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418 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE N.° 31 — 6-2-1988 Decreto-Lel n.° 39/88 do 6 do Feversiro Apés mais de dois anos de aplicaro do Decreto-Lei n° 306/85, de 29 de Julho, poderd dizer-se que os seus objectivos essenciais foram atingidos, tendo-se reduzido drasticamente o ntimero de videogramas ilegais que, & data da publicagdo daquele diploma, inundavam o mer- cado. 'No entanto, ndo se pode atender apenas aos resul- tados alcancados, j4 que periodicamente surgem novas praticas lesivas dos direitos dos autores, produtores estagdes de radiodifusto visual. No que se refere ao mercado de videogramas, importa discipliné-lo melhor, aperfeigoando mecanis- mos dissuasores de comportamentos ilicitos. E 0 que se pretende com o presente diploma, resultado da revi- sto global do Decreto-Lei n.° 306/85, de 29 de Julho, agora revogado, consagrando-se, entre outras, medidas tendentes a aumentar-Ihe a eficdcia ¢ inerente rapidez processual, a melhor definir as competéncias fiscaliza- doras do pessoal da Direc¢do-Geral dos Espectaculos e do Direito de Autor, a harmonizé-lo com 0 Cédigo do Direito de Autor ¢ dos Direitos Conexos, a dar um tratamento legal idéntico a filmes e videogramas, inde- pendentemente da respectiva classificacdo. Por outro lado, define-se claramente em que condi- des € possivel a exibicdo piiblica de videogramas que até agora se tem vindo a efectuar anarquicamente em cafés, bares e discotecas, utilizando suportes que nor- malmente si autorizados exclusivamente para uso doméstico, lesando assim os detentores dos direitos fazendo-se concorréncia desleal as salas de cinema. Assim: ‘© Governo decreta, nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigdo, o seguinte: ‘Artigo 1.° — 1 — Videograma é o registo resultante da fixagdo, em suporte material, de imagens, acompa- nhadas ou ndo de sons, bem como a cdpia de obras cinematogréficas ou dudio-visuais. 2 — Para os fins previstos no n.° 2 do artigo 190.° do Cédigo do Direito de Autor e dos Direitos Cone- Xos, considera-se equivalente & primeira fixacdo a re~ producdo feita em territério portugués de matrizes ou originais mesmo que importados temporariamente. ‘Art. 2.° 0 exercicio da actividade de edigo, repro- ducdo, distribuigdo, venda, aluguer ou troca de video- gramas fica sujeita 4 superintendéncia da Direccdo- -Geral dos Espectéculos ¢ do Direito de Autor (DGEDA), aplicando-se 0 disposto no artigo 1.° do Decreto-Lei n.° 456/85, de 29 de Outubro. Art, 3.°— 1 — A distribuicdo, sob qualquer forma, nomeadamente o aluguer € venda, € a exibicdo pit de videogramas ficam dependentes da classificagdo a atribuir pela Comissio de Classificagdo de Especté- culos. 2— A classificagdo a que se refere o niimero ante- rior seré atribuida a requerimento dos titulares dos direitos de exploragdo do videograma destinado a di tribuigdo ou exibigao publica. 3 — O requerimento, apresentado & DGEDA, seré acompanhado de um exemplar do videograma a clas- sificar, legendado ou dobrado em portugues ¢ instruido com os seguintes elementos: 4) Titulo original e em portugues, ficha técnica artistica, resumo do contetido ¢ nome do tra- dutor das legendas; 1b) Numero de exemplares a distribuir; ©) Data de produgdo e pais de origem; ) Documentos comprovativos da titularidade dos direitos de exploracdo; ) Capa do videograma. Art. 4.° — 1 — Sem prejuizo do disposto no ar- tigo 3.°, quando o contetido do videograma seja uma reproduc&o de obra cinematogréfica jd classificada, a DGEDA atribuird aquele a mesma classificarao. 2 — Serdo obrigatoriamente submetidos a nova clas- sificago 0s videogramas que sejam reproducdo de obras cinematogréficas classificadas antes da entrada em vigor do Decreto-Lei n.° 396/82, de 21 de Setembro. 3 — E aplicdvel aos tradutores de legendas de video- ‘gramas o disposto no n.° I do artigo 58.° do Decreto- -Lei n.° 42 660, de 20 de Novembro de 1959. ‘Art, $.° —1—A DGEDA fixaré em cada video- ‘rama classificado uma etiqueta de modelo a aprovar por portaria do membro do Governo responsavel pela rea da cultura, na qual constaré: a) O titulo do videograma; b) A classificagao; ©) O niimero de registo; d) O mimero da cépia. 2 —O custo da etiqueta seré fixado na portaria refe- rida no n.° 1. Art. 6.° E obrigatéria a transcrigdo impressa da clas- sificagao e do niimero do registo no canto inferior esquerdo da capa do videograma, ‘Art. 7.° — 1 — Pela classificagio de cada video- grama seré devida uma taxa, de valor a fixar anual- mente por portaria conjunta do Ministro das Financas ¢ do membro do Governo responsével pela drea da cul- tura. 2 — No caso de videogramas classificados como por- nogréficos, 0 valor da taxa devida serd o que resulte da multiplicagao do valor referido no mimero anterior pelo coeficiente 20 ou pelo coeficiente 8, nos casos pre~ vistos no n.° 1 do artigo 4.° 3 — Nos restantes casos que caibam na previsto do n.° | do artigo 4.°, 0 valor da taxa devida serd 0 que resulte da multiplicagdo do valor referido no n.° 1 pelo coeficiente 0,2. 4 — Os videogramas classificados de qualidade ficam isentos de taxa. ‘5 — Os pagamentos das taxas referidas nos n.* 1, 2, € 3 e das etiquetas referidas no artigo 5.° € feito nna Caixa Geral de Depésitos por meio de guia passada pela DGEDA, constituindo receita do Fundo de Fomento Cultural. ‘Art. 8.° Os videogramas clasificados de pornogré- ficos s6 poderdo conter na sua capa ou invélucro exte- rior, além dos elementos referidos no artigo 6.°, 0 titulo € 0 nome, simbolo ou marca do distribuidor. Art. 9.° Nos estabelecimentos onde se exergam as actividades referidas no artigo 2.° ¢ vedada a venda ou aluguer de videogramas com 0 contetido previsto no n.° I do artigo 1.° do Decreto-Lei n.° 254/76, de 7 de Abril, a menores de 18 anos. Art, 10.° — 1 — A exibicdo piiblica de videogramas € considerada espectaculo ou divertimento piiblico para todos os efeitos legais. No 31 — 6-2-1988 2 — A distribuigao ou exibigdo publica de videogra- mas que sejam cépia de obra cinematogréfica adqui rida para o circuito comercial s6 pode ser feita um ano apés a data de importagao da referida obra cinemato- grdfica, salvo acordo em contrério do titular do direito de distribuig&o desta ultima com o explorador de video- grama, 3 — A radiodifusdo por imagem das obras referidas no niimero anterior sé pode ser feita dois anos apés a data da importagdo da referida obra cinematografica, salvo acordo em contrario do titular do direito de dis- tribuigdo desta ultima. 4 — S6 € permitida a exibigao publica dos videogra- mas para tal efeito licenciados, os quais serdo identifi- cados pela aposigdo da letra E a seguir ao mimero de registo ¢ sem prejuizo da autorizagdo dos autores ou seus representantes. 5 — Para os efeitos previstos neste diploma ¢ tam- ‘bém considerada exibicao piiblica a difuséo de video- gramas a partir de uma mesma origem, nomeadamente © video comunitario. Art. 11.° As entidades que exercam as actividades referidas no artigo 2.° devem ter actualizados os docu- ‘mentos que permitam estabelecer a origem e destino dos videogramas. Art. 12.° A fiscalizagdo do cumprimento das dispo- sigdes constantes no presente diploma compete DGEDA e a todas as autoridades policiais ¢ adminis- trativas. Art. 13.° © pessoal de inspeccio da DGEDA goza dos poderes de fiscalizagio previstos no Cédigo do Direito de Autor, nomeadamente os referidos nos arti- gos 143.° € 201." Art. 14.° —1—O videograma no classificado considera-se ilegalmente produzido ¢ a sua distribuigio ou exibicéo publica sera punida com coimas de 100 000$ ‘a 1 000 0008. 2 — Serio punidas com coimas entre os mesmos limites as infracedes ao disposto nos artigos 8.° ¢ 9.° 3—Sero punidas com coimas de 200 0008 a 2.000 000 as infraccdes ao disposto no n.° 3 do ar- tigo 10.° ‘4 — Serao punidas com coimas de 5000$ a 50 0008 ‘as infracedes ao disposto nos artigos 6.° € 11.° 5 — Os videogramas ilegalmente produzidos serio apreendidos e perdidos a favor do Estado sem direito a indemnizagao, salvo nos casos previstos no artigo 26.° do Decreto-Lei n.° 433/82, de 27 de Outubro. 6 — Também sero objecto de apreensio e perdidos a favor do Estado os videogramas que ndo obedecam a0 estabelecido no artigo 8.° 7 — Serdo igualmente apreendidos e perdidos a favor do Estado os materiais, equipamentos e documentos utilizados na pratica das infracedes ou a ela destinados. 8 — Os videogramas, materiais ¢ equipamentos refe- tidos nos n.°* 4, 5 € 6 seréo confiados & DGEDA, que decidira do seu destino, guiando-se pelo critério do inte- resse piblico. Art. 15.° — 1—E competente para aplicacdo das coimas e sangdes acessérias previstas no presente diploma o director-geral dos Espectaculos ¢ do Direito de Autor. 2 — O montante das coimas reverte para o Fundo de Fomento Cultural. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE 419 Art. 16.° E revogado 0 Decreto-Lei n.° 306/85, de 29 de Julho. Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 14 de Janeiro de 1988. — Anibal Anténio Cavaco Silva — Miguel José Ribeiro Cadithe — Joaquim Mar- tins Ferreira do Amaral. Promulgado em 26 de Janeiro de 1988. Publique-se. Presidente da Reptiblica, MARIO SOARES. Referendado em 28 de Janeiro de 1988. © Primeiro-Ministro, Anibal Anténio Cavaco Silva. Decreto-Lei n.° 40/88 do 6 de Fevereiro Considerando que as receitas do Instituto Portugués de Cinema sao constituidas essencialmente pelo produto resultante da percepcdo do adicional sobre os bilhetes de cinema e pela taxa de exibicdo; ‘Considerando que, pelas necessidades da propria pro- dugdo cinematografica, o Instituto Portugués de Ci- nema é forcado a ter fundos liquidos, para os quais deve procurar a melhor remuneragao possivel: Torna-se assim vantajoso autorizar o Instituto Por- tugués de Cinema a constituir depésitos bancérios em qualquer estabelecimento legalmente autorizado a exer- cer a actividade bancédria, Assim: © Governo decreta, nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigdo, o seguinte: Artigo tnico. O artigo 29.° do Decreto-Lei n.° 391/82, de 17 de Setembro, passa a ter a seguinte redaccdo: Art, 29.° — 1— O Instituto Portugués de Ci- nema pode, mediante autorizacao do Ministro das Finangas e do membro do Governo responsavel pelo sector da cultura, contrair empréstimos para © exercicio das suas atribuigdes. 2—O Instituto Portugués de Cinema pode constituir depésitos em instituigdes de crédito. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 14 de Janeiro de 1988. — Anibal Antonio Cavaco Silva — Miguel José Ribeiro Cadilhe. Promulgado em 26 de Janeiro de 1988. Publique-se. O Presidente da Repiiblica, MARIO SOARES. Referendado em 28 de Janeiro de 1988. © Primeiro-Ministro, Antbal Antonio Cavaco Silva. PRESIDENCIA DO CONSELHO DE MINISTROS € MINISTERIO DAS FINANCAS Portaria n.° 83/88 de 6 de Fevereiro Encontra-se a prestar apoio administrativo ao Secre- tariado para a Modernizagdo Administrativa pessoal Tequisitado a outros servigos do Estado, nos termos do artigo 5.°, n.° 4, do Decreto-Lei n.° 203/86, de 23 de Julho.

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