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[COMBLIN, 3050.0 Espirito Santo e 2 Hoertacao, Petropolis: Veses, 1988, piosiae. ccaprruLo mH © ESPIRITO SANTO NA IGREJA © Esplrito Santo nio € enviads a uma Igeje jé consti dda antes da 101 mitsio, A missio do Espisito Santo € cons- titutiva da Igo. Poi, «Igreja existe porque o Esptito Santo the foi envindo. Surge a pert deste dom. Por isso a lareja ‘lo 6 nem anterior, nem exterior 2 missio do Espito. Pri rmeiro hd uma missio do Espirito a toda a eriasio para que cesta criagio exist Dentro desta missio geral surge e existe a lereja Esta obrervagio & importante. Ela mostra que a ayo do Espirito no € determinads pola agdo da Ipteja. Nio é a Teja que mostra os ramos do Espirito, Ao invés, 0 laren dove seguir e somente existe na medida em que sepve 05 rumos do Espirito, O Espirito faz da Igreja o seu instrument 8 sua mediaglo para agir no mundo, um dos seus inst rmentos e uma das suas mediagGes sinda que privlegioda [Neste capitulo veremos 0 que o Espirito faz nn teria © com a Ips, O primo pardgrafo seri dedicado aos com fitos gerais que servem na Tradicio cris para dfinir a telasio entre 0 Exprito e a lareja. O sequndo pardgrafo bus ard a presenga do Esprit nae notas da Igreja. O terceiro econhecerd a prosnga do speito nas atvidades da Terie. Eo quarto pardgrafo encontrar 0 Esptito Santo nos mi istics § 1. A RELAGAO ENTRE ESP{RITO E IGREJA EM GERAL (Os orients acutam constantemente os ocidentis, catlleos ‘ox protestants, do nso revonhocerem o papel do Espirito Sinio na Igreje. De fato, na pritica como na teologia do Ocidente, 0 Esptito parece acrescentado a wma realidade de- Finide sem ele. No protetantimo a Igreja € coastitulda pela paleyea de Devs, A‘palavra existe primelro. O Esplito inter ‘én para comunisr ou para reconhecer esta palavra. O Es: pirito ajuda, mar no consitl, Para os catélics, de acordo fom a teologia de Belarmino que prevaleceu na teria e na pritia aié o Vaticano IIe sinda prevalece na pritica desde filo, 2 Tgreja € uma organizasdo fundada por Jesus, dire ids pela hierarquia que garante a fiel exccugo das funges Gefinidas por Jesus gragas aos poderes recebidos del. OES Piro. Santo. vem. para stetier, santfiear, sacralizr, dar forge © suloridade 20. que faz a Igroja. Mos todo. sucede como se no exstize, Na Ipreja os pessoas fazem tudo como Se 0 Espirito Santo nfo exitse, Depots, atribuem 20 Es- Dito Santo tudo © que decidiem e fizeram. Esta autent ficagéo rontifica ¢ socralizn uma atividede no fundo humana. Nese caso, © Esptito no esté-verdadsiramentc na Igreja- Esti sobre a Tpreja como vm selo que a autemfca, mas nfo € 0 autor donde prosedem a Iara e 0 seu agi. De fato, rites yexes, como dizem s orientss, na hiséria do Oct dente a asio da Igreja no parece muito diferente Ja, ago tes. poderes policoe ou des inntugtes colturals. O disito S semslhante, As repr slo as inesmas. A teolopia procura a maior asimilagio possvel, definindo a Igreja como uma ins- Uiuigso paralela. 20 Estado, ainda que agindo no mundo su peton Em primero lugar vetemos ay frmulas tadiclonsis pelas quais se exprime na tradiglo a conexio entre Espirito ¢ Taree. Depois procuraremos ver em que o Espirito modifica ‘© comportamento humana ma Igreja: 0 que produz espacif amemte © Espirito Santo na Igrsja. Finalmente veremes que © Espirito Santo € comunidade ou comunto, existe na co- ‘mnidade © eria eomunhio. 10s A. OS TEMAS TRADICIONAIS SOBRE ESPIRITO E IGREJA 8. No Novo Testamento A primeira vist, no hi na Biblia muitas expliciaghes sobre ‘a rlaglo entre Espirito e Igreja. No eotanto, € pre- cio levar em conta que todos os escrtos do Novo Test mento falam em fungio da Igreja. Habitualmente io se foln do que acontece entre Deus 0 individuo, mas entre Deus 4 comunidade, Deus e 0 seu povo, assim como no Antigo “Testamento. Assim at promessas do Espitito nos eseritos de S. Jodo foram fellas 4 Igrja. O “vés" de 8. Joo € a Igrea. O Es pit Sano 6 “enviado” A Ipreja (Jo 15.26; 16,7). Ele “vem” faa Igreia (Jo 1526; 16,78.13), "permancce” a Tgreje Jo 14,16-17). Seré “doado™ pelo Pai (Jo 14,16). Ele conduziré 1 Igreja & verdade (Jo 16.13). © dom do Espirito apés « Tesurreigio nao est6 limitado 0s Doze (Jo 20.22) [As epistolas de Paulo consiver um mareo que delinita ‘0 conctito de Tate. A Tareja nunca se deslige da. comunt ‘dade concreta, local, material. A Tgreja nunca seed umn ere tidade’puremente celestial ou abststa, Quem pensa na Teri, pense imediatamente e em primero lugar na comunidade con. fret, Ora a comunidade concreta ets animada, reunida, ot fntada pelo Espirito Santo, "Todos fomos batizadas nun 36 Espicto para ser um s6 corpo, judeus grepos, esravon € Hives, e todos obemos de um #6 Espirito” (ICor 12.13) (Os done do Espirito vervem para a construgio da Igreja (1Cor 14,12). Av comunidade de Corinto & uma carta de recomen- dado para 0 ap6stolo Pavlo que a fundou: “Uma carta ex frita mfo com tints, mas com o Espirito de Deus" (2Cor 533). Foi @ Espirito quem fer a comunidade, Por outro lado, @ evidente que a ago do Espirito ce exer na Inreja, De novo pata 5. Paulo o Espirito é dado a Igreja. O “nds” € 2 prea, a comunidade, Paulo tem também o conceit da Igrja Deus universal, espathado no mundo intero, 105 © judeus. A reconcliagzo dos inimiges, gregos © judeus, no corpo de Cristo fazse pelo Espirito. Aqui a Igria exté 0 Espirito (EE 21822; 43.4). Na teologia de Lucas, primeiro vem o Esptito. © Espirito suscta 0s apdatolos. Por’ meio destes, 0 Espeito suscit as ‘comunidades: em cada comunidade esté a Igrej. O mesmo ovo de Deus estd em cada comunidade no movimento issionério que as redne numa unidade dintmics. Esta presenga criadora do Espirito tem que ser toniads no sentido ‘mais denso. Nio se trata de um. selo sobrenatural ‘cobrindo um procesto humana. As comunidedee nescem resl- mente da experincia que fazem do Esprite. Ndo s80 come. nidadss de ‘puros alunos que aprendem uma doutrina enci- nada pelos spésteles. Nio'sio novos adeptos recebendo 05 sinsis de adesio & organizagiolgreja, Os membros das co ‘munidades experimentam por si mesmos uma realidade nove. ‘A pura palavra nio gera 1 comunidade cris. Nem simples ‘adesio 2 organizagio eclesietica, Nio se tra de fazer 1 crutamento de membros novos por meios humanes, atibu indo depois © efeito a0 Espicto Santo invisivel. Nao existe eomunidade simplesmente pela odesio pussiva a ume Igreja preexistente. A comunidede nasce de pesos que fizeram a xpercia epirtual juntas, Esta experiéncia € uma astm lagdo ativa da palavra, © a entrada como membro ativo na corzanizagéo da Tprea.O. Novo Testamento sabe bem que Igreja nao deriva de Cristo dietamente. Nio deriva certa- mente da sua atividade durante a sua vida moral: ot evan selhos mostram os ditefpules passives. Ora a Igreja nasce ‘quando of pasivos se tomam ativos. Ite acontecew somente Aepols de indo do Espito Santo. Nem sequer fol Jesus faptrecido.s08 disefpulos quem deu oxigen Tare. Foi o Espirito Santo como realidade experimentada e vivida pelos disciples 1b. Na deutrina dos Santor Padres [Nada mis constante tradisfonal do que # unio da Tpreja © do Espirito Santo nos Santor Padres, Contudo, doutrina 107 permaneceu bastante indeterminade. O texto mois famoto 6 de S, Irineu: “Onde estd a Igreje, af eet também 0 Espiito do Deus; © onde esté o Espeto de Deus, af ext a Igri ‘toda graca. Eo Espitito € a verdade”.' S. Trinew responde 0 montanismo que quer spenss uma Tgreia profética, dis tinta da organizapdo jf bem montada sobre a base dos bispos do bispo de Roma, Irinew nto nege o Espirito nem o mi timiza. Mas coloes-o na Igreja. Podia fexiio com credibilk ‘ade porgue sinda havin carimae do Esprit a Tgeja. Pera le 0 Espirito ainda € uma realidade concreta. © Eepeto 6 uum dom feito a Igreja. Hipélito de Roma € discipulo de Irinew © enxerga também o Espirito como o dom feito & gta. Por sina, nos Santos Padres, 0 Foptto estéNigado ao be- Vismo ¢ A cucarstia, Estes dois sinais epirtusie que geram 4 Igeja slo testemunhos do dom do Espirito feito 8 Igreja. Batismo e evcaristis $30 celebracdes da Tpeia e aso simples mente grogas dadas ao individuo. Manifestam presenga do Espirit na. Ie. Até 0 século TV, 0 Esptito & um dom que ¢ reebido ne lgveja © habita nela. A partir do steulo IV © Espirito Santo tmmase menos concreto e mals pessoal. 14 nlo hd mals ex- pevidncia do Esprto e sim expeculaslo winivria ? Sepundo 8. Girilo 0 Espirito € “o guardigo eo suntficador da gre- ja", “0 eanificedor, sjudante e mestre da lgrja".* B uma ese que © Tea © Ho pees um dem que reside No docorrer da histria sepuinte aplicamse 4 lgreja as duae séries de atibutes. © Fspiito ¢ dom, & reecbio, acolhido, hhabita na Igreja, € © Espirito guia, dirige, lumina, ete, a Ta. ‘A Tere oriental permaneceu mals ict 9 concspeio do Ee plrito dos Santes Padres porque manteve uma idcia de Igre- ja mais ampla © mais concrela. No Oriente 2 Igreja existe lantes de mais nada na celebragio ltirgice. Ora, eta cone tit sempre ume verdadelra expesiéncia spiritual. © Espt- ito nfo somente € evocado mas de ezrto modo percebido. A Iiturpia oriental ff € uma presenga do reino de Deus: af © Espirito tealiza 0 acesso a’ Cristo ressuscitado ¢ por Ele 49 Pai. No Ocidente 2 lgreja fol concebida mais como meio de talvasio do que como a realidade da salvagio. Na Ierls Ca tclien a liturgia evoeou pouco © Espirito © 9 pove nio ze conieces © Esplto na sua liturgs, Recebeu os sacramentos ‘como meios necessirios pera a salvagdo, meio estabeecides por Jesus e administados pela hievrguia® sumi a experi ncia espirtual. ©. Documentos (Os antigos simbolos de {€ uniam a {€ no Espleto Santo 2 16 na Igree. Diziam: “Creio no Fspiito Santo na Tareja cotsica”, juntanda as duasrealidades.* Mais trde’s Igeie separouse do Espiito Santo formendo um estigo eeparado, Os Conetios ccidentis invocarem Esprto Santo. Mat © Espirito intervém para apoiar-e confirmar as decisdes cop bllares, Nao houve wma douttina eobre o Espirito na Terla, © Vaticano IT abrin ym processo radicalmente nove na Tpre- ja do Ocidente. Assim mesmo nio conceguiw, nem procurou propor uma expcccfo elaborada sobre a rlagio ent a Ipre: 2-60 Esptite. A incspacidade des Padret Conciiaes rellte 8 situagae da Igreja Calica erm geal. Ainda alia uma Toren bvolugdo antes que 0 Espito Sano seja reeonhecklo como conve, Em todo cso, 0 Vaticano II foi uma mudanga importante que signifiea provaveimente um primeira. passo part novos rumos. Na Lumen Gentiumn, on. 4 reuniw alguns textos bt Sept eeeinae 109 Dlccs sobre a Igreja © 0 Espirito, mas sem elaboragto siste- mitica." No Decreip Ad Geries on. 4 expée alguns temas fobre Pentsostes e a missio do Esptito, O+ Pudres Conc liarestveram modo de abu demais ao dia de Pentecostes por ieo restringiram 0 papel do Espirito Santo t0 que # smanifesios newse dia de acordo com + exogese habitual, bas 4, 0 conceit de alma de Iereia Divers veres na histria da teologia howe tentativas de Gefinir a Igreja. Desde o sfeulo XVI prevaleceu na Igreja Cardlica'a definiglo de Belermino: esta parte do fato socio. pico, sendo a Igreja a sociedade dos que sio_batizador, créem’¢ se submetem ) autoridede de rarguia. ‘No. sé culo XIX houve ume época em que tendew a prevalecer a Aefinigéo da preja como corpo mistico de Cristo, Assim re: ziva 9 proto nunca discatido pelo Vaticano 1. Também a ‘nciclisa Mysic! Corporis de Pio XII se orientava neste ten- Wide. O Vatisno IT recuos © negouse a fazer do corpo mis: tico uma definigfo. Tratwo como uma das figuras da Teej. Se 0 corpo mistico fesse uma verddeira definiio, © papel do Espirito Gcaria reduido.* [No inicio do sflo passndo J. A. Mahler lancou a defi nigde da Tareja como encarnagto continunda. Fota definigfo feve sucesto no sfculo XIX e também na primelmn metade deste século. © Vaticano Tf afastoua. Ao contério, Lumen Gentium vinculou a Igreia com 0 Espirito Santo. A conti ‘nuidade esté na uingio de Cristo © da Tpreja pelo mesmo Es- piso (LG 8.0. ‘Todas as definigGes anteriores se prestavam a acusacio de cristomonitmo que not ditgem ot arientas. H. Millen mos- 110 ‘ou que © Vaticano II quis justaments fundar 2 sua doutrina da Igteje na missio do. Espirito Sano. provocando uma in Yyenfo de toda a evolusio anterior no Ocidente. ® ‘Além disso, Lumen Centum assumiu uma idéia que ver doy Santos Padres, sobretudo’ de S, Agostnha", foi dest: cada por $. Tomis ™ e ji proposta por Mystic! Corporis de Pro Xil: 0 Espirito Sama ¢ como 2 slma da Igrea. Cumpre ss fungées da sla no corp. A Ireja € como 0 corpo que ‘© Espirito anima como « alma anima 0 corpo. Claro ess que esta analogie deve levar em conta 0 significado muito cspeifio que tas concltos tha na escolstica medieval © gue $0 pouco fanilises 20 modo de falar atl. Assim diz.o Vaticano II: “(0 Espirito Santo)... de tal forma vi ‘ilies, unifiea e move todo o corpo que seu oficlo pode ser comparado pelos Santos Padres com a funglo que exerce @ Drincpio de vide ou a alma no corpo humana” (LG 7,7) [Nedte texto os Padres do Vaticano TI insistom na sua re ccxsn de dar uma definigio da Igrejz. Tomam a imagem da Sma como uma compareyao tradicional entre outras. A sua intense. profunda fol dostwear a fungio do Espirito Santo sa Iga 2 A imagem da alma salienta s uniso estelia ente 0 Espi rito ¢ a Tgree, mos ndo far apaeser ob conseqiénces desia unl, Se-se fomasie lteralmente, poderia super que tudo © que for a Igrej, 6 igualmente espistual. Ors, se tudo & spiritual, nada € espirtal. Se o Exptilo ¢ a “normaliade” ‘da Igrjo, 2 sun presenga deixa de ser significatva. Podese prescindir dela para a prtica, De fato, muitas vezes, depos de sfirmar que 0 Espiito & a alma de Igeja, agese como 0 néo exists, Por interessante que sefa 0 fSrmula de. cma ada lpr, ela no chega a inspirar uma pritica. categoria a pertence ao lingusjar da “eubstingia” pica da men talidade greza, que define a essfacie exema e universal das See = ae ‘SS nmas Co Mm coisas, mas prescinde de histfria. que mals nos interessa a reperoussdo conereta € histérica da presenga do Espirito tna Tgrea, So 0 Esplto Sanio esti unido a Igreja como a Alma #0 corpo, © que significa isto na prtica? B. © SIGNIFICADO DA PRESENCA DO [ESPIRITO NA IGREJA Se 0 Exptito Santo esté unido & Tprefa © presente na sua vida, a lIgfja i de ser uma sociedade bem diferente di futrae sociedadee fumanss. Poderamos cair numa forma de nestorianismo eclesioligico, que é a tentagfo catliea desde Hades Media e desde Belarmine: por um ledo a Igreja feria totalmente conduzida e inspira pelo Espitito, seria ‘uma reslidade misteriosa definida pela preseaga do Espirito, «por outro lado, seria uma sociedade humana regida pelas fiesmas leis que regem os sciedades humana, Seria por um Indo temelhente a0 ino de Franca ou & republica de. Ver neza, e por outro lado seria uma tealidads fnvisvel. Heve- fia jstapocipdo, mas o Expt invsvel teria pouca repe~ fassfo na hisSeia vive © presenga do Espirito Santo ser Vira. para sacraliet OU autontficar a sociedade eclesisticn {atic mas visivelmente mada £0. poreebera. desta influén- cia, Viivelmente a Ipeja agiia como qualquer sociedade humana soberana Por outro lado pode haver um monofisino eclesolgico ‘que seria 4 Lentoplo do. Osiente. Conssirin em idelizar tanto a Tereja vista, sobretudo a roja presente na liturg fque esta grein jé estaria vivendo nos ofus, seria uma pre- enya do ca na terra, seria Iteralmente 0 reino de Devt na term. Perderse-ia do vista a sua realidade histrica concreta f todas as suas dependéncias para com as outras realidades Fistéreas, econimica, poltcas, cultrais: a Ipreja.flarin ‘lém do’ alcnce Js politica, da economia ¢ d3 cultura, © seria como um pelaco do cfu na terra, Entre tal monofisismo tl nestorianismo, temos que bus: car o equiv: 0 que significa na Iprsja a presensa do Er pte? Vamos primeiro desclassificar algumas falas interpre 2 tages desta presenga. Depois dsto, nfo daremos uma expo sipio completa, impossfvel no estado atual dt dovirina do Espiito eda Tgreje, mas algumas indicapSer neste sentido, 8, © que no & a presenga do Espirito ma lrcia Desde Idade Média 2 “eristndede” ov societs chris: tian suscitoa muitos movimento: de reago que_peristem até of dias de hoje © provocaram muitos cismes. Tait mo- vimentor fizeram a distingGo entre uma Igreja expritual © time Igreja carnal ou material, Esta secia a Igreja ligads 2 Ccistandade ea todes as suus corruppics, seria uma nova sinagogt, uma Igreja da ki, dos escravos, do tempo. Os adversirce denanciavam na lgeja CatSlica esta Igreja carnal ‘Queriam uma Igrejn espvitual. Joaquim de Fiore e os seus svcesores sio|_mulat eres citador eomo os precursores de fuma teologia da Tgrja copiritual. ® Concretamente, a Tgreja cpritual tendia a exclu ou a desvalorizar o papel do Papa, dda Catia Romana, dos bispos © do cero, assim como de todas as instuigoes que formesiam 0 clero a base © 2 jos titiasio dos seus priilégios: of sacraments € of rtos "para sveramentais". A. Igoja espvitual seria uma Igreja sem ins- ituigo, ou com 0 iinima powivel de instuigio. Espirito seria 0 contério da instiuigao. 0s reformadores quiseram todos de certo modo uma Igreja ‘spiritual, Por isso redusirem eertas instiuigées eclesiéticas dda crstandade medieval." Na priticn hi muita diversidade ro prtestantiemo de acordo com os diversos depraus na “de: finstucionalizagio” da Igreja, Muitas vezes mudaram 0: fcentos na inatitugGo. Por exemple, as grandes denominasies nascidas no século XVI salentaram todo o aspecio da pre 16 Be ta ie, rm 8 Js See eee Rata ee us sagio da palavta e redutiram 0 aspecto dos sacramentos. Mas ‘nfo mudaran fundamentalmente o cariter insltucional da Iereja. [Na pritca a distingio entre Espirito ¢ insiuigio nfo vai ito Tonge. Pois toda realidade humane 6 instucionl. O ye devemos saber € 0 seguinte: quais io as mudancar que {2 presenga do. Espirito traz nas instiigSes? Suprimit oa ecto institucional da Igreja seria um sonho realizével npenns pelos anjos, mas impossiel na terra no meio dos omens. Aliés, toda 's histria biblica ¢ histrin eisth mostram que fempre a Igreja teve instituigdes. Deincmos de lado a dit tineao abrupta entre Bspitto inttulgso. No fundo ela pro- cvde da mentalidede grega que opbe exptito ¢ matéia, Ora, © Espirito Santo aio fica fora ou Jonge da maiéria. A ma ‘éria vem do Espirito © 0 Espirito ests presente nela © age por meio dels, Centos tedlogos protestantes epuseram Espirito & Institue 1 parir da oposigdo entre acontecimeato e instiuigdo. Neste sentido a instituigio designa tudo o que & estrutura, estab Tidede, continuidade, O-scontecimento & um fato punctual. O Espino estaia apenas no acontecimento: concretamente tratar se" do acontecmento da conversio © do. nascimento da (6. NNisto estaria o Eeptito. A continuagio (aria entrerue %0 peso da histia que intituetonaliza ste distingio parte também de uma oposiglo entee Esp rito e materia, © exprime um medo da matéris, como sea Imatéria fosse ® origem do. mal eda corrupsio, ideia que pevtence 4 heranca elenstica do mundo eristio. Ora esta hheranga 6 justamente » tentagio permanente da erstandade que viveu 0 erstianismo desde © segundo séeul. Por snal, os movimentes expititalistas procedem do lites culturais. Os pobres vivem mergulhados na matéia de tal forma. que esta munca pode ser esquecida, Nio rejetom a matéria, e sim tal sistema deierminado, tal expressio histé- flea do crsianeme, ry Por conseguints uma Igreja esplrtual no seré uma Tpreja sem instuigso, nem uma igreja fora ds materia do s0u exo histo, Por fim convém observar que certs temas antigos so fa citmente deformados nos tempos atusis porque por inadver- tlncia usamos as mesmas pelavras com sentides dlferentes. [Na mentalidade do mondo capitals tudo 6 interpretado a parti da propriedade, Se se fala. em "dom" do Espirito, fenterdemor’ 9 dom no sentido do “proprladade” 0 que n> cra "meu", ternouse “meu” Ora na Biblia © dom quer dizer uma entga de capecidade. Quem reccbe o Fspitito nto 0 recebe como uma propriedade mas como uma nova capaci- dade de agit. Por isto memo o dom no 6 exclusivo como proptledade. Se o Espirito fol dado a um, isto ndo quer dizer ‘que no possa ser dado a outro. Da mesma manera, © o Esprito reside ou habita na Igre- fa, ito no quer dizer que « Tereia 0 “posui”, mas antes ‘que "6 possulda” por ele. Quem reside ou habita na casa, 20 dono dela, o centro dela, Acasa esté em fungio de (quem reside clo. Por conseuinte devemos euidadosamente Sliminer todo rango da mentalidade de proprietirio que nos penetra nconcientemente. Vejamos agora positivamente © que significa 0 Espito na area, 1. A Tereja como eriapto de homens AA Tpreja nlo.nasce apenas do Cristo. Nasce também do Espirito, Ora, de que forma age 0 Espirito Santo? Nio da pane de fora como Cristo, mas da parte de dentro. O Fspi- ‘ilo penetra no suntuiio interior do ser humano e faz brotar dele 2 sua acio. Nio se distingue a agio humana da aso do Espiito, Pois 0 Fspitito esté exendido na multito dot teres Inumanes mos quais reside. O que procede do Exptto rece como ato humano. Se a Igrea do Exprito, nasce doe seres humancs. Aparentemente tudo sucede’ como 22 fosse ‘uma eriaglo. dor homens. AA palavre criag3o convém no caso. Pois o Esphiito & cria- dor: faz nestor coisar novas dae coiste entigats faz nascer {de novo, O Espirito é 8 origem da novidede daquilo. que omega a exis. (© gir humano pelo qual se evia & Tgroja € lento, proton: ado, repetitivo, vai tateando, tem momentos rSpidos © mo- rmentos relaxados. Onde a Igri matce do apir dos homens? Nas pequenss comunidades, nos grupos de base. A Igroja nasce do Espiito sli onde pocientements se retinem os diseipuloe pare forms. fem uma comunidade cris. Todas ax inicativas, os exforgs, fs aproximoptes pelos quais ce produz e ce mantém uma comunidade, so © apir eridor da Tpree. Pols 0 Espiito ria a Igreja em smilhares « milhoes de pontor disintos da tema, em milhores e miles de Tugares ein quo se reGnem comunidades. A erises0 da. Igieja pelo Espirito Santo renovase desde hf 2000 anos. A Igtela masce constantmente ras. miitiplas comunidades. Dizer que a Tpreja nasee do Es evn origem da Igrja no povo ficaram sem cbjeto, Pols a Tayeja nase simultancameate de Cristo e do povo pelo Es pirito Santo. A Inyeja no nasse de cima para baixo como as nagies a partir de um poder central. Nasco de baixo para cima 1 par fir de grupos de ase. O lingusjer do dirito canénica pode fenginar. Av comnilades de hese no naseom pela descen trnizagio da parsqvia, Mas » pandquia masce a part do um srupo do comunidades. O dieito pode “funder” uma paré ‘quia. Mas para que wma pandquia fendads polo direto existe realmente ela deve ser o reconhecimento dos grupes de base fave preexistem a ela. A diocese nao existe porgue um de creto juvidico # institut. Para que his Tareia particular real preciso que haja uma comunho de muitas comunidades de Inet O deereta fundande juridiamente ume diocese vem con firmar uma IgtejaTocal que devia exisir previamente. © di- rsito nfo funda uma realidade eclesil. Pode apenas recoohe- Cerlhe a existénca, eseuturila, organiza 16 A lreja & eapititual precisamente porgue nasce de baixo para cima, Difere das sociedades humanas nascidas pela von- fade de um poder, A Igreja nSo nasce a partir de um poder mas a partir da comunhao que une as pessoas © as coms nidades, Este comunhio € trabalho humano perseverante continue, A forga que permite fazer tal criggio a partir da base € 0 Espirito Santo. ©. A Iereja as ouiras religides [Nao se trata equi de definir 0 etistianisme no meio das religides: eeta 6 uma tarefa da eclsilogia. Ceremos apenas sublisbar 0 que s missio do Espisto traz nese assunto. Se a Igreja se consrsi polo agir dos seres humanos, estes ‘nfo o fazsm por puro dectelo da vontade, Nem @ at0 do 16, nem a soidarledade e a comunhfo que levum & comunidade furgem do ads, O home nso pode erar a partir do nada. Somente pode erlar a part da heranga que recebeu. Este heranga €'2 sun cara, sobretudo aguilo que foi e & sem pre o centro da cultura, 2 relgifo, Os eristios semente podem Consirir a cua f6 ¢-a tuo vida exsth a partic da sua reigio fnteior. O Espirito Santo mio faz uma rupture otal com 0 possado. Cria a Igteja a partir do material reeebido das re Tigibes, © Esprito Sato. jé estava preparando © rein de Deus e a Tgrea nat relpies do mundo. O ecsianismo pre- cisa de uma religiio para constuir a lreja, Uma eclesiolopia fundada no Fspirito Santo mostrard tudo © que procede regio grecoromans no cristsnizmo atual> na. doutine, mos ‘actamenton, na orgenizasi0. Ora, se 08 povos recehem 0 cristanismo pusivamente ¢ ossimilam assim na forma que thes & opresntada, a Iprjo fo Espirito no re constit, Foi o que acomtecew freqiente- mente na Américs no caso dos indiganas ¢ no caso dot e craves afticanos. Foram integrados numa Tprein gue eles pro pris nfo crim: conceqientemente a su cri 0 foh Sficial © superficial. Podemos dimer que em grande pate 8 Ipreja ainda esté para ser fundada na América. Somente n7 pode ser fundada pelos indior pelos negro: somente cles podem criar. Somente neles ¢ por meio deles € que o Espirito pode crisr & Igreja.™ 4. A hhistoriidade da Igreja procede do Espirito Santo Se a Igreja forse apenas uma criasfo de Cristo, se tivesse ‘ido apenas fundada por Jesus na sua vida mortal ou, depois da eva returreigdo, ela seria apenas uma continuasio do met ‘mo no tempo. NSO mudaris, nem poderia mudar. O que a Histéria Ihe screscentaria seria adventicio ¢ sem valor. Ela 6 entravia na hiséria por acidente. Fleaie tangente 2 his- ‘Gra, acompanhandoa mas sem penetear ela ¢ sem ser pene- teed por Muitos catslicos conceberam a Igrja desta forma: um edi- ficio constraido hi 2000 anos quo atravesa os sfculos sem ser afetado por eles. Os crstios seriam assumidos por uma Teja que seria totalmente anterior a eles ‘Se 4 Igreja procede do Espirito Santo, a sua condicéo é frente, Numa infinite variedade de sitvapGes.humanas, Igreja surge como comunidade © comunidade de comunidades dda £6, da esperanca e da earidede de rmutos. Cada comuni- ddade ‘raz as marcas da sua origem histrica. Surgiu da hie tria dos que a fundaram. Cada comuniade € sujita & his toria dos seus membros e da reunigo dos seus membros. Cada comunidade feta pela hisGris. A comunidade das comu- nidades ¢ 0 reflexo de todas as comunidades que 2 consti tuem. A tprja tnkca fundada por Cristo € também miles de pequenioe grupos fundados pelo Espirito mediante a his ‘iri Inversamente, e2da comunidade influi na histria © for a Istria. A comunidade das comunidades influ| também na ue histéria. Nasce assim uma histriainfinitamente complexa im potivel de se eserever. O que tradicionalmente fol a histria be Igreja evocava pouco « histérie do. Espirit. Apenas re: cemtemente alguns hstoriadores comesaram a descobrir que nea el eva na inunerdels comunidades pega a= Freqientemente os historladores e teélogot positives apre- sentaram a evolugso como um progreso consante: hits: ria das doutinas seria a de um progresso; a histéia dos sacraments seria outro progresso; 0 histria do direito mais lum progresso ¢ assim por dianie. Tal visSo das cols asse- melha a Igreja as nogdes modemnas. Estas entendem 8. sea histria como a de um progresso. cham que a maior inte agraffo, a maior produgio quantitative, 0 malor poder cons ttuem formas de’ progresto. Mas o progesso da nagio pode significar um retrocesso da condigio humana. De mesma mar seira um progresso na doutrina, nos saeramentot, na organi: zapio ccleséstien pode azompashar um retroceso da verda- eira Ipteja. Cada desenvolvimento da. doutrna, das formas e culto, do direito tem 0 a0 prego. ‘Uma doutrins mais evoluida ¢ mais exigente pode sini ficar uma passividade maior dat comunidades na ba. Cada progresso na forma dos sacramentes © do eulto pode signi ficar uma deendéncia da perticipagao popular. Cada progresso tna disciplina eclesdstiea pode significr wma maior aiensgto dos: pobres, dos ignorant © Espirito Santo nto acompanha nesseeriamente essa his Aéria, mas antes a histéria das comunidades na base. Esta seria a experidneia das comunidades de base latino ame A Teja instrumento do Espirito Os autores contemporineos saleniam ot dois aspectos com- plementares da presenga do Espirito na. Igrejar 0. aspecto| fico 0 mec entico, O Espo para gir e par ng A grein & em primero Jugar chamada a ogi: chamada 1 realizar missio'do Espcito Santo. O Espirito usa todos ts eriaturas ¢ age por melo de todas elas. Usa porém mais ‘expecificamente a Igreja porque esta fol feta © ext sendo ta para tal finalidade. O Espirito foi enviado para sus citar © reine de Deus no mundo. A Igreja esté a servigo esta tare, Isto quer dizer que o espirtual na Igreja € © movimento, que a leva pare fora, além dos seus limites. Pela hstcia ne ‘qual mergutha as sues rales, cada comunidede tende a fe- Charse sobre si mesma. Se s0 expands, € para cresce, para fnumentar o seu poder. Tende a estar a servigo do ett pro prio creeimento on da sua sobrevivéneia, Ora, a presence Go Espirit ma comunidade manifestase pelos’ movimentos pera fora: nio para conquistar outros membros ou outros orcs, mas pera comparlhar eom eles of dons do Espirito © Espirito ¢ quem abre portas ¢ janes, e langa os exstios pera o mundo, Pois o Espirito quer agir no mundo. A co- Imunidade existe para estar a servigo dele na missio do ‘mundo. (© movimento para fora tem também um segundo sig ‘Cada cominidade tendo a fecharse no seu passado, lade, 2. acomodarse is divinies e formas de opressio, Sgbare a ialdade dina, 0 Espo mane {Eos in rupira com logos e at cans do Pasedo que Alene: mais bere, roe vid, ma plore, mals com fidade, rns tartkipasio. Neste tei podemos diet que lola Uo Vaticano fl rns epiital do que © CConcilio pensava. Pois # abertura pata a maior par fiipogdo de todos, para a maior expresio da palavra por todos, para uma liberdade roligisa pela primeira vez afin mada claramente, para a promos des Igreas particulars & Toenis, tudo ito vai no sentido, do. Fspleto. Tudo isto espi- situliza a Ipreja. Tudo ito a torna ma trumento. do, Espitito na ago. no. mundo. spirtualizar nlo € separar da. matér ratéia, Una Ipreja mal Bvre & mais espiriteal. Uma Ig 120 mais comunitiria € mais espirtual. Uma Igreja em que todor filam é mais espritual. Uma Tgreja que luta pela vide 6 mais esprit, 1. A Iareja como experiéncia do Espirito Santo 3s ocidentsis acentuum ético e of orintais acentuam 0 cettica. No Oriente 2 Igreja € vivida como uma experiéncia do Espivto Santo, Esta experincie manifesie pelo louver, pela agfo de gragas e pela alegra. A Igreja vive a rescue (20 pelo dom do Espirito Samo. Pelo Espirito Santo a Igreja participa do mundo futuro. Antecipa esto mundo. A Iiturpin © a oragso constants, pu bea ou pessoal, constitvem © modo de viver desde jf além dos Himites desta vide ‘A vinda do Espeto & a grande festa da Igteja ea festa do mundo. Recapitula todo 0 sentido do festa. Ea celena. ‘fo da vitoria de Devs pela ressurreigio de Jesus. O Espirito ria a experitncia desta viléria. Animadas pelo Espirito, 25 ‘somunidades celebram a sua vitéria mesma no mcio dst afl Ges e des persegugGes. Celebram a vitérin da resurrigio ‘ho martro, nas prises, nas torturas, nas privages. Somen te o Fspltto fomece energls pare viver 2 ressurtegio 90 ineio deste mundo. Teste aspecto de festa pela vtéria celsbroda ne forca do Es pitito € 0 centro da espirtvalidade do Oriente cristo © pre- cisaria ser recupertdo pelo Ocidente."” Tal recuperagso.€ parte de um redescobrimento do Espirito. © aspecio festive do Fspiito fol apresentado por Lucie de mancira bem clara Esté também claamente nat epistois aulinas Se a perspective ests nlo for completada pela perspec tiva ica, corres 0 rsco de perder de vis idade do mundo. A celebracio da vléri io pode ocullar a continua lo da lute. O Espitto celebra a ehogada do reino, mas al ‘enta ao mesmo tempo a esperanga do mesmo reine," ee Ce ee 21 ©. IGREJA, ESPIRITO E COMUNHAO 8. A doutrina tradicional No que diz respeito a Igreja e 0 Espitito nenhum tema mals tradicional do que o ds comunhGo. © Espirito faz 4 grein porque produr comonhio. Esta comunhio tem 0 sea principio © o seu modelo na comunbfo das Pesiows di vinas. © Espirito € 0 mediador entre a comumhio das Pes oat divines e a eomunhio dos membros da Trea.” Na lingua litérgica bizamtina a palavra comunio (keino- nia) designa a presenga do Espirito Santo na comunidade eu- carstica. A participagio na vida divina & paticipagio 8 co- smunhio intradivina. Esta € também 2 douttina de S. Bostio rho seu famono tratado sobre o Eeptito Sento, [No Ocidente 0 centro da doutrina de 8. Agostinho sobre © Espirito Santo & também o tema da comunhio.*! Diz 0 deutor africano: "0 Pai e 0 Tho quiseram que enirisemos fem comunhio entre ngs e com eles por meio dagulo que hes € comum, e vincularnos na unidade por este Dom que ambos possusm em conjunto, isto é, pelo Espirito Santo, Deus © Dom de Devs". © Vaticano IL reassume esta mesma idéia: “O Espe Santo que habita nos erentes, que enche © govema toda a Igreia, € quem realiza esta maravlhosa comunhio dos fils © ine todos tho intimamente em Cristo, de modo a ser 0 principio de unidade da Ipreia” (UR 22) Nas sociedades humanas hi viios tpos de wnidade, Quel € 0 tipo designado pela palavra comunhio? Fis o que nos importa. Pois © Esplito Santo ria unidade mas no. qual- quer tipo de unidade EeRteant Lm! Ht” var acts ares em Y, Coxe, fe et m b. A comuntdo ne amizade © Espirito nfo erin comunhlo por melo das relagdes tra icionsis que todas supGem desigualdades ¢ dependéocas: as relagSes peifiho, homem-mulher, senhorescrwvo, autoridade- dito, et, © Espirito cri a relasdo de amizade que € 0 cb mento’ da comunho, ‘A amizade ¢ um relagdo humana que brotn da liberdade, beaeinse na liberdade reciproca ¢ preserva esta lberdade. Como divin Hegel, cla 6 a liberdade concretizada. A. ami. ‘ade € a relasdo que Jesus quer ter com 0s seus seguidores, 'S. Tomis mostrou muito bem que a amizade 6 0 fundamento ‘da nova sociedade humana. O efelto priprio do Espirito & ‘8 unidade fondada na amizede. &. A Iereie como comunidade ‘A amizade do Esptito realizase em fatos muito coneetos Gera 0 micleo de base dx Tgreja que € a chamads comuni dade de casa, ou comunidad doméstica.™ Esta ¢ formada pelo grupo que se redne na mesma cata. Af é que 0 povo. de Deus natce, erice ¢ se fortalece. A Igrja & fits de mi Ides de miclos de pessoes amigas que se rednem na mesma [No inicio do erstianismo, quase a totaidade da vida ecle- sial consumavase nas casas. Durante 250 anos a Igreja no feve outro local a nfo ser as casas particulars, Cada vez que a Igreja se afata das casas partculres, que os templos| Piblicos esvariam os templos que sio as eaias, a Igraja tor al, formalist, vavia de conteido real. A base da fe da caridade cristé sio as comunidades domésticas, Estas formam uma rede espathada pelo mundo intsto. Sem 5 co ‘munidades de base a rede no seria nada, Neste sentido ¢ fire ee if cs an 2 1s Iria € 0 contrrio da. nagio moderna que nasee de um poder central e finde a desir ou absorver ou contolar fedes se comunidades tntermediieas. Se se pergunta o que & espiritual na Ipeja, a resposta 6 ‘que o expritual é bem material e concrei, O'esinitval sio {das at comunidades vives qve se rednom nas. eases, em ‘gue se vive amizade de modo prético e diiro. Estes eo- romidades estio abertas umes para es outras, procuram viver fem comnicago constants, Esta comunicasso toma virias Formas histone no decorter dos tempos. No Ocidente a eo ‘municagdo entre at comunidades chepou 2 criar um aparelho buraerstico poderoso © absorvente que multas vezes absfou vida dae comunidades de base: um desvio que pagamos fro neste momento, Vérios secislogos mostaram de que modo 0 aparelo de pudguia ¢ da diocese derintegrov, esestimulou © suprimiu {comunidades de cass: a lgrejaparoquial exiglu © mono- prlio do culo como 0 firera'6 templo de Jerusalém. Mas o fesultado foi que os pobres ce fotaram ficaram alheios 1 vids eclesiat © spate servi 208 imletesss des cos condenod os pobres }. margnaldade. Mas as comunidades de asm aso as comunidades ca Igreja dos pobre. 4. 0 Eeprito © a lenin dos pobree (Os que & submetem ae movimento do Esplcto em vista de formar comunidades de amigos nas casas particulares sio fos pobses. O que 5. Paulo constatava em Corinto, pode- ‘nos averigudto hoje mesmo. Os poderosos querem uma gre jn organizada de cima pata bao ¢ es pobres querem uma Tareje de baixo para cima: coincidem com a yontade do Es. pio. 3 oparcthes © 3 organizetes slo vélides para ajudar fo ministrio na Igeia, mas com a condicao de servi © no 2 sere servidon. 0 sparoe sven as kis socklgcr traformumee om fs pars of mexmos,eiqucendose és Intenso de quem ct fund. O Espino gs fundando ove comaldades ‘Se bis. Dal bola wa vd nov 8 spares do peer abuts da aus speirdade eat tural tcl, poles ou ceotmis, Nip tea) pctia om imideds pee aeder ds moses pobre Emap sey etl ear, cat fe cow + lla popular mana fag do ptes: Com thes 0 Epica inte cn cme» igo ¢ part da ome Anis don pres: experts presente a Amica Ls Sa & umn covfomago ede te fat 2. 0 Bepio e a Terje dos miseréveis (© Espiito io rene apenas os que se congregam nas comunidades de bas. A experizncia mostra que os mis po- bres ao frequentam 2s comunidades de base. Fora de qual {quer reuniao ov comunidede formal ficam os marginalizado: 0 vagabundos iinerantes, c+ mendlgos, oF ladies, as_ prom Hates, of publicance, os pecadores, a1 maloria dos desem- progndos, or fovelados, a malaria dos que passam fome & ‘ede, softem o fro, nio tim casa, moram debaixo dss ponies, vive de bisetes Tos estes estariam fora da Igeja? (Os evangethos slo formals: oe marginalizados, 08 que nfo ‘conta por nada, cx Lazaro, oF alljados, os csgoe, 08 men: Aigos, of Indies “sio os. prvilesiaes. Nav reaidade todos fests pobres sto a outa face da Igreja, slo a grande massa dda era. Nao. poticipam em nenhuma tive formal, Fgnoram os dogmas da é, no recebem os sacramentos ¢ vivem fora de qualquer lago com a pardqals ¢ até com as ccamunidades uclares. O Espirito, porém, esta neles ¢ os retine no povo de Devs [eles reson © clamor dos pobres, 0 gro. dos optimidos. Ora, o Espirito esti na origem do clamor dos pobres (Rr 84827). A lgreja € a imensa caravana dos rejltados do mundo gue clamam, pedem justiga, inyocam um Libertador ajo nome thes pesmancce muita: veues desconhesid, 125 Entre 4 Igreja das comunidades © a Igreja da caravana dot imiserévels hf muitas concxdes todas inepiradas pelo Esprit, sinal da sua presensa, Ene os miserdveis existe uma admit ‘ivel solidaredade: ainda que nfo tenham casas para cele brarem reunides, os miseriveis ajudamse ma eaminhoda, en- contramse ¢ formam sinais de comunidade muitas vezes mais fuifntcos do. que o: sins. das comunidades formalmente constituidas. Por outro lado, as comunidades existem para 0 servigo dos mais pobres, para a liberiacio e a promogao das rmassas abandonadas. 8.” Agostinho aesiava a perspectiva da imensa masse dot condonados. Hoje em dia flea mais claro que = imensa masse dos condenados da terra € justamente & ‘massa dos eleltos que. as veass 06 proprio cristos deseo. necem. Eis 6 que © Espiito diz as Igrejas de hoje. Conctusdo, Neste primeiro parégrafo juntamos cosas noves ce vethas. Cabe & eclesilogia orpanizlas nium corpo homoge hoo na medida do possivel. Aqui guisemos apenas lembrar sion aspccos que iluminam © papel do Espirito Sante na Fara. 126

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