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FUNC MARIVILADSA-718 | COS ALIADA ODISSEIA HOM zap EiEeS ® Ge © NOSSO nomero 60, de dezembro de 1952, promutemies. para, éste ano 2 Bdigio Hepetial desta revista com os elissicor de" Homero: “WA, Tiada" ¢ TA Odieséia”, Agu: cuaiprunos a nossa promessa Cumpra tarchém o eitdr a sua — sig promesa ile que é nossa leitor iconstante, leitor assiduo, leitor incontlicio- fal, Mus ado seja tao egoista... Nao deseje 86 pars vocé aquilo de que voce fyas gusla... Seja born samaritano, dundo de beber a quem tem séde, dando de comer a quein tem Lome O pao do espirito deve ser repartid com: os hossos: amigos ae sio nossos irmdos. . Ao comprar éste exemplar de Koicio MAnavi- THOSA para a sua colecdo, compre outro para unt presente. H oferecd-o de (ao, Quem o receber Ihe ugradecers a lembranca per omnia seciila secuTorum A DISSEMOS e 0 repetimos: 6 préximo ano de 1954 continuardo’@ ser publi | cada: as doze edighes comuns, seis Edighes Extra e mais seis com as reedi- " Coca dos mimeros esgotacos, Or doze nlimerds comuns aparecero nos doze meses 4 sigoes Exira nos meses de janeiro, merco, maio, julho, setembro | ene (78 800, pri, us retest, alive ad gents tir do primeiro, que ene € "Os Trés Mosqueteiros”. Outros pede: jing, de preferencia oN 24, que €"O Guarani”. De feto, sc damos apenas seis reedigdes num, ano, 0 ideal Ser publicarmos squéles que mais sucesso fizexam na primeira edicdo ¢ 1 pidamente se esgotaram. Clarissimo que o livre classica de José de Alenear € um is € claro, também, que o popular zumynce do Alexandre Dunigs € outro ‘Assim sendo, de dois em dois meses vamos selecionex “o mais esperado”, mantendo o niimero com 9 qual teve @ primeira publieacao. Apenas j& em formato grande, @ formato atual da EDIcko Maravinnosa Conversa falamos go Ieitor em “hoi samaritano"’. Fo ‘samaritano nos fz lembrar a Biblia. E lembrando a Biblia, voltamo= ‘a falar na A Bivira Bu Quaparnnos, a luxuosé edicao que a estas horas ja deve cr cireulande. Todo leitor que ecleciona Emgao Masavitiosa, nan pndé deixar n exemplar da A Bisa Ent Quansinnos — Antigo Testamentt © pregd sera de varias vézes o prego de uma revista normal. Mas’ que valerd mites sso valera! Por um. livro normal, d= composicuo curriila, romance brasileiro ou traduzido, pagam-se hoje cinaiicnts crozeiros, Por um Tivio excepcionel, como “...E o Verto Levou...” pagamos eem erizeiros, Por um pettume nacional, acua de colonia comum, pagam-se duzentos e mais cruzeires Bor uni brinquede de madeira ou de matéria plastica, pagam-se cingitenta cru ros ¢ mais, com direilo.a se quebrar na primeira arrancada... Por que, enta s: gastar cinglenta cruzeisos pela A Bieta EM Qusperxuos, eam oitebta paginas em formato de Eporéza, com quase quinhentos desenhos em aguada, impresgo pri morusa em papel bujfor suecd, capa caprichada de Antonio Buzébio? Por que née? Respondam-nos os eAbios das Escrituras g POR ser esta Evtcio Manavistiss a iltima do and, aqui nos despedirios do Se ee er re ea tell mo sco ae tamil, otmnas enirudis De ‘Avo Navo € que, a0 devorrer de (OSA (Cldesleas Wuskracos) -#"Punlicaglo, Mensal de Propriedade da Eaitdra Bralil:America EDICKO MARAWILHOSA (Cttenias para Ravages, Morag e Grishess. , Dieecaa de Adolfo, Alsen. & Eseritarice, Liunitada, Cape alinad *Eicio’ Proprio: ua General Almere de fora, 302 (Antiga, Rua, Abie). 840 Januavie eens oe ug dageloo (D. F2), Eratle x Diretos adquirides a “Classics Wvetrated”, She Sibelton Workeewise Publications — U.S.A EDIGKO MARAVILH “ (CLASSICOS ILUSTRADOS) Say x oe os e Q mee E com orgulho que hoje aprésentamos’ aos nossos leitores duas das mais célobres narativas da historia da humanidade; “A Wiada”, historia da. Guerra de Troi (cidade que também se chamava “tlio”, paldyra que. deu origem ag nome “Tiadg") ¢ “A Odisséia”, relato das aventimas do herdi, Odisseu ao yoltar de ‘Ereta para a sua terra natal ¢ para os bragos da Pendlopie, sua fiel esos Dust rnd er 2 duvidou da yeracidade dos acontecimentos marra- dos por Homero nessa duas obras; recentemente, porém, cousideramse “A liad” 6 “A Odisséia” surpreendentemente exatas como relatos hist6ricos. © verdadeizo local da cidade de Troia foi, também, ignorado por muitos séculos. Em 1870, porém, 0 alemdo Schliemann (um dos maivzes exemplos de tenacidade de que se tem noticia) féz escavagtes em determinado local ¢ reve- lou a existéncia, di, dos vestigios de vérius cldades, umas construidas s6bre 4s niinus das outras. Até agora jd foram descohertax naquele portto cérca de aove ~-eldades diferentes, tédas habitadas em épocas diversas. Schliemann morren ‘sem ter encontrado ¢ verdadcira Troia; apesar de ter feito Schliemann escava- goes no local exato em que hoje se sabe ter estado a cidade onde Priani governava, éle a ultrapassou — ¢ foi examiner os remanescentes de cidades — ainda mais antigas. : Fmbora as narratives de Homero sejam, em linhas gerais, exalus, os gregos nada faziam sem atribuirem dos deuses papel importante em tudo que se pas sava. B é por isso que of deuses aparevem com tanta freqiitncia nas obras de Homero. x * As divindades gregus, porém, eram muito humanas... Tinham todos os ‘yivive, todos os defeitos das séres Tumanos. Como. éstes, gostaram de diver- s6e8, de fazer brineadeiras (muitas vézes de mau gésto), ¢, dcima de tudo, gos tavam de amar. A mitologia grega (mitologia é como se chama 0 conjunto de mitoe de wn pova) era cheia de brigas entre os deuses, que sentiam. ciilmes : tune dos outros, que Tutavam incessantemente entre sie com os séres humanos. Para facilitar aos leitores a versdo ‘destas duas notéveis obras literdrias, damos ‘nas pdginas 4.¢ 54 uina lista dos nomes dos deuses e dos herois que aparecem em “A Thiada” ou em “A Odisséia”. Cada nome € seguido de uma Ugeira _——__ explicagdo de quem foi ¢ do que féz 0 deus (ou 0 her6t); @ citamos, também, © w nome pelo qual o deus (ou o hersi) se tomou conhecido, posteriormente, F ‘romano. amos sinceramente que os leitores de Enigio Manavinosa gostem 4 apresentacdo dessa duis monumentais obras de literatura que sto Theda” ¢ “A Odisstia” | Com fodos os povos do mundo, o grexo tinha, @ sua idéia da criacio do universo. Para car os fenémenos da natureza (quase todos de totalmente desconhecida nagucles tempos) Gs gregos criaram wma infinidade de séres cobre- ‘Batuiais — deuses ¢ deusas ¢ semideuses sem eon- #2. Sabemos, hoje, quauide um raio corta os céus fem dia de tempestade, que uma corrente eletrica, forlemente concentrada num ponto, se descarregou Sobre outro; para os grégos, porém, os raios cram. forjaiios por Hefesto, 0 deus do fogo, que os entre- ava a Zeus — deus do céu e da terra — que, por Sua vez, os atirava contra os mortais que 0 ofen~ icacdo era, sem divide, muito: mais Muites das londas judaices (tidas mais tarde fesotadas pelo cristianismo) encontram correspon ” dentes na antiga mitologia_grege: por cxemplo, 2 | “Eva” grega se chamava Pandora e, em vec de ~ “comer o fruto da Aryore do hem e do mal”, abritt “uma caixa que lhe tinha sido confiada pelos deu- "Ses — € assim libertou todos os males que efligem fos mortais, SO uma coisa ficou na caixa, por ter sido guardada bem no fundo: a esperanca. Quando, mais tarde, surgiu no sul da Europa uma nova civilizaglo, 2 dos romands, ers satural "que as lendas da Grécia e de Roma se misturessem, | se confuindissem até se tornarem praficamente in- distinguiveis umas das outras. Assim, embors as divindades gregas nao féssem, de origem, idén- ficas is comanss, com o tempo umas se fundiram “nas outras, conservando sempre uma diferenca, “porém: os nomes. Nao foram s0 os nomes dos deu- Ses @ das deusas que passaram a ter comesponden- “tes latinos; os de muitos heréis foram, também, traduzidos pera o lalim. “Odisseu”, nor exemplo, “transformau-se em “Uligses”. Por outro lado, al- Gans deuses foram como-que esquecidos 6 suibstt- fides por outros: o deus do Sol fora, a principio, Holio, mais tarde, porém, Hélio foi sendo posto dé Jado ¢ substituide por Febo como divindade soler. ‘Gugrenda prevervar o cabor oniiinal de “A Thia~ a” 2°5A Odistia” consezvyamos os MOmes greK0s fos duses © dos hersis. Para maior clareca, po- fém, damos aqui uma lista dos principals persone gens que apsrecem nestas duas obras, com 08 Tio- fies pelos quais eram conhecidos entre os romanos. AFRODITE — Deusa do amor ¢ da beleza. Era filha de Zeus e de Dione, espisa de Hefesto ¢ amante de Ares. Na mitologia romans, Afro- dite se identifioou com Venus ALCINO — Rei dos Feécios, filho de Nausito © ne- tu de Posdidon. es AQUILES — 0 heréi de “A Tiiade” era filho de © Pelets, rei dos iolces, e da neteida Tétis. Quan- do do seu naseimento, Aquiles soguro pelo aleanhar, foi-mergulhado pot sua mae no rio Estige, o que tornou o seu corpo invulnerdvel, com excegdo da parte que no fore molhada pelas aguas, isto é, 0 calcanhar ‘ARES — © deus da guerra, correspondente 20 Marte dos romanos. Era filho de Zeus e de Hera e amante de Ajrodite ATENA — Protetora da cidade de Atenas, deusa da sabedoria, da guerta, da agricultura, patro- na cas: aries ¢ da literatura. Ere filha, de Zeus, de euja cabeca nasce. Atena se iden- fificava com a deusa Miuerva dos romanos BRISEIDA — Donzela de Liruessa, causa do do- “sentendunento de Aquiles com Agamencn. CARIBDES — Um de dois pavorosos monstros ma- Tinhos que viviam nos rochedos entre a Tilia ea Sicilia. V. Cila je CICLOPES — Giganies da Sicilia, aye eram pas tores e comiam séres humanos. O rei das ci- slopes era Polifemo, que s6 ticha um élho. Os ciclopes cram titds, ¢ filhos de Urano (0 (Céu) © Géia (x Terra) CILA — Gila e Caribdes eram dois monstras ma- ‘rinhos que viviam nos rochedos entre’a Sicilia @ 2 Talia Cio morava numa caverns, nos r0- chetios mais préximos da Itélia. Era um mons- fro de seis eabecas, doze pés, e latia como cap: Outras cabegas de cdo ou de 16bo Ikie nasciam do corpo, inesperadamente, ¢ arrencevam os marinheiros das embarcacdes que passavem emasiadamente perto dela. Na pedra mais Dsixa sob uma enorme figueire, morava ‘Caribdes, que irs vézes por dia engolia e tres ‘wézes expelia as aguas do mar, ¢ por isso pas- sou 4 ser chamada de “o redemoinho”, CIRCE — Filha de Perse ¢ Hého. Vivia na. ilha de Eéia, e tinha uma poco que transformava em pores og que a ingoriam. | CRONOS — O Tempo, filo de Urano. um dos titds, © Géin (2 Terra). Casou-se com Reid, de quem teve muitos filhos, enire os quais Hera, Hades, Poséidon ¢ Zeus. Cronos (que os romanos cha- maven de Saturno), roubou 20,psio trono dos eéus e fol, por sua vez, déle despojadc por seu” filho Zeus DIOMEDES — Filho de Tidew. Diomedes, rei de Argos, foi um herdi da Guerra de ‘Trsta. FEBO — Deus do Sol, cujo nome romano era Apo- lo, Febo era filho de Zeus e Leto. Leto, can- eat ands fugir de Hero, expose de Zew, gue” ficara furiosa de citimes, caiu, exausta, na ilha de Delos ¢ ali deu a luz Pebd. No mesmo ins- tante a iha, que alé entdo fora uma rocha éri~ hnaseimento, £ebo era também o deus da pro- fecia, dos pastores, da misica e da medicina. Foi éle o vencedor da primeira corrida alimpi- ca, e fundador e construtor de cidades. Era. ainda o deus da luz e, por isso, também 0 deus. da pureza, Eta Febo 0 devs por cujo interme Gio se podis remover a mancha do. crime. Febo s6 passou a ser considerado deus do Sol na mitologia mais recente, pois na mais antiga © Sol tinka um deus proprio, que se. chamaya Helio. FRNIX — Filho de Amintor e Hipodamia. Foi tu- tor de Aquiles, que aeompanhou a HADES — 0 Plutdo dos romanos, Hades era 0 deus, dos aiortos ¢ do mundo das sombres HEFESTO — Deus do fogo € das artes cuja prética exijam_o emprégo do fogo. © deus eorrespon- dente dos romanos era Vuleano. Hefesto era filho de Zeus ¢ de Heru, ¢, como f6sse muito fraco ao nascer, foi atiradé 29 mar pela mac do alto do monte Olimpo, Fou salvo, porém, por Tévis e Eurinome, com as quais residiu por Tove anos. Dionisio (outro deus) 0 levou de volta para.o Olimpo — ¢ mais tlma ver He- fasto foi ativado ao mary agora, porém, pelo pal, que se zangou porque éle fomara o partide da ae : gore. Nn OL” . aia RS Ui eae es a eee CRP a CALIPSO — ¥ilha de Atlas; morava na jIka'de ~ | Oxigia a 4 4 da, se recobrii de flores douradas, em honra do” Esia é a histiria da Guerra de ‘Trdia, travada entre sregos € frolanns, com seus douses ¢ ‘herdis. Os deuses eram os séres imortais com que a mitolosia povoou o Olimpa, monte celes- tial onde se congregavam éles em festins regados a néclar & ‘ambrosia, @ apreciar das alturas 9 espectéculo dos homens cé em balxo. Bsses deuses, encar- nigados parlidarios de una ou outra das faccSes em late, muito concorreram para 0’ desfécho dessa guerra que durou dez ant ty —e N lh DL AG J 2 v ih 7 ALTILIA wy parte de seu quinhio, ume Iha do sacerdote de Febo, eVi— Nc 78 GESPECTAL) & EDICAKO MARAVILHOSA. % Derembro 1953-— Pag. & [Quando hourermos conyuistade Tréia, dovolverte-emos em triple tudo ‘a. de que abrires mao agora! Aquiles, 0 mais bravo ¢ mais forte dos gre- ‘Quere ¢ minha parte agorn, do depois! para aplacer a célera di terd de oferever cem animais vinnos um teh Al Mutaret 0 >ildu, sem pudor |) pat mesvio bicoso! Por ti ia ‘onde esté sentado! 4 devoiver Criseis, ordenorte que, para b que munce ne ‘mal, mem aos meus! @ fovem ta, que te foi dada! Nese momento, Atena, 2 deusa da Subedoria, impedin A Farei o que me ordenuis, | de levar a cabo sex intento. poraue 4 quem cure 08 detser Viesies © Nao! para yer morrer YS, tanto fox. anim ne lao? coro pele re Meee = a Face voller a esis i batnha LTE eae re PABA ATYY.N ywando decoreram os doze dias do festim, Tétis algouse Gli en YI — N° 78 (ESPECIAL) + EDIGAO MARAVILHOSA % Dezembro 1853 — Pag. 1 SS eal 8 a tale Bi at. sill ie ct i, Bae \ ESPECIAL) % EDICAO MARAVILHOSA % Dezembro 1953 — Pag. 13 D yA Diomedes ng setoman sinds 10 canto) cujo conditor: oy tava a seu lado. = TY Nada de recuos. Nao. me interessa Tr. Pega as rédecs vw chicote, enguanto eu Tuto. Ou entdo, combate tir, euguanio eu guio 0 care. Ve aif! Dois podarosos guerreros. Prefiro asin. Pandaro ¢ Enéias voltam a peleiar Ea mural conéré nds! Talvez seja melhor Tegressarmos ao carro! com tanta fOxca que perfurou o escudo de Diomedes. Ah! Atingite! Besse ferimenta te impediré de continusr lutando! ida disso! Nem me feriste, sequ ‘Mas apura agora este N° 7 (ESPECIAL) & EDICAO MARAVILHOSA % Dezembro 1953 — Pig. 15 E assim se quedon Endias, 20 lado do smigo morto, | [A pedi alemeon ‘como tum Ieio junto 4 carcaca de tm auimal que tenha Peecediiaias oer acibado de matar." Diomedes spanhon entio do solo | | Go Amor grande peda, que langon sébre Enciss. s ‘Tendo recolhido Enéias, seu filho, Afrodite Diomedes atirou 0 dardo cont a densi, que deixon tombar | / 4 Tangon sobre éle mn véu, a fim de’ ocultilo. a sua carga. = dia sua ire 420 ver que a présa Ihe Pouco depois, Heitor, ( Pai, vé com que firia J com aiuda de Ares, fo deus Ares extd & Vodemos deté-lo \( Podeis fazer deus da guerm, — [" interyinds us batalhe, ‘tes que © que v8 J comeson a forcan’ os a devustar as destrua? aroaiver. regs a recuar. No |" ax hostes aregas. Olimpo, Hera ¢ Atena vpelaram para As densis atrelaram os cavalos 40 caro de Hera e descerain a Tt 7. | a thda velocidade. ca Tiausformandose, # seguir, cm pom das, your pata v pouto onde gregus € troianos estayamt pelejando. do cheyarem 2 planicie de ‘Tsdia, emvolvenin 0 carro eam tal mevoeiro, que nenhun hewem seria capar de velo. ‘A voz de Hera, 20 falar aos gregos, era to possante || como 2 de cingiienta homens que grtassem a um 56 tempo... Atena aptoximouse de Diomedes. Nao sei se 0 que te offize & eansaco ou médo, mas em nada te poreces com teu pail Enyergonhai-vos, 6 gregos! Os troianos vos estao obrigando @ retornar ans yossos navios! Nio me atrevo a pelejar a Atena guiou 0 custo na ditegio de ‘contra 0 poderoso Ares! i Ares, que estava junto de um grego ‘que acabara de matar. O elmo de Hades, deus do: s. que Aten tzia A cabeca, impedia Ares de vela. A seguir, Diomedes atiron seu dardo, que on- tro gesto de Atena fez ir atingir certeiramente Ares. Este soltou. am de dor ¢ algouse mimo 20 cé, qual una nuvem em tarde ten estiiosa. ss Atena, com um gesto migica, desvion 0 dardo arremessado por Ares. pondoo fors ‘combate PUAN r Mais tarde Atena se encontrou com Febo. ay E F Faremos com que ‘= ir ee ey Heer acute p ob mas bre eu wos. troiauns, = os. faces dos gregos 4 1 Funtemos nossos_esforts rh me aise areas ke, = fies fe bey BAA E homem a hiomem. ee = ee - ‘Assim fizeram os deuses, ¢ Heitor se mostron satis. feito. Exguendose i frente de seus homens, cha- Escolhei o mais forte dos vossos homens, pars Tatar comigo ‘em’ prélio. singular < Se eu 0 matar, voltareis para (8 ¥0ss08. navios, retornéndo a Grécia: se por tle for morto, Tr6is seré vossal F0 intis bravo dos gegos seria escollido por sorte. Nove hefes helenos lingaram seus nomes no elmo de Aga- cada qual descjando ser 0 escolhido! Sou eu, € ninguém pode calcular como estou contentel Vencerei 9 poderos Heitor, amigos. ‘Ninguém seria capes de me derrotar por ou astiicia, pois os homens de Sulanina deiconhecem « palara derrota Zeus tomou_ conhecimento da disputa,¢ duigiu a malerta ans Escutai ¢ obedecei! New @ gregos ou troianos. Se algum de langé-lo-ei igi nota... usar fazé-lo, Det eieddl cindy canaee (iba Ga ola eT Zea pie 120 sou nad te \ bem sabemos que nenhum | | uakyuer outro dos dewses, de que todos yés de las se_prode opor Entretanto, no podemos detxar ee ide. compadecerncs ‘Nao ausiligremos ot gregos, doe gretos, pois receanios porque 0 proibiste... ‘que sejam todos eles Mar, se 0 permitires. destruidos! dh Ali se sentou 2 contemplar a botulha. Chegira 0 tempo de cumprit a promessa feita # Tétis, de ajudar os troianos, de modo fh)| ae 0s greens sentissem'a auséneia de Aquiles. Ad LILIA DA Dep iilis [carian oi do: etre ours Os toianos se amu ee ee side, «y depois de ¥0 Mais safer o enérito cule es des aos um 30 fdsse maior... Ey ail A = Pesos dem Batmiga pendea para 0. ida og. gregos! allo, Zeus desfera om ‘aio conta ss ores regs, @ ands fot (0s homens como enlze os eavalos, ‘Ano VI — N.“ 78 (ESPECIAT.) % EDICAO MARAVILHOSA 4% Dezembro 1953 — Pag. 23 vA | Ely Ly K vo \ < ef SILAS Ano Vi — N° 78 (ESPECIAL) % EDICAO MARAVILHOSA % Dozembro i903 — Pag. 25 tbados, ¢ neuhum les. iais b\* aie eS Sa La ] ARAVILHO: 1953 — jal usta) i .L) le ea Wi — N.° 10 (ESPECIAL) % EDIGAO M. Agamenon © seus chefes de hostes seutaram-se Hinquanto as sentinelas.vigiavamn, bocado, 0 velho Nestor enguct Le 4 AN DA Ano VI — N.° 78 (ESPECIAL) % EDICAO MARAVILHOSA % Dezembro 1953 — Pég. St SCIAE) & EDICAO MAHAVILHOSA % Dezembro 1953 — Pig. $2 Diomedes ¢ Qaisen, baseandoe na it IA ILLADA a ee Mh < iy oe ee ey depois de bat : be —— = £4 ay et ee aoe a 2 = A As primeiras Ines la aurora, recomecou a batalla. O primeiro grego irromper ‘por entre as linhas troisuas foi o rei Agamenon Heitor no ouson enfrentar Agamenon, porqnc a deta Irs, mensazcia de Zeus, Ihe trouse ste um aviso & Enguanto Agamenon See to Aga = a PAN Ne o rs gi (es ay a XAG FAR AN regressaram entfo aos mnavios, onde ‘com seus companheiros. S ENT ts ; ne \ ‘ af td FEV J ni Y ING pegnra uma grande serpente ¢ a 8 garcas, talver para servir de ali- ‘Aco VI Nw 7@ GESPECIAL) > EDIGAOQ MARAVIMITOSA 4 Dezembro 1953 — Pag 37 Ay an Hl f ds Ne 18 (ESPECIAL) 4 EDICAO MARAVILTOSA \ ILIADA Do cume de um monte, 4 distincia,, Poséidon, ‘9 camo de Postidon passou sdbte as ondas, deus do snar, obseryava a batalla tona baleias, botos e ontros grandes animais Postidon revestinse das feigbes de Calcas, o fugu. Falou, entio, a Ajax, filho de ‘Telamon, chamado re, e se dirigin 20 acampamento dos “O° Grande", que combatera com Heiter, © Aimy = a et “© Menot”, filho de Gileu. Tomei a iniciative! Ide ao lugar Heitor estd pelejando ps iS Ano Vi N.” 78 (FSPECIAL) & EDICAO MARAVILHOSA Dezembro 1953 — Pag: $9) nw iP Wyn ‘Ajax corre a0 campo de batalha e langou contra Heitor enorme pedrs, que o atingin no pescogo, acima do Qs troianos retizara Heitor, sériamenie ferido. . Posto Heitor fora de combate, os gregos recobramm Quando Zeus olhou ¢ vin 0 que estava ucontecen- corigem e fieam os ttoianos fugicem para 0 outro do, ficou encolerizado ¢ voltense conte Hera, lado da. féss0. Nao! Foi Postidon ex den aos srezos férca @ coragem! e disethe que nda rferir nestes assumtos! retome ao mur, € senhor! Depeis, vaio Febo ¢ dizedhe que infunda a Heitor nova vida ¢ coragem, de torte que passa retornar a lula! A jon a micnsagem “This foi a cnearregada de levar a. Poséidi que © primogenito sempre Da. o inuis. forte, [Naw sates Cratos com sabedoria, ar frig. No. entanto, Febo seeehen a mensyem de Zeus e aleudew Heitor, ret 2 fuindothe a [orga © 4 congen 7 €& Sou Febo, o da espada de ouro, Me Zeus sme. ciudarte. pbrmnee semen] ef Seeui-me, homens de T? Zeus esté, conosco! Hy Y LIBS AL) FDIGAO MARAVILHOSA® % Dezembro 1953 — “| Ao ver Patroclo, a quem supunham tratarse de Aquiles, 98 troianas fugiram. Entio, Patrocla esquece a ardem de Aquiles. Jo se_encontrava indefeso, do que o fz tombar rT Concedo-te a thdas as. didives ee ae que Odisseu A disputa xd foi provacada por mim, i me preocups agora: @ sim pela fiiria Tangarsme sem demora ‘que converte em loucura ao. combate! (ESPECIAL) % EDICAO MARAVILHOSA % Dezembro 1953 — Pag. 46 Ai de mim, se eu me ocultar assimt Nao seria censurado or aquéles mesmos que me Nio... © melhor ainda é enfrentila } de armas em punho € ver a qual ae'nbs dis Zo ve aed Tambén a Rainka Hécubs rogou a seu filho Heitor que viesse abrigar- se deteis das muralhas. Devo, entio, depor'o escudo e i dizer a Aguiles: Nao tutes contra Aquiles! Se éle te vencer, tua edrne serd devorada pelos cies! 4 formosa Helena ¢ todas as riquezas que meu irmdo Paris trouse para ‘Tréia juntamente com lal"? Do seu palicio no Olimpo, os deuses contemplvam a cena li em baiso, e Zeus teve pena de Heitor Meu corapdo se enche de dé por Heitor, que runes deixou de me honrar, mem, aos outros. deuses. Desemos salid-lo da morte, ou deixilo tombur 0b os golpes de Aquiles? ‘Ano VI —N.5 78 (ESPECIAL) % EDIGAO MARAVILHOSA % Dezembro 19: ‘Terrivel foi a Inta entre Heitor © Aquiles. Usraihos ee acre Naot Vamos 2 tuta Se Zeus me conceder —€ para que eu hossa vingar ‘0s meus companheiros LO tue mataste, especialmente Patroclo! © Aquiles, feriste-me de morte! Peco-te que entregues mete corpo a meus pais! Hao de pagarte gronde Tecompensa em outo € prata! ‘More, como 0 aio que &.++ é dado Tei ao encontro do mew > - 1a Y{ destino quando aprouver ‘Nao me fales de recompensa! Nem por todo 0 ouro do mundo teu pai te compraria de voite, pois no te trocaret por nenhuma riquczi! Agniles amarron os pés do cadaver com uma corda de couro ¢ 0 prendeu 20 eixo de sen carro de combate. EDIGAO MARAVILHOSA & Dezembro 1959 — Pig 47 Se a hai =a ae ee A ILIA DAI Hétis veio ter com Aquiles na sua tenda. Disse. Mais turde, Paris disparou coutra Aquiles uma — The que Zeus estava furioso pelo modo por que flecha que, orientada pelo devs Febo, 0 fern le tratara 0 cadaver de Heitor. de morte no sen tice ponte vulnerivel — 0 seu = calcanhar. E também Pézis, posteriormenie, more Zeus te ordena Cumprase a vontade ‘duc devolves ao Rei dos deuses! Priamo 0 corpo ee ee ren ferido por uma flecha, que foi o instrumento do castigo divine 2 quem causima tédus aquelas desgracas. Peas ea a Depois disto ¢ que Odissen teve uma ideéia, triduzida neste plano: os gregos eonstrairam enorme cavalo de pau, em ¢ujo béjp se ocultumm alguns solda- » dos, para poder entrar na cidade, Os troianos, peusando que o cavalo fase uma didiva dos deuses, levanni-no para dentro das murilins. Entio, os -gregos, saindo do escondedijo, de sur- présa, abriram as portas da cidade a Sens exércitos © tomanim Trbia, apés dex anos de sitio, iio leitur, Se voce gost io livro em sua tradncac de romances ou obras classicas para a EDICAO MARAVILHOSA sio apenas um “aporitive” | © gostou, procure ler o préurio lit io © organize @ sua biblioteca — que uma boa biblioteca ¢ sinal de cultura bom gésto. : Ns 78 PECTAL) ye EDIGAO MARAVILHOSA % Dezembro 195: ‘egundo a tradigao, Homero viveu entre os anos 800 © 900 antes de Cristo, numa das comunidades jOnicus da praia orientul do Mar Eget. ‘Meuém disse dele: “ um cego que mora ne rochosa ilha de Quios; para {odo o sompre, seus poemas sero os mais belos” ‘Entretanto, 20 falar de Homero como autor de “A Tliadat, devemos recordar gue 6 ambiente social, a linha geval dos aconteeimentos narre~ fos e provavelmente grande parte’ das longns descrigdes de sangrentas fits peito # pelts, foram por éle livremente xetitadas Gas lendes tra dicionais. Ble podia admitir que seus ouvintes estivessem tao familiari fados quanto @le com ésses temas e que mesmo sem a sua narrative sa feriant por que @ como os gregos tinham ido a Trdia, 0 que ali haviam feito, quem Unham sido 03 seus chefes, quais a3 suas ilustres Linharens @ que deuses favoreciam a cada qual. Por isso éle podia entrar quase Sent preimbulo no tema particuler da célera ce Aquiles no peniiltimo dno da quetra de ‘Troia, suas ceusag e conseqiiéncias. fos Homero ainda foi capaz de retomar o conhecide tema © seu cendrio, tecer sobre éle seul proprio pocma, dar Vida nova aos persone gens dy velha lenda, exeltar alguns ineidentes e criar outros, noves, pa- Bovintensilicar © interésse dramatico, nessa historia em qué os deuses So Humanos e os homens se portam como verdadeiros deuses, Mais tar- Ge, og egeritores gregos, voltando os ollhos para © passado, chamaram SMincro “o primeire dos grandes tragicas”. Sao ainda os manifesta- oes do genio de Tlomero, encontradas em “A Iiada” e “A Odisséie”, aue hee fazem considera+lo 0 maior dos poetas de todos os tempos: Os poemas de Homero nio se conservaram como bem exclusivo dos wregos que viveram na Asia Menor. No VI século A. C. foram adote- Hos pela cidade de Atenas como parte de sus propria heranga literdria. Todo colegial ateniense aprendia a conhecé-los, como hoje em dia os mneninos estudam o eatecisuo. Nos festivais panateneicos, que se reeliza~ vam anualmente, os poemas de Homero eram recitados a todo momento. Alexandre Magno sabia “A Tada” de cor, c até escolneu Aquiles como seu modélo de herdi. Os romanos, depois de conquistarem a. Grecia, adotaram a lenda de ‘Trdia como parte da sua propria historia, Nae podiam, naturalmente, dizer que descendiam de alum dos paladinos Grogs, mas upontaram como antepassado um, dos melhores troianos — Eucus, Possicon diz, num trecho de “A Iiada’’, que Enéias nao perece- Tia juntamente com os demais descendentes de Priamo, mas sobreviveria preinaria alhures, tal como o8 filhos de seus filhos: De acérdo com isto, ‘Virgilio tomou Enélas como herai de sua “Eneida” ¢ £€z déle o elo entre Train eo Império Romano, fundado mais tarde. Com a expansdo do Im pério Romano, desapareccu o interésse do conhecimenta da Lingua gre- pa em téda a Ruropa Ocidental. Para Dante ¢ Chaucer, Homero ni pas Sava de wn nome misterioso. Mas no século XIV, o poeta Petrarca teve @ ventura de conseguir uma rude tradueao latina de “A Tada” e “A Odisseia”. No século seguinte, um reavivamento de interésse pelas Tetras Glissicas #2 surgir melhores traducoes; além’ disso, constitulu-se na Europa uma classe educad: que pide novamente ler e apreciar Homero na ingua original, Contudo, 0s crusitcs dos séculos XXVIII e XIX nega~ tam a propria existéncia d¢ Homero. O bardo cego’ de Quios teria sido _simplesmente parte da lenda. Atualmente, todos acreditam que tens “Tealments existida um posta com Sse cume, aubor da “A Tteda!!, na ~juventude, ¢ da “Odisséia”, na velhice. A Mitologia ea Arte Quase todos os grandes pintores da histétia se inspiraram em cenas da mitologia para assunto dos seus quadros. Devido a isso, até as mais insignificantes passagens das lendas gre- gas se acham hoje imortalizadas em imimeras pinturas dos mais famosos artistas. Reproduzimos aqui alguns désses quadros, que ilustram passagens das monumentais narrativas de Homero — “‘A Tada” e “A Odisseia’”. ULISSES (ODISSEU) E NAUSICAA Apés 0 nauftie gio, Odisseu foi josdo a praia de uma itha cujo sobenino eta o rei Aleino.. Ao SLEYRE : wer Oise, batado | derpko, as meas auc se basa a ma fonte fugitam — tédas menos Nausicas, filha do rei. Ela ees Cra France crcutou 4 histért de Odlsseu eo levon ao pal, que manda que © vestissem ¢ Ihe dessem de comer, Este quadro de Glevre nos x most Odisseu. quando, apds vestido, noramente se apreseuton > Nausicua-e & donzclis. DEZEMBRO DE 1953 %& PAGINA 50 Serres EDICAO MARAVILHOSA — Nis 78 (ESPECIAL) % ANO VI CIRCE E OS SEUS AMANTES. * Todos que iam comer a mes: de Circe eram por cla transforms. dos em animais, embora conserva sem as faculdades mentais de séres humanos. Neste interessante qua- Aro vemos Cisse rodeads de alguns * posso Doss! Coleco Kress, fda Galeria Nacional de Arte Washinaton, ©. ©. JOPITER (ZEUS) E TETIS * Uma linda pintura de Ingres — F por muitos consideride 0 maior os pintores franceses — nos mos. ¥ tm Tétis, 2 mfc de Aguiles, quan do ela proces : divindade que empenhado na INQRES Museu de. Aix an Provence DEZEMBRO DE 1953 & PAGINA 51 A CONSTRUGAO a DO CAVALO DE TROIA * TIEPOLO Vendo que a cidade de Tria fa inexpnendvel, Odissen teve uma idéia: mandou constrair um enor- Bsiria Rett ael i iKondres me cavalo de pan, dentro do qual a escouden soldados. Depois_man- dou pir o cayalo is portas da ci dade © se retirou, com o exército re¥oy para os navies, fin tesolvera abandonar tam levar o cavalo part dentro da cidade, apesar dos consclhos do sa- cerdote Laocon, que dizia: “Receio 08 gtegos alé mesino quando tra zeni didivas!”. Duas serpentes, po- rém, sairam do mar inesperadamen- * tee, enrolandose em Tndocon ¢ seus filhos, os mataram 15 Interpretando isso coma um st. nal dos deuses, os troignos levaram 0 cavalo para dentro da cidade; como éle cra grande de passax pelas portas, foi precise para isso demubar parte das fortificagoes Durante a noite saisun os. soldados escondidos ne portas da ci dade pari os seus ¢ompankciros, que eutminm em Trdia ea saquea- fim, pondo fim ao smgiento con- Alito que dura dex anos. EDIGAO MARAVILHOSA — Ne 78 (ESPECIAL) % ANO VI Levado por Afrodite av Palacio de Menclau, Rei de Esparta, 0 jo: ‘yem Piris foi hospitaleitamente re- cebido por Helena, * mulher do mudo™ dade de Trois, de cuio ema filho. Menelant, indignado, sino uum exército € foi salvar a espise. Inieiow-se, assim, © san- grenta Guerra de Tréia, que durou dez, anos ¢ termingy com a dene: ta dos troianos. Paris foi morte e Meuelau volton com Helena para Egpaita, © belo qmadso- do. pintor francts David nos mostia Helena revebendo Piris, no palicio de Me hela. * avin Museu do Leaves — Parle * PARIS E HELENA mae. -Apés algum tempo Hejesto voltou pard 9 Olimpe, onde pa: brigas do pai com a “HEITOR — irmio de Péris, filho de Priamo ¢ Hé- cuba, rei e rainha de Tréia _HBCUBA — Rainha de Tréia, espdsa de Pricmo e mé@de Heitor, Paris, Cassandra e muitos ou- tros filhos ¢ outras filhas. HELENA — A mais linda das mulheres. Era filha Ge Zeus e de Léda, irma dos gémeos Céstor e Potue. Foi raptada por Tesen e levada para a Atica, mas os irmaos a salvaram, Entre mui- tos pretendentes, escolheu Menelaw. Mais tar~ de, porém, abandonou 0 marido e fugiu com Paris para Tréia. Apés a morte de Paris, He- lena desposou Deijobo, irmo de Péris, que mais tarde traiu para os gregos. Posteriormen- te, Helena voltou para Esparta com Menelaw. Quando Menelau morreu, Helena se casou com Aquiles. HELIO — Deus do Sol, conhecido entre os roma- nos pelo name de Sol HERA — Rainha do cau, filha de Gronoe e Réia, irmid e esp6sa de Zeus, Equivalente 4 Juno dos romanos. Hera compartilhaya dos poderes do marido © suas damas de companhia eram. as Horas (deusas Gas estagdes), © fris (a deusa do arco-iris), Era mae de Héfesto, Ares, Hebe e Ilicia, Sendo Hera a tnica espésa legitima da cérte do Olimpo, passou a ser considerada S a protetora do casamento. A “rainha do eu” era incorruptivel e imaculada tRIS — Filha de Taumas e Electra, irma das Har- pias. Bra {ris a mensagoira de Zeus ¢ Hera. iTACA — Uma das ithas jonias, da qual era rei Odisseu. MENELAU — Rei da Lacedeménia e marido de Helena, que Paris the roubou, juntamente com s seus tesouros. Menelct: organizou uma ex- PedicSo ¢, com Agamenon, foi um dos heréis da Guerra de Trdia. Ao voltar para a sua ter- a, naufragou. Finalmente conseguiu chegar a Esparta. Pussou depois o resto da vida sasce~ gado, a0 lado de Helena ‘MUSAS — Divindades que presidiam as artes, as siéncias e a poesia, Etam nove as musas: 1) Clio, a musa da histéria; 2) Euterpe, a mu- sa da poesia Lirica; 3) Talia, @ musa da comé~ dia ¢ da poesia idilica ¢ alegre; 4) Melpémene, @ musa da tragédia; 5) Terpsicore, a musa da eangéo eda danca coral; 6) Erato, a musa da mimiea e da poesia erdtica; 7) Polimnia, mu- "Sa da elogiiéncia e do canto; 8) Urdnia, a musa a astronomia, e 9) Caliope, a musa da poesia pica " NEREIDAS — Ninfas do mar, filhes de Nereu e : Doris. As mais famosas nereidas eram Anfi- __ tte expdsa.de Poseidon, Tetis, mae de Aqul~ les; e Gulatéia. As nereidas eram divindades | __-do mar Mediterraneo, ao passo que as néiiades 7am ninfas dos tios ¢ das fontes e as ocednidas eram as ninfas do grande oceano. ODISSEU — Herdi grego, conhecido entre os ro-~ "manos pelo nome de Ulises. Odisseu era filho de Lacries ¢ Anticiéia (ou, semundo versio posterior, de Sisifo e.Anticléia).. Era rei de tac, maritlo de Penélope e pai de Telémaco. PO — Montanha da Grécia, de eérea de 200 metros de altura. Os gregos antigos di- gam ser o Olimpo a morada dos deuses, ¢ que o paldcio de Zeus ficasse no Hécuba, es~ u que dissesse qual a mais belu, se Hera, Atena ou Afrodite. Por uma resposta favoravel, Hera The ofereceu a soberania da Asia, Atene Ihe oferceeu gloria na guerra, e Afrodite Ihe féz a oferta da mais bela mulher do mundo, Péris deciarou ser Afrodite a mais bela. A deusa levou Péris 4 Grécia, entéo, onde 0 jovem foi recebido pelo tei Menelau. Péris raptou Helena, a espése de Menelau, Isso deu inicio a Gueria de Tria Paris foi derrotado por Meneluu, mas Afrodize 6 levou em sua companbia. Péris, apés matar Aguiles, foi ferido por uma flechada. Vollou, cntde, para Enone, sua espésa; ela, porém, se recusod a trata-lo'e élo morreu. Enone, chela de remorsos, suicidou-se, PATROCLO — Guerreiro cuja morte determinow a entrada de Aquiles na Guerra de ‘Trois, PENELOPE — Espisa de Odisseu, Quando 0 ma- Fido pariiu para tomar parle na Guerra de Troia, Penélope se viu assediada por muitos admiradores, Pare afastd-los, serviu-se de um estratagema: disse que, antes de pensar em eseother dentre éles, finha que terminar um. traje que estava fazendo para Laerie, seu s0- gro. E durante a noite desfazia tudo que tinha feilo durante o dia, para que o seu servieo ja~ mais terminasse, POSEIDON — Deus do mar, filha de Cronos e Réia. Foi, mais tarde, identificado pelos romanos com 0 seu deus Netuno. Pescidon despesou Anfitrite © era soberano do mer, dos ventos ¢ Gos terremotos. Foi éle o construtor das. mu- ralhas de Troia; como nao foi, porém, recom= pensado por ésse trabalho, tomou édio aos froianos, PRIAMO — Rei dos troianus ao tempo da Guerra de ‘Tréia RETA — Piha da Urano e Géia, espésn de Cronos, e mae de Zeus, Poséidon, Hades, Hera, Deme- trio ¢ Héstia. Bra uma deusa da lecra © repre sentava a abundancia da natureza. Foi identi- ficada posteriormente com a deusa romana TETIS = Uma das deuses do max, ftha de Nerew ¢ Doris; mae de Aquiles. TITAS — Filhos e filhas de Urano (0 céu) e Géia (a Terra). Bram: doze os titds; seis homens seis mulheres. Urano, o primeiro senhor de mundo, stirou os filhos ao Tértaro (um lugar abaizo da terra). Géia, indienada,, nersuadiu fs titds a se revoltarem contra o pai, 6 que éles fizeram. Os tités depuseram Urano, Iibertaram 9s scus immdos gue tinham sido alirades ao TVartaro, e fizeram Cronos rei. Como fora feita uma previsio que 9 navo rei seria depos— to por um dos seus filhos, Cronos passou a en— golir todos os filhos que Ihe naseiam. Réia, espOsa de Cronos, fugit para a ilha de Greta 1d teve 0 seu filho Zeus. Quando Zeus cresceu, pediu a ajuda de Tétis, que deu a Cronos uma ogto que-o féz vomitar todos os filhos que ti- nha engolido. Unido com os irmaos e as irmas, Zeus entrou em luta com Cronos e os titas. ‘Apés muito tempo de luta, os ciclopes deram & Zeus 0 raio € 0 trovaa. Os tités foram vencidos. ZEUS — O maior de todds os deuses do Olimpo e Senhor do Céu. Em Roma tinha os nomes de. Jupiter e Jove. Zeus punia com o raio os que © ofendiam. Zeus tina poderes cébre a chuva, as tempestades, 0 trovio e os raios. Era onis- ciente © revelava 0 futuro por meio de au girios. EO ira Como ja foi relatado em "A Hiada”, o rapto de uma princesa grega, por um principe trolano. {82 com ‘ane 0 seu esp0so conclamasse todos os principes da Grécia para irem arrancé-la'ao raptor. 0 desas~ frado evento deu origem & Guerra de Troia, que durou dez anos © levou & completa destruico da antiga cidade dos Trolanos. Um dos maiores entre os guerreiros conquistadores fol o nobre Odisseu, de onde 0 nome de A ODISSEIA dado a sua histéria. (Entre os romanos, Diisseu era conhecldo pelo Tome ile Ulysses). Carrosada de opulonto botim, sua frota zarpou de reoresso a ftaca — ilha oo largo da costa da Grécia antiga — quando uma série de estranhas aventuras velo a ocorrer emi sua rota, Esta é a histéria de Odisseu, rei de ftaca — talvez a malor das narrativas de aventuras que id se escreveram no mundo. Dime VI — N° 1a GESPECTAL) % EDICAO MARAVILHOSA Dezembro 1953 — P&x 99 =z A ODISSEIA Depois da queda de Toss, Odes, com un de regresso a Ita rida al chegaram 4 tera or ilopet, iste cao veh Pollene, oh toe um 6lbo. BOVE No 78 (SPECIAL) y EDIGAO MARAVILHOSA & Desenibro i959 — Fag 50 w@ A ODISSEIA { Mi ‘ Ano VI — N.° 78 (ESPECIAL) y% EDIGAO MARAVILHOSA % Dezembro 1953 — Pag. 58 oe @ A ODISSEIA Ofissen passon thda a noite 2 pensar no que devin Manhizinba, despertou o gigunte, agarrou mais dois Tr homens e devoronas. A seguit, saiu, levando 0 1e- banho a pastar, deixando, porém, tapada a porta da caverna com 0 rochedo. bois quem seria capaz de remover « enorme rocha que obstrut entrada da caverna? Fnquanfo @le extiva fora, Odiseu © os companheizos procuraram | | Logo depois de tenninarem o tmbalho arquitetar um plano para se salvarem, 0 que afimal’ concluizam. . . ae Depresse! Excondei 9 toro, ‘que ef esté cheganda. i © eiclopel Apanhai aquéle tronco de amore © enrisio 5 ; Mea iuona op INesstardey 0 moustro jantow mais dobre" Em verdate, esta A , Mas oi gor, Depots, Oduseu The ofereceu 0. vita bebide € feita para) ¢ NIN-GUPM deuses... Dize o teu E agora, nome, ¢ eu te darei ¥ onde esti © teu presente? Bebe, 6 Ciclope, ¢ ve que boas coisas trazemos A ODISSFIA 4 @ A ODISSEIA os de ale @ A ODISSEIA Nio havi, porém, quem atasse Odissen sob um dos | | Quando sentiu sproximarse o iiltimo cameim, 0 ‘animais, Quando 0 iltimo dos cameiros se encami. | | ciclope desorientado ergucuse na esperanga de apa- aihon para a saida, 0 grego, dese har Odi ssperado, agarrouse 2 dle ¢ escondense sob 0 seu corpo. Ah! Se éstes carelros soubessem falar ¢ me distessem ‘onde se encontra NIN-GUEM, eu Ihe esmageria ‘erinio de encontro ao cho! praia, Odisscu respon- || Quando ji se encoutravam a bon distincia da praia, 0 ‘gigante. -. w A ODISSEIA { Desta_ ver, 0 anemésso foi deina- siado ffaco © 9 pedra cain do lado | | ‘A onda que levantou foi tio forte, que’ impeli a nau até 2 ontra praia. de fitamente para ‘os. nossos lares! Ninguém esté mais ansioso de reyer lar ¢ familie do Z A ODISSEIA A esi cai inet, x ete sro nde vista unm paderosy rey senhor dos ventas. © ei acolheu Qdisseu fede z A ODISSEIA 4 ee wwiam, Tangado nbadeiro Com enorme estrondo, irompeu a ventania.- Ta aqui, de novo, Odieweu? ‘om tanta caytela E auando Odissen pedin 20 rer que 0 tomasse a ajudar, te pusemos a navegar! * @ monarea respoudeu, enfurecidon Pui taido ere por und tripuagao ore dag ‘cruel ¢: un sono Dezerto 08 deures frets te. detestam! Tastemente, Odisseu ¢ seus homens de novo’ se fizetam 20 amar. Afimal, @ Hota aceicouse da itha de Lamos, teva de os outros para. que gigantes, nao entrem no parte! ‘Mas 05 tripulantes, exaustos, desdenharam qual- quer precaugio. : : te ciagee Mas dies £ una ters Ee pila wa facts WF e ob sinas no. os toraram desconhecida. Bee ee T que mandaxte, em consideracdo! oe 7 A ODISSEIA > L : mA ODISSEIA 4 mw A ODISSEIA 4 | Extremamente’aflito, Fh (@ A ODISSEIA 4 Imediatamente se virun transtormados cm porcos pelo feitico | | Enguanto isso, Kuriloco esperava do lado de gue Circe, + cantora, pusera no vinho. — | fora do portio. Pere See es ee ee ++ Jd no ougo as LY ios meus homens, e-sim apenas srhidos de porcos... Que teria sucedido? See ee ee corendo ae acampames ido a Odissew. . Por menores que fOssem us suas es perangis, Odiseu decidiu tentar salvar os seus homens, ¢ pari isso partin sézinho ‘gg A ODISSEIA { O14, formosa Circel Abre as portas de teu -< palécio a um Brego erante! Mata a tua séde, grego... Quul 0 motivo que te trax @ estas poragens? Odissew, porém, semi que cla 9 motaste, pos na aca o talisma que invalidaria o feitigo da droga. Bem-vindo sejas, nobre aregol Vern refrescar-te @ nossa mesa! Circe, no momento em qué nela uma droga fatidica.. Busco meus*companheiros, vitimas de cruel destino, Shy S > Mal sebe éle que em breve Thes ind fazer compankia! Ihe passou a taga, deixou cait 3 spans ' A ODISSEIA { Nae < ] sont “a =| - i @ A ODISSEIA 4 ee Com surptss, Odisieu observou que fens companheitas A ODISSEIA { Mas 20 fim do ano, os homens disseram 4 Odiscen Odissext recoulwoeu que tinham razio. E tempo de partinnos.. Rosumoste que feces todo 0 possirel para ajudarnos na volta, Nao serd tempo ja de yoltarmos part casa? fea M Depais ave se aprestaram, Circe advertin Odiseu dos rscox a evitac cherar om segurangs aos seus Tres ‘Nio reterei um hdspede contra a sua vontade... Apronta teu navi ove te A adyerténcia de Giree deivou Odisseu muito | | Seu receio redobrava, a medida que se acercayam da itha das, preocupado quando 0 navio saiu do porto. sercias, Bate é 0 lugar em que vivem ds feiiceiras do mr, destruideras de ‘homens. .- Seu canto strat pars a morte. Devo (omar as precaucbes que Circe ‘me tecomendow Y JO cos squetes acta Devem ser as rochas arriscodas... Aliée, Circe me| { ‘lescomunaist Parecem enuntes de que Clice me ‘avisou que eu tink de vencer mover-se wut dewalt éstes perigas, por mais que isto me desesperasse. a8 = esas ott entron POE laa THE Ca, Atgerda, © Mat Fale, ST esa a Foote, 4 iol oo de 228 UE Enquanto 4 tripulagio se debrugava atdnita para ver a ne: gra béca. do vértice, Cil, ¢ monstro, arrnoon do convés seis mnaryjos desprevenides. . © aavio foi forcado 2 passar bem perto do. rede- sueinho. Um mugido furioso se algou sobre 0 tur bilbao das dguas... Ano VI — N.° 78 (ESPECIAL) %& EDICAO MARAVILHOSA % Dezembro 1953 — Pag. 82 ssdos pelos tenticulos do menstro, os ha- ‘em agonia, gritaram a Odisseu que os Ai de mim! Nao ests em meu poder ajudarvos! Eo navio sulcon as aguas antes que outros tives- semi 0 mesmuo desting. - Detenhano-nos equi Y nay Circe para descantat ~ / awicoume de que nos de ie J eda cote « Norriveis se_alguéin tocasse nos cnimais sagrados de itha, Depois dist hoje tem o nome =| Ouves 0 balido das ovelhas € 0 mugido das vaces? E aqui que ‘seus rebenhos. Mas 03 tripulantes, descontent ‘Muitos dias ¢ noites temos trabathado... Deiuenos ‘ancorar egora para e jiurai que ndo tocareis no guide © que vos contentareis com os mantimentos que troueemos! Depois de fazevem o vamento, o> homens desesborearce F E agora se seabaram Peete \ ea te me orguer J mantinentos. (Qs homens bascaram alimentos, cagando aves e_pescando. ‘Mas nao. satistizeram cou isso 2 soa fome, Assim, enquusto udisseu dormia. .- iz a Ese Fobo ainda estiver zunsadlo. ‘Matemos os touros, ‘que ajunde o naviol E melhor sacrificando-os ao deus Sol. morrer afagada do que de fome! BVI — N. 78 (ESPECIAL) EDIGAO MARAVILHOSA *& Dezembro 1953 — Pég. 83

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