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Uni@EUE Centro Universitario de Brasilia Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento - ICPD : EFICIENCIA ENERGETICA APLICADA A EDIFICAGOES HISTORICAS: Estudo de Caso - Escritério Técnico do IPHAN, antiga Casa do Bispo Lucas Fialho Caramés* RESUMO O restauro de edificios historicos de forma sustentavel aliado a critérios de eficiéncia energética, representa uma boa pratica em termos de reabilitacdo urbana, ja que conjuga a preservacao de um patriménio de valor cultural e social insubstituive! ao planejamento adequado do uso de energia, imprescindivel para a mitigacao dos efeitos das mudangas climaticas. Nesse contexto, a andlise das caracteristicas da arquitetura historica é util para desenvolver estratégias energéticas em larga escala. Este trabalho aborda a reabilitacéo energética de uma edificaco histérica, procurando 0 ponto de equilibrio entre as exigéncias normativas e o material edificado antigo. Para tanto, recorreu-se a interpretacao de dados tendo como objeto de estudo 0 Escritério Técnico do IPHAN (antiga Casa do Bispo) na Cidade de Goids. Através da avaliacdo das condicdes térmicas e luminicas da edificacao, propuseram-se ages com vistas a diminuicdo do gasto de energia e melhoria do indice energético da edificagao centrada na reabilitacdo da sua envoltoria e no desempenho do sistema de iluminacéo, com o objetivo de simular a obtencao da Etiqueta Nacional de Conservagéo de Energia - ENCE Parcial Envoltoria e lluminagao. Palavras-chave: Casa do Bispo. Eficiéncia Energética. Patriménio Hist6rico. Restauro. Retrofit. * Trabalho apresentado ao Centro Universitario de Brasilia (UniCEUB/ICPD) como pré-requisito para obtengao de Certificado de Conclusao de Curso de Pés-graduacao Lato Sensu em Projeto, Execugao € Manutenedo de Edificagées, sob orientagao do Prof. DSc. Joao Queiroz Krause. 05/2018 LINTRODUGAO, A conservagao do patriménio histérico e artistico e a sustentabilidade do meio ambiente compartilham origens ideolégicas. Ambas tém, por principio, a filosofia de preservar determinado objeto para a posteridade, seja este um bem cultural ou 0 meio-ambiente em si ‘A construgao de estruturas que se adequem as necessidades humanas é uma preocupagao desde as primeiras concepges da civilizagdo. Assim, o homem ampliou seu conhecimento através de novas tecnologias construtivas gerando a necessidade de inovagdo continua. Em paralelo ao desenvolvimento de novas tecnologias, 0 crescimento populacional e a migragdo para dreas urbanizadas provocaram déficit habitacional e alta valorizagéo dos terrenos centrais, em geral coincidentes com os centros histéricos. Com isso, a ocupagao do espago foi acontecendo, em parte de forma desordenada via autoconstrugao, em parte baseada em legislagdes urbanisticas e cédigos de obra inapropriados, em parte em grandes intervencées urbanas que desconsideraram a integridade dos centros historicos, etc. Em suma, 0 homem modifica o ambiente que habita, muitas vezes, sem maiores preocupagées, e tanto o meio ambiente como as edificagdes antigas padecem com essas modificacées. Nesse contexto, as problemdticas apresentadas pelo patriménio histérico mostram- se importantes para a gestdo das cidades, e é indispensavel que seus valores culturais sejam mantidos. (PEREIRA, 2016). Quando se trata de eficiéncia energética, principalmente no que tange a processos de certificagdo, dificilmente se correlaciona o tema a edificagdes de carater hist6rico, mas, comumente, a edificagdes novas ou retrofitadas. Um projeto de retrofit com vistas a eficiéncia energética aplicado a edificios com valores hist6rico-culturais, torna-se um desafio complexo por envolver restricdes legais e demandar avaliagées e compatibilizagSes muito especificas, Para que uma intervengéio do género seja bem-sucedida, tera de haver a melhoria do desempenho energético aliada ao baixo impacto na edificagao, preservando néo somente sua aparéncia, como também sua importancia histérica e seu valor cultural. Kahn (1993), afirma que o valor histérico do edificio precisa de preservagdo, manutencéo e documentagéo, sendo que, sua ocupagdo, com usos bem definidos, é de igual importancia. A edificagéo ha de ser compreendida como um bem util, para que sua existéncia seja justificada. Este trabalho tem o objetivo de avaliar uma edificagao histérica e elencar pontos decorrentes de problemas oriundos de alteragées significativas no seu uso, relacionando critérios de eficiéncia energética e intervengdes balizadas pelas teorias do restauro e avaliando possibilidades de compatibiliza-los com a preservagéo da edificagao, de forma a garantir 0 bom desempenho energético e minimizar os danos a0 patriménio histérico e artistico. Avaliadas as condigdes da edificag&o, constatou- se que ndo hé um projeto de adequagdo funcional energeticamente eficiente, Assim, a proposta buscou tratar os problemas aplicando os critérios de eficiéncia energética com 0 foco em preservar, de forma racional, os aspectos histéricos, pois o patriménio cultural constitui um importante “recurso ndo renovavel’, que tem que ser valorizado através de agées compativeis com seu valor histérico, A partir do objetivo geral apresentado para o presente trabalho, foi estruturado 0 seguinte raciocinio para ser desenvolvido na pesquisa através de um estudo de caso: (i) Elencar os pontos decorrentes de problemas oriundos de alteragées significativas no tipo de uso da edificaco; (ji) Verificar se critérios de eficiéncia energética oriundos de um processo de etiquetagem nacional se aplicam ao estudo de caso; (iii) Verificar se 0 edificio objeto do estudo cumpre com os critérios de eficiéncia energética, e (iv) propor soluges integradas de eficiéncia energética e restauro ao estudo de caso com o intuito de melhorar sua eficiéncia energética para obtengao da Etiqueta Nacional de Conservagaio de Energia - ENCE Parcial. 2 FUNDAMENTAGAO TEORICA De modo geral, as edificagdes histéricas sd encontradas em zonas caracteristicas de alta densidade que séo equipadas por uma infraestrutura correspondente ao cenatio ecoldgico e de usos intensos. Geralmente, os edificios historicos foram construidos a partir de uma andlise detalhada do ambiente em que ele foi incorporado e utilizaram matéria prima local e de resisténcia compativel, normalmente com boa margem de seguranga, favorecendo a durabilidade da construgao. Pode-se entéo considerar que a preservacio e a restaurago de edificios historicos tratam-se de estratégias de desenvolvimento sustentavel (LUCCHI, 2015). Isto 6, sua recuperagdo e preservagéo mantém um alto nivel de energia embutida, o que contribui para evitar a extragao, por meio da recuperagao e reutilizagao dos materiais. Nao admissivel manter os niveis de desperdicio de energia atuais, dados: 0 aumento crescente da demanda; a reduzida disponibilidade para novos empreendimentos de geracao hidrelétrica de energia (seguros e de fonte renovavel) € os grandes perfodos de estiagem que reduzem a sua produtividade; a entrada de fontes intermitentes de geragdo de energia, como solares e edlicas; e o aumento de plantas termelétricas, necessérias @ seguranca energética, mas extremamente poluentes. Portanto, a preocupagdo com a eficiéncia energética é fundamental e urgente (PEREIRA, 2016). As edificagées historicas vm de uma estreita relagao com o seu entorno natural e, por isso, 0 conhecimento do edificio deve ser o pilar para a melhoria da eficiéncia energética. De modo geral, os edificios antigos so executados aproveitando, ao maximo, a implantagao no terreno, 0 dimensionamento das aberturas e as protegdes solares, as propriedades térmicas das paredes e coberturas, e utilizam muito bem a ventilagao cruzada e iluminagao natural. O motivo principal para esta inferéncia é 0 fato de que, & época, diferentemente das edificagdes contemporneas, no havia possibilidade de iluminagdo condicionamento de ar artificiais, portanto, era fundamental garantir o conforto a partir dos seus elementos construtivos (LUCCHI, 2015). Por mais que na era industrial tenha sido promovida a ideia de energia inesgotavel, as melhoras possiveis para as construgdes contemporaneas nem sempre sao vidveis e adequadas para edificagdes antigas, podendo ser até perigosas, pois, 0 conforto hoje € garantido muitas vezes pela presenga de ar- condicionado, isolantes térmicos e impermeabilizagao. (LUCCHI, 2015). Segundo Pereira (2016), a utilizago de estratégias que privilegiem a eficiéncia energética na concepgao dos edificios ira potencializar a menor utilizagéo deste tipo de aparelhos bem como da utilizagdo mais equilibrada da energia elétrica Além disso, a diminuigao do consumo de energia através de medidas de melhoria da eficiéncia energética pode redirecionar recursos publicos para outros fins. Os organismos pUblicos a nivel nacional, regional e local deveréo desempenhar um papel exemplar no que diz respeito a eficiéncia energética. Quando se compara uma edificagéo contemporanea a uma antiga, 6 notério que os niveis de implementago de eficiéncia energética em bens histéricos so rigorosamente limitados. RestrigSes em materials, geometria e estruturas fazem com que um aprimoramento generalizado do seu desempenho energético ou de seus pardmetros microclimaticos seja mais dificil (TRONCHIN; FABBRI, 2017), sendo preciso preservar valores como a autenticidade e identidade dos materiais, a estética e a histéria, pois, assim que so alterados, poderao interferir na significancia da edificagao (PEREIRA, 2016). 2.1 Teoria do Restauro Patriménio Histérico, conceito que surgiu no Século das Luzes durante a Revolugao Francesa, é entendido como qualquer criago arquiteténica, sitio rural ou urbano que testemunhe um perfodo, uma civilizagao, uma evolugéo significativa ou um acontecimento histérico Carta de Veneza (1964). Neste contexto, emergiram também ideais como tombamento, inventario e atribuigéo de novos usos as edificagdes. No entanto, 0 conceito de conservagao do patriménio histérico e da histéria da arte, s6 ganhou forga a partir da Revolugao industrial, época em que grandes transformaces aconteciam no ambiente social, econémico e cultural (CARRETA, 2016). Fruto do processo de urbanizagao acelerada em determinadas areas da Europa, a preservacao surge como uma necessidade, conforme o desaparecimento das caracteristicas urbanas do passado vem acontecendo. A partir de 1820, “o monumento histérico inscreve-se sob o signo de insubstituivel; os danos que ele sofre sao irreparaveis e sua perda irremediavel” (CHOAY, 2001, p. 136). A partir de entao, diversos teéricos passaram a dissertar sobre o assunto, dentre eles: Viollet-Le-Duc (1814-1879), John Ruskin (1818-1900) e Camillo Boito (1836-1914). Brandi (2004 apud TAVARES; BARBOSA; POLISSENI, 2011, p.16), afirma que restauragdo se entende como qualquer intervengéo em um produto da atividade humana com o intuito de recuperar sua eficiéncia. Assim, um projeto de restauro, conecta os aspectos formais e documentais, tedricos e criticos, materiais e técnicos da obra, devendo tratar da recuperagao adequada do desempenho de seus principais quesitos, que so: funcionalidade, valorizagéo econémica, reutilizacao, consolidagdo, adequacao as normas de seguranga, acessibilidade e instalagdes, atender as prescrigdes urbanisticas. Brandi estabelece que as particularidades do restauro esto relacionadas ao “produto especial da atividade humana a que se dé o nome de obra de arte’, diferente "do comum dos outros produtos"; ago diversa de “qualquer intervengao voltada a dar novamente eficiéncia a um produto da atividade humana" com o objetivo de restabelecer sua funcionalidade. (CARBONARA, 2006). “O momento metodolégico do reconhecimento da obra de arte, na sua consisténcia fisica e na sua duplice polaridade estética e historica, com vistas a sua transmissao para o futuro” (BRANDI, 1963, p. 30). Ou seja, a ago do restauro é condicionada @ compreensdo/experimentagao da obra de arte como ela ¢ de fato, avaliando 0 estético em conjunto com o histérico, dado que uma obra de arte se diferencia de outros produtos provenientes da aco humana através de sua condigao artistica. Esse raciocinio nega teorias anteriores que recomendam a restaurago dos monumentos apenas como documentagées histéricas, esquecendo sua aparéncia, apesar de ndo excluir a importincia do seu valor histérico caracteristico. (CUNHA, 2004). A ideia por tras da restauragao e conservacao, seus conceitos e praticas, difundiram-se em pontos de vista culturais e, de certa forma, tomaram uma proporeao relativa, nao admitindo seu caréter absoluto. Estando relacionadas a cultura de cada pais, 20 seu turismo, a restauragao e a conservagao deixaram de tratar somente dos bens materiais, dando atengao aos bens imateriais, aleangando novas dimensées, introduzindo novos conceitos e valores nas suas praticas, como democratizaco, diversidade, meméria coletiva afetiva, tradigéo, expresso, significdncia e sentimento. A preservacao do patriménio cultural em suas diversas formas e aspectos vem ganhando cada vez mais espago na sociedade ocidental contemporénea (e, também, embora de modo mais discreto, entre as culturas orientais), seja atrelada ao turismo cultural patrocinado por grandes empresas e incentivado por ages governamentais, seja na luta por igualdade e democratizacao no acesso e fruigéo da cultura, como no caso de grupos representativos de minorias étnicas ou socials. Desde a década de 1960 verifica-se ainda a ampliacdo do raio de alcance das praticas, patrimoniais, estendendo-se a um nimero cada vez maior de paises, que passam a ser signatérios da Convengéo do Patrimonio Mundial © das recomendagées internacionais para salvaguarda de bens culturais (CUNHA, 2004). Um bem cultural encontra-se em constante mutagao e, seu valor, também. Os grupos sociais tendem a utilizar o patriménio como aartificio de expresso de seus valores, sua diversidade e seu intelecto, que, assim como o proprio patriménio, também é mutante. Assim, a preservagao e a avaliagdo dos valores e memérias culturais tém que ir além das interpretagdes académicas, alangar também os que esto diretamente inseridos nos discursos da preservagao do patriménio (GOMES; CORREA, 2011). Na atualidade, preservar a meméria tem sido mesmo uma obsessao. Muito além dos meios académicos ou técnicos, preservar 0 passado e seus tragos. deixou de ser tarefa restrita de historiadores, arqueblogos, arquitetos ou urbanistas; a meméria no mais se restringe a objeto de estudo de antropélogos, etndlogos, cientistas sociais ou ainda psicdlogos. Cada individuo faz-se historiador de si mesmo e do grupo em que esta inserido os discursos relativos & preservagao do patriménio — seja arquiteténico e Urbanistico, ambiental ou cultural, material ou imaterial — ganham a midia @ aparecem cada vez mais intensos entre os mais distintos grupos. (CUNHA, 2004), A marca do raciocinio trazido por Brandi é o rigor de principios. Em sua teoria se apresenta de forma clara que a restauragao é um ato critico-cultural do presente, assim, vinculado aos valores do presente (CARBONARA, 2006). Assim como Alois Riegl (1984) apresenta, o fator guia de uma intervengéo 6, portanto, um bom senso critico de valor, que também esta presente na Carta de Veneza (1964), que complementa com a ressalva “O julgamento do valor dos elementos em causa e a decisdo quanto ao que pode ser eliminado no podem depender somente do autor do projeto”. Esse pensamento reafirma que a restauragéo € um processo coletivo, e no dependente do gosto de um tnico individuo. Restauro é uma palavra com varias definigdes e praticas, mutavel ao longo dos tempos e que possui hoje uma definigdo clara na Carta de Cracévia: - “uma interveng&o dirigida sobre um bem patrimonial, cujo objetivo ¢ a conservagao da sua autenticidade e a sua apropriagao pela comunidade” (LUSO; LOURENGO; ALMENIDA, 2004). 2.2 Intervengoes no Patrimonio Historico Para suprir a necessidade de manter os sitios histéricos aptos para abrigar atividades sociais nos termos atuais, sdo requeridas intervengées que garantam a manutengdo das caracteristicas que atribuem seu valor espectfico. IntervengSes em bens arquiteténicos e urbanos de cardter histérico podem ser realizadas de diferentes maneiras. Para executa-las, néo basta ter conhecimentos técnicos e nogdo de como criar espagos aproveitando um elemento construido. Além disso, 6 necessario saber analisar a fundo a edificagéo ou espago urbano que sofrera a intervengao. A tecnologia atual oferece instrumentos capazes de reparar o que é danificado, muitas vezes pela ago do tempo, ou até mesmo por vandalismo, com isso, cresce a possibilidade de ampliar a vida util do patriménio. A sua introdugao, através de novas instalages prediais e novos espagos para suprir um novo programa de uso que seja adequado, parte da necessidade de atualizar os ambientes histéricos. Com isso, alguns tipos de intervengao so presentes. O termo restauragao é 0 mais utilizado quando se trata de intervengdes em bens patrimoniais. Embora isso acontega, 0 carter dessas intervengdes nao é, necessariamente este (BRAGA, apud DUARTE, 2017). Além da restauracdo, notam-se, também, como intervengdo em bens patrimoniais, os seguintes tipos conforme Duarte (2003): = conservagao, ou consolidagao, que tem como objetivo assegurar a integridade fisica do objeto, sendo ela estrutural ou estética; * reconstituigao: “reuniao de fragmentos dispersos’, ou seja, 2 reagrupagao das partes arruinadas, utilizando-se, muitas vezes, até mesmo novos materiais; * adaptacdo a um novo uso: Também conhecida como retrofit, reciclagem ou reabilitagéo de espagos preservados. Trata-se da intervengao que busca adaptar espacos preexistentes para abrigar funcionalidades ou sistemas diferentes daqueles para as quais eles foram projetados ou construidos; * reconstrugao, que 6 caracterizada pela recriagéo de um elemento arquiteténico ou espago urbano que se extinguiu ao decorrer do tempo. Para este tipo, 6 necessario que existam registros oficiais e fidedignos que possibilitem a reprodugao desses elementos e, réplica, que se trata de uma cépia exata do objeto original. E mais comumente aplicada a bens méveis, como estatuas, esculturas, quadros eetc. Embora citado por Duarte (2003) como diretamente relacionado com a adaptagao a um novo tipo de uso, o retrofit (retro, em latim, significa movimentar-se para tras fit, em inglés, se traduz como adaptacdo e ajuste), trata de uma altemativa para reformar e revitalizar um empreendimento, suas instalagdes e equipamentos, preservando e valorizando a edificagao. Ou seja, muito além de uma simples reforma, o conceito de retrofit esta ligado a preservagdo da meméria com o renascimento do bem arquitet6nico modernizando-o e readequando-o. Quando um edificio é “retrofitado", nem sempre tera 0 mesmo uso e finalidade que possuia anteriormente. Porém, a definiggo de um novo tipo de uso e ocupagao deve ser feita com cautela, observando as limitagSes do espago antigo. Um novo uso introduzido sem harmonia com as caracteristicas originais pode favorecer a faléncia acelerada da edificagdo. Por outro lado, uma edificagao sem uso também se deteriora rapidamente. Um retrofit apropriado tem como objetivo a melhora do desempenho energético, 0 baixo impacto, a valorizagao historica e a regeneragao econémica e social das zonas urbanas (LUCCHI, 2015). A partir do momento em que se definem novos usos aos bens preservados, como habitagées sociais, universidades, parques, areas de lazer e etc., © patriménio passa a ser visto como um potencial para o desenvolvimento da sociedade, e deixa de ser um componente alheio & populagao. Assim, ideias como a restaurag&o e reabilitagdo dos espagos patrimoniais destinadas apenas a usos costumeiros turisticos, e a “exaltagao do préprio patrimnio" 6 superada (BONDUCK, 2010). 2.3 Ambiente em Constante Mutagao © ambiente encontra-se em constante mutagao e, nao diferente das edificagdes contemporaneas, as edificagdes histéricas tem a necessidade de se adaptar 4s mudangas fisicas e intelectuais do seu entorno. © conjunto arquiteténico histérico de uma cidade é de fundamental importancia para que a sociedade que nela vive e jd viveu, seja compreendida, Uma modificagdo repentina no ambiente natural da cidade traz ao individuo, a sensacéo de instabilidade e de rompimento com a suas lembrangas, seu passado, sua hist6ria (HALBWACHS apud PAVAN; RIVEIRO, 2014), A arquitetura tem a capacidade de conservar dados histéricos e costumes da vida humana, daqueles que Ihes conferiram novos usos e significados simbélicos, como afirma Gutierrez (1989). Desta forma, é como um testemunho para a meméria que um conjunto arquiteténico deve ser compreendido, pois ele permite o reconhecimento de vidas passadas de cada sociedade, possibilitando a identificagéo do individuo como integrante de uma sociedade atual Através das modificagées realizadas pela sociedade, dreas protegidas como conjuntos urbanos historicos, e as edificagdes que compéem essas areas, se tornaram memoriais com o passar do tempo, pois, antes nao foram construidas para serem documentos histéricos. No momento que se define que uma determinada obra arquiteténica ou um conjunto urbano compée o patriménio cultural de uma sociedade, este se toma um “Lugar de Memoria’ (PIERRE NORA, 1993), documentando a relagdo entre o homem e o espago no decorrer do tempo. A restauragdo cumpre com a preservagao da histéria do patriménio e qualquer intervengao aplicada a obra influencia em sua realidade. Por isso, cabe a0 responsavel pelo restauro 0 controle e a fundamentagdo dessas mudangas ao decorrer de sua histéria para que seu valor no seja comprometido. Assim, como cita Kihl (2007, p. 199), “o restauro € encarado como ato histérico-critico, respeitando as diversas fases 0 qual passou a obra de forma a preservar as marcas das trocas da obra com o tempo”. A importancia da eficiéncia energética aplicada a edificagées histéricas esté atrelada aos novos usos que estas eventualmente precisam abrigar, de modo a permanecerem ocupadas. Sem uso, as edificagées perecem e, com elas, um documento histérico inestimavel. 10 Embora estes edificios normalmente tenham sido bem projetados, considerando aspectos bioclimaticos para a garantia de conforto térmico e visual, novos usos podem requerer condicionamento artificial, o que requer estratégias de projeto distintas das originais. Com isso, o patriménio histérico pode ndo se inserir no contexto quando submetido a critérios de eficiéncia energética, cuja implementago pode provocar alteragdes prejudiciais a preservacdo da sua aparéncia e da sua importéncia historica. (DIRETTIVA 2002/91/CE; DIRETIVA 2010/31/UE apud LUCCHI, 2015). O sistema de condicionamento de ar é um dos maiores responsaveis pelo consumo de energia elétrica em uma edificagao e, portanto, deve ser téo eficiente quanto possivel, 0 que pode exigir alteragdes na estrutura e na envoltéria, que obviamente, séio mais desafiadoras quando o objeto tem valor histérico, artistico e cultural a ser preservado Para assegurar 0 desenvolvimento propicio das cidades e de suas edificagdes atuais @ histéricas, garantir a eficiéncia energética no cenario do patriménio histérico torna-se de fundamental importéncia em um futuro proximo. As exigéncias funcionais e de conforto contemporaneas impdem ao tecido histérico uma estratégia de adequagao consciente de que se trata de um recurso ndo renovavel que precisa ser vinculado a uma politica de preservacao inteligente (GONGALVES 2015). Visto como um repositério de recursos valiosos a conservagdo integrada do Patriménio Cultural tem a capacidade de prolongar a vida ativa dando condigdes econémicas futuras razoaveis (MAGRINI; FRANCO, 2016) Os tedricos envolvidos nas questées patrimoniais, de forma geral, acreditam que 0 no abandono do patriménio materializa o passado no presente e que uma das maneiras de maior eficiéncia para se preservar é atribuir novos tipos de uso a esses locais. Assim, a atribuigéo de novos usos pode ser uma forma eficiente de se fazer uso do patriménio em beneficio da sustentabilidade. Além disso, esses conjuntos urbanos histéricos e suas edificagdes podem ser reinseridos ao contexto da cidade com funcionalidade, e cumprirem com seu papel de patriménio. Neste contexto, assegurar a eficiéncia energética nas edificagdes demonstra a urgéncia em contribuir para a diminuigao dos impactos ambientais. 11 2.4 Eficiéncia Energética Critérios de sustentabilidade so cada vez mais recorrentes e urgentes no mundo atual, obrigando a comunidade cientifica a estudar o patriménio cultural mais de perto. © conceito de sustentabilidade diz respeito a uma gama de esferas, como: culturais, econémicas, sociais e ambientais. Os termos lidam, efetivamente, com um processo sustentavel de conservacao, renovagdo, reutilizagao e gerenciamento da arquitetura, onde técnicas de avaliagao podem desempenhar um papel fundamental A sua avaliagao de forma sustentavel, pode ajudar a reconhecer e afirmar potenciais formas de aprimoramento (MAGRINI; FRANCO, 2016). A analise das caracteristicas recorrentes dos edificios histéricos pode parecer contraditéria aos principios da conservago, uma vez que as simplificagdes que implica podem resultar em solugbes padronizadas, Pelo contrario, no campo da restauracao arquiteténica, esta abordagem pode apoiar a preservacao do patrimdnio construldo, onde as caracteristicas materiais e estéticas da arquitetura historica s&o suficientemente homogéneas (GENOVA et al., 2016). Visto que a arquitetura histérica é parte importante do conjunto construtivo e devido 4 mudanga de consumo de energia relacionado @ alteracdo climatica, 0 patriménio histérico pode contribuir para a sustentabilidade. Neste sentido, varios fatores potencializam o interesse pela eficiéncia energética aplicada ao patriménio cultural, uma vez que, o aumento da mesma, ajudaria na utilizagdo e, consequentemente, na conservagéo do patriménio (GENOVA et al., 2016). Akande et al. (2015 apud POEL et al., 2007), se referem a desempenho energético como "a quantidade de energia realmente consumida ou estimada para atender as diferentes necessidades associadas a um uso padronizado do prédio”. Isso @ representado de forma numérica considerando parametros como: caracteristicas da envoltéria, técnicas de instalagdo, projeto e posicionamento em relagdo aos aspectos climaticos, exposigdo solar e influéncia das estruturas vizinhas, condicionamento e iluminagao artificiais, produgdo de energia propria e outros fatores como clima interno, que afetam a demanda de energia da edificagao, Os critérios de eficiéncia energética so a base de qualquer conceito de intervengao sustentavel, influenciando na maioria das decisdes fundamentais de projeto e demandando um conhecimento técnico consideravel. Uma proposicao sustentavel pode atualmente ser considerada como refinamento do valor imobilidrio, 12 implicando em diferencial de mercado seja para edificagdes novas ou existentes. Entretanto, quando sao envolvidas outras dimens6es de valor histérico, artistico ou cultural, 0 desafio de uma intervengao sustentavel se torna ainda mais complexo, demandando avaliagbes especfficas. Consequentemente, ¢ essencial analisar as peculiaridades de cada edificio, que também esto relacionados com a construgao, tipologia e caracteristicas estéticas da tradicéo do edificio local. (LUCCHI, 2015; GENOVA et al., 2016) Alguns métodos séo adotados para avaliar 0 desempenho energético de edificagées histbricas. Técnicas de gerenciamento de energia, ainda néo séo muito exploradas, mas podem ser mais interessantes para o incremento de sustentabilidade dos prédios histéricos, dado que dizem respeito & operacao adequada, requerendo pouca ou nenhuma intervengao fisica para obter bons resultados em termos de eficiéncia energética. (AKANDE et al., 2015). A preservacao dos edificios histéricos faz parte importante de uma abordagem de crescimento mais inteligente. Uma das maiores organizagées internacionais de desenvolvimento sustentdvel, O Green Building Council, esta desenvolvendo 0 GBC Historic Building TM, um sistema de classificagéo para combinar os critérios do LEED® e as necessidades especificas de restauragdes exigidas pelo patriménio (MAGRINI; FRANCO, G., 2016) O English Heritage (2012) sugere varias estratégias que beneficiariam as construgdes histéricas através de retrofit promovendo maiores economias de energia apresentando menos riscos e danos ao edificio. Essas estratégias envolvem a checagem de esquadrias, isolamento do telhado, substituigéo de equipamentos antigos por unidades de alta eficiéncia, controles automatizados e isolamento de pisos. Akande (2017) afirma que 6 ainda mais importante, o incentive A economia de energia resultante do comportamento do usuario, conscientizando-o e motivando-o redugao do uso de energia. Um feedback do uso de energia para os usuarios 6 uma das formas que poderia ser realizado, através de medidores inteligentes atuantes pelo lado da demanda. Além disso, a inspegdo regular, controle constante pode garantir a eficiéncia e melhoria do desempenho do edificio. 13 © estudo das caracteristicas presentes em bens historicos serve para desenvolver andlises energéticas em larga escala, além de estratégias financeiras, mas, também ajudam nas diretrizes técnicas para uma melhoria energética equilibrada, além de sua conservagao. Assim, a abordagem de diferentes metodologias é necessaria, podendo abranger componentes da envoltéria de uma edificag&o ou até mesmo alcangar uma escala urbana (GENOVA, E. et al., 2016). Uma das abordagens de investigagao consiste na andlise de estudos de caso, edificios geralmente monumentais, onde um diagnéstico energético é conduzido e melhorias na envoltéria e sistemas de energia so projetados ou realizados. Essa andlise destina-se a criar uma colegao de estudos de caso, destinada a inspirar medidas de upgrade e abordagens transferiveis a outros projetos 2.5 Eficiéncia Energética no Brasil e o Programa de Etiquetagem No ano de 1984, de forma precursora, o INMETRO deu inicio a discussa0 sobre eficiéncia energética no Brasil, com o intuito de colaborar com a racionalizagao do uso de energia no pais © Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) tornou-se um programa amplo de conservagao de energia e tem o objetivo de informar a eficiéncia energetic Com 0 passar do tempo, 0 PBE demandou parceiros como a Eletrobras e a Petrobras através de programas como o PROCEL e 0 CONPET, respectivamente cujo dominio técnico complementa o cardter metrolégico e de avaliagao da conformidade do Inmetro. O INMETRO se responsabiliza pela fiscalizagao e pelo acompanhamento dos programas de avaliagéo de desempenho, aparelhos consumidores e edificagoes regulamentadas. E 0 que evidencia o atendimento a requisitos de desempenho estabelecidos pelas normas e regulamentos técnicos é a Etiqueta Nacional de Conservagao de Energia (ENCE). 14 © PROCEL desenvolve e apoia projetos de conservagao de energia na area da construgao civil, em edificagdes residenciais, comerciais, de servigos e publicas. Esses projetos, de forma geral, incluem o estudo de novas tecnologias, materiais e sistemas construtivos. Cerca de metade do consumo faturado de energia do Brasil 6 representado pelo segmento de edificagdes, englobando tipologias residenciais, comerciais, de servigos e piiblicas e decorre do uso de sistemas de climatizagdo e iluminagao artificial e aquecimento de agua fundamentalmente. Considerando a eficiéncia energética desde a fase de projeto, estima-se uma redugao de consumo de cerca de 35%. (MELO; SORGATO; LAMBERTS, 2014; SCALCO et al., 2014 apud MANUAL DE ETIQUETAGEM DE EDIFICAGOES PUBLICAS, 2014). Para tanto, as solugdes devem ser adotadas desde a fase do projeto arquiteténico, passando pela construgao, até a utilizagao final. O PROCEL EDIFICA tem 0 intuito de desenvolver e estimular a aplicagao de critérios de eficiéncia energética nas edificagdes. Atuando em seis vertentes; Regulamentagdo da “Lei de Eficiéncia Energética’, Educacdo, Disseminagao, Tecnologia, Habitagao de Interesse Social, Capacitagaio e Suporte e Marketing. © grupo que regulamenta e elabora os procedimentos de avaliagéo da eficiéncia energética nas edificagdes criou em 2005 a Secretaria Técnica de Edificagdes que discute as quest6es técnicas envolvendo os indicadores de eficiéncia energética. A partir dai, desenvolveu-se, no 4mbito do PBE, os Regulamentos Técnicos da Qualidade para o Nivel de Eficiéncia Energética de Edificios, além dos Requisitos de Avaliagéo da Conformidade do Nivel de Eficiéncia Energética de Edificagées (RAC) e seus documentos complementares, como os Manuais para aplicagao do RTQ-C, do RTQ-R e do RAC. Em 2013, foi langado um RAC tnico. As vantagens apresentadas pela etiquetagem sao a possibilidade de conhecer a classe de eficiéncia energética das edificagdes, auxiliar na garantia de maior eficiéncia, proporcionar mecanismos para contratacao de projetos de novas edificagbes, definir requisitos de eficiéncia energética e orientar politicas, programas @ projetos para a promogao da eficiéncia energética das edificagées brasileiras 15 De acordo com o Manual de Etiquetagem, € segundo as regras estabelecidas no RAC que a ENCE para edificagdes piblicas ¢ obtida, mediante a avaliagéo da edificagdo. O proceso é composto por duas etapas: inspecéo de projeto e inspecdo da edificagao construida. A inspegao de projeto pode ser feita segundo dois métodos — prescritivo e simulagdo termoenergética, enquanto a inspegéo da edificagdo construida deve ser complementada por uma inspegdo amostral in loco. O Manual de Etiquetagem de Edificagdes Publicas descreve os métodos como sendo: O método prescritivo segue uma tipologia padrao, o que faz com que seja mais generalista, e acaba tendo algumas limitagdes, principalmente referentes a volumetria. Ele avalia os sistemas através de parametros pré-definidos ou que necessitam de cdlculo para uma avaliagao final da eficiéncia energética da edificagdo. O calculo é feito através de equagées e tabelas que limitam parametros da edificagao de acordo com a classe de eficiéncia energética O método de simulagao se baseia na simulagao termoenergética de dois modelos computacionais, que representam a mesma edificacdo, sendo um com as caracteristicas projetadas e um com parametros alterados de acordo com condigées de referéncia. A classificagao é obtida comparando-se o consumo anual simulado de energia elétrica para os dois modelos, sendo que 0 consumo do modelo do edificio real deve ser menor que do modelo de referéncia para a classe de eficiéncia pretendida. Indica-se este método nos seguintes casos: edificagdes de volumes pouco comuns, muito pequenas ou muito grandes, edificios que tenham protegdes solares diferenciadas e grandes areas envidragadas. A obrigatoriedade da aquisicao de equipamentos energeticamente eficientes e a obrigatoriedade do uso da ENCE nas novas edificagées publicas ou em que recebam intervengées de retrofit, esto dispostas na Instrugdo Normativa N° 02, de 04 de junho de 2014. Para a inclusdo da etiquetagem de eficiéncia energética no processo licitat6rio de uma edificago nova ou de uma reforma existem algumas agdes que devem se somar as praticas comuns adotadas. Assim, entende-se que a licitagao 16 pode ocorrer em trés momentos: Etapa de Projeto, Obra e contratagao de Servigo de Inspegao através do Organismo de Inspecao Acreditado - OIA. Os processos licitatérios consideram diferentes cendrios possiveis para a realizagao de contratagdes de servigos de arquitetura e/ou engenharia por parte do setor piiblico, divididos da seguinte maneira: 1° Grupo: Casos de Instituigées Publicas que possuem setor de Arquitetura efou Engenharia com equipe especializada para desenvolvimento de seus projetos e/ou execugao de obras. 2° Grupo: Casos de Instituicdes Publicas que ndo possuem setor de Arquitetura e/ou Engenharia. 3° Grupo: Casos de retrofit para Insfituigdes Publicas. Tratando-se de uma edificagdo publica que sofreu retrofit, a Casa do Bispo, objeto de estudo de caso deste artigo sera avaliada considerando o 3° Grupo. ‘As obras de retrofit, dentro de suas limitagdes, devem visar a obter a Classificagao A, para os sistemas de Condicionamento de Ar e lluminagdo, e atingir a maior classe possivel para a Envoltéria. E importante ressaltar que é possivel etiquetar parcialmente uma edificagao, havendo trés possibilidades de configuragao: avaliagéo da Envoltéria, Envoltéria + Sistema de lluminagao ou Envoltoria + Sistema de Condicionamento de Ar, 0 que quer dizer que a Envoltéria sempre deve ser objeto de avaliagaio, e mesmo que nem todos os sistemas sejam objetos do retrofit, a recomendacdo é de que todo © Conjunto seja avaliado, assim emitindo-se uma ENCE Geral Em edificios tombados, a obra de retrofit é vetada de baixar a classe de eficiéncia da envoltéria existente, por isso, recomenda-se obter a maior classe possivel, j& que as restrigdes do projeto original podem ser insuperaveis. 3 ESTUDO DE CASO E METODOLOGIA APLICADA Aanilise do estudo de caso teve como metodologia as etapas detalhadas abaixo, e definidas como: 17 1) Avaliagéo do caso, realizado através do estudo inicial do contexto hist6rico, onde esta inserida a edificagao, 0 estudo do restauro e da nova ocupagao, a andlise da situagdo atual, a avaliagdo da edificagdo e manifestagées patolégicas identificadas; 2) Avaliagao da eficiéncia energética do estudo de caso, realizado através da metodologia de célculo de transmitancia térmica e absortancia das paredes e coberturas, cdlculo da iluminancia dos ambientes da edificagao usando 0 método de lumens e simulagao computadorizada; 3) A anélise dos resultados encontrados e proposta de retrofit com vistas obtencdo da ENCE Parcial, onde apresenta solugdes para a melhoria da eficiéncia energética da edificagao. Para estudo de caso, foi escolhido o edificio “Casa do Bispo” (Figuras 1b, ce d) localizado no centro histérico da Cidade de Goids. A edificagao apresenta tipica arquitetura civil de Goias e destaca-se por sua implantagdo em posicao privilegiada para o Rio Vermelho e de frente para a Igreja Sdo Francisco de Paula (Figura 1a). A escolha desta edificagdo se deu em funcao de que, além de ser uma edificagao importante no Ambito do patriménio histérico cultural brasileiro, sofreu varias alteragées e reformas, passou por um processo de restauro, e abrigou varias fungdes ao longo do tempo. 18 Figura 1- Composicao. Fonte - Imagem obtida pelo Google Maps e fotos tradas no local pelo autor. A ~ Localizagto do Eaiico, 8 — Fachade do Acesso Principal, C ~ Fachada sobre muro de ammo de pedra, D ~Identiicagao do Escitoio Técnico, O acesso principal da edificagdo € protegido por gradil de madeira com desenhos hexagonais sobre arrimo de pedra (Figura 1b). As paredes so em taipa de pildo e adobe, e a cobertura em telhas coloni Possui forro agamelado e de saia-camisa. O estudo de caso se desenvolveu a partir da compreensao do significado do bem histérico cultural, descrigao da edificagao, seus materiais e técnicas de construgo, tanto originais como provenientes de intervengdes anteriores, a investigagao histérica, analise de documentos, avaliagao de possiveis patologias de conforto térmico e luminotécnico, bem como do potencial de eficiéncia energética 3.1 Contextualizagao historica Em um dos primeiros registros da Cidade de Goids, entao Villa Boa, Capital da Capitania de “Goyas”, datado de 1782, j& constava a edificagao atualmente denominada Casa do Bispo. 19 Nao s&o conhecidos a data exata da construgéio nem os primeiros moradores dessa casa. E de conhecimento, entretanto, que em 30 de junho de 1909, o imével na época denominado Palacete do Coronel Rocha Lima, foi adquirido Por D. Prudéncio com a finalidade de abrigar a Oficina do Jomal “O Lidador” e a Secretaria do Bispado. Acredita-se ter surgido, nesta época, a denominagao "Casa do Bispo". Atualmente, o monumento esta inserido no Roteiro Hist6rico e Artistico de Goids, e foi tambado em 1978, pelo entéo Servigo do Patriménio Hist6rico e Artistico Nacional - SPHAN. Em 13 de Junho de 1984, foi efetivada a aquisi¢éo do imével, junto ao Banco do Estado de Goids S/A, pela Fundagdo Nacional Pré-Meméria, com o objetivo de instalar a Oficina de Conservagéo e Restauragéo de Bens Culturais Méveis - OCOR, de ambito regional, e o Escritorio Técnico da entéo SPHAN, no Estado de Goids. No final de 1987, apés um processo de restauro de dois anos e meio, a casa foi reinaugurada, passando a sediar a Regional do Instituto do Patriménio Hist6rico e Artistico Nacional - IPHAN (Figura 14). Em 2000, a sede do IPHAN foi transferida para Goidnia e a casa foi transformada em Escritério Técnico da Cidade de Goias. Foi elevada a Patrimonio Cultural da Humanidade em 2001. 3.2 Restauro e Nova Ocupagao A justificativa para a ocupagéo da OCOR na Casa do Bispo veio da necessidade de relocagdo de suas atividades, que antes funcionavam de forma provisoria em um anexo do Museu das Bandeiras. Seus espagos ja ndo suportavam as atividades ali exercidas e ainda eram requeridos para exposicdes e eventos culturais. A OCOR passava por uma fase de desenvolvimento e jé comegava a receber solicitagées para restaurar pegas em toda a regio. Por esses motivos, estava justificada a proposta de reunir em um sé espago as atividades exercidas pela OCOR. 20 Segundo 0 Memorial Descritivo do Projeto de Restauro, externamente, a casa do Bispo aparentava uma construgao sélida (Figuras 2a e b), porém, seu estado de conservagao interno era precario e de abandono. Para que houvesse condigées de uso, diversas intervengées deveriam ser executadas com urgéncia, como descritas no relatorio de visita técnica realizado pelo Pré-Meméria feito em 23/05/1984: estabilizagao de instalagdes sanitérias, restauro dos forros, paredes internas e externas (Figuras 2c e d), escadas de acesso, restauragdo dos pisos ¢ esquadrias, estabilizacao da estrutura, instalagdes especiais para abrigar a Oficina de Conservacéo e Restauro de Bens Materiais, imunizagao de todo madeiramento e pintura geral Figura 2 - Composigao Fonte - Acervo Digital do IPHAN. htip:acervodigitalphan.gov.br, Acesso em 05/04/2018, Como descrito no memorial descritivo, a planta (Figura 3a), na época, expressava dois tempos distintos. No primeiro corpo original e principal (em preto na Figura 3a), a alvenaria de contorno 6 de taipa de pildo, assentada sobre embasamento de pedra (Figura 3b). Os pisos, forros e baldrames eram de madeira, cujo estado de conservagao estava muito precdrio. No segundo corpo (em vermelho jura 3a), a construgdo era mais recente e apresentava técnicas construtivas mistas, sendo as paredes de adobe, pau a pique e tijolo (Figura 3c) 21 Figura 3- Composi¢so Fonte - Planta produzida pelo autor ¢ imagens do acervo Digital do IPHAN. http:/acervodigital.iphan.gov.br, ‘Acesso em 05/04/2018. Com a restauragéo, 0 corpo principal passaria a abrigar o Escritério Técnico ¢ a Oficina de Conservagao e Restaurago de Bens Méveis - OCOR. © corpo anexo foi inteiramente aproveitado com adaptagao de salas para © OCOR, instalagées sanitarias e copa. Houve apenas um acréscimo de area para abrigar algumas salas, destinadas ao tratamento topico e aquoso. Em ambas, foi preciso revestimento de piso especial, pois nelas passou a haver manuseio de produtos acidos. Depois do restauro, obras de manutencao da edificacao foram feitas no decorrer dos anos. Retirada das pinturas, revisao das esquadrias, substituicao dos tabuados do piso, revisdo da rede elétrica e ampliagao da rede légica, conservacao do telhado e recuperagao das pedras so alguns destaques das manutencdes que ocorreram. As manutengdes que mais se destacam aconteceram no ano de 2006 e 2009 como é representado na planta baixa de mapeamento de danos e na planta baixa da proposta de intervengéo do ano de 2009, na Figura 4 e Figura 5, 22 respectivamente. Para maiores informagées, as plantas se encontram no site do IPHAN, http://acervodigital.iphan.gov.br, aonde é possivel encontrar os dados de forma mais detalhada. Figura 4~ Pianta Baixa de mapeamento de danos da edificacao, Fonte - Acervo Digital do IPHAN. http:/facervodigital.iphan.gov-br, Acesso em 05/04/2018. 23 Figura 5 - Planta Baixa de Proposta de Intervencao. 4 Fonte - Acervo Digital do IPHAN. http/facervodigital.iphan.gov.br, Acesso em 06/04/2018. 3.3 Situacdo Atual A Casa do Bispo, hoje Escritério Técnico do IPHAN, busca proteger a edificagéo com suas caracteristicas originais preservando objetos e méveis que compéem 0 espago e adaptando ao novo uso sem prejudicar a estrutura arquiteténica. Sua configuragéo atual (Figura 6a) abriga uma recepedo (Figura 6b), sala de reuniao (Figura 6c), dois Escritérios Técnicos (Figuras 6d, 6e), copa, sala de arquivos (Figura Gf) e biblioteca (Figura 6g) aberta 4 comunidade local, além de 24 instalagdes na parte posterior que funcionam de depésito e garagem, bem como um jardim (Figuras 6h e 6). Figura 6 - Configuragao alual da Eaificagao. Fonte - Pianta Baixa Atual Produzida pelo Autor. Fotos tiradas no local pelo autor. 3.4 Avaliacdo da edificagao e manifestagdes patolégicas identificadas A investigagao foi conduzida com base em revisdo de literatura e pesquisa descritiva, além de entrevistas com funciondrios que trabalham no edificio, e pessoas residentes no seu entorno. 25 Foram realizadas visitas técnicas edificacéo nos dias 02 e 03/04/2018, que permitiram sua observacéo e avaliagéo, bem como a identificagéo de manifestagdes patolégicas. Sabe-se que, para preservacéo de um imével, devem ser feitas manutengdes que podem ser classificadas em corretivas, que visam a resolver problemas identificados, e preventivas ou programadas, cuja intengo é prevenir 0 aparecimento de problemas. No ano de 2012, foi realizada a ultima manutengéo mais completa na Casa do Bispo, cujo objetivo foi restaurar a pintura geral, reviséo das telhas da cobertura, revisao da parte elétrica e substituicao da iluminacéo por um sistema mais eficiente em LED. Nos itimos cinco anos foram realizadas apenas manutengdes cortiqueiras, de acordo com a necessidade apresentada. Apesar disso, durante as visitas técnicas, constatou-se a existéncia de manifestagdes patologicas em pontos especificos da edificagao, a saber: destacamento do reboco préximo as portas de acesso na parte posterior (Figura 7a), umidade excessiva principalmente abaixo das esquadrias (Figura 7b), e a possibilidade de dano dos tabuados por conta da precipitacao de agua em dias chuvosos por falta de isolamento nas esquadrias e portas (Figura 7c). Figura 7 - Composigéo Fonte - Fotos tiradas no local pelo autor. Algumas fissuras sao visiveis em determinados cémodos, mas, segundo informagées fornecidas pelos funcionarios, essas ja foram diagnosticadas e nao apresentam atividade, estando estaveis (Figura 7d). 26 Estas manifestagdes patolégicas aparentam ter decorréncia de agdes naturais: agentes atmosféricos (luz solar, agao alternada de luz e agua), agentes quimicos (ambientes timidos) e agentes biolégicos (insetos e fungos). Do ponto de vista do sistema de iluminagao (Figura 8a), ainda esta sendo realizada a substituigéo das lampadas halégenas por lampadas em LED embora, como afirmado pelos usuarios do edificio, com um atraso consideravel em fungao da falta de lampadas para substituigao ou em fungao da necessidade de troca de algumas luminarias dada a sua incompatibilidade. Percebe-se, na Figura 8b, a luminria da direita com lampada halégena e, a da esquerda, com lmpada de Led. Figura 8 - Planta Baixa esquematica do sistema de iluminagao existente. Pages = a Fonte - Produzida pelo Autor. Fotos tradas no local pelo autor. A. substituigao da rede légica para fibra tica esta em fase de planejamento e visa a garantir a instalagéo de novos pontos para suportar mais 27 estagdes de trabalho para funcionarios e abrigar, em um local adequado, a central de dados (Figura 8c). Estimativas de custos de projetos de retrofit como instalagdo de painéis fotovoltaicos, acessibilidade com plataforma elevada e projeto de captagao de aguas pluviais ja foram realizadas pela administragdo da edificacéo, mas ainda sofrem com a demora de aprovacdo por conta da falta de recursos Durante a visita técnica, péde-se também experimentar duas condigdes de tempo diferentes (presenga de sol constante e calor, e tempo fechado e chuvoso), que permitiram a avaliagéo das condigdes térmicas e de iluminagao da edificagao. Do ponto de vista térmico, a percepgao foi de calor dentro da edificacao nos momentos de sol, e sensagao de ambiente abafado nos momentos de chuva Porém, a informagao obtida junto aos funcionarios, é de que eles nao veem necessidade de um sistema de condicionamento de ar e, por isso, sao utilizados ventiladores e olimatizadores de ar de piso. As janelas existentes, mesmo apresentando dois tipos de esquadrias (Guilhotina de Vidro e Colonial de Madeira), parecem nao suprir as necessidades dos usuarios. Em dias de chuva, eles fecham tanto a guilhotina quanto a colonial, fazendo com que, mesmo protegendo da agua da chuva, a luz natural seja impedida de entrar, recorrendo-se iluminagao artificial, 0 que mau uso inadequado das esquadrias. 3.5 Avaliacao da eficiéncia energética atual da edificagao Uma vez avaliadas as condigées da edificagao, o estudo partiu para a identificagao da classe de eficiéncia energética atual para a envoltéria e o sistema de iluminagao, dado que, nao ha sistema de condicionamento de ar. A envoltéria foi avaliada considerando a zona bioclimatica 7, predominante no estado de Goias, cujas caracteristicas principais so clima quente com pouca variagéo ao longo do ano e com estagées definidas como seca e chuvosa. 28 Tratando-se de um edificio cujo ambiente nao ¢ artificialmente condicionado, foram avaliados os pré-requisitos transmitancia térmica de paredes e cobertura (Upar e Ucob) e absortancia de superficie (a), considerando-se, como referéncia pelo RTQ-C para garantir envoltérias mais eficientes, os seguintes valores: Upar < 2,50 Wim?K e Ucob < 2,00 Wim'K e absortancia maxima de 0,50 para os materiais de revestimento externo das paredes. Considerando-se as caracteristicas construtivas da edificagao que é composta por paredes de adobe, pau-a-pique e tijolo ceramico revestidas com pintura clara e cobertura em telhas ceramicas no esmaltadas de cor natural (que assim sendo, isenta o pré-requisito de absortincia térmica da cobertura, considerando-o zero), a metodologia adotada para avaliar o sistema de envoltéria foi a dos Célculos de Transmitancia e absortancia Térmica das paredes e coberturas (Anexo A). Avaliada a edificagao conforme os procedimentos do RTQ-C, obteve-se 0 Nivel A de Eficiéncia Energética (Figura 9) Figura 9- Tabela de Avaliago de Eficiéncia Energeética rts overseas uate -eaciti to— [2 cance) © cae (Gato OY) ser (EH DreonD || seca 2688 oD ney festa Tmnno® ee ae @ || a re ae wino® Com HTH LaKnOD |] vor TT Der oa || avs oe 106 wn)® es ae @ || sm | mee® as vn as Oe a) Fonte - hitp:/iwww.labeee.ufsc.brisites/defauli/iles!webprescritivosindex.himl, acesso em 04/2018, sistema de iluminagdo foi avaliado pelo método das areas da edificagao dado que a mesma possui uma atividade principal unica - Escritério Técnico (Figura 10). Figura 10 - Exempificagao do Método de Areas sendo adotado uma unica DPI, Neste caso, Escritério. Fonte - Produzida pelo Autor. Levando-se em conta o Indice de Densidade de Poténcia de lluminagao (DPI) na Figura 11 abaixo e a atividade principal “Escritério Técnico”, verifica-se que © valor de referéncia (limite maximo) do DP! unica, é de 9,7 Wim?. Figura 11 - Limite maximo aceitavel de DPIL para o nivel de eficiéncia pretendido ~ Método da Area da Eaificagao. Densidade | Densidade | Densidade _ Densidade Re ae gee ee Fungo de Edificio | tiyminagdo | sluminagdo_| tiuminacéo | sluminado limite ym] limite wyme| limite W/m: limite wm? (Nivel A) (Nivel B) {nivel ) {nivel D)_ Academia 35 10,9 12.4 13.8 Armazém_ 71 8.2 9,2 10,3, Biblioteca 127° 146 16.5, 18.4 Bombeiros_ 76 87 9.9 na ‘Centro de Convengbes ne 133 15.1 16.8 ‘Cinema. _[ 29 10.2 11.6 12.9, ‘Comercio 151 Te 19.6 29 ‘Correos, 9a. 10s Taz 13.6 Vendo © tocaste | ag von na |e E: Tor Tas 13s iss i, 126 Tat Estodio dé Eepories et 27 109 722 Fonte - RTO-C 30 ‘Tabela 1 - Caloulo da Poténcia Limite Fungéoda Edficagéa | OPL-NivelAdwim® | OPL-NielB avin» | OPIL—NivelC own) | OPRL— Nivel GW) Esco or nz 28 141 ‘eam | Poinea Limto—Nivel | Potérca Uite—Nivet | Potércia Limte—Nivel | Poténcia Limite Nivel AGN) Bw) caw) wy a RE rae aa aa ‘Tabela produzida pelo Autor. Dados DPIL Fonte RTQ-C. Considerando-se a poténcia das lampadas instaladas na edificacao, a poténcia total instalada em iluminagao é de 14000 W. A partir da drea e da DPIL encontra-se 0 limite de poténcia instalada para cada nivel de eficiéncia (Tabela 1), sendo que, 14000 W > 2394,73 W, o sistema se enquadra no Nivel E de eficiéncia. Utilizando-se a metodologia de calculo de iluminancia através do método de Iimens e simulagao computadorizada na ferramenta DIALUXevo (Anexo B), constatou-se que a iluminancia média gerada pelas luminarias ¢ superdimensionada, sendo gerado um fluxo luminoso maior somente na area de abertura de foco das luminarias que estéo posicionadas de forma indireta. Com isso, a ilumindncia aleangada nos planos de trabalho é insuficiente e, como séo usadas lampadas de maior poténcia para buscar um melhor alcance nos ambientes, consumo de energia é mais elevado do que o necessario. Apos realizados os calculos, obteve-se o Nivel E de Eficiéncia Energética (Figura 12). Figura 12 - Tabela de Avaliagdo de Eficiéncia Energetica lett} aes em wcwamucg "wtint)) drain = = Fonte -http:iww-labeee.ufsc.brsites/defaultfles/webprescritivalindex.htmi, acesso em 04/2018. ci 4, PROPOSTA DE RETROFIT COM VISTAS A OBTENGAO DA ENCE PARCIAL CLASSE A Avaliados a envoltéria (indices referentes as caracteristicas fisicas da edificago) e sistema de iluminagdo (densidade de poténcia instalada relativa a iluminagao artificial interna, de acordo com as diferentes atividades exercidas pelos usuarios de cada ambiente) da Casa do Bispo, constatou-se que sao necessarias intervengdes ou adaptagdes com vistas a melhoria da eficiéncia energética da edificacao. Os resultados obtidos no diagnéstico demonstram Classe A para o sistema de envoltéria e Classe E para o sistema de iluminagao. Embora a Classe A, para 0 sistema de envoltéria seja o ideal perante a Instrugao Normativa 02, sabe-se que, ainda assim, existem possibilidades de melhorar suas caracteristicas. Por outro lado, a classe E para o sistema de iluminagao nao € aceitavel devendo-se buscar aleangar a classe A ‘Assim sendo, considerando a possibilidade de configuragao “Avaliagéo da Envoltéria + Sistema de lluminagao”, apresenta-se, aqui, uma proposta de retrofit para a Casa do Bispo que visa a obtengdo da ENCE Parcial da Edificagao Construida, Classe A. 4.1 Envoltoria Analisando os resultados verificou-se que 0 nivel de eficiéncia obtido ja garante a classificagao A. Entretanto, com o propésito de melhoria da transmitancia térmica, como um complemento e do ponto de vista de manutenibilidade, propée-se atuar sobre as componentes condutivas e radiantes da cobertura, com a instalagao de um material isolante térmico que visa a fornecer resisténcia a transferéncia de calor (condugéo, conveceao e radiago). O material deve ser posicionado no elemento construtivo de tal forma que a face aluminizada esteja voltada para um “ambiente”, neste caso 0 dtico. O material empregado é uma subcobertura isolante aluminizada, constituida por uma camada de Ia de vidro, revestida em uma face por 32 pelicula aluminizada e na outra por laminado branco, para acabamento externo, Além de propriedades termo-aciisticas, protege contra chuvas, vento e contribui para a impermeabilizacao e a durabilidade do telhado. O Feltro de La de Vidro tem espessura de aproximadamente 20mm e um peso de 0,500 Kg/m?. A alteragao nao compromete a integridade do patriménio histérico j4 que a estrutura estaria sob 0 telhado e em uma area nao visivel. No ato da instalagdo do feltro, sugere-se a limpeza das telhas por escovagao manual, estendendo a vida util, melhorando a aparéncia e reduzindo a absortancia efetiva da cobertura (embora desconsiderada pelo método de avaliacgo). Para demonstrar a eficiéncia da intervengao, foram realizados os seguintes calculos: Comprimento do Telhado — 16 m Propriedade do Material — Pcer — 1600 Kg/m? Pmadeira — 1000 Kg/m? pla vidro— 100 Kg/m* Acer — 0,90 Wi(m.k) madeira — 0,29 Wi(m.k) Nia vidro- 0,045 Wi(m.k) Coer - 0,92 Ki/(kg.k) Cmadeira - 1,34 Kj(kg.k) Cla vidro — 0,70 Kij/(ka.k) Verificacdo das condigées de ventilagao da cdmara de ar: 5 _2x1600x90 = = = 138461 cm? /m? 4 208 SIA >> 30 logo, a cdmara de ar é muito ventilada. a) No Verao Resisténcia Térmica emadeira _ 0,008 _ 0,02 on = ++ 0214 —_o." « Resistencia Térmica Total RT = Rsi + Rt + Rse = 0,17 + 1,3554 + 0,04/=) S647 K/w Transmitancia Térmica ae => OSS a) No Inverno Resisténcia Térmica 33 RT = 2x Rsi + Rla + Rmad = 2x 0,10 + 0,4444 + 0,6896 = 1334m7K/w Transmitancia Termica 1 1 0a aoaaes OOM) Apés considerar a alteragdo, verificou-se a melhoria no item de Transmitancia Térmica da cobertura, conforme demonstrado na Figura 13. Figura 13 - Tabela de Avaliagao de Eficiéncia Energetica aan cs men Titania)» cian | |e ees on cet wD Yeo ae Awimg D ccoe je @ oe 688 = Vea wD Can, —— HTM] || Mor (HT we Dre oro = 106 ine0D Sun ae || Au eee = as Oe a ® a a |p| Fonte - hitp:/Aww.labeee.ufse.brsites/defaultflesiwebprescritvosindex.html, acesso em 04/2018. Em complemento, como uma bonificacdo, propée-se a instalagdo de peliculas polarizadas transparentes de alto desempenho, nas janelas, pois sé mais eficientes para a redugao do fator solar (FS), reduzindo a incidéncia direta dos raios infravermelhos, e mantendo a transmisséio do espectro visivel, isto 6, reduzindo a entrada direta de calor e mantendo a qualidade da iluminacgao natural (indice de reprodugao de cor — IRC 100%). 4.2 Sistema de lluminagao Visando @ classificagéo A, foram considerados os trés pré-requisitos especificos no RTQ-C, que sao, Divisdo de Circuitos, Contribuicéo da Luz Solar e Desligamento Automatico do Sistema de Iluminagao. Com relacdo a divisdo de circuitos, constatou-se que o pré-requisito atendido. A edificagao, dados sua divisao e layout, apresenta dispositivo de controle 34 manual que permite o acionamento independente da iluminagao interna em cada ambiente. © segundo pré-requisito, entretanto, ndo ¢ atendido. Para um melhor aproveitamento da luz natural, propée-se corrigir a vedagéo dos conjuntos de esquadrias possibilitando maior isolamento contra as intempéries e, com seu melhor uso (guilhotina de vidro independente da parte de madeira), permitir, nas areas préximas as janelas, uma menor dependéncia da iluminagao artificial, 0 que pode ser trabalhado com o uso de um sistema de dispositive de desligamento independente das demais areas. Este sistema deverd ser aplicado nos ambientes cujas atividades sao essencialmente de escritério e biblioteca, no necessitando sua instalagao nos ambientes de sala de reunio, arquivo, hall e recep¢ao. Para atendimento ao terceiro pré-requisito, considerando que a edificagao apresenta area construida Util aproximada de 246.88m*, propée-se um sistema de desligamento automdtico através de sensores de presenca que desligam a iluminag&o em até 30 minutos depois da saida de todos os ocupantes, além dos dispositivos padrao de interruptores. Considerando as observagées realizadas no diagnéstico, verificou-se que 0 layout de distribuigao e o tipo de iluminagao nos diversos ambientes da Casa do Bispo ndo é 0 mais adequado ao uso a que se destinam esses ambientes, em sua maioria, Com isso, apresenta-se aqui, uma proposta de solugao luminotécnica do edificio que favorecera a iluminagdo direta, quando necessério, adequando os planos de trabalho a uma iluminincia correta de acordo com a sua atividade, 4 que a iluminagao existente s6 ¢ composta por luminarias indiretas (arandelas) que direcionam luz para 0 forro, causando obscuridade em alguns ambientes onde a iluminagao natural é menos presente. Partindo-se do conceito de instalagdes aparentes e destacadas das superficies existentes, para alguns ambientes, propde-se uma estrutura suspensa com o uso de perfilados (Figura 15a — representagéo em azul e Figura 15b), independente do forro, fixada a estrutura acima deste por tirantes ou perfis metélicos, aliando a funcionalidade @ preservagdo estética dos tetos e paredes, permitindo uma boa leitura do patriménio arquiteténico a partir da observagao cuidadosa da arquitetura existente fazendo com que os detalhes arquiteténicos passem a sugerir os caminhos mais viaveis para as instalagdes. Assim, a solucéo 35, proposta manteria a importéncia estética do forro de madeira original sendo uma aplicagao de retrofit apropriada. Por outro lado, hé ambientes cujos usos permitem a manutengdo dos atuais pontos de luz, considerando-se a disposic¢zo em que se encontram (Figura 15a — representagao em verde). Estes pontos, entretanto, deverao receber novas luminarias com desempenho mais adequado. Também, para melhor adequagao da solucao, nos ambientes Biblioteca e Escritério Técnico 2 propée-se uma mudanga de layout, conforme demonstra a Figura 14a. Figura 14~ Proposta de solugao luminotécnica Fonte - Planta Baixa Produzida pelo Autor. Imagem obtida pelo Google Imagens. 36 Para a proposta, foram seguidas as orientagdes descritas no Item 4 - Condigées Gerais da NBR 5413 ~ lluminagdo de Interiores (Figura 15) e adotou-se a metodologia de célculo de iluminancia através do método de lumens, através de simulagao computadorizada (Figuras 16 e 17). Tomou-se como referéncia, para efelto da demonstragao dessa metodologia, o ambiente Escritério Técnico 2, replicando-a para todos os outros ambientes da edificagao, conforme Anexo C. Utiizou-se, como especificagao, luminarias LED para uso com lampadas de poténcia variando de 17 W a 44 W, e iluminancia de 428 a 2475 lumens. Figura 15 - Item 4 - Condigbes Gerais. 4 Condigées gerais 4.1 Allumindncia deve ser medida no campo de rabaiho.. ‘Quando este nl for definido, entende-se como tal onivel feferente a um plano hortzonial a 0,75 m do piso. 4.2 No caso de ser necessério elevar a ilumindncia em limitado campo de trabalho, pode-se usar llumina¢o suplementar. 4.3 A iluminancia no restante do ambiente nao deve ser Inferior a 1/10 da adotada para o campo de trabaiho, ‘mesmo que haja recomenda¢o para valor menor. 44 Recomenda-se que a llumindncia em qualquer ponto {do campo de trabalho no sea inferior a 70% da ilumi- ‘néncia média determinada segundo a NBR 5382. Fonte - NBR 5413 Calculo da iluminancia — Escritorio Técnico 2 Figura 16 - Comportamento Térmico gerado pela iluminagao no ambiente. =H Fonte - Software DIALUXevo a) Caracteristicas C=6,75m Cores L=6,10m Teto = Branco =70% 37 HL = 0,60 cm Parede = Clara = 50% H=1,92m Piso = Escuro = 10% Hm = 0,75 cm Pd =3,27 b) Indice de Recinto (K) lluminagdo Indireta a 3xCXL 3x675x610 _ 123,52 X(H+HL)X(CXL) 2x (2,52)x (12,85) 64,76 ©) Fator de Utilizagao (FU) K=1,90 Teto / Parede / Piso = 7/5/14 FU=0;67, d) Fator de Perda Luminosa (FPL) Limpo - 0,8 Médio ~ 07 Sujo - 0,6 FPL=0;8 e) lluminancia Ideal na Area de Trabalho (Em) Em = 500 Lux f) lluminancia Média Total _ 1X @ X FUX FPL _ 1% 13590 x 067x08 _ 7284, ees a Bm 41,17 41,17 = 176.98 tux Em Figura 17 - Gomportamento Térmico gerado pela iluminagao dos ambientes. i Fonte - Software DIALUXevo 38 De forma complementar, é importante destacar ainda, alteragées que podem ser feitas no projeto da iluminagao externa. Os pontos de luz existentes como spots e balizadores deverao ser trocados por spots e balizadores com alimentacao solar, desde que em areas néo sombreadas, jé que a cidade é favorecida pela boa incidéncia de luz natural (Figura 18). Figura 18 - Spot ¢ balizador alimentados por energia solar. Fonte - Google Imagens. Realizados os calculos para os todos os ambientes, a poténcia total instalada encontrada foi de 1282 W, valor menor que 0 valor da poténcia limite (2394,73 W) referente ao Nivel A de eficiéncia energética (Tabela 1). Assim sendo, conforme demonstrado na Figura 19, com a solugao aplicada, a edificagdo passa a se enquadrar no Nivel A de eficiéncia energetica. Figura 19- Tabela de Avaliagao de Eficiéncia Energética ~tuminasio © or Seas do eo For aidades do eco Pr-Requses de todos os amblentes: Divito de dreuitos © atende ONO atende Contsbugdo daz natural atende No atende © Néo se apie Desamenteautomitico © Aende Odo atende Ndo se apa (e] ange +) | NE] rt wr | dea 8 1 | Eseiio 7 1 12 268 ‘hls Eieia | Lnpar a Desde ave observados os oré-reqites de desgamento automo 6o stoma de Huninacio, contibulcto d uz naturale dviso dos reulos Fonte - http:/www.labeee ufse.brisites/defaulifies!webprescritivofindex.himl, acesso em 04/2018. 39 5 CONSIDERAGOES FINAIS Este estudo permite compreender a importancia da andlise apropriada do patriménio histérico para que solugdes de intervengao sejam feitas de maneira adequada, levando-se em consideragdo a importancia do objeto. Assim, todo procedimento de restauro e conservagao deve seguir principios e critérios de maneira a preservar a estrutura original sem ocultar sua marca historica. Propostas de intervengo devem ser feitas tendo como principais orientagées técnicas 0 “Diagnostico do estado de preservagao”, que consiste em verificar e identificar as patologias existentes e suas origens (fisica, quimica ou biolégica), causas de deterioragao, avaliagéo das instalagdes existentes e a “Proposta de Intervengao”, contemplando o projeto arquiteténico, de conservagéio ou Testauragao, memorial descritivo e especificagao de materiais e modo de execugao. Desde sua nova ocupagao, a Casa do Bispo apresenta um planejamento de conservagao adequado. Isto é importante uma vez que a manutengéo periédica e preventiva pode evitar que seus materiais construtivos se deteriorem e, de forma mais ampliada, podem facilitar a aplicagao dos novos projetos de retrofit, como o proposto neste trabalho, e outros jé vislumbrados pela administragdo do Escritério Técnico, como por exemplo o reaproveitamento de aguas pluviais. Entretanto, as aprovagées orgamentarias para novos investimentos ndo esto acontecendo de forma satisfatéria. As observagées levantadas no estudo de caso apontaram a necessidade de intervengées ou adaptagées com vistas 4 melhoria da eficiéncia energética da edificagao. Esta melhoria relaciona-se aos sistemas de Envoltéria € lluminagao, ja que se constatou nao existir, sem ser necessdrio um sistema de condicionamento de ar. Neste contexto, e visando a obtengéio da ENCE, trabalhou-se com a proposi¢ao ENCE Parcial, contemplando os dois sistemas existentes, de acordo com as orientagdes da IN 02 MPOG/2014 Tratando-se de um edificio tombado, a obra de retrofit aplicada 6 vetada de baixar a classe de eficiéncia da envoltoria existente. Por isso, obter a maior classe possivel ¢ obrigatorio, j4 que as restrigdes do projeto original podem ser insuperaveis. Como a envoltéria ja foi avaliada como Classe A, a proposta se 40 baseou em néo diminuir 0 seu nivel aplicando uma ago de retrofit com o intuito de melhorar ainda mais a transmitancia térmica da cobertura, ja que apresentava um valor mais préximo do limite, em relagéo aos demais aspectos. Ja o sistema de iluminagao indicou o Nivel E, 0 que nao é aceitével. O remanejamento de layouts e um novo projeto de iluminagao realizados com novos dimensionamentos de poténcia de iluminagao possibilitaram a reducao da previso de consumo energético, fazendo com que o sistema alcangasse A classificagao A. A etiquetagem de edificagdes de modo geral, dé possibilidades de se conhecer a classe de eficiéncia energética das edificagbes, auxiliar na garantia de maior eficiéncia, proporcionar mecanismos para contratagao de projetos de novas edificagées. Com 0 estudo de caso em questdo, mostrou-se que a etiquetagem pode ser atribuida a uma edificagao historica sem prejuizo do seu valor, e com uso dos beneficios que a etiquetagem pode trazer. A exploracao de estratégias eficientes de retrofit que beneficiam as construgées histéricas pode ajudar a promover maior economia de energia e causar menos danos ao edificio. E 0 mais importante, promover a cultura da eficiéncia energética, para que outros edificios histéricos adotem essa estratégia. Podemos dizer, assim, que a cultura sustentavel da eficiéncia energética pode ser associada, sem prejuizo documental, a prética da conservagéo e restauragao, 0 que possibilita a transmisséo da importancia historica e cultural por geragées. ENERGY EFFICIENCY ON HISTORIC BUILDINGS: CASE STUDY — IPHAN’S TECHNICAL OFFICE, A.K.A. BISHOP’S HOUSE ABSTRACT The restoration of historic heritage in a sustainable way, through the adoption of energy efficiency criteria, represents a best practice in terms of urban rehabilitation, considering its combined intervention on a priceless cultural and historical document and the responsible energy use planning, necessary to mitigate the effects of climate changes. In this context, the analysis of historical architecture's features is useful to scale energy strategies. This work allies energy retrofits and historic building restoration, aiming to balance energy regulatory requirements and theoretical considerations regarding to heritage. Thus, a case study - IPHAN's technical Office 4 (a.k.a. Bishop's House) at Goias - has been developed, by evaluating the building's thermal and visual conditions, and proposing actions to improve the building’s energy index, regarding to the envelope and the lighting system. The main goal is to simulate the delivery of a Partial National Energy Conservation Label - ENCE, by respectful interventions on the heritage. Key words: Bishop's House. Energy Performance. Historical Heritage. Restoration. Retrofit. 42 REFERENCIAS ABNT. Desempenho Térmico de edificagdes Parte 2: Método de calculo da transmitancia térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de edificagao: NBR 15220. Rio de Janeiro, 2013. Pag. (1-21). ABNT. lluminagdo de ambientes de trabalho. Parte 1: NBR ISSO/CIE 152208995- 1. Rio de Janeiro, 2013. Pag. (1-2154). ABNT. lluminancia de Interiores: NBR 5413. Rio de Janeiro, 1992. Pag. (1-13). AKANDE O. K. et al. Energy Performance and Improvement Potentials for Selected Heritage Building Adaptation in England. United Kingdom, August 2015. BONDUKI, Nabil. Intervengdes urbanas na recuperagao de centros histéricos. Brasilia, DF: Iphan; Programa Monumenta, 2010. BRAGA, Marcia. 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Acer — 0,90 Wi(m.k) Aarg=reb — 1,15 Wi(mk) Ceer — 0,92 Kj/(kg.k) b = 1,00 Kj(kg.k) PAREDE 01 a) Resistencia Térmica da Parede $1 = Reboco + Cerdmica + Reboco Aa = 0,40 X 0,15 = 0,6 m? ra = STb0e2 | ecerdmica , ereboco 0,025 | 0,70 2025 «6742 mt Kw ‘°" Jeeboco Aeeramica Areboco 115 100° 115 $2 = Rebooo + Argamassa + Reboco Ab = 0,015 X 0,40 = 0,006 m? ae ereboco 4 catgamassa ereboco 0,025 0,70 0,025) ““Zreboco Aargamassa Areboco 1,15 115 1,15 Resistencia Térmica Parede Rtp = Atta — os+o006 _ _osve “Eek BEBE = Seosa0082 b) Reisténcia Térmica Total Re = Rel+ Re+ Ree = 018 + 0809 +0041=0,978("— )/w c) Transmiténcia Térmica 14 y=—=-— Rt 0979 d) Capacidade Térmica 46 S1 = Reboco + Ceramica + Reboco 3 Cta = de c.p = (¢.c.p)reboco + (e.c.p)ceramica + (e.c.p)reboco Cta = (0,025 x 1,00 x 2000) + (0,70 x 0,92 x 1600) + (0,025 x 1,00 x 2000) = 50 + 1030,4 + 50 = 1180,4 Kj/(mn?.ke) $2 = Reboco + Argamassa + Reboco Cth de c.p = (¢.c.p)reboco + (e.c.p)argamassa + (e.c.p)reboco Ctb = (0,025 x 1,00 x 2000) + (0,70 x 1,00 x 2000) + (0,025 x 1,00 x 2000) = 50 +50 + 50 = 150 Kj/(m*.k) Capacidade Térmica da Parede cCp= Aa+Ab 0,6 + 0,006 0,606 ‘P= “fat Ab ~ 0,640,006 ~ 0,00005707856 Cta+Cth 11304+150 e) Fator Solar Opaco FSo=100xU xa x Rse FSo = 100 x 1,02 x 0,2 x 0,04=10;8169% f) Fator Solar Translucido FSo=UXaxRse+t FSo = 5,8 X 0,54 X 0,04 + 0,28/=10/40% PAREDE 02 w—L] a) Resistencia Térmica da Parede ‘eboco + Argamassa + Reboco 0,001 x 0,19 + 0,06 = 0,0025 m? ereboco , eargamassa , ereboco Zreboco * Jargamassa * Areboco eboco + Ceramica + Reboco ), 0095 m* Areboco Via ica a Areboco Resistencia Térmica Parede ‘Aseab _ no02s 00098 _ 9n12 Rtp = = Saco = a 47 b) Reisténcia Térmica Total Re= Rei Rt+ Ree = 033+ 015+0002 0,88) /w c) Transmitancia Térmica “Rt 0,32 d) Capacidade Térmica 1 = Reboco + Argamassa + Reboco 3 Cth= YX e.c.p = (¢.c.p)reboco + (e.c.p)argamassa + (e.c.p)reboco Cth = (0,02 x 1,00 x 2000) + (0,15 x 1,00 x 2000) + (0,02 x 1,00 x 2000) = 40 +300 + 40/= 380 Kj/(an?Ke) $2 = Reboco + Ceramica + Reboco 3 cta =)" e.c.p = (e.c.p)reboco + (¢.c.p)ceramica + (e.c.p)reboco Cta = (0,02 x 1,00 x 2000) + (0,15 x 0,92 x 1600) + (0,02 x 1,00 x 2000) = 40 + 220,8 + 40=1300,81Kj/ (ane) Capacidade Térmica da Parede mee ae a = ~ oor 600,00 ($)/w = = “SOEEFOBRE- = Tooooisenes #z a 0,0000176263 e) Fator Solar Opaco FSo=100XU XaX Rse FSo = 100 X 3,12 x 0,2 x 0,04)=)12)4995 f) Fator Solar Translucido FSo=UxaxRse+t FSo = 1,09 x 0,54 x 0,04 + 0,28/=10;40% CALCULO DE PORCENTAGEM DE AREA DE ABERTURA NA FACHADA a) Porcentagem de Area de Abertura na Fachada Total (PAFt) Aabert'a = 9 X 1,00 x 180 = 16,2 m? Aabert'b = 2 x 1,00 x 0,50 = 3m? 192 399,52 b) Porcentagem de Area de Abertura na Fachada Oeste (PAFo) Aabert = 3 x 1,00 x 1,80 = 5,4. m? “on TRANSMITANCIA TERMICA TOTAL DAS PAREDES DA EDIFICAGAO PAFt = = 0,048 48 © Atransmitancia térmica a ser considerada para a avaliagao do pré-requisito 6 a média das transmitancias de cada parcela das paredes, ou cobertura, ponderadas pela area que ocupam; = Ssnxososes2s00%2 _ BGEU TR) oe 0,606 +0,012 CAPACIDADE TERMICA TOTAL DAS PAREDES DA EDIFICAGAO. _ (406,16 x 0,606) + (680,80 x 0,012) _ ba 0,606 + 0,012 a COBERTURAS TELHADO 01 Comprimento do Telhado — 16 m Propriedade do Material — Poer — 1600 Ka/m? Pmadeira — 1000 Kg/m* Acer — 0,90 Wi(m.k) Amadeira — 0,29 Wi(m.k) Coer — 0,92 Kj/(kg.k) Cmadeira — 1,34 Kj/(kg.k) Verificagao das condigées de. ventilagao da camara de ar: 5 _ 21600 K 90 1354.64 om? /m? 4 208 pied SIA >> 30 logo, a camara de ar é muito ventilada. TRANSMITANCIA TERMICA DA COBERTURA 1) No Veréo a) Resisténcia Térmica re = Soeramica a, 4 madeira 0,008 | 0.02 ~ Jeeramica “°"* Tmadeira 0,70 °"** 025, b) Resistencia Térmica Total RT = Rsi + Rt + Rse = 0,17 + ,02903 + 0,04/=10)5003'm7K/w c) Transmitancia Térmica gi ~ 5005 RO Rt 0,5003 2) No Inverno a) Resisténcia Térmica RT = 2x Rsi + Rmad = 2X 0,10 + emadeira Dmadeira 02; b) Transmitancia Térmica gona ATO Rt 0,0,2689 49 TELHADO 02 Comprimento do Telhado - 7,20 m Propriedade do Material — Peer — 1600 Kg/m* Pmadeira — 1000 Kg/m? Acer — 0,90 Wi(m.k) Amadeira — 0,29 Wi(m.k) Ccer — 0,92 Kj/(kg.k) Cmadeira — 1,34 Kj/(kg.k) Verificagao das condigées de ventilagao da cémara de ar: S __2x720x30 A 288 SIA >> 30 logo, a cémara de ar é muito ventilada. = 1500 cm? /m? TRANSMITANCIA TERMICA DA COBERTURA 1) No Verao a) Resisténcia Térmica ecerdmica emadeira 0,008 0,02 Re = Teeramica * °°" + radeira ~ 0,70 + 97+ 029 b) Resistencia Térmica Total RT = Rsi + Rt + Rse = 0,17 + 02903 + 0,04 = 0/5003 mi" K/w ©) Transmitancia Térmica gs” 5003 aRORW/ Rt 00,5003 2) No Inverno a) Resisténcia Térmica emadeira 0,02 = i = 2x 0,10 + = 0.20 + == RT = 2x Rsi + Rmad 045 0,20 + 0,29 b) Transmitancia Térmica = 1 Rt 0,0,2689 CAPACIDADE TERMICA DA COBERTURA 3 t=) ec.p = (cc.p)ceramica + (e.c.p)ar + (e.c.p)madeira Cta = (0,008 x 0,92 x 1300) +0 + (0,02 x 1,34 x 1000) = 9568+ 0+ 268 Fator Solar Opaco Fso = 4XU Xa = 4X 1,65 x 0,75) 4)95% 50 ANEXO B — Calculo iluminancia atual da edificagao CALCULO ILUMINANCIA ATUAL DA EDIFICAGAO BIBLIOTECA COPA, HALL DE ENTRADA Plano de Uso (Poténcia Luminosa Vertical) Tato [70% Caracteristicas [Piso [50% Parede | 10% Indice de Recinto (K) 4.37 Fator de Uilizacao (FU) de Perda Luminosa (FPL) ja ideal no rabaino (Em) | _500 Lux Parametros ‘Aira do Plano de Trabalho. 075m Plano de Uso (Poténcia Luminosa Vertical) Caracteristicas Indice de Recinto () Fator de Uilizagéo (FU) Fator de Perda Luminosa (FPL) TTuminancia Ideal no Plano de Trabalho (Em) | _150 Lux Limpo | 0,8 Parametros “Ailura do Plano de Trabalho 0.75m Plano de Uso (Poténcia Luminosa Vertical) Tato] 70%. Caracteristicas [Piso [50% Pareds | 10%. Trdioe de Recinto (KD Fator de Uilizagao(FU)| 0,58 Sio_ [06 Fator de Perda Luminosa (FPL) pMEGO OF TTuminanota Ideal no Plano de Trabalho (Em [Altura d Piano de Trabalho 51 Plano de Uso (Poténcia Luminosa RECEPCAO Nerttical) Tato [70% Caracteristicas | Piso_[50% Parede| 10% indies de Recnio(K) | 0,99 Fator de Uulizagao (FU)| 0.53 Sijo_| 08 Fealor de Perda Luminosa(FPL) Medio LOL Tiaminancia Teal no Plano de Trabalho (Em) Parametros ‘Altura do Plano de Trabalho 0,75 m ARQUIVOS SALA DE REUNIAO Plano de Uso (Poténcia Luminosa Vertical) “Tato _[ 7096) Caracteristicas [Piso [50% Parede [10% Indice de Recinto ( 1.40 Fator de Utlizagéo (FU) | 0,62 Fator de Pera | Sulo_1 0.8 Tiurinanca deal no Plano de Trabalho (Em) 200 Lux Paramettos “Altura do Piano de Trabalho 0,75 m Plano de Uso (Poténcia Luminosa Vertical) Tato] 70%6| Caracteristicas [Piso —|50%| Parede| 10% | indice de Recinto(K) [1.49 Fator de Utlizagto (FU)| 0.62 Sao [06 Fator de Perda Leerceese) — fMéaio_{ 0,7 Tiuminancia Teal no Piano de Trabalho (Em)| _600 Lux Parametros ‘Altura do Plano de Trabalho, [Plano de Uso (Poténcia Luminosa 52 ESCRITORIO 2 Vertical) Tato] 70% — Caracterisicas [Piso | 50% Parede | 10% B Indice de Recinto (K) 4,90, feseeseuznto eur {as Sijo_ [06 Fatorde Pera | Sule [ LuminosareLy — [Médio [0.7 Tluminancia deal no i oo Plano de Trabalho (Em) | 500 Lux Parametros ‘Atura do Plano de Trabalho. 0,75 m Plano de Uso (Poténcia Luminosa Vertical) ESCRITORIO 1 Tao To Caractersticas [Piso [50% Parede | 10% IndoedeRecinto(K) [1,31 Fator de Vilizacao (FU)| 0.58 Syjo [06 Fator de Perda Luminosa (FPL) ciao OF Tlumindncia deal no Plano de Trabalho (Em) ees Parametros| “tua do Plano de Trabalho 0.75 m CORREDOR ‘Piano de Uso (Potencia Luminosa Vertical) — Tato] 70%| Caracteristcas [Piso [50% Parede | 10% Indice de Reainio (| _ 0.53 Fator de Utiizacao (FU) | 0, Sujo_| 0.6. eerie) — [Medio |. Tluinncia Ideal no Plano de Trabalho (Em) io Parametros “Aira do Plano de Trabalho o7sm 53 ANEXO C — Calculo iluminancia proposta da edificagao CALCULO ILUMINANCIA PROPOSTA DA EDIFICAGAO, BOTEC Fano de Use Fata Lins Tato 70%, Caracteristicas Piso_| 50% Parede]| 10% Tnaioe do Recnio 1 Fator de Utilizagao (FU) Fator de Perda Luminosa (FPL) Tiamindncla eal no Plano de Trabalho (Em) ug a Paramelos Tara do Fiano de Trabalho 075m COPA Plano de Uso (Poténcia Luminosa Vertical Teto_[ 70% Caraceristicas [Pico | 80% Parede [10% Indice de Recinto (K) 4,37 Fator de Uulzacdo (FU) 0. roan Sao [06 Luminosa (FPL) Tiuminancia Ideal no Piano de Trabalho (Em) | _ 600 Lux Parametros ‘Altura do Plano de Trabalho 075m ~ Plano de Uso (Potencia Luminosa HALL DE ENTRADA -—aieot) _____| Tao] 70% Caracterisicas [Piso [50% Parede | 10% Tndice de Recto) [1 Fator de Utilizagao (FU) 0, Sujo_| 0.6 FatordePerda f geule1- 0.8 Luminosa (FPL) Tiumivancia 16881 no Piano de Trabalho (Em)| _ 200 Lu* Parametros “Ailura do Plano de Trabalho 075m 54 RECEPCAO, Plano de Uso (Poténcia Luminosa Vertical) eto] 70% Caracterisicas [Piso [50% Pareda 10% indice deReanto (| 0,99 Fator de Utiizacao (FU)| 0.53, Suio [08 Foator de Perda 2 Luminosa (FPL) Medio 9 Tumindncia ial no Plano de Trabalho (Em)|_ 300 Lux Parémetos ‘Altura d Plano de Trabalho 0.75m Plano de Uso (Poténcia Luminosa ARQUIVOS Vertical) TTeto_] 70% Caracteristicas [Piso [50% Parede | 10% indice de Recinto(K) | 1,40 Fator de Uiizagao (FU)| 0.62 So | 08 Fator de Perda tuminaca(ePt) [ede oF Tluminancia deal no Plano de Trabalho (Em) | _200 Lux T Parametos Titra do Pano de Trabalho 0.75 m Plano de Uso (Poténca Luminosa SALA DE REUNIAO. Vertical) Caracteristicas [Piso [50% Indice de Resnto(K)| 1.49 Fator de Utiizagio (FU)| 0.62 FatordePerda Sue 08 Lminosa PL) Tuminanca lel no Plano de Trabalho (Em) Parametros flura do Pano do Trabalho. 075m ESCRITORIO 1 CORREDOR 55 ~ Plano de Uso (Poténca Luminosa | Vertical) Tato_[70% Caracterisicas [Piso [50% Parede [10% Indice de Recto) | 1.31 Fator de Uilizacso (FU)| 0. Sujo_[ 06, Fator de Perda 2 Luminosa(FPL) Medio 1 07 Tiuminaneia Ideal no Plano de Trabalho (Em)| 500 Lux Pardmetros ‘Altura do Prano de Trabatho 075m Plano de Uso (Poléncia Luminosa— Vertical) Tao] Caracteristeas [eo |5056 Pareda| 10% Indice de Recinto (kK) 0,53 Fator de Utilizagao (FU) 0.40. Falorde Perda Selo [0.6 Luminosa (FPL) Tluminancia Ideal no Plano de Trabalho (Em)

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