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1 PB
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Leandro Maciel¹ ³
Katharina Priscila Weber Amaral Maciel² ³
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
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Foram feitas réplicas das pegadas em gesso de secagem rápida, aferidas com
paquímetro, sendo as medidas anotadas na caderneta de campo, de forma a conter o
comprimento e largura total da pegada, da almofada plantar, dos dedos e da passada.
Também foram anotados os sentidos do deslocamento, a proximidade de outros sinais e
o tempo estimado que o animal deixou o indício (Becker & Dalponte, 1999).
(Rio & Boggio, 1998), como, por exemplo, dos gatos-do-mato, que possuem o formato
e tamanho das fezes e pegadas muito semelhantes entre si, dificultando por este motivo
a sua diferenciação.
Para a identificação dos pêlos encontrados nas fezes foram preparadas lâminas
de impressão para análise de cutícula e lâminas permanentes para análise de medula,
seguindo a técnica desenvolvida por Quadros (2003). Assim, foi possível analisar o
perfil dos pêlos, padrões de escamas cuticulares, organização da medula e pigmentos.
Para a análise dos dados utilizou-se o programa Past versão 1.74 com as
formulas a seguir: a frequência relativa das espécies foi expressa pela fórmula
F=N/T(x100) onde F = índice de frequência N = número total de indivíduos de cada
espécie. T = número total de indivíduos de todas as espécies.
O índice de Margalef foi calculado de acordo com a fórmula apresentada por
Krebs (2001) d = (S-1) / Log² [N], onde S = número de espécies da amostra. N =
número total de indivíduos das espécies coletadas.
Para estimar a diversidade, foi utilizado o índice de Shannon-Wiener
(SHANNON e WIENER, 1979), H’ = - ∑ (ni/N) log² (ni/N) onde ni = número de
indivíduos da espécie i. N = número total de indivíduos.∑ = somatória.
A equitatibilidade, expressa pela fórmula de Ludwing e Reynolds (1988)
e = H’/ Hmáx. onde Hmáx = índice de diversidade máxima (H máxima = log S)
S = número de espécies. H´ = índice de diversidade de Shannon.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
CARNÍVORA
Felidae
Pegadas, fezes, análise
Leopardus wiedii Gato-maracajá
escatológica
Gato-do-mato- Pegadas, fezes, análise
Leopardus tigrinus
pequeno escatológica, visual
Pegadas, fezes, análise
Leopardus pardalis Jaguatirica
escatológica
Procyonidae
Procyon cancrivorus Mão-pelada Pegadas, fezes
EDENTATA
Myrmecophagidae
Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim Visual, Carcaça
Dasypodidae
Dasypus novemcinctus Tatu-galinha Pegadas, tocas
RODENTIA
Dasyproctidae
Dasyprocta azarae Cutia Pegadas
Erethizontidae
Ouriço, Porco-
Sphiggurus villosus Carcaça, visual
espinho
Maciel, L. 2011.
carnívoros nos fragmentos pode ser um indicativo de que a área ainda proporciona
condições de pelo menos o transito destas, mesmo que temporariamente.
Rossi et. al. (2008) monitorando a mastofauna do Parque Estadual Mata dos
Godoy em Londrina-PR registraram 13 espécies de mamíferos, sendo algumas espécies
ameaçadas para o estado do Paraná; número este, próximo aos apresentados nesta
pesquisa.
Dos 96 registros de mamíferos, 33% são representados por Mazama americana,
24% Alouatta guariba clamitans e 10% Procyon cancrivorus, sendo estas, as espécies
de mamíferos com maior índice de frequência (Figura 02).
Dentre as espécies com baixos índices de frequência, estiveram Leopardus widdi
8%, Dasypus novemcinctus 7%, Mazama guaozoubira e Leopardus tigrinus com 5%,
Dasyprocta azarae, Sphiggurus villosus, Didelphis albiventris, Tamandua tetradactyla
e Leopardus pardalis com menos de 3% de frequência. Mazama americana e Dasypus
novemcinctus estiveram presentes em 100% da amostras mensais, sendo, ambas
encontradas no descampado e nas áreas de mata.
Mazama guaozoubira
Mazama americana
Dasyprocta azarae
Sphiggurus villosus
Procyon cancrivorus
Didelphis albiventris
Dasypus novemcinctus
Alouatta guariba clamitans
Tamandua tetradactyla
Leopardus widdi
Leopardus tigrinus
Leopardus pardalis
Maciel, L. 2011.
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O mês com maior número de registros diferentes foi o mês de fevereiro, onde os
fatores ambientais contribuíram para a alta diversidade, onde os registros foram obtidos
principalmente por vestígios de pegadas.
O mês seguinte (março) teve o menor índice de registros em comparação com os
outros meses, fator este diretamente relacionado com a pressão da caça, visto que, neste
mês, foram feitas varias visualizações de cães e caçadores, ficando evidente, como
mostra a Tabela 02, a baixa diversidade.
O Veado-Mateiro (Mazama americana) foi registrado em todos os meses, sendo
a maior espécie do gênero no Brasil, considerado de porte médio ou grande, o peso pode
variar de 25 a 30 quilos (Duarte, 1996). Alimentam-se de grande variedade de frutos,
flores, gramíneas, leguminosas e outros arbustos e ervas (Reis, 2006). Outro Cervidae, o
Veado-Virá (Mazama guaozoubira), foi registrado nos meses de fevereiro, abril, junho
e julho, porém, bem menos constante que o Veado-Mateiro.
Os registros de S. villosus, T. tetradactyla, D. albiventris, se deram na forma de
carcaças, sendo estas, encontradas atropeladas próximas a área de estudo, estas três
espécies se locomovem pelas árvores (pelo menos em determinadas situações), ficando
a maior parte do dia em descanso, sendo o entardecer, o horário de maior atividade
(SILVA, 1994). Didelphis albiventris, é uma espécie de porte médio, comum em áreas
urbanas e rurais. A baixa frequência desta espécie, pode não refletir a realidade do
fragmento, devido aos fatores apresentados anteriormente.
Dentre os felinos, L. widdi, foi registrado todos os meses com exceção ao mês de
março, seguido de L. tigrinus, que foi registrado nos meses de fevereiro, abril e junho,
ambos se apresentaram no fragmento de forma diferente do apresentado por Leopardus
pardalis, que foi registrado uma única vez no mês de maio. Este felino, provavelmente,
esteve de passagem, utilizando o fragmento como ponte para outros fragmentos ou
caçando.
6. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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