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5- ESTUDO DE CASO Neste capitulo seré apresentado um estudo de caso do sistema SIMPREBAL na usina hidrelétrica de Balbina, A-chilise seré focada no sistema de mancal (mancal guia do gerador, mancal combinado, ¢ mancal guia da turbina). Entretanto, sero tecidos alguns comentérios acerca dos demais sistemas (sistema da turbina e do gerador). Serio descritos os equipamentos pertencentes a cada sistema da usina, os métodos de anilise utilizados ¢ 0s resultados obtidos, Os objetivos deste estudo de caso sto: Validar os diagnésticos de falha produzidos pelo sistema, avaliar a aplicabilidade das sugestes de manutengio, avaliar a adequagio das faixas de valores adotadas para a monitoragdo de condigdo ¢ avaliar as potencialidades ¢ limitagées do sistema SIMPREBAL. 5.1- APRESENTACAO DO CENARIO Serd apresentada nesta Segdo uma descrigo geral da usina, incluindo localizagio, capacidade de produgio ¢ caracteristicas técnicas. Em seguida serao descritos seus sistemas (sistema de mancal, sistema da turbina e sistema do gerador) e a instrumentago a eles associada. O objetivo desta seco & forecer uma visio do ambiente em que esté inserida a atual pesquisa de forma a elucidar melhor o estudo de caso. 5.1.1 - Descrigao da usina A usina hidrelétrica de Balbina est localizada no municipio de Presidente Figueiredo no estado do Amazonas, a 180km da cidade de Manaus, no rio Uatuma, um dos afluentes do rio Amazonas. A Figura 5.1 apresenta uma vista aérea da referida usina. Figura 5.1- Usina hidrelétrica de Balbina. 133 ‘A usina possui capacidade de geragdo de 250MW de energia elétrica (5 geradores de SOMW cada). Os geradores sio do tipo Umbrella de baixa rotagdo (105,88rpm), capacidade nominal de 55,SMVA e tensdo nominal de 13,8kV, ¢ sio numerados de | a 5, como observado na Figura 5.2, sendo que 0 gerador 1 esta mais préximo da margem do rio © © gerador 5 esta mais proximo do leito, As unidades geradoras 1, 3 ¢ 5 sfo auto- alimentadas, ou seja, parte da energia por elas produzida é utilizada para fornecer a corrente de excitagdo do estator ¢ alimentar as bombas ¢ demais equipamentos elétricos necessirios ao funcionamento da unidade, ¢ os geradores 2 e 4 possuem alimentagio extema, Portanto, em operagiio normal, pelo menos um dos geradores de mimero impar deve estar sempre ligado. Figura 5.2- Vista superior das 5 unidades geradoras, 5.1.2 - Deseri¢o funcional dos equipamentos As turbinas hidrdulicas existentes em Balbina sio do tipo Kaplan de eixo vertical, conforme ilustrado na Figura 5.3, Sao especificadas para uma queda liquida de 21,85m. 134 uha i Sarees } Mancal quia do gerador } ise do gear Cuba asses ‘Sapatas do mancal guia ¢ Combinado ‘Sapatas do mancal escora Cuba ' , oat Mancal guia da turbina Sistema Sistema de regulagae de velocidadef da Turbina Figura 5.3- Ilustragao do grupo turbina-gerador. Todos os equipamentos ¢ sistemas monitorados pelo SIMPREBAL esto indicados na Figura 5.3. Nesta sepdo sera apresentada uma breve descrigiio das fungdes de cada equipamento e de sua instrumentagdo, uma descrigo detalhada ¢ apresentada no Apéndice A para o sistema de mancal, Conforme ja mencionado, os equipamentos da usina de Balbina estéo divididos em sistemas. Sdo cles: Sistema de mancal, sistema da turbina ¢ sistema do gerador. Quanto 4 instrumentagdo, atualmente, cada unidade geradora é monitorada apenas por um dispositive DFI, ao qual estdo conectados 20 transmissores, que, por sua vez, esto ligados a 36 sensores. Tanto as DFIs quanto os transmissores so instrumentos fabricados pela empresa Smar, possuem capacidade de processamento local e se comunicam por meio de uma rede Fieldbus. Os sensores so basicamente de temperatura e um deles de densidade. Estio distribufdos entre os sistemas conforme mostrado nas préximas Subsegées. 5.1.2.1 - Sistema de maneal Os maneais so responsiveis por transferir os esforgos radiais e axiais do eixo da turbina a0 concreto, evitando assim uma vibragdo excessiva do mesmo ¢ o desgaste prematuro de 135 todo o grupo, Os componentes de cada mancal so basicamente cuba ¢ sapatas. A cuba & responsdvel pelo armazenamento de éleo que lubrifica as partes ativas do mancal ¢ as sapatas sdo estruturas metélicas responsaveis pela formagdo de um filme de dleo, por efeito hidrodinamico, entre o metal patente e 0 eixo da turbina durante o funcionamento da unidade geradora. A Figura 5.4 apresenta uma fotografia do eixo da turbina, mostrando também a tampa, que fornece estanqueidade aos compartimentos do rotor Kaplan, e a regido superior das sapatas do mancal guia da turbina (MGT). Figura 5.4- Fixo e mancal guia da turbina. O mancal guia da turbina é refrigerado pela propria 4gua que passa nas pis do distribuidor, J 0 mancais combinado © guia do gerador so dotados de sistemas auxiliares de resftiamento, designados como LCB e LGE, respectivamente. Sao constituidos por motobombas para circulagdo de dleo, filtros e trocadores de calor. Os mancais sio monitorados por sensores de temperatura do dleo e do metal das sapatas (Figura 5.5), € 0 sistema de resfriamento do mancal combinado é monitorado por um medidor de densidade (Figura 5.6), Figura 5.5- Indicadores de temperatura do metal ¢ do 6leo do mancal combinado. 136 Figura 5.6- Sensor de densidade tipo touché. A Tabela 5.1 apresenta toda a instrumentagao do sistema de mancal da UHE Balbina, incluindo as tags com que sdo referenciadas, Tabela 5.1 - Instrumentagdo do sistema de mancal da UHE Balbina, Sistema de mancal Subsistema Tag__| Descrigho 38GMM1_| Temperatura do metal das sapatas (sonda n° 1) Mancal guia [38GMM2_| Temperatura do metal das sapatas (sonda n° 2) do gerador [38GMM3_| Temperatura do metal das sapatas (sonda n° 3) (MGG) [38GMO1_| Temperatura do dleo na cuba (sonda n° 1) 38GMO2_| Temperatura do dleo na cuba (sonda n° 2) 38MK1__| Temperatura do metal das sapatas (sonda n°1) Mancal guia [38MK2__| Temperatura do metal das sapatas (sonda n°2) daturbina [38MK3 | Temperatura do metal das sapatas (sonda n°3) (MGT) [38MJ1___| Temperatura do leo na cuba (sonda n°1) 38MJ2__| Temperatura do leo na cuba (sonda n°2) 38MGI__| Temperatura do metal do mancal guia intermedidrio (sonda n°1) 38MG2__| Temperatura do metal do mancal guia intermedidrio (sonda n°2) Mancal [38MG3__| Temperatura do metal do mancal guia intermedidrio (sonda n°3) combinado [38MEI | Temperatura do metal do mancal escora (sonda n°1) (MCB) —[38ME2__| Temperatura do metal do mancal escora (sonda n°2) ‘Temperatura do metal do mancal escora (sonda n°3) ‘Temperatura do éleo na cuba Sistema de s DT302-1 | Densidade do dleo do mancal combinado resfriamento e lubrificagao eMC. | 21302-T | Temperatura do dleo calculada pelo transmissor de densidade 137 5.1.2.2 - Sistema da turbina sistema da turbina se subdivide em: turbina hidraulica, sistema de drenagem da tampa, sistema de adugdo ¢ descarga, e sistema de regulagdo de velocidade. Atualmente, o tinico subsistema pertencente ao sistema da turbina mor rrado pela instrumentagao Fieldbus & 0 sistema de regulagdo de velocidade (SRV), 0 qual é mostrado na Figura 5.7. Figura 5.7- Sensor de densidade tipo touché. O SRV € 0 sistema responsivel por controlar a velocidade de rotagdo da turbina, Este controle é realizado através de comandos de abertura e fechamento das pas do distribuidor. O distribuidor ¢ um dispositive mecdnico composto por um conjunto de laminas verticais (pas) formando um circulo. As pas tém grau de liberdade rotativo em tomo do eixo vertical, de modo que, ao alterar o angulo de rotagio, altera-se o fluxo de dgua na turbina, ‘A movimentago das pis esti vinculada ao movimento de dois pistes hidriulicos denominados servomotores. Quando é dado um comando para movimentagio do distribuidor, 0 leo pressurizado contido no tanque cilindrico azul e amarelo apresentado na Figura 5.7, denominado acumulador ar/éleo, envia, sob presso constante de 40bar pela agio das motobombas também apresentadas na figura, dleo aos servomotores movimentando-os. Para que o dleo de regulagdo nao perca suas caracteristicas de compressao ¢ viscosidade, & necessirio resfrié-lo regularmente, Para o resfriamento do dleo € utilizado 0 tanque 138 retangular mostrado no Figura 5.7, denominado tanque sem pressdo, este tanque & dotado de filtros e trocadores de calor (os trocadores so os componentes pintados de verde na figura). Periodicamente, as motobombas do SRV conduzem o éleo do acumulador ar/éleo para o tanque sem presso para que seja refrigerado nos trocadores de calor. © sistema SIMPREBAL monitora este processo por meio da aquisigfio de dados de sensores de temperatura do dleo de regulago e temperatura da Agua de resfriamento nos trocadores. A Tabela 5.2 apresenta as fags monitoradas, Tabela 5.2 - Instrumentagao do sistema da turbina da UHE Balbina. Sistema da turbina Subsistema Tag _ | Descrigio Sistema de regulagdo | 26AR_| Temperatura da gua de resiiamento de velocidade 26LK | Temperatura do dleo de regulagio 5.1.2. - Sistema do gerador A energia mecinica de rotagdo da turbina é convertida em energia elétrica no gerador. Quando a turbina gira, movimenta o rotor. O rotor é uma série de grandes eletroimas que, uma vez alimentados por uma corrente de excitago, ao girarem produzem um campo magnético variavel. Este campo magnético induz corrente elétrica no estator. O estator é a parte fixa da mdquina montada em volta do rotor. E constituido de um material ferromagnético (micleo) envolto por um conjunto de enrolamentos. Para evitar 0 aquecimento excessivo do gerador, 0 ar quente que sai dos enrolamentos ¢ resfriado por radiadores. © sistema do gerador é monitorado por sensores de temperatura do muicleo e do enrolamento do estator (Figura 5.8), além de sensores de temperatura do ar quente ¢ ar frio dos radiadores, conforme especificado na Tabela 5.3 Figura 5.8- Sonda de temperatura do enrolamento do estator. 139 Tabela 5.3 Instrumentagao do sistema do gerador da UHE Balbina Sistema do gerador Subsistema | Tag | Deserigio 49G1A _| Temperatura do enrolamento do estator fase A 49G1B _ | Temperatura do enrolamento do estator fase B Gerador 49G1V_| Temperatura do enrolamento do estator fase V cies 49G2A__ | Temperatura do micleo do estator fase A principal 49G2B _| Temperatura do nucleo do estator fase B 49G2V__| Temperatura do micleo do estator fase V 26GAF1_| Temperatura de ar fri do radiador n° 1 26GAF2_| Temperatura de ar frio do radiador n° 2 26GAF3_| Temperatura de ar frio do tadiador n° 3 Sistema de | _26GAF4 | Temperatura de ar frio do radiador n° 4 resfriamento [_26GAF5_| Temperatura de ar frio do radiador n° 5 do gerador | 26GAF6_| Temperatura de ar frio do radiador n° 6 26GAF7_| Temperatura de ar frio do radiador n° 7 26GAF8_| Temperatura de ar frio do radiador n° 8 26GAQI_[ Temperatura de ar quente 5.1.2.4 - Consideragées gerais Existe no projeto de automagio da usina de Balbina a previsio de instalagdo de varios outros transmissores, entretanto, até a data da presente andlise ainda nfo haviam sido instalados, sistema SIMPREBAL entrou em operagao na usina de Balbina no dia 28 de margo de 2008. Passou, a partir de entdo, a levantar diagnésticos de falhas e registré-los no banco de dados associando-os a sugestées de manutengo, Entretanto, do dia 03 de maio ao dia 29 0 sistema ficou fora de operagao por problemas téenicos na rede da usina, apés este periodo yoltou a operar normalmente. Transcorreram, portanto, 75 dias com o sistema em operagiio até a data da presente andlise. 5.2- METODO DE ANALISE A validago dos diagnésticos de falha e sugestées de manutengio fomecidos pelo SIMPREBAL foi realizada através da comparagao entre as sinalizagGes de falha no sistema eas ordens de servigo de manutengao executadas pelos funcionérios da usina, Deste modo, péde-se verificar, a cada falha diagnosticada, se a mesma é valida e se sua sugestio de « ‘ego foi seguida 140 OfAmmulvios de ordens de servigo so documentos que relatam todas as agdes de manutengio da usina, Os registros siio numerados seqiiencialmente numa planilha e contém as seguintes informagées: Descrigdo do inicio do servigo, descrigdo do encerramento, ntimero do servigo, tipo (ordindrio, extraordinirio, especial ou com desligamento de maquina), horirio de inicio ¢ horario de término. A Tabela 5.4, a seguir, apresenta um exemplo de duas ordens de servigo ocorridas nos dias 26/02/2008 e 27/02/2008. Tabela 5.4 - Exemplos de registros de ordens de servigo. (ORDEM DE SERVIGO BAUGH-03 DESCRIGAO DO INIGIO DO SERVIGO Ne INC. TERM, ITEM [DESGRIGAO DO ENCERRAMENTO DO SERVIGO TIPO. HORA [HORA Cari vazamete de deena sistema de Sralas80 90 Topanga zemar00 |a7rerzo0e 14 Foi corigido vazamento do sistema MGS com reaperto das gaxetas das valvulas ¢ das juntas das MB's 01 e 02. ° 0958 [0888 Efeluar ubrificagao e limpeza na MB AG 30020471 2rrai2008 | 27/2/2008 15 Feita inspegdo limpeza e lubrificagao. ° 08:20 [1439 AGG de validar os diagnésticos de fatha e tomadas de decisio, & necessatio também A avaliagdo destas faixas de valores foi realizada através da comparagdo dos valores avaliar a corretude das faixas de valores adotadas para monitoragio de condi assumidos como setpoint de alerta, alarme ou trip (Figura 5.9), com os valores das varidveis monitoradas registrados constantemente no banco de dados e com os valores das mesmas_ variéveis observados em unidades geradoras diferentes, permitindo assim estabelecer uma faixa normal de trabalho e estimar as faixas de alerta ¢ alarme. Normal] avert | Setpoint Setpoint Setpoint dealerta dealame dep Figura 5.9- Faixas de valores para monitoragao de condicao. Os valores de setpoint foram comparados ainda com os valores observados durante a ocorréncia de falhas registradas em ordens de servigo, © que permitiu avaliar com maior preciso a adequabilidade dos sefpoints de alerta ¢ alarme. E importante ainda esclarecer 141 que 0 setpoint de trip & um valor fixo recomendado pelo fabricante de cada equipamento e, portanto, niio necessita ser avaliado quanto & adequagio. Diante dos resultados das andlises supracitadas, conclui-se 0 trabalho avaliando as potencialidades ¢ limitagSes do sistema SIMPREBAL e propondo corregdes ¢ melhorias. 5.3- RESULTADOS E DISCUSSOES Serdo apresentados nesta segdo os resultados do estudo de caso aplicado ao sistema de mancal da usina de Balbina, Estudos semelhantes, porém com outros enfoques, esto documentados nos trabalhos de Sime6n (2008), o qual desenvolveu uma anilise da atuago do SIMPREBAL no sistema do gerador da usina, ¢ Tonaco (2008), que utilizou o sistema da turbina, Estes estudos de caso serio também comentados no presente trabalho, comparando todos os diagnésticos do sistema com as ordens de servigo executadas pelos funciondrios da usina. 5.3.1 - Andlise das falhas Os didlabsticos de falhas registrados no banco de dados do SIMPREBAL, durante os 75 dias de operagio do sistema, indicam a ocorréncia de 22 estados de TRIP, 843 de ALARME c 1541 de ALERTA, distribuidos entre os sistemas da usina conforme apresentado na Figura 5.10. 1000 900 +800 700 600 500 400 mAlarme 300 Trip 200 100 }|—a 0 | 580 483 mAlerta Sistema de mancal Sistema da turbina Sistema do gerador Figura 5.10- Anomalias detectadas na usina de Balbina. 142 Observa-se pela figura que, dado 0 pouco tempo de operagio do sistema, 0 nimero de anomalias detectadas ¢ bastante elevado. Isto se deve a um problema que nio foi observado durante a concepgao do SIMPREBAL: Ao se estabelecerem faixas rigidas de operagdo para a monitoragdo das condigGes funcionais dos equipamentos nao se levou em consideragio as flutuagdes de valores das varidveis monitoradas ¢ sua influéneia no registro das anomalias. Por exemplo, se o valor medido de uma grandeza fisica, como a temperatura, oscila de tal forma que entra e sai varias vezes de uma determinada faixa de operagdo, como a faixa de alerta, em decoréncia de pequenas variagdes nas condigdes operacionais do sistema, entdo esta grandeza é registrada no banco de dados tantas vezes quantas entra na referida faixa de operagdo. A Figura 5.11 ilustra esta situago para a varivel de temperatura do ar frio do radiador n° 8 do sistema de resfriamento do gerador (SRG) da UGH4. Somente no periodo de 28/03/2008 a 07/04/2008 foram registrados 34 alertas associados a esta varidvel. * A fn “ = Nee ae ge $0 oa 2 a isha ~AN SAAN Time — 426GAF 8_Al2.PV.VALUE Figura 5.11- Oscilagdes de uma variével monitorada entre as faixas de alerta e alarme. fe problema seria reduzido se houvesse um tratamento preliminar dos dados obtidos via OPC antes de processar as regras de produgdo. Tal tratamento poderia ser, por exemplo, arredondar os valores para duas casas decimais. Outra solugdo para este problema poderia ser a introdugio de Iégica fuzzy ao sistema. As faixas de monitoragdo da condigao 143 poderiam ser fuzzyficadas de modo a nao mais indicar condigdes estiticas para as variéveis monitoradas, mas condigdes de maior ou menor probabilidade de ocorréncia. Desta forma se evitaria os registros freqientes de uma mesma anomalia no banco de dados. Mais uma solugdo, talvez mais simples que a utilizagdo de légica fuzzy, seria a realizagio de uma filtragem das varidveis processadas nas regras de produgdo por meio de histerese’ Por exemplo, a variével temperatura poderd entrar na faixa de operagdo designada como alerta quando for maior que 45°C, mas s6 saira desta faixa quando cair abaixo de 44,5°C. Por outro lado, esta mesma varidvel entrara na faixa de alarme quando atingir 46,5°C, mas 86 podera sair desta faixa se cair abaixo de 46°C. A Figura 5.12 apresenta uma curva de histerese para este proceso, ¢ a Figura 5.13 exemplifica 0 processo através de um grafico de evolugao do valor da variavel monitorada ao longo do tempo. Observa-se na Figura 5.13 que 0 segundo alerta s6 ¢ gerado apés 0 sinal monitorado voltar ao intervalo de valores normais, ‘Temperatura a ea Tee OO HORMAL| Figura 5.12- Curva de histerese para manipulago das variéveis. E ainda, outra soluso para o problema apresentado seria impedir o re-disparo de uma > 0 termo histerese utilizado neste trabalho & consistente com o utilizado em processos de acondicionamento digital de sinais e corresponde A tendéneia de um determinado sinal conservar suas propriedades mesmo na auséncia do evento que as gerou. Trata-se de uma espécie de retardo do sinal. 144 regra de diagnéstico a menos que este diagnéstico jé estivesse reconhecido pelo operador do sistema. Ou seja, enquanto o operador nao assinalar um determinado diagnéstico apresentado nas telas de sinético, indicando que 0 mesmo jé foi solucionado, as regras de produgdo serdo impedidas de apresentar ¢ registrar em banco de dados o referido diagnéstico. 1Alerta 2 Alerta PPlimite gsop | | ie aierta”) Temgeratura a. Banclae: t * ~ histares2 Condigée CondicasX™ 1° limite de alerta 1 nermal normal de alerta Condigéa (44ecy narmal tempo Figura 5.13- Curva de histerese para manipulagdo das variaveis. Para realizar corretamente a andlise das falhas & necessério utilizar uma das trés sugestdes de processamento da informagio e desta forma eliminar os registros repetidos no banco de dados. Serdo analisadas nas préximas segdes as anomalias detectadas particularmente em cada equipamento, 5.3.2 - Sistema de Maneal sistema de mancal é fundamental para o funcionamento de uma unidade geradora. um dos responsaveis pela garantia da qualidade da energia produzida, pois evita as vibragdes e instabilidades do grupo turbina-gerador. Falhas neste sistema sio altamente inde: podem causar danos catastréficos instalagdo. Um eventual contato do metal das sapatas do mancal com 0 metal do eixo da unidade geradora pode provocar arranhdes no eixo, cujo reparo custard varios dias de méquina parada ¢ enormes prejuizos & usina, Para evitar tais falhas, este sistema € altamente monitorado por sensores de temperatura, conforme j descrito na Tabela $.1 O SIMPREBAL detectou anomalias no sistema de mancal das UGHs | e 2, conforme apresentado na Figura 5.14. 145 Quantidade 39 deanomalias [20 22 20 pgs 1a mAlerta 0 10 mAlarme ° Trip UGH1 UGH2 UGH3 UGHa UGHS Figura 5.14- Anomalias detectadas no sistema de mancal Na unidade geradora 1, todas as anomalias detectadas ocorreram no dia 30/03/2008 das 12:51h as 14:49h, Todas estas anomalias esto relacionadas ao sensor de densidade pertencente ao sistema de resftiamento e lubrificagdo do mancal combinado (LCB), cujos setpoints de alerta e alarme so respectivamente 0,8845 e 0,885. Foram descritas como: “Alta densidade do 6leo no mancal combinado” e a causa apontada foi: “Possivel contaminagio de éleo com Agua”. Entretanto ndo é este o verdadeiro motivo que levou 0 valor da densidade do leo no mancal atingir 0,885g/em’. Foi observado que no dia 30/03/2008 das 07:52h as 15:40h houve uma ordem de servigo de manutengdo preventiva para verificar o nivel de leo nos mancais. Portanto, a escotitha de acesso a cuba do mancal combinado foi aberta provocando uma sensivel diminuigao na temperatura do éleo (de 41,8°C a 33,1°C, conforme medido pelo transmissor DT302-T) e um conseqiiente aumento em sua densidade, As Figuras 6.15 ¢ 6.16, a seguir, apresentam, respectivamente, os valores histéricos das tags de temperatura ¢ densidade do éleo do LCB1 na data do referido acontecimento. Time (D1302-4_TRO1 SECONDARY_VALUE VALUE Figura 5.15- Grafico de temperatura do éleo no LCBI no periodo de 29/03/2008 a 01/04/2008. 146 ‘Simprebal Chart Value Time DTa03-4_AR PY VALUE Figura 5.16- Grafico densidade do leo no LCB1 no periodo de 29/03/2008 a 01/04/2008. Este diagnéstico incorreto poderia ser evitado se fosse levada em considerago nas regras de avaliagdo de satide ndo somente a densidade do leo, mas também a temperatura, conforme mostrado em pseudocédigo: SE (Sinal-Fieldbus-g11cb.d.oleo Bom) E (gl leb.d.oleo possui Value >= 0.8845 e Value < 0.885) ENTAO (Condigao-g1.Icb.d.oleo Alerta) SE (Sinal-Fieldbus-g1 eb t.oleo.tub.entrada.cuba Bom) E (g1.leb.toleo.tub.entrada.cuba possui Value >= 40) ENTAO (Condigdo-g1 leb.t.oleo.tub.cntrada.cuba Alerta) SE (Condigdo-gl .lcb.d.oleo Alerta) E (Condigdo-g1 leb.t.olco.tub.entrada.cuba Alerta) ENTAO (Diagnéstico-g1 .lcb.d.oleo Alta densidade do dleo no mancal combinado) (email para o grupo mechanics) (sinético do mancal combinado da UGHI pisca na cor amarela) Onde g/.lch.doleo é 0 Label atribuido 4 Tag DT302-1 (sensor de densidade no éleo no mancal combinado), ¢ g/./cb.t-oleo.tub.entrada.cuba & 0 Label atribuido & Tag DT302-T (transmissor de temperatura do leo na tubulagio de entrada da cuba do mancal combinado), 147 Na unidade geradora 2, todos os registros de falhas do sistema de mancal também se referem a uma tinica anomalia, no caso, “Alta temperatura do metal das sapatas do mancal guia do gerador (MGG)”. Esta anomalia ocorre quando a temperatura medida por pelo menos um dos termorresistores PT100 do metal do MGG atinge os valores de 75°C (alerta), 80°C (alarme), ou 85°C (trip). Todas as anomalias registradas no sistema de mancal da UGH2 foram provocadas pelo sensor de temperatura n°2, identificado por G238GMM2. Sabe-se, no entanto, que nem a temperatura do éleo na cuba nem a temperatura do metal das sapatas dos mancais jamais atingiram seus respectivos setpoints de alerta, e deseja-se que estes valores jamais sejam atingidos, pois representaria uma falha grave. Foi observado que, enquanto a sonda de temperatura G238GMM2 media valores entre 80°C e 130°C, as sondas n°] e n°3, G238GMM1 e G238GMM3, mediam valores em torno de 60°C, correspondentes a valores normais de processo, como pode ser observado na Figura 5.17. Portanto, pode-se afirmar que o sensor G238GMM2 apresenta avarias ou esta descalibrado e suas medigdes estio incorretas. imprebal Chart for DBTag Visualization acd Simprebal Chart me ——}n2vn7eren03 — — 0 100 es 0 85 20 75 70 es 0 55 s aul 2uul auul Alu Time _—238GWM2_AI2.PV.VALUE —238GMM1_AIT.PV.VALUE —238GMM3_Al1.PV.VALUE Figura 5.17- Comparagio entre os valores das sondas de temperatura da UGH2 no perfodo de 01/07/2008 a 04/07/2008. Segundo Oliveira (2003), a vida til de um sensor PT100 em ambientes com vibragdo é, em média, 15 anos. E foi descoberto, em conversas com alguns operadores da usina de Balbina que alguns sensores, como € 0 caso do sensor G238GMM2, jamais foram trocados 148 desde a fundagdo da usina em 1987. Logo, é correto afirmar que a causa das anomalias registradas no banco de dados é o fim da vida iitil do sensor G238GMM2. A camada de avaliagdo de satide deveria comparar as medigdes dos trés sensores de temperatura do metal do mancal ¢, se a temperatura medida por um dos sensores estivesse muito diferente da temperatura medida pelos outros dois, entio 0 diagnéstico da falha deveria ser “fim da vida il do sensor” ¢ a decisao, “Trocar o sensor com problema”. Assim, finalizam-se as anilises de falha no sistema de mancal. Conclui-se que este sistema, dada a sua grande robustez dificilmente falha, Sendo mais comum a realizagio de manutengdes preventivas (como verificagdo dos niveis de dleo na cuba e inspegio de vazamentos). As manutengdes baseadas na condigdo deverdo ser mais fregiientes no sistema auxiliar do mancal (sistema de resftiamento © lubrificagao), porém a instrumentagdo para este sistema (como pressio de leo na saida das motobombas, temperatura de dleo e de Agua nos trocadores de calor, entre outros) ainda nao foi instalada, Conforme apresentado na Tabela 5.2, o sistema da turbina ¢ composto por um sistema de regulagio de velocidade (SRV) 0 qual é monitorado por dois sensores de temperatura 26LK — temperatura do dleo de regulagao — e 26AR — temperatura da dgua de resfriamento. As anomalias detectadas pelo SIMPREBAL no sistema da turbina sto mostradas na Figura 5.18, a seguir. ‘Quantidade de 799 anomalias a 580 500 400} $$$ mAlerta 300 mAlarme 200 100 | o + —______. UGH —_UGH2 —_USH3_——UGH4—_UGHS Figura 5.18- Anomalias detectadas no sistema da turbina. 149 Nota-se que somente na UGHS foram detectadas anomalias. Sao clas: ‘* 4 alertas de alta temperatura do dleo de regulagdo, detectados pela tag GS26LK, cujo setpoint de alerta & 47°C; ‘* 576 alertas de alta temperatura da 4gua de resfriamento, detectados pela tag GS526AR, cujo setpoint de alerta é 34°C; ‘© 483 alarmes de alta temperatura da gua de resfriamento, também detectados pela tag G526AR, cujo setpoint de alarme ¢ 35°C. ‘A causa apontada para todas estas anomalias é “sujeira nos trocadores de calor’. Um tratamento dos dados registrados no banco de dados permite observar que os alertas de alta temperatura do éleo de regulaciio ocorreram duas vezes: a primeira no dia 07/04/2008 e a segunda no dia 01/06/2008, E os alertas ¢ alarmes de alta temperatura da agua de resfriamento ocorreram praticamente todos os dias de funcionamento do SIMPREBAL, seguindo um padrdo horirio conforme observado na Figura 5.19. A tag GS26AR varia entre 34°C e 35,1°C, sendo que os picos de temperatura ocorrem sempre entre 13:00h 19:00h, provavelmente os hordrios de maior consumo de energia e, conseqiientemente de maior poténcia gerada. ono =oso0 =e Ste (COD Time [—S25AR_Al2 PVNALUE a | 4706/2008 0000) | Configurar Parémetros de Espacamento. || | + Figura 5.19- Curva de temperatura da dgua de resfriamento do SRVS. 150 Observando-se as ordens de servigo do sistema de regulagdo de velocidade da UGHS, nota- se que no dia 07/04 foi realizada uma limpeza no trocador de calor apés ter sido disparado corretamente © seguinte alerta: “Alta temperatura do éleo de regulagdo — Trocar de trocador de calor e efetuar limpeza nos feixes tubulares do trocador sujo”, Apés a limpeza no trocador de calor, a temperatura do éleo de regulagdo, que havia atingido 0 setpoint de 47°C, caiu para 44,3°C, normalizando o sistema, No final de maio ¢ inicio de junho, quando a temperatura do éleo de regulago voltava a aumentar, foram registradas duas ordens de servigo em Balbina, conforme apresentado na Tabela 5.5. Tabela 5.5 - Ordens de servigo para o SRVS. ‘ORDEM DE SERVIGO BAUGH-05 DESCRICAO DO INICIO DO SERVIGO, Ne wwic._[ TERM, tem | DESCRIGAO DO ENCERRAMENTO DO SERVICO TIPO HORA | HORA, ‘efetuar limpeza no trocador de calor n02 do sistema reg, velocidede, 30021942 | 30/5/2008 | 30/5/2008 47 fol efetuada a limpeza do equipamento, porém,o | 09.00 | 10:30 mesmo ndo encontrava-se com sujeira ‘completar nivel de leo do tanque sem pressao 30021966 [3/6/2008 [3/6/2008 4 © foram completados 185 ltrs de 6leo TR-86 ° 08:58 [09:51 Desta vez a sugestio de ordem de servigo dada pelo sistema SIMPREBAL foi incorreta, pois era sabido que os trocadores de calor no estavam sujos. Neste mesmo dia a temperatura da gua de resfriamento atingiu o scu maior valor registrado no banco de dados, 36,8°C. O problema foi resolvido no dia 03/06/2008, quando foi executada a segunda ordem de servigo mostrada na Tabela 5.5. sistema em estudo poderia facilmente detectar a causa desta anomalia e sugerir ordens de servigo corretamente, se houvesse dados do nivel de éleo do tanque sem pr 0 disponiveis via OPC. Hé uma previstio de instalagdo de transmissores de nivel de 6leo na usina, porém ainda nao foi realizado. Contudo, fica validada a monitoragdo de temperatura do dleo de regulaso, pois, conforme verificado na Figura 5.20, nas duas timicas vezes em que o sistema registrou uma anomalia relacionada 4 tag de temperatura do éleo de regulagdo, foram executadas agdes de manutengdo condicional, 151 Ea AEA prebal Chart 572 2s | a) / th i Ty rm ct [= s2euic at Pv.vALLE| Figura 5.20- Evolugdo da temperatura do dleo de regulagao de 28/03/2008 a 06/07/2008. Quanto aos intmeros alertas e alarmes sobre a temperatura da 4gua de resfriamento, recomenda-se que 0s limites especificados sejam ampliados para a UGHS, pois de acordo com os valores historicos registrados (Figura 5.21), esta unidade geradora trabalha a uma temperatura mais alta do que as outras Ut iHs (entre 34°C © 35°C). Uma sugestio & estabelecer o valor de 35,2°C para o setpoint de alerta e 36°C para setpoint de alarme. Segundo os operadores da usina, 0 fato da UGHS possuir uma temperatura maior que as outras UGHs, se deve a esta unidade geradora estar localizada no leito do tio conseqiientemente canaliza maior quantidade de sujeira, e a égua de servigo utilizada para resfriamento dos equipamentos por ser mais suja absorve menos calor. Simprebal Chart —1BEAR_AIRFVVALUE — 226AR_NB PVVALUE — S200R_A2 PVVALUE 426A3_AI2.PVVALUE — §264R_AI2 PVVALUE eo) aio7i2008 | 0000 | Contawar Parametos de Espacamento. | . Figura 5.21- Valor da tag 26AR observado nas 5 UGHs no dia 05/07/2008, 152 De acordo com a metodologia MCC, a solugdo de limpeza dos trocadores de calor da UGHS nao ¢ uma solugdo valida, pois a falha funcional da UGHS é sujeira na agua de resftiamento, ¢ o efeito, sujeira nos trocadores de calor. A agdo de limpeza dos trocadores combate apenas os sintomas ou efeitos da falha, Uma ago de melhoria na usina que climinaria a falha funcional seria alterar 0 ponto de coleta da agua de servigo, de modo que se consiga obter uma égua mais limpa. E importante observar ainda, que nao ha registros de ordens de servigo para o sistema de regulagdo de velocidade das outras unidades geradoras assim como ndo houve registros de anomalias para estas unidades no banco de dados. 5.3.4 - Sistema do gerador Todas as anomalias detectadas no sistema do gerador se referem 4 alta temperatura do ar na saida dos radiadores, também conhecida como temperatura do ar ftio dos radiadores. A Figura 5.22, apresenta um gréfico das anomalias do sistema do gerador diagnosticadas em cada unidade geradora, Quantidade de 800 anomalias 700 600 500 400 29 300 675 maAlerta 183, larme 200 mak 100 0 mn 1 2 a 4 5 Nmero da unidade geradora Figura 5.22- Anomalias detectadas no sistema do gerador Foi observado que nao existem ordens de servigo para limpeza dos radiadores registradas durante o periodo de funcionamento do SIMPREBAL. & possivel que os limites de alerta e alarme para temperatura de ar frio dos radiadores estejam muito rigorosos. Atualmente, & 153 registrado um alerta se pelo menos seis dos oito sensores de temperatura do ar frio dos radiadores indicarem um valor maior ou igual a 44°C, e é registrado um alarme se pelo menos seis destes sensores indicarem um valor maior ou igual a 45°C. A Figura 5.23 presenta as curvas de temperatura de ar frio dos radiadores da UGH4 durante o periodo de 01/04/2008 a 13/04/2008. ‘Simprebal Chart Time —A28GAF3_AN PUNALUE — (26GAFI_AT.PVVALUE — 426GAFA_N2 PUVALUE 4250AF5_AI.PVVALUE —(260AFS_AIZPYNALUE —A26QAF7_A\t PU.VALUE. 420GAF8_AI2 PVVALUE — 426GAF2_AI2 PYVALUE Figura 5.23- Curvas de temperatura de ar frio dos radiadores da UGH4. A Figura 5.23 mostra que a maioria das variéveis monitoradas apresenta valores entre 44°C ¢ 45°C, Esta faixa de valores, que na pratica é uma faixa normal de operagao, é considerada pelo sistema SIMPREBAL como uma faixa de alerta, Sugere-se, neste caso, que a faixa de alerta seja climinada das regras de produgdo, e que o sistema envie um alarme apenas se a temperatura de ar frio dos oito radiadores apresentar um valor maior ou igual a 45°C. - Indicadores de desempenho Foram calculados os KPIs (key performance indicators) para cada unidade geradora, entretanto, em fungio da exagerada quantidade de falhas repetidas registradas desnecessariamente no banco de dados do sistema SIMPREBAL, ¢ da falta de definigdo da data de término das anomalias, os indicadores de desempenho forneceram resultados incorretos. As datas de te ino das anomalias foram concebidas, nesta primeira versio do sistema SIMPREBAL, para seem fornecidas pelos operadores da usina através do preenchimento de um formulério, entretanto, como pode ser notado na Figura 5.24, que apresenta um histérico de anomalias, nenhuma anomalia diagnosticada pelo sistema teve sua data de término preenchida. 154

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