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RESOLUGAO N° 2/2016 Regulamenta a Avaliagéo Psicolégica em Concurso Publico @ processos seletivos de natureza pliblica e privada e revoga a Resolugao CFP N° 01/2002. © CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso das atribuigdes legais e regimentais que Ihe sao conferidas pela Lei n° 5.766, de 20 de dezembro de 1971 e; CONSIDERANDO o disposto no § 1° do Art. 13 da Lei 4.119/62, que restringe ao psicdlogo o uso de métodos e técnicas psicolégicas; CONSIDERANDO a natureza publica do Conselho Federal de Psicologia, da qual decorre tanto a necessidade de aprimorar os servigos técnicos dos psicdlogos, quanto & defesa da populagao usuaria desses servicos; CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer normas que garantam ao usuario dos servigos de avaliagao psicolégica, além de qualidade técnica, condigées legais e éticas adequadas; CONSIDERANDO a necessidade de orientagdo aos psicélogos e as instituigdes responsaveis pelos processos de avaliagao psicolégica a respeito de procedimentos adequados quando da sua participago em processos seletivos; CONSIDERANDO propostas encaminhadas por psicdlogos, delegados das diversas regides, que participaram do | Férum Nacional de Avaliagao Psicolégica, realizado em dezembro de 2000 e as discussées advindas do Ano Tematico em Avaliagao Psicolégica promovido em 2011/2012; CONSIDERANDO deliberagéo da Assembleia das Politicas Administrativas e Financeiras em reuniao realizada em 12 de dezembro de 2015; CONSIDERANDO a necessidade de atualizacdo e padronizagéo dos procedimentos relacionados ao uso da avaliagdo psicolégica em concursos puiblicos; CONSIDERANDO a necessidade de conciliar 0 uso da avaliagéo psicolégica em concurso plblico as questées judiciais pertinentes, resguardando o conhecimento cientifico produzido na area e respeitando todas as ResolugGes do CFP pertinentes @ tematica; CONSIDERANDO a necessidade de orientar os érgéos ptiblicos e demais pessoas juridicas a respeito das informagées relacionadas a avaliagao psicolgica que devem constar nos Editais de concurso piiblico, visando assegurar a preservagao dos procedimentos e qualidade da avaliagdo psicolégica, assim como os direitos dos candidatos; CONSIDERANDO as determinagdes do Decreto n° 6.944, de 21 de agosto de 2009, com a nova redagao dada pelo Decreto n° 7.308, de 22 de setembro de 2010, ou legislagao que venha a substitui-los, que dispde sobre as normas gerais relativas a concursos puiblicos; CONSIDERANDO a decisdo deste Plenario nesta data, RESOLVE: (Ar. 1°] A avaliagao psicolégica para fins de selegdo de candidatos(as) é um processo sistematico, de levantamento e sintese de informacdes, com base em procedimentos cientificos que permitem identificar aspectos psicolégicos do(a) candidato(a) compativeis com o desempenho das atividades e profissiografia do cargo. § 1° Para proceder a avaliagao referida no caput deste artigo, o(a) psicdlogo(a) devera utilizar _métodos e técnicas psicolégicas que possuam caracteristicas e normas reconhecidas pela comunidade cientifica como adequadas para recursos dessa natureza, com evidéncias de validade para a descrigéo e/ou predigao dos aspectos psicolégicos compativeis com o desempenho do candidato em relagao as atividades e tarefas do cargo. § 2° Optando pelo uso de testes psicolégicos, o(a) psicdlogo(a) devera utilizar testes aprovados pelo CFP, de acordo com as Resolugdes CFP n° 002/2003 e n° 05/2012, ou resolugGes que venham a substitul-las ou altera-las. [An] Para alcangar os objetivos referidos no artigo anterior, o(a) psicélogo(a) devera: | - selecionar métodos ¢ técnicas psicolégicas com base nos estudos cientificos, que contemplem as atribuigdes @ responsabilidades dos cargos, incluindo a descrigao detalhada das atividades e profissiografia do cargo, identificagao dos construtos psicolégicos necessarios e identificagao de caracteristicas restritivas e/ou impeditivas para o desempenho no cargo; Il - & luz dos resultados de cada instrumento, proceder a analise conjunta destes de forma dinamica, a fim de relaciona-los a profissiografia do cargo, as caracteristicas necessarias e aos fatores restritivos e/ou impeditivos para o desempenho do cargo; Ill - seguir, em todos os procedimentos relacionados & administracdo, apuragao dos resultados e emisséo de documentos, a recomendagao atualizada dos manuais técnicos adotados a respeito dos procedimentos de aplicacao e avaliagao quantitativa e qualitativa; IV - zelar pelo principio da competéncia técnica profissional quando da utilizagao de testes psicolégicos, Art.3°] © edital do concurso publico especificara, de modo objetivo, os construtos/dimensdes psicolégicas a serem avaliados, devendo ainda detalhar os procedimentos cabiveis para interposigao de recursos, [Az] Os(As) psicélogos(as) ou comissdo responsavel deverao ser designados(as) pela instituigéo ou empresa que promove 0 concurso ou a selegdo, por meio de ato formal, devendo todos estar regularmente inscritos e ativos em Conselho Regional de Psicologia Pardgrafo Unico, Na elaboragao do edital é obrigatéria a participagdo de profissional psicdlogo(a) para definigéo dos construtos/dimensées psicolégicas envolvidas no processo de avaliago. [An] O(A) psicdlogo(a) devera dectarar-se impedido(a) de avaliar candidatos(as) com 0s quais tenha relagao que possa afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou os resultados da avaliago § | Na hipétese do exposto no caput desse artigo, o(a) candidato(a) devera ser encaminhado(a) a outro membro da comissao de avaliagao ou a outro(a) profissional. § Il Fica sob a responsabilidade da instituigéo ou empresa que promove o concurso ou a selegao, providenciar a contratagao de outro psicdlogo para realizar a avaliagao. Art. 6°] A publicagao do resultado da avaliagao psicolégica sera feita por meio de relagao nominal, constando os(as) candidatos(as) aptos(as). § 1°0 sigilo sobre as informagées obtidas na avaliagdo psicolégica devera ser mantido pelo(a) psicélogo(a), na forma prevista pelo Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo. § 2° Seré facultado ao(a) candidato(a), e somente a este(a), conhecer os resultados da avaliagao por meio de entrevista devolutiva, § 3° Sera facultado ao(a) candidato(a), requerer formalmente, apds entrevista devolutiva, documento resultante da avaliagao psicoldgica, Na hipotese de recurso administrativo a instancia competente, o(a) candidato(a) poderd ser assessorado(a) ou representado(a) por psicdlogo(a), devidamente inscrito(a) e ativo(a) no Conselho Regional de Psicologia e que nao tenha feito parte da comissao avaliadora, § 1° Havendo recurso administrativo, ficam os membros da comissdo impedidos de participarem do proceso de andlise, devendo este recurso ser analisado por psicélogos(as) membros de uma Banca Revisora que nao tenha vinculo com as partes envolvidas no processo e/ou candidato(a) § 2° Os(As) psicblogos(as) membros da Banca Revisora dos recursos administrativos deverdo analisar 0 resultado da avaliagao do(a) candidato(a), bem como o parecer do assistente técnico, considerando todos os documentos referentes ao processo de avaliagdo psicolégica fornecidos pelo érgao. [A-8*] Quando da designagao de um psicélogo perito por medida judicial, para exame dos documentos produzidos pelo psicélogo representante do reciamante e da Banca Revisora, 0 mesmo deverd fundamentar seu parecer nesses documentos e nas Resolugées produzidas pelo CFP, atendo-se aos quesitos da pericia judicial (Ar. 2*] Tanto para a entrevista de devolugdo quanto para a apresentagdo do recurso, nao sera admitida a remogao dos instrumentos utilizados na avaliagao psicolégica do seu local de arquivamento publico, devendo o(a) psicdlogo(a) contratado(a) fazer seu trabalho na presenga de um(a) psicdlogo(a) da comissao examinadora, [At-10) Caso o(a) candidato(a) tenha sido considerado(a) apto(a) por meio de avaliago psicolégica para um cargo especifico de provimento em concurso piiblico, essa avaliagdo nao tera validade para uso em outro cargo e/ou outro processo seletivo. (Art.17] O documento decorrente de avaliagdo psicolégica devera ter identificagao e assinatura de, pelo menos, um responsdvel técnico pela avaliagéo; e deverd ser arquivado junto aos protocolos dos testes e demais registros da avaliagao psicolégica, para, em seguida, ser emitido atestado a empresa ou instituigao que soli avaliagao. Paragrafo Unico. Na necessidade de laudo para processo judicial, o nome do(a) responsavel técnico(a) podera ser substituido pelos nomes dos membros da Comissao de Avaliagao Psicolégica. Esta Resolugao entra em vigor na data de sua publicagao. Brasilia, 21 de janeiro de 2016. Mariza Monteiro Borges Conselheira Presidente Conselho Federal de Psicologia

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