You are on page 1of 229

Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@gmail.

com
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

AROLDO VIEIRA DA SILVA

VERSÃO COMPACTA PARA CONCURSOS

História
do
Amapá

Macapá – Amapá
2019
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

Abordagens Didáticas de História do Amapá para


Concursos Públicos

RESUMOS E QUESTÕES GABARITADAS

Prof. Aroldo Vieira


Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

SUMÁRIO

I - A COLONIZAÇÃO DAS TERRAS AMAPAENSES ........................ 7

II - DISPUTAS TERRITORIAIS E CONFLITOS


ESTRANGEIROS NO AMAPÁ ........................................................ 16

III - A CABANAGEM E SEUS REFLEXOS NO AMAPÁ ................. 24

IV - PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS


DA AMAZÔNIA/DO AMAPÁ: SÉCULOS XIX e XX ............... 30

V - A CRIAÇÃO DO TERRITÓRIO FEDERAL DO AMAPÁ ......... 38

5.1 – GOVERNADORES DO TERRITÓRIO (1962 a 1985) ....... 43

5.2 – O AMAPÁ – ESTADO: ANNÍBAL BARCELLOS


(15/03/1991-31/12/1994) ............................................................. 49

VI – MANIFESTAÇÕES POPULARES E
SINCRETISMO CULTURAL ......................................................... 51

6.1 – PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO AMAPÁ ......................... 55

LISTA I: EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA DO AMAPÁ ........................ 60

LISTA II: QUESTÕES COMENTADAS DE HISTÓRIA


DA AMAZÔNIA E DO AMAPÁ ............................................ 74

LISTA III: OFICINA DE HISTÓRIA DO AMAPÁ (2017) ............... 111

LISTA IV: REVISÃO DE HISTÓRIA DO AMAPÁ (2018)............... 132

LISTA V: OFICINA DE HISTÓRIA DO AMAPÁ (2019)................. 163

LISTA VI: PROVAS RECENTES DA FCC/ESTADO


DO AMAPÁ ........................................................................... 205
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

I - A COLONIZAÇÃO
DAS TERRAS AMAPAENSES

CRONOLOGIA:
 SÉC. XV- XVI : PRIMEIROS CONTATOS COM A
AMAZÔNIA/ RECONHECIMENTO DA REGIÃO PELOS
ESPANHÓIS
 SÉC. XVII – CONQUISTA/ DEFESA / AVANÇO
MILITAR + MISSÕES/ COMÉRCIO DAS DROGAS DO
SERTÃO
 SÉC. XVIII – POLÍTICA POMBALINA:
CONSOLIDAÇÃO–AUMENTO DA PRESENÇA DO
ESTADO PORTUGUÊS
 MACAPÁ/MAZAGÃO/FORTALEZA/DIRETÓRI
O DOS ÍNDIOS
AS EXPEDIÇÕES DE DESCOBRIMENTO
ESPANHOLAS:
Vicente Yanez Pinzón
Em 1500 (26.01), após entrar no litoral brasileiro pelo
Cabo de Santo Agostinho (PE), navegou pelo Maranhão, pelo
Pará e, finalmente, pelo rio Oiapoque e litoral amapaense, quando
aportou para abastecer-se de água potável, acabou aprisionando
30 índios para vendê-los como escravos. Na foz do rio Araguari,
assistiu ao fenômeno da pororoca que causou pânico na tripulação
fazendo com que, às pressas, retornassem para Espanha. No
documento “Capitulación”, Pinzon descreve sua passagem pelo
Amapá, podemos assim comprová-la (Santos, 2013).

7
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Diogo de Leppe
Ainda durante o século XV, esse contra-almirante
também navegou pelo litoral amapaense, logo depois de Pinzon.
Os tripulantes que desembarcaram, entraram em combate com
indígenas e muitos espanhóis foram mortos (Santos, 2013)..
Francisco Orellana e Gonçalo Pizarro:
Entre junho de 1541 e agosto de 1543, haviam partido do
Peru (nascente do rio) e somente Orellana chegou a foz do rio
amazonas e litoral amapaense. A missão era a “busca do
Eldorado” e do país da canela. O escrivão da expedição, Frei
Gaspar de Carvajal, denominou o rio de “grande rio das
Amazonas”, mito da antiguidade que reaparece no imaginário dos
navegadores e cronistas europeus, que associaram os indígenas
amazônicos a essas guerreiras lendárias.
Já em 1546, investido da condição de adelantado,
(Adiantaddo, desbravador, colonizador) - título concedido pelo Monarca
espanhol Carlos V, em 1545- que lhe dava o direito de conquistar
territórios e as populações que habitavam a província da NUEVA
ANDALUZIA. Orellana retornou ao Continente Americano
aportando no litoral do Maranhão. Inutilmente tentou encontrar
os locais por onde passou antes e acabou morrendo na faixa
costeira sul-amapaense.
12/01/1616 – Fundação do Povoado da Feliz
Lusitânia de Santa Maria de Belém (juntamente com a
construção do Forte do Presépio e do Forte do Castelo), esta
povoação representa o marco inicial da presença portuguesa na
região amazônica, considerando que 95% de seu território
pertencia à Coroa Espanhola, devido ao Tratado de Tordesilhas,
assinado por Espanha e Portugal (1494) dois anos após o genovês
Cristóvão Colombo ter descoberto o Continente Americano
(12.10.1492).

8
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

1621- Criação do Estado do Maranhão e Grão-Pará:


uma colônia militar criada pela Coroa Espanhola para dar suporte
às operações militares no litoral nordeste da Colônia, e
principalmente à região Amazônica e ao Cabo Norte (Amapá). A
estratégia das Coroas Ibéricas seria a conquista militar desses
espaços, sob constante ameaça de ocupação estrangeira.
1625 - O Capitão-Mor Bento Maciel Parente, os Capitães
Pedro Teixeira, Salvador de Melo e Ayres de Souza Chichorro
percorrem o Cabo Norte para desalojar invasores, denominados
Hereges, por sua vinculação ao protestantismo.
14.06.1637- Criação da Capitania do Cabo Norte pelo
Monarca Espanhol Felipe IV, durante a União Ibérica (1580-
1640):
“Em 14 de junho de 1637, Bento Maciel Parente, recebeu
a Capitania do Cabo Norte da Coroa luso-espanhola, sendo os
seus limites as águas dos rios Amazonas e o rio Tapuyussús e as
possessões espanholas, tornando-se o forte de Camaú a sua
primeira povoação. Já alguns anos depois, em 1642, por morte do
donatário, a dita capitania reverteu ao domínio da Coroa.
Entretanto, o território amapaense, na época denominada Cabo
Norte, desde pelo menos o Século XVI tornou-se palco das
tentativas empreendidas por diversos conquistadores europeus
em tomar-lhes a sua posse. Por exemplo, ingleses, holandeses,
franceses e portugueses intentaram a conquista das terras do Cabo
Norte. Mas finalmente coube aos lusitanos o domínio efetivo da
referida área, ainda que, por cerca de três séculos, fosse o mesmo
domínio constantemente questionado e ameaçado pelas incursões
francesas lançadas a partir de Caiena, na Guiana Francesa”. (Reis,
1982).

9
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

A POLÍTICA POMBALINA PARA A AMAZÔNIA


PERÍODO: 1750-1777
CONTEXTO:
Governo de D. José I e seu Ministro: Sebastião José de
Carvalho e Melo – Marquês de Pombal), influenciado pelo
Iluminismo e Despotismo Esclarecido.
Principais Ações:
 1751-Criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão
 Nomeação do Governador: Francisco Xavier de
Mendonça Furtado, irmão de Pombal.
 Alteração da Política Indigenista, com a consequente
substituição do Poder Temporal dos Missionários sobre os Índios.
 Estímulo ao povoamento e ao desenvolvimento
agrícola da região amazônica.
 Implementação de uma política de estímulo a
fortificação militar na região como estratégia de defesa.
 1755 - Criação da Companhia de Comércio do Grão-
Pará e Maranhão encarregada de comercializar a produção dos
colonos e introduzir o tráfico de escravos.
 1757 – Revogação do Regimento das Missões e
decretação do Diretório dos Índios, transformando o indígena em
Colono-Cidadão português, e inserindo-o no projeto de
colonização pombalino.
 1758 - Fundação da Vila de São José de Macapá com a
vinda de famílias das ilhas dos Açores, da Madeira e de Lisboa.
 1759 - Expulsão dos jesuítas dos domínios Coloniais
portugueses.
 1761 - Construção da Igreja de São José (primeira
catedral), inaugurada em 19/03/1766.

10
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 1764-1782 – Obras de construção do Forte de São José


de Macapá a fim de assegurar a soberania portuguesa na região
amazônica.
 1770 - Fundação da Vila de Mazagão, originária de uma
povoação portuguesa no norte da África, com o remanejamento
dos colonos portugueses.
O DIRETÓRIO POMBALINO (1755)

Folha de rosto do Diretório, legislação implementada pelo governo pombalino


na Amazônia acerca das povoações indígenas
Definição: conjunto de normas que tratava dos assuntos
econômicos, administrativos e culturais referentes as
comunidades indígenas sob o domínio português.
Principais determinações do Diretório:
As Aldeias Missionárias (Aldeamentos) seriam
transformadas em Vilas e povoados e rebatizadas com nomes
portugueses.
11
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Os Missionários seriam substituídos por civis (Diretores)


na administração das Vilas.
Determinou o uso obrigatório da língua portuguesa e a
proibição da língua nativa (Nheengatu)
Os índios deviam fixar residência nas vilas, construindo
suas moradias de acordo com o estilo lusitano.
Foram incentivados os casamentos Inter étnicos a fim de
estimular o povoamento da região.
Os índios foram inseridos no trabalho agrícola, nas obras
públicas e no serviço militar.
Foi definitivamente proibida a escravização dos índios.
Ocorreu a repartição dos indígenas entre o Estado, os
Serviços Reais e uma parte destinada a atender os colonos -
moradores da Vila, dos quais recebiam salários (em mercadorias
ou ferramentas).
Consequências: A laicização da administração colonial e
o aprofundamento do processo de aculturação e extermínio das
populações indígenas.
A FUNDAÇÃO DAS VILAS DE MACAPÁ (1758) E
MAZAGÃO (1770)
 1738 - Verificou-se o processo de povoamento da área
conhecida como Tucujulândia, Macapaba e depois, Macapá.
 Foi organizado um destacamento militar avançado e um
Fortim para a defesa da região (Fortim de Macapá).
 1751 - É fundado o povoado de Macapá, os primeiros
habitantes foram portugueses vindos dos Açores (famílias
açorianas) e da Ilha da Madeira.
 1755 - Vieram famílias portuguesas flageladas pelo
terremoto que atingiu Lisboa em 1755.

12
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 1756 - Chegam os primeiros escravos, fornecidos pela


CIA de Comércio de Grão-Pará e Maranhão.
 1758 - Sob ordens do Marquês de Pombal, o
Governador do Grão-Pará e Maranhão, Mendonça Furtado,
elevou o povoado à condição de Vila.
Qual foi o projeto Pombalino para Macapá?
Objetivos:
Estimular o povoamento da região como forma de defesa
territorial, contra as investidas estrangeiras (Povoamento
associado à Militarização e Empresa Agrícola).
Incentivar a produção agrícola na região, com o estímulo
à rizicultura e à produção destinada ao mercado interno e externo.
Dificuldades do Projeto:
O abandono pela Coroa Portuguesa, após a exoneração
de Pombal
O corte das verbas por D. Maria I
O descaso e a corrupção dos comerciantes portugueses
O excesso de chuvas e a insalubridade da Região
Os surtos epidêmicos de cólera e malária
A Fundação de Mazagão (23.01.1770)
Origens:
 1501-Fundação da Praça de Mazagão, que integrava um
complexo de praças portuguesas no Norte da África (CEUTA –
1415 – , TANGER, FÉS, ALCÁCER QUIBIR e MAZAGAN),
durante a Expansão Marítima. Estas praças tinham funções
estratégicas, pois serviam como entrepostos comerciais, para o

13
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

armazenamento e transporte das riquezas exploradas pelos


mercadores portugueses com a África Atlântica.
Viveram seu auge econômico ao longo dos Séculos XVI
e XVII. Em 1769, sob ordens de D. José I, Mazaganópolis foi
desativada em função dos seguintes fatores:
 A colônia marroquina não era mais viável
economicamente.
 As famílias portuguesas (CRISTÃS) viviam sob
constante ameaça de ataques dos MOUROS (africanos
islamizados).
No Século XVIII, nota-se a transferência do eixo
econômico do Império Português para a América do Sul, além do
projeto pombalino de colonização da Amazônia, que exigia o
remanejamento de colonos portugueses para as novas áreas,
incorporadas aos domínios portugueses com o Tratado de Madrid
(1750).
Na atual localidade de Mazagão Velho, às margens do rio
Mutuacá, o Estado português determinou a construção da Vila de
Nova Mazagão.
A vila já inaugurada em 23 de janeiro de 1770, pelo
Capitão – general Fernando da Costa de Athaíde Teive, recebendo
famílias portuguesas provenientes do Mazagão africana.
Mazagão, antes uma praça de guerra no Marrocos, foi
desativada em 1769 em função dos constantes ataques dos
Mouros (africanos islamizados), e as 139 famílias remanejadas
para esta Vila criada na Amazônia pelo gabinete pombalino.
Além da produção agrícola e do povoamento, deveria
auxiliar a Vila de Macapá contra os ataques estrangeiros,
principalmente pela proximidade geográfica e também pela
experiência bélica de seus colonos.

14
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

O Projeto Pombalino para Mazagão


 Povoar a região, em virtude da escassez de colonos
brancos;
 Implantar um grande polo agrícola especialmente para
o cultivo de arroz (Rizicultura), este projeto visava abastecer o
mercado da Vila, a população de Macapá, e havendo excedentes,
seriam exportados para a cidade de Belém (capital do Estado do
Grão-Pará e Maranhão) e também para Lisboa.
 Em suas décadas iniciais, a vila prosperou, contudo, no
início do século XIX, entrou em decadência, em função dos
seguintes fatores:
* Difícil acesso à região
* Dificuldades ligadas à navegação
* A falta de interesse do Estado português depois que Pombal
deixou o poder.
*A elevada mortalidade de colonos brancos em função de um
surto epidêmico de cólera e malária, que vitimou cerca de mil
colonos portugueses;
Em 1833, Mazagão perdeu a condição de Vila, passando
a chamar-se Regeneração.
Em 1841, por não terem apoiado a cabanagem, o
povoado recupera essa condição, e a antiga denominação
(Mazagão).
Em 1915, o governo paraense transferiu a sede do
Município para a cidade de Mazagão Novo, fundada
especialmente para esse fim.
Lembre-se que em Mazagão Velho realiza-se uma grande
manifestação cultural-religiosa (Cavalhada, dia 25/07),
preservada até os dias atuais: a festa de São Tiago em Mazagão

15
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Velho, que remonta os conflitos entre Mouros (muçulmanos) e


Cristãos portugueses no norte da África.

II - DISPUTAS TERRITORIAIS E CONFLITOS


ESTRANGEIROS NO AMAPÁ

 1500 – o navegador Vicente Pinzón, a serviço da


Espanha, descobriu a foz do Rio Amazonas (COELHO, 1998)
 1540 – passagem de Orellana pela América do Sul
(COELHO, 1998)
 1544 – Carlos V, Rei da Espanha, entrega as terras do
setentrião brasileiro ao explorador Francisco de Orellana
(COELHO, 1998)
 1553 – as terras amapaenses são concedidas a Luiz de
Melo e Silva (COELHO, 1998)
 1614 – reação portuguesa contra as pretensões
francesas na Ilha do Maranhão (COELHO, 1998)
 1616 – fundação da Povoação de Santa Maria Belém
 Construção do Forte do Presépio e do Forte do Castelo
 1618 - Chegam as Missões Jesuíticas a região.
 1621-1628 - Estado do Maranhão e Grão-Pará foi
administrado por Bento Maciel Parente (substituído por Manoel
de Souza D’Eça) (COELHO, 1998)
 1637–Expedição de Pedro Teixeira
 Criação da Capitania do Cabo Norte
 1638/1641–Bento Maciel Parente é nomeado Capitão-
General do Maranhão

16
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 1647 – Massacre dos Padres Bernardino e Saint-Souveur


na Capitania do Cabo Norte (COELHO, 1998)
 1654 – Chegada dos Franciscanos ao Cabo Norte, onde
vieram juntar-se aos Jesuítas (COELHO, 1998)
 1609 – Holandeses fundam colônias na região do Rio
Xingu e na Ilha de Gurupá, produzindo açúcar, e extraindo
madeira, urucum e outros produtos florestais (SANTOS, 2013).
 1620 – O inglês Roger North singrava o canal norte do
Amazonas, montando uma Feitoria no litoral sul, entre os rios
Ajuruxi e Jari (SANTOS, 2013)
 O irlandês Bernard O’brien instala-se numa área entre
os rios Jari e Cajari, incursionando pela região (SANTOS, 2013).
 1623 – O militar português Luiz Aranha de Vasconcelos
chega a Belém com a missão de repelir os invasores instalados nas
ilhas e às margens do canal norte do estuário amazônico
(COELHO, 1998)
 O Capitão – Mor Bento Maciel Parente, os Capitães
Pedro Teixeira, Salvador de Melo e Ayres de Souza Chichorro
com canoas, tropas de índios e escravos africanos, percorrem o
Cabo Norte para desalojar invasores (SANTOS, 2013).
 1628 – James Purcell aporta na região e na foz do Rio
Manacapuru, erguem o Forte Torrego. Destruído no ano seguinte
por Pedro da Costa Favela e Pedro Teixeira (SANTOS, 2013).
 1629 – A expedição do Corsário Roger North financiada
pela Companhia das Guianas funda o Forte Felipe, entre os rios
Matapi e Anauerapucu. (SANTOS, 2013)
 1631 – Os portugueses arrasam o forte inglês. Que
voltam a ocupar a região próxima a Macapá, com Roger Fry,
erguendo o forte Comaú (SANTOS, 2013).

17
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 1632 – O Capitão Feliciano Coelho captura o Forte


Comaú para os luso-brasileiros. Roger Fry desloca-se para o
Bailique, onde é atacado e morto por Pedro Baião e Ayres
Chichorro (SANTOS, 2013).
 No local dessa antiga fortificação inglesa, o Capitão
Antônio Coelho de Carvalho ergue o Forte de Santo Antônio de
Macapá (1688-1750) (SANTOS, 2013)
 1657–Tomada do Fortim de Macapá e do Paru pelos
franceses, que se instalam na região em 1664.
 1666 – Os Missionários assumem a evangelização em
toda a Capitania
 1688 – Os franceses intimaram os portugueses a
abandonarem as fortificações construídas
 1697 – Os franceses penetram no Cabo Norte
 04/03/1700 – Assinatura do Tratado Provisional entre
a França e Portugal, o qual deixava “neutra” a área de litígio
 Mesmo determinada a neutralização da área, não foi
obedecido pelos franceses, que continuaram invadindo a região.
 11/04/1713 – O TRATADO DE UTRECHT,
determinando que a fronteira entre as duas regiões (francesa e
portuguesa) seria o Rio Oiapoque (ou Vicent Pinzon), além de
proibir qualquer transação comercial por parte dos franceses no
Território legalmente português (MARQUES, 1999).
 * Novamente, o acordo foi desrespeitado pela França,
que julgava o tratado condescendente com Portugal.
 1738 – Os portugueses voltaram a se estabelecer na
região de Macapá.
 1747 – Francisco Pedro de Mendonça Gurjão assumiu
o Governo do Estado do Maranhão e Grão-Pará
18
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 1748 – Elevação da Capitania do Cabo Norte à de


Província dos Tucujus (COELHO, 1998)
 1750-1777 – Governo de D. José I e seu Ministro:
Sebastião José de Carvalho e Melo – Marquês de Pombal),
influenciado pelo Iluminismo e Despotismo Esclarecido.
 1751– Criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão
 Nomeação do Governador: Francisco Xavier de
Mendonça Furtado
 Alteração da Política Indigenista, com a consequente
substituição do Poder Temporal dos Missionários sobre os Índios.
 Estímulo ao povoamento e ao desenvolvimento
agrícola da região.
 Implementação de uma política de estímulo a
fortificação militar na região como estratégia de defesa.
 1755 – Criação da Companhia de Comércio do Grão-
Pará e Maranhão encarregada de comercializar a produção dos
colonos e introduzir o tráfico de escravos.
 1757 – Revogação do Regimento das Missões e
decretação do Diretório dos Índios
 1758 – Fundação da Vila de São José de Macapá com a
vinda de famílias das ilhas dos Açores, da Madeira e de Lisboa.
 1759 – Expulsão dos jesuítas dos domínios Coloniais
portugueses.
 1764-1782 – Obras de construção do Forte de São José
de Macapá a fim de assegurar a soberania portuguesa na região
amazônica.
 1770 – Fundação da Vila de Mazagão, originária de uma
povoação portuguesa no norte da África.

19
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 1808/1821– Instalação da Corte no Rio de Janeiro


 1822– Proclamação da Independência
 1822-1831– 1º Reinado (governo de D. Pedro I)
 1835-1840– REGÊNCIAS e CABANAGEM (1835-40)
 1840-1889: 2º Reinado (D. Pedro II)
 Reinicia o Litígio: Franceses invadiram constantemente
o Cabo Norte e constroem bases militares;
 1853 – O Senador maranhense Cândido Mendes na
Assembleia Geral do Império propôs a criação da Província do
Oiapoque (Oiapokya) e da Pinzônia (1856).
 1885– Franceses, comerciantes e aventureiros de Caiena
fundam a República do Cunani (Jules Grós e Adolph Brezet)
 1889– Proclamação da República do Brasil.
 1894-descobriu-se o ouro em Calçoene
 1895 – Criou-se o Governo do Triunvirato, composto
por Desidério Antônio Coelho, Cônego Domingos Maltês e
Francisco Xavier da Veiga Cabral
 Franceses de Caiena invadiram a Vila de Espírito Santo
de Amapá (15.05. 1895)
 1900 – Assinatura do Laudo Suíço ou Laudo de Berna,
sentença jurídica que confirmou a fronteira anteriormente
estabelecida pelo Tratado de Utrecht (1713), com base no
argumento da “atualização jurídica”, de Rio Branco.

20
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

FORTIFICAÇÕES ESTRANGEIRAS E
PORTUGUESAS NO AMAPÁ:
I - FORTES ESTRANGEIROS NO CABO NORTE
 1623 – TILLETITE: Rio Cajari / Inglês
 1628 –TORREGO: Rio Manacapuru / Holandês
 1629 – FORTE FELIPE: Rio Matapi/ Anauerapucu –
Inglês
 1630 – FORTE NORTH: Rio Matapi
 1632 – FORTE CAMAÚ: Forte Inglês / Canal do
Matapi
 1660 – FORTE MAYACARÉ: Forte Holandês/ Foz
do Amazonas
II - A FORTALEZA DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ
OBRA: 1764 – 1782
 1750–1759: FRANCISCO XAVIER DE
MENDONÇA FURTADO (fundou o Povoado, em 1751 e a Vila
de São José de Macapá – 04.02.1758).
Andamento das obras do Forte:
 1759 – 1763: MANOEL BERNARDO DE MELO E
CASTRO
 1763 – 1772: FERNANDO DA COSTA DE
ATHAÍDE TEIVE (deu início às obras do forte e também
construiu a Vila de Nova Mazagão).
 1772 – 1780: JOÃO PEREIRA CALDAS

21
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 1780 – 1782: JOÃO DE NÁPOLES TELLO DE


MENEZES (inaugurou a obra ainda inconclusa, por ordens de D.
Maria I)
ENGENHEIROS:
HENRIQUE ANTÔNIO GALÚCIO
JOÃO ANTÔNIO WILCKENS
SISTEMA: VALBAN - PENTAGONAL
III - FICHA TÉCNICA:
ÁREA: 115.659 m²
01 REVELIM (defesa do Portão)
11 PORTAS INTERNAS E EXTERNAS
12 JANELAS
EDIFÍCIOS MILITARES
24 QUARTOS – com teto abobadado
02 CASERNAS ou CASA-MATAS
01 ARMAZÉM DE VÍVERES
01 PAIOL DE ARMAS
CADEIA
CAPELA
HOSPITAL
RESIDÊNCIA DO GOVERNADOR
ARTILHARIA: 107 CANHÕES
(14 P/ CADA BALUARTE)
62 FORAM ENVIADOS E CHEGARAM
58 FORAM MONTADOS
CANHÕES HOLANDESES DE 80 mm
22
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

01 FAROL e 02 VIGIAS
04 BALUARTES
SÃO JOSÉ
SÃO PEDRO
MADRE DE DEUS
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
IV- Noções Básicas (MARQUES,1999):
 Maior fortificação colonial da América Latina
 Integrou o projeto pombalino de construção de fortes
para assegurar a soberania lusitana (portuguesa) na Amazônia.
 Sua construção iniciou em 1764 e, sua inauguração (sem
estar concluído) ocorreu em 1782.
 A localização estratégica da vila de Macapá definiu sua
construção nesta área.
 Ao longo da construção, do forte, foi utilizada a mão-
de-obra de índios e negros.
 Índios: Foram usados como mão-de-obra livre
receberam jornais (espécie de pagamento) pelos serviços
realizados.
 Negros: Provenientes do tráfico negreiro, foram
explorados como escravos.
Os índios e negros eram utilizados como barqueiros,
carregadores, pedreiros etc (MARQUES,1999)
V - AS FUNÇÕES DO FORTE
 Defender e abrigar em seu interior os habitantes da Vila
de Macapá, caso sofressem assédio estrangeiro.

23
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 Auxiliar a navegação na área


 Auxiliar o comércio da região
 Servir de apoio para navios e exércitos aliados
 Impedir a entrada de navios invasores
 Elo de comunicação e vigilância entre as demais
fortificações espalhadas pelo interior e demais fronteiras
 Assegurar a exploração dos produtos regionais e o seu
exclusivo comércio
 Garantir a soberania portuguesa na Região Amazônica.
(MARQUES, 1999)

III - A CABANAGEM E SEUS REFLEXOS


NO AMAPÁ (1835-1840)

A PRÉ- CABANAGEM
O PROJETO POMBALINO (1757)
A transmissão da dominação social sobre os índios
(casamento, família, língua, relações de trabalho...) os indígenas
são remanejados das Missões e recrutados para o trabalho nos
serviços da Coroa, passando a residir nas Vilas e “aclimatar-se” à
cultura dos colonos não-indígenas;
Os Diretores ou administradores das Aldeias, faziam mau
uso das atribuições da autoridade que lhes fora atribuída pelo
Diretório
A má aproximação entre índios e colonos, sobretudo a
violência, semiescravidão e a discriminação étnico-racial;

24
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Essas situações causam a resistência, aproximando grupos


étnicos diferentes e gerando uma consciência indireta que leva o
Pará a Cabanagem
A REVOLUÇÃO LIBERAL DO PORTO
(VINTISMO)
 Movimento liberal ocorrido em Portugal no ano de
1820
 Exigência do retorno de D. João VI (regresso)
 Revogação dos decretos Joaninos, extinção de órgãos
administrativos e restabelecimento do regime de monopólios
sobre o Brasil;
Dupla face da Revolução do Porto:
a) Internamente: Constituição para Portugal (caráter Liberal)
b) Externamente: recolonizar o Brasil (caráter conservador)
Reflexo no Grão-Pará: influência das ideias liberais
divulgadas pela Imprensa Paraense: JORNAL: O Paraense (Felipe
Patroni) e Sentinela Maranhense (Lavor Papagaio). A imprensa
liberal defende uma ruptura com o centro-sul
3. A ADESÃO DO GRÃO-PARÁ A
INDEPENDÊNCIA
* Feita por D. Pedro I, que recorre ao uso de tropas
mercenárias: MARANHÃO: GOLPE DA ESQUADRA,
comandado por JOHN PASQUALE GRENFELL e JAMES
INGLYS
O mesmo golpe desferido no Maranhão foi usado no Pará
para forçar a adesão
Os desdobramentos da adesão não foram favoráveis ao
Grão-Pará e a Junta Provisória de Governo recusa a apoiar D.
Pedro I

25
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

As arbitrariedades cometidas por Grenfell a uma tentativa


de líderes insurrectos de invadir o Palácio do Governo
O EPISÓDIO DO MASSACRE DO BRIG-
DILIGENTE: 246 PARAENSES MORTOS pelo
ALMIRANTE inglês John Pasquale GRENFELL, para forçar a
adesão do Grão-Pará ao processo de independência do Brasil.
4. A PARTICIPAÇÃO DO CÔNEGO
BATISTA CAMPOS:
 É a favor das ideias liberais no Grão-Pará, e torna-se
alvo de perseguições políticas. Sua morte em 31/12/1834:
considerado o estopim da cabanagem
Em 07/01/1835: OS CABANOS TOMAM A CIDADE
DE BELÉM, o Presidente da Província: BERNARDO LOBO
DE SOUZA É ASSASSINADO pelos insurrectos. Surge o 1°
Líder Cabano, o fazendeiro: FÉLIX CLEMENTE MALCHER.
Este líder negocia com a Regência uma trégua para apaziguar o
Grão-Pará, e jurar fidelidade a D. Pedro II quando ele viesse a
assumir. O 2º presidente cabano: FRANCISCO VINAGRE
mantém a mesma linha de pensamento de Malcher e também é
deposto. Assume o seringueiro EDUARDO ANGELIM, é
aprovado um Manifesto contendo propostas de Reformas de
caráter radical e popular. Não queria compactuar com a Regência,
mas assumiu uma postura autoritária.
Em 13/05/1836: Belém é ocupada pelas tropas legalistas,
com o envio pela Regência de outro governador para a Província:
Nomeação de Manoel Soares D’Andréa. As Lideranças cabanas
passam a se desentender e o movimento é fragmentado, surgindo
várias Guerrilhas. Ocorrem saques, invasões de vilas, incêndios,
assassinatos. Destacam-se as tentativas de invasão de várias vilas,
como as vilas de Gurupá, Santarém, Monte Alegre e Cametá.

26
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Ainda no ano de 1836, a Cabanagem declinou, com a


cidade de Belém caindo em poder das forças imperiais. Os
combates estenderam-se até 1840, com anistia concedida D.
Pedro II, como meio hábil para pôr fim a destruição da economia
regional e a violência que dividiu a Amazônia, com profundos
reflexos em Macapá e Regeneração (Mazagão). No dia 30 de abril
de 1841, foi restaurado como Município, com a denominação de
Mazagão.
Em 1840, com o início do Segundo Reinado, D. Pedro II
articula o processo de APAZIGUAMENTO DA PROVÍNCIA,
COM UM SALDO DE 40 MIL MORTOS
A INSEGURANÇA REINANTE DEVIDO AOS
REFLEXOS HISTÓRICOS QUE O MOVIMENTO DEIXOU
O PARÁ SÓ SE ERGUE COM O 1° CICLO DA
BORRACHA (BOOM GUMÍFERO, 1870-1912)
Os reflexos da Cabanagem no Amapá
“Contrários à Cabanagem”
(Fernando Rodrigues dos Santos)
Os governantes que a Província do Grão-Pará vinha
tendo durante o Período Regencial destacavam-se pela
incompetência administrativa e intolerância política. No
desempenho do cargo, agiam de forma despótica. Nada faziam
para melhorar as condições de vida da população, ao contrário,
contribuíam mais ainda para o agravamento da desigualdade
social, além de permitirem a opressão dos ricos proprietários de
terra contra os pobres. Enfim, ao invés de promoverem o
desenvolvimento regional e unir os amazônidas, provocavam a
instabilidade econômica e dividiam o povo.
Por causa desses abusos, eclodiu a Cabanagem na
Província, em 7 de janeiro de 1835, revolta armada constituída

27
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

basicamente de humildes habitantes ribeirinhos, que moravam em


cabanas, daí por que a denominação de Cabanos. Assassinaram
Bernardo lobo de Souza, passando a governar o cabano Félix
Clemente Malcher, que conclamou a adesão das demais cidades e
vilas do Grão-Pará.
A notícia da eclosão da Cabanagem chegou a Macapá por
intermédio do subcomandante da Fortaleza de São José, capitão
Francisco Pereira Brito, que se encontrava em Belém para
providenciar o pagamento do soldo da corporação, atrasado há
vários meses. No entanto, trouxe uma nova moeda, cunhada pelos
cabanos e conclamações aos habitantes da região, a aderirem a
insurreição. O dinheiro foi rejeitado e os apelos ignorados.
A cabanagem foi um movimento reformista e integrado
basicamente por mestiços, também não conseguiu a adesão dos
macapaenses e mazaganenses, descendentes de antigos colonos
portugueses, não miscigenados, já na época minoria, mas ainda o
grupo dominante da região. O temor pela perda dos privilégios os
levaram a formar uma frente de reação aos cabanos, com as vilas
de Gurupá, Santarém, Monte Alegre e Cametá.
Providências foram tomadas para conter o avanço cabano
na região. Em Macapá, a defesa da Vila e seus domínios foi
organizada pelo presidente da Câmara Municipal: Manoel
Antônio Picanço, pelo Juiz de Direito Manoel Gonçalves de
Azevedo e pelo Promotor Público Estevão José Picanço. Entre
os militares, os Capitães Francisco Valente Barreto e José Joaquim
Romão, esse último, comandante da Fortaleza de São José.
Em Regeneração, a reação a Cabanagem foi organizada
pelo Capitão João Ferreira Nóbrega e o Juiz de Direito Manoel
Gomes da Penha, que organizaram uma tropa de 400 homens.
As lutas entre os cabanos e as tropas imperiais
intensificavam-se. Perseguidos no Baixo Amazonas, dezenas de
insurrectos se refugiaram nas Ilhas de Santana e Vieirinha e na
28
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

localidade de Furo do Beija-Flor. O objetivo final era conquistar


a vila, mas, no dia 02 de dezembro de 1835, foram atacados por
tropas macapaenses e mazaganenses e expulsos da região.
A ameaça de uma invasão cabana a Macapá continuava.
Em razão dessa possibilidade, os macapaenses apelaram aos
cametaenses. Em 03 de janeiro de 1836, aportou na Vila de
Macapá o Comandante Romualdo Furtado de Mendonça, com
120 soldados. Veio juntar-se as tropas imperiais aqui sediadas,
nessa ocasião sob o comando do Major Francisco Siqueira
Monterroso, para rechaçar a pretensa invasão, que jamais chegou
a acontecer.
O reforço militar vindo em socorro da cidade de Macapá
demoveu os cabanos de tentarem novamente invadi-la. Os
revoltosos passaram a posicionar-se no Arquipélago do Marajó,
sendo atacados por tropas macapaenses, destacando-se meses de
confrontos, com as tropas lideradas pelo capitão Raimundo
Joaquim Pantoja, que comandando um efetivo de 100 soldados,
arrasou os redutos cabanos na foz dos rios Cajuúna e Curuçá.
Ainda no ano de 1836, a Cabanagem declinou, com a
cidade de Belém caindo em poder das forças imperiais. Contudo,
os combates estenderam-se até meados de 1840, quando a
situação voltou a normalidade, através da anistia concedida aos
insurrectos por D. Pedro II, como meio hábil para pôr fim a
destruição da economia regional e a violência que dividiu a
Amazônia, com profundos reflexos em Macapá e Regeneração
que, no dia 30 de abril de 1841, foi restaurado como Município,
com a denominação de outrora, ou seja, Mazagão.

29
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

IV - PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS


DO AMAPÁ: SÉCULOS XIX e XX

No Século XIX, a economia amazônica (e amapaense)


caracterizou-se pelo predomínio de setores produtivos, que
poderiam ser denominados como uma “economia de base
tradicional”, ou seja, integrada às formas e relações de
aproveitamento da floresta e do rio Amazonas, herança da cultura
indígena e dos demais povos tradicionais, como os quilombolas,
castanheiros, seringueiros, ribeirinhos e demais habitantes das
pequenas cidades. Em linhas gerais, podemos elencar, as seguintes
atividades econômicas:
 Indústria extrativista da borracha
 Castanha
 Madeiras
 Sementes oleaginosas
 Pecuária
 Agricultura
 Exploração de ouro (descoberto em 1893, na região do
Contestado)
 Comércio fluvial (de Regatão).
A extração da borracha concentrava-se na região sul do
território amapaense (Vale do Jari), que respondia por
aproximadamente 5% da produção da região, já que a grande
maioria dos Seringais nativos se encontravam nas Províncias do
Amazonas e Grão-Pará, do qual o Amapá foi conexo até meados
do Século XX (1943).
O sistema de Aviamento foi a forma de exploração do
trabalho predominante na Amazônia, especialmente durante o
Ciclo da Borracha (1870-1912), e também ocorria em diversas

30
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

atividades, como a coleta da castanha, do açaí, palmito, extração


da madeira, pesca do camarão e muitas outras, onde predominava
a exploração clássica do capital sobre o trabalho.
Este sistema implicava numa rede de fornecimentos que
começava com os bancos estrangeiros financiadores, os quais
créditos às casas exportadoras e aos seringalistas. Estes últimos
controlavam e mantinham funcionando áreas de exploração de
borracha nativa, em cujo centro se localizava o barracão, que
centralizava dois tipos de transações: “aviava” para o seringueiro
os instrumentos de trabalho (tijelinhas, facões e outros) para a
extração do látex, além de alimentos, remédios, armas e munições.
Em contrapartida, era o comprador exclusivo da produção de
centenas de seringueiros que operavam com aquele “aviador”.
Como ele era o comprador exclusivo, o preço que fixava para
adquirir as bolas de borracha era muito baixo. Em compensação,
os preços dos produtos que “aviava” ao seringueiro traziam
embutidos lucros exorbitantes e, do encontro das contas entre os
produtos fornecidos e a produção de látex comprada, pouco ou
nada restava nas mãos do seringueiro, que se via desta forma,
totalmente prisioneiro do sistema. Aliás, quando o nordestino
chegava à Amazônia, estava devendo de três a cinco anos, pois o
preço da passagem e da moradia lhe era antecipado, mas depois
descontado.
Essa divisão social do trabalho, polarizada nos extremos
de uma estrutura onde se encontravam milhares de trabalhadores
diretos de um lado, e de outro, empresários, exportadores, casas
aviadoras e bancos estrangeiros (Loureiro, 2002).

31
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

SÉCULO XX: OS GRANDES PROJETOS NA


AMAZÔNIA
O PROJETO ICOMI:
O interesse pelo manganês, no Amapá, teve início quando
em 1943 o caboclo Mário Cruz encontrou um minério escuro e
pesado, que fez chegar às mãos do Governador Janary Nunes. O
geólogo alemão Ackerman, residente no Brasil, reconheceu ser
manganês em alto grau de concentração, ou seja, a pedra tinha o
teor de 55%. Assim, estavam descobertas as jazidas de manganês
de Serra do Navio. Entretanto, pesquisadores como Daniel
Chaves Brito (UFPA) ressaltam já existir prospecção mineral no
Amapá nos fins dos anos 1930 e início dos anos 1940.
Em 13.09.1943 foi criado o TFA. Em 1944, Janary Nunes
tomou posse (23.01.1944) e implantou o território, incentivando
a procura pelo manganês, quando na verdade atuava como agente
público encarregado das negociações contratuais relacionadas ao
projeto de exploração das jazidas manganíferas.
O Presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), sucessor
de Vargas, baixou um decreto, declarando ser a reserva um bem
nacional e autorizando que se abrisse uma concorrência pública
para a exploração das minas. Ganhou uma empresa denominada
ICOMI – Indústria e Comércio de Minérios , que se associou a
uma empresa norte-americana, a Bethlehem Steel Corporation.
Três artigos definiram os rumos da exploração mineral:
Artigo 1º – Constitui reserva nacional as jazidas de
minério de manganês existentes no Território Federal do Amapá.
Artigo 4º– O aproveitamento das jazidas poderá ser, se
assim entender o governo federal, contrato com entidades
particulares ou de economia mista.
Artigo 5º – Fica assegurado ao Território Federal do
Amapá participação direta nos proventos manganíferos, com
32
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

aproveitamento das jazidas de que trata o presente decreto-lei.


(DECRETO-LEI nº 9.858. 13/set. /1946).
Em 6 de dezembro de 1947 o contrato foi celebrado,
contudo, a ICOMI alegou dificuldade e solicitou autorização para
associar-se à empresa norte americana Betlehem Steel e contrair
empréstimos.
Em 1950 o contrato foi revisto e as solicitações foram
autorizadas.
O contrato previa:
Investimentos na construção de uma ferrovia com a
extensão de 193 Km, porém foram construídos 206 Km;
Exclusividade absoluta dos associados sobre quaisquer
jazidas que porventura fossem descobertas;
Arrendamento da exploração pelos concessionários por
50 anos (1953-2003).
OBS: Na associação, a ICOMI (mais tarde integrante do
grupo CAEMI) teria 51% das ações e a B. Steel teria 49%. O
empréstimo autorizado no valor de 35 milhões de dólares,
contudo, o valor concedido foi de 60 milhões de dólares, pelo
EXIM BANK (de Washington).
Em 1953 o projeto teve início e incluiu entre suas obras:
A construção de 2 vilas com toda a estrutura de uma
cidade (casas, hospitais, escolas, clubes, refeitórios etc.);
Ampliação da usina de Coaracy Nunes (Paredão) para
fornecer a energia elétrica necessária ao funcionamento das
máquinas e das vilas residenciais;
Construção da ferrovia de 206 Km, ligando a área de
exploração do manganês em Serra do Navio até o Porto de
Santana.

33
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

O contrato firmado com a empresa ICOMI evidenciou-


se profundamente perverso com as necessidades sociais do país,
além de representar verdadeira afronta à soberania brasileira, na
medida em que os interesses na nação foram submetidos aos da
empresa Bethelehem Steel, uma organização estrangeira
interessada apenas na acumulação da riqueza.
O documento passou a constituir uma peça documental
insidiosa na história político-administrativa do país, por causa da
postura antinacionalista e entreguista dos dirigentes da época.
Tudo leva a crer que o contrato foi elaborado de forma unilateral
pelas empresas ICOMI e Bethelehem Steel, uma vez que trazia
inúmeras desvantagens aos interesses do Brasil.
A cláusula referente ao abastecimento da indústria
nacional é um pequeno exemplo da condição marginal a que o
país foi submetido, visto ser ali definido que o abastecimento do
mercado nacional só poderia ser efetivado se os pedidos de
minério de manganês fossem submetidos ao grupo CAEMI “[…]
com a devida antecedência e respeitados os compromissos
contratuais com terceiros e os dispostos na cláusula 31ª”
(CUNHA, 1962).
1957: ocorreu o primeiro embarque de manganês em
Santana com a presença do Presidente Juscelino Kubitscheck;
Nos anos de 1950, 60 e 70 ocorreu o auge do projeto em
face dos altos preços do manganês no mercado mundial, devido
ao ápice da Guerra Fria (1947-1991);
Em 1984 a B. Steel saiu do projeto, alegando dificuldades.
Na realidade, os EUA já possuíam enormes reservas;
Em 1997 a ICOMI anunciou seu desmonte, provocando
enorme surpresa e alegando ter encerrado o período de concessão
(1947– 1997);

34
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

O Amapá ainda discute as polêmicas geradas pós-projeto:


ambientais, sociais, econômicas, patrimoniais.
Segundo Valverde (2002), o país e o Território do Amapá
pouco se beneficiaram com a concessão da exploração daquela
que constituía, na década de 50, uma das maiores e mais puras
reservas de manganês do mundo. Afora algumas centenas de
empregos gerados, poucos foram os benefícios.
Desde 1957, o Brasil passou a contribuir com quase 8%
da produção mundial. Beneficiaram-se os Estados Unidos,
detentores do capital básico da empresa, porque adquiriram a
produção da mina a preço simbólico, e assim enfrentaram -sem
vantagens para o Brasil-, a Rússia, maior produtor mundial.
Atualmente, a mina se encontra em processo de abandono e as
instalações, em franca deterioração.
O PROJETO JARI (1967)
O desenvolvimento e a ocupação recente da Amazônia,
após 1960, foram justificados mediante o discurso
integracionista, ou seja, a integração da Amazônia ao capitalismo
e à sociedade nacional, com a necessidade de abertura dos
mercados consumidores para os produtos industrializados do
centro-sul do país; a necessidade de expandir os mercados de
trabalho, de forma a poder empregar os excedentes de
trabalhadores desempregados no nordeste; a necessidade de
aproveitar o potencial mineral, madeireiro e pesqueiro da
Amazônia com vistas a exportação, tendo o capital internacional
como suporte; a procura de novas terras por investidores do sul,
para preservarem seus capitais da elevada inflação que assolava o
país; além dos motivos de “segurança nacional”, devido a pressão
das organizações camponesas e dos movimentos sociais do
campo, como as Ligas Camponesas, fundadas em 1962 em
Pernambuco, que lutavam pela Reforma Agrária, sob suspeita de
fomento à guerrilha rural. Assim, os setores militares exigiam a
35
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

ocupação da Amazônia pelo capital, antes que os setores


populares o fizessem (Valverde, 2002).
Um importante aspecto desses projetos é aquele relativo
aos elevados níveis de acumulação dos capitais investidos, o que
ocorre face às inúmeras vantagens que o Estado brasileiro
ofereceu ao capital que se instalara para explorar determinadas
atividades na região. Outro aspecto importante é de que os
investimentos se apoiaram numa elevada exploração de capitais e
terras, e geração de emprego muito baixa em relação ao retorno
dos capitais aplicados, onde a terra, nas décadas de 60 e 70,
assumiu o caráter de mercadoria e de reserva de valor para a venda
futura, aprofundando a formação de latifúndios e fontes seguras
para o grande investimento externo.
Neste contexto, em março de 1967: Daniel Keith Von
Ludwig instala-se na Região do Jari, adquirindo uma gleba
conhecida como “19 castanhais nativos”. A área pertencera dos
anos 1890 a 1940 ao Coronel José Júlio de Andrade. Em 1948 as
mesmas foram vendidas a empresários portugueses, que
mantiveram, até 1966, as atividades tradicionalmente
desenvolvidas, como o extrativismo da castanha, através do
sistema de Aviamento.
Em 1969, o Projeto foi aprovado pela SUDAM, sendo
beneficiado pela política dos Governos Militares para a Amazônia,
onde as empresas eram isentas em 100 % do recolhimento do
imposto de renda, permitindo que esses recursos fossem
investidos na instalação de novas empresas e projetos na região.
No caso de Daniel Ludwig, propagandeava-se a
construção de um império sustentável na Amazônia, ligado a
atividades voltadas para o cultivo da celulose, ao setor
agropecuário e mineral (arroz, gado, celulose, caulim, minérios,
etc.)

36
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Durante 05 anos as instalações são construídas: casas,


porto, e toda a infraestrutura para o funcionamento do projeto,
por empreiteiras que desobedeceram a Legislação trabalhista,
gerando muitos impactos socioeconômicos, como o subemprego
e a favelização.
Segundo muitos historiadores, tais projetos,
aparentemente voltados para o desenvolvimento, adequaram a
economia regional à economia de mercado, que na prática,
geraram evasão de divisas para o país, gerando riqueza a setores
privados, independentemente do que viesse a acontecer com as
populações locais, sob a alegação do discurso do “vazio
demográfico” e do atraso histórico da região.
Dificuldades do projeto:
Entre as dificuldades do projeto, ressalta-se que o
Plantation da Gmelina Arbórea, (matéria-prima importada da
América Central, e utilizada na produção da celulose), foi
prejudicado, pois as mudas trazidas do Panamá não se adaptaram
a região, inclusive com a proliferação de fungos, que
comprometiam a produtividade das espécies introduzidas no eixo
florestal do mesmo.
Diante de tais embaraços, a Jari passou a comprar Pinus
fornecido pela empresa AMCEL (Amapá Celulose), pertencente
ao Grupo CAEMI/ICOMI. O que elevou os custos de produção.
Além destes, a matriz energética do projeto, alimentada por
geradores, tinha gastos exorbitantes com energia, combustíveis e
demais insumos, onerando ainda mais o custeio e a logística das
operações.
Outro aspecto notório foram os embargos de natureza
política, quando da não autorização pelos Governos Geisel (1974-
79) e Figueiredo (1979-85) para a construção da Hidrelétrica de
Santo Antônio no Rio Jari. Tal fato estaria relacionado às

37
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

denúncias na imprensa e no meio acadêmico, fruto da investigação


do Jornalista Lúcio Flavio Pinto, que chamara a atenção do
mundo para a degradação ambiental, contrabando de ouro, pedras
preciosas e material radioativo, supostamente praticados pelos
agentes da empresa, em flagrante violação da soberania nacional.
Na década de 1990, Ludwig é obrigado a abrir o capital
da Empresa, com a venda de parte do Projeto (em 1982) para o
Grupo CAEMI. No ano 1991, o Grupo Paulista ORSA, adquire
participação no controle do projeto, que ainda está em atividade
na região.
*Referência Bibliográfica: MARQUES, Carlos Alberto
Viana. História do Amapá, UNIFAP & Curso Equipe Macapá,
2015.

V - A CRIAÇÃO DO TERRITÓRIO
FEDERAL DO AMAPÁ

I – ANTECEDENTES:
 1904 – criação do T. F. do Acre – comprado da Bolívia
pelo Tratado de Petrópolis.
 1940 – DIRCURSO DO RIO AMAZONAS: Vargas
afirmou a necessidade de redivisão territorial da Amazônia.
 1942– os habitantes de Macapá, Mazagão e Montenegro
pleiteavam a criação de um Território.
 1942 – criação do Território Federal de Fernando de
Noronha.
 1943 – foi criado o Território Federal do Amapá –
Decreto: 5812 de 13 de setembro de 1943.
O decreto também criou os Territórios de Guaporé (RO),
Rio Branco (RR), Ponta Porã e Iguaçu.
38
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

II – CONTEXTO NACIONAL:
DITADURA DO ESTADO NOVO (1937-1945)
III – JUSTIFICATIVAS:
Constitucional: A Constituição de 1937 previa a criação
de Territórios Federais cujas áreas seriam desmembradas dos
Estados que não pudessem garantir o seu desenvolvimento.
T. F. AMAPÁ – desmembrado do Estado do Pará.
T. F. GUAPORÉ – desmembrado do Mato Grosso.
T. F. de RORAIMA – desmembrado do Amazonas.
T. F. de PONTA PORÃ – desmembrado do Mato
Grosso.
T. F. do IGUAÇU – desmembrado do Paraná.
Ideológicas:
A DOUTRINA DA SEGURANÇA NACIONAL
(DSN):
O governo Vargas defendia a necessidade de defender as
regiões de fronteira de possíveis ataques do EIXO
(ALEMANHA, ITÁLIA e JAPÃO) durante a Segunda Guerra
Mundial.
O Amapá destacava-se em função da existência de uma
base aérea e militar construída pelos Estados Unidos em 1942.
A DOUTRINA DA INTEGRAÇÃO NACIONAL
(DIN):
Vargas afirmava que essas áreas necessitavam ser
integradas ao contexto nacional. Esta integração seria econômica,
social, administrativa e cultural.

39
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

A IMPLANTAÇÃO DO TERRITÓRIO
FEDERAL DO AMAPÁ
O GOVERNO DE JANARY GENTIL
NUNES (1944-1956)
Histórico:
Nascido em Alenquer (PA) em 01.06.1912. Sua relação
com o Amapá teve início em 1940, como Primeiro-Tenente do
Exército, servindo no Pelotão de Clevelândia no Oiapoque,
ocupando o comando desta unidade militar.
Nomeado pelo Presidente Vargas em 27 de dezembro de
1943 para o cargo de Governador do T. F. do Amapá, retorna à
região como Capitão do Exército para exercer um governo de 12
anos.
Em 25 de janeiro de 1944 ocorre a implantação efetiva da
administração territorial, quando o governador do Pará entrega os
bens patrimoniais existentes na região ao Governador recém -
empossado.
O Governador e sua comitiva chegam a Macapá e
estabelecem a sede do governo nesta cidade, embora a Capital
escolhida fosse o Município de Amapá, de acordo com o Decreto
de Criação do Território. A transferência da capital do Território
para Macapá – na margem esquerda do rio Amazonas foi
justificada por razões estratégicas, em face da distância das áreas
de fronteira com outros países, argumento apresentado ao
Ministério da Justiça ao qual o Território era subordinado. Na sua
exposição de motivos, Janary alegou que o município de Amapá,
além dos aspectos geográficos, não possuía as mínimas condições
estruturais para funcionar como a capital do Território Federal do
Amapá, conforme as determinações do Decreto de Criação

40
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

(5812), desta forma, Janary consegue a transferência da sede


administrativa para Macapá.
A área ocupada do Território do Amapá era constituída
por vilas e lugarejos. A população de Macapá era de
aproximadamente duas mil pessoas. A ocupação da maioria da
população da região era o desenvolvimento de atividades do setor
primário – indústria extrativista da borracha, da castanha, do pau
rosa, das madeiras e das sementes oleaginosas. Além da extração
de ouro, criação de gado e a produção agrícola, com uma
economia instável, oscilando de acordo com as flutuações de
preço e desenvolvimento das outras regiões.
Como características de governo, a administração
janarista é considera por muitos historiadores como uma de
caráter ambíguo ou híbrido, por apresentar um estilo mesclado de
Autoritarismo e Populismo.
Os relatórios de Governo e os registros históricos
atribuem a administração de Janary Nunes as seguintes
realizações:
1. Obras:
 A construção de casas funcionais – para servidores,
funcionários e diretores.
 A Escola Barão do Rio Branco
 O Ginásio de Macapá (atual Escola Antônio Pontes)
 A Escola de Prendas Domésticas (Ir. Santina Rioli)
 Instituto de Educação do Território do Amapá (IETA)
 A Escola de Iniciação Agrícola
 A Escola Técnica de Comércio
 O Hospital Geral de Macapá

41
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 Setor Econômico:
 A criação da Colônia Agrícola do Matapi
 O início das obras da BR – 156
 A instalação do Projeto Icomi
2. Ações Administrativas e Socioculturais:
A Reforma Urbanística de Macapá: com o
remanejamento das populações negras da área central da cidade e
transferência das mesmas para loteamentos dos quais originaram-
se os Bairros do Laguinho e o atual Bairro Santa Rita (antiga
Favela).
Integrou os amapaenses ao serviço público, conforme o
estilo paternalista e assistencialista que caracterizou seu governo.
Para o Prof. Carlos Alberto Viana Marques (UNIFAP), “tais
medidas tiveram caráter racista, pois a retirada das famílias incidia
somente sobre os negros, e aos amapaenses foram reservadas no
serviço público somente as funções de menor prestígio. ”
A fundação do Jornal do Amapá.
A fundação da Rádio Difusora.
Em 1956, Janary Nunes deixou o governo do Território
Federal do Amapá para assumir o cargo de Presidente da
Petrobrás, sendo nomeado pelo Presidente Juscelino Kubitschek.

42
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

5.1 – GOVERNADORES DO TERRITÓRIO


(1962 a 1985)

Ten. Cel. TERÊNCIO FURTADO


MENDONÇA PORTO:
Período: 26 de novembro de 1962 a 12 de abril de 1964
 Último governador antes do Golpe de 1964 a
administrar o Território
 Adotou práticas populistas, marcadas por
irregularidades administrativas. Ocorriam atrasos no pagamento
dos servidores e o abastecimento de produtos básicos foi
comprometido, gerando escassez.
 1963 – incluiu em seu programa de governo o projeto
de construção da Rodovia BR-156, cuja função estratégica era a
ocupação e apropriação de áreas territoriais desprovidas de
infraestrutura e programas de desenvolvimento, principalmente
nas regiões limítrofes como a região do Oiapoque.
 1964 – acusado de desvio de recursos públicos e má
gestão foi substituído pelos militares.
1º - LUÍS MENDES DA SILVA
 12 de abril de 1964 a 10 de abril de 1967
 Empossado por Castelo Branco, foi considerado um
dos mais repressores e autoritários.
 Promoveu uma devassa no serviço público criando a
CIS (Comissão de investigação Sumária).
 Deu continuidade às obras da Hidrelétrica do Paredão,
criou o IRDA e a Companhia Progresso do Amapá (COPRAM).
 Disputou influência junto ao núcleo central do poder,
rivalizando-se com o deputado Janary Nunes. “assume o poder

43
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

por ser homem de confiança do Presidente Castelo Branco. Seu


Comportamento é como de seus antecessores: subserviência ao
poder central; importação da equipe de trabalho e o consequente
desprezo as lideranças nativas. ” - SANTOS, Dorival da Costa
Dos. “O Regime Ditatorial no Amapá: Terror, Resistência e
subordinação 1964-1974. Dissertação (Mestrado em História
Social do Trabalho). Campinas: IFCH/UNICAMP,2001.
2 º - IVANHOÉ GONÇALVES MARTINS
(abril de 1967 a 1972).
Nomeado por Costa e Silva, foi o último do Exército a
governar o território
Mais culto e articulado que seu antecessor, Ivanhoé,
procurando priorizar os aspectos ideológicos em relação ao
repressivo, privilegiando o simbolismo patriótico, o
convencimento em vez da força (Santos: 2001).
Empenhou-se em um governo tipicamente
desenvolvimentista, realizando diversas obras de infra - estrutura
e na firme disposição de solapar a hegemonia política de Janary
Nunes.
Jornais de oposição: O Jornal Voz Católica e a Folha do
Povo não eram opositores ao regime ditatorial, mas ao governo
local”.
O Colégio Amapaense era um lugar de resistência.
Segundo Dorival Santos, no Governo Ivanhoé, as
manifestações artísticas e públicas eram permitidas, desde que não
manifestassem indícios de autonomia e crítica à ordem vigente.
Exemplo: Os Festivais de Música e o Rádio.
Organização do Clã Liberal do Laguinho:
No âmbito clerical: os órgãos de imprensa (na Rádio
Educadora e no Jornal Voz Católica).

44
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

O Partido Comunista Brasileiro- PCB, foi talvez o único


elemento bem organizado de resistência no Amapá.
Obras: O Palácio do Setentrião, rede de abastecimento de
água, a Pediatria, ginásio Paulo Conrado e pavimentação da
rodovia Macapá- Santana.
 1968-instalação do Projeto Jarí e a instalação da Lei
Orgânica dos Territórios.
3º - JOSÉ LISBOA FREIRE
(novembro de 1972 a abril de 1974)
 1972-os militares passaram a considerar a Costa
Setentrional como área de segurança e de interesse nacional,
reforçando-se a presença militar nos Territórios Federais da
Amazônia.
A Lei Nº 411 considera que o Amapá, enquanto território
banhado pelo mar deveria ser governado por oficiais da Marinha.
O General Médici nomeia o comandante José Lisboa
Freire, com experiência administrativa no setor de obras públicas
do governo militar, membro da equipe responsável pela obra da
BR – 156.
Sua gestão foi marcada pelo clientelismo, priorizando a
elite amapaense para os cargos da burocracia estatal, sofreu
oposição da bancada arenista no congresso, representada pela
figura do professor Antônio Cordeiro Pontes, que pressionava o
governo a substituir o governador em questão.
4º - ARTHUR AZEVEDO HENNING
(abril de 1974 a março de 1979)
 Nomeado por Ernesto Geisel por sua experiência
anterior no cargo de diretor da Divisão de obras e Projetos da
Secretaria de Obras Públicas, presidiu a Comissão de Licitação e
foi membro do Conselho Territorial do Amapá.
45
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 1974 – foi instalado o programa de Polos agropecuários


e agro minerais da Amazônia (POLAMAZONIA), com
investimentos federais em colonização, infraestrutura e
urbanização.
 1976 – instalação do Projeto AMCEL em Porto Grande
e da Eletronorte.
 1978 – a bancada dos territórios é ampliada para dois
parlamentares (Antônio Pontes- MDB e Paulo Guerra- ARENA).
 1979 – redução dos investimentos federais devido à crise
mundial.
5º- ANÍBAL BARCELLOS
(15 de março de 1979 a 30 de março de 1985)
 Último governador militar do Território e primeiro
governador do Estado.
 Ex-membro da Empresa de Obras Pública do Rio de
Janeiro, e Conselho de Administração da Eletrobrás.
 Nomeado por Figueiredo por intermédio de Mário
Andreazza, do Ministério do Interior (MINTER), que garantia os
repasses ao Amapá.
 Segundo o Prof. Carlos Alberto (UNIFAP) seu
governo foi marcado pelo autoritarismo, paternalismo,
assistencialismo e empreguismo.
 Retomou o projeto de transformação território-Estado
e implementou ações administrativas, construiu o complexo
administrativo (Secretarias) e reservou espaços para a posterior
edificação de órgãos como o TCE, a Assembleia Legislativa e o
Tribunal de Justiça.
 Investiu no setor agropecuário, construção civil e
infraestrutura, criou o Polo Industrial em Santana e manteve o
secretariado do governo Henning (exceto finanças e agricultura).
46
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 Centralizou a administração e o orçamento e ampliou


suas bases políticas no interior através de visitas e apoio às
lideranças locais.
 Adotou práticas assistencialistas e distributivas, o que
reforça o paternalismo e o reforço do poder público.
 1979 – eleições para as câmaras municipais do território.
 1980 – frentes de obras em todos os municípios
 1982 – a representação do Amapá no Congresso é
ampliada para quatro representantes.
 1985 – foi exonerado e entregou o cargo em julho, após
seis meses do fim do governo militar. Foi substituído por Jorge
Nova da Costa
 1986 – eleito deputado constituinte
 1990–elegeu-se com 70% dos votos para governador
do Estado, derrotando Gilson Rocha (PT), governando até 1994.
JORGE NOVA DA COSTA(16/07/85 - 25/05/90)
 Último governador do TFA e primeiro governador do
Estado (*observe que se trata de um Governo de Transição)
 Defendeu o projeto de criação do Estado
Realizações:
Plano Integrado de Desenvolvimento do Amapá
Elaboração do projeto de criação do Banco do Estado do
Amapá
 1987– Criação dos Municípios de Santana,
Tartarugalzinho, Ferreira Gomes e Laranjal do Jari
 1985 – O Presidente José Sarney determina que o
Congresso Nacional a ser eleito teria a função de Assembleia
Constituinte.

47
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 1986 – O ex-governador Aníbal Barcellos destacou-se


como o deputado constituinte mais votado.
RAZÕES DA CRIAÇÃO DO ESTADO:
A crise econômica que a Nova República herdara do
Regime Militar (déficit econômico e recessão)
O interesse da União em livrar-se das despesas geradas
pelos Territórios
A adesão das elites locais ao projeto de criação do Estado
visando a ocupação dos cargos, órgãos e poderes estaduais.
 1988-Promulgação da Constituição Federal (05.10.88)
que transformou o Amapá em Estado.
Extinção do TF de Fernando de Noronha e criação dos
Estados de Tocantins e Roraima.
A Constituição determinava que a implantação do Estado
se efetivaria somente com a eleição e posse do Governador em
1990 (Parágrafo 1º)
O Presidente da República deveria encaminhar para a
apreciação do Senado Federal, no prazo de 45 dias após a
Promulgação da Constituição, o nome do Governador do Estado
para exercer o Poder Executivo até a implantação, concluída com
a posse do Governador eleito (Parágrafo 2º).
O Ex-Território Federal do Amapá, enquanto não fosse
concretizada a transformação em Estado, deveria ser beneficiado
com a transferência de recursos do Tesouro Nacional (conforme
o disposto nos termos dos Artigos 34 e 159, inciso I do ato de
criação).
 1989 – Eleição do Presidente Fernando Collor de Melo
para a Presidência da República.

48
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 1990-Após a sua posse, ocorre a exoneração do


Governador Jorge Nova da Costa em abril deste ano.
Nova da Costa recorreu ao STF para permanecer no
governo do Amapá até a eleição e posse do primeiro governador
pelo voto direto.
Assume temporariamente o Ten. Cel. Dolly Mendes
Boucinhas, que governou o Estado por dois meses.
GILTON PINTO GARCIA (1990-91)
Último governador nomeado do Estado do Amapá.
Seu mandato foi marcado pela realização da primeira
eleição direta para Governador, que resultou na escolha de Aníbal
Barcellos, que disputou a eleição com os candidatos Gilson Rocha
e Papaléo Paes.

5.2 – O AMAPÁ – ESTADO:


ANNÍBAL BARCELLOS (15/03/1991-31/12/1994)

Implantação dos poderes Legislativo (Assembleia


Legislativa) e Judiciário (Tribunal de Justiça, Ministério Público e
Tribunal de Contas).
 1991-Promulgação da Constituição do Estado do
Amapá.
 Governou com o apoio da maioria dos parlamentares
estaduais, federais e senadores
 1992 – criação dos Municípios de Serra do Navio, Pedra
Branca e Cutias.
 1994 – Realização da segunda eleição para governador,
com a vitória de João Alberto Capiberibe.

49
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 Nas eleições de outubro de 1990, com exceção dos


deputados Eraldo Trindade, Sérgio Barcellos, Fátima Pelaes,
Murilo Pinheiro (todos do PFL) e Valdenor Guedes (PTB) e,
os demais eleitos eram de oposição, a saber:
 Gilvan Borges (PRN), Aroldo Góes (PDT) e Lourival
Freitas (PT), e os Senadores Henrique Almeida (PFL) José Sarney
(PMDB) e Jonas Pinheiro (PTB).
 O deputado A. Barcellos, concorreu ao governo do
Estado, conseguindo eleger-se, derrotando, no segundo turno,
uma coligação de esquerda, liderada pelo candidato do Partido dos
Trabalhadores, o médico Gilson Rocha, na época vereador pelo
município de Macapá.
 Os deputados estaduais eleitos foram num total de 24,
dos quais 18 elegeram-se, sobremodo, com o apoio político de
Anníbal Barcellos.
 Sendo maioria, elaboraram uma Constituição Estadual,
seguindo as orientações políticas do governo, a qual foi
promulgada em 20 de dezembro de 1991.
GOVERNADORES PÓS-1988 (RESUMO)
1990/1991 – JOSÉ GILTON PINTO GARCIA
(GOVERNOU DE 25/05/1990 A 15/03/1991)
1991/1994 – ANNÍBAL BARCELLOS (GOVERNOU
DE 15/03/ 1991 A 31/12/1994)
1995/1998 – JOÃO ALBERTO CAPIBERIBE (1º
MANDATO: 01/01/ 1995 A 31/12/1998)
1999/2002 – SEGUNDO MANDATO (01/01/ 1999
A 05/04/2002)
2002/2002 – MARIA DALVA DE SOUSA
FIGUEIREDO (05/04/2002 A 31/12/2002)

50
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

2003/2006 – ANTÔNIO WALDEZ GÓES


(01/01/2003 A 31/12/2006)
2007/2010 – SEGUNDO MANDATO (01/01/2007 A
04/04/2010)
2010/2010 – PEDRO PAULO DIAS DE
CARVALHO (05/04/2010 A 31/12/2010)
2010/2014 – CAMILO GÓES CAPIBERIBE
(01/01/2011 A 31/12/2014)
2015/2018 – ANTÔNIO WALDEZ GÓES
(01/01/2015 A 31/12/2018)
FONTE DE PESQUISA: PINTO, Manoel de Jesus de Sousa.
Conhecendo o Amapá. Ed. Cultural Brasil LTDA, Belém - PA - 2016

VI – MANIFESTAÇÕES POPULARES E
SINCRETISMO CULTURAL

O Marabaixo e o Batuque são resultados da influência que


a Cultura Negra exerceu sobre Macapá. São as duas mais
importantes manifestações da nossa identidade.
I – Marabaixo:
Origem: seu ponto de origem é a África pagã, fundindo-
se com os valores religiosos cristãos, típicos do Sincretismo. Tem-
se o conhecimento que o Marabaixo já manifestava-se numa
magnífica dança-saudade afro-brasileira no Curiaú, Macapá e
Mazagão. De forma geral, a origem dessas manifestações está na
resistência negra á imposição da cultura branca.
“Um dia, apesar da extrema frieza do dono da terra, com
as burras abarrotadas de dinheiro e os vastos campos cobertos de
lavoura, produto do sangue e lágrimas do volume de força daquela
sociedade marginal, foi–se afrouxando as amarras da intolerância

51
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

e consentindo periodicamente que o elemento servil


comemorasse os dias sagrados de sua religião. Foi quando se abriu
uma clareira na noite medieval da servidão e a poesia começou a
brotar nos cânticos negreiros. Traz a nostalgia da terra distante,
com o místico das crendices populares”.
Significado: Não é muito bem esclarecido, certamente
lembra a travessia que os negros fizeram a bordo dos navios
negreiros, seria originário do termo: “Mar acima, Mar abaixo”.
Local: É dançado em Macapá, Mazagão, Curiaú, Igarapé
do Lago e Maruanum.
Santos: São homenageados o Divino Espírito Santo e a
Santíssima Trindade, Santa Maria, São Bartolomeu, Santo
Antônio, Santa Luzia e Nossa Senhora da Conceição.
Festas Religiosas: Referem-se a devoção aos santos
homenageados, compostas por Missas e Ladainhas. O Marabaixo
se realiza de acordo com o calendário Litúrgico da Igreja Católica,
dependendo, portanto, das comemorações da Semana Santa,
iniciando a partir do Domingo do Senhor (Páscoa).
Parte Profana: composta pelas danças, festas, músicas e o
consumo da gengibirra, que serve de estímulo para a dança.
Importante destacar-se o mastro e a murta, simbologias ligadas a
espiritualidade, purificação e simbologias de reminiscência pagã.
Músicas: as músicas entoadas pelo Marabaixo podem ser
lentas e melancólicas, como podem conter também alegria e sátira.
Seus versos, conhecidos como Ladrão, falam de situações reais.
As músicas quando cantadas em sequencia, são músicas
tradicionais, adaptadas a fatos diários, como o que diz: “A
Avenida Getúlio Vargas, tá ficando que é um primô/ Essas casas
foram feitas, / pra morar só os doutô”.
A atual presença do Marabaixo no Laguinho e na Favela
(atual Santa Rita e parte do Centro) remonta os anos de 1940 e

52
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

1950, quando as populações negras foram remanejadas da atual


Área Comercial, durante a Urbanização de Macapá, sendo
transferidas para os loteamentos criados nestes novos bairros,
durante a administração de Janary Gentil Nunes (1944 – 1956).
Naquele tempo, algumas figuras que mais se destacaram,
foram o Mestre Julião Ramos (Laguinho) e D. Gertrudes
Saturnino (Favela).
II – O BATUQUE:
Origem: é uma manifestação de origem Africana, que
expressa a origem dos habitantes do Curiaú. É uma das mais
expressivas manifestações da Africanidade dessas populações
remanescentes de Quilombos em Macapá.
Local: o Batuque acontece nessa localidade, que embora
tenha origem em uma Sesmaria em que os negros foram
alforriados pelo seu proprietário, tornou-se uma comunidade que
passou a abrigar negros fugitivos de Macapá, que trabalhavam na
construção da Fortaleza de São José (segunda metade do Séc.
XVIII) e escapavam dos maus tratos a que eram submetidos pelos
portugueses. Devido a distancia que possuem entre si, separam-se
dois núcleos populacionais da Comunidade, o Curiaú de dentro e
o Curiaú de fora. Ambas tem sua economia baseada na agricultura
de subsistência. Apesar dessas características tradicionais, a Vila
não é como se pensa, uma comunidade primitiva, mas sim um
lugar politicamente organizado, onde seus moradores são
profundamente devotos de várias entidades católicas, as quais
festejam com fé e veneração.
Festas Religiosas: no Curiaú de dentro festeja-se São
Sebastião (20 de janeiro) e Santo Antônio (Setembro). No Curiaú
de fora, festeja-se Santa Maria em maio, quando é dançado o
Marabaixo, São Tomé em dezembro e São Joaquim, o Padroeiro
das duas Comunidades, em agosto.

53
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

No dia 09 de agosto, inicia-se as Festividades de São


Joaquim, onde os rezadores e os músicos convocam os devotos a
irem para a Igreja, rezar a Ladainha.
Festas Profanas: após a ladainha, começa a folia. Nessa
ocasião, todos os devotos devem obediência ao Mestre-Sala
(anfitrião). Se este considerar que algum devoto apresentou
alguma atitude de mau comportamento, não cumpriu com suas
obrigações religiosas, no dia que comparecer a folia, deverá pagar
uma “prenda” (rezar ajoelhado e coberto com uma bandeira do
Santo).
Santos Homenageados: São Sebastião, Santo Antônio,
Santa Maria, São Tomé e São Joaquim.
As Músicas: sobre o som do Batuque, dançam os homens,
mulheres e crianças, que após a ladainha participam da folia. O
ritmo é acompanhado por tambores rústicos e seculares,
denominados “macacos”, confeccionados do tronco de uma
árvore – macacueiro, e couro de animais.
BATUQUE DO IGARAPÉ DO LAGO:
Origem: Africana, e aqui reproduzido e preservado por
um povo mestiço, humilde e devoto.
Local: Vila de Igarapé do Lago, situado a 85 Km de
Macapá, com uma população aproximada de 500 habitantes.
Festas Religiosas: o estandarte branco contendo a imagem
de Nossa Sra. da Piedade desenhada em azul, é levado em
procissão por um morador, escolhido entre os mais antigos. Seu
mastro é enfeitado de plantas e fitas e segue fazendo evoluções,
seguido de uma cruz branca de dois metros de altura que
representa a fé em Cristo e Maria. A Novena inicia-se às 21 horas
do dia 24 de junho e prossegue até o dia 28. No dia seguinte a
imagem da Santa (N. Sra. da Piedade) é levada a comunidade de
Jarubá, acompanhada por foliões, dando início a peregrinação. No
54
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

dia 30 a peregrinação prossegue e há um pernoite em um local


denominado Camaleão.
Música: o primeiro canto da festa é feito em homenagem
a Nossa Sra. da Piedade, entoado pelo Mantenedor, depois
prestam homenagem aos moradores mais antigos da localidade.
Muitas músicas são antigas e outras tiradas de improviso
(Bandaias), tendo como base os fatos ocorridos no cotidiano da
comunidade.
Festas Profanas: no dia 24 de junho começa uma alvorada
festiva às 5 horas da madrugada, seguindo o corte do Mastro, o
assentamento deste à tarde e o primeiro ato é iniciado às 21 horas.
O Batuque é o ponto principal da festa, o aspecto profano
tem uma estrutura significativa. O morador mais antigo é
chamado de Mantenedor, ou seja, o mestre da disciplina, o folião
que comanda o grupo e o cantador oficial. Ele estabelece prenda
aos que não cumprirem com algumas obrigações para com Nossa
Senhora da Piedade.

6.1 – PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO AMAPÁ

A história e a cultura material de uma determinada


sociedade podem ser reconstruídas a partir de seus enunciados
estéticos e arquitetônicos, tomando-se como exemplo a história
de uma cidade e suas inúmeras formas de transmissão, como os
seus costumes, crenças, cultura, e artes, dentre as quais suas
construções e características arquitetônicas. Tais elementos
servem de auxílio para seu estudo, desde que inseridos em uma
finalidade sociocultural voltada ao reconhecimento da identidade
local, permitindo conhecer, admirar e entender, não só a evolução
da ciência construtiva, mas os pensamentos e hábitos existentes
no passado, mantendo viva a lembrança e valores existentes no
decorrer da história.
55
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

A Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 216


considera:
Patrimônio cultural material e imaterial, como os bens “de
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira”. Nessa redefinição promovida pela Constituição, estão
as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as
criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos,
documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de
valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.
Esta é, portanto, a legislação que normatiza a preservação
deste tipo de edificações, como é o caso dos prédios existentes em
nossa cidade, que preserva características arquitetônicas da fase
Colonial da História do Amapá, da Belle-Époque (1870-1912) e
do Amapá Território (1943-1988), como informa o historiador
amapaense Fernando Rodrigues dos Santos (2017). Em uma fase
de implantação, tida como importante elemento fundador deste
ente sociojurídico e cultural, denominado, Amapá, que nasce sob
a ingerência direta do poder estatal, elemento latente em cada
aspecto de seu conjunto arquitetônico e urbanístico, no qual o
Estado apresenta-se como elemento norteador do processo de
sociabilidade, marcada pela noção de corporativo e harmônico,
típico dos modelos autoritários, cujas formas institucionais do
exercício da dominação política, engendram-se em todos os níveis
do universo social.
Atualmente, sobretudo a partir da década de 80, do século
XX, o conceito de patrimônio cultural foi ampliado, no mesmo
sentido da política cultural como um todo, onde bem cultural,
“implica por princípio numa antidefinição, dada a multiplicidade

56
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

das manifestações que emergem das estruturas sociais formadoras


da civilização brasileira”. Demarcando assim a inclusão de novos
componentes representativos da cultura popular e dos modos do
fazer tradicional, com manifestações artísticas e religiosas das mais
diferentes matrizes, desde as referências etnográficas da cultura
indígena, até as africanidades, somente para ficar nestes exemplos.
Neste sentido, Macapá configura-se como uma cidade
dotada de heranças arquitetônicas e urbanísticas que revelam o seu
passado colonial, bem como sua história e diversidade cultural,
entretanto, a mesma apresenta um notório descaso no que toca ao
aspecto patrimonial, como é possível observar a no caso da Escola
Barão do Rio Branco, e de outros edifícios arquitetônicos como a
Igreja São José, o Museu histórico Joaquim Caetano da Silva, a
Fortaleza São José de Macapá, que constroem a herança de uma
existência cheia de contrastes, em que o passado e o presente são
testemunhados em seus prédios e obras paisagísticas, sendo a
Fortaleza São José de Macapá, sua mais conhecida referência,
inscrita hoje na Lista do Patrimônio Mundial desde 1953 (IPHAN,
2009).
Na esfera municipal, o Estatuto de Patrimônio Histórico,
Artístico e Cultural do Município de Macapá, criado pela Lei nº
1.831 de 2010, constituído de 49 artigos, disposto sobre o
patrimônio histórico e cultural de Macapá.
Além das leis pode-se encontrar outros dispositivos legais
que tratam questões da preservação do patrimônio cultural e
municipal, como a Lei Orgânica de Macapá em alguns dos seus
capítulos:
 IV – Atribuindo a reponsabilidade da proteção dos bens
culturais ao município;
 XI – Que dispõe sobre a Cultura e Patrimônio Histórico
e Cultural, sendo destacados os artigos 306 e 309.

57
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Art. 306. O Poder Público com a colaboração da


comunidade, protegerá o patrimônio histórico e cultural do
município por meio de inventários, tombamentos,
desapropriações e outras formas de acautelamento e preservação.
Art. 309. Integram o patrimônio cultural do município, os
bens móveis, imóveis, públicos ou privados, de natureza ou valor
histórico, arquitetônico, arqueológico, documental ou qualquer
outro existente no território municipal, cuja conservação e
proteção sejam do interesse público (LEI ORGÂNICA DE
MACAPÁ, 2002, p.93).
Plano Diretor de Macapá (2004), instituído pela Lei
Complementar nº 026/2004, define como integrantes do
patrimônio cultural, paisagístico, bens imóveis de valor histórico
e cultural, os sítios arqueológicos, os quilombos, os espaços
históricos ou de manifestações culturais e paisagem urbana da
cidade.
Sendo assim, a conceituação deste projeto volta-se
primeiramente para contribuição de manutenção, de preservação
e conservação do patrimônio público, preocupando-se com a
reconstituição dos aspectos arquitetônicos existentes na capital do
Estado.
CONCLUSÃO: O Patrimônio Material Amapaense (Site
do IPHAN) A Fortaleza São José de Macapá - tombada pelo
Iphan, em 1950, por sua relevância histórica e arquitetônica
Depois de dez anos de pesquisas e rodadas de debates com a
população, o Iphan tombou, em 2010, a Vila de Serra do
Navio, primeira Company Town (cidade empresa do Brasil) e
abrigava os funcionários da Indústria e Comércio de Minérios
(Icomi). O conjunto urbano inseriu-se no
esforço desenvolvimentista e de ocupação da Amazônia realizado
pelo governo federal, entre o final dos anos 1950 e início da
década de 1960. Atualmente, outras áreas são objeto de pesquisas

58
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

do Instituto, dentre elas a Base Aérea do Amapá, que serviu de


apoio ao Exército dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra
Mundial, além de diversos bens imóveis na cidade de Macapá,
remanescentes dessa época.
O Amapá guarda o registro de um fato único na história:
a audácia portuguesa transladou uma cidade entre dois
continentes como estratégia de defesa das terras. A Vila Mazagão
(atual Mazagão Velho) é a cidade colonial Mazagan que durante
cinco anos (1771-75) Portugal transferiu do Marrocos para a
região amazônica. A Superintendência do Iphan realiza pesquisas
na região de Mazagão desde 2007, o que deverá resultar no
tombamento de bens emblemáticos, como o traçado urbanístico
pombalino da cidade.

59
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

LISTA I:
EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA
DO AMAPÁ

01. Macapá e o Carnaval Campeão de 2008


Era aproximadamente 4:00 da madrugada da terça feira
de carnaval do ano de 2008 (dia 05 de fevereiro), quando a Escola
de Samba Beija-Flor de Nilópolis entrou na Marquês de Sapucaí
no Rio de Janeiro para apresentar seu Enredo: “Macapaba –
equinócio solar: viagens fantásticas no meio do mundo”. Era uma
homenagem a cidade de Macapá, que completou um dia antes,
250 anos de fundação.
(CAMBRAIA, Paulo e LOBATO, Sidney. Rios de Histórias. Ensaios
de História do Amapá e da Amazônia. Rio de janeiro: Editora Multifoco, 2013, p.
117)
Sobre o contexto histórico do evento comentado pelos
autores e o cenário socioeconômico amapaense nas últimas
décadas:
a) O patrimônio cultural amapaense não foi enfatizado no enredo
da referida escola, que concentrou sua narrativa nos aspectos
mítico-místicos da região amazônica, negligenciando os aspectos
socioculturais.
b) Os carnavalescos organizaram o desfile em setores que
representavam aspectos de sua interpretação do jubileu da
implantação do Amapá – Estado.
c) Enfatizou a ocupação das áreas periféricas e insalubres da
capital, que vê ampliados os cinturões de miséria da cidade e
tornado as desigualdades sociais mais nítidas.

60
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) A polêmica criada em torno do desfile impediu que os


telespectadores testemunhassem a demonstração de que o
Carnaval é a perfeita tradução da realidade social brasileira.
e) Neste mesmo ano em que Macapá foi considerada a capital
brasileira com o menor IDH, a maravilhosa representação deste
lugar parecia um espelho invertido, já que a realidade local estava
muito aquém da deslumbrante Macapá apresentada pela Beija-
Flor.
02. Na sua primeira edição após o período da censura, A
Plebe trouxe impresso no cabeçalho do Jornal: “Os grandes
crimes da Burguesia”. Em seguida são publicadas várias cartas
sobre desterrados e textos sobre o governo Bernardes e o presídio
de Clevelândia, sobre quem ressalta: “um quadriênio de crimes
contra o povo”, referindo-se ao governo Arthur Bernardes que
“prendeu, perseguiu e assassinou centenas de trabalhadores nas
selvas pestilentas do Oyapock”, qualificando o governo Bernardes
como “o quadriênio da lama”.
(BRITO, Édson Machado de. O Presídio de Clevelândia do Norte. A
Imprensa e as disputas políticas. In: Do lado de cá. Fragmentos de História do Amapá.
Alexandre Amaral... [et al.]. Belém-PA, Editora Açaí, 2011, p. 207)
Sobre o referido contexto é incorreto afirmar:
a) O presídio de Clevelândia do Norte estava sob a
responsabilidade do Ministério da Agricultura, mesmo assim
recebeu revolucionários, trabalhadores injustiçados, soldados
inferiores, beligerantes, indesejáveis, ladrões, vigaristas, capoeiras,
salteadores, vadios, marinheiros de baixa patente, mendigos,
velhinhos, anarquistas, comunistas, sindicalistas, intelectuais,
malfeitores, dinamiteiros, operários, desocupados, batedores de
carteira, crianças abandonadas, indigentes e filhos do povo
confundidos com vagabundos, e outros sujeitos excluídos.

61
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

b) O fim do governo Bernardes decretou também o fim


da censura e abriu a possibilidade de debater sobre as
arbitrariedades praticadas neste governo.
c) O aparato repressivo criado pelo Estado não eliminou
a resistência dissidente. Constatou-se as torturas, os trabalhos
forçados e o extermínio de trabalhadores, indigentes, anarquistas,
comunistas, sindicalistas e militares que padeceram naquele
presídio.
d) A partir de 1927, havia um processo revolucionário em
andamento no país, envolvendo várias tendências políticas e a
exploração política sobre os episódios de Clevelândia ainda
povoava o editorial da imprensa nacional, no entanto o presídio
já havia sido dissolvido e os presos sobreviventes tinham
retornado para as suas cidades de origem.
e) O presídio de Clevelândia foi criado no bojo das lutas
sociais da década de 20, e os presos políticos eram partidários de
projetos dissidentes, que foram derrotados em seu projeto
revolucionário e oposicionista.
03. (PASTANA, 2015) Observe a imagem e leia o texto a
seguir:

62
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

O relato de Alonso de Rojas, intitulado: “Descobrimento


do Rio Amazonas”, junto com o relato do padre Cristóbal de
Acuña, “Descobrimento Del Grand Rio de la Amazonas”,
surpreendem pela precisão dos dados técnicos sobre a largura, a
profundidade e o comprimento do rio; as sugestões de
aproveitamento das terras que o margeiam, assim como a
construção de fortalezas em pontos estratégicos. As crônicas
enfatizam a densidade populacional às margens do grande rio e
dos tributários, informa sobre a diversidade linguística, as
habitações asseadas, a alimentação farta, os feiticeiros temidos e a
inexistência de templos, ritos e cerimônias religiosas (Pastana,
2015).
Com base no mapa e no texto acima expostos, podemos
afirmar sobre as Expedições Europeias pela Amazônia Colonial:
a) Desde o início da época colonial, a ocupação da Amazônia foi
concretizada pelo Estado Lusitano no sentido de se apropriar
desta parte do mundo, conseguindo findar as pretensões
estrangeiras sobre a mesma.
b) A expedição de Pedro Teixeira abriu as comunicações com
Quito, provando-as exequíveis; tornou o trecho entre os Andes e
o Atlântico conhecido, possibilitando, dessa forma, o domínio
português. Do ponto de vista geopolítico, a expedição contribuiu
para a reforma territorial, até então determinada pelo Tratado de
Tordesilhas.
c) As expedições de Gonçalo Pizzarro, Francisco Orellana, Pedro
Ursua e Lopes de Aguirre representam o esforço da coroa
portuguesa na conquista do vale amazônico.
d) Os dados apresentados representam o ápice do processo de
desenvolvimento da região, durante as políticas pombalinas, que
representaram o marco inicial da presença portuguesa na
Amazônia.
63
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

e) Confirma-se por estes dados e fontes historiográficos que o


poder estatal foi o agente histórico por excelência no
desenvolvimento da região amazônica.
04. Analise o recorte de jornal a seguir:

O recorte de jornal de época (O Democrata. Belém- Pará:


06 de julho de 1895) retrata um dos episódios do litígio franco-
brasileiro que inseriu o Amapá no cenário da história brasileira e
amazônica na última década do século XIX.
Sobre este contexto e sua memória política e
historiográfica, podemos afirmar que:
a) A imagem de massacre e heroísmo construída em torno
de Veiga Cabral é consenso entre os historiadores da República,
visto que a atuação de Cabralzinho não deixou dúvidas a respeito
de seu espírito cívico e nacionalista.
b) A imagem de sanguinários e bandoleiros referenciada
no recorte jornalístico traduz os acontecimentos do Contestado,
cuja motivação essencial era a disputa entre as elites nacionais
brasileiras e francesas que viram seus interesses ameaçados pelo
radicalismo das ações das milícias de ambas as partes litigantes.

64
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) O contestado franco-brasileiro foi uma região que


atraiu diversos grupos sociais que buscavam sobrevivência e
liberdade, independentemente dos Estados que lutavam pelo
domínio daquela área.
d) A construção de uma memória histórica republicana
estava voltada para a história administrativa, para a constituição
das fronteiras políticas e para a exaltação dos sujeitos socialmente
excluídos.
e) Os lugares e sujeitos descritos na memória de imprensa
refletem uma tendência renovada da narrativa histórica, que revela
a atuação dos verdadeiros agentes defensores da nação brasileira
nas longínquas fronteiras do norte do país.
05. (PASTANA, 2015) sobre as Missões Religiosas na
Amazônia, analise a imagem a seguir e o texto proposto:

Durante a ação dos missionários na Amazônia colonial ao


longo no século XVII, vários grupos percorreram a Amazônia: os
sertanistas, em busca de drogas do sertão; as expedições oficiais
comandadas por militares e os sertanistas que visavam assegurar
os domínios portugueses contra ingleses, holandeses e espanhóis;
as tropas de apresamento, e também chamadas de “resgate”, em
busca do índio cativo.

65
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

A respeito destes últimos agentes colonizadores citados,


podemos afirmar, Exceto:
a) os missionários, com os “descimentos”, arrebanhavam
indígenas com o propósito de aldeá-los e catequizá-los.
b) A presença dos portugueses resultou na ampliação do
território e na fundação de núcleos, fortificações e missões ao
longo dos rios Amazonas, Branco, Negro, Madeira, Tapajós e
Xingu. Mais tarde, para evitar conflitos, D. João IV dividiu a
região amazônica entre as ordens religiosas.
c) De acordo com essa divisão, os jesuítas ficavam com
a calha sul do Amazonas e as outras congregações, com a calha
norte.
d) Em muitas ocasiões houve conflito de interesses entre
religiosos e colonos, apesar de todos servirem direta ou
indiretamente ao rei. Os missionários, sobretudo os jesuítas,
respaldavam escravização dos índios.
e) Em 1684, os habitantes de São Luís, liderados pelos
irmãos Beckman, revoltaram-se, exigindo a revogação do
monopólio e a expulsão dos jesuítas da região amazônica. A Coroa
ordenou a execução dos líderes da revolta, a companhia
monopolista foi extinta e os jesuítas mantiveram suas missões na
Amazônia.
06. (MARQUES, 2015) Nascido em Alenquer, no Pará,
Janary Nunes foi o primeiro Governador nomeado para o
Território Federal do Amapá. Ocupou esse cargo por 12 anos
(1944-1956). Posteriormente presidiu a PETROBRAS, foi
embaixador na Turquia e duas vezes Deputado Federal pelo TFA.
- Sobre o Governo Janary Nunes é correto afirmar que:
a) Apesar de defender o lema "educar, sanear e povoar",
Janary Nunes limitou suas ações a reforma urbanística de Macapá.

66
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

b) Entre as obras realizadas temos o Colégio Amapaense,


Hospital Geral, Maternidade Mãe Luzia e o saneamento de parte
da cidade de Macapá.
c) Foi marcado pela implementação de dois grandes
projetos: ICOMI e JARI.
d) Não construiu bases políticas solidas, o que explica o
fim do Janarismo após sua saída do Governo Territorial em 1956.
e) Procurou manter as populações negras nas áreas que
ocupavam originalmente através de um amplo programa
habitacional.
07. (MARQUES, 2015) A partir de 1990, o eleitorado
amapaense passou a eleger Governadores. Sobre os Governos do
Amapá em sua fase Estado é correto afirmar que:
a) Dalva Figueiredo foi eleita governadora em 2002
apoiada por uma coligação liderada pelo PT e PSB.
b) Antônio Waldez Góes derrotou Dalva Figueiredo em
2002 e foi derrotado em 2006 quando concorreu à reeleição.
c) Aníbal Barcellos foi o primeiro governador eleito no
Amapá, sagrando-se vitorioso na eleição de 1990.
d) Joao Alberto Capiberibe foi o único governador
reeleito na história do Estado do Amapá.
e) Pedro Paulo e Camilo Góes Capiberibe foram vice-
governadores que ocuparam o Executivo estadual em decorrência
de afastamento do chefe do Executivo Estadual.
08. (MARQUES, 2015) Entre as alternativas abaixo,
assinale a única que pode ser relacionada ao Marabaixo e o
Batuque:
a) Cultura indígena.
b) Sincretismo religioso.

67
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) Ocorrem exclusivamente em Macapá.


d) Fazer parte da cultura material do Amapá.
e) São manifestações de origem portuguesa.
09. (MARQUES, 2015) O processo de ocupação da
Amazônia durante o Regime militar foi estimado pelo apoio
governamental. O golpe militar de 1964 - politicamente um
retrocesso para o país - significou para a Amazônia a inauguração
de uma política de integração nacional elaborada em centros e
gabinetes distantes, em escritórios de empresas multinacionais e
com prioridade ao grande capital nacional e estrangeiro.
- Integram essa política:
a) O Projeto ICOMI, o Projeto Jari e a SPVEA.
b) A UFPA, a SPVEA e o SIVAM.
c) O Projeto Jari, a SUDAM e o Projeto Carajás.
d) O Projeto SIVAM, o Projeto Jari e Fordlândia.
e) O Projeto Trombetas, o Projeto Jari e a criação da Vale
do Rio Doce.
10. (MARQUES, 2015) Jorge Nova da Costa, Gilton
Garcia, Dolly Boucinhas, Aníbal Barcellos, Joao Alberto
Capiberibe, Dalva Figueiredo, Waldez Góes e Pedro Paulo Dias
formam o elenco de governadores que o Amapá passou a ter a
partir da sua transformação em Estado. Os três primeiros ainda
foram nomeados, porque a Constituição de 1988 determinava que
a implantação do Estado ocorria com a posse do primeiro
governador eleito, que, neste caso foi Aníbal Barcellos. - Assinale
uma alternativa que corresponde a uma mudança ocorrida com a
implantação do Estado:
a) O Estado, assim como o TFA, continuou politicamente
dependente da União ainda durante uma década, pois não podia
eleger seus representantes.

68
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

b) Com a instalação do Estado do Amapá, os políticos


resolveram definitivamente o problema da estagnação econômica
por meio de medidas voltadas para a agricultura.
c) O estado somente foi criado por que atingiu um grau
de desenvolvimento econômico em nível nacional,
principalmente relacionada a mineração.
d) A autonomia política e econômica foi a principal
mudança. A organização da economia e política local seria de
responsabilidade do governo estadual e da própria sociedade.
e) A criação do Estado possibilitou a instalação de dois
projetos econômicos no Amapá que possibilitaram a organização
urbana e aumento de emprego: a Área de Livre Comercio de
Macapá e Santana e o projeto de extração mineral na Serra do
Navio.
11. (MARQUES, 2015) Sobre os Grandes Projetos
implementados na Amazônia e seus respectivos contextos
históricos, analise o ordenamento correto:
Projeto implantado na Amazônia durante o governo
Sarney, ligado a defesa da região, revitalizado no governo FHC e
ampliado no governo Lula.
 Primeiro projeto de extração mineral da Amazônia.
 Grupo que adquiriu a Jari Florestal em 1982.
 As informações acima referem-se respectivamente ao:
a) Projeto Jari, Projeto Calha Norte e Projeto ICOMI.
b) Grupo CAEMI, AMCEL e Jari Florestal.
c) Projeto Calha Norte, Projeto ICOMI e Grupo CAEMI.
d) Projeto Trombetas, Projeto Calha Norte e Grupo
CAEMI.
e) Projeto ICOMI, Grupo CAEMI e Projeto Calha Norte.

69
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

12. (MARQUES, 2015) Sobre a ocupação territorial do


Amapá é correto afirmar:
a) A fundação de Macapá teve sua origem em um antigo
aldeamento jesuítico.
b) A fundação de Mazagão integrou a política de fundação
de vilas do gabinete pombalino.
c) A construção da Fortaleza de São José de Macapá
representou o marco inicial da presença portuguesa na região do
atual Amapá.
d) A capitania do Cabo Norte foi criada em 1637,
implantada em 1938 e extinta em 1758 com a fundação de
Macapá.
e) Somente franceses ameaçaram invadir as terras do atual
Amapá em sua fase colonial.
13. (MARQUES, 2015) Como relação ao modelo
econômico que prevalece no Brasil desde o início da década de
1990, é correto afirmar:
a) Radicalizou o protecionismo tarifário a fim de proteger
as indústrias nacionais frente a concorrência estrangeira.
b) Promoveu a intensificação da internacionalização da
economia, abrindo novos setores econômicos a participação do
capital estrangeiro e recorrendo as privatizações.
c) Criou novas empresas estatais e expandiu as já
existentes, a fim de aumentar a participação do Estado Nacional
na economia, prevenindo crises econômicas e financeiras.
d) restringiu a participação do capital estrangeiro em
diversos setores de atividade, visando limitar a evasão de divisas
representada pela remessa de lucros de empresas multinacionais
desde a Ditadura Militar.

70
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

e)Para que o governo mantivesse sua legitimidade e sua


popularidade, optou pela não redução de quaisquer direitos
trabalhistas ou previdenciários.
14. Sobre o Diretório Pombalino, analise as assertivas
abaixo e assinale a opção Incorreta:
a) Essa legislação, promulgada em 1757, impunha normas
que visavam acabar com as diferenças culturais desses povos. Era
uma tentativa de impor a língua e a cultura portuguesa e acabar de
vez com o trabalho missionário, que foi substituído pelos
diretores leigos, nomeados pelo governador.
b)Para os indígenas aldeados, essa mudança foi
catastrófica, pois houve aumento da exploração da mão- de- obra,
suas terras foram reduzidas e a identidade étnica dos grupos foi
abalada. Para não conservar as antigas culturas, as aldeias
receberam nomes de cidades portuguesas, como Santarém,
Barcelos, Bragança, Ourém, Alenquer. As línguas indígenas foram
proibidas e o português tornou-se
c) Em 1798, o diretório foi abolido em decorrência da
corrupção e dos abusos cometidos pelas autoridades. Dentre as
inúmeras medidas adotadas pelo marquês de Pombal, deve-se
considerar, em função de sua importância para a região, a criação
do Estado do Grão-Pará e Maranhão, em 31 de julho de 1751.
Dentre seus objetivos, o novo Estado, com sede em Belém,
permitiria, em função da posição geográfica de sua capital,
demarcar com mais rapidez e segurança as fronteiras portuguesas,
visando efetivar o que havia sido combinado, em 1750, com o
Tratado de Madri.
d) Para colocar em prática as medidas tomadas por
Pombal, seu irmão, general Francisco Xavier de Mendonça
Furtado, foi encarregado de governar o recém-criado Estado, o
que fez entre os anos de 1751 a 1759, deixando vários escritos,
dentre os quais se podem extrair registros de aspectos da realidade
71
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

dos índios e do Estado do Grão-Pará e Maranhão na época.


Apesar da transferência da capital, com a criação do novo Estado,
para Belém, restava ainda uma vastíssima área a oeste para se
controlar e prover a defesa, localizada no chamado Sertão do
Amazonas. Diante disso, Mendonça Furtado propôs à Coroa
portuguesa a criação de um governo nessa região, o que foi aceito.
e) A língua geral — nheengatu, muito usada na Amazônia
e no Sul do Brasil — foi oficializada e considerada língua
vernacular dos cidadãos portugueses. Em 1759, Pombal expulsou
todos os Missionários das colônias portuguesas, especialmente da
Amazônia, argumentando que as mesmas haviam se tornado tão
poderosas na região quanto o próprio Estado português,
assumindo funções mais políticas do que religiosas.

72
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

GABARITO DA LISTA I:

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14

E E B C D B C B C D C B B E

73
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

LISTA II
QUESTÕES COMENTADAS DE HISTÓRIA
DA AMAZÔNIA E DO AMAPÁ

01) A política desenvolvida pelo governo pombalino


(1750- 1777) garantiu uma redefinição na presença do Estado
português na Amazônia colonial nas fortificações, fundações de
vilas, mudanças administrativas que procurava fortalecer o poder
metropolitano e assegurar
Sua própria soberania sobre esta região. Nesse contexto:
a) A expulsão dos Jesuítas em 1759 foi consequência do
conflito ideológico, pois, o Marquês de Pombal não concordava
com a pedagogia autoritária e violenta desenvolvidas pelas
missões.
b) A fundação de Macapá e Mazagão integrava a política
de ocupação da Amazônia através do incentivo a atividade
agrícola e, no caso de Macapá associava-se também a defesa
através da construção do Forte de São José
c) A política pombalina foi importante a função do papel
do Estado, destacando-se a decretação de Diretório que garantiu
plena autonomia das missões e tomando-se autoridade máxima no
processo de contato com as tribos indígenas.
d) Pombal através da criação da Capitania do Grão-Pará
e Maranhão (1751) possibilitou a expansão da economia da
borracha, legalizando o aviamento.
e) O principal problema enfrentado pelo Gabinete
Pombalino era a ameaça estrangeira, que foi neutralizada com a
assinatura do Tratado de Utrecht em 1759.
02) Durante o período colonial, Portugal e França, no
período pós-independência, Brasil e França disputaram poder
74
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

sobre as terras localizadas entre os Rios Araguari e Oiapoque.


Essa região ficou conhecida como Contestado Franco Brasileiro.
No que se refere ao desfecho deste litígio:
a) a vitória brasileira foi obtida através das duas defesas
do Barão do Rio Branco, nomeado pelo presidente Floriano
Peixoto e conseguindo anexação dessas terras no território
brasileiro com assinatura do tratado de Utrecht.
b) Com assinatura do laudo suíço, em 1900, a questão foi
resolvida, destacando-se a ação diplomática do Barão do Rio
Branco, representando a República Brasileira, que tinha como
presidente Campos Sales.
c) Só ocorreu depois da criação do TFA, quando, tornou-
se, necessária a definição do espaço geográfico amapaense através
da anexação das terras do contestado.
d) Na realidade, o Brasil defendeu-se apenas a reedição do
tratado de Utrecht, fato esse feito pelo tribunal suíço em 1839, no
mesmo ano que foi proclamada a república.
e) Embora resolvido diplomaticamente, este litígio ficaria
sujeito ao um plebiscito, no qual a população da região do
Contestado optaria pela cidadania brasileira ou francesa.
03) “Do Rio, enviados pela polícia civil, vieram alguns
rapazes sem a menor culpa, apanhados na rua e sem que pudessem
justificar o menor ato de defesa, pois eram postos em a maior
rigorosa incomunicabilidade e dois ou três dias depois enviados
foram para o vapor “Campos” e mais tarde “revolucionários”
outros de “indesejáveis”, mais nada apurado em inquérito ou
processo regular, nem ao menos eram ouvidos por alguma
autoridade capaz de sabiamente julgá-los merecedores de

75
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

tamanho castigo, sendo que muitos tiveram até o sacrifício da


própria vida”. Sobre Clevelândia do Norte:
a) Foi a única colônia penal localizada em área fronteiriça
existentes na Velha República.
b) Durante os anos de 1920 funcionou colônia penal,
mantendo essa condição no Estado Novo (1937- 1945) e no
regime militar (1964- 1985).
c) Contribuiu para o processo de prevenção ao crime
existente na velha república, não extrapolando a ilegalidade.
d) Integrou o aparato repressivo existente na Velha
República, no qual o Estado usava violência como recurso para
combater as manifestações políticas.
e) Existiu ilegalmente, pois, não havia base legal para o
seu funcionamento
04)"Que daqui [ da Vila de Macapá] até a margem do rio
Araguari se gastava quatro dias, a bom andar, depois de
atravessarem o dito rio, ainda andavam mais dois dias, para
chegarem ao mocambo. (..) Que suas armas são arcos, ejlechas e
umas jardineiras [?1 cumpridas (..) e que a sua habitação era quase
no meio do espaço que faz terreno entre os dois rios, o de
Araguari e Carapaporis, e que eles chamam Tururi. (..) Que as
casas são de palha (...). Que as suas roças constam somente de
farinha, milho e arroz ) “.
(Documento Extraído d o livro de Flávio dos S. Gomes (org.). Nas Terras
do Cabo Norte. Belém: Editora Universitária/ UFPA 1999, p. 255- 256)
A partir do documento exposto e dos seus
conhecimentos sobre os movimentos de resistência e fugas de
escravos no Brasil, pode-se considerar:
a) O documento refere-se a uma descrição
socioeconômica de um dos mocambos da região do atual Estado

76
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

do Amapá, a exemplo dos movimentos de resistência dos escravos


à forma de organização política, social e econômica do governo
colonial português.
b)Os mocambos amazônicos tiveram uma particularidade
significativa, no que se refere ao auxílio dado pelas autoridades
francesas para a sua sobrevivência, pois os quilombos, na região
do Amapá, não tinham uma economia própria e dependiam do
governo da Guiana Francesa, com quem fizeram uma forte
aliança.
c)Na região amazônica, os quilombos se evidenciaram
pela presença exclusiva de negros contra a autoridade colonial
portuguesa, diferentemente dos mocambos na região do
Nordeste, que permitiam relações entre negros,índios e colonos
pobres.
d)Os mocambos, no Brasil, só existiram em áreas de
disputas coloniais, como é o caso do espaço disputado entre
Portugal e França, nas atuais terras do Amapá. Tal fato acabou
permitindo a constituição de pequenos e instáveis quilombos na
região.
e)Na Amazônia, os mocambos não foram destruídos da
mesma forma como foram os quilombos localizados na região
Nordeste, por isso seus vestígios são perceptíveis atualmente em
toda a região do Amapá.
05)“A década de 1750 conheceu iniciativas importantes
em muitas áreas da política de Estado, umas resultantes do
planejamento, outras impelidas por acontecimentos novos e
imprevistos. Pombal (...) enfrentou a implementação do Tratado
de Madri, que implicava um ingente esforço com vistas a delinear
e inspecionar as vastas fronteiras do Brasil. Em ambos os casos
os jesuítas constituíam os maiores obstáculos aos seus planos. (...).
77
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

No Amazonas, as missões entraram em um conflito imprudente


com o irmão de Pombal, onde a oposição à política imperial mais
ampla revelou-se desastrosa para os missionários”.
(MAXWELL, Kenneth. Marques de Pombal, Paradoxo do Iluminismo.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 95)
O texto acima se refere a algumas das transformações
ocorridas na América Portuguesa, e principalmente no Grão-Pará,
no chamado período pombalino.
Tomando como referência inicial esse texto,
Assinale a alternativa correta.
a) A delimitação e defesa das fronteiras no Norte
forçaram as autoridades coloniais a adotar medidas de fortificação
de pontos estratégicos do território, contando para isso,
principalmente, com a mão de obra indígena local.
b) O conflito envolvendo Pombal e os jesuítas resultou
no enfraquecimento dos religiosos na Amazônia, fato esse
concretizado com a implantação do Regimento das Missões, que
reduziu o controle jesuítico sobre a mão de obra indígena.
c) Em termos econômicos, a política pombalina na
Amazônia buscou a intensificação do comércio, levando a Coroa
a proibir qualquer tipo de monopólio sobre a exportação de
produtos da floresta e de importação de escravos africanos.
d) A política pombalina para a Amazônia redefiniu as
formas de trabalho das populações indígenas, criando para isso o
Diretório, o qual estabelecia o controle religioso sobre as aldeias
no vale amazônico.
e) O conflito entre Pombal e os jesuítas levou a expulsão
da Companhia de Jesus do Grão-Pará, na década de 1750, o que
desmobilizou o controle estatal sobre os aldeamentos indígenas.

78
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

06) Duas coisas impressionam vivamente o viajante no


alto Amazonas. Logo à primeira vista se percebe quanto é urgente
a necessidade de uma população mais numerosa; em seguida se
sente a necessidade de uma mais alta moralidade por parte dos
brancos. Enquanto tais condições não forem satisfeitas, será bem
difícil desenvolver os recursos desta região. (...). Não somente a
população branca é muito escassa para suprir a tarefa que tem
diante de si, como essa população não é menos pobre em
qualidade do que reduzida em quantidade. Ela apresenta o singular
fenômeno duma raça superior recebendo o cunho de uma raça
inferior, de uma classe civilizada adotando os hábitos e
rebaixando-se ao nível dos selvagens”.
Agassiz, L.; Agassiz, E.C. Viagem ao Brasil, 1865-1866. Brasília:
Senado Federal, Conselho Editorial, 2000, pp. 237-239 (Texto adaptado).
O texto acima, uma passagem do relato de viagem dos
naturalistas Luís e Elizabeth Agassiz, expõe uma das
interpretações dos viajantes estrangeiros sobre a população
amazônica no século XIX.
Considerando os conhecimentos sobre esse assunto e
tomando o referido texto como ponto de partida, assinale a
alternativa correta.
a) O relato acima demonstra a valorização das populações
indígenas nos relatos dos viajantes, consideradas importantes
tanto em termos demográficos como culturais para o
desenvolvimento da região.
b) A população branca local é considerada plenamente
inserida nos modelos de civilização Europeia, visto que
conseguem impor transformações nos hábitos e costumes locais.
c) Argumentos como os apresentados no texto acima
foram utilizados por setores políticos e econômicos favoráveis ao
incremento de uma política de imigração europeia para o Brasil
no século XIX.
79
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) O discurso racial presente no texto está inserido nos


debates de defesa dos grupos indígenas pelo Estado Imperial
brasileiro, o qual patrocinou políticas de preservação de terras
indígenas e de defesa de seus direitos.
e) A crítica no texto à população branca amazônica se
refere ao baixo índice de miscigenação desses sujeitos com outros
grupos étnicos presentes na região.
07) O “Alô, Alô, Amazônia” é um programa específico para a
divulgação de mensagens ao povo do interior do Estado (Amapá)
e faz parte da programação da RDM (Rádio Difusora de Macapá),
que vai de segunda à sábado, das 13h às 14h. Tradicional no rádio
amapaense, o Alô, Alô, Amazônia está no ar há mais de 45 anos
com larga audiência tanto na capital quanto no interior [...].
(ROSTAN, Benedito. Alô, Alô, Amazônia. São Paulo: Limiar, 2005.)
O texto do escritor amapaense refere-se ao rádio como o
meio de comunicação mais utilizado entre os amapaenses há mais
de 45 anos. A respeito da ”comunicação de massas” no Brasil,
nesse contexto, pode-se afirmar que:
a) No momento em que surge o programa Alô, Alô
Amazônia, o rádio, no resto do país, tinha deixado de ser o grande
difusor de notícias, novelas e música; a televisão era, então, o mais
requisitado meio de comunicação das massas.
b) O rádio chegava, ao final dos anos 50 e início dos anos
60, consolidado em sua posição de meio de comunicação de
massa, como um elemento fundamental na formação de hábitos
na sociedade brasileira.
c) Apesar da importância do rádio, na década de 1950, foi
a televisão que conseguiu vencer todas as distâncias, sejam de
âmbito físico ou cultural.

80
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) No Amapá, as primeiras transmissões do Alô, Alô


Amazônia foram feitas a partir dos grandes festivais de música
popular brasileira que revelaram o talento de jovens compositores.
08) Os grandes projetos se tornaram o símbolo da
modernização e do desenvolvimento capitalista da Amazônia.
Com relação aos grandes projetos implantados na Amazônia
brasileira é incorreto afirmar que:
a) O projeto ICOMI e o Projeto Jari nasceram como
empreendimentos interligados, á semelhança do Programa
Grande Carajás, constituído por vários projetos econômicos.
b)Esses projetos estão dissociados dos contextos locais,
planejados fora de sua área de atuação e distantes dos interesses
da população.
c) Eles têm uma repercussão nos hábitos e costumes da
região, com a desagregação e a perda da identidade.
d)Imensas áreas de terras, riquezas naturais em
abundância, utilização de tecnologia de ponta e o apoio do
Governo Federal são motivos que possibilitaram a implantação
desses grandes projetos na Amazônia.
e) Esses projetos trouxeram informações ambientais e
sociais para a Amazônia, visíveis e a partir da degradação da
biodiversidade e da ”favelização” das cidades na região.
09) Podemos estabelecer duas diferenças entre o
TERRITÓRIO FEDERAL e o ESTADO. Que são as seguintes:
a) Eleições para o Executivo Federal, Estadual e
Municipal ocorrem em ambos;
b) A representação na Câmara Federal é equitativa nos
dois casos;
c) O primeiro está subordinado aos Estados federados e
o segundo ao poder executivo federal (presidente)

81
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) O primeiro foi criado por ocasião da Ditadura


Estadonovista e o segundo constitui a forma organizacional do
Estado Brasileiro, desde a Constituição Republicana de 1891;
e) não existe distinção entre ambos, a não ser pelo sistema
eleitoral e administrativo.
10) A memória é o elemento básico da tradição familiar
em Mazagão, onde a memória dos que envelhecem (e que
transmitem aos filhos, aos sobrinhos, aos netos, a lembrança de
pequenos fatos que tecem a vida de cada indivíduo e do grupo
com que ele estabelece contatos, correlações, aproximações,
antagonismos, afeições, repulsas e ódios) é o elemento básico na
construção da tradição familiar, um dos elementos centrais da
cultura popular deste município.
(MADUREIRA, Aline Rafaela Santos. A FESTA DO DIVINO
ESPÍRITO SANTO EM MAZAGÃO VELHO: O PAPEL DA
MULHER ENTRE O PROFANO E O SAGRADO, Trabalho de Conclusão
de Curso: Faculdade Fama- Macapá, 2008, Orientador: Aroldo Vieira)
Sobre as manifestações da Cultura Popular do Amapá, em
modo especial a comunidade de Mazagão, assinale a alternativa
Incorreta:
a) A devoção ao Divino Espírito Santo constitui-se em
um dos fortes núcleos das devoções populares em Mazagão
Velho.
b) Herança do colonizador português se exterioriza de
diversas formas, resultando sempre em grandes festas, sendo estas
das mais cheias de pompa e espetacularidade desde os tempos do
Brasil Colônia.
c) Da celebração festiva já faziam parte os imperadores,
mordomos, bandeireiros, império e levantamento do Mastro do
Divino.

82
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) Deuses indígenas, deuses africanos e santos católicos:


todos eles se misturam no dia-a-dia do povo de Mazagão, criando
um catolicismo próprio, de caráter mestiço, festeiro, resultado de
toda essa mistura que se realizava sob o sol dos trópicos, dando
como inaugurada a religiosidade popular.
e) A Festa em homenagem a São Tiago é, sem dúvida uma
das manifestações mais notáveis da religiosidade do povo de
Macapá.
11) O processo de urbanização do espaço amazônico
ocorreu a partir da construção de fortificações e núcleos de
povoamento . Sobre o contexto em que se insere o processo de
fundação de Vilas na Costa Setentrional do Grão-Pará, na
segunda metade do Século XVIII, só NÃO podemos afirmar que:
a) As vilas da Costa Setentrional do Grão-Pará foram
fundadas por constituir um atrativo para o Estado português.
Possuíam além de terras em abundância para serem distribuídas
aos colonos, campos férteis para desenvolver a agricultura e
criação de gado, estavam estrategicamente localizadas no caminho
do rio Amazonas.
b) O território das vilas de Macapá, Mazagão e Vila
Vistosa de Madre de Deus, localizadas na faixa da Costa
Setentrional do Grão- Pará, era uma área cobiçada por outras
nações; a exemplo da França, Espanha e Holanda. Por isso era
vital para a coroa portuguesa assegurar a posse e manter a
dominação desse território.
c) As vilas de Macapá e Mazagão, formadas em meados
do Século XVIII no Grão-Pará possuíam embriões nos
Aldeamentos organizados pelas missões religiosas que detinham
controle sobre a mão-de-obra indígena.
d) A vila de Mazagão foi planejada pelo Estado português.
No planejamento dessa vila estava a preocupação do

83
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

esquadrinhamento social do espaço urbano e a construção de


vários prédios como a Igreja – para atender aos anseios religiosos
dos moradores – e a fazenda real – responsável pelo
armazenamento e controle dos gêneros enviados da cidade de
Belém.
e) A vila de São José de Macapá foi o único núcleo
populacional que atendeu a um dos projetos da Coroa lusitana,
relativo à defesa territorial com a construção da Fortaleza,
concernente a estratégia geopolítica e exploração econômica.
12) “O que envolvia, também, uma conversão ao domínio
político do europeu ibérico (...), resultou na modificação de seus
hábitos de nomadismo, no ensino da língua portuguesa, no seu
preparo técnico em vários ofícios, no seu agrupamento das tribos
em núcleos de sentido urbano, na modificação do regime de
trabalho dispersivo em trabalho disciplinado de fundo agrícola, na
reforma dos modos de vida social.”
(REIS, Arthur César. A ocupação portuguesa do vale amazônico. In:
HOLANDA, Sérgio Buarque de. (Org.). História da Civilização Brasileira. São
Paulo: Difel, 1963, p. 266)
(UNIVERSO) O texto acima é um comentário sobre o
Regimento das Missões, decretado em 1686, sobre o qual se pode
afirmar que:
a) O Regimento das Missões buscava não somente utilizar
o trabalho escravo dos ameríndios, mas também convertê-los à fé
católica.
b) As missões religiosas do Brasil deveriam manter os
indígenas em “estado de natureza”, sem convertê-los ao
catolicismo.
c) A Coroa portuguesa com o Regimento das Missões se
isentava da responsabilidade da escravização dos índios nas
“Guerras Justas”.

84
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) Todos os aldeamentos deveriam ser liderados por


diretores temporais, sem nenhum compromisso com a conversão
das almas dos ameríndios.
e) As Reduções religiosas deixaram de ter um caráter
econômico e passaram a se limitar à conquista das almas dos
indígenas.
13) “Na Amazônia existiram inúmeros seringais que eram
grandes extensões territoriais localizadas no interior das florestas
e nas margens dos rios que apresentavam inúmera seringueiras
(Hevea brasiliensis, nome científico das árvores onde se extrai o
látex) e onde era realizada a extração da borracha. Na fase inicial
de exploração, a obtenção de seringais não se dava por meio da
compra do território, mas pela apropriação de terras da nação que
apresentavam um número expressivo de seringais, onde
estabelecia-se o processo de exploração da goma elástica.”
(FARIAS, William Gaia. Amazônia Republicana. Processos Seletivos e
outros temas. Belém: Editora Gráfica da UFPA, 2007, p. 56).
Sobre a s formas e condições de trabalho nos seringais
durante o Ciclo da Borracha (1870-1912), assinale o que for
correto:
a) Era uma forma de trabalho escravo, devido a ausência
de uma legislação social, o que é explicado pela falta de proteção
destes trabalhadores pela legislação trabalhista, já avançada em
outras regiões do país;
b) A riqueza produzida com a exportação do látex para a
Europa e EUA permitiu uma melhoria qualitativa nos níveis de
vida da população amazônica, beneficiada com moderna
infraestrutura de estradas, portos e serviços públicos, o que ficou
conhecido como Belle-Époque;
c) Os instrumentos de trabalho e os gêneros alimentícios
eram fornecidos pelo barracão, local de propriedade do

85
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

seringueiro, que armazenava todos os produtos necessários para a


abertura das estradas de varação e para a construção dos tapiris,
próximos aos locais onde era extraído o látex;
d) A extração do látex era tão exaustiva e perene que os
trabalhadores viam-se impedidos de desenvolver outras atividades
necessárias à sua sobrevivência, como a caça, a pesca e a
agricultura familiar.
e) Relação de dependência em que o seringueiro,
trabalhador e morador da floresta de onde extraía o látex, era
empregado e dependente do seringalista, proprietário do seringal
e do barracão, que cobrava em borracha todos os gêneros de
subsistência fornecidos antecipadamente ao seringueiro, que não
podia negociar com terceiros.
14) A política pombalina na Amazônia foi executada por
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, nomeado governador e
capitão geral do Estado do Grão-Pará e Maranhão, em maio de
1751. Mendonça Furtado recebeu instruções que continham as
linhas mestras do que deveria fazer para executar a referida
política.
Sobre essas instruções, é correto afirmar que envolviam,
entre outras questões:
I - O povoamento intensivo, a colonização e o cultivo da
terra.
II - Organização e defesa do Estado contra as aspirações
dos franceses e espanhóis.
III - A criação de um corpo de milícias composto por
índios e escravos negros.

86
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

IV - A criação do Corpo de Índios, através do qual seriam


requisitados os trabalhadores necessários a todos os serviços.
São corretas:
a) As proposições I e II.
b) As proposições I e III.
c) As proposições I e IV.
d) As proposições II e III.
e) As proposições II e IV.
15) “Com a criação da Capitania do Cabo Norte, os
administradores adotaram uma política de defesa para garantir as
possessões já ocupadas militarmente e levar adiante a construção
de fortificações que dessem segurança às tropas e às populações
da região. Em 1660, as autoridades portuguesas começam de fato
sua política de defesa e segurança da região (...) Em 1688, os
franceses intimaram os portugueses a abandonarem as
fortificações construídas acima da margem esquerda do rio
Amazonas (...) E, 1697, os franceses penetram as terras do Cabo
Norte (...) apoderando-se dos fortins de Macapá e do Paru.”
CARVALHO, J.R F.de. Momentos da História da Amazônia.
Imperatriz: Ética, 1998, p.182. (Texto Adaptado).
Frente a esse contexto de instabilidade, é assinado o
Tratado Provisional, a fim de resolver o impasse entre
portugueses e franceses. Sobre esse tratado é correto afirmar que:
a) Determinou o limite entre Portugal e França pelo Rio
Calçoene.
b) Garantiu a posse da região contestada a Portugal
através do argumento do Uti Possidetis.
c) Ficava neutra a área de conflito, onde, tanto a franceses
quanto a portugueses era vedado ocupar as terras contestadas.

87
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) Determinava que o Rio Araguari seria o limite entre o


Brasil e a Guiana Francesa.
e) Determinava que o Rio Oiapoque seria o limite entre o
Brasil e a Guiana Francesa.
16) Em 1922, quando da criação da Colônia Agrícola de
Clevelândia, a Colônia Militar do Oiapoque possuía poucos
soldados que viviam em condições precárias devido aos descuidos
das autoridades da 8ª RM de Belém. Assim, a ineficiência dessa
Colônia Militar, deixando a zona de fronteira despovoada e à
mercê dos estrangeiros, levou, entre esses e outros motivos, à
fundação da Colônia Agrícola de Clevelândia.
Considere as proposições abaixo para marcar a alternativa
correta.
I - Tinha o objetivo de povoar, nacionalizar e resguardar
a soberania brasileira na fronteira entre o Brasil e França, bem
como coibir o contrabando nessa área.
II - A Colônia Agrícola de Clevelândia foi transformada
também em presídio político, devido à escolha do local para
receber presos políticos revolucionários de 1922 e 1924.
III - Após a chegada dos presos de Catanduvas, minguou
o fluxo migratório para o local e aumentou a saída de muitos
colonos já estabelecidos, entrando em colapso o projeto da
Colônia Agrícola de Clevelândia.
IV - No final dos anos 30, dentro das discussões sobre a
segurança das fronteiras, é transformada em uma Colônia Militar,
sendo rebatizada de Colônia Militar do Oiapoque no ano de 1964.
a) As proposições I e II.
b) As proposições I, II e III.

88
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) As proposições I, II e IV.
d) As proposições II, III e IV.
e) As proposições III e IV.
17) Com o Tratado de Cooperação Amazônica, em vigor
desde o início da década de 80, o governo brasileiro visou à
integração e ao desenvolvimento da Amazônia continental. Com
tal instrumento ele pretendia afastar qualquer tentativa de controle
internacional sobre a região. Regionalizando a solução da questão
amazônica, os países signatários (Bolívia, Brasil, Colômbia,
Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) estariam
resguardando sua capacidade de decisão na Amazônia continental.
Mas esse tratado não produziu resultados concretos no marco da
cooperação regional. Assim, o Projeto Calha Norte surgiu como
reação unilateral ao imobilismo voluntário dos demais signatários
em executar o Tratado de Cooperação Amazônica.
CAVAGNARI FILHO, G. L. Amazônia sob risco. Teoria &
Debate, nº 24, mar/abr/mai 2000.(Texto Adaptado).
O Projeto Calha Norte tem, entre seus objetivos:
I - Ampliar as relações bilaterais com os países vizinhos,
tendo em vista fortalecer os mecanismos de cooperação e os
fatores de produção; reforçar a rede consular e facilitar as trocas
comerciais entre as populações fronteiriças.
II - Ampliar a presença de empresas nacionais ligadas ao
setor extrativista na área fronteiriça brasileira na Amazônia, como
também da população civil associada a projetos agrícolas.
III - Proteger o extenso vazio demográfico amazônico da
cobiça internacional, defender as regiões fronteiriças, em função
da instabilidade dos países vizinhos, e de conter o tráfico de
drogas e a evasão de riquezas.
IV - Organizar silvivilas, que seriam unidades projetadas
e implantadas em áreas estratégicas de projetos florestais nas
89
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

fronteiras, com a finalidade de fixar e promover o projeto de


fixação de mão-de-obra nessas regiões.
São corretas:
a) As proposições I e II.
b) As proposições I, II e III.
c) As proposições I e III.
d) As proposições II e III.
e) As proposições III e IV.
18) “Diante da situação de marginalidade em que se encontrava a
população do Amapá -Território ante aos efeitos negativos da
tutela e jurisdição do poder central, é que se fazia necessário ‘o
planejamento do processo de transformação do Amapá –
Território em Estado, de acordo com a de Declaração dos
Direitos do Homem, com os dispositivos constitucionais e a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”.
MORAIS, Paulo Dias; ROSÁRIO, Ivoneide Santos. Amapá: de
Capitania a Território. Macapá: GM Gráfica, 1999, p. 114. Texto Adaptado.
Sobre as transformações político-econômicas da
implantação do Estado do Amapá, analise as proposições abaixo
para marcar as alternativas corretas.
I - Mesmo com a transformação do Território Federal em
Estado, devido ao mesmo ser área de fronteira, a exploração das
riquezas encontradas no subsolo e a concessão para a instalação
de empresas mineradoras continua cabendo ao Conselho de
Segurança Nacional.
II - O elemento central para transformação do Território
Federal do Amapá em Estado se deu pelo fato do seu
desenvolvimento econômico ter alcançado um patamar
equivalente ao de alguns Estados da Região Nordeste do país, fato

90
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

esse que demonstrava a capacidade econômica do mesmo para se


autogerir.
III - O Estado passa a ter seus próprios poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário e a população amapaense passa
a ter o direito de escolher seus representantes políticos, tais como:
governador, prefeitos e deputados.
IV - Com a transformação do território em Estado, as
suas terras e recursos deixam de serem áreas federais e devem
passar para a esfera do Estado. Daí que no ano de 2008 o
Presidente da República veio ao Amapá para transferir
oficialmente as terras do Amapá para as mãos do Estado.
São corretas:
a) As proposições I e II.
b) As proposições I, II e III.
c) As proposições II e III.
d) As proposições II, III e IV.
e) As proposições III e IV
19) O governo luso para assegurar a soberania
portuguesa, do século XVII ao final do século XVIII, viabilizou
um modelo de ocupação territorial na Amazônia baseado:
a) Somente no projeto missionário dos Jesuítas,
denominado de Diretório dos Índios, e primeiro passo para o
processo de ocupação portuguesa na Amazônia.
b) No projeto de Marquês de Pombal, fundado no
Regimento das Missões.
c) Nas missões religiosas que afirmou a soberania
portuguesa, privilegiando as relações diretamente com a
metrópole, a partir do Diretório dos Índios.

91
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) No Diretório dos Índios estabelecido desde o primeiro


século de colonização na Amazônia.
e) Em dois modelos de ocupação e de estratégias de
controle do território que marcaram a formação territorial da
Amazônia: o projeto missionário e o Diretório dos Índios.
20) Assinale a resposta que NÃO SE REFERE ao
contexto que evidencia a demarcação e limites fronteiriços entre
Portugal e França, no período colonial, e entre Brasil e França, do
período de pós-independência ao início do século XX.
a) Durante a colonização, os militares foram
indispensáveis na conquista e na garantia de posse de novas terras
por parte dos portugueses, principalmente daquelas incorporadas
pelo Tratado de Madri, assinado entre Portugal e França.
b) No século XVIII a presença francesa evidencia a
invasão concreta ao território amazônico, por isso ocorreram os
embates em torno da demarcação dos limites que separam
territórios coloniais, por meio de acordos diplomáticos.
c) O Tratado Provisional de 1700, efetivado entre
Portugal e França tinha como objetivo neutralizara área de
conflito, vedando a ocupação das terras tanto a franceses quanto
a portugueses.
d) O Tratado de Utrecht, em 1713, entre França e
Portugal estabeleceu o rio Oiapoque como limite natural entre a
Guiana Francesa e a Capitania do Cabo Norte.
e) Na memória sobre o conflito franco-brasileiro dois
diplomatas foram importantes para a resolução do conflito: Barão
do rio Branco e Joaquim Caetano da Silva.

92
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

21) Sobre a fundação da Colônia Agrícola de Clevelândia


em 1922, pode-se afirmar que:
a) tinha como objetivo povoar, nacionalizar e desfrutar a
faixa de fronteira com a Guiana Francesa, coibir o contrabando e
a atração pela França da área do antigo Contestado França –Brasil.
b) objetivava intensificar as relações bilaterais com os
países vizinhos e dar assistência às populações indígenas do Norte
do Solimões e Amazônia.
c) objetivava executar uma política indigenista no Alto
Solimões e Alto Rio Negro, em Roraima, no Amapá e na área do
Tumucumaque (na fronteira com o Suriname).
d) tinha como objetivo internacionalizar o Brasil e
desfrutar a faixa de fronteira com a Guiana Francesa.
e) pretendia aumentar a presença militar na área,por meio
dos pelotões de fronteira (Exército), da construção e melhoria de
campos de pouso de apoio (Aeronáutica) e da intensificação das
patrulhas fluviais e melhoria das condições de segurança de
navegação (Marinha).
22) “Ao eclodir a Segunda Guerra Mundial, o governo
brasileiro, diante da nova conjuntura internacional, com a
necessidade de melhor estruturar a Nação para enfrentar as
adversidades decorrentes da situação de beligerância,
implementava a militarização de regiões fronteiriças, criando mais
companhias e pelotões, enquanto [...] sugeria a criação dos
Territórios Federais do Iguaçu, Maracajú, Guaporé, Jauru, Rio
branco, Rio Negro, Solimões, Óbidos e do Amapá [...]”.
(Santos, F. Rodrigues, História do Amapá: da autonomia territorial ao fim
do janarismo – 1943 a 1970. Macapá: Editora Gráfica O Dia S.A.,
1998, p. 22).

93
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Levando-se em consideração a criação do Território


Federal do Amapá no contexto apontado pelo autor é
CORRETO afirmar que:
I - A criação do Território Federal do Amapá (TFA),
assim como dos demais territórios criados na mesma época,
decorre de imperativos geopolíticos e de defesa da soberania do
Brasil sobre regiões fronteiriças e estratégicas.
II - O Território Federal do Amapá (TFA), era
administrado pela União e tinha como características principais a
centralização e concentração do poder político nas mãos de quem
o administravam.
III - Através de Decreto-Lei, o Território Federal do
Amapá (TFA) foi tutelado pelo governo central e colocado sob
controle direto dos Ministérios da Marinha e do Interior.
IV - O Território Federal do Amapá (TFA) foi criado sob
a indiferença da maioria da população local, pois ela não
compreendia as naturais consequências político-administrativas
da elevação das terras amapaenses a condição de Território
Federal.
Estão corretas:
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas I, III e IV.
e) Todas as assertivas.

94
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

23) Observe a imagem:

Fonte: Acervo do Museu Joaquim Caetano da Silva, Macapá/AP.


A imagem retrata o presidente Getúlio Vargas e Janary
Nunes, primeiro Governador do Território Federal do Amapá.
Sobre o processo de escolha de Janary para governar o Território
pode-se afirmar:
a) O sistema de interventoria, iniciado na década de 1930,
como forma de administração dos Estados, possibilitou a escolha
de Janary, apesar do seu total desconhecimento da região.
b) Vargas, apesar de possuir a prerrogativa de livre escolha
dos governantes, admitiu que a população se manifestasse a favor
de seus pretendentes para governar o Território.
c) A escolha de Janary como governador demarca a
questão de que Vargas nomeou pessoas para o cargo que não
manifestavam disposição para assumi-lo e nem conheciam a
região.
d) A nomeação de Janary Nunes teve como fator decisivo
o fato dele ser militar, de conhecer a região e de não ter exercido
função civil anteriormente.
e) Janary Nunes foi nomeado apesar dele não se
identificar com a política vigente traçada por Vargas.

95
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

24) O Projeto Jarí passou a existir a partir do convite do


general Golbery feito a seu amigo milionário Daniel Ludwig para
investir na Amazônia. Foi planejado como um grande projeto, em
várias frentes, DENTRE ELAS PODE-SE APONTAR:
I – O projeto florestal: concebido para a produção de
celulose, que é a “matéria-prima”, para a fabricação de papel.
II – O projeto mineral: para a extração do caulim(mineral
não metálico) utilizado no branqueamento da celulose.
III - O projeto agropecuário: voltado para a produção de
arroz (rizicultura) nas áreas de várzeas e criação de gado bovino e
bubalino.
IV – O projeto mineral para exploração de ferro e
manganês.
Estão corretas:
a) Apenas I e II
b) Apenas I, II e III
c) Apenas II e IV.
d) Apenas I, III e IV.
e) Todas as assertivas
25) A Construção da Fortaleza de São José de Macapá foi
autorizada no reinado de D. José I, que junto com seu primeiro
ministro, o Marquês de Pombal, determinou a sua construção que
durou dezoito anos.
Sobre a composição da mão-de-obra empregada para a
construção da fortaleza é CORRETO afirmar que:
foi empregada a mão-de-obra livre tanto para o trabalho
especializado, dos engenheiros e mestres de ofício, como para o
trabalho braçal.

96
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

b)para o trabalho braçal foi empregada com exclusividade


a mão-de-obra de escravos negros africanos.
c)foi empregado unicamente o trabalho dos soldados
desertores capturados e de índios aldeados e escravizados.
d)foi empregada a mão-de-obra livre para os trabalhos
especializados, como a dos engenheiros e mão-de-obra escrava
negra e de índios capturados oficialmente na região, utilizados
basicamente no transporte de pedras.
e)foi empregada no trabalho braçal apenas a mão-de-obra
dos indígenas aldeados.

97
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

GABARITOS COMENTADOS DA LISTA II

QUESTÃO: 01) Resposta: B – A fase colonial da História do


Amapá é conhecida como Período Pombalino (1750-1777) em que o
monarca português D. José I confiou os assuntos coloniais ao seu
ministro, Sebastião José de Carvalho e Mello, o Marquês de Pombal.
Muito influenciado pelo Despotismo Esclarecido, Pombal sonhava
com um Império Lusitano grandioso, desenvolvido e moderno, para
isto, reforçou os laços com a colônia, intensificando a exploração
desta, que na sua visão, seria o ponto-chave para tornar Portugal um
país mais forte e industrializado. Sua visão de povoamento era baseada
na ideia de criar cidades planejadas, capazes de desenvolver atividades
econômicas em escala comercial, o que atrairia colonos portugueses.
Outra providência era a segurança: mandou erguer fortificações
militares em todo o vale amazônico e preocupou-se em especial com
as Missões religiosas, presentes na Amazônia, a quem expulsou por
volta de 1759. Transformou Aldeamentos em Vilas e transformou os
índios em colonos, a serviço dos interesses portugueses.
QUESTÃO: 02) Resposta: B – Comentário: A Questão de
Limites é uma temática muito cobrada em vestibulares e concursos.
O problema da delimitação das fronteiras de um Estado ou Nação é
um dos fatores determinantes para o seu reconhecimento político e
diplomático no contexto da relação com outros Estados -Nações. O
caso da Região do Contestado ilustra bem a luta da República
Brasileira, que buscava o reconhecimento internacional e, para isso,
precisava resolver todos os seus litígios de Fronteira. Esta região de
fronteira entre o Brasil e os domínios franceses remonta o período da
Colonização, sendo palco de muitas lutas envolvendo os moradores
desta região. O primeiro acordo envolveu Portugal e França, que
assinaram em 1700 o Tratado Provisional, que, neutralizou a região
do Contestado. Em 1713, o Tratado de Utrecht que demarcou a
fronteira no Rio Oiapoque (ou Vicente Pinzon), mas somente em 01
de dezembro de 1900, mediante arbitragem internacional o litígio

98
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

franco-brasileiro é resolvido através do laudo Suíço ou Laudo de


Berna.
QUESTÃO: 03) Resposta: D – Comentário: Criada em 1922
durante o governo de Arthur Bernardes, a Colônia Penal de
Clevelândia do Norte foi utilizada como cadeia politica, uma forma
de repressão aos movimentos de contestação ao regime oligárquico.
Respaldada na legislação da República Velha, a Constituição de 1891
e a Lei Adolfo Gordo de 1907, que proibiam manifestações operárias,
receberam muitos contingentes de rebeldes que atacaram o governo,
como os Tenentes, os Comunistas e os Anarco-Sindicalistas.
Desativada em 1927 no governo de Washington Luís (1926-1930), e
só nos Anos 60, já no regime militar, a colônia foi transformada em
Batalhão Especial de Fronteira
QUESTÃO: 04) Resposta: A – Comentário: A escravidão
negra na Amazônia ainda é um tema pouco abordado ao se tratar da
História Regional. Sabe-se que a presença negra está associada ao
processo de exploração imposta pela Coroa Portuguesa na região,
principalmente no período da Administração Pombalina, que criou a
Companhia de Comércio do Grão-Pará e do Maranhão em 1755, com
o objetivo de fomentar o comércio de escravos negros, antes
concentradas no centro-sul da colônia. A maior parte das
comunidades quilombolas surge da resistência negra às formas de
trabalho compulsório a que foram submetidos, principalmente
durante os trabalhos de construção da Fortaleza de São José de
Macapá e das Vilas de Macapá e de Mazagão, de onde fugiam para
instalar-se nas áreas de floresta, a fim de constituírem seu novo espaço
de liberdade.
QUESTÃO: 05) Resposta: A – Comentário: A política
pombalina para a Amazônia, previa, entre outras medidas, a defesa do
território em razão da constante ameaça estrangeira.
Para viabilizar tal projeto, foram erguidos fortes em áreas de
confluência de rios e no caso de Macapá, a entrada para o vale
amazônico deveria ser guarnecida, de modo a materializar a soberania

99
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

do Estado Português na região. Sobre as relações de trabalho no


período, afirma o Professor Carlos Alberto (UNIFAP):
“É a maior fortificação colonial da América Latina.
Integrou o projeto pombalino de construção de fortes para
assegurar a soberania lusitana (portuguesa) na Amazônia”.
Sua construção iniciou em 1764 e sua inauguração ocorreu
em 1782 (sem que o forte estivesse concluído).
A localização estratégica da Vila de Macapá definiu sua
construção nesta área.
Ao longo da construção do forte, foi utilizada a mão-de-obra
de índios livres (169) e negros escravos (177).
Índios: foram usados como mão-de-obra livre, receberam
jornais (espécie de pagamento) pelos serviços realizados.
Negros: provenientes do tráfico negreiro foram explorados
como escravos.
“Os índios eram empregados como remeiros nas canoas que
transportavam pedras da boca do rio Uanará Pecú, lenhas para os
fornos de cal, madeiras e palha para a olaria e para o telheiro dos
tijolos, apenas alguns (12) na obra do forte. Os negros sua maioria
eram alocados na praça de S. José de Macapá, desenvolvendo suas
atividades na própria construção da fortaleza (119), apenas 34
trabalhavam na primeira pedreira junto à obra e dois na boca do rio”
(Prof.Dr. José Maia - UFPA).
QUESTÃO: 06) Resposta: C - Comentário: A descrição
presente nos relatos dos viajantes, pesquisadores e cientistas que
percorreram o território amazônico no Século XIX trazia relatos que
refletem o racismo científico ou Darwinismo Social, muito forte e
enraizado no discurso intelectual daquela época. Estas versões
tendenciosas ensejaram a política de incentivo à Imigração promovida
pelo Estado Imperial por volta de 1850, refletindo o desejo das elites
de “embranquecer” a população brasileira, com a presença do
imigrante europeu, de modo a estimular o progresso da nação

100
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

brasileira. Acreditava-se, como dizia o médico Nina Rodrigues, que


em 100 anos isto seria possível.
QUESTÃO: 07) Resposta: B - Comentário: O rádio, que era
o maio veículo de comunicação de massas no período citado,
desempenhava desde o governo Vargas importantes funções:
propaganda oficial, destacando as ações do governo, a exaltação da
imagem do Presidente, ou até mesmo atuando como um canal de
comunicação entre as massas e seu líder, ou seja, o governo fazia uso
político do rádio. Podemos destacar o programa “A Hora do Brasil”
da Radiobrás, em que o rádio ficava sob o controle do DIP. Na
Amazônia, ressalta o autor da obra citada, ganha maio popularidade
no final dos anos 50 e início dos anos 60, no Governo JK.
QUESTÃO: 08) Resposta: A – Comentário: Os grandes
projetos de desenvolvimento da Amazônia foram implementados
durante o governo militar, com sua estratégia de integração regional
através do desenvolvimento e segurança. Não esqueça amigo
vestibulando que estes empreendimentos atraíram os investimentos
de grandes grupos empresariais associados ao capital estrangeiro, que
procuravam investir em projetos extrativistas e de construção de
infraestrutura (estradas, hidrelétricas, ferrovias, portos, agro-vilas, etc)
com incentivos fiscais do governo brasileiro, sob a justificativa do
nacional-desenvolvimentismo. Afora o baixo retorno para a economia
nacional, endividada com estes consórcios capitalistas, nota-se os
efeitos indesejáveis resultantes da instalação destes empreendimentos:
a desestruturação da economia dos povos da floresta, a dissolução de
sua organização sociocultural e os impactos ambientais provocados
pela degradação dos recursos da natureza.
QUESTÃO: 09) Resposta: D – Comentário: O Território
Federal do Amapá, foi criado através do Decreto 5812 de 13 de
Setembro de 1943, período político da Ditadura Estadonovista de
Vargas, que utilizou a Doutrina da Segurança Nacional, prevista na
Constituição de 1934 e 1937, que dava ao poder federal a prerrogativa
de criar territórios federais em áreas de fronteira. Estes territórios
seriam desmembrados dos Estados que não se mostrassem capazes

101
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

de viabilizar sua defesa e desenvolvimento econômico, daí o


desmembramento em relação ao Pará. Com a Promulgação da
Constituição de 1988, o Amapá foi elevado à condição de Estado,
com poderes constituídos e eleições para todas as esferas políticas do
Estado, bem como a convocação de uma Assembleia Constituinte,
encarregada de elaborar a primeira Constituição do Estado.
QUESTÃO: 10) Resposta: E - Comentário: As Festas de
Santos Católicos em Mazagão e Macapá são manifestações
denominadas “Catolicismo Popular” ou ainda “Sincretismo
Religioso”. Manifestações que incorporam a cultura africana e
indígena (mastro, danças, músicas, batuque, consumo de bebidas,
festa) às tradições religiosas da liturgia católica, introduzida pelos
colonizadores portugueses. A Festa de São Tiago ocorre em Mazagão
Velho, que tem seu ponto mais alto nos dias 24 e 25 de julho. Estas
festividades religiosas ocorrem também em Macapá, Maruanum,
Igarapé do Lago e Curiaú onde são homenageados o Divino Espírito
Santo e a Santíssima Trindade, Santa Maria, São Bartolomeu, Santo
Antônio, Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora da Conceição e
Santa Luzia. Constam de uma parte religiosa, alusiva aos Santos
homenageados, através das Missas e Ladainhas. A parte profana é
caracterizada pela dança do Batuque e do Marabaixo, que se realizam
durante as comemorações da Semana Santa a partir do Domingo de
Páscoa prolongando-se até o Domingo do Senhor.
(Extraído de : Conteúdos de História do Brasil: MARQUES,
Carlos Alberto Viana. Curso: NAE, Fascículo de História, 2002)
QUESTÃO:11) Resposta: C – Comentário: Esta alternativa
é a incorreta. Os historiadores que dedicam-se ao estudo da História
Regional afirmam que no governo do Marquês de Pombal (1750-
1777) transformou a maioria dos Aldeamentos em Vilas, de acordo
com as diretrizes do Projeto Pombalino para a região amazônica, que
pretendia combater a presença missionária e ampliar a presença do
Estado Português na região. Ocorre que as Vilas de Macapá e
Mazagão foram as únicas que não nasceram de antigos aldeamentos,
pois a sua fundação ocorreu durante a vigência do Diretório (1757),

102
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

na qual ocupariam a função de polos de desenvolvimento econômico,


ocupação e defesa. No caso de Mazagão, imperativos externos foram
decisivos, já que a colônia marroquina representava um pesado ônus
à Coroa, que resolveu desativá-lo e transferir seus colonos para a
Amazônia.
QUESTÃO:12) Resposta: A – O Regimento das Missões foi
uma forma de controle (regulamentação) sobre o trabalho indígena
que diretamente relacionada ao contexto da colonização da
Amazônia. Por meio deste, o Estado passou a criar regras no que dizia
respeito á utilização da mão-de-obra indígena, alvo de disputa entre
missionários e colonos, como por exemplo a Revolta de Beckman no
Maranhão. Por meio deste, as missões teriam plenos poderes sobre os
indígenas, (Poder Espiritual e Poder Temporal), o que encobria a sua
exploração compulsória (trabalho escravo), embora a justificativa
fosse outra: a necessidade de educar o índio na fé católica.
QUESTÃO: 13) Resposta: E – Comentário: “O Aviamento
foi um sistema muito usado no extrativismo da borracha e da
castanha na Amazônia que se caracterizava pelo fornecimento de
mercadorias a crédito por parte do aviador (fornecedor) ao aviado
(castanheiro ou seringueiro). Em função das dívidas, da obrigação de
trabalhar para vender toda a sua produção exclusivamente ao seu
patrão, mantinha-se uma relação de dependência na qual o seringueiro
deveria manter relações comerciais de extrema exploração”.
(FARIAS: 2007)
QUESTÃO: 14) Resposta: A – Comentário: A questão acima
destaca as principais ações do governador do Estado do Grão-Pará e
do Maranhão Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do
Marquês de Pombal, e que implementou a Política Pombalina na
Amazônia colonial. Merece destaque o Diretório dos Índios de 1757,
que reorientou a maneira que os índios eram tratados pelo Estado
Português. Esta política consistia em transformar o índio em colono
para que este atuasse como agente colonizador do vasto território
amazônico. Para isso, os índios eram obrigados a casar-se e adotar
nomes portugueses, falar a língua portuguesa e sentar residência nas

103
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Vilas. Recebiam um lote de terra para produzir e não mais poderiam


ser escravizados, se contratados, deveriam receber salários.
QUESTÃO: 15) Resposta: C – Comentário: A Questão do
Contestado Franco-Brasileiro marca o contexto da diplomacia
brasileira desde o período colonial até a república. O primeiro tratado
de limites assinado entre o Brasil e a França foi o Tratado Provisional
de 1700, que determinou que a região de fronteira entre os dois países:
O Contestado, seria transformada em Zona Neutra. Em seguida, o
Tratado de Utrecht de 1713, definiu o Rio Oiapoque ou Vicente
Pinzón como a fronteira entre os dois países, o que foi retificado pelo
Laudo Suíço ou Laudo de Berna, de 01 de dezembro de 1900, que deu
ganho de causa ao Brasil, cujo representante legal era o Diplomata
José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco.
QUESTÃO: 16) Resposta: B – Comentário: A Colônia de
Clevelândia do Norte foi criada com a finalidade inicial de ocupar a
fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, coibindo a entrada de
produtos ilegais e a incursão de franceses em território brasileiro.
Durante a República Velha passou a cumprir a função de campo de
desterro, para onde eram enviados os elementos considerados
subversivos, que cometiam crimes contra o Estado e representavam
uma ameaça a ordem pública. Para este local foram desterrados os
tenentes revoltosos da década de 20 e muitos sindicalistas europeus.
Somente em 1964 foi transformada em área de segurança nacional,
passando a receber um destacamento do Exército brasileiro.
QUESTÃO: 17) Resposta: C – Comentário: O Projeto Calha
Norte implementado no Governo Sarney (1985-1989) consistia em
adotar uma estratégia de integração da Amazônia ao contexto nacional
e Latino-Americano. As ações de vigilância, defesa estratégica e
desenvolvimento econômico justificaram a intervenção do governo o
federal, que demonstrava interesse em implementar as ações previstas
no Tratado de Cooperação Amazônica. Em uma região limítrofe entre
vários países, a ausência do Estado abriria espaço para a ação das
guerrilhas e ao narcotráfico, pelo menos este foi o argumento utilizado
quando do início do projeto.

104
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

QUESTÃO: 18) Resposta: E – Comentário: A transformação


do Amapá em Estado Federal marca uma nova fase da história
amapaense, que emancipada da tutela da União, passou a estruturar-
se de maneira autônoma, constituindo seus poderes políticos e sua
organização de Estado, efetivamente com a eleição de seu Primeiro
Governador em 1989 e a promulgação de sua Primeira Constituição,
em 1991. Dentre as assertivas incorretas, vale ressaltar que:
1º- A exploração dos recursos minerais passa a ser de
competência dos órgãos estaduais e municipais responsáveis pela
execução, controle, fiscalização e licenciamento referentes a atividades
de exploração dos recursos do Meio Ambiente, de acordo com a
Legislação prevista pela Política Nacional do Meio Ambiente (Lei
6938);
2º - O Amapá na condição de Estado, não superou os
problemas herdados do período do Território, pois os governos que
o administraram em sua fase territorial, não concretizaram ações
estruturantes capazes de promover o seu desenvolvimento
econômico, social e cultural, aspectos necessários a sua futura
transformação em Estado, mesmo sendo esta uma exigência da Lei
Orgânica dos Territórios, editada em 1969, durante o governo Costa
e Silva.
QUESTÃO: 19) Resposta: E – Comentário: Esta questão
aborda as estratégias de ocupação do território amazônico,
inicialmente efetivado pelo processo missionário ou catequético,
ainda no contexto da Contra-Reforma (Século XVI), quando os
interesses da Igreja tinham igual peso e importância em relação aos
interesses estratégicos do Estado. Somente a partir do século XVIII
verificou-se uma mudança nesta relação, sobretudo com o
fortalecimento do Iluminismo e do Despotismo Esclarecido na
Europa, quando há uma modificação na maneira de governar dos
Estados Europeus, cujos monarcas influenciados pelo
anticlericalismo (oposição à Igreja) que caracterizou o Século das
Luzes, passam a separar os assuntos coloniais (esfera de Estado) dos
assuntos espirituais (esfera religiosa). Assim, o governo português

105
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

para assegurar a soberania portuguesa na Amazônia, procurou


viabilizar um modelo de ocupação baseado na maior regulamentação
do trabalho indígena, que passou a ser a peça-chave para o projeto
colonizador, transformando-o em colonos, como podemos constatar
com a entrada em vigor da legislação conhecida como Diretório dos
Índios de 1757.
QUESTÃO: 20) Resposta: (NULA) – Comentário: Esta
questão foi anulada em razão de que a mesma apresentava duas
alternativas incorretas: a) Durante a colonização, os militares foram
indispensáveis na conquista e na garantia de posse de novas terras por
parte dos portugueses, principalmente daquelas incorporadas pelo
Tratado de Madri, assinado entre Portugal e França. / Alternativa: e)
Na memória sobre o conflito franco-brasileiro dois diplomatas foram
importantes para a resolução do conflito: Barão do rio Branco e
Joaquim Caetano da Silva.
Sobre os erros grifados acima: a) O Tratado de Madri não diz
respeito ao Contestado Franco-Brasileiro, pois o mesmo foi assinado
em 1750 por Portugal e Espanha, que firmavam a demarcação de seus
territórios em suas respectivas possessões coloniais, especificamente
estava em litígio o território amazônico, que foi definitivamente
incorporado aos domínios portugueses;
b) Apenas o diplomata José Maria da Silva Paranhos (Barão
do Rio Branco) atuou na questão, Joaquim Caetano da Silva era
pesquisador e museólogo que percorreu a região do Contestado e
publicou a obra L’Oiapoc et Amazone (O Oiapoque e o Amazonas)
onde apresentava um minucioso levantamento topográfico da região,
que inclusive foi usado por Rio Branco em sua defesa na Corte
Arbitral reunida na Suíça de onde saiu o Laudo de Berna de
01.12.1900.
QUESTÃO: 21) Resposta: A – Comentário: A Colônia
Agrícola de Clevelândia do Norte foi criada no governo de Epitácio
Pessoa (1919-1922) com a finalidade de garantir a presença do Estado
Republicano nas regiões mais longínquas do país, em uma fase em que
as fronteiras políticas ainda eram marcadas por um caráter artificial e

106
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

tímido, sobretudo no que diz respeito às questões de segurança e


povoamento e do desenvolvimento econômico e humano ao longo
da faixa norte do país. Em 1924 pode-se afirmar que passou a ser
usada como campo de internamento forçado no Governo Arthur
Bernardes (1922-1926), fortemente combatido por movimentos de
contestação à política oligárquica. Este governo abusou do recurso do
Estado de Sitio previsto pela Constituição de 1891, determinando a
prisão e a deportação sumária de muitos trabalhadores, militares e
indigentes para estas áreas (os “Indesejáveis”- expressão de época),
com o objetivo de reprimir os levantes sociais e militares. Foi
desativada em 1927, no governo de Washington Luiz, último
presidente da Velha república.
QUESTÃO: 22) Resposta: (NULA) – Comentário: Esta
questão apresenta gabarito incorreto e em desacordo com o
referencial bibliográfico citado (Santos, F. Rodrigues, História do
Amapá: da autonomia territorial ao fim do Janarismo – 1943 a
1970.Macapá: Editora Gráfica O Dia S.A., 1998, p. 22). O equívoco
pode ser constatado em função dos seguintes aspectos:
1º) A assertiva II está incorreta, pois o Território Federal foi
criado no contexto político da Ditadura Estadonovista (1937-1945),
respaldando-se em duas Constituições: a de 1934 e a de 1937, que
previam o desmembramento de áreas territoriais de unidades
federativas que demonstrassem incapacidade de promover o seu
desenvolvimento e garantir a sua segurança. Estas áreas denominadas
Territórios Federais, eram subordinadas à pessoa do Presidente da
República, não dispondo de autonomia administrativa e o poder de
mando não era, portanto, de quem o administrava, como afirma-se na
mesma
2º) A assertiva III afirma que o Território “foi tutelado pelo
governo central e colocado sob controle direto dos Ministérios da
Marinha e do Interior”. Esta afirmação está incorreta, pois esta
mudança só ocorrerá em 1972 quando os militares passaram a
considerar a Costa Setentrional como área de segurança e de interesse
nacional, reforçando-se a presença militar nos Territórios Federais da

107
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Amazônia. A Lei Nº 411 considera que o Amapá, enquanto território


banhado pelo mar deveria ser governado por oficiais da Marinha. O
General Médici nomeia o comandante José Lisboa Freire (novembro
de 1972 a abril de 1974). Portanto, será somente a partir desta data
que o então território estará sob a jurisdição do Ministério da Marinha,
e em razão disto, a proposição do enunciado não diz respeito ao
período citado.
3º) O item IV, em que se afirma: – “ O Território Federal do
Amapá (TFA) foi criado sob a indiferença da maioria da população
local, pois ela não compreendia as naturais consequências político-
administrativas da elevação das terras amapaenses a condição de
Território Federal”, está em contradição com o referencial
bibliográfico indicado no Edital: (Santos, F. Rodrigues, História do
Amapá: da autonomia territorial ao fim do Janarismo – 1943 a 1970.
Macapá: Editora Gráfica O Dia S.A., 1998, p. 22), nesta obra o autor
ressalta que houve manifestações por parte da população do
Território junto ao governo Federal, em que era denunciado o descaso
do governo do Pará em relação ao Território, reivindicando-se por
meio de cartas e visitas de comitivas de lideranças locais que estiveram
presentes em Manaus no Ano de 1940, por ocasião da visita do
presidente Getúlio Vargas àquele Estado, o que ensejou o discurso do
mesmo, em que afirma que a Amazônia seria prioridade em seu
governo e em decorrência disto, usou do que dispunha a Constituição
para desmembrar o Amapá do Pará e transformá-lo em Território
Federal.
QUESTÃO: 23) Resposta: D – Comentário: Esta questão
aborda a História do Amapá na sua fase territorial, iniciada com a
nomeação do Capitão Janary Gentil Nunes para governador do
Território Federal (1944-56), criado por Getúlio Vargas durante a
Ditadura Estadonovista (37-45). Janary foi nomeado pessoalmente
por Vargas para implementar sua política de criação dos Territórios
Federais nas fronteiras, justificada de acordo com a “Doutrina de
Segurança Nacional”. Na prática foi uma medida que visava o
desenvolvimento do interior do Brasil, ainda praticamente
despovoado e ao mesmo tempo ampliar a soberania do poder federal
108
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

sobre áreas consideradas de segurança estratégica, sobretudo pelo


contexto da Segunda Guerra, o que, segundo o governo, colocava o
Brasil como possível alvo de ataques, em virtude de seu alinhamento
ao bloco dos Aliados (Inglaterra, França, EUA e URSS), e por servir
de apoio militar através da base aérea norte-americana no município
de Amapá, desde 1941, o que justificava a necessidade da ampliação
da presença do Estado em tal área. Um ponto importante, como é o
caso da letra (a) exige a atenção para a diferença entre “Interventoria”
e “Governo”. Neste caso, não poderíamos considerar Janary como
um “Interventor”, visto que esta situação só ocorrera nos Estados
durante a implantação do Estado Novo, e neste caso, pela sua própria
natureza jurídica o Amapá já nasceu sob a tutela do poder Federal,
por isso o termo adequado seria Governador. Por este erro a mesma
deve ser desconsiderada.
QUESTÃO: 24) Resposta: B – Comentário: O projeto
florestal inicialmente idealizado para a produção de celulose, é uma
evidência incontestável da relação entre os governos militares e o
capital estrangeiro, onde a internacionalização da economia era
viabilizada através da instalação dos grandes empreendimentos
extrativistas. O Jarí era a síntese desse modelo, pois a extração mineral
e o agronegócio complementavam uma cadeia empresarial de
grandeza sem precedentes na Amazônia. Foi projetado sem a
participação da população ribeirinha, parcela mais atingida pela
degradação socioambiental e não resultou no desenvolvimento
econômico da região, argumento muito utilizado pelos governo Costa
e Silva, que esteve presencialmente na região. Crescimento econômico
excludente seria a marca destes sinistros empreendimentos.
QUESTÃO: 25) Resposta: D – Comentário: Destaca-se
nesta questão o trabalho na construção da Fortaleza entre 1764 1782
e as suas três principais formas: o livre - “trabalhos especializados,
como a dos engenheiros”, o compulsório (forçado, mas não escravo),
veja: “índios capturados oficialmente na região, utilizados
basicamente no transporte de pedras” e a principal: a escravidão
africana: “mão-de-obra escrava negra”. Não se assuste quando
falamos de trabalho compulsório (forçado, mas não escravo), pois
109
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

alguns historiadores da área de História da Amazônia, trabalham com


essa expressão, afirmando que o trabalho de alguns índios foi forçado,
mas não escravo, visto que esses índios estavam inseridos na política
do Diretório de 1757, que proibia essa condição aos índios,
transformados em “homens livres” e devendo receber o “jornal”, uma
espécie de remuneração em dinheiro ou mercadorias, mas mesmo
assim houve casos de trabalho forçado entre estes. Atente para o fato
de que alguns temas são controversos e sem uma opinião unânime,
não havendo consenso, o que é normal em ciências humanas.

110
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

LISTA III
OFICINA DE HISTÓRIA DO AMAPÁ (2017)

Professor Fernando Rodrigues dos Santos e


Aroldo Vieira
01.“Apesar da relevância e urgência da questão divisional,
a primeira autonomia territorial decretada pelo ditador aconteceu
mais de um ano após o anúncio dessa disposição e, fora restrita e
considerando exclusivamente o aspecto estratégico-militar da
questão. Em 9 de fevereiro de 1942, criava o território federal de
Fernando de Noronha, desmembrado do estado de Pernambuco,
sem divisão municipal e governado pelo comandante da guarnição
militar sediada no arquipélago”.
(SANTOS, Fernando Rodrigues dos. História do Amapá: Da
Autonomia Territorial ao fim do Janarismo. Belém, Graficerta, 2003)
Sobre as motivações político-institucionais da criação do
Território Federal do Amapá e seu devido contexto histórico, a
interpretação do fragmento do texto, nos permite afirmar que:
a) Os territórios federais do Acre, Roraima e Amapá
foram criados no bojo da política estadonovista, com base no
discurso da Marcha para o Oeste, devido a instabilidade
fronteiriça decorrente das ameaças francesas de ocupação do
território amapaense.
b) A política integracionista do governo Vargas conforme
o contexto histórico em que está inserida, reflete as preocupações
governamentais com relação as tensões sociais que caracterizavam
a realidade da Amazônia na década de 1940; sobretudo os reflexos
do confrontamento internacional conhecido como Guerra Fria
c) A subdivisão política do país de forma ampliada e
considerando os aspectos ocupação, vitalização e recuperação de

111
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

nossas fronteiras, além do estratégico-militar, somente foi


concretizado em 13 de setembro de 1943.
d) A necessidade de fomento as exportações de manganês
como reservas estratégicas para o suprimento da demanda de
guerra por parte dos EUA, que viam -se obrigados a prover suas
industrias estratégicas, em razão da Guerra Fria.
e) A criação dos Territórios Federais justifica-se por um
arcabouço jurídico, já que estes entes administrativos eram
previstos nas Constituições de 1934 e 1937, o que será suprimido
no texto da atual Constituição de 1988.
02. O trinômio “Sanear, Educar e Povoar” havia sido
definido como o programa de organização e desenvolvimento dos
territórios federais criados em 1943. No Amapá, o capitão Janary
Nunes para implementar a diretiva presidencial e conquistar a
adesão de seus habitantes à forma autocrática de governar,
simultaneamente desenvolveu retórica apologética, ufana e
emotiva, cujo marco foi a crônica A Melhor Fortuna Territorial,
divulgado em 1945.
(SANTOS, Fernando Rodrigues dos. História do Amapá: Da
Autonomia Territorial ao fim do Janarismo. Belém, Graficerta, 2003)
Ao utilizar as expressões: “retórica apologética, ufana e
emotiva” o autor caracteriza a administração janarista no período
territorial como expressão do:
a) Espírito democrático e liberal que caracterizava o
comportamento político no referido contexto histórico
b) A forte participação da sociedade civil nas discussões
acerca da gestão e das políticas públicas que orientavam o
exercício institucional do poder político no Brasil
c) A forte ideologia nacionalista e socialista que
caracterizava o estilo de governo e suas formas de relacionamento
com a sociedade civil brasileira

112
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) O estilo autoritário e populista que personifica a


administração janarista, expressão de um contexto de uma época
marcada pelo esvaziamento da importância política dos sujeitos
sociais e a supervalorização do Estado e seus representantes.
e) A conclusão de um processo de autonomia territorial e
política alcançada com a criação do Território em um momento
de redemocratização do país.
03. No transcurso de uma solenidade ocorrida no dia 20
de abril em Macapá, para a qual o deputado Janary Nunes não foi
convidado nem compareceu, o general Ivanhoé Gonçalves
Martins assumia o governo do território federal do Amapá,
estabelecendo uma administração, cuja maioria dos cargos seriam
ocupados por tecnocratas locais de anacrônico conhecimento de
gerenciamento e sobremaneira por militares da reserva das Forças
Armadas, vindos de outras regiões do país, sem nenhuma ou
abalizada experiência administrativa civil.
(SANTOS, Fernando Rodrigues dos. História do Amapá: Da
Autonomia Territorial ao fim do Janarismo. Belém, Graficerta, 2003)
O trecho da obra citada faz referência aos governos
territoriais durante o Regime Militar, que repercutiu no Amapá
através da ação de medidas centralizadoras, onde os
representantes do poder federal implementaram uma política de
austeridade e repressão, como é o caso:
a) De José Lisboa Freire, que adotou uma gestão
modernizadora, com vistas a melhorar a eficiência da máquina
administrativa, criando para isso a Lei Orgânica dos Territórios
b) Arthur Azevedo Henning foi o último governador
nomeado em razão do Decreto 411/72 em que a União se
compromete em ampliar os repasses para os territórios, através do
MINTER, com vistas a preparação financeira e administrativa
destes, a fim de sua transformação em Estados

113
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) Anníbal Barcellos governou com muita independência,


logo “mandava e desmandava” e teve hábitos simples. Nas
viagens pela zona rural dispensou tratamentos protocolares,
misturou-se com o povo, fazendo refeições em seu meio e às
vezes chegando a participar de atividades que exigiam esforço
físico.
d) O governador Ivanhoé Gonçalves que, desde a sua
chegada ao Território, em abril de 1967, demonstrava que
realizaria uma administração autoritária e centralista, por
conseguinte propício a cometer atos absurdos e atípicos.
Construiu o Palácio do Setentrião, a rede de abastecimento de
água, a Pediatria e a Termoelétrica Costa e Silva.
e) Terêncio Porto decretou intervenção na imprensa local,
passou a perseguir os servidores públicos e denunciando o
prefeito Mário Luís Barata, de desviarem recursos públicos.
Chegou a ordenar a prisão deles e indiciamento em inquéritos,
estabelecendo a existência ainda de ligações da administração
territorial com o presidente deposto.
04. Com o advento do governo Dutra, o Brasil no
desempenho de suas relações econômicas internacionais, abriu-se
ao capital internacional, especialmente ao norte-americano, com a
Amazônia sendo colocada quase sem restrições à exploração
econômica dos estados Unidos. Ao passo que na parte ocidental
dessa região persistia a exploração vegetal, nas terras amapaenses
a exploração mineral seria a prioridade.
A partir da leitura e interpretação do fragmento acima, é
possível afirmar que o autor faz referência:
a) A criação da Área de Livre Comércio de Macapá e
Santana
b) A instalação do Projeto Calha Norte
c) A criação do Polo Industrial de Santana

114
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) A implantação das colônias agrícolas do Matapi e


Oiapoque
e)A implantação do Projeto ICOMI
05. A imprecisão da fronteira definida entre o Brasil e a
Guiana francesa, próximo do rio Amazonas, provocou três
séculos de rivalidade até a arbitragem internacional de 1900 dando
razão ao Brasil. O conflito e a história dolorosa não assumida até
hoje na Guiana francesa explicam o longo afastamento que
conheceu esse departamento francês de ultramar em relação ao
Brasil, com o qual a França sempre compartilhou relações
calorosas, mas que nunca passaram pela Guiana, apesar da
fronteira com o Brasil constituir a maior fronteira terrestre da
França.
STÉPHANE GRANGER. O Contestado Franco-Brasileiro. Desafios
e consequências de um conflito esquecido entre a França e o Brasil na Amazônia.
Considerando a temática apresentada pelo texto e a
inserção do Amapá no cenário político mundial, nacional e
amazônico, a chamada Questão do Contestado Franco-Brasileiro
tem suas origens e seu desfecho, respectivamente:
a) Na disputa pela Amazônia entre as nações colonialistas
europeias/ Na busca de uma solução por meio do arbitramento,
através da ação diplomática do Barão do Rio Branco.
b) Na presença estrangeira no vale amazônico durante a
Idade Moderna/ Na luta dos amapaenses pela posse da região
litigiosa, definida pelo Tratado de Utrecht
c) No contexto da expansão napoleônica na América do
Sul durante o Século XIX/ Na ação diplomática do Congresso de
Viena, com base no princípio do Utti Possidetis
d) Na presença missionária no vale Amazônica/ No
conjunto das Reformas Pombalinas, a saber, o Diretório de 1757

115
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

e) No reinado Josefino que foi marcado pelo envio de


expedições científicas e de reconhecimento/ na era Vargas, com
base na Doutrina da Segurança Nacional.
06. “Depois de meses de preparativos, Feliciano Coelho
de Carvalho no comando de uma tropa de 240 soldados e 5.000
guerreiros indígenas, embarcada numa frota de cento e vinte e sete
canoas grande e centenas de outras menores, partia de Cametá,
local do recrutamento, em 18 de junho de 1632, rumo ao território
do Cabo do Norte. No transcurso da viagem atacava nheengaibos
que ocupavam ilhas na sua rota, causando-lhes grande
mortandade, com muitos sobreviventes buscando proteção nos
limites defensivos do Forte de Comaú, engrossando
substancialmente a linha de defesa da fortificação inimiga”.
(SANTOS, Fernando Rodrigues dos. História da Conquista do Amapá.
Fortaleza, CE: Premius Editora, 2013, p. 86)
O trecho citado demonstra o processo de apropriação das
terras amapaenses pelos portugueses, fazendo frente as constantes
investidas estrangeiras e seus enclaves militares na foz do Rio
Amazonas. Sobre essas tensões coloniais ocorridas nas terras
amapaenses, é INCORRETO afirmar que:
a)Relata a mobilização portuguesa para expulsar invasores
ingleses da localidade de Comaú
b) Outras bases militares estrangeiras como o Forte do
Torrego no Vale do Jari também foram retomadas pelos
portugueses na década anterior
c) O Forte Felipe foi uma outra base, localizado entre os
rios Matapi e Anaeurapucu, fundado por Roger North, contando
com indígenas das vizinhanças.
d) Na ilha de Gurupá, geralmente mapeada como
[

território do Cabo do Norte, os luso-brasileiros possuíam uma

116
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

fortificação construída em 1623, denominada de Forte de Santo


Antônio.
e) Após a destruição do Forte Comaú, os portugueses
imediatamente soergueram a Fortaleza de Santo Antônio, que
integrava o complexo de praças fortes da Vila de Macapá.
07. A administração do general Ivanhoé Gonçalves
estendeu-se até novembro de 1972, quando o presidente Emílio
Médici reavaliou a ascendência das Forças Armadas sobre os
Territórios Federais amazônicos. Neste contexto institucional
marcado pelo fechamento do Regime Militar, a administração
territorial, como é o caso do T.F. do Amapá sofreu uma
reorientação e realinhamento de tendências políticas, diretamente
refletidas em âmbito local.
A este respeito, julgue assertivas abaixo e assinale a seguir,
a alternativa correta:
I – O Território do Amapá, a partir de março de 1972,
passou a ser governado pelo comandante José Lisboa Freire, que
compôs com tecnocratas amapaenses o primeiro escalão de seu
governo, experiência essa mal sucedida, porque escolheu pessoas
sem compromisso com os interesses coletivos.
II – Presidia o Brasil, o general Ernesto Geisel, desde 15
de março de 1974, quando em abril desse mesmo ano, nomeava
para governador do Território do Amapá, o comandante Arthur
de Azevedo Hening. Em janeiro de 1976, inaugurar a Hidrelétrica
do Paredão, em cuja solenidade participou o Presidente da
República.
III – Com a ascensão do general João Baptista Figueiredo
à Presidência do Brasil, em 15 de março de 1979, ainda nesse mês,
foi nomeado governador do Território do Amapá, o comandante
Annibal Barcellos, que governou o território por 06 anos e 06
meses.

117
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

IV – Anníbal Barcellos foi o oficial da Marinha e governante


dos amapaenses que procurou dar cumprimento a Lei Orgânica dos
Territórios Federais, promulgada em janeiro de 1969, que visava criar
condições que possibilitassem a ascensão à categoria de Estado aos
Territórios Federais criados em 1943. Implementou efetivas
providências de organização administrativa e infraestrutura
econômica e social.
V – Quando em 1978, foi aumentada para quatro a
representação parlamentar dos Territórios Federais, o governador
Terêncio Porto, empenhou-se e elegeu deputado federal pelo MDB,
o professor Paulo Guerra. A outra vaga continuou com a ARENA,
reelegendo-se Antônio Pontes, com o novo quadro político-partidário
estabelecendo equilíbrio entre governo e oposição no Território do
Amapá.
Estão corretas as assertivas:
a) I, II, III e V
b) I, II, III, IV e V
c) II, III e IV
d) II, III, IV e V
e) I, II, III e IV
08.

O governador Nova da Costa e o ministro João Alves

118
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Sobre o governo apresentado na fotografia e o contexto


político relacionado ao processo de transição do Amapá
Território para o Estado, NÃO podemos afirmar que:
a) Nas eleições municipais realizadas em 15 de novembro
de 1985, o eleitorado do Território do Amapá elegeu os prefeitos
dos municípios de Calçoene, Oiapoque, Amapá, Mazagão,
Macapá e Santana.
b) Nova da Costa plenamente governou até o final de
1986, porque após a posse dos deputados constituintes Geovani
Borges (PFL), Anníbal Barcellos (PFL) e Eraldo Trindade (PFL),
pelo fato de passarem a integrar uma aliança suprapartidária de
amplitude nacional de apoio ao presidente José Sarney para
garantir a governabilidade do País.
c) A Constituição Brasileira promulgada em 5 de outubro
de 1988, transformou os Territórios Federais de Roraima e
Amapá em Estados da Federação.
d) O Governo Federal reconhecia a impropriedade dessa
forma de administração, imposta sobre essas áreas por quase
quarenta e cinco anos, e a determinação de integrá-las à
modernidade de organização política, econômica, social e
administrativa para que, sob autogoverno, se tornassem
democráticas e progressistas.
e) Com a vitória de Collor de Melo nas eleições
presidenciais de outubro de 1989, e após sua posse em março de
1990, o governador Nova da Costa foi exonerado. Não aceitou
amistosamente a decisão do presidente da República e recorreu à
Justiça para permanecer à frente do governo estadual até a posse
do primeiro governador eleito.

119
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

09. Sobre o contexto do Amapá Estado e as respectivas


transformações decorrentes desta importante configuração
político-administrativa, considera-se que esta nova fase veio
acompanhada de algumas contradições, dentre elas a problemática
da dependência financeira em relação à União. No que toca às
alterações políticas e eleitorais, podemos afirmar, EXCETO:
a) Com a transformação do Amapá em Estado foi
aumentada e ampliada a representação parlamentar em nível
federal, passando a ter direito a oito vagas à Câmara dos
Deputados e três ao senado. No âmbito estadual, o eleitorado
amapaense teve assegurada a prerrogativa de eleger o governador
e os deputados estaduais.
b) Nas eleições de outubro de 1990, com exceção dos
deputados Eraldo Trindade (PFL), Sérgio Barcellos (PFL), Fátima
Pelaes (PFL), Murilo Pinheiro (PFL) e Valdenor Guedes (PTB) e
os senadores Henrique Almeida (PFL) e Jonas Pinheiro (PTB), os
demais eleitos eram de oposição, a saber, Gilvan Borges (PRN),
Aroldo Góes (PDT) e Lourival Freitas (PT), e o senador José
Sarney (PMDB).
c) O deputado Anníbal Barcellos, nesse pleito, concorreu
ao governo do Estado, conseguindo eleger-se, derrotando, no
segundo turno, uma coligação de esquerda, liderada pelo
candidato do Partido dos Trabalhadores, o médico Gilson Rocha,
na época vereador pelo município de Macapá.
d) Os deputados estaduais eleitos foram num total de 24,
dos quais 18 elegeram-se, sobremodo, com o apoio político de
Anníbal Barcellos. Sendo maioria, elaboraram uma Constituição
Estadual, seguindo as orientações políticas do governo, a qual foi
promulgada em 20 de dezembro de 1991.
e) Enquanto o impasse persistia, interinamente, assumiu
o governo estadual, o tenente-coronel Dolly Mendes Boucinha,
até o final de 1990, quando foi efetivado no cargo, o advogado
120
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

sergipano Gilton Pinto Garcia, que governou até 1991, iniciando


algumas obras de infraestrutura e saneamento; e concluindo
outras para abrigar as instituições públicas necessárias ao
funcionamento do Estado.
10. Terras Indígenas Amapaenses
Terra Superfície
Estados Municípios Povos
Indígena /ha
Uaçá Amapá Oiapoque 470. 164 Galibi
Marworno,
Karipuna e
Palikur
Juminã Amapá Oiapoque 41. 601 Galibi
Marworno,
Karipuna
Galibi do Amapá Oiapoque 6.889 Galibi do
Oiapoque Oiapoque
Karipuna
Waiãpi Amapá Amapari, 607. 017 Wajãpi
Laranjal do
Jarí
Parque do Pará e Oriximiná, 3. 071. 067 Aparai,
Tumucuma Amapá Óbidos, Katxuyana,
que Almeirim, Tiriyó,
Alenquer, Wajãpi,
Monte Wayana
Alegre.
Rio Paru Pará Almeirim, 1.195. 785 Aparai,
d’ Este Alenquer, Wajãpi
(do leste) Monte Alegre Wayana

Zo’é Pará Oriximiná, 664.465 Zo’é


Óbidos,
Alenquer
(Fonte: GALLOIS, Dominique Tilkin & GRUPIONI, Denise
Fajardo. Povos Indígenas no Amapá e no Norte do Pará: Iepé – Instituto
de Pesquisa em Educação Indígena, Macapá-AP,2003)

121
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

É conhecida a problemática da resistência indígena na


Amazônia, desde os mais remotos tempos coloniais até as ultimas
décadas do Século XX, quando avanços significativos tornam a
questão da demarcação das terras indígenas um assunto que ocupa
grande espaço na cena pública.
Mesmo com esses recentes avanços, vários povos
indígenas foram se deslocando em razão de uma resistência para
sobreviver em um outro lugar, abrindo mão de sua língua, seus
valores, seu modo de vida, suas tradições, se adequando ao lugar
que, para o indígena, “você está”, o que chamamos de
“Ressignificação”; e Ressocialização (Aroldo Vieira, 2014).
Este caso, a ETNOGÊNESE, é muito recorrente entre
os povos indígenas do Amapá, principalmente os povos das
Etnias:
a) APARAI e WAYANA, TIRIYÓ e KATXUYANA.
b) GALIBI – MARWORNO, PALIKUR e KARIPUNA
c) WAJÃPI, APARAÍ e WAYANA
d) TIRIYÓ, KATXUYANA e Zo’ É
e) WAYAPI, PALIKUR e GALIBI KALI’ NÂ
11. No Século XVIII, com a edição do Diretório, a
situação da política indigenista portuguesa mudou muito.
Sobre essa política, assinale a opção INCORRETA:
a) O governo retomou a concepção do índio como
incapaz e inseriu a figura do diretor. Este, necessariamente um
leigo, ficaria responsável por cuidar da administração temporal nas
povoações de índios.
b) De fato, boa parte dos itens do Diretório versava sobre
as funções do diretor e muitas dessas funções, como era de se
esperar, regulamentavam a distribuição do trabalho indígena para
serviços públicos e particulares.

122
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) A busca era por fomentar o ingresso de não índios nos


povoados indígenas, pois esta medida era vista como uma maneira
de acelerar a “civilização” dos aldeados
d) Boa parte dos itens do Diretório incorporavam o
indígena a comunidade nacional e aos modos de vida europeus.
e) Por ele, o Império encampa a política de catequese dos
índios, enunciando os métodos brandos de “civilização” e contato
com o elemento indígena.
12. Notícia: Um grupo de indígenas que protestava contra
a mudança no processo de demarcação de terras cercou nesta
quinta-feira (18.04.2013) o Palácio do Planalto. De acordo com
um dos representantes do movimento, Neguinho Tuká, a
população indígena não foi ouvida durante o processo de
elaboração da PEC 215 e teme perder suas terras com as
mudanças. "Índios sem-terra não têm vida", declarou o
coordenador das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira,
Marcos Apurinã. "Não aceitamos e não vamos aceitar mais esse
genocídio." O grupo é o mesmo que, na última terça-feira, 16,
invadiu o plenário da Câmara dos Deputados em protesto contra
a PEC 215, que transfere do Poder Executivo para o Congresso
Nacional a decisão final sobre a demarcação de terras indígenas
no Brasil. (http://ultimosegundo.ig.com,br. Adaptado)
São processos que vem contribuindo para o acirramento
da tensão social envolvendo a população indígena no campo
brasileiro:
a) o avanço das atividades agrícolas, mineradoras e
pecuárias de grande porte; a instalação de usinas hidrelétricas em
terras indígenas, e a permanência da concentração de terras no
país.

123
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

b) a expansão da reforma agrária, o aumento do


desemprego no campo e a ausência de políticas de assistência
social destinadas à população indígena.
c) o avanço das atividades agrícolas, mineradoras e
pecuárias de grande porte, a expansão da reforma agrária e a
reivindicação da população indígena de direitos não previstos na
Constituição Federal.
d) a expansão da reforma agrária e da agricultura familiar,
a instalação de usinas hidrelétricas em terras indígenas e a
permanência da concentração de terras no país
e) a expansão da agricultura familiar no país; o aumento
do desemprego no campo; e a ausência de políticas de assistências
social destinadas à população indígena
13. “Sempre foi máxima inalteravelmente praticada em
todas as Nações, que conquistaram novos Domínios, introduzir
logo nos povos conquistados o seu próprio idioma, por ser
indisputável, que este é um dos meios mais eficazes para desterrar
dos Povos rústicos a barbaridade dos seus antigos costumes”.
Assim começa o sexto dos 95 parágrafos do Diretório que se deve
observar nas Povoações dos Índios do Pará, e Maranhão,
enquanto Sua Majestade não mandar o contrário, mais conhecido
como Diretório dos Índios. Regulamento elaborado em 1755 e
tornado público em 1757 por D. José I, rei de Portugal, por meio
do seu ministro, o Marquês de Pombal, o Diretório dos Índios
propunha a integração forçada dos povos indígenas como súditos
da Coroa portuguesa. Além de determinar a substituição da língua
geral, o nheengatu, pela língua portuguesa (ação decisiva na

124
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

mudança linguística que se operou no Brasil no final do século


XVIII), outras medidas foram previstas pelo Diretório, exceto:
a) a proibição do uso da palavra “negro”.
b) o incentivo ao casamento entre colonos brancos e
indígenas, prometendo vantagens e prêmios aos brancos que se
casassem com mulheres indígenas.
c) a consolidação da administração espiritual dos índios
pelos jesuítas.
d) a elevação dos aldeamentos indígenas à categoria de
vilas de índios administradas por um Diretor.
e) a imposição de nomes e sobrenomes tais quais os das
famílias de Portugal.
14. A questão da Regulamentação das Comunidades
Remanescentes de Quilombos, remete ao contexto da
Promulgação da Constituição de 1988, através do Artigo 68 -
ADCT, para “conferir direitos territoriais aos remanescentes de
quilombos que estejam ocupando suas terras, sendo-lhes
garantida a titulação definitiva pelo Estado brasileiro”.
Sobre as múltiplas definições acerca da identidade
quilombola, aponte a assertiva concernente ao enunciado.
a) “toda habitação de negros fugidos, que passem de
cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos
levantados e nem se achem pilões nele.”
b) uma tentativa de recriar a vida em um reino africano,
restrita ao período da escravidão.
c) exclusivamente como expressão da negação do sistema
escravista, aparecendo como espaços de resistência e de
isolamento da população negra.

125
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) constituíram-se historicamente a partir de uma grande


diversidade de processos, que incluem as fugas, a ocupação de
terras livres e isoladas, as heranças, doações, recebimento como
forma de pagamento pelo Estado ou a simples permanência nas
terras que ocupavam no interior das grandes propriedades rurais
ou a compra de terras, tanto durante a vigência do sistema
escravocrata quanto após a sua extinção.
e) outra definição utilizada por alguns autores para estes
agrupamentos seria a expressão “terras de preto”, ou “território
negro”, enfatizando sua condição de coletividade camponesa,
indefinidamente, seja pelo compartilhamento de um território ou
de uma identidade, seja pelo direito imemorial a terra.
15. (MARQUES, 2009) Sobre os Governos Militares no
TFA, IDENTIFIQUE AS ALTERNATIVAS CERTAS (c) E
ERRADAS (e):
( ) O governo de Terêncio Porto foi o mais repressivo
entre os governos territoriais
( ) Ivanhoé Gonçalves Martins (1967-1972) foi o
último do Exército a governar o Território
( ) José Lisboa Freire instalou a CIS – Comissão de
Investigações Sumárias, instalando a repressão no Território
( ) Arthur Azevedo Henning deu posse a Aníbal
Barcellos em 1979, que manteve parte de sua estrutura burocrática
( ) Luís Mendes da Silva enfrentou a oposição do
Jornal Voz Católica, mais forte opositora ao regime militar.
e,c,e,c,c.
c,c,c,c,c
e,e,e,e,e
c,e,c,e,c
e,c,e,c,e
126
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

16. Na sua primeira edição após o período da censura, A


Plebe trouxe impresso no cabeçalho do Jornal: “Os grandes
crimes da Burguesia”. Em seguida são publicadas várias cartas
sobre desterrados e textos sobre o governo Bernardes e o presídio
de Clevelândia, sobre quem ressalta: “um quadriênio de crimes
contra o povo”, referindo-se ao governo Arthur Bernardes que
“prendeu, perseguiu e assassinou centenas de trabalhadores nas
selvas pestilentas do Oyapock”, qualificando o governo Bernardes
como “o quadriênio da lama”.
(BRITO, Édson Machado de. O Presídio de Clevelândia do Norte. A
Imprensa e as disputas políticas. In: Do lado de cá. Fragmentos de História do Amapá.
Alexandre Amaral... [et al.]. Belém-PA, Editora Açaí,
2011, p. 207)
Sobre o referido contexto é correto afirmar:
a) O presídio de Clevelândia do Norte estava sob a
responsabilidade do Ministério do Interior, mesmo assim recebeu
apenas revolucionários, , anarquistas, comunistas, sindicalistas e
intelectuais, O fim do governo Bernardes decretou também o fim
da censura e abriu a possibilidade de debater sobre as
arbitrariedades praticadas neste governo.
b) O aparato repressivo criado pelo Estado eliminou a
resistência dissidente. Entretanto, não constatou-se as torturas, os
trabalhos forçados e o extermínio de trabalhadores, indigentes,
anarquistas, comunistas, sindicalistas e militares que padeceram
naquele presídio.
c) A partir de 1927, havia um processo revolucionário em
andamento no país, envolvendo várias tendências políticas e a
exploração política sobre os episódios de Clevelândia ainda
povoava o editorial da imprensa nacional, no entanto o presídio
foi mantido em funcionamento até a Era Vargas, embora os
127
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

presos sobreviventes tenham retornado para as suas cidades de


origem.
d) O presídio de Clevelândia foi criado no bojo das lutas
sociais da década de 20, e os presos políticos eram partidários de
projetos dissidentes, que atuaram em seu projeto revolucionário e
oposicionista, muitos inclusive apoiando a Revolução de 1930
e) A política de repressão da Primeira República era
constituída de um amplo aparato jurídico, como a Constituição de
1891, a Lei Adolpho Gordo (1907), a Lei Celerada de 1922 e o
DOI-CODI, que atuavam em substituição ao DOPS.
17. (MARQUES, 2014) Analise as seguintes informações
referentes ao contexto histórico da Amazônia Colonial:
 1599 – Já ocorreram indícios de presença europeia na
Amazônia
 1626 – os holandeses haviam edificado fortificações nas
cercanias de Macapá
 1628 – os ingleses erguem o Forte de Torrego e em 1631
o Forte North
 1679 – Julles De Ferrolles tentou apoderar-se da
Capitania do Cabo Norte, em nome dos franceses.
 1697– em uma ação audaciosa, os franceses penetraram
nas terras do Cabo Norte, intimidando os portugueses a
abandonarem as fortificações construídas acima da margem
esquerda do rio Amazonas.
Sobre as informações acima, é correto afirmar que:
a) A maioria dos fatos relatados ocorreu durante o período
pombalino
b) O objetivo dessas tentativas de invasão era capturar os
índios aldeados nas missões

128
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) Até o final do Século XVII ainda não havia sido tomada


uma medida diplomática para resolver tal questão litigiosa
d) A presença francesa na Amazônia encerrou no início
do Século XVII com a fundação de Belém
e) Os franceses e holandeses sempre buscaram a saída
diplomática para resolver essa questão fronteiriça.
18. (CONC.FUNAI, 2016) Assinale, entre as opções
abaixo, aquela que indica o porquê da participação de alguns
indígenas na revolta social conhecida como a Cabanagem, na
então província do Grão-Pará, entre1835 a 1840.
a)Após a independência do Brasil, muitos indígenas na
província do Grão-Pará apoiavam aqueles fazendeiros que
queriam manter a região como colônia de Portugal.
b) Muitos indígenas esperavam ter seus direitos
reconhecidos e não serem mais obrigados a trabalhar como
escravos nas roças e manufaturas dos aldeamentos.
c) Muitos indígenas estavam revoltados com os mestiços
que apoiavam a elite fazendeira da província que escravizava os
índios e os negros.
d)Muitos indígenas queriam reverter as relações
interétnicas assimétricas e expulsar todos os brancos da província
do Grão-Pará.
e) Após a independência do Brasil, muitos indígenas se
sentiam traídos pelos mestiços e queriam se vingar deles.
19. (CONC.FUNAI, 2016) Na Região Amazônica do
século XIX, o termo “tapuio” foi usado para se referir aos:
a) “índios bravos” que viviam no interior das florestas e
evitavam contatos com os brancos.
b) descendentes de negros e indígenas

129
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) “índios mansos” que passaram a ser designados “caboclos”


no século XX.
d) “mamelucos”.
e) “cafuzos”.
20. (VIEIRA, 2015) De acordo com o Artigo 216 da
Constituição Federal de 1988, o Patrimônio Histórico e Artístico
Brasileiro é conceituado como: “patrimônio cultural material e
imaterial, como os bens “de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira”. Nessa redefinição promovida pela Constituição,
estão as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as
criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos,
documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de
valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico”.
Fonte: Site do IPHAN: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
e Artístico Nacional. Acesso em: 27/10/2015.
Considerando o conceito da qustão e ressaltando a rica
Cultura Material e Imaterial do povo amapaense, assinale a alternativa
que contenha, respectivamente, exemplos deste patrimônio cultural:
a) A Comunidade Quilombola do Curiaú e o monumento do
Marco Zero do Equador
b) A Festa de São Tiago em Mazagão Velho e o Museu Sacaca
c) A antiga Igreja Matriz de São José, a Fortaleza de São José
e o Marabaixo.
d) A Fortaleza de São José de Macapá e o Marabaixo
e) O Círio de Nazaré, a antiga Catedral de São José e o
Batuque do Igarapé do Lago.

130
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

GABARITOS DA LISTA III:


OFICINA DE HISTÓRIA DO AMAPÁ

01 C
02 D
03 D
04 E
05 A
06 E
07 E
08 A
09 E
10 B
11 E
12 A
13 C
14 D
15 D
16 D
17 C
18 B
19 C
20 D

131
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

LISTA IV
REVISÃO DE HISTÓRIA DO AMAPÁ (2018)

01. (SANTOS, 2017) A criação da capitania do Cabo do


Norte em 1637 não foi a primeira tentativa de colonizar as atuais
terras amapaenses no período colonial. Considerando essa
afirmação, assinale a alternativa com o nome do personagem que
comandou a primeira expedição colonizadora das terras
amapaenses:
a) ( ) o português Bento Maciel Parente em 1639
b) ( ) o espanhol Francisco Orellana em 1545
c) ( ) o espanhol Vicente Pinzón em 1500
d) ( ) o holandês Pieter Adrian Enszoon em 1616
02. (VIEIRA, 2017) O Governo Federal publicou nesta
quarta-feira (23/08) o decreto que extingue a Reserva Nacional de
Cobre e Associadas (Renca), uma área de 47 mil quilômetros
quadrados entre o Pará e o Amapá.. A região, que é rica em ouro
e outros minérios, engloba também nove áreas protegidas, entre
florestas estaduais, reservas ecológicas e terras indígenas.
O WWF-Brasil já havia alertado, em maio deste ano, a
organização avisou que o governo pretendia liberar essa área para
iniciativa privada – que estava proibida para a mineração desde
1984. É mais uma das medidas previstas pelo governo Temer para
estimular o desenvolvimento econômico e engordar o PIB
brasileiro.
Segundo os ambientalistas, a extinção da Renca deverá
gerar uma série de conflitos entre a atividade minerária, a
conservação da biodiversidade e os povos indígenas.
A área engloba nove áreas protegidas: o Parque Nacional
Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e

132
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica


do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras
Indígenas Waiãpi e Rio Paru d`Este.
O polêmico decreto do Presidente e suas implicações, nos
remete a um contexto histórico semelhante a referida discussão,
como foi o caso
a) Da concessão de 19 castanhais nativos feitas por
Vargas ao Projeto Jari
b) A concessão da extração de ouro em Pedra Branca do
Amapari ao Grupo MMX pelos militares
c) A criação do Parque do Tumucumaque na antiga
região do Contestado, para coibir a garimpagem ilegal pelos
franceses
d) A entrega das minas de ferro de Carajás para o grupo
Jari Florestal
e) A transformação da área manganífera de Serra do
Navio em reserva nacional pelo presidente Dutra e sua posterior
entrega a Icomi.
03. Sobre as manifestações culturais existentes no Amapá:
( ) O Marabaixo, em sua origem, era dançado em meio
a festa de N. Sra. do Rosário dos Homens Pretos
( ) É composto pela levantação do Mastro e devoção
aos Santos Católicos
( ) Em seu contexto ocorre o corte da Murta e entoam-
se os “ladrões”
( ) Ocorre a derrubação do Mastro e suas músicas são
retiradas da Liturgia Católica
( ) Seu auge é o Baile de Máscaras e a Folia

133
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

( ) Após o consumo da Gengibirra é feita a Malhação


do Judas
( ) O Batuque teve seu início nas fazendas, possuindo
raízes na África pagã
( ) O Batuque incorporou elementos do Cristianismo
( ) É dançado somente no Maruanum, Curiaú e Igarapé
do Lago
( ) É marcado pela devoção aos Santos e pelas músicas
de Louvor
( ) Sua musicalidade é idêntica ao Marabaixo
( ) Perdeu suas origens africanas ao adotar os
princípios do Cristianismo
04. (FCC, 2017) A formação de vilas de colonização
portuguesa na região do Amapá aconteceu quando foram
a) erguidas várias casas e uma praça central, no século
XVII, pelo colonizador português Francisco de Orellana que
batizou esse lugar de Adelantado de Nueva Andaluzia.
b) descobertas jazidas de ouro nas encostas do rio
Amazonas, próximas a sua foz, por colonos aventureiros
remanescentes da tripulação de Pedro Álvares Cabral, em 1621.
c) enviadas diversas tropas reais portuguesas para
combater as tribos indígenas da região, que foram completamente
dizimadas nesses combates, em meados do século XVI.
d) distribuídas as capitanias hereditárias, pela Coroa
Portuguesa, em 1534, sendo a capitania do Amapá a mais isolada
e a de maior extensão territorial em toda a colônia.
e) empreendidas ações de povoamento, no século XVIII,
por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, quando este foi
governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão.

134
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

05. (FCC,2017) Em diferentes momentos históricos,


houve disputas entre portugueses e demais colonizadores
europeus pela ocupação da região do Amapá. Durante o período
colonial, um episódio, que exemplifica essas disputas é o da
a) decretação da Guerra da Lagosta, entre colonos
portugueses e franceses, uma vez que habitantes da Guiana
Francesa pescavam ilegalmente lagostas no litoral brasileiro.
b) expulsão dos holandeses, por tropas portuguesas e
brasileiras, quando estes ocuparam inicialmente o Nordeste e
estenderam seus domínios por toda a região Norte.
c) reivindicação dessa região pela França como sendo
parte de seu território além-mar, apesar da divisão territorial em
favor de Portugal ter sido oficializada pelo Tratado de Utrecht.
d) construção da Fortaleza de São José de Macapá, para
proteger a região da constante invasão de piratas ingleses e de
embarcações russas atraídos pelos minérios e pelo comércio da
borracha.
e) assinatura do Tratado de Tordesilhas, entre Espanha e
Portugal, que retirou a região do Amapá e suas adjacências da
possessão da Coroa espanhola, após diversos conflitos coloniais
06. (MARQUES - UNIFAP, 2008- ADAPTADA)
 Portugal e França assinaram em 1700 o Tratado
Provisional, que, neutralizou a região do Contestado.
 Em 1713, veio o Tratado de Utrecht que mantinha a
fronteira no Rio Oiapoque (ou Vicent Pinzon), além de proibir
qualquer transação comercial por parte dos franceses no território
legalmente português.
 Em 1738 os portugueses posicionam um destacamento
militar em Macapá.

135
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 Em 1801 com o Tratado de Badajoz foi firmado o Rio


Araguarí como fronteira, contudo, Portugal não aceitou.
 Em 1809 Portugal invadiu a Guiana Francesa.
 Em 1811 uma convenção em Paris restitui a fronteira
pelo Rio Oiapoque.
 De 1835 a 1840 os franceses voltam a invadir o Cabo
Norte, para conhecer melhor o território e estabelecer pontos
estratégicos, caso ocorressem conflitos armados.
 1885: Um grupo de franceses, brasileiros e crioulos
fundam a REPÚBLICA DO CUNANI, extinta em 1887.
 Em 1894 descobre-se ouro em Calçoene e radicalizam-
se os conflitos.
 Em 1895, Veiga Cabral, Cónego Domingos Maltez e
Desidério António Coelho criam o TRIUNVIRATO.
 1900: mediante arbitragem internacional o litígio
franco-brasileiro é resolvido através do laudo de Berna.
 1901, Paes de Carvalho, governador do Pará nomeia
Egídio Sales para mapear e realizar censo na área.
 1955 são colocados sete marcos em terra firme,
demarcando a limite atualmente usa-se o canal do Rio Oiapoque
como limite.
 Sobre o desfecho da Questão do Contestado Franco-
Brasileiro:
a) A questão foi postergada por desinteresse do
Parlamento brasileiro
b) O acordo-quadro de cooperação Brasil-França
solucionou o Litígio

136
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) A expulsão de brasileiros das minas de ouro pelos


franceses agravou a situação
d) A solução do Arbitramento foi o desfecho do Litígio,
com a atuação da Confederação Helvética
e) A figura de Cabralzinho é apontada pela historiografia
como o símbolo da resistência na região.
07. (UEAP, 2012) O Brasil nos quadros da 2a Guerra
Mundial (1939-1945) integrou o grupo dos ALIADOS,
declarando guerra ao EIXO, posição essa assumida por Getúlio
Vargas em 1942. Além dessa posição oficial, o país enviou tropas
da FAB e da FEB para Europa e permitiu que os norte-
americanos construíssem bases aéreas em Natal, Belém, e no
Amapá. Sobre a base aérea do Amapá é correto afirmar que:
a) Integrou um complexo de bases militares que serviam
de apoio para as incursões militares norte-americanas que vinham
pelo Caribe, chegavam ao Amapá e dirigiam-se diretamente
para Europa.
b) Foi construída em 1941 e servia de ponto estratégico
para as incursões norte-americanas no norte da África.
c) Vargas permitiu a construção dessas bases aéreas com
o objetivo de conseguir recursos para o Projeto ICOMI.
d) A atuação da base aérea é um fato conhecido apenas
por pesquisas históricas, pois, a população local não tomou
conhecimento deste feito militar.
e) Foi a primeira vez na História da Amazónia que áreas
da região foram consideradas de enorme importância estratégica.
08. Sobre o Projeto Jari é correto afirmar que:
a) O projeto foi criado pelo próprio Daniel Ludwig,
abrangendo parte de Almerin (PA) e dos atuais municípios de

137
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Laranjal do Jari e Vitória do Jari (AP), sendo aprovado pela


SUDAM em 1969
b) Como se tratava de um Projeto ambicioso, foi
questionado pelos militares que vetaram as ideias de Ludwig,
levando-o a abandonar o Projeto;
c) Esse Projeto era totalmente contrário à política dos
Governos Militares para a Amazônia;
d) O projeto se resumia à produção de celulose;
e) O Projeto foi incorporado ao Projeto Calha Norte, em
1982.
09. Sobre a ocupação territorial do Amapá é correto
afirmar:
a) A fundação de Macapá teve sua origem em um antigo
aldeamento jesuítico.
b) A fundação de Mazagão integrou a política de fundação
de vilas do gabinete pombalino.
c) A construção da Fortaleza de São Jose de Macapá
representou o marco inicial da presença portuguesa na região do
atual Amapá.
d) A capitania do Cabo Norte foi criada em 1637,
implantada em 1938 e extinta em 1758 com a fundação de
Macapá.
e) Somente franceses ameaçaram invadir as terras do atual
Amapá em sua fase colonial.
10. Levando em consideração o caráter geopolítico,
religioso e econômico da conquista e colonização portuguesa no
vale amazônico, fica claro que no Século XVII a mesma baseava-
se no tripé:
a) Pólos Agrícolas – Capitanias – Escravidão Negra

138
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

b) Expedições Científicas – Missões - Feitorias


c) Comercio - Aldeamentos - Fortalezas.
d) Pecuária – Extrativismo – Mineração
e) Silvivilas – Missões - Adelantados
11. Embora seja comum falar de militarização da
Amazônia a partir de 1964, é preciso saber que, desde a conquista
e a colonização, os militares portugueses e, mais tarde, brasileiros
mostraram-se atuantes na Amazônia. Ou seja, a história dessa
região sempre foi marcada pela presença de militares. Inicialmente
o Império Português temia o avanço dos holandeses, ingleses e
franceses no norte da colônia e, por isso, procuravam proteger
aquele território. Em 12 de janeiro de 1616, os portugueses
ocuparam a embocadura (foz) do rio Amazonas, construindo
fortins (pequenos fortes) em áreas de adensamento da população
indígena
(Extraído de Maria Célia Nunes Coelho – A Ocupação da Amazônia a
Presença Militar)
- Analisando o texto acima e utilizando seus
conhecimentos sobre os diversos sistemas de exploração
econômica e as relações de poder que se estabelecem na
Amazônia, assinale a opção correta:
a) Os interesses da Coroa portuguesa com a construção
da Fortaleza de São José de Macapá eram exclusivamente
estratégicos.
b) Dentre os vários grupos populacionais responsáveis
pela edificação de fortificações na região Amazônica, os índios
escravizados foram os mais submetidos ao domino da Coroa
portuguesa.
c) O Regimento das Missões tornou-se um anteparo
jurídico contra a escravização do índio. Embora apresentasse

139
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

contradições quanto a forma de utilização desta mão-de-obra na


economia das Missões.
d) A política de colonização portuguesa da porção
setentrional da América lusa sofreu forte oposição das ordens
missionárias, o que inviabilizou tal projeto
e) O Diretório, afora sua dimensão religiosa, não surtiu
efeitos desejados em razão da negligencia do Conselho
Ultramarino Português, dada a forte ingerência das Missões.
12. Sobre a História da Fundação de Macapá, considere a
informação mais pertinente:
a) Teve sua origem egressa de aldeamento missionário,
resultando de constante expansão territorial dessas missões
religiosas.
b) Apresentou os resultados estimados pelo gabinete
pombalino, já que os movimentos migratórios tornaram-se
constantes e estáveis, fato que explica o sucesso dessa política de
povoamento.
c) A Vila de Macapá deu origem a cidade de Macapá,
fundada em 1856, pela Coroa Portuguesa, a fim de dar
continuidade ao processo de povoamento e urbanização da região
estratégica.
d) O povoado fundado em novembro de 1751, foi
formalizado como vila, depois de algumas cerimônias que tiveram
início no dia 2 desse mês, com a instalação do Senado da Câmara
e a posse como Oficiais da Câmara, órgão colegiado e principal na
administração civil dos macapaenses.
e) Ainda no mês de fevereiro de 1758, Mendonça Furtado
elevou a categoria de vila o aldeamento de Santa Ana e criou as
vilas de Vistosa da Madre de Deus e de Nova Mazagão.

140
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

13. (SANTOS E VIEIRA, 2017) As terras amapaenses


foram identificadas no século XVI pela cartografia, inicialmente,
de Paricura (1500), depois de província de Nueva Andaluzia
(1545) e Terras do Cabo do Norte (1585). No século XVII, na
vigência da União Ibérica, em 14 de junho de 1637, foi decretada
a autonomia administrativa com a denominação de capitania do
Cabo do Norte.
Sobre as informações acima relativo ao século XVII é
Incorreto afirmar:
a) A capitania do Cabo do Norte foi criada pelo espanhol
Felipe IV e doada ao português Bento Maciel Parente e tinha por
limites a oeste o rio Parú, ao sul e sudeste o canal norte do rio
Amazonas, a leste o Oceano Atlântico e a noroeste o rio
Oiapoque.
b) A primeira tentativa em assentar colonos na concessão
ocorreu em 1639 com a remoção dos moradores do Gurupá para
o vale do rio Jari. A segunda tentativa ocorreu em 1640
coordenada pelo capitão Manuel Madeira que devia assentar 12
casais de colonos e suas famílias.
c) Em terras litorâneas da capitania em maio de 1646
holandeses construíram o Forte do Mayacaré e 1660 o capitão
Pedro da Costa Favela edificava o Forte do Araguari. A primeira
fortificação foi arrasada pelos luso-brasileiros e a outra foi
destruída pelo fenômeno da pororoca.
d) A partir de abril de 1685 em território da donataria, o
capitão Mota Falcão construiu três fortificações para aquartelar
uma tropa de 25 soldados denominados de Tocré, Parú e
Araguari.

141
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

e) Sem donatário desde 1683, em 1686 a capitania entrou


em processo de incorporação aos bens da Coroa, entretanto
somente viria a ser extinta na segunda metade do século XVIII.
14. (VIEIRA, 2017) O Marabaixo assim como o Batuque
não só representam as principais manifestações da cultura negra
do Amapá, assim como a longa trajetória de resistência do negro
a escravidão. No que diz respeito às práticas religiosas, temos o
sincretismo como resultado, e é nesse contexto que inserimos tais
manifestações, caracterizadas por elementos:
a) sincretizados e desprovidos de conotação crítico-social,
por tratarem-se de manifestações folclóricas
b) essencialmente profanos, principalmente por estarem
associados a escravidão colonial na vila de São José de Macapá
c) exclusivamente amapaenses, por terem suas raízes na
presença negra na Amazônia colonial e pós-independência do
Brasil
d) No Marabaixo os versos são construídos a partir de
acontecimentos marcantes, fatos que roubam a cena ou retratam
o passado com alegria, sátira ou melancolia
e) devoções populares incorporadas a liturgia católica, em
uma bem sucedida reprodução do catolicismo oficial
15. (UEAP, 2009) “Além das roças de maniva, serão
obrigados os índios a plantar feijão, milho, arroz, e todos os mais
gêneros comestíveis, que, com pouco trabalho dos agricultores
costumam produzir as fertilíssimas terras deste país; com as quais
se utilizarão os mesmos índios, se aumentarão as povoações, e se
fará abundante o Estado; animando-se os habitantes dele a
continuar no interessantíssimo comércio dos sertões, ou porque
lhes faltavam os mantimentos precisos para o fornecimento das
142
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

canoas, ou porque os excessivos preços, porque se vendiam, lhes


diminuíam os interesses.”
(Adaptado de: DIRECTÓRIO que se deve observar nos Povoamentos dos
Índios do Pará e Maranhão enquanto sua Majestade não mandar o contrário, 1755)
Com base no texto, assinale a alternativa correta:
a) O Diretório proporcionou a escravização da mão-de-
obra indígena para ser utilizada na produção agrícola dos colonos.
b) O Diretório tinha como meta o desenvolvimento da
agricultura de exportação controlada pelo Estado português.
c) O Diretório objetivou a hegemonia econômica dos
comerciantes metropolitanos estabelecidos na região amazônica.
d) O Diretório defendeu a manutenção das atividades
econômicas tradicionais das populações indígenas da região.
e) O Diretório buscava, entre outras coisas, desenvolver
a agricultura e o povoamento da região com base na mão-de-obra
livre indígena.
16. (VIEIRA, 2017) As tentativas de controle da
exploração aurífera resultaram no conflito ocorrido na pequena
Vila do Amapá. Tanto o Governador da Guiana Francesa quanto
Veiga Cabral tinham um objetivo específico: tirar o máximo de
lucro do território aurífero de Calçoene. Este também era o
objetivo daqueles que saíam das Guianas, das Antilhas e do Pará
em direção ao Contestado. Entretanto, a partir do mês de junho
de 1895, outras representações foram sendo construídas sobre os
sujeitos históricos do Contestado. Os conflitos passavam a ganhar
o sentido nacional: não eram mais mocambeiros, etnias indígenas,

143
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

fugitivos, garimpeiros, entre outros sujeitos, mas sim de um lado


brasileiros e de outro, franceses.
Tendo como referência o texto e seus conhecimentos
sobre a disputa das terras amapaenses entre brasileiros e franceses:
a) A imagem de massacre e heroísmo construída em torno
de Veiga Cabral é consenso entre os historiadores da República,
visto que a atuação de Cabralzinho não deixou dúvidas a respeito
de seu espírito cívico e nacionalista.
b) A imagem de sanguinários e bandoleiros referenciada
no texto, traduz os acontecimentos do Contestado, cuja
motivação essencial era a disputa entre as elites nacionais
brasileiras e francesas que viram seus interesses ameaçados pelo
radicalismo das ações das milícias de ambas as partes litigantes.
c) O contestado franco-brasileiro foi uma região que
atraiu diversos grupos sociais que buscavam sobrevivência e
liberdade, independentemente dos Estados que lutavam pelo
domínio daquela área.
d) A construção de uma memória histórica republicana
estava voltada para a história administrativa, para a constituição
das fronteiras políticas e para a exaltação dos sujeitos socialmente
excluídos.
e) Os lugares e sujeitos descritos na memória de imprensa
refletem uma tendência renovada da narrativa histórica, que revela
a atuação dos verdadeiros agentes defensores da nação brasileira
nas longínquas fronteiras do norte do país.
17. (FUNAI, 2016 - ADAPTADA) As estratégias de
reconhecimento dos considerados inimigos lusos, os

144
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

conquistadores ingleses, irlandeses, holandeses e franceses, de


melhor tratamento e pagamento aos trabalhadores nativos –
levaram-nos a capturar essa relação como possível – ante as ações
agressivas e belicosas dos espanhóis e portugueses. Aproveitando-
se dessa oportunidade, esses europeus aliados aos naturais da terra
ocuparam o delta amazônico e logo introduziram a montagem de
feitorias, de fortins e colônias agrícolas: nelas se produziu fumo,
urucum, cana-de-açúcar e algodão (REIS, 1949, p. 15)
Considerando essa reciprocidade entre ingleses,
holandeses, franceses e nativos, pode-se entender que esse
entrelaçamento comercial na região do Cabo do Norte
a) Provocou a reação dos portugueses, levando-os a
agirem diretamente sobre a região, mediante o envio de tropas
expedicionárias que puseram fim as pretensões e a presença
estrangeira na região do Cabo Norte.
b) O espírito de domínio dos invasores induziu ao uso da
mesma força empregada no litoral do Nordeste, para que
operacionalizassem o esvaziamento da região.
c) Com relação ao tratamento para com os homens da
floresta, a afetividade dispensada pelos portugueses a esta nação,
passou a ser um discurso apropriado pelo Estado Português no
Século XVIII.
d) A coroa, assumindo a ideia de proteção, exige que esta
seja concedida aos nativos aldeados nas missões, tornando-se um
tratamento padrão no contato com esses povos indígenas.
e) Para o controle dos nativos, foram evocados os
missionários jesuítas, considerados como uma “grande força
civilizadora”, com suas aldeias tomadas como um “dispositivo de
poder” estatal.

145
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

18. Sobre as informações abaixo, referentes ao Período


Colonial da História do Amapá, assinale C ou E:
( ) Vicente Pinzón, de Janeiro a abril de 1500, navegou
pelo rio Oiapoque e litoral amapaense, quando aportou para
abastecer-se de água potável e acabou aprisionando 30 índios para
vendê-los como escravos. Assistiu ao fenômeno da pororoca que
causou pânico na tripulação fazendo com que, às pressas,
retornassem para Espanha.
( ) Diogo de Lepe: Ainda durante o século XV,
navegou pelo litoral amapaense. Os tripulantes que
desembarcaram, entraram em combate com indígenas e muitos
espanhóis foram mortos.
( ) Francisco Orellana: Em agosto de 1543, após oito
meses que havia partido do Peru chegou a foz do rio amazonas e
litoral amapaense. Já em 1546, investido da condição de
adelantado, que lhe dava o direito de conquistar territórios e as
populações que os habitavam, retornou ao Continente Americano
aportando no litoral do Maranhão. Inutilmente tentou encontrar
os locais por onde passou antes e acabou morrendo na faixa
costeira sul-amapaense.
( ) A criação da Capitania Cabo do Norte: No Sec.
XVII, Portugal e suas colônias em 1580, passara para o domínio
da Espanha, formando a União Ibérica. Essa aliança praticamente
anulou o Tratado de Tordesilhas, proporcionando aos
portugueses iniciarem a conquista da Amazônia, com o
estabelecimento de um posto militar em 1616, o Forte do
Presépio, que deu origem a atual cidade de Belém.
( ) Em 14 de julho de 1637, o rei Carlos V decidiu-se
pelo povoamento da área. Nessa data, criou a capitania Cabo do
Norte, compreendendo as terras que hoje são amapaense, até o
rio Nhamundá, doando-a a esse sertanista que não chegou a se
estabelecer na área ou mesmo empenhou-se pela colonização, por
146
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

não dispor de recursos financeiros para bancar o


empreendimento, e como militar, estar envolvido no combate aos
invasores estrangeiros.
( ) Bento Maciel Parente faleceu em 1642. Deixou
como herdeiros, os filhos Bento Maciel Parente e Vital Maciel
Parente que também não providenciaram a colonização da
Capitania do Cabo do Norte. Faleceram sem deixar herdeiros, o
que levou, ainda no século XVII, a concessão retornar para o
domínio do governo português que a anexou a Capitania do Grão-
Pará.
19. (FCC, 2017) O “Território Federal do Amapá” foi
assim oficializado
a) pelo governo brasileiro, junto com o Território Federal
do Acre, em 1903, após intensas negociações internacionais com
países vizinhos, mediadas pela Suíça.
b) durante o regime militar, quando o governo federal
regulamentou todas as fronteiras do país, preocupado com a
segurança nacional.
c) na constituição de 1988, atendendo à reivindicação por
autonomia política e econômica por parte dos cidadãos
amapaenses, claramente expressa por meio de um plebiscito
popular.
d) por meio das ações do Barão do Rio Branco, em 1900,
quando este diplomata obteve legalmente a emancipação dessa
área que antes pertencia ao Pará.
e) durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943, pelo
governo federal, que passou a interferir diretamente na
administração deste e de outros territórios federais.

147
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

20. (FCC, 2017) A fronteira entre a Guiana Francesa e o


Brasil foi alvo de constantes divergências e conflitos entre os dois
países. A chamada “Questão do Amapá” só foi legalmente
solucionada
a) depois da derrota das tropas francesas que haviam
invadido parte do território do Amapá, avançando até o rio
Araguari, e foram vencidas pelo Exército Brasileiro, com a
colaboração de milícias armadas enviadas pela Guiana e pelo
Suriname.
b) mediante um acordo pacífico entre a França e o Brasil,
que estabeleceu os limites fronteiriços definitivos, em troca de
favorecimentos comerciais envolvendo as cidades de Caiena e
Macapá, bem como a livre navegação dos rios de ambos os
territórios envolvidos.
c) durante a Segunda Guerra Mundial, quando França e
Brasil apoiaram conjuntamente os Aliados, e cessaram suas
disputas por fronteira em nome do Tratado Interamericano de
Assistência Recíproca, firmado no Rio de Janeiro por diversos
países sul-americanos.
d) por pressão do governo dos Estados Unidos,
interessado na exploração de minério de ferro e manganês na
região, a qual estava sendo prejudicada pelos conflitos territoriais,
solucionados com a vinda de peritos que deram ganho de causa
ao Brasil.
e) após a atuação da diplomacia brasileira, quando o Barão
do Rio Branco obteve posicionamento favorável da arbitragem
internacional do governo da Suíça, que reconheceu que o Brasil
tinha direito às terras localizadas ao sul do rio Oiapoque, antes
pertencentes ao Império Português.

148
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

21. No Século XVIII, com a edição do Diretório, a


situação da política indigenista portuguesa mudou muito.
Sobre essa política, assinale a opção INCORRETA:
a) O governo retomou a concepção do índio como
incapaz e inseriu a figura do diretor. Este, necessariamente um
leigo, ficaria responsável por cuidar da administração temporal nas
povoações de índios.
b) De fato, boa parte dos itens do Diretório versava sobre
as funções do diretor e muitas dessas funções, como era de se
esperar, regulamentavam a distribuição do trabalho indígena para
serviços públicos e particulares.
c) a busca era por fomentar o ingresso de não índios nos
povoados indígenas, pois esta medida era vista como uma maneira
de acelerar a “civilização” dos aldeados
d) Boa parte dos itens do Diretório incorporavam o
indígena a comunidade nacional e aos modos de vida europeus.
e) Por ele, o Império encampa a política de catequese dos
índios, enunciando os métodos brandos de “civilização” e contato
com o elemento indígena.
22. (SANTOS, 2017) As disputas pelas terras amapaenses
efetivamente começaram após a criação em 1621 do Estado do
Maranhão e Grão-Pará. Considerando a afirmativa é correto
considerar que:
a) Em abril de 1629, franceses soergueram o Forte
Torrego na foz do rio Maracapucu, com apoio de índios tucujus
que instalaram uma aldeia as proximidades. A fortificação foi
atacada em outubro desse ano por tropas colônias comandadas
por Veiga Cabral.
b) Na extensão litorânea entre os rios Matapi e
Anaeurapucu, ingleses chefiados por William Clovel construíram
o Forte Felipe em janeiro de 1630. A fortificação foi arrasada por
149
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Pedro Teixeira em março de 1631, com os guerreiros indígenas


chacinando 56 dos corsários que haviam deposto as armas.
c) Aventureiros ingleses liderados por Roger Fray no final
do ano de 1631, em Terras do Cabo do Norte, fundaram o Forte
North com a cooperação de indígenas das nações nheengaibos,
aruans e tucujus que se distribuíram pelas cercanias para atuar
como vanguarda.
d) Em 9 de julho de 1632 o Forte francês do Comaú foi
arrasado pelos luso-brasileiros comandado por Pedro Baião de
Abreu. O corsário Roger fray foi morto em luta corporal pelo
capitão Ayres Chichorro.
e) No local do Forte do Torrego em 1688 os luso-
brasileiros soergueram a Fortaleza de Santo Antônio que foi
tomada pelos franceses em maio de1697 e pouco tempo depois
reconquistada.
23. (VIEIRA, 2018) A luta pela conquista de direitos
pelos cidadãos tem sido uma situação marcante na História do
Brasil e, ao longo desse processo, as Constituições tem sido um
reflexo de conquistas ou de impedimento destes. Sobre isso,
julgue os itens a seguir:
a) A Constituição de 1891, que vigorou durante a 1ª
república, instituiu o voto universal, a partir dos 25 anos, excluiu
somente os analfabetos desse direito, permitia as greves e
regulamentava o Estado Liberal, como por exemplo, a não
interferência do Estado na relação patrão e empregado.
b) A Constituição de 1934, que vigorou até o Golpe de
1937, tinha base nacionalista e trabalhista. No que tange ao
trabalhismo destacaram-se a jornada semanal de 40 horas, o
descanso semanal obrigatório e remunerado, o 13° Salário e a
Justiça do Trabalho.

150
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) A Constituição de 1937, conhecida como A Polaca, foi


outorgada por Getúlio Vargas e vigorou durante o Estado Novo.
Estabelecia o regime representativo, a autonomia dos poderes, o
federalismo, a liberdade partidária e de expressão e o amplo direito
de greve e organização sindical.
d) A Constituição de 1946, que vigorou durante a
Democracia Populista, tinha características liberais, contudo,
manteve aspectos conservadores, como a continuação do
atrelamento dos sindicatos ao Estado, as greves só poderiam
ocorrer mediante permissão judicial e manteve-se inalterada a
propriedade fundiária.
e) A Constituição de 1967, que vigorou na maior parte da
Ditadura Militar dotava o Presidente de poderes excepcionais,
como intervir no legislativo, além de editar Atos Institucionais
para os Territórios Federais.
24. (MARQUES, 2017) O oficial da marinha de guerra
dos Estados Unidos William Lewis Herdom (1813-1857), que foi
enviado pelo governo americano para investigar as
potencialidades econômicas da Amazônia: viajou pelo rio
Amazonas, vindo do Peru, relatando mais tarde, ao Congresso dos
Estados Unidos, que a região possuía enormes potencialidades e
deveria ser colonizada por homens brancos, não por índios;
O cientista suíço Jean Louis Rodolphe Agassiz (1807-
1873), professor da Universidade de Harvard, que acompanhado
de sua mulher, Elisabeth Agassiz, viajou através do rio Amazonas,
medindo o físico dos índios e deixando um relato com tinturas
racistas.
O geógrafo francês Henri-Anatole Coudreau (1859-
1899), que viajou pela Guiana Francesa, pele rio Branco e os rios
Urubu e Trombetas, contactando diversas tribos, e considerava os

151
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

índios seres inferiores que deveriam ser exterminados para dar


espaço aos europeus civilizados especialmente aos franceses.
 Sobre as Expedições Científicas ocorridas na
Amazônia, podemos afirmar:
a) a compreensão presente nos relatos dos viajantes
sugere forte componente imaginativo
b) a regularidade discursiva presente nos textos revela um
olhar de alteridade
c) os relatos de Charles Marie de La Condamine nas suas
expedições ao Cabo Norte confrontam essas representações
etnocêntricas
d) podemos afirmar que os relatos de viajantes refletem a
própria experiência de uma invenção da ideia de Amazônia, muito
distante dos anseios e cosmologias da população natural da região.
e) a forte tendência miscigenatória inerente ao processo
de formação da sociedade amazônica sempre foi considerada
como um elemento constitutivo da sua diversidade e identidade.
25. (FUNAI/2016) “Sempre foi máxima inalteravelmente
praticada em todas as Nações, que conquistaram novos
Domínios, introduzir logo nos povos conquistados o seu próprio
idioma, por ser indisputável, que este é um dos meios mais
eficazes para desterrar dos Povos rústicos a barbaridade dos seus
antigos costumes”. Assim começa o sexto dos 95 parágrafos do
Diretório que se deve observar nas Povoações dos Índios do Pará,
e Maranhão, enquanto Sua Majestade não mandar o contrário,
mais conhecido como Diretório dos Índios. Regulamento
elaborado em 1755 e tornado público em 1757 por D. José I, rei

152
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

de Portugal, por meio do seu ministro, o Marquês de Pombal, o


Diretório dos Índios propunha a integração forçada dos povos
indígenas como súditos da Coroa portuguesa. Além de determinar
a substituição da língua geral, o nheengatu, pela língua portuguesa
(ação decisiva na mudança linguística que se operou no Brasil no
final do século XVIII), outras medidas foram previstas pelo
Diretório, exceto:
a) a proibição do uso da palavra “negro”.
b) o incentivo ao casamento entre colonos brancos e
indígenas, prometendo vantagens e prêmios aos brancos que se
casassem com mulheres indígenas.
c) a consolidação da administração espiritual dos índios
pelos Jesuítas.
d) a elevação dos aldeamentos indígenas à categoria de
vilas de índios administradas por um Diretor.
e) a imposição de nomes e sobrenomes tais quais os das
famílias de Portugal.
26. (FCC, 2017) A história da fundação da vila na
localidade de Macapá, no período colonial, está diretamente
relacionada
a) à preocupação, por parte da Coroa Portuguesa, em
ocupar o território mediante a construção de fortes e vilas em
locais estratégicos, a exemplo da Fortaleza de São José do Macapá.
b) ao empenho dos jesuítas em construírem missões
exploratórias no Novo Mundo, razão pela qual se instalaram em
Macapá e lá passaram a usar mão de obra indígena para extrair e
exportar o pau-brasil para Portugal.
c) à chegada de milhares de “deportados” no território
brasileiro, enviados pela Coroa Portuguesa a fim de constituírem
153
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

pequenos núcleos autônomos de povoamento, sendo um deles


fundado em Macapá.
d) ao combate aos numerosos quilombos que ali foram
constituídos por escravos de outras regiões, razão pela qual se
construiu uma Intendência que servia de base para as capturas e
cujo marco central era um pelourinho.
e) às entradas e bandeiras que foram abundantes no
período e levaram bandeirantes paulistas a se enveredarem pelo
norte do Brasil, onde acharam minérios e fundaram vilas, a
exemplo da Vila de São José do Macapá.
27. (FCC, 2017) A criação de Territórios Federais no
Brasil, dentre os quais se encontrava o Território Federal do
Amapá, foi uma decisão que
a) repercutiu a visão, em um contexto de guerra, de que
isso contribuiria para a defesa da Nação, por serem áreas de
fronteira que passariam a contar com o controle e a interferência
direta do governo federal.
b) traduziu o projeto governamental de solução do
problema do “vazio demográfico”, uma vez que não havia
população nessas áreas e o governo federal pretendia pôr em
prática seu desenvolvimento.
c) partiu de uma condição do governo norte-americano
para continuar a auxiliar o Brasil economicamente, pois tinha
interesse na instalação de bases militares nessas áreas.
d) incorporou áreas pertencentes a países vizinhos aos
limites territoriais brasileiro, uma vez que suas populações, por
meio de plebiscitos, expressaram sua preferência por viver sob a
legislação e o governo brasileiro.
e) transformou algumas áreas pertencentes a Estados já
existentes (caso do Amapá, antes vinculado ao Pará) em unidades

154
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

federativas autônomas, com governos próprios e eleitos


democraticamente.
28. (SANTOS, 2018) Macapá foi o marco da colonização
do hoje estado do Amapá. O assentamento de colonos a partir de
1751 foi em decorrência:
a)( ) do empenho de Bento Maciel Parente
b)( ) da nomeação de Mendonça Furtado governador
do Grão-Pará
c)( ) da ascensão do Marquês de Pombal como
primeiro-ministro do Reino
d)( ) do Tratado de Utrecht de 1713
e)( ) da instalação do Forte do Macapá em 1738
29. (SANTOS, 2018) Assinale a lacuna que lista os
patrimônios históricos centenários
a)( ) prédio da antiga Intendência, a Fortaleza de São
José e Escola Barão do Rio Banco
b)( ) a igreja de São José, prédio do antigo Forum e
Fortaleza de São José
c)( ) a escola Barão do Rio Branco, prédio da antiga
Intendência e prédio do antigo Forum
d)( ) a igreja de São José, a Fortaleza de São José e o
prédio da antiga Intendência
e)( ) A escola Barão do Rio Branco, prédio do antigo
Forum e Colégio Amapaense
30. Em maio de 1697, tropas franco-guianenses
invadiram o território conhecido como Cabo Norte. No mês
seguinte, foram contra-atacados e expulsos da região por
guarnições luso-brasileiras. Portugal e a França iniciaram

155
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

negociações e homologaram documento que fixou pelo rio


Oiapoque a fronteiras entre o Brasil e a Guiana Francesa, o
referido acordo ficou historicamente conhecido como
a) Tratado de Tordesilhas
b) Tratado de Methuen
c) Laudo de Berna
d) Tratado de Madri
e) Tratado de Utrecht
31. O Território Federal do Amapá foi criado em 13 de
setembro de 1943. Em 21 desse mês e ano a cidade de Amapá foi
decretada como capital. No dia 27 de dezembro desse ano o
capitão Janary Gentil Nunes foi nomeado governador. No dia 25
de janeiro de 1944 instalou a administração pública, mas na cidade
de:
a) Amapá
b) Mazagão
c) Vila Vistosa
d) Macapá
e) Calçoene
32. Analise o texto abaixo:
Após a independência do Brasil tiveram início em 1828,
manifestações pela autonomia da Província de São José do rio
Negro (Amazonas). Os defensores dessa causa fundamentavam
seus argumentos na questão da segurança das fronteiras
setentrionais do país e da inviabilização do desenvolvimento
regional. Contudo, somente em 1850, D. Pedro II proclamou a
autonomia político-administrativa da Província de São José do rio
Negro.

156
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

A decisão do imperador do Brasil animou defensores de


uma divisão mais substancial da Amazônia, entre os quais se
encontrava o geógrafo e deputado pelo Maranhão, Cândido
Mendes de Almeida que, no dia 1o de julho de 1853, propôs a
criação da Província da Oiapoquía, compreendendo os
municípios de Mazagão e Macapá, estendendo-se até o rio
Nhamundá no Baixo Amazonas.
Enquanto o projeto tramitava no Parlamento, a vila de
Macapá foi elevada a categoria de cidade pela Lei Provincial no.
261, de 6 de setembro de 1856. Essa resolução do governador do
Pará, que, inclusive, esteve participando das solenidades, foi
entendida pelos macapaenses como providências necessárias para
viabilizar a autonomia.
(SANTOS, Fernando Rodrigues dos. História do Amapá. Belém:
Graficerta, 2006, 7º Edição)
Sobre o contexto da fundação da Vila de Macapá, a tão
sonhada autonomia não concretizou-se devido a uma série de
fatores, dentre os quais destacam-se
a) A resistência das populações indígenas da etnia Tucuju
e a represália das Missões religiosas instaladas na região
b) A ausência de infraestrutura urbana necessária e a baixa
densidade demográfica da região, ainda caracterizada pelo
extrativismo
c) A forte pressão militar dos invasores estrangeiros,
notadamente os franceses
d) O pouco interesse da população e a instabilidade
política que marcou o período mencionado
e) As transformações verificadas no período da
emancipação política de Macapá não estavam inseridas nas
prioridades do Governo Central, ciente da fraca resistência social
das populações da região.

157
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

33. Em 31 de maio de 1697 a Fortaleza de Santo Antônio


foi conquistada pelos franceses. Todavia, pouco tempo depois, dia
28 de junho foi reconquistada pelos luso-brasileiros. O confronto
levou as coroas portuguesa e francesa a negociar para pôr fim ao
litígio fronteiriço.
Sobre o referido Litígio Franco-Português:
I – Nos debates, a memória protocolada pela chancelaria
francesa em defesa da propriedade que reivindicava a França
sobre as Terras do Cabo do Norte estava articulada insinuando
que teriam direitos até sobre todas as terras do Estado. Alegavam
ter sido eles que iniciaram a exploração sistemática desse território
a partir de 1633, e que ao longo dos anos procederam como
verdadeiros proprietários, comerciando com indígenas, fazendo
guerras e alianças com outros e catequizando, sem oposição por
parte dos luso-brasileiros.
II – A primeira etapa das negociações encerrou com a
primeira assinatura do Tratado Provisional em 4 de março de
1700. Estava decretava a neutralização das Terras do Cabo do
Norte,
III – Apesar da neutralização da região do Cabo do Norte
jamais os dois reinos a respeitaram inteiramente. Mercadores
procedentes de Caiena continuaram traficando com indígenas e
tentando convencê-los a aceitar a soberania francesa. Já os luso-
brasileiros empenhados em conter essas intrusões à força,
mantinham em atividade a Fortaleza de Santo Antônio de onde
regularmente partiam patrulhas marítimas até ao sítio do Forte do
Araguari que foi reedificado.
IV – Em resposta pela ingerência holandesa, Luis XIV
recebeu reprimenda. O soberano, além de aceitar a sugestão de
abandonar a Fortaleza de Santo Antônio, advertia a instituição de
que não lhe cabia tratar do assunto e, muito menos dirigir-se
diretamente à Coroa Portuguesa.
158
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

V – O Tratado Provisional definiu a fronteira entre o


Brasil e França na América do Sul.
Estão corretas as alternativas:
a) I, II e III
b) II, III e IV
c) III, IV e V
d) I, III e V
e) I, II. III, IV e V
34. (MARQUES, UNIFAP, 2010 - ADAPTADA) O
Governador Luís Mendes da Silva (1964-1967) foi empossado
pelo presidente golpista Castelo Branco. Foi autoritário, mandou
prender servidores, perseguiu o deputado Janary Nunes.
Ivanhoé Gonçalves Martins governou de 1967 a 1972,
nomeado por Costa e Silva. Foi o último do Exército a governar
o Território. Além de obras como o Palácio do Setentrião,
Pediatria, Ginásio Paulo Conrado e Conselho Territorial, seu
governo foi marcado pela instalação do Projeto Jarí e por enorme
perseguição aos adversários políticos.
José Lisboa Freire (1972-1974). O Amapá passou a ser
domínio da Marinha. Compôs sua equipe com tecnocratas
amapaenses, fracassou no aspecto administrativo e houve
empreguismo.
Arthur de Azevedo Henning (1974-1979). Prestigiou
tecnocratas locais, o Amapá passou a ter dois deputados federais
(1978) e a AMCEL foi instalada.
Annibal Barcellos (1979-1985). Foi o último governador
do Regime Militar. Defendeu o projeto de transformação do
Amapá em Estado, foi obreiro e segundo depoimentos,
perseguidor.

159
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Sobre os governos territoriais do Período Militar, é


correto afirmar:
a) A Constituição de 1946 respaldava as nomeções desses
oficiais das três armas para os Governos Territoriais
b) A firme oposição janarista aos militares explica a crise
e o fim do Janarismo no Território em 1970.
c) Os Grandes Projetos foram vetados e combatidos
pelos gestores territoriais, focados na modernização e
estruturação socioeconômica.
d) A tendência ao contingenciamento orçamentário e a
ingerência da União constituíram-se em um legado ainda presente
na conjuntura política e no cotidano da população local
e) As premissas do Sanear, Educar e Povoar
representaram os eixos norteadores de todos os governos
Territoriais, culminando com a emancipação e a estadualização.
35. (VIEIRA, 2015) “Na Amazônia existiram inúmeros
seringais que eram grandes extensões territoriais localizadas no
interior das florestas e nas margens dos rios que apresentavam
inúmera seringueiras (Hevea brasiliensis, nome científico das
árvores onde se extrai o látex) e onde era realizada a extração da
borracha. Na fase inicial de exploração, a obtenção de seringais
não se dava por meio da compra do território, mas pela
apropriação de terras da nação que apresentavam um número
expressivo de seringais, onde estabelecia-se o processo de
exploração da goma elástica.”
(FARIAS, William Gaia. Amazônia Republicana. Processos Seletivos e
outros temas. Belém: Editora Gráfica da UFPA, 2007, p. 56).

160
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Sobre a s formas e condições de trabalho nos seringais


durante o Ciclo da Borracha (1870-1912), assinale o que for
correto:
a) Era uma forma de trabalho escravo, devido a ausência
de uma legislação social, o que é explicado pela falta de proteção
destes trabalhadores pela legislação trabalhista, já avançada em
outras regiões do país;
b) A riqueza produzida com a exportação do látex para a
Europa e EUA permitiu uma melhoria qualitativa nos níveis de
vida da população amazônica, beneficiada com moderna infra-
estrutura de estradas, portos e serviços públicos, o que ficou
conhecido como Belle-Époque;
c) Os instrumentos de trabalho e os gêneros alimentícios
eram fornecidos pelo barracão, local de propriedade do
seringueiro, que armazenava todos os produtos necessários para a
abertura das estradas de varação e para a construção dos tapiris,
próximos aos locais onde era extraído o látex;
d) A extração do látex era tão exaustiva e perene que os
trabalhadores viam-se impedidos de desenvolver outras atividades
necessárias à sua sobrevivência, como a caça, a pesca e a
agricultura familiar.
e) Relação de dependência em que o seringueiro,
trabalhador e morador da floresta de onde extraía o látex, era
empregado e dependente do seringalista, proprietário do seringal
e do barracão, que cobrava em borracha todos os gêneros de
subsistência fornecidos antecipadamente ao seringueiro, que não
podia negociar com terceiros.

161
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

IV- REVISÃO - GABARITO:

01 B 19 E
02 E 20 E
03 V, F, V, F, F, F, V, V, F, V, F, F 21 E
04 E 22 B
05 C 23 D
06 D 24 D
07 B 25 C
08 A 26 A
09 B 27 A
10 C 28 C
11 C 29 D
12 D 30 E
13 E 31 D
14 D 32 B
15 E 33 A
16 C 34 D
17 E 35 E
18 C, C, C, C, E. C

162
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

LISTA V
OFICINA DE HISTÓRIA DO AMAPÁ (2019)

01. Considere as seguintes afirmações sobre a história


do Amapá.
I – A costa do Amapá foi descoberta pelo espanhol
Vicente Pinzón.
II – Pelo Tratado de Tordesilhas apenas metade do
atual espaço amapaense era de Portugal.
III – Durante séculos, ocorreram disputas entre brasileiros
e ingleses pela delimitação das fronteiras.
IV – Em meados do século XVIII, o Marquês de
Pombal ordenou o povoamento de Macapá com colonos
açorianos.
Está correto o que consta APENAS em
(a) I e II.
(b) I e III.
(c) I e IV.
(d) II e III.
(e) III e IV.
02. (Santos, 2018) A criação da capitania do Cabo do
Norte em 1637 não foi a primeira tentativa de colonizar as atuais
terras amapaenses no período colonial.
Assinale a alternativa com o nome do personagem que
comandou a primeira expedição colonizadora.
a) o português Bento Maciel Parente em 1639
b) o espanhol Francisco Orellana em 1545
c) o espanhol Vicente Pinzón em 1500

163
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) o holandês Pieter Adriaenszoon em 1616


e) o português Pedro Teixeira, em 1637.
03. Analise as seguintes informações referentes ao
contexto histórico da Amazônia Colonial:
1599 – Já ocorreram indícios de presença europeia na
Amazônia
1626 – os holandeses haviam edificado fortificações nas
cercanias de Macapá
1628 – os holandeses erguem o Forte de Torrego e os
ingleses o Forte Philiph em 1631 e o Forte North
1679 – Julles De Ferrolles tentou apoderar-se da Capitania
do Cabo Norte, em nome dos franceses.
1697 – em uma ação audaciosa, os franceses penetraram
nas terras do Cabo Norte, intimidando os portugueses a
abandonarem as fortificações construídas acima da margem
esquerda do rio Amazonas.
Sobre as informações acima, é correto afirmar que:
a) A maioria dos fatos relatados ocorreu durante o
período pombalino
b) O objetivo dessas tentativas de invasão era capturar os
índios aldeados nas missões
c) Até o final do Século XVII ainda não havia sido tomada
uma medida diplomática para resolver tal questão litigiosa
d) A presença francesa na Amazônia encerrou no início
do Século XVII com a fundação de Belém
e) Os franceses e holandeses sempre buscaram a saída
diplomática para resolver essa questão fronteiriça.

164
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

04. Sobre a História da Fundação de Macapá, considere a


informação mais pertinente:
a) Teve sua origem egressa de aldeamento missionário,
resultando de constante expansão territorial dessas missões
religiosas.
b) Apresentou os resultados estimados pelo gabinete
pombalino, já que os movimentos migratórios tornaram-se
constantes e estáveis, fato que explica o sucesso dessa política de
povoamento.
c) A Vila de Macapá deu origem a cidade de Macapá,
fundada em 1856, pela Coroa Portuguesa, a fim de dar
continuidade ao processo de povoamento e urbanização da região
estratégica.
d) O povoado fundado em novembro de 1751, foi
formalizado como vila em 1758, depois de algumas cerimônias
que tiveram início no dia 2 desse mês, com a instalação do Senado
da Câmara e a posse como oficiais da Câmara, órgão colegiado e
principal na administração civil dos macapaenses.
e) Ainda no mês de fevereiro de 1758, Mendonça Furtado
elevou a categoria de vila o aldeamento de Santa Ana e criou as
vilas de Vistosa da Madre de Deus e de Nova Mazagão.
05. Sobre a ocupação da Ilha que originou o Povoado de
Santa Ana, considere as alternativas abaixo:
I – Era identificada no Século XVII como Ilha dos
Tucujus, sendo ali erguida uma casa forte no século seguinte
II – Foi povoada por índios de várias etnias, chefiados
pelo mestiço Francisco Portilho de Melo, em 1753
III – Devido aos surtos epidêmicos, os moradores da Ilha
transferem–se entre 1755 e 1760 para a região do Rio Maracapucu

165
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

IV – Foi elevado a Povoado em novembro de 1751, pelo


Governador Mendonça Furtado, tornando-se um povoado
nômade devido ao deslocamento de seus habitantes, na década de
1750 e 1760.
V – Na década de 1770, os ilhéus migram novamente,
desta vez para a região do Cajari, onde as famílias ocupam o
povoado de Santa Ana do Cajari.
Estão corretas as alternativas:
a) I, II e III
b) II, III e V
c) I, IV e V
d) I, II, III, IV e V
e) I, II, III e IV
06. (Santos, 2018) As disputas pelas terras amapaenses
efetivamente começaram após a criação em 1621 do Estado do
Maranhão e Grão-Pará. Considerando a afirmativa é correto
considerar que:
a) Em abril de 1629, franceses soergueram o Forte
Torrego na foz do rio Maracapucu, com apoio de índios tucujus
que instalaram uma aldeia as proximidades. A fortificação foi
atacada em outubro desse ano por tropas colônias comandadas
por Veiga Cabral.
b) Na extensão litorânea entre os rios Matapi e
Anaeurapucu, ingleses chefiados por William Clovel construíram
o Forte Felipe em janeiro de 1630. A fortificação foi arrasada por
Pedro Teixeira em março de 1631, com os guerreiros indígenas
chacinando 56 dos corsários que haviam deposto as armas.
c) Aventureiros ingleses liderados por Roger Fray no final
do ano de 1631, em Terras do Cabo do Norte, fundaram o Forte
North com a cooperação de indígenas das nações nheengaibos,

166
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

aruans e tucujus que se distribuíram pelas cercanias para atuar


como vanguarda.
d) Em 9 de julho de 1632 o Forte francês do Comaú foi
arrasado pelos luso-brasileiros comandado por Pedro Baião de
Abreu. O corsário Roger fray foi morto em luta corporal pelo
capitão Ayres Chichorro.
e) No local do Forte do Torrego em 1688 os luso
brasileiros soergueram a Fortaleza de Santo Antônio que foi
tomada pelos franceses em maio de1697 e pouco tempo depois
reconquistada.
07. (Santos, 2018) As terras amapaenses foram
identificadas no século XVI pela cartografia, inicialmente, de
Paricura (1500), depois de província de Nueva Andaluzia (1545) e
Terras do Cabo do Norte (1585). No século XVII, na vigência da
União Ibérica, em 14 de junho de 1637, foi decretada a autonomia
administrativa com a denominação de capitania do Cabo do
Norte.
Sobre as informações acima relativo ao século XVII é
Incorreto afirmar:
a) A capitania do Cabo do Norte foi criado pelo espanhol
Felipe IV e doada ao português Bento Maciel Parente e tinha por
limites a oeste o rio Parú, ao sul e sudeste o canal norte do rio
Amazonas, a leste o Oceano Atlântico e a noroeste o rio
Oiapoque.
b) A primeira tentativa em assentar colonos na concessão
ocorreu em 1639 com a remoção dos moradores do Gurupá para
o vale do rio Jari. A segunda tentativa ocorreu em 1640
coordenada pelo capitão Manuel Madeira que devia assentar 12
casais de colonos e suas famílias.
c) Em terras litorâneas da capitania em maio de 1646
holandeses construíram o Forte do Mayacaré e 1660 o capitão

167
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Pedro da Costa Favela edificava o Forte do Araguari. A primeira


fortificação foi arrasada pelos luso-brasileiros e a outra foi
destruída pelo fenômeno da pororoca.
d) A partir de abril de 1685 em território da donataria, o
capitão Mota Falcão construiu três fortificações para aquartelar
uma tropa de 25 soldados denominados de Tocré, Parú e
Araguari.
e) Sem donatário desde 1683, em 1686 a capitania entrou
em processo de incorporação aos bens da Coroa, entretanto
somente viria a ser extinta na segunda metade do século XVIII.
08. (Santos, 2018) O Tratado de Badajoz de 6 de junho
de 1801, quanto às Terras do Cabo do Norte estabeleceu a
fronteira entre o Brasil e Guiana Francesa pelo:
a) rio Amazonas
b) rio Calçoene
c) rio Carapanatuba
d) rio Oiapoque
e) rio Araguari
09.(Santos, 2018) Nas atuais terras amapaenses foram
soerguidas várias fortificações no século XVII. Assinale a lacuna
em que estão relacionadas as Fortificações holandesas, inglesas e
portuguesas, em ordem cronológica:
a) Forte do Torrego, Forte Felipe, Forte do Cumaú, Forte
do Mayacaré e Fortaleza de Santo Antônio do Macapá
b) Forte Felipe, Forte do Cumaú, Forte do Mayacaré,
Fortaleza de Santo Antônio do Macapá e Forte do Torrego c)
Forte do Cumaú, Forte do Mayacaré, Fortaleza de Santo Antonio
do Macapá, Forte do Torrego e Fort Felipe
d) Forte do Mayacaré, Fortaleza de Santo Antônio do
Macapá, Forte do Torrego. Forte Felipe e Forte do Cumaú
168
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

e) Fortaleza de Santo Antônio do Macapá, Forte do


Torrego, Forte Felipe, Forte do Cumaú e Forte do Mayacaré.
10. (Santos, 2018) Tropas franco-guianenses invadiram o
território brasileiro em maio de 1697. No mês seguinte foram
contra-atacados e expulsos da região. Em 1700, Portugal e a
França iniciaram negociações e homologaram documento que
determinou a neutralização da região entre os rios Araguari e
Oiapoque, uma indefinição das fronteiras entre o Brasil e a
Guiana Francesa. Qual foi esse documento:
a) Tratado de Utrecht
b) Tratado de Madri
c) Tratado Provisional
d) Tratado de Badajós
e) Tratado de Amiens
11. (Santos, 2018) A vila de Macapá foi elevada à categoria
de cidade em 6 de setembro de 1856 sem o devido mérito urbano
e socioeconômico. A resolução do presidente do Pará, tenente-
coronel Henrique Pedro Carlos de Beaurapaire-Rohan que,
inclusive, esteve participando das solenidades, foi entendida pelos
macapaenses como providência necessária para viabilizar a
autonomia da região proposta pelo deputado geral maranhense
Cândido Mendes de Almeida com a criação da:
a) Província da Oiapoquia
b) Província de Macapá
c) Província do Tapajós
d) Província do Mazagão
e) Província do Araguari

169
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

12. (Santos, 2018) Nos períodos colonial e imperial,


durante a República Velha e a partir da Revolução de 1930, quem
administrava o município era, respectivamente, denominado de:
a) juiz-ordinário, intendente e prefeito
b) intendente, prefeito e juiz-ordinário
c) Prefeito, juiz-ordinário e intendente
d) interventor, prefeito e intendente
e) juiz-de-fora, interventor e juiz-ordinário
13. (Santos, 2018) Janary Gentil Nunes governou os
amapaenses por mais de doze anos, exercendo um governo
autoritário e populista, mas tomando muitas decisões visando o
bem-estar do povo. Assinale a alternativa INCORRETA:
a) integrou amapaenses no serviço público
b) dinamizou o sistema educacional
c) iniciou o ordenamento urbanístico de Macapá
d) implementou a agricultura e a pecuária
e) construiu as vilas Amazonas e de Serra do Navio
14. Luís Mendes da Silva (1964-1967) foi empossado pelo
presidente golpista Castelo Branco. Foi autoritário, mandou
prender servidores, perseguiu o deputado Janary Nunes.
■ Ivanhoé Gonçalves Martins governou de 1967 a 1972,
nomeado por Costa e Silva. Foi o último do Exército a governar
o Território. Além de obras como o Palácio do Setentrião,
Pediatria, Ginásio Paulo Conrado e Conselho Territorial, seu
governo foi marcado pela instalação do Projeto Jarí e por enorme
perseguição aos adversários políticos.
■ José Lisboa Freire (1972-1974). O Amapá passou a ser
domínio da Marinha. Compôs sua equipe com tecnocratas

170
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

amapaenses, fracassou no aspecto administrativo e houve


empreguismo.
■ Arthur de Azevedo Hening (1974-1979). Prestigiou
tecnocratas locais, o Amapá passou a ter dois deputados federais
(1978) e a AMCEL foi instalada.
■ Annibal Barcellos (1979-1985). Foi o último
governador do Regime Militar. Defendeu o projeto de
transformação do Amapá em Estado, foi obreiro e segundo
depoimentos perseguidor.
Sobre os governos territoriais do Período Militar.
Afirmamos, com EXCEÇÃO:
a) Luís Mendes foi empossado por Castelo Branco, foi
considerado repressor e autoritário
b) Ivanhoé Martins foi nomeado por Costa e Silva, foi o
último do Exército a governar o território
c) Aníbal Barcellos foi nomeado por Figueiredo por
intermédio de Mário Andreazza (MINTER), que garantia os
repasses ao Amapá. Em 1985- foi exonerado e entregou o cargo
em julho, após seis meses do fim do governo militar.
d) A nomeação de José Lisboa Freire, em 1972, quando
os militares passaram a considerar a Costa Setentrional como área
de segurança e de interesse nacional, reforçando-se a presença
militar da Marinha nos Territórios Federais da Amazônia.
e) Terêncio Furtado Mendonça porto: governou no
Período: 26 de novembro de 1962 a 12 de abril de 1964 e adotou
práticas populistas, marcadas por irregularidades admnistrativas.
Ocorriam atrasos no pagamento dos servidores e o abastecimento
de produtos básicos foi comprometido, gerando escassez.
15. Segundo Calmon, a colônia de Clevelândia passaria, já
em junho de 1922, a receber algumas “dezenas de famílias” de
171
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

trabalhadores nacionais, a escola principiava a funcionar com 45


alunos, e, pela primeira vez na Clevelândia, “o nosso belo hino
nacional foi cantado por 45 vozes infantis, no momento em que
se erguia a bandeira nacional, do dia do centenário da nossa
independência política. Entre 1923 e 1925, teriam sido concluídas
as obras da hospedaria dos imigrantes, igreja, casas particulares,
estação rádio-telegráfica e a secretaria. E ainda, “28 quilômetros”
de estradas vicinais foram abertas através da mata virgem, com as
melhorias se estabelecendo a “olhos vistos”. “Era de franco
progresso a situação da Clevelândia, quando chegaram ali, em 26
de dezembro de 1924 e 6 de janeiro de 1925, as primeiras turmas
de deportados.”
Sobre a colônia penal de Clevelândia e sua relação com a
repressão política na Velha República é correto afirmar que:
a) Sem funcionamento como colônia penal ocorreu
durante toda a Velha República.
b) Foi um exemplo da arbitrariedade presente no
Governo Artur Bernardes (1922-1926), pois, Clevelândia recebeu
muitos deportados que não representavam o perigo alegado pelo
Estado.
c) Foi desativada durante o Estado Novo (1937-1945)
período no qual ocorreram mais deportação para o Oiapoque.
d) Foi criada pelo mesmo decreto que criou o Território
Federal do Amapá.
e) A colonização de Clevelândia visava exclusivamente a
presença militar.

172
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

16. A criação de territórios federais decorrera por


imperativos geopolíticos e de defesa da soberania do Brasil sobre
regiões fronteiriças e estratégicas. O Amapá como corolário das
inúmeras propostas de redivisão territorial do país, algumas
conflitantes e equivocadas, mas apresentadas ou defendidas por
personagens cujo ideário era a preservação da integridade nacional
destacava-se dos demais territórios amazônicos criados pelo
presidente Getúlio Vargas por já haver sido tentado a autonomia
em separado, pela estratégia posição geográfica e terem os norte-
americanos construído na área base aérea militar, em 1942.
 Qual das informações abaixo relaciona-se ao contexto
da criação do TFA:
a) A necessidade de combater a ameaça comunista, num
momento em que a Guerra Fria estava em seu ápice.
b) O Governo Paraense tratava o Amapá com descaso,
razão pela qual ele foi desmembrado do Pará logo após a criação
do Território do Acre em 1904.
c) A necessidade de ratificar as decisões do laudo de
Berna, que, determinava a condição de Território Federal para a
região do Contestado.
d) A necessidade de defender áreas fronteiriças, segundo
a ideologia de segurança nacional.
e) Foi um resultado do autoritarismo getulista, o que
justifica a oposição dos macapaenses, amapaenses e mazaganenses
que não aceitaram serem desmembrados do Pará.
17. O contrato com a ICOMI foi firmado durante o
governo de Eurico Gaspar Dutra, mas não se pode dizer,
entretanto, que o projeto tenha sido iniciado e concluído no
governo de um só Presidente da República. Da assinatura do
contrato até a execução do empreendimento estiveram à frente da
173
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

presidência da República, Eurico Gaspar Dutra, Getúlio Vargas,


Café Filho e Juscelino Kubitscheck, os quais, através de leis e
decretos, aprovaram contratos e atos necessários à consecução do
projeto.
 Sobre o Projeto ICOMI é correto afirmar que:
a) Foi o primeiro projeto de extração mineral implantado
na Amazônia.
b) Integrou o complexo de projetos implantados pelos
governos militares a partir da década de 1960.
c) Seu principal objetivo era abastecer o mercado interno
de manganês.
d) Ainda está em atividade, devido a elevada demanda da
indústria.
e) Foi legalizado e implantado no Estado Novo.
18. Entre os anos de 1968 e 1974 foram aprovados pela
SUDAM mais de 300 projetos que, financeiramente,
representaram um investimento na ordem de 523 milhões de
dólares. Desse volume, 75% foram abatidos no imposto de renda
dos investidores, conforme prescrevia a lei de incentivos. O erário
nacional bancou a conta. Assim, naquela época, pretendeu-se
promover a “redençã” da Amazônia.
Um desses 300 projetos foi o desenvolvido por Daniel
Ludwig, o projeto JARI, sobre o qual é correto afirmar que:
a) Tinha como carro-chefe a extração mineral e o
desenvolvimento industrial do Vale do Rio Jarí.
b) Todos os objetivos traçados foram devidamente
cumpridos, não causando nenhum atrito entre Ludwig e o
governo.

174
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) Apesar das denúncias sobre as reais intenções de


Ludwig, o Projeto Jari mantido sob o total controle deste
empresário até sua morte em 1992.
d) Foi o primeiro empreendimento econômico
implantado na região do Vale do Rio Jari.
e) Entre as razões para o fracasso de Ludwig estão o
ataque de fungos às plantações de gmelina e não ter obtido
autorização para a construção da Hidrelétrica de Santo Antônio.
19. Com a transformação do TFA em Estado, o povo
passou a escolher, através de eleições diretas, os governadores,
tendo Annibal Barcellos, em 1990, na condição de primeiro
governador eleito no Amapá. Os deputados estaduais, também
eleitos neste ano, ficaram encarregados de elaborar a Constituição
do Estado, a qual foi promulgada em 20 de dezembro de 2001.
Assinale a alternativa que relaciona-se ao período citado:
a) Com a criação do Estado do Amapá, os amapaenses
pela primeira vez passaram a eleger deputados federais.
b) Annibal Barcellos além de ter sido o primeiro
Governador eleito do Amapá, também foi o responsável pela
implantação do Estado.
c) Outra grande novidade ocorrida com a criação do
Estado do Amapá foi o direito do povo eleger os prefeitos.
d) A representatividade na Câmara dos Deputados
aumentou de quatro para oito deputados, contudo, de início, o
Amapá teria apenas um senador, sendo eleito José Sarney.
e) Os governadores do Amapá passaram a ser eleitos pelo
povo, contudo, o nome do eleito deveria passar pela aprovação
do Ministro do Interior.

175
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

20. "A própria construção da Fortaleza de São José de


Macapá foi engendrada pela questão fronteiriça. A carta de
05/09/1738, dirigida ao rei de Portugal pelo então capitão-general
do Pará, João de Abreu Castelo Branco denotava a urgência em
fortificar as terras de Macapá.
Ouvindo o Conselho Ultramarino, o monarca despachou
carta régia ordenando a construção do forte. Contudo, somente
na administração do gabinete Pombalino (1750-1777) as obras
foram iniciadas. Sobre as fortificações na Amazônia Colonial:
a) A militarização da região só foi implementada a partir
da Política Pombalina (1750-1777), quando, ocorreu à necessidade
de combater a ameaça estrangeira.
b) A ameaça estrangeira foi um fator marcante na
História da Amazônia Colonial, o que pode ser comprovado com
construção do Forte do Presépio (Belém-1616) pelos franceses
expulsos do Maranhão e a fundação da vila de Vigia a partir de
um núcleo militar.
c) A construção de Forte de São José de Macapá foi um
projeto anterior ao Período Pombalino, contudo, somente
neste período foi efetivado, pois, Pombal implementou um
amplo projeto de fortificação na região jncluindo o forte
citado.
d) O Forte de São José integrou um amplo projeto de
fortificações voltadas para defender o Estado do Grão-
Pará e Maranhão, vinculado ao governo-geral da Bahia desde
1549.
e) De maneira efetiva, a militarização da Amazónia só
ocorreu mesmo a partir do golpe de 1964, o que era mais coerente
com o regime autoritário implantado naquele ano.

176
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

21. Em 05 de outubro 1988, o Território Federal do


Amapá foi transformado em Estado. Assinale a alternativa que
corresponde a uma mudança ocorrida com essa transformação.
a) O Estado do Amapá passou a prestar contas ao
Ministério do Interior e ao Tribunal de Contas da União.
b) O Estado do Amapá passou a ter o direito de eleger
governador, contudo, os prefeitos deveriam ser nomeados pelo
Presidente da República.
c) O Estado do Amapá passou a ter Poder Legislativo,
pois, não haviam leis territoriais, elas emanavam da administração
federal.
d) O Estado do Amapá passou a ter Poder Legislativo e
Poder Judiciário, contudo, ficavam subordinados ao Ministério do
Interior.
e) O Estado do Amapá passou a ter autonomia política e
administrativa, contudo, financeiramente continuava subordinada
ao Ministério do Interior.
22. Em 20 de março de 1967, o bilionário norte-
americano Daniel Keith Ludwig instalou-se na região do Rio Jarí
e tornou-se o maior latifundiário do planeta. Aprovado pela
SUDAM em 1969, esse projeto visava oficialmente:
a) Garantir o povoamento do Vale do Rio Jarí, com a
implantação de núcleos coloniais agrícolas, subsídios pelo BNDS.
b) Expandir o projeto ICOMI, pois, o grupo CAEMI,
concessionário de extração do manganês da Serra do Navio,
visava a expansão da produção de celulose.
c) Construir um império auto sustentável na região
amazônica com atividades voltadas para a produção de celulose,
agropecuária e extração mineral.

177
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) Explorar as riquezas minerais da região, especialmente


o ouro.
e) Desenvolver o setor madeireiro, através da extração e
comercialização da madeira-de-lei.
23. Dentre os projetos voltados para a exploração dos
recursos naturais da Amazônia durante o governo militar temos o
Projeto Grande Carajás que era controlado por uma empresa
estatal, a Companhia Vale do Rio Doce, privatizada em 1997, após
uma série de manifestações contrárias.
Esse projeto compreende três grandes frentes, onde
destacamos, pela sua importância econômica, o Ferro
Carajás(PA), Trombetas(PA), Albrás(PA), Alumar (MA),
Hidrelétrica de Tucuruí (PA).
Pergunta-se: que consequências esses grandes projetos
trouxeram para a Amazônia e para o Brasil?
a) Grandes empréstimos feitos para sua montagem
trouxeram aumento da dívida externa e em termos socioculturais
mudanças nos hábitos e costumes da sua população, sem, no
entanto, trazer benefícios sociais à mesma.
b) Entrada de uma tecnologia sofisticada e a consequente
criação de Escolas Técnicas na região para garantir mão-de-obra
especializada.
c) a ocupação racional do es paço amazônico e a
preservação do meio ambiente.
d) surgimento de obras que oferecem melhores condições
de vida para a população regional e por consequência
infraestrutura para os projetos.
e) preservação das atividades econômicas tradicionais
como o extrativismo vegetal e o mineral nas mãos da população
local.

178
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

24. Sobre as características do Território Federal é correto


afirmar que:
a) Os territórios não possuíam Poder Legislativo, pois não
existiam leis territoriais, e do ponto de vista administrativo eram
subordinados ao Congresso Nacional.
b) Os governadores dos territórios eram nomeados pelo
Presidente da República, com mandato de quatro anos.
c) Os Territórios não possuíam autonomia orçamentária
e não tinham direito à representatividade.
d) Os territórios não elegiam governadores, pois estes
eram nomeados pelo Presidente da República, assim como suas
terras e prédios eram áreas da União.
e) Os governadores dos Territórios eram eleitos
indiretamente, pela Assembleia Legislativa.
25. O processo de ocupação da Amazônia durante o
Regime militar foi estimado pelo apoio governamental. O golpe
militar de 1964 – politicamente um retrocesso para o país –
significou para a Amazônia a inauguração de uma política de
integração nacional elaborada em centros e gabinetes distantes,
em escritórios e empresas multinacionais e com prioridades ao
grande capital nacional e estrangeiro.
 Integram essa política:
a) O Projeto ICOMI, O Projeto Jarí e a SPVEA.
b) A UFPA, a SPVEA e o SIVAM.
c) O Projeto Jarí, a SUDAM e o Projeto Carajás.
d) O Projeto SIVAM, o Projeto Jarí e Fordlândia.
e) O Projeto Trombetas, o Projeto Jarí e a criação da Vale
do Rio Doce.
179
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

26. "A própria construção da Fortaleza de São José de


Macapá foi gerenciada pela questão fronteiriça. A carta de
05/09/1738, dirigida ao rei de Portugal pelo então capitão-general
do Pará, João de Abreu Castelo Branco denotava a urgência em
fortificar as terras de Macapá.
Ouvindo o Conselho Ultramarino, o monarca
"despachou carta régia ordenando a construção do forte.
Contudo, somente na administração do gabinete Pombalino
(1750-1777) as obras foram iniciadas. Sobre as fortificações na
Amazónia colonial:
a) A militarização da região só foi implementada a partir
da Política Pombalina (1750-1777), quando, ocorreu à necessidade
de combater a ameaça estrangeira.
b) A ameaça estrangeira foi um fator marcante na
História da Amazônia Colonial, o que pode ser comprovado
com construção do Forte do Presépio (Belém-1616) pelos
franceses expulsos do Maranhão e a fundação da vila de Vigia
a partir de um núcleo militar.
c) A construção de Forte de São José de Macapá foi um
projeto anterior ao Periodo Pombalino, contudo, somente
neste período foi efetivado, pois, Pombal implementou um
amplo projeto de fortificação na regiãojncluindo o forte
citado.
d) O Forte de São José integrou um amplo projeto de
fortificações voltadas para defender o Estado do Grão-Pará
e Maranhão, vinculado ao govemo-geral da Bahia desde 1549.
e) De maneira efetiva, a militarização da Amazónia só
ocorreu mesmo a partir do golpe de 1964, o que era mais coerente
com o regime autoritário implantado naquele ano.

180
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

27. A política desenvolvida pelo Gabinete Pombalino


(1750-1777) garantiu uma redefinição na presença do Estado
português na Amazónia colonial nas fortificações, fundações de
vilas, mudanças administrativas que procurava fortalecer o poder
metropolitano e assegurar sua própria soberania sobre esta região.
Nesse contexto:
a) A expulsão dos jesuítas em 1759 foi consequência de
conflito ideológico, pois, o Marquês de Pombal não concordava
com a pedagogia autoritária e violenta desenvolvida pelas missões.
b) A fundação de Macapá e Mazagão integravfa política
de ocupação da Amazónia através do incentivo à atividade
agrícola e, no caso de Macapá, associava-se também a defesa
através da construção do Forte de São José.
c) A política pombalina foi importante em função da
definição do papel do Estado, destacando-se a decretação de
Diretório que garantiu plena autonomia das missões e tomando-
as a autoridade máxima no processo de contato com as tribos
indígenas.
d) Pombal através da criação da Capitania do Grão-Pará
e Maranhão (1751), possibilitou a expansão da economia da
borracha, legalizando o aviamento.
e) O principal problema enfrentado pelo Gabinete
pombalino era a ameaça estrangeira, que foi neutralizada com a
assinatura do Tratado de Utrecht em 1759.
28. Portugal e França assinar m em 1700 o Tratado
Provisional, que, neutralizou a região do Contestado.
 Em 1713, veio o Tratado do Utrecht que mantinha a
fronteira no Rio Oiapoque (ao Vicent Pinzon), além de proibir
qualquer transação comercial por parte dos franceses no território
legalr ante português.

181
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

 Em 1738 os portugueses posicionam um destacamento


militar em Macapá.
 Em 1801 com o Tratedo de Badajoz foi firmado o Rio
Araguarí como fronteira contudo, Portugal não aceitou.
 Em 1809 Portugal invadiu a Guiana Francesa.
 Em 1811 uma convenção Paris restitui a fronteira pelo
Rio Oiapoque.
 De 1835 a 1840 os franceses voltam a invadir o Cabo
Norte, para conhecer melhor o território e estabelecer pontos
estratégicos, caso ocorressem conflitos armados.
 1885: Um grupo de franceses, brasileiros e crioulos
fundam a REPUBLICA DO CUNANI, extinta em 1887.
 Em 1894 descobre-se ouro em Calçoene e radicalizam-
se os conflitos.
 Em 1894, Veiga Cabral, Cónego Domingos Maltez e
Desidério António Coelho criam o TRIUNVIRATO.
 1895 explodem os confrontos.
 Durante o período colonial, Portugal e França, no
período pós-independência, Brasil e França disputaram o poder
sobre as terras localizadas entre os rios Araguari e Oiapoque. Essa
região ficou conhecida como CONTESTADO FRANCO-
BRASILEIRO.
No que se refere ao desfecho deste litígio:
a) A vitória brasileira foi obtida através das duas defesas
do Barão do Rio Branco, nomeado pelo presidente Floriano
Peixoto e conseguido a anexação dessas terras no território
brasileiro com a assinatura do tratado de Utrecht.
b) Com a assinatura do Laudo Suíço, em 1900, a questão
foi resolvida, destacando-se a açào diplomática do Barão do Rio
182
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Branco, representando a republica brasileira, que tinha como


presidente Campos Sales.
c) Só ocorreu depois da criação do Território Federal do
Amapá, quando, tornou-se, necessária a definição do espaço
geográfico amapaense através da anexação das terras do
contestado.
d) Na realidade, o Brasil defendeu-se apenas a reedição do
tratado de Utrecht, fato esse feito pelo tribunal suíço em 1889, no
mesmo ano que foi proclamada a República.
e) Embora resolvido diplomaticamente, este litígio ficaria
sujeito a um plebiscito, no qual a população da região de
contestado optaria pela cidadania brasileira ou francesa.
29. "Os jesuítas, da companhia de Jesus, vieram também
logo no inicio da colonização, mas só consolidaram suas missões
no ano de 1653. Os Jesuítas, alem da catequese e evangelização,
faziam reconhecimento e mapeamento de novos territórios,
participações de tribos e alianças com as nações indígenas. - Sobre
as missões religiosas ê correto afirmar que:
a) Representam o marco inicial da presença portuguesa na
Amazônia, instalando-se na região no século XVI.
b) Tiveram sua atuação fortalecida em 1757, com a
decretação do Diretório, que, entre outras medidas autorizou a
escravização dos índios pelos missionários.
c) Foram responsáveis pelo povoamento e pela fundação
da Vila de Macapá.
d) Através dos aldeamentos ou reduções, desenvolveram
a catequese dos índios e implementarão diversas atividades
econômicas como a pecuária e a extração das drogas do sertão
e) Eram subordinadas ao Estado português, que, sobre
elas exerceu rígido controle, impedindo seu crescimento e
levando ao seu fechamento.
183
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

30. O Amapá, que no passado foi o Adelantado de Nueva


Andaluzia, a capitania do Cabo Norte ou simples áreas
pertencentes do Estado do Pará, foi elevado à condição jurídica
de Território Federai em 1943, durante o chamado Estado Novo.
A respeito da criação do Território do Amapá, pode-se
afirmar que:
a) Ocorreu no bojo da política nacionalista de Getúlio
Vargas, com o objetivo de impedir o avanço do imperialismo
norte-americano sobre o manganês da Serra do Navio.
b) Teve com uma de suas justificativas a necessidade de
defender regiões fronteiriças durante a 2a Guerra Mundial,
segundo discurso da Segurança Nacional.
c) Veio justificar uma política de mudança geopolítica da
Amazônia, em virtude da implantação de projetos minerais na
região, destacando-se o Projeto Jarí, anterior ao Estado Novo.
d) Foi fundamental para o desenvolvimento económico
em virtude da política industrializante implementada pela maioria
dos governadores que o território teve.
e) Não significou expressivas mudanças, pois, a situação
económica manteve-se a mesma no período no qual o Amapá
fazia parte do Estado do Pará.
31. Um dos recursos usados pelo governo Arthur
Bemardes foi o ESTADO DE SÍTIO – Sobre isso:
a) O governo aproveitava-se de uma simples greve,
decretava o Estado de Sítio e extrapolava no tocante a
manutenção da ordem. Desterros, prisões ilegais eram comuns.
b) O Estado de Sitio só era decretado quando a agitação
social atingiu uma situação alarmante, não dando ao Estado outra
escolha.

184
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) O Estado de Sítio só podia ser baixado quando


ocorresse um levante militar, como foi o caso do Tenentismo.
d) Quando o Estado de Sitio era baixado, os grevistas
eram apenas detidos, militares rebeldes eram expulsos das forças
armadas e, apenas aqueles que fossem comprovadamente
comunistas seriam desterrados.
e) Esse recurso só ocorreu na Velha República,
desaparecendo da legislação brasileira após a Revolução de 1893.
32. "Do Rio, enviados pela Polícia Civil, vieram alguns
rapazes sem a menor culpa, apanhados na rua e sem que pudessem
justificar o menor ato de defesa, pois eram postos em a mais
rigorosa incomunicabilidade e dois ou três dias depois enviados
foram para o vapor "Campos" e mais tarde remetidos para
Cleveland. Eram alguns acompanhados da nota "revolucionário"
outros de "indesejável", mas nada apurado em inquérito ou
processo regular, nem ao menos era ouvidos por alguma
autoridade capaz de sabiamente julgá-los merecedores de
tamanho castigo, sendo que muitos tiveram até o sacrifício da
própria vida,"
Sobre o contexto em que existiu a colónia penai de
Clevelândia, podemos afirma que:
a) Foi a única colônia penal localizada em área fronteiriça
existente na Velha República.
b) Durante os anos de 1920 funcionou colónia penal,
mantendo essa mesma condição no Estado Novo (1937-1945) e
no Regime Militar (1964-1985).
c) Contribui para o processo de prevenção ao crime
existente na Velha República, não extrapolando a ilegalidade.
d) Integrou o aparato repressivo existente na Velha
República, no qual o Estado usava a violência como recurso para
combater as manifestações políticas.
185
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

e) Existiu ilegalmente, pois, não havia base legal para o


seu funcionamento.
33. O Brasil nos quadros da 2a Guerra Mundial (1939-
1945) integrou o grupo dos ALIADOS, declarando guerra ao
EIXO, posição essa assumida por Getúlio Vargas em 1942. Além
dessa posição oficial, o país enviou tropas da FAB e da FEB para
Europa e permitiu que os norte-americanos construíssem bases
aéreas em Natal, Belém, e no Amapá. Sobre a base aérea do
Amapá é correto afirmar que:
a) Integrou um complexo de bases militares que serviam
de apoio para as incursões militares norte-americanas que vinham
pelo Caribe, chegavam ao Amapá e dirigiam-se diretamente
para Europa.
b) Foi construída em 1941 e servia de ponto estratégico
para as incursões norte-americanas no norte da África.
c) Vargas permitiu a construção dessas bases aéreas com
o objetivo de conseguir recursos para o Projeto ICOMI.
d) A atuação da base aérea é um fato conhecido apenas
por pesquisas históricas, pois, a população local não tomou
conhecimento deste feito militar.
e) Foi a primeira vez na História da Amazónia que áreas
da região foram consideradas de enorme importância estratégica.
34. O CAMPOS tornou-se um maço para o episódio
contado, sob forma de trágica reminiscência, pelos sobrevivente
da Clevelândia. Pelo navio passaram todos os prisioneiros que
saíram do Rio de janeiro para o extremo norte, a embarcação era
associada a antecâmara da tumba na qual transformou-se tudo o
que se relacionava com a Clevelândia. Ao CAMPOS coube o
papel de guardar os prisioneiros perigosos, da capital e de outras

186
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

partes, alem dos mais pobres e menos afortunados em suas


relações pessoais. - Sobre a colónia penal de Clevelândia é correto
afirmar que:
a) foi local para onde foram confinados os presos durante
a Revolta da Vacina (1904), Revolta da Chibata (1910) e da Greve
de 1917 em São Paulo.
b) Integrou um complexo de colônias penais existentes no
Amapá e era comandada por uma guarnição permanente da
Guarda territorial.
c) Durante o governo Artur Bernardes (1922-1926) foi
uma das colônias penais mais utilizadas.
d) Recebia somente prisioneiros que tivessem sido
devidamente julgadas e condenados, não lhes cabendo mais
recursos.
e) Seu funcionamento como colônia penal foi paralelo à
criação do Território Federal do Amapá.
35.
I – Em 1599 já ocorreu indícios de presença na Amazônia
II – Em 1626 os holandeses haviam edificado fortificação
nas cercanias de Macapá
III – Em 1628 os ingleses erguem o Forte de Torrego e
em 1631 o Forte North.
IV – Em 1679, de Ferrolles tentou se apoderar da
capitania do Cabo Norte em nome dos franceses.

187
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

V – Em 1697, em uma ação audaciosa, os franceses


penetraram nas terras do Cabo Norte, intimidando os portugueses
a abandonarem as fortificações construídas acima da margem
esquerda do Rio Amazonas. Sobre as informações acima, é
correto afirmar que:
a) A presença francesa na Amazônia encerrou no início
do século XVII com a formação de Belém.
b) Até o final do séc. XVII não havia ainda sido tomada
uma medida diplomática para resolver essa questão litigiosa.
c) A maioria dos fatos relatados ocorreram durante a
Política Pombalina.
d) O objetivo dessas tentativas de invasão era capturar os
índios aldeados nas missões.
e) Os franceses e holandeses sempre buscaram a saída
diplomática para resolver essa questão fronteiriça.
36. A imagem acima retrata o presidente Getúlio Vargas
e Janary Nunes, primeiro
Governador do Território Federal do Amapá. Sobre o
processo de escolha de Janary para governar o Território pode-se
afirmar:
a) O sistema de interventoria, iniciado na década de 1930,
como forma de administração dos Estados, possibilitou a escolha
de Janary, apesar do seu total desconhecimento da região.
b) Vargas, apesar de possuir a prerrogativa de livre escolha
dos governantes, admitiu que a população se manifestasse a favor
de seus pretendentes para governar o Território.
c) A escolha de Janary como governador demarca a
questão de que Vargas nomeou pessoas para o cargo que não
manifestavam disposição para assumi-lo e nem conheciam a
região.

188
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) A nomeação de Janary Nunes teve como fator decisivo


o fato dele ser militar, de conhecer a região e de não ter exercido
função civil anteriormente.
e) Janary Nunes foi nomeado apesar dele não se identificar
com a política vigente traçada por Vargas.
37. (UNIFAP, 2008) A Construção da Fortaleza de São
José de Macapá foi autorizada no reinado de D. José I, que junto
com seu primeiro ministro, o Marquês de Pombal, determinou a
sua construção que durou dezoito anos.
Sobre a composição da mão-de-obra empregada para a
construção da fortaleza é CORRETO afirmar que
a) foi empregada a mão-de-obra livre tanto para o
trabalho especializado, dos engenheiros e mestres de ofício, como
para o trabalho braçal.
b) para o trabalho braçal foi empregada com
exclusividade a mão-de-obra de escravos negros africanos.
c) foi empregado unicamente o trabalho dos soldados
desertores capturados e de índios aldeados e escravizados.
d) foi empregada a mão-de-obra livre para os trabalhos
especializados, como a dos engenheiros e mão-de-obra escrava
negra e de índios capturados oficialmente na região, utilizados
basicamente no transporte de pedras.
e) foi empregada no trabalho braçal apenas a mão-de-obra
dos indígenas aldeados.
38. (Marques - UNIFAP, 2008- Adaptada)
 Portugal e França assinaram em 1700 o Tratado
Provisional, que, neutralizou a região do Contestado.
 Em 1713, veio o Tratado de Utrecht que mantinha a
fronteira no Rio Oiapoque (ou Vicent Pinzon), além de proibir

189
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

qualquer transação comercial por parte dos franceses no território


legalmente português.
 Em 1738 os portugueses posicionam um destacamento
militar em Macapá.
 Em 1801 com o Tratado de Badajoz foi firmado o Rio
Araguarí como fronteira, contudo, Portugal não aceitou.
 Em 1809 Portugal invadiu a Guiana Francesa.
 Em 1811 uma convenção em Paris restitui a fronteira
pelo Rio Oiapoque.
 De 1835 a 1840 os franceses voltam a invadir o Cabo
Norte, para conhecer melhor o território e estabelecer pontos
estratégicos, caso ocorressem conflitos armados.
 1885: Um grupo de franceses, brasileiros e crioulos
fundam a REPÚBLICA DO CUNANI, extinta em 1887.
 Em 1894 descobre-se ouro em Calçoene e radicalizam-
se os conflitos.
 Em 1895, Veiga Cabral, Cónego Domingos Maltez e
Desidério António Coelho criam o TRIUNVIRATO.
 1900: mediante arbitragem internacional o litígio
franco-brasileiro é resolvido através do laudo de Berna.
 1901, Paes de Carvalho, governador do Pará nomeia
Egídio Sales para mapear e realizar censo na área.
 1955 são colocados sete marcos em terra firme,
demarcando a limite atualmente usa-se o canal do Rio Oiapoque
como limite.

190
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Sobre o desfecho da Questão do Contestado Franco-


Brasileiro:
a) A questão foi postergada por desinteresse do
Parlamento brasileiro
b) O acordo-quadro de cooperação Brasil-França
solucionou o Litígio
c) A expulsão de brasileiros das minas de ouro pelos
franceses agravou a situação
d) A solução do Arbitramento foi o desfecho do Litígio,
com a atuação da Confederação Helvética
e) A figura de Cabralzinho é apontada pela historiografia
como o símbolo da resistência na região.
39. (UNIFAP, 2008). Sobre a ocupação territorial do
Amapá é correto afirmar:
a) A fundação de Macapá teve sua origem em um antigo
aldeamento jesuítico.
b) A fundação de Mazagão integrou a política de fundação
de vilas do gabinete pombalino.
c) A construção da Fortaleza de São Jose de Macapá
representou o marco inicial da presença portuguesa na região do
atual Amapá.
d) A capitania do Cabo Norte foi criada em 1637,
implantada em 1938 e extinta em 1758 com a fundação de
Macapá.
e) Somente franceses ameaçaram invadir as terras do atual
Amapá em sua fase colonial.

191
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

40. (Vieira, 2018) Levando em consideração o caráter


geopolítico, religioso e econômico da conquista e colonização
portuguesa no vale amazônico, fica claro que no Século XVII a
mesma baseava-se no tripé:
a) Pólos Agrícolas - Capitanias – Escravidão Negra
b) Expedições Científicas – Missões - Feitorias
c) Comércio - Aldeamentos - Fortalezas.
d) Pecuária – Extrativismo – Mineração
e) Silvivilas – Missões - Adelantados
41. (SANTOS, 2018) “Depois de meses de preparativos,
Feliciano Coelho de Carvalho no comando de uma tropa de 240
soldados e 5.000 guerreiros indígenas, embarcada numa frota de
cento e vinte e sete canoas grande e centenas de outras menores,
partia de Cametá, local do recrutamento, em 18 de junho de 1632,
rumo ao território do Cabo do Norte. No transcurso da viagem
atacava nheengaibos que ocupavam ilhas na sua rota, causando-
lhes grande mortandade, com muitos sobreviventes buscando
proteção nos limites defensivos do Forte de Comaú, engrossando
substancialmente a linha de defesa da fortificação inimiga”.
(SANTOS, Fernando Rodrigues dos. História da Conquista do Amapá.
Fortaleza, CE: Premius Editora, 2013, p. 86)
O trecho citado demonstra o processo de apropriação das
terras amapaenses pelos portugueses, fazendo frente as constantes
investidas estrangeiras e seus enclaves militares na foz do Rio
Amazonas. Sobre essas tensões coloniais ocorridas nas terras
amapaenses, é INCORRETO afirmar que:
a)Relata a mobilização portuguesa para expulsar invasores
ingleses da localidade de Comaú

192
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

b) Outras bases militares estrangeiras como o Forte do


Torrego no Vale do Jari também foram retomadas pelos
portugueses na década anterior
c) O Forte Felipe foi uma outra base, localizado entre os
rios Matapi e Anaeurapucu, fundado por Roger North, contando
com indígenas das vizinhanças.
d) Na ilha de Gurupá, geralmente mapeada como
território do Cabo do Norte, os luso-brasileiros possuíam uma
fortificação construída em 1623, denominada de Forte de Santo
Antônio.
e) Após a destruição do Forte Comaú, os portugueses
imediatamente soergueram a Fortaleza de Santo Antônio, que
integrava o complexo de praças fortes da Vila de Macapá.
42. O Império português depois da morte de D. João V
em 31 de julho de 1750 e a ascensão de D. José I passou por
profundas reformas econômicas e administrativas coordenadas
pelo primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo que
trabalhara para o reinado anterior, cuidando dos interesses
internacionais de Portugal na Europa. No novo e importantíssimo
cargo, o estadista com respeito à política ultramarina elegia o
domínio e a soberania efetiva sobre a Amazônia Brasileira como
uma das metas prioritárias do governo Josefino. E nesse empenho
seria persistente, perspicaz e despótico. A decisão daria início a
colonização das terras da antiga capitania do Cabo do Norte.
Em consonância com a assertiva é Incorreto afirmar:
a) As mudanças planejadas pelo primeiro-ministro iriam
implantar um novo modelo de colonização na Amazônia. Nessa
seleção de seus colaboradores, para governar o Grão-Pará e
Maranhão nomeava Francisco Xavier de Mendonça Furtado, seu
meio-irmão, que, em 1751, tomava posse em Belém, cidade que,
por decreto régio passava a ser a capital do Estado.

193
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

b) Mendonça Furtado dava início ao transporte para


Macapá, antigo aldeamento Tucuju, de 86 casais de colonos que
com os parentes e agregados totalizavam 486 imigrantes
procedentes do Arquipélago dos Açores. No local do
assentamento encontraria 60 indígenas das aldeias de Tubaré e
Guarimoçu para ajudar na construção das casas a serem habitadas
pelos açorianos, e irem à caça, à coleta e à pesca para supri-los de
alimentos.
c) Os efeitos da política do reinado Josefino para assegurar
o domínio do Estado. O governador também concluía ser
indispensável deslocar-se ao povoado e formalizá-lo como vila,
visitando-a e ordenando os serviços de delineamento, seleção dos
espaços públicos e a divisão de lotes entre os moradores para a
construção de suas moradias.
d) Na última semana de janeiro de 1758, Mendonça
Furtado desembarcava em Macapá. No dia 4 de fevereiro, pela
manhã, com os moradores reunidos no Largo São Sebastião, o
povoado fundado em novembro de 1751, foi formalizado como
vila, depois de algumas cerimônias que tiveram início no dia 2
desse mês, com a instalação do Senado da Câmara e a posse dos
oficiais da Câmara, onde o cargo de juiz ordinário conferia a
direção do órgão colegiado e de principal administrador civil dos
macapaenses.
e) Ainda no mês de fevereiro de 1758, Mendonça Furtado
elevou a categoria de vila o aldeamento de Santa Ana e criou as
vilas de Vistosa da Madre de Deus e de Nova Mazagão.

194
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

43. Em 31 de maio de 1697 a Fortaleza de Santo Antônio


foi conquistada pelos franceses. Todavia, pouco tempo depois, dia
28 de junho foi reconquistada pelos luso-brasileiros. O confronto
levou as coroas portuguesa e francesa a negociar para por fim ao
litígio fronteiriço.
I – Nos debates, a memória protocolada pela chancelaria
francesa em defesa da propriedade que reivindicava a França
sobre as Terras do Cabo do Norte estava articulada insinuando
que teriam direitos até sobre todas as terras do Estado. Alegavam
ter sido eles que iniciaram a exploração sistemática desse território
a partir de 1633, e que ao longo dos anos procederam como
verdadeiros proprietários, comerciando com indígenas, fazendo
guerras e alianças com outros e catequizando, sem oposição por
parte dos luso-brasileiros.
II – A primeira etapa das negociações encerrou com a
primeira assinatura do Tratado Provisional em 4 de março de
1700. Estava decretava a neutralização das Terras do Cabo do
Norte,
III – Apesar da neutralização da região do Cabo do Norte
jamais os dois reinos a respeitaram inteiramente. Mercadores
procedentes de Caiena continuaram traficando com indígenas e
tentando convencê-los a aceitar a soberania francesa. Já os luso-
brasileiros empenhados em conter essas intrusões à força,
mantinham em atividade a Fortaleza de Santo Antônio de onde
regularmente partiam patrulhas marítimas até ao sítio do Forte do
Araguari que foi reedificado.
IV – Em resposta pela ingerência holandesa, Luis XIV
recebeu reprimenda. O soberano, além de aceitar a sugestão de
abandonar a Fortaleza de Santo Antônio, advertia a instituição de
que não lhe cabia tratar do assunto e, muito menos dirigir-se
diretamente à Coroa Portuguesa.

195
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

V – O Tratado Provisional definiu a fronteira entre o


Brasil e França na América do Sul.
Estão corretas as alternativas:
a) I, II e III
b) II, III e IV
c) III, IV e V
d) I, III e V
e) I, II. III, IV e V
44. (UNIFAP, 2012 - Adaptada) Na Literatura de Laurent
Vidal, Mazagão foi uma cidade que cruzou o Atlântico. Sua
população era composta de militares. Suas famílias, com a
transferência para o Cabo Norte (Amapá), passariam a ser colonos
agricultores e com eles vieram seus escravos (Fonte: Laurent
Vidal, 2008).
Assim, sobre esse assunto:
a) As famílias mazaganistas instaladas no Cabo Norte
tornaram-se os únicos sujeitos históricos responsáveis pelo
povoamento da região.
b) Entre as atividades econômicas desenvolvidas na Vila
de Nova Mazagão, destacou-se a cana-de-açúcar, o tabaco e o
extrativismo vegetal, além da pecuária.
c) A Festa de São Tiago encena o cotidiano histórico da
população de Mazagão, nos tempos da praça africana, cuja
memória enaltece sua religiosidade e espírito guerreiro.
d) A Vila tornou-se economicamente próspera, a ponto
de tornar-se a principal cidade portuguesa da Amazônia Colonial,
até fins do Século XIX.

196
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

e) A Cabanagem contou com a adesão dos mazaganenses,


dada a sua forte exaltação lusofóbica e tradição irredentista.
45. As tentativas de controle da exploração aurífera
resultaram no conflito ocorrido na pequena Vila do Amapá. Tanto
o Governador da Guiana Francesa quanto Veiga Cabral tinham
um objetivo específico: tirar o máximo de lucro do território
aurífero de Calçoene. Este também era o objetivo daqueles que
saíam das Guianas, das Antilhas e do Pará em direção ao
Contestado. Entretanto, a partir do mês de junho de 1895, outras
representações foram sendo construídas sobre os sujeitos
históricos do Contestado. Os conflitos passavam a ganhar o
sentido nacional: não eram mais mocambeiros, etnias indígenas,
fugitivos, garimpeiros, entre outros sujeitos, mas sim de um lado
brasileiros e de outro, franceses.
Tendo como referência o texto e seus conhecimentos
sobre a disputa das terras amapaenses entre brasileiros e franceses:
a) A imagem de massacre e heroísmo construída em torno
de Veiga Cabral é consenso entre os historiadores da República,
visto que a atuação de Cabralzinho não deixou dúvidas a respeito
de seu espírito cívico e nacionalista.
b) A imagem de sanguinários e bandoleiros referenciada
no texto, traduz os acontecimentos do Contestado, cuja
motivação essencial era a disputa entre as elites nacionais
brasileiras e francesas que viram seus interesses ameaçados pelo
radicalismo das ações das milícias de ambas as partes litigantes.
c) O contestado franco-brasileiro foi uma região que
atraiu diversos grupos sociais que buscavam sobrevivência e
liberdade, independentemente dos Estados que lutavam pelo
domínio daquela área.
d) A construção de uma memória histórica republicana
estava voltada para a história administrativa, para a constituição

197
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

das fronteiras políticas e para a exaltação dos sujeitos socialmente


excluídos.
e) Os lugares e sujeitos descritos na memória de imprensa
refletem uma tendência renovada da narrativa histórica, que revela
a atuação dos verdadeiros agentes defensores da nação brasileira
nas longínquas fronteiras do norte do país.
46. As estratégias de reconhecimento dos considerados
inimigos lusos, os conquistadores ingleses, irlandeses, holandeses
e franceses, de melhor tratamento e pagamento aos trabalhadores
nativos – levaram-nos a capturar essa relação como possível – ante
as ações agressivas e belicosas dos espanhóis e portugueses.
Aproveitando-se dessa oportunidade, esses europeus aliados aos
naturais da terra ocuparam o delta amazônico e logo introduziram
a montagem de feitorias, de fortins e colônias agrícolas: nelas se
produziu fumo, urucum, cana-de-açúcar e algodão (REIS, 1949,
p. 15).
Considerando essa reciprocidade entre ingleses,
holandeses, franceses e nativos, pode-se entender que esse
entrelaçamento comercial na região do Cabo do Norte
a) Provocou a reação dos portugueses, levando-os a
agirem diretamente sobre a região, mediante o envio de tropas
expedicionárias que puseram fim as pretensões e a presença
estrangeira na região do Cabo Norte.
b) O espírito de domínio dos invasores induziu ao uso da
mesma força empregada no litoral do Nordeste, para que
operacionalizassem o esvaziamento da região.
c) Com relação ao tratamento para com os homens da
floresta, a afetividade dispensada pelos portugueses a esta nação,
passou a ser um discurso apropriado pelo Estado Português no
Século XVIII.

198
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

d) A coroa, assumindo a ideia de proteção, exige que esta


seja concedida aos nativos aldeados nas missões, tornando-se um
tratamento padrão no contato com esses povos indígenas.
e) Para o controle dos nativos, foram evocados os
missionários jesuítas, considerados como uma “grande força
civilizadora”, com suas aldeias tomadas como um “dispositivo de
poder” estatal.
47. (UEA/2002) “Examinando-se o movimento no que
ele expressa como explosão de multidões mestiças e indígenas da
Província, contra a vida e a propriedade dos que desfrutavam de
poder político, econômico e projeção social, compreende-se que
a Cabanagem não pode ser inscrita na história nacional como um
episódio a mais de aspiração meramente política.” (A. C. F. Reis)
Assinale a alternativa que melhor caracteriza a
Cabanagem:
a) participação intensa das massas de origem indígena na
Cabanagem do Pará deveu-se à inexistência de agricultura de
exportação na região e à ausência completa de negros.
b) A Cabanagem era um risco maior para os imperialismos
do que para a unidade política pretendida pelo Império brasileiro,
como atestam as seguidas intervenções americanas e britânicas no
Grão-Pará.
c) A Cabanagem não pode ser inscrita na história nacional
como um episódio político, pois, por se tratar de uma sublevação
generalizada no Pará, foi um fato militar e, no máximo, social.
d)A Cabanagem começou como um conflito entre setores
oligárquicos do Pará durante a Regência mas, pelas condições
socioeconômicas da região Norte e devido à participação popular
intensa, converteu-se em autêntica rebelião social.
e) O desfecho da Cabanagem, com perseguição feroz e
massacre dos cabanos, deveu-se mais à excitação e ao ódio dos
199
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

mercenários estrangeiros do que ao ódio de classe das elites


brasileiras contra os pobres e não-brancos derrotados.
48. (VIEIRA, 2016) Com base na Constituição Federal de
05 de outubro de 1988, em especial no Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), que estabelece o seguinte:
“Art. 14. Os Territórios Federais de Roraima e do Amapá
são transformados em Estados Federados, mantidos seus atuais
limites geográficos.
2º – Aplicam-se à transformação e instalação dos Estados
de Roraima e Amapá as normas e critérios seguidos na criação do
Estado de Rondônia, respeitado o disposto na Constituição e
neste Ato.”
Em relação ao processo de extinção Territórios Federais
e da criação do Estado do Amapá, em fins da década de 80 e início
dos anos 90, bem como as suas razões históricas, podemos
afirmar que:
a) A extinção dos Territórios Federais do Amapá,
Rondônia e Roraima ocorreu neste contexto, em razão da crise
econômica que a Nova República herdara do Regime Militar, do
interesse da União em livrar-se das despesas geradas pelos
Territórios e a adesão da população local ao projeto de criação do
Estado.
b) Em 1988, a Promulgação da Constituição Federal que
transformou o Amapá em Estado, ocorreu concomitantemente a
extinção dos Territórios Federais de Ponta Porã, Iguaçu,
Guaporé, de Fernando de Noronha e a criação dos Estados de
Tocantins e Roraima.
c) A Constituição determinava que a implantação do
Estado se efetivaria somente com a eleição e posse do
Governador pela via democrática, permanecendo ao Executivo

200
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Federal a prerrogativa de nomear o Governador neste período de


transição.
d) Os ex- Territórios Federais, uma vez concretizada a
transformação em Estados, tiveram seus orçamentos
desvinculados dos recursos do Tesouro Nacional.
e) O último Governador nomeado do Território Federal,
Jorge Nova da Costa, foi o maior defensor do projeto de criação
do Estado, mantido pelo então Presidente Fernando Collor,
encaminhou o processo administrativo e eleitoral que culminou
com a eleição do primeiro Governador pela via direta e
constitucional.
49. (Santos, 2017) Em 31 de maio de 1697 a Fortaleza de
Santo Antônio foi conquistada pelos franceses. Todavia, pouco
tempo depois, dia 28 de junho foi reconquistada pelos luso-
brasileiros. O confronto levou as coroas portuguesa e a francesa
a negociarem para por fim ao litígio fronteiriço.
Em conformidade com a assertiva acima é Incorreto
afirmar:
a) Iniciado os debates, a memória protocolada pela
chancelaria francesa em defesa da propriedade que reivindicava a
França sobre as Terras do Cabo do Norte estava articulada
insinuando que teriam direitos até sobre todas as terras do Estado.
Alegavam ter sido eles que iniciaram a exploração sistemática
desse território a partir de 1633, comerciando com indígenas,
fazendo guerras e alianças com outros e catequizando, sem
oposição por parte dos luso-brasileiros.
b) A primeira etapa das negociações encerrou com a
assinatura do Tratado Provisional em 04 de março de 1700, com
os representantes portugueses e franceses concordando que para
definir a posse da terra deveriam apresentar provas irrefutáveis.
Era decretada a neutralização das Terras do Cabo do Norte.

201
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

c) Mesmo com a neutralização da região do Cabo do


Norte jamais os dois reinos a respeitaram inteiramente.
Mercadores procedentes de Caiena continuaram traficando com
indígenas e tentando convencê-los a aceitar a soberania francesa.
Os luso-brasileiros empenhados em conter essas invasões,
mantinham em atividade a Fortaleza de Santo Antônio de onde
regularmente partiam patrulhas marítimas até a área do Forte do
Araguari.
d) Em fins de março de 1700, o Senado da Câmara de
Belém endereçava comunicação a Pedro II sugerindo mudanças
na estratégia de defesa do território cobiçado pelos franceses. O
soberano, mantém a guarnição da Fortaleza de Santo Antônio.
e) O Tratado Provisional definiu a fronteira entre o Brasil
e França na América do Sul.
50. (SANTOS, 2017) O Império português depois da
morte de D. João V em 31 de julho de 1750 e a ascensão de D.
José I passou por profundas reformas econômicas e
administrativas coordenadas pelo primeiro-ministro Sebastião
José de Carvalho e Melo
I – Trabalhara para o reinado anterior, cuidando dos
interesses internacionais de Portugal na Europa. No novo e
importantíssimo cargo, foi decisivo para a colonização das terras
Amazônicas;
II – O estadista com respeito à política ultramarina elegia
o domínio e a soberania efetiva sobre a Amazônia Brasileira como
uma das metas prioritárias do governo Josefino.
III – Nesse empenho seria persistente, perspicaz e
despótico. A decisão daria início a colonização das terras da antiga
capitania do Cabo do Norte.
IV – Na seleção de seus colaboradores, para governar o
Grão-Pará e Maranhão nomeava Francisco Xavier de Mendonça

202
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

Furtado, seu meio-irmão, que, em 24 de setembro de 1751,


tomava posse em Belém, cidade que, por decreto régio de 31 de
março desse ano, passava a ser a capital do Estado.
V – Transcorridos trinta e sete dias que governava o
Estado instalado em Belém, Mendonça Furtado dava início ao
transporte para Macapá, antigo aldeamento tucuju, de 86 casais de
colonos que com os parentes e agregados totalizavam 486
imigrantes procedentes do Arquipélago dos Açores.
Estão corretas as alternativas:
a) II, III e IV
b) I, II e III
c) III, IV e V
d) I, II, III, IV e V
e) Somente a III

203
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

GABARITO DO EXERCÍCIO V – OFICINA DE


HISTÓRIA DO AMAPÁ/2019

01 C 18 E 35 B
02 B 19 B 36 D
03 C 20 C 37 D
04 D 21 C 38 D
05 D 22 C 39 B
06 B 23 A 40 C
07 E 24 D 41 E
08 E 25 C 42 E
09 A 26 C 43 A
10 C 27 B 44 C
11 A 28 B 45 C
12 A 29 D 46 D
13 E 30 B 47 D
14 E 31 A 48 C
15 B 32 D 49 E
16 D 33 B 50 D
17 A 34 C

204
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

LISTA VI
Provas recentes da FCC/Estado do Amapá

01. (FCC, 2018) Durante a Cabanagem, guerra civil que


marcou o território do Grão - Pará em meados do século XIX, o
atual território do Amapá serviu como
(a) campo de resistência contra as forças portuguesas,
uma vez que lideranças cabanas assumiram o controle de Belém e
Macapá por dois anos, onde montaram suas bases.
(b) cenário de combates intensos entre os cabanos e os
legalistas, que, em minoria, foram obrigados a se refugiarem no
interior do Amapá até o desfecho da guerra.
(c) palco das principais batalhas após o envio de
embarcações pelo governo imperial e pela França, que foram
atacadas por populares a partir da tomada da Fortaleza de São
José.
(d) local de concentração de forças legalistas,
principalmente em Macapá e Mazagão, amparadas pelas elites
locais e contrárias aos cabanos.
(e) marco divisor na história do movimento, uma vez que
foi em Macapá que ocorreu o assassinato do principal líder
cabano, Antônio Vinagre, dando início ao genocídio que marcou
a repressão aos revoltosos.
02. (FCC, 2018) As principais conquistas portuguesas
obtidas pelo Tratado de Utrecht (1713) em relação às pretensões
francesas na Amazônia foram:
(a) o domínio da Ilha do Marajó e o direito à navegação
do Rio Amazonas, controlado pelos jesuítas franceses.

205
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

(b) a definição do Rio Caciporé como fronteira entre as


possessões francesas e portuguesas, e a conquista de Belém aos
franceses.
(c) o reconhecimento do Rio Oiapoque como fronteira
entre as possessões francesas e portuguesas e a posse das duas
margens na Foz do Rio Amazonas.
(d) a cessão de Caiena para o livre comércio empreendido
por súditos portugueses e a posse da Fortaleza da Ilha do Diabo.
(e) a posse da margem sul do Rio Amazonas e a devolução
de São Luís, antiga França Equinocial, aos portugueses.
03. (FCC,2018) Os africanos escravizados constituíram
um importante grupo na formação do sincretismo cultural no
Amapá, introduzidos na região, no século
(a) XVI, provenientes de Belém, para trabalhar na cultura
do arroz.
(b) XVIII, oriundos sobretudo da Guiné Portuguesa.
(c) XIX, vindos depois da rebelião de Santo Domingo.
(d) XVII, provenientes de Minas Gerais, para trabalhar na
extração aurífera.
(e) XX, vindos do Maranhão, no período pós-abolição.
04. (FCC,2017) A Cabanagem foi um movimento social
de grande impacto no Amapá e em toda a região, que
(a) floresceu na República Velha, influenciada pelos
movimentos operários europeus, em protesto contra as péssimas
condições de vida e de trabalho dos cabanos, a população mais
pobre da região Norte.
(b) irrompeu durante o Período Regencial, motivada pela
extrema pobreza da população e pela insatisfação das elites locais,
em um contexto de instabilidade política e numerosas revoltas
populares em todo o território brasileiro.
206
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

(c) eclodiu durante o período imperial, motivada pelo


descaso do governo com a região norte, obtendo grande
participação popular e um desfecho vitorioso para os revoltosos.
(d) ocorreu antes da Independência do Brasil e exigia a
libertação da região norte do poder da Coroa Portuguesa,
mediante a emancipação do Grão-Pará, que deveria se converter
em uma confederação.
(e) emergiu durante as lutas abolicionistas, alguns anos
antes da proclamação da República, conduzida por índios, negros
e mestiços que lutavam pela implementação do trabalho
assalariado e o fim do preconceito racial.
05. (FCC, 2018) A Igreja de São José de Macapá tem forte
relação com a história da fundação da cidade, pois foi
(a) projetada por padres espanhóis quando a vila de São
José tinha o nome oficial de Adelantado de Nueva Andaluzia,
razão pela qual apresenta a cor banca, marca registrada das igrejas
dessa região da Espanha.
(b) fundada por monges beneditinos, em um contexto de
disputa territorial com a França, que havia enviado missionários
calvinistas para fundarem uma vila ali.
(c) construída originalmente em madeira, como todas as
edificações coloniais da cidade naquele período, apresentando
duas torres laterais, com campanários.
(d) concebida durante o período em que reinava Dom
José I, em Portugal, uma das razões que explicam a homenagem a
São José presente neste e em outros marcos da cidade.
(e) inaugurada décadas antes da fundação da Vila de São
José de Macapá, tendo se constituído como um marco do centro
da cidade, onde, na praça defronte à igreja, eram realizadas
festividades e feiras.

207
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

06. (FCC, 2018) O projeto francês de invasão do território


do Amapá em 1895, foi finalmente resolvido em
(a) 1901, pela intervenção militar brasileira naquela
localidade, que expulsou os mineradores franceses e estabeleceu a
soberania na região.
(b) 1900, por uma arbitragem internacional que
reconheceu o direito de posse brasileiro sobre o território, com
base em tratados anteriores.
(c) 1897, pela intervenção norte-americana que tinha
interesses em anexar futuramente o território da Amazônia e
expulsar os franceses da região.
(d) 1905, por uma mediação do Vaticano que reconheceu
os limites do Tratado de Madri como base para o território
brasileiro.
(e) 1914, quando a França cedeu o território reivindicado
ao Brasil em troca do apoio brasileiro contra os alemães, na
Primeira Guerra Mundial.
07. (FCC, 2018) A história do Amapá, desde a fundação
de Macapá até o final do século XIX, foi marcada
(a) pelo empenho das autoridades locais na constante
defesa da cidade contra os ataques de corsários, uma vez que sua
localização era estratégica para as exportações da região norte e
seu solo era rico em ouro, bronze e prata.
(b) por conflitos fronteiriços e litígios internacionais que
demandaram esforços de Portugal e depois, da diplomacia
brasileira para defender, fundamentados documentos históricos e
mapas, a posse do território.
(c) por sucessivas fundações e refundações dessa cidade,
uma vez que a colonização da região, e, mais especificamente, o
povoamento do Amapá, foi abandonado com a expulsão dos
jesuítas.
208
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

(d) por sangrentas batalhas entre povos indígenas que


dominavam o território, a exemplo da Guerra da Lagosta, uma
vez que esses povos se aliaram aos franceses em resistência aos
projetos de colonização portuguesa.
(e) pelo crescimento populacional linear e constante uma
vez que a cidade, ainda no período colonial, se tornou um forte
pólo migratório das regiões norte e nordeste, dadas as
oportunidades econômicas provenientes da mineração e da
exploração da borracha.
08. (FCC, 2017) A formação de vilas de colonização
portuguesa na região do Amapá aconteceu quando foram
(a) erguidas várias casas e uma praça central, no século
XVII, pelo colonizador português Francisco de Orellana que
batizou esse lugar de Adelantado de Nueva Andaluzia.
(b) descobertas jazidas de ouro nas encostas do rio
Amazonas, próximas a sua foz, por colonos aventureiros
remanescentes da tripulação de Pedro Álvares Cabral, em 1621.
(c) enviadas diversas tropas reais portuguesas para
combater as tribos indígenas da região, que foram completamente
dizimadas nesses combates, em meados do século XVI.
(d) distribuídas as capitanias hereditárias, pela Coroa
Portuguesa, em 1534, sendo a capitania do Amapá a mais isolada
e a de maior extensão territorial em toda a colônia.
(e) empreendidas ações de povoamento, no século XVIII,
por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, quando este foi
governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão.
09. (FCC,2017) Em diferentes momentos históricos,
houve disputas entre portugueses e demais colonizadores

209
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

europeus pela ocupação da região do Amapá. Durante o período


colonial, um episódio, que exemplifica essas disputas é o da
(a) decretação da Guerra da Lagosta, entre colonos
portugueses e franceses, uma vez que habitantes da Guiana
Francesa pescavam ilegalmente lagostas no litoral brasileiro.
(b) expulsão dos holandeses, por tropas portuguesas e
brasileiras, quando estes ocuparam inicialmente o Nordeste e
estenderam seus domínios por toda a região Norte.
(c) reivindicação dessa região pela França como sendo
parte de seu território além-mar, apesar da divisão territorial em
favor de Portugal ter sido oficializada pelo Tratado de Utrecht.
(d) construção da Fortaleza de São José de Macapá, para
proteger a região da constante invasão de piratas ingleses e de
embarcações russas atraídos pelos minérios e pelo comércio da
borracha.
(e) assinatura do Tratado de Tordesilhas, entre Espanha e
Portugal, que retirou a região do Amapá e suas adjacências da
possessão da Coroa espanhola, após diversos conflitos coloniais
10.(FCC, 2018) Considere as afirmações abaixo sobre a
colonização europeia da região do Amapá.
I – No século XVI, parte da região onde se situa Macapá
pertenceu a um navegante espanhol, Francisco de Orellana.
II – O delta do rio Amazonas, durante o período colonial,
foi alvo de tentativas de ocupação por parte de espanhóis,
portugueses, ingleses e holandeses, vulnerabilidade que motivou a
construção de fortes.
III – Para povoar a região do Amapá, os portugueses
dividiram as terras em lotes que foram presenteados a capitães
donatários, que efetivaram o povoamento fundando vilas que
originaram as principais cidades do Amapá.

210
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

IV – Durante o período colonial, a abundância de


indígenas na região tornou desnecessário o trabalho escravo,
principalmente de afrodescendentes, fato que explica a ausência
dessa população na região.
Está correto o que consta APENAS nas opções:
(a) I e III.
(b) I e II.
(c) III e IV.
(d) I, II e IV.
(e) II e IV.
11. (FCC, 2018) - Considere o texto abaixo.
Em 1900, reuniram-se em Berna, na Suíça, as delegações
brasileiras e francesas para finalmente estabelecer a soberania
entre o rio Araguari e o rio Oiapoque. Do lado brasileiro, a estrela
de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco.
Do lado francês, o então promissor geógrafo Vidal de la Blache,
que confeccionou alguns mapas para a ocasião (...).
(Adaptado de: CAVLAK, Iuri. Introdução à História da Guiana
Francesa. Rio de Janeiro: Editora da Unifap/Autografia, 2017, p. 48)
A reunião a que o texto se refere definiu
(a) os limites fronteiriços do maior estado da região norte
do Brasil em relação à Guiana Francesa, uma vez que nesse
período o Amapá ainda pertencia ao Estado do Grão-Pará e
Maranhão.
(b) as fronteiras entre o Amapá, a Guiana Francesa e o
Suriname, que ainda não tinham sido estabelecidas devido à
ausência de mapas e o desinteresse colonial português por essa
região.
(c) os limites territoriais do Amapá, principalmente no
trecho que envolve os rios mencionados, uma vez que a França
211
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

contestava o pertencimento dessa faixa territorial à Guiana


Francesa.
(d) os contornos de todo o Território Federal do Amapá,
criado nessa ocasião, logo após a vitória histórica obtida pelo
Barão do Rio Branco nas negociações diplomáticas.
(e) as fronteiras do Amapá em toda sua extensão, uma vez
que tanto ao norte quanto ao sul havia disputas históricas
envolvendo Espanha, França e Portugal, finalmente resolvidas
pela arbitragem suíça.
12. (FCC, 2018) Entre as tentativas de criação de uma
província autônoma, separada do Grão-Pará, com sede
administrativa em Macapá, destaca-se
(a) a resolução do governo federal, em 1988, de criação
do Estado do Amapá, provisoriamente revogada em função do
descontentamento da população com a perda de recursos
econômicos.
(b) a Campanha Independentista na imprensa organizada
pela elite local, com apoio de empresas multinacionais, durante o
ciclo da borracha, em função do sucesso da ferrovia Madeira-
Mamoré.
(c) o projeto de constituição do Território Federal do
Amapá, idealizado pelo Barão do Rio Branco em 1903, que não
obteve apoio suficiente do Exército para defendê-lo junto ao
governo republicano.
(d) a proposta de criação da Província de Oiapókya pelo
deputado Cândido Mendes em 1853, rejeitada pela Assembleia
Geral do Império do Brasil.
(e) o plebiscito realizado durante o governo de Getúlio
Vargas, no contexto da II Guerra Mundial, cuja consulta popular
resultou na opção pela permanência do Amapá como parte do
Grão-Pará.
212
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

13. (FCC, 2018) É considerado (a) Patrimônio histórico


de Macapá, tendo sido tombado (a) em âmbito federal pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional:
(a) a Igreja São José de Macapá, por apresentar arquitetura
neocolonial e abrigar os restos mortais de autoridades ilustres da
história local, desde o período colonial.
(b) o centro histórico de Macapá, por seu traçado
pombalino e dezenas de imóveis datados do período colonial,
como o Mercado Central e o Colégio Amapaense.
(c) a vila Serra do Navio, fundada e planejada para abrigar
os funcionários da Indústria e Comércio de Minérios (Icomi), nos
anos 1920.
(d) a Vila Mazagão e seu casario edificado no século XVIII
por portugueses a partir de uma vila similar e de mesmo nome,
existente em Marrocos.
(e) a Fortaleza São José de Macapá, tombada nos anos
1950 e comumente destacada pelas dimensões de sua estrutura e
por sua importância na história do Amapá.
14. (FCC, 2018) O legado da cultura africana e o
sincretismo cultural no Amapá podem ser observados em várias
festividades populares, a exemplo da Festa
(a) de São Tiago, que inclui batuques e cavalhada, com
representações das lutas entre “mouros” e “cristãos”.
(b) do Turé, festividade de origem africana e que
incorpora alguns elementos indígenas, como cocares, mastros e
lanças.
(c) do Sairé, procissão fluvial que simboliza a árdua
trajetória marítima dos africanos escravizados ao Brasil.
(d) do Boi-de-mamão, tradição afro-portuguesa em que o
elemento indígena é representado pelo personagem do pajé.

213
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

(e) do Círio de Nazaré, composta por romarias e danças


finalizadas por cultos ecumênicos.
15. (FCC, 2018) As principais conquistas portuguesas
obtidas pelo Tratado de Utrecht (1713) em relação às pretensões
francesas na Amazônia foram:
(a) o domínio da Ilha do Marajó e o direito à navegação
do Rio Amazonas, controlado pelos jesuítas franceses.
(b) a definição do Rio Caciporé como fronteira entre as
possessões francesas e portuguesas, e a conquista de Belém aos
franceses.
(c) o reconhecimento do Rio Oiapoque como fronteira
entre as possessões francesas e portuguesas e a posse das duas
margens na Foz do Rio Amazonas.
(d) a cessão de Caiena para o livre comércio empreendido
por súditos portugueses e a posse da Fortaleza da Ilha do Diabo.
(e) a posse da margem sul do Rio Amazonas e a devolução
de São Luís, antiga França Equinocial, aos portugueses.
16. (FCC, 2018) Considere o texto abaixo.
Com o aprofundamento da guerra, Vargas teve que
escolher o lado norte-americano, uma vez cortadas as relações
marítimas com a Europa. Conquistou mais ganhos materiais que
nenhum outro país do continente, como armamentos e
treinamento de uma tropa para lutar na Europa, a FEB (Força
Expedicionária Brasileira), e dinheiro para instalação da primeira
grande siderúrgica latino-americana, a CSN (Companhia
Siderúrgica Nacional) de Volta Redonda. Em troca, forneceu
matérias-primas e produtos estratégicos, como a borracha, e
cedeu 16 bases em território nacional para ocupação de soldados

214
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

e oficiais dos Estados Unidos, como a Base Aérea do Amapá.


Com a construção dessa Base, antes mesmo do Amapá se tornar
território, o governo central demonstrou na prática a importância
das terras amapaenses para o Brasil e para o mundo em guerra.
Por conta da expansão alemã pela Europa e a África, o litoral
norte do Brasil se tornou estrategicamente crucial, para concentrar
as forças armadas que pudessem combater os nazistas nessa altura
do Oceano Atlântico.
(Adaptado de: CAVLAK, Iuri e GRANJER, Stéphane. Entre criação
do Amapá e intercâmbios econômicos, as consequências da Segunda Guerra Mundial
nas relações entre o Brasil e a Guiana Francesa Revista Fronteiras & Debates,
Macapá, 2014
Segundo o trecho acima,
(a) a construção da Base Aérea do Amapá está relacionada
às negociações entre Brasil e Estados Unidos, bem como à
localização estratégica que favorecia os objetivos dos aliados.
(b) o Amapá e os outros estados da atual região Norte do
Brasil foram escolhidos pelos EUA para a instalação das 16 bases
militares que tinham a função de combater o avanço nazista pelo
oceano Atlântico.
(c) a decisão do governo de criar o Território Federal do
Amapá ocorreu para viabilizar a instalação de uma base militar
pelos EUA, de modo que as forças armadas combatessem melhor
o avanço nazista durante a guerra.
(d) a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional no
Território do Amapá representou um ganho para o continente,
uma vez que as relações com a Europa estavam prejudicadas
devido à guerra.

215
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

(e) a invasão nazista das terras amapaenses foi um fator


decisivo para Getúlio Vargas aderir ao lado norte-americano,
adotar estratégias militares e, naquele contexto, criar o Território
do Amapá.
17. (FCC,2018)As políticas do regime militar para a
Região Amazônica, em nome da integração nacional e
modernização econômica da região, tiveram forte impacto no
então Território do Amapá, e foram marcadas pelas seguintes
medidas:
(a) Estatização da pesca da Lagosta, criação de zonas de
preservação ambiental e introdução da mineração.
(b) Repressão política a grileiros, reforma agrária e criação
da Zona Franca da Foz do Amazonas.
(c) Incentivos fiscais, política de distribuição de lotes de
terra e abertura de estradas.
(d) Construção de conjuntos habitacionais, criação de
zonas industriais e construção de quartéis na Calha Norte.
(e) Intervenção federal, militarização da atividade
mineradora e programa de desmatamento controlado.
18. (FCC,2018) O dia 5 de outubro é uma data
comemorativa no calendário estadual do Amapá, em que se
celebra a criação do estado. Esse fato, importante na história do
Amapá, também marcou
(a) o processo de definição do mapa político brasileiro,
pois o reconhecimento de ex-territórios como estados brasileiros,
a exemplo do que ocorreu com o Amapá, foi uma das últimas
mudanças nesse sentido, seguida pela criação do estado do Mato
Grosso do Sul, poucos anos depois.
(b) a transição do período do regime militar para a
democracia, uma vez que a criação dos territórios havia ocorrido

216
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

por decisão militar e a extinção dos mesmos marcou o último ano


da ditadura brasileira.
(c) o início do desenvolvimento econômico da região,
uma vez que até então o estado dependia basicamente do
extrativismo vegetal e da pesca, atividades que ocorriam sem
amparo estatal.
(d) a emancipação política da região Norte pois quando
os antigos territórios federais se converteram em estado, a região
norte passou a ter representação política majoritária no Congresso
Nacional.
(e) a história de outro ex-território federal, Roraima, que
junto com o Amapá, passou à condição de estado em 5 de outubro
de 1988, data da promulgação da mais recente Constituição
brasileira.
19. (FCC,2018) Homenagens ao Divino Espírito Santo
integram parte de algumas das festividades populares no Amapá.
As celebrações do Divino remontam, historicamente,
(a) à colonização portuguesa e à tradição católica que se
consolidou em Portugal e em muitas de suas colônias, de festejar
santos e o Espírito Santo.
(b) ao sincretismo religioso brasileiro, responsável por
criar uma festa sem precedentes históricos, motivada pela
celebração de uma divindade pouco reconhecida pela Igreja
Católica.
(c) ao legado cultural africano, uma vez que a devoção ao
Espírito Santo teve origem no culto às entidades e forças
espirituais presentes na umbanda e no candomblé.
(d) aos fluxos migratórios para o Amapá, de trabalhadores
do sudeste, atraídos pela mineração no século XIX, que trouxeram
manifestações culturais de lugares como Espírito Santo e São Luís
do Paraitinga.
217
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

(e) às influências de mouros e cristão novos, trazidos


como deportados para o Amapá, que criaram uma festa em
homenagem aos santos católicos e ao Imperador, em
agradecimento pela oportunidade de uma nova vida.
20. (FCC,2018) O significado do nome “Macapá” remete
(a) à língua tupi e aos indígenas nativos da região,
homenageados em alguns espaços museográficos da cidade, a
exemplo das casas dos índios Palikur e Waiãpi que se encontram
no Museu Sacaca.
(b) à língua geral e à forma como os missionários
franceses batizaram a capital, criando uma língua híbrida que ainda
é perceptível nos nomes dos principais bairros da cidade.
(c) às características da flora da região e à presença de
povos indígenas, principalmente os Tucujus, homenageados no
emblema presente na bandeira do Amapá.
(d) à língua castelhana, uma vez que foram os espanhóis
os primeiros a batizarem a cidade e a exterminarem os Karipunas,
o maior grupo indígena local, de forma a não haver, na atualidade,
descendentes das populações originárias, na região.
(e) à deturpação da língua indígena pelos portugueses, que
criaram palavras a partir do que julgavam escutar mas valorizavam
os povos nativos, cuja cultura passou a ser preservada em museus,
como o centenário Museu do Índio, em Macapá.
21. (FCC,2018) A Fortaleza de São José de Macapá foi
tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN), em 1950, tendo em vista
(a) sua posição estratégica e sua capacidade logística para
sediar o governo do Território do Amapá.
(b) a ameaça representada pela especulação imobiliária e
empreendimentos hoteleiros que cobiçavam o terreno da
Fortaleza para fins comerciais.
218
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

(c) a necessidade de estatizar e ocupar o prédio como


cadeia pública, sob a proteção da Guarda Territorial.
(d) seu alto valor arquitetônico e histórico, como uma das
maiores fortalezas do período colonial e símbolo da ocupação
portuguesa na Amazônia.
(e) sua incorporação pelo governo do Território do
Amapá como Hospedaria dos Migrantes que chegavam do
Nordeste.
22. (FCC,2018) O Projeto Jari, na fronteira entre o Pará e
o Amapá, foi um complexo de produção florestal e agropecuário,
iniciado na segunda metade dos anos 1960, e deve ser
compreendido como
(a) resultado da militarização da área em questão, parte de
uma estratégia de combate às guerrilhas e ao narcotráfico que
comandavam a região na época da implantação do projeto,
estatizando as empresas locais.
(b) expressão de um plano de ocupação da Amazônia
pelos Estados Unidos, que incentivou a vinda de cidadãos
estadunidenses para o Vale do Jari, visando uma futura anexação
da área como protetorado.
(c) fruto da ocupação desordenada da região por
migrantes nordestinos que depois de organizarem-se em
sindicatos e cooperativas foram agraciados com a concessão de
terras para empreendimentos agropecuários.
(d) resultado do abandono histórico da Amazônia pelos
sucessivos governos brasileiros, facilitando a implantação ilegal de
empreendimentos internacionais privados, apoiados por
potências estrangeiras.
(e) fruto de uma parceria do regime militar com grandes
grupos capitalistas privados, em nome do desenvolvimento

219
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

nacional e da integração da região Amazônica, facilitando a


aquisição de terras em território nacional por estrangeiros.
23. (FCC, 2018) O projeto francês de invasão do território
do Amapá em 1895, foi finalmente resolvido em
(a) 1901, pela intervenção militar brasileira naquela
localidade, que expulsou os mineradores franceses e estabeleceu a
soberania na região.
(b) 1900, por uma arbitragem internacional que
reconheceu o direito de posse brasileiro sobre o território, com
base em tratados anteriores.
(c) 1897, pela intervenção norte-americana que tinha
interesses em anexar futuramente o território da Amazônia e
expulsar os franceses da região.
(d) 1905, por uma mediação do Vaticano que reconheceu
os limites do Tratado de Madri como base para o território
brasileiro.
(e) 1914, quando a França cedeu o território reivindicado
ao Brasil em troca do apoio brasileiro contra os alemães, na
Primeira Guerra Mundial.
24. (FCC, 2018) As principais atividades econômicas que
marcaram o século XIX na região do Amapá foram a
(a) exploração de ouro e a extração do látex.
(b) mineração da prata e a extração de manganês.
(c) fabricação da borracha e a plantação de arroz.
(d) pesca marítima e o cultivo da soja.
(e) criação de búfalos e a cultura da lagosta.

220
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

25. (FCC, 2018). A história do Amapá, desde a fundação


de Macapá até o final do século XIX, foi marcada
(a) pelo empenho das autoridades locais na constante
defesa da cidade contra os ataques de corsários, uma vez que sua
localização era estratégica para as exportações da região norte e
seu solo era rico em ouro, bronze e prata.
(b) por conflitos fronteiriços e litígios internacionais que
demandaram esforços de Portugal e depois, da diplomacia
brasileira para defender, fundamentados documentos históricos e
mapas, a posse do território.
(c) por sucessivas fundações e refundações dessa cidade,
uma vez que a colonização da região, e, mais especificamente, o
povoamento do Amapá, foi abandonado com a expulsão dos
jesuítas.
(d) por sangrentas batalhas entre povos indígenas que
dominavam o território, a exemplo da Guerra da Lagosta, uma
vez que esses povos se aliaram aos franceses em resistência aos
projetos de colonização portuguesa.
(e) pelo crescimento populacional linear e constante uma
vez que a cidade, ainda no período colonial, se tornou um forte
pólo migratório das regiões norte e nordeste, dadas as
oportunidades econômicas provenientes da mineração e da
exploração da borracha.
26. (FCC, 2018) Com a criação do Território Federal do
Amapá, em 13 de setembro de 1943, definiu-se que a primeira
capital seria a cidade de
(a) Belém, então capital do Pará, já que territórios federais
não possuem capital.
(b) Macapá, fundada em 1758 e mais antiga povoação do
atual Amapá.

221
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

(c) Amapá, antiga vila que se incrementou com a criação


da Base Aérea do Amapá.
(d) Oiapoque, que cumpria um importante papel
estratégico de fronteira.
(e) Mazagão, criada no século XVIII para acolher os
colonos vindos do Marrocos.
27. (FCC, 2017) A formação de vilas de colonização
portuguesa na região do Amapá aconteceu quando foram
(a) erguidas várias casas e uma praça central, no século
XVII, pelo colonizador português Francisco de Orellana que
batizou esse lugar de Adelantado de Nueva Andaluzia.
(b) descobertas jazidas de ouro nas encostas do rio
Amazonas, próximas a sua foz, por colonos aventureiros
remanescentes da tripulação de Pedro Álvares Cabral, em 1621.
(c) enviadas diversas tropas reais portuguesas para
combater as tribos indígenas da região, que foram completamente
dizimadas nesses combates, em meados do século XVI.
(d) distribuídas as capitanias hereditárias, pela Coroa
Portuguesa, em 1534, sendo a capitania do Amapá a mais isolada
e a de maior extensão territorial em toda a colônia.
(e) empreendidas ações de povoamento, no século XVIII,
por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, quando este foi
governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão.
28. (FCC, 2018) O Tratado de Amiens (1802), que
envolveu as potências europeias em luta contra Napoleão
Bonaparte, teve impacto no contexto de disputas entre França e
Portugal em relação ao território atual do Amapá, ao determinar

222
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

que as fronteiras entre as possessões francesas e portuguesas


seriam
(a) negociadas a longo prazo entre França e Portugal,
em função do histórico de ocupação de cada país na região e
da predominância de habitantes de uma ou de outra nacionalidade
em cada parte do território.
(b) definidas pelo Rio Araguari, cabendo o território ao
norte para os franceses e ao sul para os portugueses,
com navegação livre pelo mesmo rio para os barcos de
ambos países.
(c) estipuladas definitivamente por uma
arbitragem internacional, uma vez que os dois países não
conseguiam chegar a um consenso sobre a fatia do território
que correspondia a cada nação.
(d) demarcadas pelo curso do rio Caciporé, ao norte do
qual ficaria assegurada a parte a ser anexada à Guiana Francesa,
cabendo a Portugal o domínio do resto do território.
(e) estabelecidas pela Inglaterra que, interessada em
firmar um acordo de paz com a França, reconhecia que esse
país, juntamente com a Espanha, deveria ter a posse do
Amapá, pelos esforços colonizatórios empreendidos.
29. (FCC, 2017). As motivações que orientaram a
fundação da vila de São José de Macapá estão relacionadas
a) às reformas pombalinas, que, dentre outros objetivos,
visavam modernizar e tornar mais eficaz a administração colonial
portuguesa, garantindo seu território e um maior proveito da
exploração colonial.
b) ao acirramento do controle do território por causa da
mineração no Brasil, no século XVI, uma vez que bandeirantes
descobriram jazidas de ouro não apenas no Sudeste, mas também

223
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

na região norte, motivando a cobiça daquele território por


franceses e holandeses.
c) ao projeto das capitanias hereditárias com o propósito
de ocupar e colonizar todo o território nacional, inclusive o
Amapá, região sob a responsabilidade de um donatário designado
pela coroa, que se incumbiu de fundar uma vila.
d) ao apogeu da exploração do látex na região norte, visto
que a fundação da capital coincide com um período de
prosperidade do Pará, em virtude das demandas por borracha no
mercado internacional.
e) à expulsão dos jesuítas no Brasil, uma vez que a
nomeação de um Intendente português, Coriolano Jucá, para
administrar a cidade, tinha como função substituir o poder antes
exercido pela Igreja.
30. (FCC, 2018) Durante o período colonial, o povoado
que havia em Macapá adquiriu a nomenclatura de vila. O ato
simbólico e o ato político de transformação de um povoado em
vila, conforme a prática colonial trazida de Portugal eram,
respectivamente, a construção
(a) do Pelourinho, símbolo de autoridade municipal, e o
estabelecimento do Senado da Câmara.
(b) da Matriz, símbolo do poder espiritual, e a nomeação
do Vereador-Mor.
(c) da Cadeia, símbolo do poder repressivo, e a nomeação
do Intendente-Real.
(d) do Mercado-Central, símbolo da autonomia
econômica, e a nomeação do Vigário, autoridade religiosa e
temporal.
(e) da Praça de Armas, símbolo do poder temporal, e o
estabelecimento de um Governo-Geral.

224
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

31. (FCC, 2018)O Tratado de Utrecht, de 1713, que pôs


fim à “Guerra de Sucessão Espanhola”, teve grande importância
no extremo norte da América Portuguesa, pois
(a) a Inglaterra abriu mão dos seus interesses em controlar
a foz do Rio Amazonas e a cidade de Belém.
(b) a Holanda abandonou as pretensões de se estabelecer
no litoral norte brasileiro para controlar a produção de açúcar.
(c) a França reconheceu, formalmente, os limites entre a
Guiana Francesa e as possessões de Portugal como sendo o Rio
Oiapoque.
(d) a Espanha cedeu a foz e a bacia do Rio Amazonas a
Portugal, revogando o tratado de Tordesilhas.
(e) Portugal teve que desistir do Forte e da colônia de São
Luís, chamada França Equinocial.
32. (FCC, 2018) A criação do Território Federal do
Amapá, separando a região do Estado do Pará, deu-se a partir dos
estudos da Comissão Nacional de Redivisão Territorial, presidida
por Everaldo Backheiser, na década de 1930, que sugeriu a criação
de novos territórios com a justificativa de que era necessário
(a) estimular o povoamento de regiões vistas como pouco
povoadas, isoladas do resto do território nacional, e melhorar a
defesa das fronteiras.
(b) ampliar o número de unidades federativas da região
Norte e combater a hegemonia política então exercida pelos
Estados nordestinos na política federal e na economia nacional.
(c) fortalecer a elite local, dada sua perda de poder para a
elite paraense e promover oficialmente o branqueamento da
população local mediante imigração massiva vinda do Sudeste.

225
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

(d) estender os limites do território nacional, em regiões


de conflito, e expulsar a população local que não tivesse
nacionalidade brasileira.
(e) refundar as cidades decadentes das regiões isoladas do
território nacional e combater os grupos políticos comunistas que
haviam se refugiado nessas localidades.
33. (FCC, 2018) Considere as informações abaixo sobre a
chamada “República do Cunani”:
I – Foi a primeira denominação colonial do Amapá, que
remetia a presença abundante, naquela região, do peixe cunani,
hoje mais conhecido como tucunaré.
II – Tratou-se de uma tentativa de oficialização de um
suposto “estado livre”, por iniciativa do comerciante francês Jules
Grós, com duração de poucos anos.
III – Foi uma iniciativa não oficial e controversa, extinta
pelo próprio governo francês, mas houve uma tentativa de
retomada do projeto, anos depois, pelo comerciante Adolph
Brezet, com o apoio de alguns empreendedores brasileiros.
IV – Resultou de um projeto expansionista do governo
francês que pretendia incorporar parte do Amapá ao território da
Guiana Francesa, transferindo a capital desta para a “Vila de
Cunani”, na atual Macapá, onde se instalaria um governo
democrático e republicano.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I, II e III.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) I e IV.

226
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

História do Amapá Versão Compacta para Concursos AROLDO VIEIRA

GABARITO VI - QUESTÕES DA FCC/


CONCURSOS RECENTES NO ESTADO AMAPÁ
E MUNICÍPIO DE MACAPÁ

01 D 18 E
02 C 19 A
03 B 20 A
04 B 21 D
05 D 22 E
06 B 23 B
07 B 24 A
08 E 25 B
09 C 26 C
10 B 27 E
11 C 28 B
12 D 29 A
13 E 30 A
14 A 31 C
15 C 32 A
16 A 33 C
17 C

227
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

REFERÊNCIAS E FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

BRITO, Édson Machado de. O Presídio de Clevelândia


do Norte. A Imprensa e as disputas políticas. In: Do lado de cá.
Fragmentos de História do Amapá. Alexandre Amaral... [et al.].
Belém-PA, Editora Açaí, 2011, p. 207)
CAMBRAIA, Paulo e LOBATO, Sidney. Rios de
Histórias. Ensaios de História do Amapá e da Amazônia. Rio de
janeiro: Editora Multifoco, 2013, p. 117
COELHO, Mauro César. Diários do Cabo Norte.
Amazônia, Modernidade e Conflito. Séculos XVIII e XIX:
UNIFAP, 1998.
FARIAS, Willian Gaia. Amazônia Republicana. Belém,
Editora UFPA, 2002.
JÚNIOR, José Alves de Souza; NETO, José Maia Bezerra
e FILHO, Armando Alves. História em Questões. Belém: Ed.
Pakatatu, 2004.
MARQUES, Carlos Alberto Viana. Livro Didático:
FASCÍCULO DE HISTÓRIA. Colégio: NAE – NÚCLEO
AMAPAENSE DE ENSINO, Editora Universo: Macapá, AP.
1999.
MARQUES, Carlos Alberto Viana. Conteúdos de
História do Amapá para Pré-Vestibulares e Concursos: UNIFAP,
1999.
MORAIS, Paulo Dias. Governadores do Amapá.
Principais realizações. Macapá: Gráfica J.M. 2005
REIS, Arthur César Ferreira , 1982. Citado em: NETO,
José Maia F. Textos do Curso de Especialização em História do
Brasil, FAMA, 2008), Pontos de História da Amazônia, JÚNIOR,
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

José Alves de Souza; NETO, José Maia Bezerra e FILHO,


Armando Alves BELÉM, PAKATATU, 2004.
SANTOS, Dorival da Costa Dos. “O Regime Ditatorial
no Amapá”: Terror, Resistência e subordinação 1964-1974.
Dissertação (Mestrado em História Social do
Trabalho).Campinas: IFCH/UNICAMP, 2001.
SANTOS, Fernando Rodrigues dos. História da
Conquista do Amapá. Fortaleza-CE: Prêmius Editora, 2013.
PASTANA, Guaraci Assis. Conteúdos de História do
Amapá para o Concurso CFS/PM. Macapá: Gráfica do Colégio
Equipe - Macapá, 2012.
Licensed to Vinicius Vanzaler Chaves - viniciusvanzaler@

You might also like