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  • História Da Violência

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    História da violência

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    et HISTORIA DA VIOLENCIA Do fim da Idade Média rele CIEE EAU ARTI sarong (emo man eunsial © GEN | Grupo Editorial Nacional reihe as editoras Guanabara Koogan, Santos, Roca, [AC Farmactutiea, orense, Método, LIC ERU. Forense Universita, que publicam nas reas entific, téenieae profssional ssas empresas, respeitadas no mercado editorial, constriram catilogos inigualiveis, ‘com obras que tém sido decsivas na formagio académica e no apereigoamento de ‘irias geragdes de profissionaise de etudantes de Administragdo, Direto, Enferma fg¢m, Engenharia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Educagio Fisica e muitas outras| ltnclas, tendo se tornado sindnimo de sriedade e respeito. ¢distrbu-o de maneia flexivel ‘Nossa missio & prover o melhor conte cies conveniente, a presosjustos,gerando beneficiose servindo a autores, docentes, livre ‘os, funciondrios,colaboradoreseacionlsas ‘oso comportamenta éicoincondicional e nossa responsabilldade sociale ambiental so reforcados pela natureza educacional de nossa atividade, sem comprometer 0 ces Yabilidade do grupo Robert Muchembled HISTORIA DA VIOLENCIA Do fim da Idade Média aos nossos dias ‘Tradugio: Abner Chiquiri oh, “| Ca Rio de Janeiro [AEDITORA FORENSE se responsi plo Wei do produto no gue concern i edo a ‘seretndsars impose ca spsentio «hin de peo socomumior bem manatee {2127s rcuclonadorsaslzain dobar Constr dausnaan i coneepee sks ear relertcbe indo so de Yeponiaade do sure alone |cecamaptes deve er fet at povea das par da compra even om ots cl Ger fear dose Deda Lain S078, de 1109 1990, Tas de LUNE HISTOIRE DE LA VIOLENCE: DE LAFIN DU MOYEN AGE A NOSJOURS, PREMIER EDITION {© Batons du Sui, 2008, — »- AllRights Reserved ‘ ISBN: 975-202 10260917 Sumario Hise de Vinci ISBN9TSS530035924 itt acute prs Bina inga portugvese INTRODUGKO. - - 7 1 Copy © 2012 by FORENSE UNIVERSITARIA um elo da EDITORA FORENSE LTDA. CAPITULO PRIMEIRO. O que avleni’ + [Unedited GEN | Gro El Noo me : oe i Te do One 1-6 d= 040080 - Re oto = oni nats ~ “Ts BO 3580770 ae (OO HHS " ‘Violin vide —— n pinthrpapencom te | wrripogrn cm br Oceperma eo sangue un Nini de ho. b crt cca se frauuleneamente repro, dlgads ot de quer formalin po 1 cular delno da lola em te son Skrt eer sapccato drapes oprodsdts cyspenso Si lp som rhe CAPTULO UL errr desi dik a 2 ‘Etndentato cel re 10S da ein 90, de LOL 198). Fable ds snes do crime ~ 3 (Quem vende, xp ct, said, com dio oar do See steals de quel - ~ ° rita reposts com au, cm alae ewer, chee Sei van re, tec doses Ice do gu nde s pate ote Ser sldaamente espera com 0c, Ana — ae . os termes dos sti rerden ropondend como contre itd dts Shc de epedopsone exer 104d Us 961098), ‘CAPITULO Is eta jen da von als XIEXVE — ‘ima cut da ole nen ~ redo = 2012 Sr ol erat saetents og ata 34 Vieni joven - — (CAPITULO 1y. pu utbona no da ade Mai. - 8 Cidades angular ne 8 iP - Brat. Catopions ont O cegundeameto orcad —— ~ M ‘Sesto Nao do io de Los Aviolénin cua caro mee om Mosk CAPITULO V.Caim eMedia Homie consteuio dor nee sends (1500650), Moen Raker, 944 Us rele jth . vn 9 Hon vnc do fi Made Meas cc n/t Mach dg: Abe = Ents do filha indgne «presto Jo tabu do ange - 19 Cig Rn de ti cee Use Melia tonaleden — ra ‘gage de Ur hoe dela vtene ISBN osa550035904 CAPITULO VL. Duelo notilitio, evokes populares, As metamorfones da violas 139 1 Vultna Epa tin es 0 deo, uma xe fanee. - ie new. cep, sos Joven noe aid is be. se tas 2 ‘Violence populares e fries jen ' ~ 180 Vi Hore da Violins © Robere Macher CCAPETULO VILA wiles domestica (16501960 Sangue prot. ~ a ‘Acta sora a ‘Viol nage da ones abe. a CAPITULO VIL Amine moras sie ngs os XVINOO, (dlsho com cere. Nascimento do elt na. Do asiinosnguindro a band bemariado Sngve dein — ‘CAPITULO IX. A volta dos bandos. dolce val contempornea. ‘Amore noe jardin. cn Da delingutni joven - a (0 *aror deve” ou occa rn. a 0 fim da violencia ¢ poi — - Biigrat calibn - 7 bs vi 2 m ae 40 om 109 m - 8 - 23 ws Do século XIII 20 século XX, a violencia fisica e brutalidade das elages hu- ‘manas seguem ume trajtiria declinante em toda a Europa Ocidental. Testernunha dso & a curva dos homicidios constantes nos arquivos judiciérios. No mais alto nivel inical observado, hi setecentos anos, sucede uma primeira redugio, de cerea de metade, por volta de 1600-1650, seguda de uma queda espetacular: 0 numero dd casos € dividido por 10, em ts séculos, até o¢ anos 1960, enquanto as décadas sequintes conhecem uma rlativa, mas nitida, ascensio.! Durante todo 0 periodo, © ato morifeo registra, encretanto, permanéncias, em matéria de sexo ede idade, que provocam miltiplas interrogagdes, Ele concerne muito pouco as mulheres, cujo nd ‘mero se situa, oj, em tomo de 10%, com pequenas variagbes desde o fim da Idade Média, eacontece,principelmente, cometido por jovens do sexo masculino entre 20 © 30 anos. Ato século XIX, € mas frequente nos Estados do Sul que nas regides do Norte. Em nosso dias, uma fronteira invisivel separa ainda 9 mundo acidental do antigo bloco soviétco, principalmente da Rusia, onde a taxa de homicdio atinge 28,4 para 100.000 habitances, em 2000, enquantoflutua enere 1,9 0,7 na Comu- nidade enropein antes de sua ampliagio? ‘Anica conclusto de que compartilha a maior parte dos pesquisadores equi- vale a constatar a emergncia, no Velho Continente, de um poderoso modelo de esto da brutalidade masculina, javenil em particular, Excluindoe as guerra, ue 1 Averifcaio € unanimemente fits pelos especiales, mas at expllagtes de conjun- toro esto ainda no extigo das hipess, Ver Manel Eisner, *Longrerm historical © tend in vilent ce”, Came and sce A Revi of Rc, vl. XXX, 2003, p.83- Le 142, com uma sbundantebibliograi 2 Til consul alse Jean-Claude Chesnais, Hite del lec em Oxidant de 1800 nos use. evista © aumentad, Pars, Hache, 1982, 2 poposito da Europa por ‘lta. de 1930 (creo p. ST) por sola de 1978 (p. 6163) id, “Les mors vilentes dans Temonde", Population Suits, 395, novembo de 2003, p. 3 (ta de homicio em 2000. Colombia ocupao primi lugar com 60,5, sepuda pela Risa, Os Estados {Unidos registram uma tsa de 62, Canad, de 1.5; « Fang, de 070 apo, de) 2 Hn da Vieni © Rokert Machol dependem de outro tipo de ain, ohomem se ee cadaver menos abertaen- te como um labo part homem nese espago~ pelo menos ato tina tego do século XX. As mudaneas observa pari dese data poeram tase uma in lean volta da endncia Como a “ibe” europea consegis controlar € moder a apresvidade i dividual? Alguns especialistas das ciéncias humanas consideram-na como um dado. purament biolgico. Um aborlagem histricadsngue ea novo da de vile Gia, que consti su formagio eis por uma cilia” O fto de que as arises de bexoe de idade concernentes a0 gestohomicda pouc reaham Imad desde bt ste séculos no Ocidente paree, primeira vis, cnfimar tse da naaiece reatiiaeassssina do ser humno. Mas decino secular da curva dos crimes de Sangue resulta esencilmente de una lnta evolu de onder cultural Ele tad, sobrenudo, a diminuigo dos conlitos opondo ovens do sexo masclino, cs de elie auese matavam, frequetemente, em del astim como oso poo, due multipin ‘am as confontagbes irs eos combats com arma banca nos lugares cle. As ‘xrlicages deve se bscads na mitagio rata da notio masculina de honva¢ no apasiguamento das tlages humana, primeiamente no lage pbc, dep, ‘ais Fentament,na via fia, durante um proceso de “clita dos case sme, de que Nowbert Eis efx 0 teico’ Reade bolic a agresiidade maculna se acha, também, muito forte mente orientada pea sociedad, pela religito, plo Estado. bana tepresetagio das mulheres nese quar depend glen dos dois ares. ls se mata ot se ferem pouco entre els, so mai atscades com ama tltva moderagi pelos homens que evita, muta wees, concentra em ef, seu vena «sels iglos reprodutores. Esse fenémeno se explica, talvez, por um mecanismo natural de inibico, i sobrevignca da epécie Acrescentamse aio, no entanos modelon cultura imperatives que exigem can fihas de Ev que chs demonstecm uma su vidade especfia de seu se, probindose a brutaliade ¢ jamats porn una arma. Atéhojea cultura da violencia ¢fundamentalmente mascuina em nose tunivero. Ese lv visa a mostrar que cla se tanforma, encanto, radalmente, de 1500 2000, Sob o apuihdo da insti jc, ela passa entaente do sta de inguagem coletiva normal produto de elo social, que serve par aid ashiearguis de poder ea relates entre as erage os ones, nas comida de tase, ao de tabu maior. Ocidene invent, assim, a adolesctci, por cio de uma tela sible eforada sobre os menines otis, movimto completa co efeitos de um novo sistema scat destnadoa enquadtat mas esuctamente uma dade que prec prtclarmentetrbulenta,naubmis prose ses les dks poderes ou das psoas eabeecids.Até agi poco anaiado, se aspect da “hago dos costumes” vin imitaraagresvidade"naturl ds nova erate 3 Conaleocp. pine, 4 Nother Elis La Csi demas, Fats, Calan Ly, 1974 Towoiugo 3 ‘masculinas, impondothes a protbisio do assssnato, com o consentimento crescer- te dos adultos de sua paroquia. 'A principal ruptuta se situa por volta de 1650, quando se afirma em toda a Eu- ‘ropa, motificada por intermindves gueras, uma intensa desvalorizagto da visio do sangue. A partic desse momento, a "fabrca”ocidental remodela os comportamentos individuais ordinariamente brutis, em particular entre os ovens, por um sistema de ormas ¢ de rgras de civilidade que desvalorisa os enfrentamentos com armas, os codigos de vinganga pessoal, asperez das relagBes hierirquicas ea rigider das rla- ‘bes entre sexos oi faixasetris. Resula, no decorrer dos séculos, uma verdadeira transformasto da sensibilidade coleiva ante o homicidio, que termina, finalmente, por fcr dele um tabu poderoso durante a época industria. A mutagio no se efruafacilmente, salvo para muitos ctalinos que se debear, mais fcilmente “desarmar. E que a “paz urbana” ja moderava, melhor que em outro lugar, a viléneia dos habitante, desde o fim da [dade Média: um dispostivo apoiado em multas e sangBes moduladas debelava a agressividade dos jovens lcais, dandothes um sentido de autocontrole precoce, enquanto 0s soteios peigosos nas” ‘dos fora da cidade exam marcados, depois banides ~enwiados para maar em outra parte, dealguma maneits, Outros grupos sociais deservolvem prisicas de resistencia tenazes. Em primeir lug, os nobresexigem o direito de matar em nome do pudor. Entabelecida durante o século XVI, sua cultura do duclo garante a tansicio entre a Tei da vinganga sanguindria e 0 monopélio estaal da violéncia, porque ela coliica 4 agresividade aistocritcs, o que permite melhor orientéla para oservigo armado do principe, e depois, mais tarde, da nacio. Amplamente majoritrio a& 0 século XIX, o mundo camponés se ope por muito tempo e obstinadamente 4 erosio de suas eradigbesvirisfundadora, como o revela um amplo ciclo de revolts armadas, fs veres muito graves. Ele acaba, todavia, muito lentamente, por aceitar a probisao do sanguc, que oferece a0 adultos novos meios de refearo impeto dos jovens impa- centes para romar seu lugar ao sl, Mais recentemente, a brutal emergéncia, no fim do século XX, do problema colocado pelos jovens "provocadores de quebracquebra” ddossubirbios dio sentimento de um retomno do recaleado, Nao estaria 0 proceso a ponto de se inverter para vir a cabo numa “descvilizcio” dos costumes? ‘© tempo da tentativa de sintee consagrada a um fenémeno expital para a compreensio da Europa atual pareceme ter chegado, depois de cerca de 40 anos de erabalho pessoal e numerosas orientagées de pesquisa. O método paciente do historiador,capas de indagae por muito tempo para descobrir indices, a cara enfiada, - nos anquivos, deve ser ampliado e conftontado com o de outros espevalistas das «.-iéncias humanas. Os dados pontuais,loais ou regionais, nto gankam todo o seu 3?” sentido senio em seu cruzamento feciproco, antes de passar peo erivo de expica- ‘Ges mais geras. Comparages entre os dversos paises para os quis existe trabar Thos acessiveis em quantidade sufciente, assim como uma mudanca de escala que instaleoolhar a longo prazo,revelamseigualmenteindispensives, a fim de evtar a miopia documental eo: preconceitos nacionas. A construgio do sentido histérico 4 Hina Visca Raber Muchembled ‘no depende de uma cigncta guada por les infilvis, mas de “bricolagem” artesanal dle conceitos, de técnicas, as vezes, importadas e de informagdes trabalhosamente coletadas. As piginas que sequem tentam, asim, compor um afesco multissecular, uaizando intimerosfragmentos de ralidade passada que perdem seu brilho se no se procura entrelagélos, Esquadtinhado pelos meus levantamentos durante witias décadas, o condado de Artsia serve como exemplo de laboratrio para tentar pene- ‘rar no enigma que fia a permangncia, ha sete séculos, das estruturas da violencia, hhomieida na Europa Ocidental, num fundo de espetacular declinio dos atos crim rnosos recenseados pela justiea. A descoberta do principal paradigma, assoclando, Prioritariamente, ofendmeno aos jovens de sexo masculino foi possivel seguinde ‘ese procedimento. O fat ¢ bastante conhecido pelos especialistas da era industrial, ‘mas foi quase sempre ignorado ou negligenciado por aqueles que estudam as épocas anteriores. Também nio me havia parecido crucial, quando eu redigia minha tese sobre a violencia na Artsia nos anos 1980, Para interpretilo corretamente, foi Ne- cessério, em seguida, sai do dominio criminal restrto, ampliando a pespectiva aos procedimentos globais utlizados por uma sociedade para garantir sua perenidade sliante do temivel desafio da passagem da testemunba as geragbes novas pelos adule fos que envelhecem. Hipétese de trabalho transformada em ciao de minha reflexdo, 1 ideia segundo a qual a gestio da violencia masculina& ocidental se estabelece + partir do fim da Idade Média, para resolver esa questio de manera nova, se esclare- «eu pouco a ouco, Mais do que a presbigio do incest, a da violencia masculina se ‘transforma lentamente em obsess. Ela se impde, no entanto, sem inibir completamente o potencialagresivo dos ‘meninos, necessria nas gueras “ustas” de uma civlisagio cada vez mais conquis- tadora depois das Grandes Descoberta. Ela o desvia, o enquada, o contro pela morale pela religito, tornando-o mais util que destruidor. © mecanismo emperra, entretanto, com frequénca, Nzo ém tempo de conflites generaizados que exclate- ‘2m as posigSes dos jovens, mas, ao contzrio, durante os periodos de pat ede forte crescimento demogrifico, porque os inteessados experimentam, entio, dficulda- des crescents de insereio. Tal & em especial, o caso na Franca, por volta de 1520, 1610, 1789, 1910, e ainda ha pouco, em 2005, nos subuirbios. As condigBes poder, evidentemente, varias, segundo os pases, e, mais ainda, as reides ou as localidades, ‘que impede de formular uma explicagzo perempraria.Pelo menos, parece existe, desde o fim da Idade Média, uma forte cortelacio gral entre os aestos de violencia juvenile o desreramento, por diversas razaes, dos procedimentos de gest da sube- tituigao das gerages no solo europeu. (Os dois primeros capiulos apresentam sucessvamente uma definigfo da noe 30 muito complexa de violncia e um olhar panorimico sobre seu espetaculat de linio ha sere séculos, partcularmence sensivel « propésito do homicidi, Os ste sequintes desenvolvem uma trama mais eronologica, no em alguns restabelecimen- ‘08, a8 tradigdes ultrapassadas continuando, muitas ves, a coexist com as novia des, Origindrias da civilizacto agréria tradicional, as fests juvenis da violencia so Insoduso 5 CE et ete stron condo aes see dilin vc oe cs ower ena Fae ee oe cictmonacs enuresis vie i a ee ee ne Poe eva Eas “Sarcoma mien nay ope = aa ee eeate nen sd soon Abie ete Te est acre nono ern enon © Te er hontas elcome eam Fae eee. vt san bat ena inne See ee pends bien ei dean on eae en ano, ana pedo seo Fae ee eas celta Sans de cose A ee oe come npn epreto gS acteans 930 aves oma eade lnc domed ee eee cai me do mae impert eo Sa ee te coment um inne ei en, Sa ee catare compro o co A male pre SS ee on dave metus way cen ae are doo torre sft dno aan einen oder ma feet a ea tea ou pangs vba oa de een gen eno mince pall do woo XV meta do th ee pes plo ngs deine 0 scenes wr tees Sem ma io aoe ee etna ti etewots em oo Se a reel ncns de noon carta eal lira do ine So ee roasts patos Aneta [ © Hiniria ds Vion © Rater MachemBlad Sree wicnen senate ised Prenendose 10 ror ented hinds dees desde 195.0 ape Silo como teemunham aaron sce eae ee Got gute, res temas sone meena nee inquietantes fraturas. A explicagio principal das explosdes recentes de brutalidade. ea nu retro fet noe Ockleosienal deconwle tse eth Seoeee ich te Sara pone dessin see CAPITULO PRIMEIRO —— > O que é a violencia? ‘Tendo sungido no inicio do século XII em francts, a palvra “violencia”, que deriva do lati vis, designando a “forga” ou o "vigor", caracterza um ser humano ‘com um carter cori e brutal. Ela define, também, uma relagio de forgavisindo a fubmeter ou a constranger outtem. Nos séculos seguintes, a civilzagio o&idental Ihe conferiv um lugar fundamental, seja para denunciar profundamente seus excess © chamél de ilegtima, lenbrando que a lei divina protbe matar outro homem, sea pera Ihe dar um papel positivo, eminent, e caracteriila como legttima, para validar ‘2 acio do cavaleiro, que derrama o sangue para defender a vitae o éfio, ou rornar Tiitas guerra justas mantidas pelos rei cristo contra. 08 infitis, 0s prvocadores ce tumultos eos inimigos do principe. Até a metade do século XX, 0 continente viveu na voléncia, Néo somente a violnca permite responder aos desafios do Isl rial em especial 4 ameaca ture, as ela presidia, frequentemente, a relagbes entre monareas fepeaiuenos ou grandes senhores. A guerra interna entre Etados, ou, a partir doséculo XVI, entre elgiesctsts antagonists, mpsse durante mais de meio miénio, rans pportandose sobre a cena mundial, no século XVI, culminando nas erie deflar fragbesplanetiias da primeixa merade do século XX. As geragbes nase depois de 4945 sio as primeiras a tela visto desaparcer das regidesoccentals, enquanto certas fronteitas do este do continente continuaram a softer suas devastagdes ~ ou contin am, pelo menos, sob sua ameaga. A Uniio europeia represent, hé pouco tempo, um ‘ls, neste dominio, e constitu o Unico grande conjunto do glabo a ter erradicado de seu solo a pena de morte para todos os crimes, inclusive as violéncias mortals. Depois de ter lenta ¢ dolorosamente exorcisdo o problema, ela considera a vida humana ‘como umn valor sagrado, ¢ o homieldio, como umm tabu maior. objeto deste livo ¢ tentar compreend como a cultura ocidental chegou, em sete séulos, a exterminar uma violénciaassassina multiforme, que ainda facia part, |hé pouco tempo, de sua tama profunda. Quem sabe se ela nao tea sido até mais ‘cruel e mais destrutiva, em certas épocas, do que em outras civilagdes! Porque os tniveis guereiros produzidos em seu solo tinbam levadoo feroe 0 fogo para outros ppowos, no momento das cruzadas, da conquista da América pelos conquistadores, ‘no século XVI, no resto do mundo, na época da colonizagio, antes de transmitir@ 8 Hira da Visca Robert Muchemblad toch aes Estados Unidos da América, no scl pasa, Una verdad “clare ego domins, dese sis orien to deserultimen do eter, ese tee ate part ds Grandes Dschertn No €ese0 meu props. Ea no dena deer o “ada de ots vile, porgueepousa arena til eee afer rel emo model de campo tment, partculamentena soci rofuntamente des de Mrs da Antigo Regine. lade apenas 0 segundo geo ur papel de mle ct ds ‘mada, obrigatoriamente dependente, protegida por homens que tiram dela seu prazer aver qe hes foes fos prs conta ainhages, Nobres en pees poder feos, odo ox homens so eduendos no abe de una "clan de Selec rept nce deen ho asin et ‘competic A brutalidade das relagdes humanas compoe uma li social uni- ‘enh considera normale essa no Oeident plo enon 6 alo XVI ‘Ante deseeneontarlenamente monopoliac elo Estado pla aga lea tpvelsperonaiade mason ao mabe iid dda eo und aris exito deta roca, deserhand no as, yor ep ‘mole da malhr aca Ato desmarents ds populate ontinaras en i iment opera por oem dos principe» parti do scile XV o menor heme compar dea tea emexe om fn ou com apa com ait ee spit pla vida humana, A parti do slo ds Lines ere aramid {ise rego ta dealers de ae omega 2 pds es ts As rans rots compe amd inland ees inten cen es rime de homcon poco pels buna deci em tala parts ne Fangs, ulnar SU cl do cae teu davlenca emp learnt io sem bts terns nem Fes ‘erates cones moet no continent Eientes procs do pnio aiden desde osteo XIX, a itis ho imanas se aposatam da questo da olen homikda Seu dso seman de Gesalriago dese fnimeno “criminal” nor, no rns as Vs, etn ap soca estate es fra posts au ca podia tern elf dos hones como atria da Made MEd ou do seulo XVI. E precio user espe deme ompreedeo prea lor fama ponte eden ns tas mutagdes extaoninrin hs mio ino, Poese,inicalmente,pengunear sea violencia iat oy ela esta de una consi clar ate tet precisa rao esta qe ela mam com vida, na Mora ede 0 te eons faimente ele obese era ete seers angie pra defn aoa masclion em now cule, A violencia ¢ inata? Em termos legis, a violencia designa os crimes contra as pessoas, dos quais fazem parte o homicido, 0s glpes e ferimentas, os estupros etc. A classificagio des. 1 ser arruinados se els forem processados na justia por terem fe © sangue humano, que as instincias de socializacio inculcam Copia Frimcio-® Oaie esis? 9 ses fendmenos ndo¢ idéntica segundo os paises eas épocas, ose complica atarefa dls histoiadores, Os expeilistas do Andgo Repime nfo incluem a, geramente, © infantcidio, wb o pretato de que ele se enconta particularmentesubregitrado. Hoje, os tages aos bens compet uma categoria & part, enquano certs roubos so acompankados de brutlidades graves, As wees até moras. Quanto is erate tins recentes ot ants, dos pases anglosaxdnices,ditinguem daramente dois tips de homicdis:voluntrio ou inoluneirio-sendootikimo chamado mala fhe Tal auséncia de harmonizaio iste fortes diferencas de apreensio do assur to, sudo os paises, mais anda, conforme os periods cosiderados. (Ora, sas caracterinicas etal apresneam um enigma de peso. Desde oséculo XII o peril tipo dos culpados modiicouse pouco a pouco, apes de um consi ‘erie detnio constatado porta parte na Europa, da curva respectva. Asm thetessio muito minortras. Os mais numeross so homens ovens com a idade de 20 29 anos, Sob o Antigo Regie, sus vtimasapresenavam, frequentemente, caracterstins iétics, eof enfrentamentos mortaiscoloavam em jogo, mas fre suenremente, quests de dieito, de preedéncia, de hon. Os representantes tls grupos mais remediadose com mais ituls em 0 implicados quanto 0s ov- ‘tos. Onitido declinio da violencia sanguin, a partir do século XVI, parece, 20 mesmo tempo, ligado & pacifiasto gerl do expago public e ao abandono pelos filhos de familia de tai enfrentamentos em proveito do dco entre pares, anes da criminalzagto deste, numa etapa ulterior! Em nossa épca, os principals autores de Violéncis moras sio sempre homens jovens, que se revelam pouco diplomados Principalment,originior de meios populares ou pobres! Iss revela no somente tina civagem econdmica e social, ma também uma grande dierenc cultural, por al os comportamentorvokentos fram mais rpidaefamente eradicados ela Sxlucagio, 8 more «presto ambiente entre os herdeiros das cama superiors, sss obeeragSesautoczam a pensar que a violéneia nto é um fendmeno pv ramentsinat. Ea se disingue da sgressidade, que é uma poten de vio Tencia cto poder destrutivo pode ser inbido peas clzages ~ se asim decidir, «equand enconttam uma adesto sficiente dos interesados para impor suas ise [No inicio do sécula XXL, por exemplo, os jovens de condo humid tém muito menos a perder que os fos de familia cyjareputaso eo plano de carreia podem io ou matado al zum, Para or primeitoy, a0 contro, um sentiments de injustia ou de vas fs trent orgagbes mori as tas a prio de deramaro "Noss civilzgforexoheu esa contadio maior praticando um uso semintico ‘muito vago do conceto de violencia, Ao mesmo temp, ela o marcavaplobalmente Lonecem hii ends in vlent rine" op tp. 22RD, 2 Laurent Moc, Vln tur, Pi La Deca, 20 10 Hida de Vila © Robert Machel com oselo do probido, Os especialistasdistinguem, com efito, duasacepgdes ante sonistas do termo. A primeira defincio identifica a violencia no centro da vide to. dos o eres vvossio movidos por comportamentos predatorio ede defesa quando ameagados. Mas o homem sae'€ um animal ordinirio, eee nio teria a wontade consciente de deseuir seu semelhante. Esa visto humanists, herdads, ao mesmo tempo, do cristianismoe das Luzes fllosfica,nio écompartlhada por todos s pes

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