADO DE PRODUTO Icar2 ea forma reduzida » wy ar e a6 ar Te) ©) Os multiplicadores calculados ne alinea anterior sdo superiores aos obtidos sob a hipétese ds transferéncias auténomas, ‘quando => 0, e inferiores quando z <0, Sez > 0, as transferéncias pare os partculares aumentam quando o rendimento ssumenta, ¢diminuem quando o readimento diminui: neste caso, seri maior a amplitude de vaiagio do produto, ‘Quando z ) Bxiste um aumento da taxa marginal de imposto. 0) As transferéncias do Estado para os particulares aumentam. 4 Quantifique as alineas anteriores, supondo uma economia em que ¢= Jump-sum ow auténomos eumentam AT = 8; = 0,25 ¢ Y= 1250. Os impostos , a taxa marginal de imposto sobe para = 0,3 ATR=20 © Mera i car] (© MERCADO DE PRODUTO ‘A expressio part o saldo orcamental é ésée por $0=T-G-TR=T +1Y-G-TR. a) Existe um aumento de 7, ento | 350 1, ,aF 1-ell-1)-et_l-etetmot oor meg Teel) elif) Ir elt=) ‘Como tanto © numerador como 0 denominador sio positives, entio © multiplicador 350/27 também é positive (mas repare que € menor que 1; rao deve-sea que, embora o aumento dos impostos autSnomos provoque uma melhor imediata do saldo orgamental esse montante, também provoca uma diminuiglo do nivel de rendimento e portanto dos immpostosindozdos, pelo que © efeto final sabre o saldooreamental inferior ao aumento dos impostosauténomes). Podemos nto coneluir que um aumento dos impostes lump-sum tom um efito positivo sobre osaldo orgamental 1) Temos de caleularo valor do multiplicador A502 } De so-T+ -G-7R | enido 250, pyertalicetcd nav ey ser sary a Tme(I=1) ie) C=) dado que tanto © mumerador como o denominador sto positivos, Conlu-se asin, também, que um aumento de tx ‘marginal de imposto tem efeitos positives sobre o saldo orgamental a leone -ite Telit) I=e(=t) ae <0, BIR TR | dad que omumerador€ negative co desominador positive. Um aumento das transerécias deteroro sao omamenal Como seria de esperar, «expressio agora obtda ésimétrica ée obtida naalines c. 4) Em relagho @alinea a | 7 380 so= aF.282. aso= af 0 x (02/04) = 55 econ 30 (O MERCADO DEFRODUTO capa em relagdo alien b: 05 x (02 x 1250) (1-08 x0,7) om relagfo &alinea c: ASO = ATR 10 x (0.2) 04 ame 2.4 Supondo uma economia fechads, em que os gastos eas transferéncias sfo exdgenos, ¢ 0s impostos, para além de uma componente auténoma, dependem positivamente do nivel de rendimento, demonstre —utilizando os rultiplicadores dos gastos, impostos euténomos, ¢ transferéncias — que, partindo de um saldo orcamental inicial determinado (positive, negativo, ow nalo), se aumentarmos as eceitas¢ as despesas totais num mesmo valor (mantendo assim 0 saldo orgamenta nical), entfoo efeito sobre o nivel de rendimento serd precisamente igual a esse aumento de despeses (e de receitas). ‘Se o aumento de despesas 6 igual a 20 rendimento de equilibrio, a0 saldo orgamental, as exportagdes lquidas e e0 multiplicador dos gastos? (Procure pereeber os mecanismos ezondémicos que estfo por detris destes resultados.) 1essemos& economia fechada. Varnos introduair dnas mocificagdes no comportamento do Estado: por um lado supomas que as transeréncias eumentam quando o nivel de rendimento diminui (devido, por exemplo, a pagamentos acrescidos ¢e subsidios de desernprego);e, por cut lado, qu os gastos do Estado passam a ter uma componente contracicics (os gestes| aumentem quando 0 rendimeato diminu, ¢ diminvem quando o rendimento aumenta, sendo tanto majores quanto mais aastado o rendimento estiver do rendimento de pleno emprego). ‘Varios admitir que o rendimento de pleno emprege Y,= 2000. As equagdes de comportamento ée economia so agora as soguintes c=100+ 087, 10 yas G=170+a{Y,~1oomd= 024 TR=300-2¥com z= 02. 4) Determine a forma reduzide do modelo em relagdo 8 Y 2) Bxisternestbilizadores automiticos nesta economia? Queis? Justifigue {2 Caleule o valor do rendiment de ecuilibrio edo saldo oreamental, bem como os multiplicadores dos gastos autdnomos ‘e das transferEncias auténomas em relagdo 20 rendimento, 4) Agque é igual saldo orgamental de pleno emprego? £2) Coafiea a condigdo de equilforio nesta economia (S-+ T- TR =1+ G). Desdobre # poupanrs total de economi em ‘poupenga privada e em poupanga pablica, ‘f) E possivel melhorar o saldo orgarental diminuindo os gastos autnomos no mesmo montante do sumento das trans- ‘eréncias aut6nomas? Justfique Nera it

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