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Palavras essas verdadeiramente modernas ¢ atuais, que poderiam ser aplicadas muitos bairros atuais de Construgio subvencionada, onde a complicagio © 0 aspecto orginico so criados artficialmente pelo dese- tho, sem qualquer correspondéncia com as modali des téenicas e administratvas da iniciativa, fim 3. © movimento das cidades- © movimento das cidades-jardim de Howard pos- ‘sui duas fontes interligadas: de um lado, a tradicéio dag utopias da primeira metade do século XIX, espe- cfalmente a de Owen, entendida como comunldade per- feita ¢ auto-cuiciente, sintese de cidade e campo, com 0s significados sociais que Ihe séo tradicionalmente anexos; do outro lado, o conceito da casa unifamiliar no verde, que & um pouco a reducio do ideal prece- dente por obra da cultura vitoriana na segunda met de do século, com a ténica, entretanto, colocado mais na privacy do que nas relagées socias: uma tentaiva de subtrair a vida familiar & promiscuidade e & desor- dem da motrépole o de realizar — digamos assim — 9 maximo de ruralidade compativel com a vida urbz Esse ideal j4 se encontra expresso em Ruskin: “Ruas bem limpas, com campos livres em tomo; um, cinturio de belos jardins e de hortas, de modo ‘que, de todos os pontos da cidade, sc possa chegar, om poucos minutos de passeio, a um ar perfeitamente puro, A grama e a um longinquo horizonte”.* 0 mesmo Ruskin funda, em 1871, a Ssint Georges Guild, 2 fim de construir um subirbio-jardim perto de Ox- ford, mas & iniciativa fracassa. Um admirador seu, M. Lever, fabricante de sabonetes, consegive realizat sie programa em 1887, perto de Liverpool, eni Port- Sunlight: um grupo de’ seiscentas pequenas casas om estilo gético, em um terreno de cingienta hectares, reunidas em pequenos grupos e circundadas por jar- dins e hortas, que sio alugadas a pregos médicos 20s dopendentes da empresa. nm expesigncia undloga & efetuada ein 1895 pelo fabricante de chocolate G. Cadbury, em Bourn ville, perto de Birmingham: quinhentas moradias, em tum ‘terreno bastante mais amplo, cerea de cento ¢ oitcata hectares, sem um estilo prescrito, mas com uuma_proporcionatidade fixada entre terrenos © conse trugoes. 6 4 Buses, Sesam and Lily (1865), cit, em Pe Lave,” Histoire’ de Turbanisme, épogue "contemporaine, Patis, 1952, pe 139, 356 A partir de 1898, as iniciativas multiplicam-se, gracas & Influtncia de Ebenezer Howard (1850-1928) e de seu movimento. Ele possui o mérito de ter for- mulado uma teoria coerente, subtraindo tais experién- cias ao arbitrio dos empresérios singulares; ao mesmo. tempo, ele encerra a linha de pensamento dos utopis- tas, separando a parte abstrata e isrealizavel da reali- z4vel, e distinguindo racionalmente quais aspectos da vida urbana & indispensével coletivizar © quais deixar 2 inletativa privada. Howard segue 0 seguinte raciocinio: @ proprie- dade privada dos terrenos consiruiveis produz um valor crescente dos terrenos, a partic da periferia para 0 centro das cidades, ¢ leva 05 proprietérios dos terrenos urbanos a um aproveltamento Intensivo, tornando os edificios mais compactos e congestionando 0 transito ‘nas ruas; além disso, a concentracio dos interesses d& lugar a um crescimento ilimitado das cidades ¢ 0 con- gestlonamento alarga-se sobre uma dea cada vez mais vyasts, empurrando o campo sempre para mais longe. Se fosse possivel climinar a especulacio privada, os cdificios poderiem dar lugar a espagos verdes; desapa- reveria também o incentivo para um crescimento ili tado, e as dimensdes das cidades poderiam ser estabe- lecidas oportunamente, de modo que o campo sempre padesse ser atingido por um simples passcio. Assim, seguudy Howard, poder-se-iam unir os beneticios da cidade — a vida’ de relacionamentos, os servigos pi- blicos — com os beneffcios do campo, o verde, a idade, a salubridade etc. Nasce a idéia da ci- sade-jurdim. Howard é um funclonério do Tribunal de. Lon- dres ¢, 20 ler um livro de Bellamy sobre © movimento cooperativista americano? — como ele mesmo relata — surgerlhe a idéia de aplicar esses. prineipios em scala reducida a uma cidade experimental. Ele exp0e sua idéia em um pequeno livro saido em 1898, com © titulo Tomorrow, a Peaceful Path to Real Reform; § no mesmo ano, ele funda uma sociedade, a Garden Ciy aud Townplamiing Association, © faz publicar procarando suscitar um movimento de: io piblica. No livro, Howard desereve a futura cidade e traga também alguns desenhos, contudo recomenda que estes sejam considerados como simples esquemas, por quanto 0 projeto deveré adaptar-se no local escothida 7. BELLAMY, E. Looking Hockwards, 2000-1887. Moston, 1388. 3 Reimpresto em 1902 com 0 titulo Garden Cities of Tomorron. ir TL Living scene (Fig. 391); no sendo um técnico, ele se estende so bretudo nos particulates financeitos da iniciativa e insiste em sea caréter de proposta concreta, nfo de concepeio ideoldgica. A cidade-jardim seri dirigida por uma sociedade andnima, proprietiria do terreno as ndo das moradias, dos servigos ou das atividades econémicas; cada um seré livre para regular sua pr6- ria vida © seus negocios como achar melhor, sub- metendo-se somente ao regulamento da cidade ¢ rece- bendo, em troca, os beneffcios de uma convivéncia regulada. “Howant nJo se liva, contudo, da idéia tradicional de que a nova cidade deve ser auto-sufi- clente © deve fundar-se num equilfosie harménico entre indistria e agricultura; por conseguinte, emite a hipd- tese de que a cidade-jardim ocupe, com moradias inddstrias, um sexto do terreno disponivel, destinando © resto & agricultura, ¢ arranjando em torno do niicleo urbano um cinturdo’de fazendas, sempre dependentes dda mesma autoridade. Em 1902, ele funda a primeira Sociedade e, no ano seguinte, inicia a construcio da primeira cidade- ~jardim, Letchworth, a cerca de cingUenta quilémetros de Londres (Figs. 389, 392 e 393): 0 plano é feito por B, Parker © R. Unwin, a rede vidria e as insta~ ages so construfdas pela’ Sociedade, ¢ os terrenos alugados por noventa © nove anos. © regulamento & ‘muito minucioso: no somente prescreve-se qual deve ser a relagio entre casas e jardins, o tipo de cerca, de plantacSes ete. como também a Companhia estahelece de abrir casas comereiais em locais resi- denciais, a obrigacao de mudar de zona para artesios {que desejem se tornar pequenos ou médios industriais, a Timitagdo do nimero de profissionais nfo somente na cidade, mas em cada baitro, a fim de que tenham Vastante tlicwela, y controle da erlagéo dos animals domésticos a fim'de que estes niio perturbem os vizi- tahos, a proibiezo de fixar cartazes fora dos locais indi- cados, a proibigao de implantar indtistrias fumarentas ‘ou malcheirosas, a proibigao de tocar sirenas no inf cio e final do expediente nas fabricas e de tocar sinos em igrejas e escolas. © cinturda agricola é reduzido a menos da metade ‘em relagio a0 projeto teérico de Howard. A cidade € prevista para trinta e cinco mil habitantes, porém 6 povosda muito lentaments, e, trinta anos mais tarde, nav alinge nem mesmo a metade dos habitantes fhxa- dos; também 2 subserigdo do capital nfo 6 jamais feita integralmente © a Sociedade vé-se forcada a emitir ‘obrigagses, de modo que a propriedade do solo nio fica com a coletividade dos habitantes, mas termina em mios de acionistas externos. 358 Em 1919, apés a guerra, Howard faz a segunda tentativa, funda uma segunda Sociedade © comega a ‘construgdo da cidade de Welwyn, aproximadamente meio caminho entre Letchworth ¢ Londres (Figs. 390 ¢ 394-398). B escolhido um terreno menor, o cintu- rao agricola é reduzido ainda mais e & prevista uma populacdo de cingiienta mil habitantes. Além disso, a Sociedade encarregase de construi as casas, alu- sgando-as depois por novecentos e noventa e nove ‘anos, © concede 0 monopélio do comércio a uma Compa hia controlada. O sucesso, desta feita, & mais répido; Welwyn atinge os trinta’e cinco mi habtrantes antes da Segun~ da Guerra Mundial; esse progresso, contudo, deve-se provavelmente a razdes diversas das que Howard espe~ ta: & proximidade de Londres ¢ & posibilidade de morar na cidade-jardim embora trabalhando na me- trépole. Assim, a auto-suficiéncia prevista por Howard demonstra ser nao apenas irrealizével, mas prejudicial para o sucesso da cidade-jardim. O cintu- iio agricola é progressivamente diminuido, perde qualquer relevancia econémica e, tanto em Letchworth, quanto em Welwyn, reduz-se a'um anteparo verde, a fim de garantir os limites impostos a cidade. Dessa_maneita, a cidade-jardim demonstra ter condigdes de viabilidade, diversamente das utopias pre~ sedentes, porém, afinal, reduz-se 2 uma cidade como as outras, sujeita a atragio da metrépole, de tamanho no estivel ¢ com uma ordenago fundiria nfo des- semelhante a normal. Resta a marca agradavel da concepeio originéria na elegincia dos tragados das ruas, nna uniformidade das construgées, na distribuigdo do verde, © mesmo pode ser Ulty eur relaydiv avs Habitantes. No principio das duas experiéncias, segundo Purdom, “um espfrito novo, enérgico, reinava entre os primeiros hhabitantes das duas cidades”; estes, em Letchworth, sfo: tum encadernador do livros, um historiador catélico, um espe- cialista em Willam Blake, virios poctas © fldsofos, diversos virioe alores ¢ eantores, cinco ou sels pintores, um consirutor civil, nfo poucos eclesiiticos apdten- {entador, um orntélogo, um anargusta, jornalisas, ocilists, ‘quimicos, enfermeiros, médicos etc. Estes tém consciéncia de que constituem uma comunidade sul generis, uma vez que, por exemplo, a 9. Puroon, C. B. Building of Satelite Towns. Londres, ssas. ATTTTEREYY inte ettise: ERFIL TRANSVERSAL NUEVO DE LA CALLE PRINCIPAL EN LA 2*Y SUCESIVAS BARRIA-| Goren m0 DAS DE LA CIUDAD LINEAL 400,401. lotamento asso principal, a cidade sea de Madd, 359 assembléia dos princiros habitantes de Letchworth de- ide vetar a abertura de lojas do bebidas alooSlicas © imp6e outres limitagdes nfo .comuns & vida piblica ¢ privada, Todavia, com o pasar do tempo e com 0 aumento da populacéo, as duas comunidades terminam por assemelhar-se cada vez mais as dos subérbios co- muns de Londres, tanto que hoje sio formadas prin- cipalmente por operdrios das indistrias que, no interim, se estabelecem nas-proximidades, © movimento de Howard tem ampla influéncia na Europa; depois de 1900, um grande niimero de subsr- bios, nas principais cidades européias, aisumem a forma de cidade-jardim — dentre os principais, a jé citada Margarethenhdhe dos Krupp em Essen. (1906) (Fig. 399), Hampstead perto de Londres (1907) ¢, depois da gucrra, as Cités-jardins des Chemins de fer du Nord, na Franga (1912-14), Floreal © Logis, na pe- Siferia de Bruxelas (1921),” Monte, Sacro em Roma (1920), Radbura, perto de Nova York (1928) ¢, de- pois de'1932, as greenbelts norte-americanas. © termo “cidade-jardim” deve ser entendido com as limitagdes que jf foram vistas: nfo cidade, mas bairro satélite de ‘uma cidade, dotado de um relacionamento favordvel enlie edificios e areas Verdes e sujeito a certos vinculos a fim de que o cardter do ambiente seja respeitado. B preciso fazer uma distingéo nitida, em um jutzo histérico, entre a teoria de Howard e suas conseqiién- cias. Howard, tal como os utopistas de principios do séeulo XIX, propterse sesolver v problema da cidads, ‘ou seja, a organizagdo de uma comunidade auto-sufi- ciente, seja quanto 2 recursos econdmicos, seja quanto a servigos; no curso dessa pesquisa, ele se depara com um problema diverso e mais complicado: a organizagio de um subméiltiplo da cidade. A maior complicacio fencontra-se no fato de que o problema da cidade & um problema de prineipios: trata-se, com efeito, de dar & comunidade tudo aquilo de que precisa para sa- tisfazer suas vérias exigéncias; o problema do bairro, pelo contrério — se nio é tomado no sentido pura! mente quantitative — é um problema de gradaci trata-se, do fato, de individuar dentro da cidade uma unidade menor de grandeza conveniente, ¢ de ver quais servigos ¢ quais atividades convém que sejam dados nessa escala, ¢ quais 0 sejam em escala urbana global. Sab esse ponto de vista. 6 irrelevante que 0 bairro seja composto de casas unifamiliares esparsas ou de casas coletivas densas. métito de Howard est em que langou Tuz sobre © problema, mesmo que suas intengSes fossem diversas. ‘Até entdo, a cidade era pensada como um corpo com- 360 pacto ¢ inarticulado; entre a familia ¢ a cidadania toda ‘em tormos urbanioticos, entre 0 apartamento © a cidade — existe “o imenso vazio” de que fala Tocque-- Ville, # porquanto os processos dé crescimento da ci dade industrial destrufram toda unidade intermediétia, tal como, no campo politico, o pensamento liberal propés-se abolir todas as estruturas intermediérias entre. ‘0 cidadao ¢ 0 poder do Estado, De Howard em diante, coloca-se 0 problema de, preencher esse espago com: uma hierarquia apropriada de unidades urbanisticas, ¢ de restituir & cidade uma articulagdo adequada, Nesse sentido, o pensamento de Howard perdura no tempo © 6 precursor do um dos problemas fundamentais da tbanfstica moderna, © ponto fraco, por sua vez, esté em ter Tiquidado ‘extemporaneamente a heranga ideal dos utopistas e em ter colocado em segundo plano o problema da cidade, enquanto Ingar onde todas as atividades humanas se integram, Howard projeta, sim, uma nova cidade, mas a concebe de modo por demais restrito, com os ca- racteres ¢ 0s secvigos de um bairro, ¢ a desejada auto- suficiéneia 6 atribuida a essas unidades hibridas, suge- rindo a idéia de desmembrar a cidade tradicional ent uttos tantos iragmentos distanciados autOnomos. Daf nasce uma corrente de pensamento — Geddes, Mumford, Gutkind — que conserva uma repugnancia tuskiniana pela cidade grande e prediz o fim das me~ ‘tr6poles, que setdo substituidas por zonas povoadas esparsas por um vasio terrirly, # © mascem algumas sbrmulas, tais como a do “bairro auto-suficiente”, que vém pesando hé tempos sobre a urbanfstica contem- porinea, escondendo a verdadeira natureza dos pro- Dlemas.' Somente 2 cidade, com efeito, pode ser dita auto-suficiente com uma certa aproximagéo: para o bairro, 0 problema possui dois aspectos complemen- tares, @ autonomia e a integragfo, os quais se limitam reciprocamente. Essa caréncia do pensamento de Howard fica evi~ dente mesmo pelo tom de sua prelegéo. No pai da ‘idade-jardim existe algo de mesquinho em relagio a generosa abertura de Owen; ele transporta a cidade para o plano realista, porém, na operagio, algo de fundamental & perdido, Os paralelogramos de Owen so fantasia, mas contm uma incitagdo revolucionéria, que burguesin edvardians pode tornar préprin. so: 10, Tocgueute, Ch, A. Lantico regime € la rivos lucione (1856). ‘Trad. ity Tusim, 1947, p. 97. Li. Gen08s, P. City Development. Edimburgo, 1904; Mobroap, L. The Culuure of Cites. "Nova York, 1938; GuTKIND, E. A. The Expanding Environment. "Londres, 1953. A mente diminuindo-a de tal modo que no seja mais socialmente perigosa. Os caracteres formais da cidade-jardim reprodu- zem fielmente méritos ¢ defeitos dessa colocagio, Ho- ward nfo se ocupa de arguitetura e deixa indeterminado © tragado da cidade, bem como 0 estilo dos edificios; os arquitetos que trabatham com ele, embebidos no medievalismo de Shaw, projetam planimetrias sinuosas ¢ edificios neomedievais, fazendo sempre uso, contudo, da liberdade cclética e’combinando entre si as refe- Encias a vérios estilos passados. Nos numerosos bait- me imitam os modelos howerdianos, essa receita freqiientemente & levada ao excesso, as planimetrias tomam-se_labirinticas e as contaminag6es. estlistcas, desenfreadss; & 0 ambiente descrito satirieamente por Chesterton em 1908, no comego do Homem que foi Quinta-Feira: © subdsbio de Saffron Park surgia a orste de Londres, vermelho ¢ irregular como uma nuvem vespertina, Era cons leulgo de ponta a ponta em tijolo vivo; o desenko que seus telbados formavem ‘no cfu era fantSsica, ¢ seu plano regu lador, extravagante; representava o timo achado dg um espe- dor na constrocia civil qu definin a propria arqitetara por vezes como elisabetana e outras vezes como rainfa Anne, de que as duas soberanas Entretanto, esse romanticismo extemporineo ¢ seco amor polo pitoresce levam, 30b tm outto aspectoy a importantes resultados culturais; com efeito, habi tuam os arquitetos 2 considerar a paisagem urbana como ui todo orginico, dirigem sua atengio para a ‘multiddo de fatos acessdrios — pavimentagio dc ruas, arvoredo, cercas, bancos de jardim, cartazes, aparelhos. de iluminago etc. — que integram o cenario arqui- teténico e modifieam em grande medida o cardter do ambiente; em suma, langam as bases da moderna teo- ria do townscape, da paisagem urbana, Existe um modo de interpretar a cidadejardin, mais simples e talvez mais justo, deixando de lado a teoria da_auto-suficiéncia ¢ considerando somente 0 ddesejo ruskiniano de viver em um ambiente fisico mais agradvel © repousante, com muito verde e 0 campo a poucos passos de distincia (todo o resto pode ser cnneideracn, num certo sentide, camo uma conreqiin= cia, um modo de se desembaragar dos problemas sociais ‘© econémicos a fim de evitar que interfiram com os problemas da paisagem). Os aspectos mais importan- teegl®s, QHESTERTON, G. H. Ltuoma che fu Giovedi (1908). Trad, it, Milfo, 1937, p. 13, 362 tes das iniciativas de Howard sio, talvez, os que dizem espeito 20 controle paisag(stica: os regulamentos de Letchworth ¢ de Welwyn sobre cercas, culturas, atvo- redo, manutengio dos espacos pablicos, variagées admi- tidas ¢ ndo admitidas de construgio, ruidos serem evitados. 4. A cidade linear de Arturo Soria ‘Arturo Soria y Mata (1844-1920) & um enge- aheiro espanhol, seis anos mais velho do que Howard; durante a primeira parte de sua vida, ale ce dedica a politica, a0 lado de seu professor de Matematica, Manuel Becerra, mais tarde ministro. A seguir, dedica- se aos estudos ‘técnicos, dos quais’extrai projetos e invengées, © a numerosas iniciatives industrisis, fre- agiientemente derivadas de seus estudos. Dentre suas propostas te6rieas, destaca-se a da ciudad lineal, exposta pela primeira vez em um artigo de 6 de margo de 1882, no jomal El Progreso de Ma- dri, Impressionado pelo congestionamento da cidade tradicional, desenvolvida concentricamente em torno a um nifcleo, Soria propte uma alternativa radical: uma faixa de largura limitada, percorrida contudo por uma ‘ou mais ferrovias ao longo de seu eixo, e de com- primento indefinido: ““o tipo de cidade quase pereita ser aquela que se estende 20 longo de uma tinica via, com uma lorgura de quinkentoz motroc, © que ro 22 tenderé, se necessério, de Cédiz a Sio Petersburgo, de Pequim’ a Bruxelas”, # Esse tipo de cidade deverd ser construfdo partin- do-se de uma ou mais cidades atuais puntiformes, po- rém, a seguir, poderd formar uma rede de triangula- des entre as’prOprias cidades, realizando uma distri- buigdo completamente diversa das situagdes. ‘A tua central deverd ter a largura de a0 menos quarenta metros, arborizada ¢ pereorrida na zona cen- ‘ral pela ferrovia elétrica (ferrocarril); as travessas {ero um comprimento de cerca de duzéntos metros © uma largura de vinte; os edificios poderio cobrit so- ‘mente um quinto do terreno, e 0 Iote minimo seré de quatrocentos metros quadrados, dos quais citenta para 1 moradia e trezentos e vinte’ para o jardim. Soria pousa cin uma cidade extensivel feita de pequenas casas isoladas: “Para cada familia, uma casa, em cada case, uma horta ¢ um jardim”. 13. As citagdes foram exteaidas de um texto de C. Fonts, screseentado 8 edigio espanhola desta Histéria da Arquitcvuna Moder,

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