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MÓDULO 2 - TEOLOGIA I e TEOLOGIA II
MÓDULO 2 - TEOLOGIA I e TEOLOGIA II
CURSO DE TEOLOGIA
MÉDIO EM TEOLOGIA
● Básico em Teologia
● Médio em Teologia
Amado aluno, a fim de que você possa ter maior proveito no estudo desse módulo, é
necessário que você siga algumas recomendações básicas que se seguem:
1. Em primeiro lugar você deve ler todo o livro. A primeira leitura vai lhe fazer ciente
da importância e da profundidade do assunto que deve ser estudado. Depois de ter
lido com atenção, você terá no mínimo 10% de aproveitamento.
2. Depois de ter lido, você deve estudar o livro. Nunca passe para outra lição ou
assunto, se não tiver absorvido o máximo possível.
3. Faça algumas anotações, pois nem sempre conseguimos nos lembrar de tudo, essas
anotações poderão ser feitas no espaço para anotações no próprio livro.
4. Quando aparecer assuntos aparentemente muito difíceis, não passe por cima,
pesquise, tente descobrir o significado, não desista facilmente.
6. Nunca se esqueça que o estudo da Palavra de Deus deve ser regrado pela oração e
comunhão com Espírito Santo.
ÍNDICE TEOLOGIA I:
INTRODUÇÃO
O QUE É TEOLOGIA
A EXISTÊNCIA DE DEUS
NÓS PODEMOS PROVAR A EXISTÊNCIA DE DEUS?
A NATUREZA DE DEUS
Discussões Filosóficas
Antropomorfismo
EM QUE FORMA DEUS EXISTE?
COMO NÓS PODEREMOS DESCREVER DEUS?
DOUTRINA DA TRINDADE
Atributos Incomunicáveis
Atributos Comunicáveis
QUESTÕES
INTRODUÇÃO
Teologia é o estudo de Deus e de Suas relações com o homem. As Escrituras nos dão a revelação
da Deidade, que revelou a Si mesma como um Deus, existente em três Pessoas – o Pai, o Filho e o
Espírito Santo – distinguíveis, mas indivisíveis em essência; co-eternas, co-existentes, co-iguais em
natureza, atributos, poder e glória. Há apenas um eterno Deus, que é indivisível e inseparável em
essência; e nesta única essência há três distinções eternas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Desde que o tempo teve início, o homem tem procurado descrever ou retratar Deus por meio de
figuras, da pintura e da palavra descritiva, mas sempre tem falhado, ficando muito aquém de seu
alvo. Pois como pode aquilo que é finito ter esperança de compreender e expressar aquilo que é
infinito? O próprio povo escolhido procurou apresentar medidas e descrições de Deus a seus
semelhantes, e assim fizeram ídolos de metal e disseram: “São estes, ó Israel, os teus deuses, que te
tiraram da terra do Egito” (Ex 32.4). Falharam totalmente, porém, na tentativa de proporcionar a
mais desmaiada concepção de Deus às suas imagens.
O ser humano não tem capacidade intelectual para compreender a existência de Deus, isto
porque Deus é Espírito (Jo 4.24).
Deus se auto-manifesta por meio da natureza, “Os céus declaram a Glória de Deus e o
firmamento anuncia a obra das suas mãos (Sl 9.1), da história (a preservação do povo de Israel) e da
personalidade do ser humano.
Mas sempre haverá alguém se recusando a crer na existência de Deus. O Salmo 14.1 afirma o
seguinte, quanto a esse assunto: “Disse o néscio no ser coração: Não há Deus. Têm se corrompido,
fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem”.
Os Cristãos, porém, não precisam de nenhuma prova que os satisfaça. Crêem em Deus
independentemente de qualquer coisa. Contudo, a Teologia Sistemática é, por si só, uma doutrina de
argumentação que prova a existência de Deus.
Embora estudando sobre Deus, é impossível deixarmos de mencionar assuntos ligados a outras
áreas, pela relação que Deus tem com todas as coisas.
O QUE É TEOLOGIA
O vocábulo teologia vem de duas palavras gregas, theós e lógos, que significam Deus e estudo,
respectivamente (ou seja, estudo de Deus). O termo indica o estudo das coisas relativas a Deus,
fazendo-nos refletir sobre a natureza divina e suas obras, e até mesmo sobre o seu (de Deus)
relacionamento com a criação.
A palavra teologia, pode expressar todo o conjunto das disciplinas bíblicas (Bibliologia,
Teologia, Eclesiologia, Pneumatologia, Cristologia etc) ou a pesquisa da filosofia da religião.
Também denomina uma face dos estudos escriturísticos, principalmente o da doutrina de Deus.
Qualquer estudo que expresse o que a Bíblia ensina sobre qualquer assunto, pode ser considerado
teologia. É importante considerar a sistematização do estudo, daí a chamada Teologia Sistemática.
É uma maneira de facilitar o entendimento do que a Bíblia ensina.
Este termo (Teologia) foi usado pela primeira vez por Platão, no diálogo A República, para
referir-se à compreensão da natureza divina por meio da razão.
Outro termo é a Teodicéia, termo empregado atualmente como sinônimo de teologia natural, foi
criado no século XVIII por Leibniz, como título de uma de suas obras (chamada "Ensaio de
Teodicéia. Sobre a bondade de Deus, a liberdade do ser humano e a origem do mal"), embora
Leibniz utilize tal termo para referir-se a qualquer investigação cujo fim seja explicar a existência
do mal e justificar a bondade de Deus.
O campo teológico é muito amplo e precisamos demarcar algumas áreas fundamentais para um
estudo sério e legítimo. Para isso, usamos a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, como fonte única e
fundamental para conhecermos a Deus. Portanto, o que precisamos saber sobre Deus nos é revelado
em sua própria Palavra. Devemos, primeiramente, estudar sua natureza, depois, sim, seu
relacionamento com sua criação.
A EXISTÊNCIA DE DEUS
É verdade que historicamente, o ser humano sempre pensou num poder sobrenatural existente
além deste nosso mundo das mudanças. Ele está constantemente a tentar não só encontrar a origem
de todo o Universo, mas, também um objeto para a sua adoração.
Houve pessoas que, pensavam que era o sol outras achavam que era a lua ou outros astros, e
ainda outras pensaram que eram os rios, etc. Há ainda outros que dizem não haver Deus, mas a
natureza em si é o seu Deus.
Tudo isto é o resultado da posição a que chegaram os psicólogos de que o ser humano tem um
instinto religioso. Por natureza ele acredita na existência de um poder forte e grande que controla o
Universo e sente que ele e o resto da humanidade são dependentes d'Ele e sujeitos a esse poder.
Pelo menos uma vez na vida, você não adoraria que alguém simplesmente lhe mostrasse a prova
da existência de Deus? Sem quebra-de-braço, sem afirmações como: "Você tem que acreditar".
Bem, tentaremos apresentar aqui algumas das razões que sugerem a existência de Deus,
Vejamos:
Deus é gentil, amoroso, consciente do nosso egoísmo e defeitos e ainda assim quer ter um
relacionamento conosco. Jesus revelou que, apesar de Deus nos ver como pecadores merecedores
da Sua punição, Seu amor por nós venceu. Jesus mostrou que Deus propôs um plano diferente,
fazendo com que o seu Filho recebesse a punição por nossos pecados. Jesus aceitou esse plano de
livre e espontânea vontade.
Por causa da morte de Jesus, podemos ser perdoados, aceitos completamente por Deus e amados de
forma genuína por Ele.
A prova mais conclusiva de que Jesus é igual a Deus é o milagre mais esquadrinhado de
Jesus - Sua própria ressurreição de dentre os mortos. Jesus disse que três dias depois de ser
enterrado, Ele voltaria a viver. No terceiro dia depois de Sua crucificação, a pedra de quase duas
toneladas que estava na frente do Seu túmulo tinha sido jogada para uma ribanceira. A guarda de
bem treinados soldados romanos viu uma luz cegante e um anjo. O túmulo estava vazio, exceto
pelos panos de enterro que haviam sido enrolados no corpo de Jesus. Durante todos esses anos,
análises legais, históricas e lógicas vêm sendo aplicadas à ressurreição de Jesus e a única conclusão
possível até agora é a de que Jesus voltou de dentre os mortos.
Antes de fazer qualquer exposição referente a pergunta acima, devemos considerar que, se
alguém se opõe radicalmente à possibilidade de Deus existir, então qualquer prova ou explicação
apresentada aqui poderá ser imediatamente refutada. Ou seja, isso seria como se uma pessoa se
recusasse a acreditar que o homem andou na lua. Nenhuma informação, por melhor que fosse, iria
mudar o seu modo de pensar. Imagens via satélite de homens andando na lua, entrevistas com os
astronautas, pedras lunares... todas as provas seriam sem valor porque a pessoa já concluiu que o
homem não pode ir à lua. Assim é para os que já estão resolvidos (quero dizer que pensam estar) em
não acreditar na existência de Deus.
A Bíblia afirma que o mundo natural é que demanda a existência de Deus (Sl 19; Is 40.26; at
14.17; Rm 1.19).
1. Argumento Cosmológico – Afirma que tudo no universo físico teve uma causa, ainda que a
evolução apresente uma fileira interminável de causas, certamente chegaremos a uma "causa
primária", uma causa maior do que qualquer dos seus efeitos. Causa essa que originou tudo
(Rm 11.35,36).
7. Argumento Histórico. A história humana nos mostra que existe uma Mão invisível
guiando, governando e controlando os destinos das nações. Através do estudo da história
nós podemos ver a clara mão de Deus se movendo por trás de tudo para realizar a Sua
vontade (Ap 17.17). A própria subsistência da nação de Israel aponta para a providência
divina (Jr 1.10).
A NATUREZA DE DEUS
A Natureza de Deus melhor se revela pelo que Ele é. Deus é Espírito, Infinito, Eterno, e Imutável
em seu Ser, Sabedoria, Poder, Santidade, Justiça. Bondade e Verdade.
A expressão mais profunda e paradoxalmente simples a respeito de Deus foi proferida por Jesus
"Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" (Jo 4.24). Está
envolvido nessa proposição o fato de que Deus é imaterial, ou seja, nenhuma das propriedades da
matéria pode ser-lhe atribuída. Além disso, está posto que o ser humano pode interagir com Deus.
Duas verdades que nortearão nosso estudo sobre Deus.
O cristianismo concorda que Deus possui atributos que jamais poderemos experimentar,
portanto, não o compreendemos. Contudo, sendo Ele (Deus) uma Pessoa, pode interagir com sua
criação.
Deus é uma pessoa e, como tal, se relaciona com os seres humanos que criou. Esse
relacionamento somente é possível porque Deus compartilha alguns atributos com sua criação.
DISCUSSÕES FILOSÓFICAS
O meio cultural tem afetado o conceito que os povos têm sobre Deus. Teríamos, contudo, alguma
base para conhecermos a Deus? Alguns vêem em Deus um ser tão distante e ausente de sua vasta
criação que um relacionamento pessoal seria impossível, muito menos uma demonstração de amor e
envolvimento que satisfizesse os anseios humanos. Consideremos, brevemente, como muitos
"vêem" Deus em suas filosofias e doutrinas. Depois, então, voltaremos às Escrituras Sagradas, seu
testemunho, e verificaremos o que Deus nos tem a dizer sobre sua própria Pessoa.
O judaísmo compreende Deus segundo a luz do Antigo Testamento, possuindo, dessa forma, muita
coisa em comum com a compreensão cristã. Contudo, as profecias messiânicas estão como que
"suspensas" ou espiritualizadas no Estado de Israel.
O budismo crê em uma força impessoal, organizadora de todo o universo, que ilumina seus
iniciados. Ainda muitos orientais crêem que todos os humanos se tornam iluminados após a morte,
aumentando infinitamente a lista de seus deuses. Portanto, muitos dissociam a personalidade da
Divindade; outros compartilham a Divindade com muitas pessoas; e ainda outros afirmam graus
evolutivos de divindades.
Para sabermos realmente quem é Deus deveríamos ter em mão algum testemunho dele mesmo
com uma revelação pessoal e infalível. A verdade é que temos seu testemunho registrado pelos
quarenta escritores, aproximadamente, da Bíblia ao longo de cerca de 1 600 anos.
A Palavra de Deus ultrapassa questões filosóficas e culturais, e nos revela, em linguagem
humana, os atributos de Deus. Podemos, então, conhecê-lo. Mas devemos tomar o cuidado de não
limitá-lo como homem, com características materiais, nem espiritualizá-lo como uma força
universal e impessoal, e muito menos como uma lei, como algo abstrato.
Somente mediante sua revelação bíblica poderemos prová-la. Se alguém rejeita a Bíblia como a
Palavra de Deus está fechando os olhos para a única e exclusiva fonte que pode ajudá-lo a saber de
fato quem é Deus.
Somente por meio das Escrituras podemos encontrar informações precisas que esclareçam nossas
dúvidas legítimas, pois elas são realmente a Palavra de Deus. As Escrituras nos ensinam que Deus é
uma Pessoa real que possui atributos, alguns ímpares e outros, compartilhados com sua criação. Em
sua soberania e sabedoria, Deus jamais pode ser comparado ao homem. Seus pensamentos (os de
Deus) são incomparavelmente superiores aos da sua criação, quer seja celestial ou humana. "Porque
assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os
vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos" (Is 55.9).
1. O mundo natural revela Deus (Atos 14.15-17; Romanos 1.19-23). A criação é como que um
"livro" que anuncia ou leva a assinatura de seu criador: "Porque as suas coisas invisíveis, desde a
criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se
vêem pelas coisas que estão criadas" (Rm 1.20). A terra (e tudo que existe na natureza) e os céus (e
tudo o que existe no universo) testificam de um Deus criador, poderoso e eterno. Os capítulos 38 a
41 do livro de Jó são um testemunho à obra criativa de Deus.
2. A consciência humana revela Deus Romanos 2.14-16: “Quando, pois, os gentios, que não têm
lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si
mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a
consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, no dia em que
Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu
evangelho.”
● Quando Ele estende as leis naturais (Js 10.12-14: “Então, Josué falou ao Senhor, no dia em que
o Senhor entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel; e disse na presença dos israelitas:
Sol, detém-te em Gibeão, e tu, lua, no vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou até que o
povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no Livro dos Justos? O sol, pois, se deteve
no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro. Não houve dia semelhante a
este, nem antes nem depois dele, tendo o Senhor, assim, atendido à voz de um homem; porque o
Senhor pelejava por Israel.”
● Profecia Gn 3.15: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu
descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
● Cumprimento Gl 4.4: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei.”
● Profecia Mq 5.2: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de
Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos,
desde os dias da eternidade.”
● Cumprimento Mt 2.1: “Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis
que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.”
3. Jesus Cristo em Si mesmo revela Deus Hb 1.1,2: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas
vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a
quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.”
ANTROPOMORFISMO
Antropomorfismo vem de duas palavras gregas: anthropos (homem) emorphe (forma). Portanto,
um antropomorfismo é quando Deus aparece ou Se manifesta para nós em forma humana ou mesmo
em características humanas atribuídas a Ele mesmo. Vemos isto por toda a Bíblia - e com razão
assim. Apesar de tudo, não podemos ascender onde Deus está, mas Ele pode descender até onde
estamos.
Mais abaixo estão uns poucos versos da Bíblia que atribuem a Deus ações, atributos e emoções
humanas.
B. 2 Samuel 24:16, "Ora, quando o anjo estendeu a mão sobre Jerusalém, para a destruir, o Senhor
se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta; retira agora a
tua mão".
C. Gênesis 9:16, “O arco estará nas nuvens, e olharei para ele a fim de me lembrar do pacto
perpétuo entre Deus e todo ser vivente de toda a carne que está sobre a terra".
2. Emoções humanas - dor, ciúme, zelo, piedade, compaixão, arrependimento
A. Gênesis 6:6, "Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no
coração".
B. Êxodo 20:5, "Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou
Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que
me odeiam".
C. Juízes 2:18, "...porquanto o Senhor se compadecia deles em razão do seu gemido por causa dos
que os oprimiam e afligiam".
B. Números 6:24, "O Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti".
C. Salmos 33:6, "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da
Sua boca".
D. Salmos 34:15, "Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os Seus ouvidos atentos ao seu
clamor".
EM QUE FORMA DEUS EXISTE?
Deus não é humano, porém Ele é uma “pessoa” como o homem, no sentido de que Ele tem
intelecto, emoções e vontade (ver “atributos comunicáveis”). É neste sentido que nós somos criados
na “imagem de Deus” Gn 1.26, 27: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus,
sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”
Ele não compartilha nossas imperfeições, mas ele compartilha nossa natureza pessoal. Deus não
é uma “força”. Ele é um ser pessoal.
Deus não consiste de qualquer substância material. Ele é espírito. Ele não tem corpo Jo 4.24:
“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.”
“Trindade” é o termo que descreve a “tri-unicidade” de Deus. Mas esta é apenas uma descrição
parcial. Deus também é “um” – Ele é um ser unificado. Assim, um bom termo para descrever ambas
as verdades é “Tri-unidade”.
“Trindade” talvez seja o termo mais usado, mas nós devemos compreender que biblicamente
“trindade” é realmente “tri-unidade”.
DOUTRINA DA TRINDADE
DEFINIÇÃO DE TRINDADE: Do grego trias, três; do latim trinitatem, grupo de três pessoas]
Doutrina bíblica segundo a qual a divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas pessoas do
Pai, do Filho e do Espírito Santo. As três pessoas são iguais na substância e nos atributos absolutos,
metafísicos e morais.
Apesar do termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a doutrina
são, tanto no Antigo como Novo Testamentos, incontestáveis.
A palavra trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega por Teófilo; e em sua forma
latina, por Tertuliano.
O credo Atanasiano assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade: “Adoramos
um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a
substância”.
Há apenas um Deus, mas na unidade de Deus há três pessoas igualmente eternas, da mesma
substância, mas distintas umas das outras (Adaptado de B.B. Warfield).
1. A “UNICIDADE” DE DEUS
● Há apenas um Deus. Só existe um ser perfeito. Se houvessem dois eles não seriam
diferentes em nada e seriam da mesma natureza. Veja essas referências:
●
Dt 6.4: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.”
● O único Deus não é divisível em partes. Desde que Deus é espírito por natureza e não
material em composição, Ele não pode ser dividido em 3 partes de 1/3 cada. Deus o Pai, Deus o
Filho ou Deus o Espírito Santo, portanto, não podem ser concebidos de qualquer outra maneira do
que completamente Deus em essência.
● A “tríade” de Deus. Cada uma das 3 pessoas possui o que apenas Deus tem, então cada um
é plenamente Deus.
- O Pai é Deus:
Rm 1.7: “A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a
vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.”
Jo 6.27: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual
o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.”
- O Filho é Deus:
Auto-existência Jo 5.26: “Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao
Filho ter vida em si mesmo.”
Imutabilidade Hb 13.8: “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.”
Infinidade Eternidade Hb 7.3 : “sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias,
nem fim de existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus), permanece sacerdote
perpetuamente.”
Onipresença Mt 28.20: “Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis
que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”
Ele criou o mundo Jo 1.1-3: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem
ele, nada do que foi feito se fez.”
Ele perdoa pecados Mt 9.1, 2: “Entrando Jesus num barco, passou para o outro lado e foi para a
sua própria cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus
disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados.”
Ele realiza o julgamento final Jo 5.22: “E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo
julgamento”.
De anjos Hb 1.6: “E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de
Deus o adorem”.
De homens João 9.38: “Então, afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou”. Mt 28.9: “E eis que Jesus
veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o
adoraram.”
▪ Explícita reivindicação 2 Co 3.17, 18: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito
do Senhor, aí há liberdade. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho,
a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo
Senhor, o Espírito.”
● Auto-existência Rm 8.2: “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei
do pecado e da morte.”
● Criação Gn 1.2: “2A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do
abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.”
● Ressurreição Rm 8.11: “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre
os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso
corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.”
2. Evidências da Tríade de Deus no Antigo Testamento:
● Deus fala de Si mesmo com pronomes no plural (“nós” – Gn 1.26; 3.22; 11.7; Is 6.8) e verbos no
plural (Gn 1.26; 11.7).
● O “Anjo do Senhor” é algumas vezes claramente “Deus”, porém Ele é distinto de “Deus” (O
Pai). Assim Ele deve ser Cristo em Sua forma humana pré-encarnação (Gn 16.7-13; 18.1-21;
19.1-28; Ml 3.1).
● Deus é "um" Ef 4.6: “um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e
está em todos”. Tg 2.19: “Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e
tremem.”
● Deus é “três” pessoas Mt 3.16, 17: “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram
os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus,
que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” 1 Co 12.4-6: “Ora, os dons são
diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o
mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.”
● Deus é “três em um”– No nome (singular) do Pai, Filho e Espírito Santo”. Mt 28.19: “Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo.”
De fato, para os cristãos, nós sabemos que a natureza triúna de Deus foi necessária:
● Pois apenas o sacrifício perfeito do Filho divino poderia pagar pelos nossos pecados (João
3.16).
● Pois apenas o Espírito divino poderia habitar em todos nós (João 14.16, 17).
● Pois o Pai em Si mesmo deve ser distinto para realizar tal plano.
Deus tem muitas características (atributos). Através destes atributos nós poderemos ter uma idéia
sobre Deus e assim descrevê-lo.
Auto-existência
"Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu
és Deus." Salmo 90.2
A Auto-existência de Deus é uma verdade básica. Na apresentação que faz do "Deus
Desconhecido" aos atenienses, Paulo explica que o Criador do mundo "nem é servido por mãos
humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e
tudo mais"(Atos 17.23-25).
O Criador tem vida em si mesmo e tira de si mesmo a energia infindável e de nada necessita. A
independente auto-existência de Deus é uma verdade claramente afirmada na Bíblia(Ver Salmos 90.
1-4, 102.25-27; Isaías 40.28-31; João 5.26; Apocalipse 4.10).
Na teologia, muitos erros são resultados da suposição de que as condições e limites de nossa
própria existência finita se aplicam a Deus. Na vida de fé, podemos também facilmente
empobrecer-nos, se alimentarmos uma idéia limitada e pequena a respeito de Deus. A doutrina da
auto-existência de Deus é um anteparo e defesa contra esses erros. O princípio de que só Deus
existe por si mesmo o distingue de toda criatura e é o fundamento daquilo que pensamos a respeito
dele.
Imutabilidade
A imutabilidade de Deus é a perfeição pela qual não há mudança em Seu Ser, em Seus planos e
propósitos, em Seu discurso e em Suas promessas.
O Ser de Deus compreende a sua personalidade e o seu caráter. Deus é também imutável em seu
Ser. Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU (Êx 3.14). O nome de Deus indica o seu caráter
imutável. O nome contém a garantia que Deus será para o povo nos dias de Moisés o que foi para os
seus pais. Deus é o mesmo hoje!
O salmista declara: O conselho do SENHOR dura para sempre; os desígnios do seu coração, por
todas as gerações. (Sl 33.11). Jó reconhece também que os planos de Deus não podem ser frustrados
(Jó 42.2).
O discurso de Deus está escrito em sua Palavra. O tempo passa, as gerações mudam, mas o
discurso de Deus é o mesmo. Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus
permanece eternamente. (Is 40.8). Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão
(Mt 24.30).
As promessas de Deus não mudam.
As promessas de Deus são crompomissos assumidos pelo próprio Deus, com o seu povo, com a
finalidade de abençoá-lo. Promessas espirituais e materiais, temporárias e eternas, condicionais e
incondicionais. Deus nunca falhou em cumpri-las: Bendito seja o SENHOR, que deu repouso ao seu
povo de Israel, segundo tudo o que prometera; nem uma só palavra falhou de todas as suas boas
promessas, feitas por intermédio de Moisés, seu servo (1 Rs 8.56).
Todas as promessas de Deus continuam válidas hoje.
As promessas de Deus são imutáveis.
Deus é Espírito
Ao revelar-nos que Deus é Espírito, as Escrituras definem que não podemos designar nenhum
atributo humano ou material à essência divina; não podemos usar ferramentas humanas ou materiais
para mensurá-lo. Qualquer alusão a Deus ou à Trindade, em termos humanos ou materiais, seria
apenas uma analogia limitada, um antropomorfismo.
A palavra espírito (do grego pneuma) significa ar em movimento, fôlego; símbolos da natureza
invisível, mas real. Tais palavras, quando aplicadas a Deus, indicam a realidade de sua existência e,
portanto, sua transcendência. Já notamos então que o Senhor Deus difere de sua criação. Assim,
podemos somente ter uma idéia de Deus conforme Ele próprio esboce para nós. Voltemos às
Escrituras para ouvir o que o Senhor Deus diz de si mesmo.
Eternidade presente
A infinidade de Deus quanto ao espaço é chamada Onipresença – infinito no espaço (sl 139.7-
11)e quanto à duração é chamada eternidade – Infinito no tempo (Sl 90.2). Para Deus não há
nenhuma dificuldade entre o passado, o presente e o futuro - "de eternidade a eternidade, tu és
Deus" (SI 90.2). "... Mas tu és o mesmo..." (SI 102.25-27). A eternidade está aos seus pés (Is
57.15). O que essas passagens e outras ensinam é que Deus está sobre ou fora do tempo, isto é, não
recebe nenhuma influência dele, antes, governa sobre o tempo. Deus conhece todas as coisas –
“...não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e
desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam..." (Is 46.9,10).
Enquanto Deus é imutável, sua criação tem mudado.
Onipresença.
Deus é onipresente, isto é, não é limitado ao espaço físico. Mas Ele não é tudo o que existe,
conforme afirma o panteísmo. Os céus e a terra, e tudo o que neles há, são obras de suas mãos, e
não extensão de si mesmo, pois, antes de criar todas as coisas, Ele sempre existiu (Gn 1.1). Há uma
diferença entre estar presente e habitar, segundo as Escrituras nos ensinam. Como nada pode fugir à
presença de Deus (Sl 139.7-10) ou estar fora de seu controle (Jr 23.23-24), o mundo ímpio não pode
esconder-se de Deus. Contudo, Deus habita somente com sua Igreja, com aqueles que o buscam
verdadeiramente (Is 66.1-4).
Onipotência.
Onipotência (Jó 42.2). Deus é capaz de fazer qualquer coisa que Ele desejar. Ele não fará nada
que seja contra Sua natureza (pecado) ou tudo que é logicamente autocontraditório.
Onisciência.
Soberania.
Deus é o Rei dos reis. Deus é a autoridade final – o governante sobre todos os negócios do
universo. Ele pode escolher deixar que algumas coisas aconteçam de acordo com as leis naturais
que Ele mesmo estabeleceu.
A soberania de Deus é também um de seus atributos? Sim. A Ele cabe o direito de governar o
Universo. Uma vez que criou todas as coisas, sustenta todas as coisas, e conhece todas as coisas, e
cabe a Ele o direito de orientar e governar sua criação. Sua criação é ampla e multiforme, o que
indica que nós também podemos ser diferentes sem comprometer a ordem das coisas. O ideal
humano coincide com o ideal de Deus. As duas leis que governam o reino de Deus são bem
conhecidas, embora pouco praticadas: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo (Mc 12.29-31).
dividir os atributos comunicáveis nas seguintes categorias: mentais, morais e (existem outras
categorias e subcategorias que não temos espaço para comentar).
1. Atributos Mentais:
Nos atributos mentais de Deus encontramos: sabedoria e fidelidade. Ele possui todo o
conhecimento em um mesmo momento (Is 46.9-10). Não há outro que possa aconselhá-lo (1 Co
2.16), pois o próprio Senhor fundou todas as coisas com sabedoria (Pv 3.19).
● Sabedoria – Deus age com base em Seu conhecimento para sempre fazer o que é infinitamente
melhor Rm 11.33-36: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento
de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem,
pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele
para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as
coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”
● Fidelidade - Somente Deus é fiel em absoluto, não podendo negar-se a si mesmo (2Tm 2.13; Ap
19.11). Embora não alcance o absoluto, o ser humano percebe esses atributos e eternamente
receberá de Deus exemplo e instrução. Deus é fiel a si mesmo e não há outro.
2. Atributos Morais:
● Amor – Deus é incompreensivelmente ativo para nosso bem, 1 Jo 4.8,9: “Aquele que não ama
não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver
Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.”
● Graça – preocupação, compaixão Tiago 5.11: “Eis que temos por felizes os que perseveraram
firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é
cheio de terna misericórdia e compassivo.”
● Justiça – Deus é perfeitamente justo e exato em Seus tratamentos com o homem Sl 19.9: “O
temor do Senhor é límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e
todos igualmente, justos.”
● Santidade – É o principal atributo de Deus e por isso vamos nos deter um pouco mais neste
tópico. "Santidade" e o adjetivo "santo" aparecem muitas vezes na Bíblia.
No Velho Testamento, santidade, quando aplicada a Deus, se refere ao seu domínio sobre a
Criação e à perfeição moral de Seu caráter. Deus é santo na medida em que Ele é completamente
distinto da sua criação e exerce soberana majestade e poder sobre ela. Sua santidade é um tema de
vulto nos Salmos (Salmo 47:8) e nos Profetas (Ezequiel 39:7), onde "santidade" emerge como
sinônimo para o Deus de Israel. As Escrituras dão a Deus os títulos "Santo" (Isaías 57:15), "o que é
Santo" (Jó 6:10; Isaías 43:15) e "Santo de Israel" (Salmo 89:18; Isaías 60:14).
No Velho Testamento, santidade de Deus significa que o Senhor é separado de tudo que é mal e
corrompido (Jó 34:10). Seu caráter santo é o padrão de absoluta perfeição moral (Isaías 5:16).
A santidade de Deus - sua majestade transcendente e pureza de caráter - é habilmente
apresentada no Salmo 99. Os versos 1-3 retratam a distância de Deus das coisas terrenas, e 4-5
enfatizam sua separação do pecado e do mal.
No Novo Testamento Jesus afirmou a natureza ética de Deus quando ensinou seus discípulos a
orar, que o nome do Pai deve ser honrado pelo que Ele é, "Santificado seja o o teu nome" (Mateus
6:9).
No livro do Apocalipse a perfeição moral do Pai é descrita com a atribuição tríplice de santidade
emprestada de Isaías: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus Todo-poderoso, aquele que era, que é e
que há de vir." (Apocalipse 4:8). Lucas, entretanto, contemplou a santidade de Deus nos termos do
conceito dominante no Velho Testamento de Sua transcendência e majestade (Lucas 1:49).
Obs: Todas as questões são compostas de quatro alternativas, sendo que, somente uma destas
alternativas deve ser marcada.
A) O cristianismo concorda que Deus não possui atributos que jamais poderemos experimentar,
portanto, o compreendemos.
B) Deus é uma pessoa e, como tal, se relaciona com os seres humanos que criou. Esse
relacionamento somente é possível porque Deus compartilha alguns atributos com sua
criação.
C) O judaísmo compreende Deus segundo a luz do Novo Testamento, possuindo, dessa forma,
muita coisa em comum com a compreensão cristã.
A) Se alguém rejeita a Bíblia como a Palavra de Deus está fechando os olhos para a única e
exclusiva fonte que pode ajudá-lo a saber de fato quem é Deus.
B) Somente por meio das Escrituras podemos encontrar informações precisas que esclareçam
nossas dúvidas legítimas, pois elas são realmente a Palavra de Deus.
C) As Escrituras nos ensinam que Deus é uma Pessoa real que possui atributos, alguns ímpares
e outros, compartilhados com sua criação.
D) Em sua soberania e sabedoria, Deus pode ser comparado ao homem.
A) Emoções humanas - dor, ciúme, zelo, piedade, compaixão, arrependimento, não são
exemplos de antropomorfismo.
B) Antropomorfismo vem de duas palavras gregas: anthropos (homem) emorphe (forma).
Portanto, um antropomorfismo é quando Deus aparece ou Se manifesta para nós em forma
humana ou mesmo em características humanas atribuídas a Ele mesmo.
C) Deus não é humano, porém Ele é uma “pessoa” como o homem, no sentido de que Ele tem
intelecto, emoções e vontade.
D) Deus não consiste de qualquer substância material. Ele é espírito. Ele não tem corpo.
A) “Trindade” é o termo mais usado, mas nós devemos compreender que biblicamente
“trindade” não é realmente “tri-unidade”.
B) “Trindade” é o termo que descreve a “tri-unicidade” de Deus. Mas esta é apenas uma
descrição parcial. Deus também é “um” – Ele é um ser unificado.
C) Trindade do grego trias, três; do latim trinitatem, grupo de três pessoas. Doutrina bíblica
segundo a qual a divindade, embora múltipla em sua essência, subsiste nas pessoas do Pai,
do Filho e do Espírito Santo.
D) Apesar do termo “trindade” se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam
a doutrina são, tanto no Antigo como Novo Testamentos, incontestáveis.
A) O Criador tem vida em si mesmo e tira de si mesmo a energia infindável e de nada necessita.
A independente auto-existência de Deus é uma verdade claramente afirmada na Bíblia.
B) O princípio de que só Deus existe por si mesmo o distingue de toda criatura e é o
fundamento daquilo que pensamos a respeito dele.
C) A imutabilidade de Deus não é a perfeição pela qual não há mudança em Seu Ser, em Seus
planos e propósitos, em Seu discurso e em Suas promessas.
D) O Ser de Deus não muda, os planos de Deus não mudam, o discurso de Deus não muda e as
promessas de Deus não mudam.
C) Deus é capaz de fazer qualquer coisa que Ele desejar, mesmo que seja contra Sua natureza
(pecado) ou tudo que é logicamente autocontraditório.
D) Deus não somente exerce controle sobre todas as coisas criadas como também tem
conhecimento de todas as coisas, e até mesmo de suas variáveis - chamamos esse atributo de
onisciência.
A – ELOHIM
A primeira palavra na Escritura usada para Deus é Elohim. Elohim expressa a idéia geral de
grandeza e glória. Ela contém a idéia de poder criativo e governante.
B – YAHWEH
Uma outra palavra revelada como nome de Deus é Yaweh ou Jeová, e fala de Sua vida e ser.
Ele é o Ser que é absolutamente auto-existente, o Único que possui em Si mesmo a vida
essencial, a existência permanente. Ele é verdadeiramente o Deus vivo.
C – EL SHADDAI
D – ADONAI
A próxima palavra é Adon ou Adonai, e tem uma pluralidade de significados. Ela confirma
o conceito da Trindade no Antigo Testamento, e é usado em Salmos 110.1, “O Senhor
[Yaweh] disse ao meu Senhor [Adon]”. O nome fala de apropriação e direito de dono ou
mestre, e indica que Deus é o dono de cada membro da família humana e que Ele exige
nossa completa obediência a Ele.
E – NOMES REDENTORES
2. Jeová-Raphah. O próximo nome redentor é Jeová-raphah. Ele significa Jeová Cura; “Eu sou o
Deus que cura” (Êxodo 15.26). Jeová garantiu a Si mesmo como o curador do Seu povo. Este
nome fala-nos de cura no seu sentido completo: corpo, alma e espírito. O Jeová que curava no
Antigo Testamento é o Jesus que curou no Novo Testamento e que continua curando até hoje.
Em outras palavras, Jesus manifestou o nome de Deus aos discípulos quando curou os enfermos.
3. Jeová-Nissi. Significa “O Senhor minha bandeira”. A palavra bandeira pode significar diversas
coisas. Ela refere-se à vara que Moisés usou para abrir o Mar Vermelho ou quando ele feriu a
rocha de onde saiu água. Uma bandeira nos tempos antigos não era necessariamente uma
bandeira como nos dias atuais, mas era uma vara lisa com algum tipo de ornamento nela. Ela era
um sinal de libertação e salvação. Este nome fala de Jeová como levantando um estandarte ou
uma bandeira contra as nações. Quando os braços de Moisés estavam fracos na batalha, a vara de
Deus estava abaixada e o inimigo prevalecia. Tão logo Arão e Hur seguravam as mãos e a vara
de Moisés, o povo de Israel prevalecia. Jeová-Nissi significa “O Senhor mesmo é a minha
bandeira”. Jesus, portanto, é a nossa bandeira. A bandeira de redenção. Como a serpente que
Moisés levantou no deserto, uma bandeira para o povo, Jesus foi levantado na cruz como nossa
bandeira. Cristo crucificado é a bandeira da Igreja.
5. Jeová-Shalom. Ele significa “O Senhor é paz” é encontrado em Juizes 6.24. Jeová apareceu a
Gideão como um libertador e Ele chamou a Si mesmo de Jeová-shalom, numa confiante
antecipação de vitória e paz. O nome fala de uma harmonia de relacionamento ou reconciliação
baseado na realização de uma transação, o pagamento de um débito, o dar de satisfação. Jesus é
chamado de Príncipe da Paz. Shalom foi a forma mais comum de saudação nos dias bíblicos e
fala também da paz que tem entre Deus e o homem por causa da propiciação. Sendo justificados
pela fé nós temos paz com Deus.
6. Jeová-Tsikdenu. Significa “O Senhor nossa justiça”. Este nome revela dois fatos para nós: que
o Senhor é nossa justiça e que nossa própria justiça é como trapos imundos. Romanos 3.20 diz,
“nenhum homem será justificado diante Dele”. A justiça de um inocente sofredor deve ser
considerada como a do pecador se ele quer permanecer diante de Deus. Isto é o que aconteceu
através de Cristo quando Deus O fez pecado por nós, Aquele que nunca conheceu pecado, para
que nós pudéssemos ser feitos justiça de Deus Nele. Sua justiça é colocada sobre nós como um
Dom gratuito, através da fé. Este nome revela-nos o tremendo Dom que Deus tem dado aos
crentes.
IDÉIAS TEÍSTAS
1. Panteísmo – Panteísmo é composto de duas palavras “pan” (tudo) e “theos” (Deus). É a crença
de que Deus está em tudo e tudo é Deus – árvores, pássaros, animais, etc., tudo é parte de Deus.
Ele faz da natureza deus e não percebe o Deus da natureza.
● Neutralismo – A teoria diz que a realidade final não consiste nem de matéria nem de uma mente
infinita, mas de uma substância neutra da qual a matéria e a mente são apenas manifestações ou
aspectos. Ela faz de alguma substância neutra seu deus e não percebe o Deus criador de todas as
substâncias.
● Idealismo – É a teoria que a realidade final é da natureza da mente, que o mundo é um produto
da mente, seja ela individual ou coletiva. Ela faz da mente seu deus e não percebe o Deus que é
uma pessoa real que tem uma mente perfeita.
● Misticismo Filosófico – É qualquer filosofia que busca descobrir a natureza da realidade através
do processo do pensamento ou intuição humana. Ela faz do próprio homem seu deus e não
percebe o Deus que fez todos os homens.
● Existencialismo – De acordo com essa posição filosófica, Deus é um ser ilimitado, supremo,
transcendental. Assim, seria inconveniente dizer que ele existe ou não existe. Existir ou não
existir são palavras que não podem ser aplicadas a Deus. Dizer que o Deus supremo existe é
compreendê-lo com a mente humana, fato inadmissível ao pensamento existencialista. É Bom
sabermos também, que quando o existencialismo se refere a Deus, está deduzindo apenas a base
de toda vida e existência. Ao mesmo tempo, essa qualidade transcendental jamais poderá vir a
ser descoberta simplesmente investigando-a. Sendo Deus grande, misterioso e eterno, sempre
haverá de ser o objeto de uma pesquisa admirada. Nem nesta vida ou na outra Deus poderá ser
encontrado, devido ser ele transcendental.
3. Dualismo – Dualismo é a teoria de que há dois princípios distintos ou deuses de eterno e igual
poder que estão em guerra um com o outro. Ela faz do "bem" e do "mal" deuses iguais e falha
em descobrir um Deus bom que julgará todo o mal.
4. Deísmo – É a teoria de que Deus está apenas presente na criação pelo Seu poder, não em Seu ser
e natureza. Ela defende que Deus estabeleceu várias leis da natureza em movimento na criação e
deixou o universo correr por si mesmo por meio destas leis. Essa teoria apresenta um deus
ausente, um deus que não tem nada a ver com a criatura que ele criou e não percebe o Deus
onipotente e onipresente.
5. Enoteísmo – O enoteísmo até que crê que Deus se movimenta para nos ajudar, mas também
acredita que existam outros deuses. Dessa forma, algum deus controla os homens, e se interessa
7. Panenteísmo – O panenteísmo afirma que Deus está em tudo (panteísmo), mas não pode ser
identificado nos objetos que se vê. Ou seja, Deus está em tudo, mas não é tudo. Este pensamento
filosófico resulta da designação dos vocábulos gregos que significam, mais ou menos “Deus
conforme aparece em tudo”.
IDEÍAS NÃO-TEÍSTAS
● Ateísmo Prático. Crê que talvez haja um Deus, mas vive como se não houvesse. Não tem
interesse em questões religiosas por causa da hipocrisia daqueles que são religiosos.
● Ateísmo Virtual. Gera definições abstratas sobre Deus como “consciência social” ou “o
desconhecido” ou “a ordem moral do universo”.
● Ateísmo Crítico. Nega a existência de Deus alegando que ninguém pode demonstrar ou provar
a existência de Deus.
2. Agnosticismo – Esta visão não-cristã defende que ninguém pode saber se Deus existe ou não.
Ela não nega, mas também não afirma a existência de Deus. O Gnóstico é aquele que diz “eu sei
tudo”. O Agnóstico é aquele que diz “eu não posso saber” ou “eu não sei nada”. Há diversos
tipos:
● Positivismo. Defende que não existe nada além dos fatos verdadeiramente observáveis. Deus
não pode ser examinado como um fato, portanto, Ele não existe.
● Pragmatismo. Sustenta que não há nenhuma revelação especial de Deus e que a razão humana é
incompetente para descobrir se Deus existe ou não.
● Existencialismo. Defende a filosofia de que o indivíduo pode exercitar sua livre vontade e fazer
o que gosta num universo sem um propósito. É a filosofia de “não-moralidade” porque não há
um Deus.
1) Um estado de dúvida.
O ceticismo vai desde uma descrença total e absoluta em todas as coisas até uma dúvida
experimental, como parte de um processo para se chegar à certeza.
É uma espécie de agnosticismo radical. Este pensamento ensina que o verdadeiro conhecimento
não pode ser jamais atingido. Sendo assim, deve Sr abandonada a busca em conhecer a verdade. O
ceticismo não está restrito a Deus, mas a todas as coisas. Alguém, por exemplo, pode até falar da
matéria, mas isso seria um relato apenas parcial, pois não dá para saber no que consiste realmente a
matéria.
Duas perguntas têm desafiado a humanidade em toda a história de que se tem conhecimento.
A primeira é: "De onde viemos?". Gênesis 1:1 apresenta claramente a resposta: "No princípio,
criou Deus os céus e a terra" (Gênesis 1:1). Nenhuma outra resposta é tão lógica, e certamente não
tem tanta autoridade quanto essa.
A resposta à segunda pergunta é muito mais difícil. "Por que estamos aqui?" Sem dúvida, a
resposta se encontra na própria natureza de Deus, sobretudo no fato de que "Deus é amor" (1 João
4:8,16). O amor explica muitas coisas que não poderiam ser explicadas de outra forma, tanto nas
questões humanas quanto nas operações de Deus.
A Natureza do Amor
O amor precisa ter um objeto. E, quanto mais esse objeto parecer conosco, mais nós o
amaremos.
Outro fato sobre o amor é que, à medida que cresce, ele deseja uma multiplicação de objetos.
Adão serve de exemplo para isso. O seu amor por Eva levou ao nascimento de Caim, de Abel, de
Sete e de outros "filhos e filhas".
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus . . . " (João 1:1). Ele era o objeto perfeito
do amor de seu Pai, pois era perfeitamente comparável ao Pai. Seguindo o caráter do amor, no
entanto, Deus queria muito mais filhos como Jesus. Então disse: "Façamos o homem à nossa
imagem" (Gênesis 1:26). E o fizeram! Adão e Eva e toda a humanidade são o resultado do
propósito amoroso de Deus. "Aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos"
(Romanos 8:29). Esse texto confirma o propósito de Deus para a nossa existência. Ele queria mais
filhos como o primeiro filho.
A CRIAÇÃO
Por que, como e quando Deus criou o universo?
Este capítulo é organizado para tratar dos aspectos da criação que são mais claramente ensinados
na Escritura e sobre os quais a maioria dos evangélicos concordaria (criação do nada, criação
especial de Adão e Eva e a bondade do universo), movendo-se para outros aspectos da criação a
respeito dos quais os evangélicos têm discordâncias (se Deus usou o processo evolucionário para
realizar boa parte da criação, e qual a idade da terra e da raça humana).
Podemos definir a doutrina da criação da seguinte maneira: Deus criou o universo inteiro do
nada; ele era originariamente muito bom; e ele o criou para glorificar a si próprio.
adorado a não ser Deus. Contudo , se negássemos a criação ex nihilo , teríamos de dizer que algum
tipo de matéria já existia e que ela, como Deus, é eterna. Essa idéia desafiaria a independência e a
soberania de Deus, bem como o fato de que a adoração é devida a ele somente.
A GRAÇA COMUM
Quando Adão e Eva pecaram, tornaram-se réus da punição eterna, morte e da separação de Deus
(Gênesis 2:17). Mas, de fato, Adão e Eva não morreram imediatamente (embora a sentença de
morte começasse a ser aplicada na vida deles no dia em que pecaram). A execução plena da
sentença de morte foi retardada por muitos anos. Além disso, milhões de seus descendentes até o
dia de hoje não morrem nem vão para o inferno tão logo pecam, mas continuam a viver por muitos
anos, desfrutando bênçãos incontáveis nesta vida. Como Deus pode continuar a conferir bênçãos a
pecadores que merecem somente a morte — não somente aos que finalmente serão salvos, mas
também a milhões que nunca serão salvos, cujos pecados nunca serão perdoados?
A respostas a essas perguntas é que Deus concede-lhes graça comum. Podemos definir graça
comum da seguinte maneira: Graça comum é a graça de Deus pela qual Ele dá às pessoas bênçãos
inumeráveis que não são parte da salvação. A palavra comum aqui significa algo que é dado a todos
os homens e não é restrito aos crentes ou aos eleitos somente.
Diferentemente da graça comum, a graça de Deus que leva pessoas à salvação é muitas vezes
chamada “graça salvadora”. Naturalmente, quando falamos a respeito da “graça comum” e da
“graça salvadora”, não estamos sugerindo que há duas diferentes espécies de graça no próprio Deus,
mas apenas estamos dizendo que a graça de Deus se manifesta no mundo de duas maneiras
diferentes. A graça comum é diferente da graça salvadora quanto aos resultados (ela não traz
salvação), seus destinatários (é dada aos crentes e descrentes igualmente) e sua fonte (ela não flui
diretamente da obra expiatória de Cristo, visto que a morte dEle não obtém nenhuma medida de
perdão para os descrentes e, portanto, nem os crentes nem os descrentes fazem jus às suas bênçãos).
Contudo, sobre o último ponto, deve ser dito que a graça comum flui indiretamente da obra
redentora de Cristo, porque o fato de Deus não julgar o mundo assim que o pecado entrou nele
talvez seja apenas porque Ele planejou finalmente salvar alguns pecadores por meio da morte de
Seu Filho.
1. A esfera física. Os descrentes continuam a viver neste mundo somente por causa da graça
comum de Deus — cada vez que as pessoas respiram é pela graça, pois o salário do pecado é a
morte, não a vida. Além disso, a terra não produz somente espinhos e ervas daninhas (Gênesis
3:18), nem permanece um deserto ressequido, mas a graça comum de Deus provê comida e material
para roupa e abrigo, muitas vezes em grande abundância e diversidade. Jesus disse: “Amem os seus
inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que
está nos céus. Porque Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e
injustos” (Mateus 5:44,45). Aqui Jesus apela para a abundante graça comum de Deus como
encorajamento aos seus discípulos, para que eles também concedam amor e orem para que os
descrentes sejam abençoados (cf. Lucas 6:35,36).
2. A esfera intelectual. Satanás é “mentiroso e pai da mentira” e “não há verdade nele” (João 8:44),
porque lhe foi dado ter domínio sobre o mal e sobre a irracionalidade e comprometimento com a
falsidade que acompanha o mal radical. Mas os seres humanos no mundo de hoje, mesmo os
descrentes, não estão totalmente entregues à mentira, irracionalidade e ignorância. Todas as pessoas
são capazes de ter um pouco de compreensão da verdade; de fato, algumas possuem grande
inteligência e entendimento. Isso também deve ser visto como resultado da graça comum de Deus.
3. A esfera moral. Pela graça comum Deus também refreia as pessoas de serem tão más quanto
poderiam. Novamente o reino demoníaco, totalmente dedicado ao mal e à destruição, proporciona
um contraste claro com a sociedade humana, na qual o mal é claramente refreado. Se as pessoas
persistem dura e repetidamente em seguir o pecado durante o curso de sua vida, Deus finalmente as
entregará ao maior de todos os pecados (cf. Salmos 81:12; Romanos 1:24,26,28), mas no caso da
maioria dos seres humanos eles não caem nas profundezas às quais seus pecados normalmente os
levariam, porque Deus intervém e coloca freio na sua conduta. Jesus sugere isso quando diz: “E que
mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os 'pecadores' agem
assim” (Lucas 6:33).
6. A esfera religiosa. Mesmo na esfera da religião humana, a graça comum de Deus traz algumas
bênçãos para as pessoas incrédulas. Jesus nos diz: “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que
os perseguem” (Mateus 5:44), e desde que não há qualquer restrição no contexto para que se ore
simplesmente pela salvação deles e como a ordem de orar pelos que nos perseguem é combinada
com a ordem de amá-los, parece razoável concluir que Deus pretende responder a nossas orações
pelos que nos perseguem em muitas áreas de suas vidas. De fato, Paulo especificamente ordena que
oremos “pelos reis e por todos os que exercem autoridade” (1 Timóteo 2:2). Quando procuramos o
bem dos descrentes, isso é coerente com a própria prática divina de conceder sol e chuva a “maus e
bons” (Mateus 5:45) e também está de acordo com a prática de Jesus durante o Seu ministério
terreno, quando Ele curou cada pessoa que lhe era trazida (Lucas 4:40). Não há indicação alguma de
que ele tenha exigido que todos cressem nele ou concordassem que ele era o Messias antes de lhes
conceder cura física.
Além disso, mesmo os descrentes muitas vezes possuem um senso de gratidão para com Deus pela
bondade da criação, pela libertação em meio ao perigo e pelas bênçãos da família, do lar, das
amizades e do país.
7. A graça comum não salva pessoas. A despeito de tudo isso, devemos perceber que a graça
comum é diferente da graça salvadora. A graça comum não muda o coração humano nem traz
pessoas ao genuíno arrependimento ou à fé — ela não pode salvar e não salva pessoas (embora na
esfera intelectual e moral ela possa preparar as pessoas para torná-las mais dispostas a aceitar o
evangelho). A graça comum refreia o pecado, mas não muda a disposição fundamental de pecar
nem purifica a natureza humana decaída.
Devemos também reconhecer que as ações que os descrentes realizam por causa da graça comum
não merecem a aprovação ou o favor de Deus. Essas ações não procedem da fé (“tudo o que não
provém da fé é pecado”, Romanos 14:23) nem são motivadas pelo amor a Deus (Mateus 22:37), e
sim pelo amor ao ego sob uma ou outra forma.
Finalmente, devemos reconhecer que os descrentes muitas vezes recebem mais graça comum que os
crentes — eles podem ser mais habilidosos, trabalhar com mais esforço, ser mais inteligentes, mais
criativos ou ter mais dos benefícios materiais desta vida para desfrutar. Isso não indica de forma
alguma que eles são mais favorecidos por Deus no sentido absoluto ou que eles vão ganhar qualquer
coisa relativa à salvação eterna, mas significa somente que Deus distribui as bênçãos da graça
comum de vários modos, muitas vezes concedendo bênçãos bastante significativas a descrentes. Em
tudo isso, obviamente, eles devem tomar consciência da bondade de Deus (Atos 14:17) e
reconhecer que a vontade revelada de Deus é que essa “bondade de Deus” finalmente os conduza
“ao arrependimento” (Romanos 2:4).
A PROVIDÊNCIA
Quando leio os escritos de cristãos de séculos atrás, fico surpreso com a enorme quantidade de
referências à providência de Deus. É como se antes do século XX os cristãos fossem muito mais
conscientes e sensíveis para com a providência de Deus em sua vida.
O significado fundamental da palavra providência é "ver antes ou com antecedência", ou "prover
algo para". Com tais sentidos, a palavra fica longe de conseguir cobrir o profundo significado da
doutrina da providencia, a qual significa muito mais do que Deus ser um espectador dos eventos
humanos. Contém muito mais o que mera referência à providência de Deus.
A Confissão de Fé de Westminster, feita no século XVII, definia providência da seguinte
maneira:
"Pela mui sábia e santa providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e imutável
conselho de sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da glória
de sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as
criaturas, todas as ações delas e todas as coisas, desde a maior até a menor”.(CAP VI)
Aquilo que Deus cria, ele também sustenta. O universo não só depende de Deus para sua origem,
mas depende dele também para continuar existindo. O universo não pode existir nem operar por seu
próprio poder. Deus sustente todas as coisas por seu poder. Nele nós vivemos, nos movemos
existimos.
Existe uma diferença fundamental entre a providência de Deus e fortuna [aquilo que sucede por
acaso], destino ou sorte. A chave para esta diferença está no caráter pessoal de Deus. A fortuna é
cega, enquanto Deus vê todas as coisas. O destino é impessoal enquanto Deus é nosso Pai. A sorte é
muda enquanto Deus pode falar. Não existem forças cegas e impessoais na história humana. Tudo
se passa por meio da mão invisível da providência de Deus.
Num universo governado por Deus não existem eventos casuais. De fato, não existe algo como
acaso. O acaso não existe.
Outro aspecto é a providência redentora de Deus pode operar através das ações mais diabólicas.
A pior ofensa que já foi cometida por um ser humano foi a traição de Jesus Cristo por Judas
Iscariotes. Mesmo assim, a morte de Cristo não foi um acidente na História. Aconteceu de acordo
com o conselho determinado por Deus. O ato de perversidade de Judas ajudou a promover a melhor
coisa que já aconteceu na História, a Expiação.
OS MILAGRES
O termo milagre tende a ser usado levianamente hoje em dia. Um gol no futebol, uma situação
em que se escapa "por um triz", ou a beleza de um pôr-do-sol são rotineiramente chamados de
milagres. Entretanto, a palavra milagre pode ser usada de três maneiras distintas.
A primeira descreve eventos comuns, mas que são impressionantes. Falamos sobre o nascimento
de um bebê, por exemplo, como um milagre. Ao fazer isso, glorificamos a Deus pela complexidade
e pela beleza da criação.
A segunda maneira em que podemos usar o termo milagre é similar à primeira. Freqüentemente,
nas Escrituras, lemos sobre Deus operando através dos meios secundários num tempo e lugar mais
específicos. A estrela de Belém, por exemplo, talvez tivesse uma causa natural e científica. A luz
espelhou seu brilho no momento do nascimento de Cristo. Mostrou o caminho de Belém aos
magos.A estrela então era um milagre por ter ocorrido no tempo e no lugar certos. Tal milagre
glorifica a Deus pela maneira como ele tece a tapeçaria da História de tal maneira que o evento
ocorreu no momento exato, de uma maneira miraculosa.
Terceiro, milagre refere-se a atos de Deus contrariando o que é natural. Este é o uso mais técnico
do termo. Jesus transformando água em vinho ou ressuscitando Lázaro dentre os mortos são
exemplo de Deus operando contra suas leis da natureza. Pode não haver nenhuma explicação
natural para tais eventos. Servem para validar Cristo como divino Filho de Deus.
A Bíblia utiliza várias palavras para definir o conceito contido na simples palavra milagre. A
Bíblia fala de sinais, maravilhas e prodígios. Em seu senso mais restrito, ligamos milagre à palavra
bíblica para sinal. Milagres são chamados de sinais porque, como todos os sinais, eles apontam,
para além de si mesmo, para algo mais significativo. Deus usou os milagres para provar ou atestar
seus agentes da revelação divina (Hb 2.3,4). Deus deu poder a Moisés para realizar milagres a fim
de demonstrar que o tinha enviado. Da mesma maneira, o Pai autenticou o ministério do Filho por
meio dos sinais que ele operou.
Atualmente existem três perspectivas diferentes de milagres. A primeira é a visão cética que
nega que os milagres possam ocorrer. A segunda visão argumenta que os milagres aconteceram nos
tempos bíblicos e continuam a acontecer hoje. A terceira visão á a que os verdadeiros milagres
aconteceram na Bíblia, mas que Deus cessou de operar milagres uma vez que a revelação foi
estabelecida nas Escrituras. Essa visão sustenta que Deus ainda opera no mundo de maneira
sobrenatural, mas não concede mais poderes de operar milagres a seres humanos.
A VONTADE DE DEUS
A Bíblia tem um profundo interesse na vontade de Deus - sua autoridade soberana sobre a
criação e tudo nela. Quando falamos sobre a vontade de Deus, fazemos isso pelo menos de três
maneiras diferentes. O conceito mais amplo é conhecido como a vontade decretiva, soberana ou
oculta de Deus. Por meio desta definição, os teólogos referem-se à vontade de Deus por meio da
qual ele ordena soberanamente tudo o que acontece. Porque Deus é soberano, e sua vontade nunca
pode ser frustrada, podemos ter certeza de que nada acontece que ele não esteja no controle. Ele
pelo menos tem de "permitir" seja o que for que vá acontecer. Desde que Ele permite que as coisas
aconteçam, num certo sentido elas acontecem de acordo com "Sua vontade".
Embora a vontade soberana de Deus freqüentemente fique oculta de nós até que os eventos
aconteçam, existe um aspecto da sua vontade que é claro para nós - Sua vontade perceptiva. Aqui
Deus revela sua vontade através da sua Lei santa. Por exemplo, é a vontade de Deus que não
roubemos; que amemos nossos inimigos; que nos arrependamos; que sejamos santos. Esse aspecto
da vontade de Deus é revelado em sua Palavra bem como em nossa consciência, por meio da qual
Deus escreveu sua lei moral em nosso coração.
Pode ser a soberania de Deus ou sua vontade soberana que nos "permite" pecar, quando ele fez
sua vontade soberana acontecer por meio das ações pecaminosas das pessoas. Deus determinou que
Jesus fosse traído pela instrumentalidade da traição de Judas. Mas isso não tornou seu pecado
menos vil e desleal. Quando Deus "permite" que violemos sua vontade perceptiva, isso não deve ser
entendido como uma permissão no sentido moral de conceder-nos ele um direito moral. Sua
permissão nos dá o poder para pecar, mas não direito de fazê-lo.
A terceira maneira pela qual a Bíblia fala sobre a vontade de Deus refere-se à vontade dispositiva
de Deus. Essa vontade descreve a atitude de Deus. Ela define o que lhe é agradável. Por exemplo,
Deus não tem prazer na morte do ímpio, ainda que certamente queira ou decrete a morte do ímpio.
O prazer supremo de Deus está em sua própria santidade e justiça. Quando julga o mundo, ele tem
prazer na defesa da sua própria e integridade, embora não fique feliz, no sentido de ter prazer, na
vingança contra aqueles que recebem seu juízo.
Muitos cristãos ficam preocupados ou mesmos obcecados em descobrir "a vontade" de Deus
para sua vida. Se a vontade que buscamos é sua vontade secreta, oculta ou decretiva, então nossa
busca será inútil. O conselho secreto de Deus é seu segredo. Ele não tem prazer em nos revelar isso.
Longe de ser um sinal de espiritualidade, a busca pela vontade secreta de Deus é uma invasão
injustificável de sua privacidade. O conselho secreto de Deus não é de nossa conta. Essa é a razão
parcial por que a Bíblia tem uma visão tão negativa dos cartomancia, necromancia e outras formas
de práticas proibidas.
Seríamos sábios em seguir o conselho de João Calvino; ele disse: "Quando Deus fecha seus
santos lábios, eu desisto de inquirir". O verdadeiro sinal de espiritualidade é visto naqueles que
buscam conhecer a vontade de Deus que é revelado em sua vontade perceptiva. Esta é aquela
pessoa piedosa que medita na lei do Senhor dia e noite. Enquanto buscamos ser "guiados" pelo
Espírito Santo, é vital que tenhamos em mente que o Espírito Santo primeiramente quer nos guiar
na justiça. Somos chamados para viver nossa vida por meio de toda palavra que sai da boca de
Deus. Sua vontade revelada é de nossa conta; na verdade, deve ser o assunto principal em nossa
vida.
A ALIANÇA
A estrutura do relacionamento que Deus estabeleceu com seu povo é a aliança. Uma aliança é
geralmente entendida como um contrato. Embora certamente existam algumas similaridades entre
aliança e contratos, existem também algumas diferenças muito importantes. Ambos são acordos
obrigatórios. Contratos são feitos a partir de posições de barganha relativamente iguais e ambas as
partes têm liberdade de não assinar. Semelhantemente, a aliança também é um acordo. Na Bíblia,
porém, as alianças geralmente não são entre iguais. Antes, seguem o padrão comum do antigo
Oriente Médio, dos tratados entre suseranos e vassalos. Os tratados entre suseranos e vassalos
(como visto entre os reis hititas) eram firmados entre um rei vencedor e o vencido. Não havia
negociação entre as partes.
O primeiro elemento dessa aliança bíblica é o preâmbulo, o qual relaciona as respectivas partes.
Êxodo 20.2 começa com a frase: "Eu sou o Senhor, teu Deus". Deus é o suserano; o povo de Israel é
o vassalo. O segundo elemento é o prólogo histórico. Esta seção relaciona o que o suserano (ou
Senhor) fez para merecer a lealdade - como livrou os israelitas da escravidão do Egito. Em termos
teológicos, esta é a seção da graça.
Na seção seguinte, o Senhor relaciona o que ele requer daqueles sobre quem governa. Em Êxodo
20, são os Dez Mandamentos. Cada um dos mandamentos era considerado um compromisso moral
sobre toda a comunidade da aliança.
A parte final desse tipo de aliança relaciona as bênção e as maldições. O Senhor faz uma lista
dos benefícios que concederá aos vassalos se eles seguirem as estipulações da aliança. Um exemplo
disso se encontra no quinto mandamento. Deus prometeu aos israelitas que seus dias seriam longos
na Terra Prometida, se honrassem os pais. A aliança também apresenta maldições que sobreviriam
se o povo não cumprisse com suas responsabilidades. Deus adverte Israel que não os considerava
como inocentes se falhassem em honrar seu nome. Esse padrão básico fica evidente nas alianças de
Deus com Adão, Noé, Abraão, Moisés e a aliança de Jesus Cristo com sua Igreja.
Nos tempos bíblicos, as alianças eram ratificadas com sangue. Era costume que ambas as partes
que estavam entrando em aliança passassem entre as partes de um animal esquartejado,
representando assim sua concordância com os termos da aliança (ver Jr 34.18). Temos um exemplo
desse tipo de aliança em Gênesis 15-7--21. Nesse texto, Deus fez certas promessas a Abraão, as
quais foram ratificadas por meio de sacrifício de animais. Nesse caso, porém, somente Deus passou
entre as partes dos animais, indicando por meio de um juramento solene que estava se
comprometendo a cumprir a aliança.
A nova aliança, a aliança da graça, foi ratifica pelo derramamento do sangue de Cristo na cruz.
No âmago desta aliança, está a promessa divina de redenção. Deus não só prometeu redimir todo
aquele que põe sua confiança em Cristo, mas selou e confirmou a promessa com o mais santo dos
votos. Servimos e adoramos um Deus que se comprometeu para a nossa completa redenção.
OS CREDOS CRISTÃOS
CREDO APOSTÓLICO
Creio em Deus, o Pai onipotente, criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu
único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos, no terceiro dia
ressuscitou dos mortos, subiu aos céus, está sentado à destra de Deus, o Pai onipotente, donde há de
vir para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo, a santa igreja católica – a comunhão dos santos, a remissão dos
Comentário:
Por ser uma das primeiras partes da literatura confessional que se aprende, o Credo Apostólico é
o credo mais usado nas igreja. E, exceto a oração do Senhor (dominical), não há conjunto de
palavras na Igreja Cristã que os cristãos mais pronunciem. Ele é o primeiro dos credos ecumênicos
(a palavra ecumênico significa universal, geral, do mundo inteiro). A Igreja Cristã antiga adotou o
nome ecumênico para mostrar que ela, como um todo, aceitava esses credos que foram usados dessa
maneira. Em 1580, a Igreja Luterana, para demonstrar de que não era uma seita ou movimento,
incorporou três credos em suas confissões, reunidas no Livro de Concórdia.
Apesar de receber o nome de Apostólico, não temos nenhuma evidência de que foi escrito pelos
próprios apóstolos ou por alguns deles. O título "Credo Apostólico" foi usado pela primeira vez em
390, no Sínodo de Milão. Em 404, Tirano Rufino escreveu um comentário do credo, contando a
história de sua provável origem (de que no dia de Pentecostes os apóstolos, antes de cumprir a
ordem de ir aos confins da terra, teriam se reunido e cada um contribuído com alguma parte do
credo). Há evidência, no entanto, de que um credo muito semelhante a este já era usado no ano 150.
A verdade, talvez, nunca se saberá. Entretanto, ninguém de sã consciência negará que esse credo
reproduz autenticamente o ensino dos apóstolos, fundamentado nas verdades das Escrituras (1 Co
8.6; 12.13; Fp 2.5-11; 1 Tm 2.4-6; 1 Tm 3.16).
CREDO DE CESARÉIA
Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um
só Senhor, Jesus Cristo, Verbo de Deus, Deus de toda a criação, por quem foram feitas todas as
coisas; o qual foi feito carne para nossa salvação, tendo vivido entre os homens. Sofreu, ressuscitou
ao terceiro dia, subiu ao Pai e novamente virá em glória para julgar os vivos e os mortos. Cremos
também em um só Espírito Santo.
CREDO NICENO
Creio em um só Deus, o Pai onipotente, criador do céu e da terra, de todas as coisas, visíveis e
invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus e nascido do Pai antes de todos
os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito,
consubstancial ao Pai, por quem foram feitas todas as coisas; o qual, por amor de nós homens e por
nossa salvação, desceu dos céus, e encarnou, pelo Espírito Santo, na Virgem Maria, e se fez
homem; foi também crucificado em nosso favor sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado; e ao
terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras; e subiu aos céus; está sentado à destra do Pai, e virá
pela segunda vez, em glória, para julgar os vivos e os mortos; e seu reino não terá fim.
E no Espírito Santo, Senhor e vivificador, o qual procede do Pai e do Filho; que juntamente com
o Pai e o Filho é adorado e glorificado; que falou pelos profetas.
E a igreja, uma santa, católica e apostólica.
Confesso um só batismo, para remissão dos pecados, e espero a ressurreição dos mortos e a vida
do século vindouro. Amém.
Dir-se-á o Credo Niceno: Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra,
tanto das cousas visíveis como das invisíveis.
E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os
mundos, Deus de Deus, Luz da Luz, verdadeiro Deus do verdadeiro Deus, gerado, não criado, de
uma só substância com o Pai, por quem todas as cousas foram feitas; o qual por nós homens e pela
nossa salvação desceu do céu e se encarnou pelo Espírito Santo da Virgem Maria e foi feito
homem; foi também crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado; e ao terceiro
dia ressuscitou segundo as Escrituras, e subiu aos céus, e está sentado à direita do Pai e virá
novamente em glória a julgar os vivos e os mortos, cujo Reino não terá fim.
E no Espírito Santo, Senhor e Doador da vida, o qual procede do Pai e do Filho, que juntamente
com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; que falou pelos profetas. E numa única santa Igreja
Cristã e Apostólica. Confesso um só Batismo para remissão dos pecados, e espero a ressurreição
dos mortos e a vida do mundo vindouro. Amém.
Comentário:
Enquanto a Igreja Cristã se desenvolvia, passou a sofrer oposição de Roma e dos judeus em
forma de perseguições e morte aos que professavam a fé cristã. Mas este não foi o único tipo de
perseguição sofrida.
Apesar da igreja primitiva ter recebido aceitação social e respeitabilidade durante o governo do
Imperador Diocleciano (284-305), um outro tipo de perseguição começou a se infiltrar na Igreja – o
da oposição à fé como revelação direta da verdade por parte de Deus.
A origem do Credo Niceno se encontra na necessidade que houve de defender a doutrina
apostólica da divindade de Cristo contra Ario, e da divindade do Espírito Santo contra os seguidores
de Macedônio.
Convocou-se um concílio na cidade de Nicéia para maio e junho de 325.220 bispos estavam
presentes. O propósito do concílio era o de formular, sem possibilidade de falsas interpretações, o
que as Escrituras ensinavam a respeito do Senhor Jesus Cristo. A pergunta era: Jesus é ou não é o
verdadeiro Deus do verdadeiro Deus? Estaria Ario certo ao dizer que Jesus não é verdadeiramente
Deus?
Apesar do brilhantismo dos teólogos arianos, os ortodoxos (que mantinham o ensino bíblico) não
estavam ausentes e sem os seus heróis da fé.
Conta a história que Atanásio era um homem de pouca estatura. Mas como um estudioso da
Bíblia, era um gigante. Desde o Concílio de Nicéia, por causa da sua defesa sólida da fé cristã, o
dito que passou a acompanhá-lo foi "Atanásio contra o mundo".
Além, de Ario, apenas 5 outros se recusaram a assinar o documento elaborado em Nicéia. O
Imperador os baniu, mas sem grande interesse político. O mesmo credo foi reafirmado no Concílio
de Constantinopla, em 381, e foi oficialmente adotado com alguns acréscimos em 451, no Concílio
de Calcedônia.
O credo Niceno não procura apresentar todos os artigos da fé cristã, mas confessa e defende as
verdades fundamentais da doutrina escriturística acerca de Deus.
CREDO ATANASIANO
Todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo deve professar a fé católica (Universal). Quem
quer que não a conservar íntegra e inviolada, sem dúvida perecerá eternamente.
E a fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem
confundir as pessoas e sem dividir a substância.
Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo;
Mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a
majestade.
Qual o Pai, tal o Filho, tal também o Espírito Santo.
Incriado é o Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo.
Imenso é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo.
Eterno o Pai, eterno o Filho, eterno o Espírito Santo;
Contudo, não são três eternos, mas um único eterno;
Como não há três incriados, nem três imensos, porém um só incriado e um só imenso.
Da mesma forma, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente;
Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente.
Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus;
E, todavia, não há três Deuses, porém um único Deus.
Como o Pai é Senhor, assim o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor;
Entretanto, não são três Senhores, porém um só Senhor.
Porque, assim como pela verdade cristã somos obrigados a confessar que cada pessoa, tomada
pela verdade cristã somos obrigados a confessar que cada pessoa, tomada em separado, é Deus e
Senhor, assim também estamos proibidos pela religião católica de dizer que são três Deuses ou três
Senhores.
O Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem negado.
O Filho é só do Pai; não feito, nem criado, mas gerado.
O Espírito Santo é do Pai e do Filho; não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente.
Há, portanto, um único Pai, não três Pais; um único Filho, não três Filhos; um único Espírito
Santo, não três Espíritos Santos.
E nesta Trindade nada é anterior ou posterior, nada maior ou menor; porém todas as três pessoas
são coeternas e iguais entre si; de modo que em tudo, conforme já ficou dito acima, deve ser
venerada a Trindade na unidade e a unidade na Trindade.
Portanto, quem quer salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.
Mas para a salvação eterna também é necessário crer fielmente na encarnação de nosso Senhor
Jesus Cristo.
A fé verdadeira, por conseguinte, é crermos e confessarmos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho
de Deus, é Deus e homem.
É Deus, gerado da substância do Pai antes dos séculos, e é homem, nascido, no mundo, da
substância da mãe.
Deus perfeito, homem perfeito, subsistindo de alma racional e carne humana.
Igual ao Pai segundo a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade.
Ainda que é Deus e homem, todavia não há dois, porém um só Cristo.
Um só, entretanto, não por conversão da divindade em carne, mas pela assunção da humanidade
em Deus.
De todo um só, não por confusão de substância, mas por unidade de pessoa.
Pois, assim como a alma racional e a carne é um só homem, assim Deus e homem é um só
Cristo;
O qual padeceu pela nossa salvação, desceu aos infernos, ressuscitou dos mortos, subiu aos céus,
está sentado à destra do Pai, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
À sua chegada todos os homens devem ressuscitar com os seus corpos e vão prestar contas de
seus próprios atos;
E aqueles que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna; aqueles que tiverem praticado o
mal irão para o fogo eterno.
Esta é a fé católica. Quem não a crer com fidelidade e firmeza, não poderá salvar-se.
"Também falarei dos teus testemunhos na presença dos reis, e não me envergonharei".
Comentário:
O Credo Atanasiano é uma confissão magnífica sobre o Deus triúno. Lutero o considerou "a
maior produção da igreja desde os tempos dos apóstolos".
A origem do credo é, entretanto, obscura. Desde o século IX alguns o atribuíram a Atanásio, o
heróico defensor da doutrina da divindade de Cristo contra Ario. Entretanto, não há razões muito
fortes para que se possa atribuí-lo a Atanásio:
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Edições Vida Nova, 1ª Ed., 1999.
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. Editora Vida, 1970.
OLIVEIRA, Raimundo de. As grandes doutrinas da Bíblia. Casa Publicadora das Assembléias de
Deus, 1ª Ed., 1987.
LANGSTON, A. B. Esboço de Teologia Sistemática. Editora Juerp, 6ª Ed., 1977.
QUESTÕES DE TEOLOGIA II
Obs: Todas as questões são compostas de quatro alternativas, sendo que, somente uma destas
alternativas deve ser marcada.
A) Ateísmo Prático. Não crê que talvez haja um Deus, mas vive como se houvesse. Tem
interesse em questões religiosas por causa da hipocrisia daqueles que são religiosos.
B) Agnosticismo – Esta visão não-cristã defende que ninguém pode saber se Deus existe ou
não. Ela não nega, mas também não afirma a existência de Deus. O Gnóstico é aquele que
diz “eu sei tudo”. O Agnóstico é aquele que diz “eu não posso saber” ou “eu não sei nada”.
C) Positivismo. Defende que Deus pode ser examinado como um fato, portanto, Ele existe.
D) Existencialismo. Defende a filosofia de que o indivíduo não pode exercitar sua livre vontade
e fazer o que gosta num universo sem um propósito. É a filosofia de “moralidade” porque há
um Deus.
4ª MARQUE COM UM (X) APENAS A ALTERNATIVA CORRETA:
A) Podemos definir a doutrina da criação da seguinte maneira: Deus criou o universo inteiro do
nada; ele era originariamente muito bom; e ele o criou para glorificar a si próprio.
B) A Bíblia também não ensina que Deus criou Adão e Eva de modo especial e pessoal. Após
isso, Deus criou Eva do corpo de Adão: “Então O SENHOR Deus fez o homem cair em
profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com
carne.
C) Quando a Escritura diz que o Senhor “formou o homem do pó da terra” (Gn 2.7), isso parece
significar que ele tenha utilizado um processo que levou milhões de anos.
D) O ensino da Escritura a respeito da relação entre Deus e a criação não é singular entre as
religiões do mundo. A Bíblia não ensina que Deus é distinto de sua criação.
A) Toda a criação foi feita para mostrar a glória de Deus, exceto, a criação inanimada, as
estrelas, o sol, a luz e o céu que não testificam da grandeza de Deus.
B) Deus não concede Graça Comum a todos. Ele escolhe apenas alguns, isto faz parte do seu
bom senso.
C) Graça comum é a graça de Deus pela qual Ele dá a apenas algumas pessoas bênçãos
inumeráveis que são parte da salvação. A palavra comum aqui significa algo que é dado não
a todos os homens e sim é restrito aos crentes ou aos eleitos somente.
D) Diferentemente da graça comum, a graça de Deus que leva pessoas à salvação é muitas
vezes chamada “graça salvadora”.
A) Embora a vontade soberana de Deus freqüentemente fique oculta de nós até que os eventos
aconteçam, existe um aspecto da sua vontade que é claro para nós - Sua vontade perceptiva.
B) Deus tem prazer na morte do ímpio, ainda que certamente queira ou decrete a morte do
ímpio. O prazer supremo de Deus está em sua própria santidade e justiça.
C) O conselho secreto de Deus é seu segredo. Ele não tem prazer em nos revelar isso. Longe de
ser um sinal de espiritualidade, a busca pela vontade secreta de Deus é uma invasão
injustificável de sua privacidade.
D) Sua vontade revelada é de nossa conta; na verdade, deve ser o assunto principal em nossa
vida.
A) A estrutura do relacionamento que Deus estabeleceu com seu povo não é a aliança.
B) A aliança também apresenta maldições que sobreviriam se o povo não cumprisse com suas
responsabilidades.
C) Nos tempos bíblicos, as alianças eram ratificadas com sangue. Era costume que ambas as
partes que estavam entrando em aliança passassem entre as partes de um animal
esquartejado, representando assim sua concordância com os termos da aliança.
D) A nova aliança, a aliança da graça, foi ratifica pelo derramamento do sangue de Cristo na
cruz.
A) O Credo Apostólico começa com: Creio em Deus, o Pai onipotente, criador do céu e da
terra.
B) O credo Apostólico afirma que não crê no Espírito Santo, na santa igreja católica – na
comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna.
C) Apesar de receber o nome de Apostólico, não temos nenhuma evidência de que foi escrito
pelos próprios apóstolos ou por alguns deles. O título "Credo Apostólico" foi usado pela
primeira vez em 390, no Sínodo de Milão.
D) Por ser uma das primeiras parte da literatura confessional que se aprende, o Credo
Apostólico é o credo mais usado nas igreja.
A) O Credo de Atanásio afirma que todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo não deve
professar a fé católica. Quem quer que não a conserve íntegra e inviolada, sem dúvida não
perecerá eternamente.
B) O Credo de Atanásio afirma que a fé católica não consiste em venerar um só Deus na
Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância.
C) Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em
um só Senhor, Jesus Cristo, Verbo de Deus. Não cremos no Espírito Santo.
D) A origem do Credo Niceno se encontra na necessidade que houve defender a doutrina
apostólica da divindade de Cristo contra Ario, e da divindade do Espírito Santo contra os
seguidores de Macedônio.