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2728 DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE N° 155 — 8-7-1989 PRESIDENCIA DO CONSELHO DE MINISTROS Decreto-Lei n.° 227/89 de 8 do Julho A comercializagdo legal do dudio-visual, vulgarmente denominada «piratarian, vem prejudicando 0s legitimos interesses do piiblico consumidor, de autores, de pro- dutores ¢ editores, artistas, comerciantes ¢ do proprio, Estado. O combate eficaz aos fonogramas ilegalmente repro- duzidos ou comercializados nao s6 defende os interes- ses legitimos dos intervenientes acima referidos como também elimina um factor que tem prejudicado, com graves consequéncias, a edigdo de musica portuguesa. De facto, 0 editor ou produtor de fonogramas de mi- sica portuguesa que cumpre todas as obrigacdes legais, nomeadamente fiscais ¢ autorais, quando edita 0 fo- nograma € colocado perante um mercado abastecido de cépias ilegais desse mesmo fonograma, produzidas sem qualquer daqueles custos ¢ vendidas a preco muito ferior. Esta concorréncia desleal & altamente desincen- tivadora da edicdo de fonogramas de autores e artis- tas portugueses. ‘A experiéncia positiva adquirida no combate & «pi- ratariay de videogramas, através dos Decretos-Leis n."* 306/85, de 29 de Julho, ¢ 39/88, de 6 de Feve- reiro, aconselha a utilizagdio de medidas semelhantes que se enquadram, alids, no Ambito das preconizadas no recente Livro Verde sobre Direito de Autor e 0 De- safio Tecnoldgico, elaborado pela Comissao das Co- munidades Europe Com o presente diploma pretende-se, essencialmente, que as entidades fiscalizadoras distingam, com facili- dade, o produto legal do ilegal, pelo que os fonogra- mas legalmente produzidos serdo identificados com um selo a elaborar pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Foram ouvidos os érgdos de governo préprio das Re- gides Auténomas dos Agores ¢ da Madeira. ‘Assim: Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigo, 0 Governo decreta o seguinte: Artigo 1. — 1 — O exercicio da actividade de im- portagio, fabrico, produgdo, edic&o, distribuigdo ¢ ex- portagéo de fonogramas fica sujeito a fiscalizagao da Direcgdo-Geral dos Espectéculos ¢ do Direito de Au- tor (DGEDA), aplicando-se 0 disposto no artigo 1.° do Decreto-Lei n.° 456/85, de 29 de Julho, com as devi- das adaptacées. 2 —O presente diploma aplica-se apenas as denomi- nadas «cassettes audio. Art. 2.° Os fonogramas, produzidos em Portugal ou importados, estéo sujeitos a autenticago pela DGEDA, a requerer pelos titulares dos respectivos direitos de ex- ploragao. Art.° 3.° — I — Para efeitos do disposto no miimero anterior, os requerimentos serdo instruidos com os se- guintes elementos: @) Documentacéo comprovativa da titularidade dos direitos de exploracdo; b) Identificagdo das obras fixadas no fonograma € dos respectivos autores; ©) Ficha artistica; d) Nimero de exemplares a distribuir; @) Numero de exemplares a fabricar ou duplicar, para efeitos do disposto no artigo 7.°; A) Pais de origem; '2) Ano da primeira publicagao, 2— A documentacao a que alude a alinea a) do nui- mero anterior compreenderé a autorizagdo dos auto. res das obras fixadas, dada por estes ou pelo organismo que legalmente os representa. Art. 4.° A autenticagdo seré conferida por selo, cujos modelos sero aprovados por portaria do mem- bro do Governo responsdvel pela area da cultura. Art. 5.° — | — Pela autenticacdo de fonogramas é devida uma taxa que constitui receita do Fundo de Fo- mento Cultural. 2—O montante da taxa a que se refere o niimero anterior ¢ fixado por portaria conjunta do Ministro das Finangas e do membro do Governo responsével pela rea da cultura. Art, 6.° As entidades que exergam as actividades re- feridas no artigo 1.° devem manter actualizados os do- cumentos que permitam estabelecer a origem € 0 des- tino dos fonogramas ¢ dos selos. Art. 7.° As pessoas, singulares ou colectivas, que fa- bricam, exportam ou duplicam fonogramas devem exi- bir cépia, autenticada pela DGEDA, do requerimento a que se refere o artigo 3.°, sempre que tal for solici- tado pelas entidades referidas no artigo 9.° Art. 8.9 —1—Os fonogramas nao autenticados consideram-se ilegalmente produzidos e o seu arm: namento, comercializacdo ou simples exposicdo publica constitui contra-ordenacao punivel com a coima minima de 40 0008 ¢ maxima de 3 000 000S. 2—Os fonogramas ilegalmente produzidos serdo apreendidos e perdidos a favor do Estado sem direito a indemnizacao, salvo nos casos previstos no ar- tigo 26.° do Decreto-Lei n.° 433/82, de 27 de Outubro. 3 — A infracso ao disposto no artigo 6.° constitui contra-ordenagdo punivel com a coima minima de 40 0008 ¢ maxima de 3.000 0008. 4 — A infracgdo ao disposto no artigo 7.° constitui contra-ordenagdo punivel com a coima minima de 40 0008 ¢ maxima de 3.000 0008. 5. — Como sangdo acesséria, nos termos do Decreto- -Lei n.° 433/82, de 27 de Outubro, poderdo ser igual- ‘mente apreendidos e perdidos a favor do Estado os ma- teriais, equipamentos e documentos utilizados na prética das infracgdes previstas nos artigos 2.°, 6.° e7 6 — Os fonogramas referidos nos nimeros anterio- res serdo confiados 4 DGEDA. Art. 9.° A fiscalizacdo do cumprimento das dispo- sigdes constantes no presente diploma compete & DGEDA e a todas as autoridades policiais e adminis- trativas. Art. 10.° E competente para aplicagéio das coimas € sangdes acessdrias previstas no presente diploma o director-geral dos Espectaculos ¢ do Direito de Autor. Art. 11.° © montante das coimas reverte para 0 Fundo de Fomento Cultural. Art, 12.° O pessoal de inspecclo da DGEDA goza dos poderes de fiscalizaco previstos no Cédigo do Di- rito de Autor. Art. 13.° Os fonogramas j4 comercializados a data de entrada em vigor do presente diploma, ou que o ve- nham a ser no prazo de 120 dias a contar daquela data, devem ser autenticados dentro do mesmo prazo. NP 155 — 8 1989 Art. 14.° O disposto no presente diploma nao pre- judica as competéncias atribuidas aos servigos ¢ drgaos de governo préprio das regides auténomas. ‘Art. 15.° O presente diploma entra em vigor no dia 1 de Agosto de 1989. Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 18 de Maio de 1989. — Anibal Anténio Cavaco Silva — Vasco Joaquim Rocha Vieira — Lino Dias Miguel — Miguel José Ribeiro Cadilhe — José Antonio da Sil- veira Godinko. Promulgado em 22 de Junho de 1989. Publique-se. © Presidente da Repiiblica, MARIO SOARES. Referendado em 29 de Junho de 1989. © Primeiro-Ministro, Anibal Antonio Cavaco Silva, MINISTERIO DAS FINANCAS Portaria n.° 520/89 de 8 de Julho ‘A dinamizagao que tem vindo a processar-se relati- vamente as actividades de apoio da Direcgao-Geral das DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE 2729 Contribuigdes ¢ Impostos, designadamente consultado- tia juridica, formagdo e gestao dos recursos humanos, implica que o quadro de pessoal daquele departamento, seja minimamente dotado com o pessoal técnico ade- quado. A criagdo de novos servigos no ambito daquela Direceio-Geral, a reinstalagdo de outros e, bem assim, © aumento de viaturas destinadas ao transporte de ma- terial tornam necessdrio que se reveja 0 quadro de pes- soal auxiliar, embora restringindo-o ao minimo essen- cial. Nestes termos, tendo em conta o disposto no ar- tigo 17.° do Decreto-Lei n.° 363/78, de 28 de No- vembro: Manda 0 Governo, pelo Ministro das Financas, 0 se- suinte: 1.° © quadro do pessoal da Direcgéo-Geral das Con- tribuicdes e Impostos, respeitante aos grupos de pes- soal, areas funcionais'e carreiras referidas no mapa t anexo a presente portaria, passa a ser 0 constante no mencionado mapa. 2.° A Portaria n.° 407/88, de 28 de Junho, é alte- rada conforme mapa 11 anexo A presente portaria. Ministério das Finangas. Assinada em 28 de Junho de 1989. © Ministro das Financas, Miguel José Ribeiro Cadithe. MAPA 1 | | Mimere de lees Grape de peal | Nie Aves taeora Cones Ccatsoria ‘a T | | Assessor principal {| a |2]a2}els | Assessor B Tr Consultadoriajurdica .... | Téenico-jurista | Prnspal e fujafuln 1 case dD |is}7fuju 12 case eB falafujn t t T | Assessor prinepal Joa f-fa2tala Insalagdes e aaliayto da Assestor. | B [2] 2) 242 Pessoal éenico sue propriedade urbana para | Engenheiro civil | Principal } ¢ [2] 2] 2)2 erin. ~ | fins ica | 1 classe T} op fa} 2) 2] 2 2 dae e [2/2/2)2 | Asesior principal a |s Gestbo dos recurtos numa | | Assessor 8 fa Tos, formagéo. documen” | Técnico superior | Principal e [is tapdo, plancamento ¢ ges | 1 classe bd |i tao finaneira, 2 dase e [0 Instlagdese implantagdo de | Arquitecto..... | Assessor principal, assewor, |A, B, ¢,] 2] 2) 2] 2 servos principal, de." classe 08 | Bou E de 2 classe | | 1 Pessoal ténico.. | - | Servigo sociat Tecnico de ser- | Técnico especalita princi: s|afaps | “Migo social” | pal tdenico espectalista, ‘téenico principal, técnico | | dele dase ou de 2° | clase Pessoal téenico-| 4 Teadutor....... | Espesialista de 1 dase, es s| s|sjs “profissional | ecalisia, principal, de | 1 clase ou de 2. clase |

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