You are on page 1of 14
ANTONIO CARLOS GI te) PAT a saudade, de duas pessoas que jé nos deixaram: Alfonso de lembrar, com muta $i rinhou para o fscinante mundo da pesquisa cient ler ge ed ue eo ng de dis dens gene Feta Hermann evn io nose eb. Antoni Cros Gt 1 Como Encaminhar uma Pesquisa? 1.1 Que é pesquisa? Pode-se definir pesquisa como 0 procedimento racional e sistemitico que tem 10 objetivo proporcionarrespostas aos problemas que slo propostos. A pes- Tquisa é requerida quando ndo se dispée de informacio suficiente para responder | 0 problema, ou entéo quando a informacéo disponivel se encontra em tal estado \de desordem que nio possa ser adequadamente relacionada ao problema. A pesquisa 6 desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos dspo- ives e a ullzagio euidadosa de migtodos investigagio cientifica Na realidade, a pesquisa desenvolve-se do longo de um proceso que envolve inimeras fases, desde a adequada formulagio do problema até a satsfatéria apresentacao dos resultados. 1.2 Por que se faz pesquisa? Hé muitas razdes que determinam a realizagio de uma pesquisa. Poem, no centanto, ser lassificadas em dois grandes grupos: razdes de ordem intelectual e razbes de ordem pritica. As primeiras decorrem do desejo de conhecer pela propria satisfagdo de conhecer. As iltimas decorrem do desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficiente ou eficaz ‘Tem sido comum designar as pesquisas decorrentes desses dois grupos de ‘questdes como “puras” “aplicadas” e discut-las como se fossem muruamente cexctusivas. Essa postura, no entanto, é inadequada, pois aciéncia objetiva tanto ‘conhecimento em si mesmo quanto as contribuigées prétias decorrentes desse conde § deseo : biemas priticos pode cond e continent, Ua pesaiig sobre na Frm, uma pesquisa pura pode fone, terta de pintios cient aplicagioprétcaimediat. vents pasives de apl isa adequa cx cnn Posi ears de psa adequad Procurase neste lito sper ras” quanto das “aplicadas”, Dal por que 05 objetivs tanto das ig requists bisicos tanto das pesquisas aca, ; o 008 Fe i peepee sei decd He ge labora pra. a solu de problemas Pritios, micas quanto 1.3 Que é necessirio para fazer uma pesquisa? 1.3.1 Qualidades pessoais do pesquisador 0 tato de uma pesquisa depende fundamentalmente de certas qualidades intlectunsesociis do pesqusedor, tas como: 2) conhecimento do assunto a ser pesquisado; ) curiosidade; ©) criatividades , / d) itegridade intelectual; ©) atitude aurocorreti 1) sensiblidade social ) | 2 imsinao dina 1) perseverance e paciéncia; ‘i confianga na experiéncia, 1.3.2 Recursos humanos, materiais e financeiros E imi difundida a visio romantica de ciéncia i ois cia que procura associar as is sot dates Srrramente& genialidade do cients, Néo hi como pre ees een i Gs ules pessoas do pesquindor no enhado pelos recursos de que disps ‘qualidade dos resultados da sider endimento de pesquisa, para ser bem-suce- oe do emp ¢ robe dos recursos disponvelsO pes, Provence dan lizado na pesquisa e valorinilet en 1S equipamentos e materiais necessdtios ao ry desenvolvimento da pesquisa. Deve estar também atento aos gastos decorrentes dda remuneragiio dos servigos prestados por outras pessoas. Em outras palavras, isso significa que qualquer empreendimento de pesquisa deve considerar os te. ‘cursos humanos, materiaise financeiros necessarios a sua efetivag Para fazer frente a essas necessidades, 0 pesquisador precisa elaborar um corgamento adequado, De certa forma, isso implica atribuir ao pesquisador certas fungbes adminis- tratvas. Pode ser que iso cause certo constrangimento a alguns pesquisadores Noentanto, a consideragio destes aspectos “extracientificos”¢ fundamental para que o trabalho de pesquisa nao sofra solugio de continuidade. 1.4 Por que elaborar um projeto de pesquisa? Como toda atividade racional e sistemética, a pesquisa exige que as agdes desenwvolvidas a0 longo de seu processo sejam efetivamente planejadas. De modo geral, concebe-se o planejamento como a primeira fase da pesquisa, que envolve a formulagdo do problema, a especificagao de seus objetivs, a construgio de hipé- teses, a operacionalizacio dos conceitos etc. Em virtude das implicagées extracien- tificas da pesquisa, consideradas na seco anterior, o planejamento deve envolver também os aspectos referentes ao tempo a ser despendido na pesquisa, bem como aos recursos humanos, materiaise financeiros necessarios a sua efetivagao, ‘A moderna concepgio de planejamento, apoiada na ‘Teoria Geral dos Siste- ‘mas, envolve quatro elementos necessérios a sua compreensio: processo,eficién- cia, prazos e metas. Assim, nessa concepcio, o planejamento da pesquisa pode ser definido como o processo sistematizado mediante o qual se pode conferir maior eficiéneia a investigacio para em determinado prazo aleangar 0 conjunto das me- tas estabelecidas. 0 planejamento da pesquisa concretiza-se mediante a elaboragiio de um pro- jeto, que é 0 documento explicitador das agGes a serem desenvolvidas ao longo do processo de pesquisa. O projeto deve, portanto,especificar os objtivos da pes- 4quisa, apresentar a justficaiva de sua realizagio, definir a modalidade de pes- quisa e determinar os procedimentos de coletae andlise de dados. Deve, ainda, esclarecer acerca do cronograma a ser seguido no desenvolvimento da pesquisa e Proporcionar a indicagdo dos recursos humanos, financeiros e materiais necessé. rios para assegurar 0 éxito da pesquisa © projeto interessa sobretudo ao pesquisador € a sua equipe, jé que apre- senta 0 roteiro das agées a serem desenvolvidas ao longo da pesquisa. Interessa também a muitos outros agentes. Para quem contrata os servigos de pesquisa, © projeto constitui documento fundamental, posto que esclarece acerca do que sera pesquisado e apresenta a estimativa dos custos. Quando se espera que de- terminada entidade financie uma pesquisa, 0 projeto é o documento requerido, _— 1b comatose” fa nos critéios por ela definidos, spe ber 0 engender a elo cso/benfi, rote em Fees opt OF PTE ene Tan de fe efeitos ¢ 05, pesquisadores da: Leia rea. or nisodores possivelmente considera gue a eer am Pislaces minuciosts de resultados ‘aferives e de atividades correla. oie, poder tara esau, tomando-# um process mas mecan rar Penenas ev. Entrant, a eoraeo ide um projeto € que possibil anos cass, esquematizar 0s tipos d a0 mes fe atividades e experiéncias criativas 115 Quais os elementos de um projeto de pesquisa? dod evdentement, regras fas acerca da claboraio de um projeto. Sua eran frerminada peo tipo de problema a ser pesquisado ¢ também pelo sande seus autores necescrio que o projet esclarea como se processar a enqu, qunis as clas que serio desenvolvidas e qual 0 recursos que devern restends para ating seus obeivs. Enecessrio, também, que o projet sea ‘Sfcentemente detalhado para proporcionaraavaliagio do processo de pesquisa. (0s elementos habitualmente requeridos num projeto sio os seguintes: 8) formulagio do problema; 5 1) construgio de hipdteses ou especifcagio dos objetivos; D2 esti de et 4) operacionalizago das varidves; ) selegio da amostra; 1 elaboragio dos instruments e determinagéo da in de cole aa feterminagio da estratégia de coleta de 4) determinagdo do plano de andise dos dados; 1) prevsio da forma de apresentaglo dos resultados; |) cronograma da execugio da pesquisa; D. delinigto dos um: {stig dos recursos humanos, matraise financeros a serem alo- atividade mais complexa.é até mesmo possivel que ni seja conveniente de ime- nto corr um projet, Nes etn 0 ak roped defini um plano genérico, ou um anteprojeto, que apés passar por sucessivasalteragives d& origem efetivamente a um projeto. a eras Rigorosamente, um projeto s6 pode ser definitivamente elaborado quando sete» problema caramenteformlado, es ebjeios bem deterinads, ssi como 0 plano de coleta ¢ andlise dos dads 1.6 Como esquematizar uma pesquisa? Como jé foi Iembrado, a elaboragio de wm projto € feita mediante a consi deragio das etapas necessirias no desenvolvimento da pesquisa. Para f fcompanhamento das agbes correspondentes a cada uma dessas etpas. & ust apresentagao do fluxo da pesquisa sob a forma de diagrama,conforme a Figura 1-1 E conveniente lembrar que a ordem dessas etapas nio é absolutamente rig: da, Em muitos casos, € possivelsimplifcé-la ou modifcs-ta. Essa é uma deci {que eabe a0 pesquisador, que poderd adapearo esquema as stuagoes especificas. Formulagio Construgio Determinagio | jOperacionalizacio) doprobieme "| dehipéteses |°| -doplano [| dasvarives |" Taboragio dos | [ Préxene seegio | [ | instrmenioe de dos ds coleta de dados | | instrumentos amostra | Tndlsee Redagio do iterpretagio. fo} telatrio idados. || axpesgusa Figura 1.1 Diagramagio da pesquisa. Leituras recomendadas RICHARDSON, R. J. Pesquisa social; métodos e t6enicas. 3. ed. So Paulo: Atlas, 1999, am projeto de pesausa de dpe expecificos. AMEX, & is eros cometidos nas cnt oi nada em 2 deripase dos pineal si dese Hiro quis € matic da P| esquisa: defini- pesquiss er preporar uma al. Sober preporar uma Page e cONTRANDIOROULOS, ANSE TE ant: Hite ATES, frase AnancamentO- go, esti seino de escarecer a8 etapas sora com o propssto expo de key Sa se lvo fo elaborado com © FIP jabarar um projet de Pes pelas qusis deve passar tm Pe envolve tanto as indicagoes do que deve Eoavncente eealizvel. Se ta lementares de metodologia Suter um projto de pesquisa quan as nosh pecessirias asus preparaqio. Exercicios e trabalhos praticos ‘uma pesquisa que tenha por objetivo levncia tebrieaeprétca de 1, Indique a relevncia teérica e pret para sofrer acidentes no jnwestigar a predisposicio que as pessoas possam ter irabalho. . 12. Anaise em que medida as titudes enunciadas abaixo podem ser prejudiciais 420 desenvolvimento de pesquisas cientificas: + dogmatismo; + dexiteresse por problemas socal; + impacéncia. 3. Localize um reletério de pesquisa e identifique as fases seguidas em seu de- senvolviento. 4, sima-se que cerca de 95% das verbas destinadas & pesquisa nos paises de- senvolvdos sdo apicados no campo das ciéncias naturas. Analise as implica bes soca dessa situa, 5. Procure exempts de pesquisa que possum ser elassifindas como puras ou aplicadas. 2 Como Formular um Problema de Pesquisa? 2.1 O que é mesmo um problema? \ Conforme jé foi assinalado, toda pesquisa se inic oi squisa se inicia com algum tipo de pro- bina nda, Toda, one sdequin de poena ep facil, em virtude das diferentes acepgdes que envolvem este termo. oo 0 Dicionério Houaiss da Lingua Portuguesa indica os i ores 8 iguesa indica os seguintes significados A eo {2 Assunto controverso, ainda néo satisfatoriamente respondido em qual- | ~~ quer campo do conhecimento, e que pode ser objeto de pesquisas cien- tificas ou discussées académicas, | 2 Obstéculo, contratempo, dificuldade que desafia a capacidade de solu- cionar de alguém. (3. Situagio dificil; confit. \ 4, Mau funcionamento erdnico de alguma coisa de alguma coisa que acar- | teta transtomos, pobreza, miséria, desgracas etc. que exigiria grande | esforgo e determina para ser solucionado. 5. Distirbio, disfungio organica ou psiquica. NS coos ou situagio incbmoda, fora de controle et. 7. Questio levantada para inquitigio, consideragio, discussio ou solu. A primeira acepgdo € a que seri considerada 20 longo deste livro, pois €a que mais apropriadamente caracteriza o problema de pesquisa cientifica, 6 cannrinr ree 4 de rata ico. Isso na € passive peg aro que nem todo problems * PST cio, em primelro lgar, ver ica dlaro av pesquisa € neces iontifico. 5 “a que para se realizar um: Sia : ‘Como fazer isso? a dos mais respeitados sores O ‘campo di Sejam os exemplos ia metodologia cas ciénctas eum problema cientificg 6 (KERLINGER, 1980), I nanos?” "O que pode ser feito como ner a mtorr ranspres UNTO ng ara palorar a astbuigio de end?” “Como de para mel destes consi rigrosamense wm problens Gove taal” Nenu 2 opts, ao posta a invesigaio Segundo os \ maétodosprdprios da ciénia i Toes rena i designs por eringer como problemas de “enger via’ sae Reremse a como fezer ago de manera ficient, A incia pout “a Po face inferenla acerca de possves resposta, mas no responder eee eugteaescs problemas, les no indagam como sio as coisas, suas causas aepnsesuncias, mas indagam acerca de como fazer as cosas. ) ‘Tamibém no sio cientificos estes problemas: “Qual a melhor técnica psi: coteripica?”“E bom adotar jogos e simulncées como téenicas dicitieas?” “Os pas devem dar palmadas nos filhos?” So antes problemas de valor, assim como fords aqueles que indagam se uma coisa & boa, mi, desejive, indesejavel, certa fuerrada, ou se & melhor ou pior que outra. Sao igualmente problemas de valor Aqueles que indagam se algo deve ou deveria ser feito, Embora nfo se possa afirmar que o cientista nada tenha a ver com esses problemas, o certo & que a pesquisa cientiica nao pode dar respostas a questées de “engenharia” e de valor, porque sua corregiio ou incorregio niio ¢ passivel de verificagio empirica, (Com base nessasconsideragées, pode-se dizer que um problema é de nature- 2a centifia quando envolveproposicdes que podem ser testadas mediante verifi- cagocm Sumo emp, "En que ed esi inure na nefertncia poltico-patidaria”, ‘A desnutricao contribui para o rebaixamento | ima A modal predominant de Ieranga tema vercom a cultura ‘nganizacional?”. Estes sio proble i is de ob } problemas que envolvem varidveis suscetiveis de ob- | senaxio. posse po exemla, identifica apreferécia polio-partidria dos { iateamtes de um grupo soil, bem como seu nivel de excolaridade para depois iar em que medida estes fatores esto relacionados entre si 2.2 Por que formular um problema? Como ji foi visto no cay { ptuloanteriog, 0 i {camel tw ; 0 problema de pesquisa pode ser dle- ot ais decrden pia ou de ode intelectual. Ininerss aco —————__ {de orem pritia poder condusie if tum problema cujaresposta sea imporcrn nee Problema exempl. um eandidato cargo eee ear eh deter se distribuem seus potenciais eleitores rom ver ere sende em venta esta forma, uma empresa pode estar inereaahe et aimidor de seus prochitos para decidir acer gee programas, como, por exernplo, os efits de deermonede ee eae BSE 8 fut os efeitos de um programa governames ado aniincto pela televisio tal na recuperagio de af ‘Também é possivel formula problema alternativas possiveis. Por exemplo, uma tem verificar que sistema de avaliagio de desern seu pessoal. Wpenho serino mais adequado para Fode-teformutar inada agi. Poe 2D cer 0 perfil do con. ar su eatmp as cefeentes is consnqtacis de organi ncins de vitias G0 poderia estar interessada Outra categoria de problemas decorrentes 2 predigio de acontecimentos, com vistas plancjr wes ‘exemplo, a prefeitura de uma cidade pode 7 medida & construgio de uma via ele peetiva dea urbana, i pose, ainda, considera como itereses pits dos interests inlets, aq cs. as pois desl to mbito dos cursos universitirios de grag, € eqoente profess se gerirem aos alunos a formulagio de problemas com 0 objetivo de tre gee os alunos ous de teins a Também sio iniimeras as razdes de ordem intelectual que cor rnlago de poblers de pesquisa, Poe coer uc unt pease eae resse na exploragSo de um objeto pouco eonks r inicio seus estudos sobre o inconscem, inexplorada. ae interesses priticos re agio adequada, For iF interessada em verti la potera provocar ad em que ioragio da tes: eles referentes a rit: lo. Por exemplo, quando Fred este constinuia uma drea praticamente ‘Um pesquisador pode interessar-se por dreas jé exploradas, com o objetivo de determinar com maior especificidade as condigies em que certos fendmenos ‘ocorrem ou como poxlem ser influencindos por outros. For exemplo, pode: se es- tar interessado em verificar em que medida fatores no econtmicos agem como motivadores no trabalho, Vitias pesquisas ji foram realizadas sobre 0 assunto (HERZBERG, 1966), mas pode haver interesse em verificar variagbes nesta ge netalizagio, Pode-se indagar, por exemplo, se fatores eultuais aio interferer, intensificando ou enfraquecendo as relagdes entre aqueles dos fatores. Pode ocorrer que um pesquisador deseje testar uma teoria especifica. Como fea, por exemplo, Wardle (1961) com a teora da earéncia materna de Bowlby (ASSN). Este pesquisador estudou eriangas que frequentavam uma clinica de rientagio infantil e constatou que os que furtavam, ou apresentavam outros com- ————— a—_—————™e igoifiatva, de lares des- com eqn = com free gta dame COM mor Se i ere cae se apenas pela descrigio de determi a aia de robles de peut $0 deverinados por eamenos ats ow areca ‘dec tha incidéncia mais € 2.3 Como formular um problema? (23. Complexidade da questo Formular um problema cientfico ndo constitu tarefa facil. Pode se dizer que implica o exerecio de certa capacidade que ndo é muito comum nos seres huma- ‘nos. Todavia, nfo hé como deixar de reconhecer que o treinamento desempenha papel fundamental nesse processo. (- Porse vincular estretamente ao processo criativo, a formulacio de proble- ‘as nose faz mediante a observagio de procedimentosrigidos e sistemticos. Noentaato,exstem algummas condig&es que facilitam essa tarefa, tais como: imer- | siosistemética no objet, estudo da literatura existence ediscussio com pessoas | que acumulam muita experignca prética no campo de estudo (SELLTIZ, 1967). ‘A experitncia acumulada dos pesquisadores possiblita ainda 0 desenvolvi- ‘mento de certas regras prétcas para a formulagao de problemas cientificos,tais a protons deve ser formulado como pergunta; (b) o problema deve ser lao e preciso; () 0 problema deve ser roblema Se a © © rblema deve ser empirio; () o problema deve set problema deve ser delimitado a uma dimensio vid- vel. Essas regras serio detalhadas adiante, a Com rata frequén . oe ee -quéncia, problemas propostos néo se ajustam a essas regras. Thor ser proceder ae problema deva ser afestado. Muitas vezes, o me- cgi a realiagio de ue ‘comma ou esclarecimento, 0 que poderd mesmo esarenay 1° exploratério (que serd objeto de atenciio espe- (2.8.2 0 problema deve ser formutado como pergunta Cr ghee sel etly cis, Seto exemple de ee pa vetpesquisar © problema do diverah parse “fue fares provocamo dvreoh on Res cat ze dior? etar fetamente ropnds pense ee (at idade muito importante sobetdo nas pesqss sans modo geral, 0 estudante inicia o processo da pesquisa geht meaihe feo {oe a rsquinpeln escola de um tema, lum problema, Mas, a0 formula perguntas sobre 6 tema, passa a problematizio,gerando, enti, amu nas eaten ria formulas um problema, Aim dso, le quem consulta © projeto ou o isa sobre o divéreio. Se latério da alguém disser que Mas se propuser: ticas da pessoa que se 2.3.3 0 problema deve ser claro e preciso ‘Um problema nio pode ser solucionado se nao for apresentado de maneira ‘dara e precisa. Com frequénc fequéncia, sio apresentados problemas tio desestruturados ¢ formulados de maneira tio vaga que nio é possivel imaginar nem mesmo como \ comecar a resolvé-los. Por exemplo, um iniciante em pesquisa poderia indagar: | “como funciona a mente?” etc. Esses problemas no podem set propostos py pesquisa, porque nao esta claro a que se referem. # pouco provavel que pessoas com algum conhecimento de metodologia pro- ponham problemas desse tipo. Nessa eventualidade, porém, deve-se reformular © problema de forma a ser respondivel. Talvez se possa reformular a pergunta “Como funciona a mente?” pata “Que mecanismos psicolégicos podem ser identi ficados no processo de memorizacio?” Claro que esta € uma das muitas reformu- lages que podem ser feitas & pergunta original. Nada garante que corresponda exatamente a intengio de quem a formulou. Essa certeza s6 poder ser obtida apés alguma discussio. Pode ocorrer também que algumas formulagGes apresentem termos definidos de forma nao adequada, 0 que torna o problema carente de clareza. Seja, por exemplo, a pergunta: “Os cavalos possuem int ‘Atesposta a essa ques: tio depende de como se define inteligéncia. ‘Mauitos problemas desse tipo nfo sto soluciondveis porque sio apresentados ‘numa terminologia retirada da linguagem cotidiana, Muitos termos utilizados no dia a dia sio bastante ambiguos. Tome-se 0 exemplo de um problema que en- vvolva 0 termo organizagio. $6 poderia ser adequadamente colocado depois que aquele termo tivesse sido definido de forma rigorosamente nfo ambigua. Um antificio bastante titil consiste em definir operacionalmente o conceito si i ‘0 fendmeno é medido. Na A definigio operacional & aquela que indica como ‘iéncias fisicas e bioldgicas, a definigio operacional rende a ser bastante simples oo : ee ome odo ten eR) 18 cispe de nsraentos Press 3 ero ede Nas solugio. Seja 0 exemplo: “ligando-se o nerve dptico as posers 5 mano a Oe pres satan. fs vsbes serio sentidas audiivamente? xa penpunte co poate fem emperor Py a8 defies OPraSOT AT catlca @ pessoa que Gjuando a tecnologia neuroisiligen pro ee uses, defines atedira ponto de possibiliaracbtengio nds pes pees, Entetant, nig de dadosrelevantes. sag. or exemple EE ic interminavels disc alques Pessoa 20 formar i Fe tee a ee «fim 0 mols, om ch cre de 10 negar que tl defi i yer qual : cexiste tecnologia adequada para sua solugi9, Quando nao existe, recomends se om rafrmarse acre 28 esq 0 erin da relgifo o ps. Sriortariament a construcao de instrumentos coooscea iopareoner tae nid a0 termo. mesmo ni st pbessubjetivas do pesqusado ga¢io do problema. F 0 que se denomina pesquisa metodelégica, (quisadofeasse por conta de co ranto, que este criéro pode nfo se adequar a ena, FE necessrio considera as que sio desenvolvidas aigumas nodalidades de pesquisa, como, Por cexemplo, er ed theory. Neses cass, as pesqusas sh eno enone a fomlad de manera gence € que Em muitas pesqusas,sobretudo nas académicas problema tende a ser for: aa sulado em termos muito, amplos, requerendo algum tipo de delimitagio. Por faisees txemplo,alguém poderiaformularo preblema: ‘em que pensam os jovens?” Se Se sdeaapmiesiaee eee aces 936 O problema deve ser delimitado a uma dimensdo vidvel 2.34 0 problema deve ser empirico ‘especifcagio da faixa etéria, da localidade abrangida ete. Seria necessirio, : eo da, delimitar “o que pensam,jé que isto envolve miltiplos aspectos,tais como Foivit qu os problemas centfios io devem referir-se a valores.Nio serd fpereepgo acerca dos problemas mundiais, aude em relagiosreligio ete scl poe exempl,iavestigar se “los de eamponeses sio melhores que ihos de Bl rc che condvzem inevtavelmente a julgamentos moras e, consequentemente, a consi- erages ubjetivasinvaldando os propésito da investiga cieniica, que tem ‘objetvidade como uma das mais importantes caracteristces. £ verdade que as ciénciasineressam-se também pelo estudo dos valores. “Todava estes devem se estudadosobjtivamente, como fats, ou como “coisas”, segundo a orentagio de Durkheim, Por exemplo, a formulago de determinado problema per fazer referéacia a maus profssores. Essa expressio indica valor, mas pesquisador poder estar nteressado em pesqusarprofessores que seguem, teas auras, no preparam sus aula ou adotam crtérios arbitrrios de frag nse portant, de cransformar as nogies incase outras mats d Lr esclarecer acerca dos resultados esperados. Por essa razio & que as agéncas de cer ita 0 pesqusndr deve procrar a obeividde, 6 importante reconhe- | financiamento exigem na apresentacio dos pojetos a espeificacio dos objetivos Cer geo noes de consrugio do conecimeno nfo & neat. No hi como \¢da pesauisa, completamente asubeividade do pesquisador. Isto ¢ particularmente : ‘verdadeiro no campo das ciéncias sociais, ond is se is onde pesqusedr se rope endat tm abode dace fezpae hs Tndorse robe se ‘Adelimitagio do problema guarda estreitarelaglo com os mei disponiveis para investigagio. Por exemplo, um pesquisador poderia ter interesse em pesq sar a atitude dos jovens em relagio & regio, Mas no poders investigar tudo ‘que todos os jovens pensam acerca de todas as relies. Talvez sua pesquisa tenha de se restringir&investigagio sobre o que osjovens de determinada cidade pensam a respeito de alguns aspectos de uma regio especifica 2.4 Como definir objetivos problema também pode ser apresentado sob a forma de objetivos, 0 que representa um passo importante para a operacionalizagio da pesquisa e para Para definir de maneira adequada os objetivos, & necessirio que o proble- ‘ma apresente as caracterfsticas consideradas nas secbes anteriores. Considere'se, ‘entio, o problema: Que barreiras socias dficultam a participago da mulher no mercado de trabalho? ‘Trata-se de um problema formulado com clareza e objetividade. Mas para prosseguir na pesquisa é necessério que se tome mais especifico e que seja de limitado a uma dimensio vidve. E preciso, pos, determinar 0 universo abran- sido pelo estudo. Refere-se ao pais como um todo ou a uma regio espectfica? 23.5 Oproblema deve ser suscetvel de solugdio Um problema pode i sdanloseem de ar, preciso ereferise a concetos empiric, mo seria possvelcoletaros dados necessdrios a ena ia 4 om 9? Envolve todas jmicos ou apenas um segment . ost Te a etn Peis aang nds 0 5.1 dees? Tarr € Pes edefnida a et 2 NE es eee se me: a is err sil ay fou Esse problema pod + iar! eal * Ye ned dS | século XX | ttre me no sia ser aprsentado sob a forma de objetivos theres em fungbes gerenciais Gerais na segunda década dg srs sos ascensio de mulheres a fungbes gerenciais inde relagio entre a participagio de mulheres em caracteriticas das inttuigdes bancdras que as em objetvospoderiam ainda ser mais especificados, mediante andlise mats acti oben, Pde até meso conduit & dfn dm obj tho perl e alguns objetivosespecficos. Mas & importante considerar que esses ebjetios, para que sejam clrosepreciss, devem se inicar com verbos que iio possbitam mas interprelages, como, por exemplo: identifica, verfca des- revere avliar. Vrbos como pesquisa entender e conhecernio sio adequados, poisrio conferem clareza e preciso aos objetvos. Leituras recomendadas ‘BEAUD, Michel. Ave da tse: como preparare redigir uma tese de mestrado, uma ‘monografia ou qualquer outro trabalho universtirio, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997 Este lv, elaborado sob a forma de um manual de pesquisa, dedi um ma pesquisa, dedica seus Primeiros capitulos a algumas quesides cruciais para as pessoas envolvidas na elaboragio de teses € monografias: Clr de iografias: como escolher um bom assunto € um bom ee aaa % DION mn. ipo do saber: manual de me 7 ‘dn estiaem ccs haan es Ape Ate Mado one Asegunde pate des i apis Parte desse io dedicada ao taetocemtfico que 2 escolha do problema até a formulaga é scabs pba alert, ‘das hipéteses. O texto auxiia na = Exercicios ¢ trabalhos praticos L 3. Cassifique os problemas a seguir se lor (V) ou de “engenharia” (E) 1a) O que determina o interesse dos psicolégicos brasileiro: a psicanalitiea? () Dsicoldgicos brasletos pela orientagio b) Que fatores esto associados &intengio de voto em candidatos conserva dores? () i ida a © Qual a melhor técnica psicoterépica? ( ) 4d) Qual o procedimento mais pritico para o armazenamento de milho em pequenas propriedades rurais? ( ) €) Eiicito fazer experitncias com seres humanos? ( ) *gundo: problemas cientificos (C), de va Verifique se 0s problemas abaixo estio formulados de acordo com as normas apresentadas neste capitulo. a) “Qual a preferéncia politico-partidéria dos habitantes da cidade de Belo Horizonte?” b) "Como sio os habitantes da Europa?” “As donas-de-casa de classe media baixa preferem fazer suas compras em feiras livres, pois 0s pregos so mais acessives.” 44) “Como se comportam 0s ratos apés intenso periodo de privagio?” ©) ‘Como evoluiu o nivel de emprego na construgio civil nos sitimos dez anos?” Dé exemplos de problemas elaborados para atingir os seguintes propésitos: ) Predigio de acontecimentos. b) Andlise das consequéncias de alternativas diversas. ©) Avaliagio de programas, 4) Exploragio de um objeto pouco conhecido. ‘Com base no tema “preconceito racial", formule um problema socioligico, ‘um psicol6gico e um econdmico. 3 Como Construir Hip6teses? 3.1 Que sio hipéteses foi dito no capitulo anterior que a pesquisa cientifica se inicia com a cons- trugio de um problema passivel de solugio mediante a utilizagio de métodos entficos. O passo seguinte consiste em oferecer uma solucio possivel, mediante oi onstrugio de hipéteses. Por hipétese entende-se uma suposigio ou explicagio provisdra do problema, Essa hipétese, que em sua forma mais simples consiste Pima expressao verbal que pode ser definida como verdadeira ou falsa, deve ser ‘Submetida a teste. Se em decorréncia do teste for reconhecida como verdadeira, passa a ser reconhecida como resposta ao problema. Considere-se, por exemplo, o seguinte problema: Que fatores contribuem para o consumo de cerveja por estudantes universitirios? Diversas respostas pO- Jeriam ser obtidas. Seria possivel afirmar, por exemplo, que estudantes ansiosos endem a consumir mais cerveja, Que estudantes do sexo masculino sio mais propensos a0 consumo. Que a proximidade de bares préximos & escola é um fator que estimula um maior consumo. Que estudantes dos cursos noturnos tendem 2 Consumir mais cerveja que os dos cursos matutinos. Essas afirmagées podem ser Yerdadeiras ou falsas e verificadas mediante procedimentos especificos. Logo, ‘sas afirmagées podem ser consideradas hipéteses, pois so supostas respostas ‘a0 problema proposto. a analise desses exemplos depreende-se que as hipéteses podem ser consti- tuidas por simples suposigdes ou palpites. De fato, as hipéteses podem ser enten- didas como afirmagies, muitas vezes derivadas do senso comum, mas que cond ‘zem A verificagio empirica. Cumprem sua finalidade no processo de investigagio Gentifica, tomando-se capazes, mediante o adequado teste, de proporcionar res- ‘postas aos problemas propostos. _— ~— 1s conate eon jveisde formulagio.Algy, ar em diferentes ea Si ee ss ace antag po in HES (uta so capes Je fendmenos Ee roposta a pec eases ete dls 0 responder A defiicho propos Dor fees 8 ve ioe éum ence co Bo ‘ertnger 1980.38): Tee dus ou mas varie 4.2 como as varves se relacionam nas hipéteses i ilo que pode assumir dite cose dines ona epee, de, Fs reese mca Mas par finde pesquisa pode entender liar no quelque coisa capaz dese clssificada em duas ou mais catego, aaa ana €uma das vargveis mas simples, porque abarca apenas das Testi A clase social também é uma vardvel, jf que pode ser clasificada tem ata, média e bana, por exemplo, ‘com base na defnigio proposta por Kerlinges, tem-se uma hipétese quando se aftr que variages de uma varidvel correspondem a variagdes de outra, Come por exemple: + alses economicamente desenvolvidos apresentam baixos niveis de analfabetism. \Variveis: desenvolvimento econémico e analfabetismo. + O indice de suciios & maior entre os solteiros que os casados. Virdves: estado civil e indice de suicidios Notese que estas hipéteses apenas afirmam a exsténcia de relagdo entre as ‘artes as ads informam acetea depose influénia de uma em relagdo ura Muitas das hipéteses de pesquisa, no entanto, antecipam algum tipo de inlvéncia. Eo as, por exemplo, da hiptese: \Varivelindependente: dase socal) —__. gy Seja outro leitura do alu ae como Cite? 19 ariel independent Varvel dependent: reforgo do professor (X) ———+ (y) meiteris ss eine de aluno _Erusua diner que a hipsters dese grupo eabeecem ental de rela coet cuss entre a5 varies Como, orem contetedeceuelnn teres goes Golo, coovem que tea analissto # comum tentar abu a um inico aonteimento a cong de caus- dor de outro. Todavia na ciéncia modema, especialmente nas cgneias soca, Gojoe a acentuat a multpliidade de condgter que seundes wonan pe Mavel a ocorréncia de determinado fenémeno. Assim, enquanto uma pessoa vive opuiae pelo senso comm eqpert queen fies Fer rae aoe iow expicardeterminado fo, 0 pesquiador plan seu taal sentido Me verficar em que medida determinadas condigBes atuam tornando provivel sCeordnca do fat (0 que geralmente o pesquisador busca 60 estabelecimento de relagies as métricas entre as varidveis. As relagdesassimétricasindicam que os fenémenos no sio independentes entre si (relagbes simétrcas)e no se relacionam mutua- mente (selagOes reciprocas), mas que um exerce influéncia sobre o outro. Rosenberg (1976, p.27) classifica a relagesassiméticas em ses tpos, que séo apresentados a seguir: 1) associagZo entre um estimulo € uma resposta. Por exemplo: “Adoles ‘centes, filhos de pais viivos ou divorciados, passam a ter autoestima ‘em menor grau quando seus pais se casam novamente.” Estimulo: Resposta: novo casamento (x) (y) rebaixamento da autoestima ') associaglo entre uma disposigo uma resposta,Essas disposigdes po- ddem ser constituidas por atitudes, habitos, valores, impulsos, tragos de personalidade etc. Por exemplo: “Pessoas autoritrias manifestam preconceito racial em grau elevado Disposigio: Resposta: autoritarismo (x) —— (9) preconeito racial ©) associagéo entre uma propriedade e uma disposicio. Essas proprieda- des podem ser constituidas por sexo, idade, naturalidade, cor da pele, religido ete. Por exemplo; “Catdicos tendem a ser menos favordveis 20 ivércio que os protestantes.” Propriedade: Resposta: religido (x) —— (y) favorabilidade 20 divércio ee it feito. Por exe *Ocapialismo wf ee desenvolvimento do esiséncia de jtalismo ‘aathadores lies (8) ———————— ©) capitals so manent entre dua varives: Por exemplo: “Verfica-se a exis. ceo gel causa outa, masque a seculerizago €imanente & urban. oA medida que as cidade crescem e desenvolver estilos urbanos “via as explicagbesrelgiosascedem lugar aexplicag&es racionais, tubanizagio (x) ———————> secularizagio (9) £)relagoentre meio fins. Por exemplo: “0 aproveitamento dos alunos ‘sti relacionado ao tempo dedicado ao estudo.” tempo dedicado aproveitamento ao estudo (x) ——— (9) dos alunos Relagies deste tipo sto tratadascrticamente por muitos autores por apresen- tarem caréter finalist, o que dficuta a verificagao empirica 3.3 Como chegar a uma hipétese? 0 processo de elaborag de hipéteseé de natureza cratva. Por essa razio é ; razio é ‘requantement ssaciad a ceca qualidade de "ni". De fato, a elaboragio de

You might also like