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‘contém textos fundamentais para a iniana quanto aotexto© Celie ad 8 50 osinasip op soso A teagan ‘abled ete un tno depart a omer de cepa, tpicond moor (Gere ce oma obra ese sr fin ‘ves somprendide Ox ineos do di ‘so, edu epee fab © ‘endo opis pam or ede ah or no end O ec, ea, poor pulsar Rap Baers, rcemeck> fpr sua importants tras eran ¢ or sr om don sesponave pla extinst {i si aki em iia. poses, ‘oa dostets por ele aduids dire ‘amend sn pubiadosem 2003 Sess Eats da cna verb Os ‘Bowed dcr €"0 text nog ‘a loli om out ris he mata ea cesarean do neo, pidge 1 "Diogo, pubs re "Orton eras no osc bres do pemamento akiimiano tn procuredo crabeleers rdaglo exe Een connter de mmol tec ‘Songer do dc cade co Iagio dices, compos di comune {ho lira, expat, 3 aner (Sees ence cement comtoren vledee ‘els pas compres do proces So da cramiengSo humana. Esa base leva necesrament, a den eats Frouuuon por Rabin nos anon 1950 © ‘Sco ds 6 proximador de forma ma Toprinets eu yun “Os nro (aus 19823} "0 texan ing ‘Sona ia sprsentade,ematzados, ‘Scukdoseimerds na conse dems Fecha pe dec a ‘don dimers evocnda como con (fo de onanc de um tro: a mate 5.10 96 Mikhail Bakhtin Os géneros do discurso rami dt, posi tas alo Beers Note da isi ra editoralll34 rprrona ss ors 26 Te ‘Ros Hangin, 592 Jardin Earopa CEP 01455000 So Pauls -SP Best elas i) 31-6777 wwwdiora.com br Copyright © tons 36 Led basa, 2016 “rag @ Palo Heer, 2016 Copyrg'0 ih iin Sree Poblated br aamarmen ith es ViaimroasErdone nd Srey Genpvch Bachar: Alsighs seme line sean os BT HCN AON ETON Rae (0s géneros do dscurso. O texto na linguistic, na filoogia ‘cem outras cigncas humanas.. apy, proto ioc oro len rahe Mae Praag Gri aml Hore Bsr eet Moe Anexos Nota do tadutor a0 “Dislogos”. Dislogo L. & questio do discurso daiégico Dislogo Hennes Et -2016 (2 Rpt -2018) Postici, Paulo Bete an Since Nain! do Eber Lo, Rl, Beas) Sobre o autor Sobre o tradator “nu paane iP SSeS aeneige Nota a edisaio brasileira ate volume reine quatro textos de Mikhsil Mikhilo vitch Bakhtin (1895-1975): *Os géneros do dicursa”, “O. ‘texto na linguistic, naflologiae em outrascincias huma- as", “Didlogo LA questio do discuso dialégico” e “Dis logo” (Os dis primeiros textos fram publicados na coletinea Esti slovtsnove torichesta (Estética da eva verbal, Moscou, Iskusstro, 1979), com organizagioe notas de Ser {gui Batcharow, e depois no tomo 5 das Obras rewnidas de ‘M.M. Bakhtin (Sobrdniesotcinien, Moscou, Réssit Slo- ‘ari, 1997), volume organizado por Botcharov e Livdmila Gogotchwi, com os ttlos "Problemi retchevikh jnrow”™ (CProblemas dos géneros do dscurso”} “Problema tekst v lingustke,filologi i drugikhgumantsenikh naukskh” (*O problema do texto na linguistca, na filologia © em outras ‘léncias humanas").A tradi de Paulo Benera fi publi- cada originalmente na coletinea Estética da cragio verbal (Sio Paso, Martins Fontes, 2003) «revista para esta edigio com coteo a edi das Obras reunidae. “Dialog I. Problema dialogitcheskoirétchi" “Dialog I" sto inéditos no Brasil e foram traduzos a partir do tudo tomo § das Obras rewnidas de Bakhtin (Os textos apresentam tes ipos de notas de rodapé: ax notas de Bakhtin; as notas do organizador da eligfo rusia, Serguei Borcharo,assnaladas com (N.da F)s eas noas do tradutor Paulo Bezerr,assnaladas com (N. do). Nowa ee baie > 0 testo na linguistic.” foi separado em dois textos diferentes no tomo 5 das Obras rewnidas de Bakhtin, publi ado em 1997: *O problema do texto na Linguistica." € “Apontamentos de 1961” (*1961 god. zametki”). Respei- rouse agi no entanto, 2 edigio de 1979 do ensaio, publ cada em Esttka soviénovo ortchestu. “Os generos do discurso” fi esrito por Baki entre 1952.€1953 em Sarans (capital da epublica da Mordva, ‘na Unido Sovigties, 630 hm a lste de Moscou),eintegrava lim projeto de liv ndo realizado pelo autor. Os manuscr tor foram publicados pla primes ver na revista Literatur oi Utchebe (Estudo Literrio) n° 1, 1978, pp. 200-19. (Os apontamentos de 1959-1961 do autor renidos em 0 texto na linguistics, na floogia e em outaseincias hr _manas" foram pablicados pela primeira vez como ttulo“O ‘problema do texto” em Vopréss Literatur (Questoes de Li- feratura, n° 10, 1976, pp. 329-38, revista dirigda por Va im Kojinow (Os dois “Didlogos” permaneceram inédts até sta pu blicagio nas Obras renidas de Baktin em 1997, Os géneros do discurso (0s géneros do discurso 1.0 rmonteata F'0A DEFINIEKO ‘Teds 0 diners campos da atividade humana esto i fgados ao aso da linguager. Compreende-se perfeitamente fue o carter a8 formas dese uso sejam tio multformes ‘Quanto os campos da atividade humana, 0 que, claro, n80 Contradiz a unidade nacional de uma lingua. O emprego da Tinga eferuase em forma de enunciados! (ors escrito) ‘oncretose inicos,profeides pelos integrances desse ov da ‘quel campo da atividade humana, Esses enuncados efter ts condigdes specifica ea ralidades de eada referido cam po no 68 por seu conedido (emtico} e pelo estilo da lin 1 Rabin mpegs tema vshisnaie, dread do infinvo ishing de nana Sexi annie pessine fonseneno em plas O pop auto run ishzcrone no {tio pl suse Em Mars flo dina ie ‘Gon Sie Paty av i fal ms ssa por VN. Vols. ‘Rinorest hjeton autora deo mennotermo aparece adie porno ports como “encase enunciago". Mas al no [Er asa cteenncg e buiads on meth empeg 0 forme ‘bic ge prs 0 Se po do uso eral ie a © “eur est caso cars, a aac pea e so" “opr cary et Por er, el oo dedaba o eno [Heneo prope aoe neo case sheep snui torn do) rater do dias n auagem, ou sei, pea selegio dos recursos lexieais, raseol6 sicose gramaticais da lingua, mas, acima de edo, por sua constragio composicional, Todos esses trs elementos — 0 conteido temitico, oes, aconstrug3o composicional — cstio indissluvelment igados no conunto do enunciado e ‘so igualmente determina pla especifiidade de um eam po da comunicagio. Evidentemente cada enunciada pat ular € individual, mas eada campo de ailizasao da lingua clabora seus tos relaticamente etiveis de enuaciados, 0 quais denominamos gineros do discwso. ‘A riquera ea diversidade dos génerox do ditcurso sf0 infnias porque sio inesgotives as possilidades da muli- facetada aividade humana e porque em cada campo dessa ativdade vem sendo laborado todo um repertrio de gine- ros do discurso, que eresce ese diferencia 3 medida qu tal. campo se desenvolie« ganha complexidade. Cabe salentar ‘emespeciala extrema heterogeneidade dos gineros do di «curso foraise esis) De fato, também devemnos incur nos sineros do discurso as breves replicas do dilogo do cotidia: 10 [salient que a dversidade dis modaldades de dilogo ‘cotdiano 6 extracrdinariamente grande em fanglo do teu te ma, da situago eda composico dos participants), o rela ‘0 coidian, a earta (em todas as suas divers formas), co ‘mando militar lacénico padronizado, a ordem desdobrada & ‘etalhada,o eperério basante vio [padronizado na maio: ria dos casos) dos documentos oficiais eo divesifcado uni verso das manifstagées publisticas (no amplo sentido do term: socais,poitias); mas ai também devemos ineluie as variadas formas das manifesagbescientfias todos os g& nets trios (do provérbio a0 romance de malkpls vl mes). Pode parecer que a heterogencidade dos géneros di de.” — € assim que nos cusos gerais de linguistic © gra- _mitia, bem como nos estudos espeiais de fondsiea elexico- logis, costurarn etsodui as partes dedicadas ao excudo das _espectivas nidades da lingua. Infelizmente, até nossa gea- rmitica aadémica recentemente Langads empeega 0 mex termo indefinide ambiguo “nossa fala. Veja-st coma se in- twoduz a respectiva part da fonética: “Noss fla se divide antes de tudo em orages, que por sua vex podem decompor- “acm combinagdes de palavess plavras. As palaras se di- videm nitdamente em unidades fOnicas minimas — as sla- Das. As slabs se dividem em sons pariculaes da fla ou fonemas..! ‘© que vem a set “fluxo dscursvo”, “nosso discurso™ Qual é sua extensio? Teo principio € fim? Se tém dura si indeficida, que corte tomstmos paca divd-lo em unida- des? A respeito de todas essas questes reinam a plena in ‘efnigo e a reticéncia. A palara indefiida ridtc (*ala, [diseuso]"), que pode designarlinguagem, proceso de is: Grandia cd lus nae, onc, 1952p enero dca x ‘curso, 04 sa 0 falas, um enunciado particular ou uma sr indefnidamente longa de enunciados e um determinado pe nero dscursivo ("el pronuncion um rétch discurso)”), hoje nfo foi transformada pelos linguistas em um fem i gorosamente limitado pela Signifiagio edefinido (definivel) ((endmenos andlegos osorcem também em outas lingua Tstose deve a quase completa falta deelaboragSo do proble sma do entnciado e dos géners do dscurso c,consequente ‘mente, da comunicasdo dscutsiva. Quase sempre se verifca ‘8 og canhiso com todas ess signficagies(exceto com a Sima), Mais amitide subentende-se por “nosso discurso” {qualquer enunciado de qualquer pessox; alm do mais, esa ‘ompeeensio nunca &sustentada aéo fim. !? Entreanto, sé indfinido e vago 0 que se divide ese de- compe em unidades da lingua, nests também se inerod- em 2 indefinigaoe 2 confus 1 indeFnigto terminoldgicae a confusdo em um pono metodoligca central no pensament linguistico soo resul tado do desconhecimento da real wvidade da comunicagio dliscursiva — 0 emunciado. Porque odiscurso 56 pode exist {de fto na forma de enunciados concrets de determinados falants,suctos do dscurso, © discurso sempre estéfandi- ddoem forma de enunciado perencentea um determinado sa- jeto da discurso,e fora dessa forma no pode existiz Por mais diferentes que seam os eaunciados pr seu volume, pe= lc eum dla i ode er igo cm rages combines de Palatina: Canseqaeaenene, nem todo encady see, De ‘Staple sr una unde do enucnd, Prempdese en sco "ls de um same, despeino-e os sors hams dais. Em “uenpraha com sims dos nena, toons dea es lo conteido, pela constugio composicional, eles tém como tunidades da comunicacio discursva pecliaidadesestutu- ‘als comuns, e antes de tad limites absolutamente precios. sac limites, de natureza especialmente substantia e princ. ial, pecisam ser examinados minuciosament, ‘Os limites de cada enunciado concreto como unidade da ccomunicagio discursiva si definidos pela altendncia dos Sujets do disearso, ou sea, pela akernincia do flantes, Tao enunciado — da réplicasucine (rmonovocal) do die 10 cotidisno 20 grande romance os tratade centfico— tem pr assim dizer, um principio absolute eum fim abso a tes do seu inicio, ox enunciads de outros; depos dose tr rmino, os enunciads responsivas de outros (ou a0 menos ua ‘compreensio ativamente responsiva silenciosa do outro ot, Por iti, uma agio responsiva haseada nessa compre ‘o) O falante termina o Sea enunciado para passae a pala- ra. 40 outro ou dar liga sa compreensioativament res ponsiva. O enunciado no éuma unidade convencional mas ‘uma unidade rea, delimitada com preciso pela alterincia dos sujitos do diseurso e que termina com a tanamissio da palavrs ao outro, por mis slenciowa que sea o “dint” per ‘zhido pelos owvints [como sna] de que o falante conch sua fala, ssa alternincia dos sujcitos do dscurso, que ei Kimi tes precsos do enunciado nos diverses campos da atvidade humana e da vids, ependendo das diversas fungies da li _guagem e das diferentes condigbes e situagdes de vomanica- ‘fo, tem uma natureza diferente e assume focmss viens. Ob- Servamos est aleenncia dos sujeitos do discurso de modo mais simples e evidente no dislogo real, em que se alternam ‘os enunciados dos interlocurores(parceiros do dslogo), gu Adesominados rpics. Por sua preciso esimplicidade,o dis logo €. forma classics de cominicagio discursiva, Cada 16 plica, por mais breve efagmentéria que ea, tem uma con: clusibiidadeespecfica ao exprimirceta posigio do fate ‘qe suscitaresposta, em rlaglo gu se pode asumir uma posi responiva, Esta conclusblidad especfca do enun ‘Sado serd objeto de nosso exame posterior (tatase de um dos tagos fundamentais do enunciado). Ao mesmo tempo, 1 eeplicas so inerligadas. Mas aguelaselagbes que exis: tem entre as replicas do dislogo — as relagbs de pegunta- responta,afiemacio-objvo,afimagio-concordinciay pro posta-aceitagto, rdem-execogio, ce: —sSoimpossiveisen tee unidades da lingua (palaveas¢ oragSes), quer no sistema da lingua (no corte vertical), quer no interior do enunciado Ino corte horizontal). Eas eelagies especicas entre as ré plieas do dislogosio apenas modalidades das relagdes espe ‘ifcas ene os entnciadosplenos no process de comunica: ‘io dscursiva, Esasrlagbes 56 sio possiveis entre enuncia dos de diferentes sueitos do discurso, pressupdem outros (em relag ao falante) membros da comunicacio discursva. Tas relagbes entre enunciados plenos nao se prestam 3 gramat Callzagdo, uma vez que, reiteremos, nfo slo posives entre tnidades da lingua iso tanto no siscema da lingua quanto no interior do enunciado, [Nos géneros discusivos secundsrios, particularmente os setricas,encontramos fenfmencs qe parecem ones ria esta nossa tse, Muito amide flante (ou quem escre +e) eoloca questdes no Ambizo do seu enunciado, respond 3 clas mesmas, far objegbes asi mesmo e refua suas prdprias ‘objets, ete. Mas esses fendmenos nfo passam de epresen- tagio convencional da comanicago discusiva nos géneros primitios do dscutso. Esa epcesentaco caracteriza 0s eros retéricos (lato sensi, incuido algumas modalidades dla esas manifestagdes, as relagbes entre géneroxprimitios ‘eproduidos, ainda que eles esejam no imbito de um enn. «ado, nio se prestam a pramaticalizaio e conserva a sua ‘naturezaespecficaesencialmentedistnta da [natureza das relages entre as palaraseoragdes (otras unidades da lin- jg — grupos de palavras, tc.) dentro do enanciado, ‘Aqui, com ase no material do dglogo e das suas spl «3s, Enecessrio abordarpreviamente o problema da oragio ‘como unidade da lingua naguilo que a diferencia do enn. ciado como unidade da comunicaeao discursva (A naturera da cragio € uma das questes mais comple sas edfieis ma lingistia. A uta de opinides em torn des sa questi continua em nossa cincia até os dis de hoje. Nio é arefa nossa, evidentemene,desvendar essa questo em o «daa sua complexidede; nossa intengio éabordar apenas um aspecto, mas tl aspecto nos pareve de impordnia substan- ‘Sal paca toda a questo, Para ns importa define com pre- 30a relagio da oragSo com 0 enunciado. Into ajudars a lidar com mais clarezao enunciado, de wm lado, ea ors » de outro.) Posceriormente trataremos dessa questi, por ora ob- servamos apenas que os limites da oragio enquano unidade a lingua nunca sio determinados pla alternincia de sue- tos do discurso. Esa alternincia, ue emoldura a oragio de ambos os aspects, convertea em um eaunciado pleno. Fs- $1 oragio asume novas qualdades e€ perceida de modo Inteiamente diverso de como é percebida a oracio emoldu rada por outrasorages no contexto de um enunkiado dese dou daquelefalaoee, A orago € um pensamentoeelativaste- te acibado, correlacionado de forma imediata com ovtros pensamentes do mesmo falante no conjanta do seu enuncia~ 1 i ia ipsa deci do; x0 término da oragio,o flante faz uma pausa para lo- [go passar ao seu pensamento subsequente, que continua, ‘completa e fundarienta 0 primeio, O contexto da orasio é ‘context da fala do mesmo sueto do discurso falante) a ‘raga ndo se correlaciona de forma imediata nem pessoal ‘com 0 contexto extaverbal da realidad (a sewage, 9am bene, a pethistéra) nem com os enuneiados de outees fi lanes; mis to somente através de todo o contexto que a ro> dia, to, através do enuincado em seu conjunto. Se, po- 'ém, a orag3o no ests cereada pelo contexto do discurso do mesmo falante, ou sea, se ela & um enunciado pleno e ac ado juma replica do didlo), entio el estaraimediatamen- te e indvidealmente) dante da realidade (do contexto ex- teaverbal do discurso} ede outros enunciados dos outro ‘estes jnfo se seg a pas, que & defiidae assimilada pe- To proprio flante(pausis de toda espe, como manifesta- shes gramaticais clculadas e assiuladss,s6 so possives ‘entro do discurso de um flan, isto dentro de um ent ‘ado, as pausas entre 0% enaneiados no so, evidentemen- tes de natureza gramatcal esi rely esat pasas reat — pecolipias ou soscitadas por esas ov aquelas circunstie- ‘as externas — podem destuir também um enunciado; nos sero fcionaissecundérios, ais pausas sio levadas em ‘conta pela arta, o dretr de cena, 0 tos, mas por princ- pio els diferem tanto das padsas gramaticais quanto das ‘pausas estlstcas — por excmplo, entre os sintagmas — no Interior do enunciado espera-se que esas pausas sam se- _guias de ua resposta ou uma compreensio esponsiva de ‘outro falante,Semelhante oragfo, tomada enunciado pleno, sank uma validade semintia especialy em relagio a ea po- ‘dese ocupar uma porigio responses, com ela se pode con- cordar ou ditcordar, podese executi-la,avaliél, ete: no ‘conrexto, a oragiocarece de capacidade de determinarare- posta; els ganha esa capacidade (ou melhor, familarzase om da) apenas no conjunto do enunciado, Todas essas qualdades ¢peculiardades absolutamente novas pertencem no i pe6ipris oFasdo, que se trnou ena ‘dado pleno, mas precsamente ao enunciado,traduzindo a sua naturezae oa narueza da oragio: elas se incoeporam ‘oragio completandoa até rorni-a enunciada pleno. A ora ‘io enguanto unidade da lingua carece de todas ess pro- Dridades: no édelimitada de ambos os aspectos pela alter rca dos sujetos do dscurso ado tem eontato imedito com a realidade (com a stuagSo extraverbal) nem relagdo imediata com enunciados alheios, ao dispde de plenitude ye. ‘mantica nem capacidade de detenniar imeistamente a posi- ‘lo responsva do auto falante, ist é de susciarresposta. A oracio enquanto unidade da lingua tery naturezagrama tical, fronteias gramatiais, lei gramaicl eunidade. (Exa- ‘minada em um enunciade pleno e do ponte de vista desse ‘gum acontecimenro cotidiano) ou com pontos de vss, vi- Stes de mundo, corentes, teoras et. (no campo da coma- nicagio cultural). Uma visio de mando, uma corrente, um pnt de vista, urma opniao sempre tem uma expresso ver- hralzada, Tudo ito € dacursa do outro (em forma pessoal ‘ow impersol) «eit do pode deixar dese refleti no enon: ciado, O envnciado esi voltide mo 38 pars 0 seu objeto ‘mas também para ox dscusiox do outa sobre ele. No entan-

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